Apostila Senai EletrônicaIII Novo

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    1. TRANSISTOR DE UNIJUNO (UJT) Um transistor que pode ser utilizado em osciladores de baixa

    freqncia, disparadores, estabilizadores, geradores de sinais, dentes de

    serra e em sistemas temporizados.

    1.1. Constituio interna Basicamente o transistor de unijuno constitudo por uma barra de

    material semicondutor do tipo N (de alta resistividade) com terminais nos

    extremos. Tais contatos no constituem junes semicondutoras, e assim,

    entre B2 (base 2) e B1 (base 1) temos, na prtica uma resistncia, formada

    pelo material semicondutor N. O material do tipo P como material do tipo

    N formam a nica juno PN semicondutora interna.

    Tudo se passa como se o bloco do tipo N fosse formado por duas

    simples resistncias (Rb2 e Rb1), em srie, tendo ligado no seu ponto

    central um diodo (terminal E ou Emissor). O terminal do emissor (E) est

    mais prximo da base 2 (B2).

  • 2

    1.2. Principio de funcionamento O valor resistivo normal entre os terminais da base 2 e 1

    relativamente alto (tipicamente entre 4 K e 12 K). Assim, se ligarmos o

    terminal B2 a um potencial positivo (tipicamente entre 6 e 30 Volt), e o

    terminal B1 ao negativo, uma corrente muito pequena circular por Rb2 e

    Rb1. Ao mesmo tempo, Rb2 e Rb1 formam um divisor de tenso, em cujo

    ponto intermdio surge uma tenso menor, porm proporcional quela que

    foi aplicada a B2. Suponhamos que Rb2 e Rb1 tm valores iguais, de 5 K

    cada um. Assim, se aplicarmos (com a polaridade indicada) 10 Volt entre

    B2 e B1, o ctodo do diodo do emissor ter uma tenso de 5 Volts. Ao

    aplicarmos, ento, uma tenso de entrada no emissor (E) do UJT, esta ter

    que, inicialmente vencer a barreira de potencial intrnseca da 0,6V) e, em

    seguida, superar a prpria tenso que polariza ojuno PN ( ctodo (5

    Volts no exemplo). Nesse caso, enquanto a tenso aplicada ao terminal do

    emissor (E) no atingir 5,6 Volt (0,6V + 5V) no haver passagem de

    corrente pelo emissor atravs de Rb1 para a linha de negativo da

    alimentao. Mantendo-se no exemplo, uma tenso de emissor igual ou

    maior do que 5,6 Volts determinar a passagem de uma corrente; j

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    qualquer tenso inferior (a 5,6V) ser incapaz de originar passagem da

    corrente eltrica pelo emissor (E) e por Rb1. Enquanto os 5,6V no forem

    atingidos, a corrente ser nula, como atravs de um interruptor aberto.

    Alcanando os 5,6V, tudo se passa como se o tal interruptor estivesse

    fechado. A corrente que circular estar limitada unicamente pelo valor

    resistivo intrnseco de Rb1. Como a transio de corrente nula, para

    corrente total, entre emissor (E) e base 1 (B1) se d sempre de forma

    abrupta (quando a tenso de emissor chega tenso/limite de disparo),

    podemos considerar o UJT como um simples interruptor acionado por

    tenso.

    1.3. Caractersticas tcnicas Tenso entre bases (Vbb) a mxima tenso que pode ser aplicada

    entre as bases.

    Tenso entre emissor e base 1 (Vb1e) a mxima tenso que pode

    ser aplicada entre esses dois terminais.

    Resistncia entre bases (Rbb) a resistncia existente entre os dois

    terminais de base.

    Corrente de pico de emissor (Ie) a corrente mxima que pode

    circular entre o emissor e a base 1 quando o transistor disparado.

    Razo intrnseca de afastamento ()

    Rbb = Rb1 + Rb2

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    a chamada razo intrnseca de afastamento, que nada mais

    do que o fator do divisor de tenso.

    A faixa tpica de variao de de 0,5 a 0,8. Por exemplo, o

    2N2646 tem um de 0,65. Se este UJT for usado com uma tenso de

    alimentao de 10 Volt

    V1 = x V

    V1 = 0,65 x 10

    V1 = 6,5V

    V1 a chamada tenso intrnseca de afastamento porque ela

    mantm o diodo emissor com polarizao inversa para todas as

    tenses aplicadas ao Emissor, inferiores a V1. Se V1 for igual a 6,5

    Volt, ento temos de aplicar um pouco 0,6V) do que os 6,5V para

    polarizar diretamente a juno PN e havermais ( conduo entre

    Emissor e a Base 1.

    1.4. Como testar o UJT com o multmetro

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    Medir a resistncia entre as duas bases (em qualquer sentido), o

    valor, tipicamente.medido deve estar entre 4 e 12 K;

    Colocar as pontas de prova entre o emissor e a base 1 devendo

    indicar o multmetro uma resistncia alta num sentido e uma

    resistncia baixa no sentido oposto (indicando o estado da juno

    PN).

    1.5. Oscilador com um transistor de unijuno Ao aplicarmos inicialmente a alimentao ao circuito o capacitor

    comea a = R x C). Assim que a tenso aos terminaiscarregar, atravs da

    resistncia R ( do condensador atinge o ponto de disparo do UJT a corrente

    sai pela base 1 passando por R1. Desta forma o capacitor descarrega e a sua

    tenso passa a ser inferior tenso necessria para disparar o UJT ficando

    este novamente ao corte, reiniciando-se novamente todo o ciclo.

    de notar que devido s suas posies R2 e R1 influenciam a

    prpria relao intrnseca do divisor de tenso interno do UJT, uma vez que

    R2 mais RB2 encontram-se acima da juno de Emissor, enquanto que R1

    e RB1 se encontram abaixo da mesma juno. Assim se R2 aumentar, a

    tenso necessria para disparar o UJT diminui (e vice-versa). Se R1

    aumentar a tenso de disparo do UJT tambm ter que aumentar. Se

    desejarmos uma freqncia baixa de oscilao, podemos aumentar o valor

    da capacidade do capacitor.

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    2. TIRISTOR O nome Tiristor engloba uma famlia de dispositivos semicondutores

    multicamadas, que operam em regime de chaveamento, tendo em comum

    uma estrutura de no mnimo quatro camadas semicondutoras numa

    seqncia P-N-P-N (trs junes semicondutoras), apresentando um

    comportamento funcional. Os tiristores permitem por meio da adequada

    ativao do terminal de controle, o chaveamento do estado de bloqueio

    para estado de conduo, sendo que alguns tiristores (mas no todos)

    permitem tambm o chaveamento do estado de conduo para estado de

    bloqueio, tambm pelo terminal de controle. Como exemplo de tiristores,

    podemos citar o SCR e o TRIAC. No caso do tiristor SCR este se

    assemelha a uma fechadura pelo fato da corrente poder fluir pelo

    dispositivo em um nico sentido, entrando pelo terminal de anodo e saindo

    pelo terminal de catodo. No entanto difere de um diodo porque mesmo

    quando o dispositivo est diretamente polarizado ele no consegue entrar

    em conduo enquanto no ocorrer a ativao do seu terminal de controle

    (terminal denominado porta, ou gate em ingls). Ao invs de usar um sinal

    de permanncia continua na porta (como nos TBJs e MOSFETs) como

    sinal de controle, os tiristores so comutados ao ligamento pela aplicao

    de um pulso ao terminal de porta, que normalmente pode ser de curta

  • 7

    durao. Uma vez comutado para o estado de ligado, o tiristor SCR

    permanecer por tempo indefinido neste estado enquanto o dispositivo

    estiver diretamente polarizado e a corrente de anodo se mantiver acima de

    um patamar mnimo.

    Para os SCRs, o sinal de controle um pulso de corrente, tiristores

    DB-GTO usam um pulso de tenso e os LASCRs um pulso de luz aplicado

    diretamente a juno do dispositivo por meio de fibra tica.

    A inveno do tiristor no fim dos anos 50 do sculo passado foi

    responsvel por um grande surto de evoluo tecnolgica da eletrnica de

    potncia, que se estendeu pelos anos 60 e propiciou no anos 70 o incio da

    implantao da eletrnica de potncia em escala industrial. A principal

    vantagem dos tiristores o controle de grande quantidade de energia. Essa

    caracterstica faz com que esses dispositivos sejam utilizados tanto no

    controle eletrnico de potncia quanto na converso de energia.

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    Os SCRs (Silicon Controlled Rectifier) so dispositivos

    semicondutores cuja condio de sentido direto comandvel atravs da

    aplicao de um pulso de corrente ao terminal de Porta (ou gate em ingls).

    A conduo, uma vez iniciada se mantm, mesmo na ausncia do sinal no

    terminal de porta, at que a corrente que o atravessa caia abaixo de um

    determinado valor, o qual denominamos de Corrente de Manuteno de

    Conduo, em ingls Holding Current (IH). Em sentido inverso, o SCR

    comporta-se como um diodo normal. Os SCR's so empregados em

    corrente alternada como retificadores controlados, e quando utilizados em

    corrente contnua comportam-se como chaves. O SCR apenas um tipo de

    tiristor, mas devido ao seu disseminado uso na indstria, muitas vezes os

    termos tiristor e SCR so confundidos. Os TRIAC's so dispositivos

    semicondutores comumente utilizados em comutao de corrente alternada.

    J os Diacs so dispositivos semicondutores de avalanche bidirecional,

    tambm da classe dos tiristores e de juno PNN. Possuem a propriedade

    de apresentarem muito alta impedncia, se a tenso entre seus dois

    terminais for mantida abaixo de uma tenso, chamada comumente de

    Tenso de Ruptura. Se esta tenso, geralmente em torno dos 30V, for

    ultrapassada, o Diac passa a conduzir corrente eltrica, com uma brusca

    queda da impedncia do mesmo. Os Diacs so geralmente utilizados como

    auxiliares de disparo em Triacs, em osciladores de relaxao.

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    2.1. SCRs SCR (do ingls Silicon Controlled Rectifier - Retificador Controlado

    de Silcio) um componente eletrnico semicondutor de quatro camadas.

    Composto, geralmente, por trs terminais, dois dos quais, denominados

    anodo (A) e catodo (K), formam um diodo bipolar, e o terceiro terminal,

    que usado para controle, denominado gatilho, atravs do qual se aplica

    um pulso que provoca o "disparo" do dispositivo.

    Quando o SCR opera como elemento retificador seu disparo ocorre

    geralmente em sincronismo com a forma de onda da CA que esta sendo

    retificada em um certo ngulo pr-determinado pelo projetista. Para a

    manuteno do SCR necessria uma corrente mnima, depois de

    disparado o SCR continua em conduo at que sua corrente se torne

    menor do que a corrente de manuteno, ocasionando seu desligamento.

    Quando no est em conduo, o SCR recebe toda a tenso da presente na

    entrada sobre si (entre os terminais de anodo e catodo) at que ocorra um

    novo disparo.

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    2.2. TRIACs Um TRIAC, ou Triode for Alternating Current um componente

    eletrnico equivalente a dois retificadores controlados de silcio

    (SCR/tiristores) ligados em antiparalelo e com o terminal de disparo gate

    ligados juntos. Este tipo de ligao resulta em uma chave electrnica

    bidirecional que pode conduzir a corrente eltrica nos dois sentidos. O

    TRIAC faz parte da famlia de tiristores.

    Um TRIAC pode ser disparado tanto por uma corrente positiva

    quanto negativa aplicada no terminal de disparo (gate). Uma vez disparado,

    o dispositivo continua a conduzir at que a corrente eltrica caia abaixo do

    valor de corte, como o valor da tenso final da metade do ciclo de uma

    corrente alternada. Isto torna o TRIAC um conveniente dispositivo de

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    controle para circuitos de corrente alternada ou C.A, que permite acionar

    grandes potncias com circuitos acionados por correntes da ordem de

    miliampere.

    Tambm podemos controlar o incio da conduo do dispositivo,

    aplicando um pulso em um ponto pr-determinado do ciclo de corrente

    alternada, o que permite controlar a percentagem do ciclo que estar

    alimentando a carga (tambm chamado de controle de fase).

    O TRIAC de baixa potncia utilizado em vrias aplicaes como

    controles de potncia para lmpadas dimmers, controles de velocidade para

    ventiladores entre outros. Contudo, quando usado com cargas indutivas,

    como motores eltricos, necessrio que se assegure que o TRIAC seja

    desligado corretamente, no final de cada semi-ciclo de alimentao eltrica.

    Para circuitos de maior potncia, podemos utilizar dois SCRs ligados em

    antiparalelo, o que garante que cada SCR estar controlando um semi-ciclo

    independente, no importando a natureza da carga geral.

  • 12

    2.3. DIACs O DIAC, ou DIode for Alternating Current, um gatilho

    bidirecional, ou diodo que conduz corrente apenas aps a tenso de disparo

    ser atingida, e pra de conduzir quando a corrente elctrica cai abaixo de

    um valor caracterstico, chamada de corrente de corte. Este comportamento

    o mesmo nas duas direces de conduo de corrente. A tenso de

    disparo por volta dos 30 volts para a maioria destes dispositivos. Este

    comportamento de certa forma similar, porm mais precisamente

    controlado e ocorrendo em menor valor, ao comportamento de uma

    lmpada de neon.

    O DIAC normalmente usado para disparar TRIACs e SCRs.

    Como um DIAC um gatilho bidirecional, seus terminais no so

    marcados como anodo ou catodo mas a maioria marcada como A1 ou

    MT1 e A2 ou MT2.

    Funciona da mesma maneira que dois diodos zener em srie, ligados

    de maneira invertida um em relao ao outro. Pode-se produzir um

    equivalente a um DIAC de 9V, por exemplo, ligando-se dois diodos zener

    de 9v em srie, catodo com catodo.

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    3. CIRCUITOS INTEGRADOS DEDICADOS Em eletrnica, um circuito integrado (tambm conhecido como CI,

    microcomputador, microchip, chip de silcio, chip ou chipe) um circuito

    eletrnico miniaturizado (composto principalmente por dispositivos

    semicondutores), que tem sido produzido na superfcie de um substrato fino

    de material semicondutor.

    Os circuitos integrados so usados em quase todos os equipamentos

    eletrnicos usados hoje e revolucionaram o mundo da eletrnica.

    Um circuito integrado hbrido um circuito eletrnico miniaturizado

    constitudo de dispositivos semicondutores individuais, bem como

    componentes passivos, ligados a um substrato ou placa de circuito.

    Circuitos integrados foram possveis por descobertas experimentais

    que mostraram que os dispositivos semicondutores poderiam desempenhar

    as funes de tubos de vcuo, e desde meados do sculo XX, pelos avanos

    da tecnologia na fabricao de dispositivos semicondutores. A integrao

    de um grande nmero de pequenos transistores em um chip pequeno foi

    uma enorme melhoria sobre o manual de montagem de circuitos com

    componentes eletrnicos discretos. A capacidade do circuito integrado de

    produo em massa, a confiabilidade e a construo de bloco de abordagem

  • 14

    para projeto de circuito assegurou a rpida adaptao de circuitos

    integrados padronizados no lugar de desenhos utilizando transstores

    pequenos.

    H duas principais vantagens de circuitos integrados sobre circuitos

    discretos: custo e desempenho. O custo baixo porque os chips, com todos

    os seus componentes, so impressos como uma unidade por fotolitografia:

    um puro cristal de silcio, chamada de substrato, que so colocados em uma

    cmara. Uma fina camada de dixido de silcio depositada sobre o

    substrato, seguida por outra camada qumica, chamada de resistir. Alm

    disso, muito menos material usado para construir um circuito como um

    circuitos integrados do que como um circuito discreto. O desempenho

    alto, visto que os componentes alternam rapidamente e consomem pouca

    energia (em comparao com os seus homlogos discretos) porque os

    componentes so pequenos e esto prximos. A partir de 2006, as reas de

    chips variam de poucos milmetros quadrados para cerca de 350 mm, com

    at 1 milho de transstores por mm.

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    Em eletrnica, um circuito integrado (tambm conhecido como CI,

    microcomputador, microchip, chip de silcio, chip ou chipe) um circuito

    eletrnico miniaturizado (composto principalmente por dispositivos

    semicondutores), que tem sido produzido na superfcie de um substrato fino

    de material semicondutor.

    Os circuitos integrados so usados em quase todos os equipamentos

    eletrnicos usados hoje e revolucionaram o mundo da eletrnica.

    Um circuito integrado hbrido um circuito eletrnico miniaturizado

    constitudo de dispositivos semicondutores individuais, bem como

    componentes passivos, ligados a um substrato ou placa de circuito.

    Circuitos integrados foram possveis por descobertas experimentais

    que mostraram que os dispositivos semicondutores poderiam desempenhar

    as funes de tubos de vcuo, e desde meados do sculo XX, pelos avanos

    da tecnologia na fabricao de dispositivos semicondutores. A integrao

    de um grande nmero de pequenos transistores em um chip pequeno foi

    uma enorme melhoria sobre o manual de montagem de circuitos com

    componentes eletrnicos discretos. A capacidade do circuito integrado de

    produo em massa, a confiabilidade e a construo de bloco de abordagem

    para projeto de circuito assegurou a rpida adaptao de circuitos

    integrados padronizados no lugar de desenhos utilizando transstores

    pequenos.

    H duas principais vantagens de circuitos integrados sobre circuitos

    discretos: custo e desempenho. O custo baixo porque os chips, com todos

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    os seus componentes, so impressos como uma unidade por fotolitografia:

    um puro cristal de silcio, chamada de substrato, que so colocados em uma

    cmara. Uma fina camada de dixido de silcio depositada sobre o

    substrato, seguida por outra camada qumica, chamada de resistir. Alm

    disso, muito menos material usado para construir um circuito como um

    circuitos integrados do que como um circuito discreto. O desempenho

    alto, visto que os componentes alternam rapidamente e consomem pouca

    energia (em comparao com os seus homlogos discretos) porque os

    componentes so pequenos e esto prximos. A partir de 2006, as reas de

    chips variam de poucos milmetros quadrados para cerca de 350 mm, com

    at 1 milho de transstores por mm.

    4. ELETRNICA DE POTNCIA Eletrnica de potncia a rea da eletrnica que se ocupa do

    processamento da energia eltrica visando obter maior eficincia (menores

    perdas nos processos de converso de energia) e qualidade (energia limpa

    em termos de impacto ambiental). Os mtodos empregados em eletrnica

    de potncia baseiam-se na utilizao de dispositivos semicondutores

    operados em regime de chaveamento para realizar o controle do fluxo de

    energia e a converso de formas de onda de tenses e correntes entre fontes

    e cargas.

  • 17

    Os componentes eletrnicos utilizados na eletrnica de potncia so

    normalmente operados apenas no modo de chaveamento (liga / desliga),

    sendo geralmente otimizados para este tipo de operao. A maioria deles

    no deve ser usada no modo de operao linear.

    O aparecimento da Eletrnica de Potncia proporcionou uma

    alternativa vantajosa para o processamento de energia, devido baixa perda

    de energia no chaveamento somada a pouca necessidade de manuteno

    das chaves semicondutoras.

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    A idia de se fazer converso de energia atravs do chaveamento

    surgiu nos anos 20 do sculo passado, mas durante as trs dcadas

    subseqentes teve pouca evoluo. Com a inveno do tiristor, ao fim dos

    anos 50, iniciou-se um grande surto de evoluo tecnolgica da eletrnica

    de potncia, que se estendeu pelos anos 60 e propiciou, nos anos 70, o

    nicio das implantao da eletrnica de potncia em escala industrial.

    As principais aplicaes da eletrnica de potncia so no

    acionamento de mquinas eltricas e cargas de grande potncia, em

    corrente contnua ou alternada, atravs do uso de tiristores e transistores de

    alta capacidade.

    Alm disso a eletrnica de potncia lida com o condicionamento da

    energia eltrica por meio circuitos eletrnicos denominados conversores

    estticos que permitem converter a energia eltrica de corrente alternada

    para corrente contnua e vice-versa.

    Dentre os equipamentos industriais dotados de eletrnica de potncia

    podemos citar as fontes chaveadas, os conversores de freqncia e

    dispositivos de partida suave (Soft-Starter) utilizados para controlar o

    funcionamento de motores eltricos.

    5. CIRCUITO RETIFICADOR Circuito retificador aquele que transforma um sinal de corrente

    alternada em corrente contnua, ou seja, impede que haja mudana de

    sentido de fluxo de corrente eltrica.

  • 19

    A energia eltrica disponvel atravs das redes de distribuio

    apresenta-se sob a forma de corrente alternada, pois esta a forma mais

    eficaz de transmisso a longas distncias, entre outros motivos. Entretanto,

    diversas aplicaes domsticas exigem o uso de corrente contnua, como

    por exemplo os aparelhos eletrnicos. necessrio, ento, um sistema que

    transforme de uma forma para outra.

    geralmente utilizado em projetos de fontes de alimentao CC.

    formado basicamente por elementos semicondutores, tais como

    diodos, SCR's e outros tiristores, utilizados em configuraes chamadas de

    retificador de meia onda e retificador de onda completa.

    6. CONVERSOR ESTTICO

  • 20

    O termo Conversor Esttico usado para designar genericamente

    circuitos de eletrnica de potncia que controlam o fluxo de potncia entre

    uma fonte de energia eltrica e um consumidor, operando na mudana do

    valor da tenso eltrica e / ou da forma de onda atual da fonte de energia

    por meio de uma seqncia de comutaes de interruptores estticos

    (chaves semicondutoras tais como transistor bipolar, MOSFET, tiristor

    SCR, GTO, ou semicondutores de potncia de tecnologia hbrida como os

    IGBT, MCT, IGCT, etc). Os circuitos retificadores controlados, circuitos

    choppers, circuitos inversores e conversores de fase so alguns exemplos

    de conversores estticos.

    Conversores estticos so dispositivos capazes de modificar as

    caractersticas da energia eltrica usada para alimentar uma determinada

    carga ou consumidor, utilizando para isso circuitos de eletrnica de

    potncia os quais so baseados em componentes semicondutores que

    operam em modo de comutao (operados como chaves), no qual o ciclo de

    trabalho, que a razo entre os tempos de conduo e de bloqueio das

    chaves semicondutoras, e, eventualmente tambm a freqncia, so

    alterado atravs da aplicao de sinais de controle, provendo assim uma

    eficiente regulao, por exemplo, da potncia de sada, fazendo

    compensaes em funo da demanda e das condies da carga.

    Uma aplicao clssica aquela na qual o conversor esttico, por

    meio de seus artifcios funcionais, fornece em sua sada, alimentao de

    energia para uma mquina eltrica (motor eltrico) de C.A. (corrente

  • 21

    alternada) trifsico, tambm denominado motor de induo, a partir da

    tomada de energia de uma rede eltrica de C.A. monofsica, oferecendo

    assim uma soluo de eficiente em custo-benefcio para situaes em que

    haja essa necessidade (ex.: mquinas de aplicao residncial, de micro-

    empresa e atividade rural, onde no existe facilidade ou infra-estrutura para

    obteno de uma rede C.A. trifsica), sem que seja preciso fazer

    modificao alguma na mquina eltrica.

    Os conversores estticos do tipo mencionado acima so denominados

    conversores de fase e existem em contraponto aos conversores rotativos,

    competindo comercialmente com estes, tendo os conversores estticos a

    vantagem de propiciar maior eficincia (menores perdas no processo de

    converso de energia) e qualidade (energia limpa em termos de impacto

    ambiental) e ainda serem de menor custo de relativo para aquisio e

    implantao, se comparados com conversores rotativos que sejam

    eqivalentes em termos de potncia eltrica.

    7. CONVERSOR DE FREQUNCIA Os conversores de frequncia, tambm conhecidos como inversores

    de frequncia, so dispositivos eletrnicos que convertem a tenso da rede

  • 22

    alternada senoidal, em tenso contnua e finalmente convertem esta ltima,

    em uma tenso de amplitude e frequncia variveis.

    A denominao Inversor ou Conversor bastante controversa, sendo

    que alguns fabricantes utilizam Inversor e outros Conversor. Inerentemente

    ao projeto bsico de um Conversor de Frequncia, teremos na entrada o

    bloco retificador, o circuito intermedirio composto de um banco de

    capacitores eletrolticos e circuitos de filtragem de alta frequncia e

    finalmente o bloco inversor, ou seja, o inversor na verdade um bloco

    composto de transistores IGBT, dentro do conversor. Na indstria

    entretanto, ambos os termos so imediatamente reconhecidos, fazendo

    aluso ao equipamento eletrnico de potncia que controla a velocidade ou

    torque de motores eltricos.

  • 23

    Eles so usados em motores eltricos de induo trifsicos para

    substituir os rsticos sistemas de variao de velocidades mecnicos, tais

    como polias e variadores hidrulicos, bem como os custosos motores de

    corrente contnua pelo conjunto motor assncrono e inversor, mais barato,

    de manuteno mais simples e reposio profusa.

    Os conversores de frequncia costumam tambm atuar como

    dispositivos de proteo para os mais variados problemas de rede eltrica

    que se pode ocorrer, como desbalanceamento entre fases, sobrecarga,

    queda de tenso, etc.

    Normalmente, os conversores so montados em painis eltricos,

    sendo um dispositivo utilizado em larga escala na automao industrial.

    Podem trabalhar em interfaces com computadores, centrais de comando, e

    conduzir, simultaneamente, dezenas de motores, dependendo do porte e

    tecnologia do dispositivo.

  • 24

    Os conversores costumam ser dimensionados mais precisamente,

    pela corrente do motor. O dimensionamento pela potncia do motor pode

    tambm ser feita, entretanto, a corrente a principal grandeza eltrica

    limitante no dimensionamento. Importante tambm notar outros aspectos

    da aplicao, durante o dimensionamento, como por exemplo, demanda de

    torque (constante ou quadrtico), preciso de controle, partidas e frenagens

    bruscas ou em intervalos curtos ou muito longos, regime de trabalho, e

    outros aspectos particulares de cada aplicao. Dentre os diversos

    fabricantes deste produto, temos uma vasta coleo de catlogos e normas,

    que devem sempre ser consultados.

    Quando o acionamento eltrico no exige variao da velocidade do

    motor, querendo-se apenas uma partida mais suave, de forma que limite-se

    a corrente de partida evitando assim quedas de tenso da rede de

    alimentao, costuma-se utilizar soft-starters.

    Os conversores de frequncia tem uma vasta aplicao na indstria

    de mquinas e processos em geral. Com a capacidade inerente de variar a

    velocidade de motores eltricos trifsicos de Corrente Alternada, permitem

    a aos projetistas, desenvolver mquinas que sem os mesmos, seriam

    praticamente impossveis de serem fabricadas.

    Os conversores de frequncia de ltima gerao, no somente

    controlam a velocidade do eixo de motores eltricos trifsicos de corrente

    alternada, como tambm, controlam outros parmetros inerentes ao motor

    eltrico, sendo que um deles, o controle de Torque.

  • 25

    Atravs da funcionalidade que os microprocessadores trouxeram, os

    conversores de frequncia hoje so dotados de poderosas CPUs ou placas

    de controle microprocessadas, que possibilitam uma infindvel variedade

    de mtodos de controle, expandindo e flexibilizando o uso dos mesmos.

    Cada fabricante consegue implementar sua prpria estratgia de controle,

    de modo a obter domnio total sobre o comportamento do eixo do motor

    eltrico, permitindo em muitos casos que motores eltricos trifsicos de

    corrente alternada, substiturem servo motores em muitas aplicaes. Os

    benefcios so diversos, como reduo no custo de desenvolvimento, custo

    dos sistemas de acionamento, custo de manuteno.

    Muitos conversores hoje, so dotados de opcionais que permitem

    implementar tcnicas de controle de movimento, manipulao de vrios

    eixos de acionamento, Posicionamento e Sincronismo de Velocidade ou

    Sincronismo de Posio.

    Modernas tcnicas de chaveamento da forma de onda de tenso e

    tambm da frequncia aplicada sobre o estator do motor eltrico, permitem

  • 26

    o controle com excelente preciso, sobre o eixo do motor. Uma das

    tcnicas mais conhecidas o PWM ou "Pulse Width Modulation". Tais

    tcnicas so sempre aliadas ao modelamento matemtico preciso do motor

    eltrico. Os conversores de ltima gerao, fazem medies precisas e

    estimativas dos parmetros eltricos do motor, de modo a obter os dados

    necessrios para o modelamento e consequente controle preciso do motor.

    Os Conversores de Frequncia, por serem dispositivos dotados

    comumente de uma ponte retificadora trifsica a diodos, ou seja, trata-se de

    cargas no lineares, geram harmnicas. Os fabricantes de conversores de

    frequncia disponibilizam filtros de harmnicas, alguns j integrados ao

    produto, outros opcionais. Existem vrias tcnicas para filtragem de

    harmnicas, que vo desde as mais simples e menos custosas, como

    indutores na barra DC ou indutores nas entradas do conversor, antes da

    ponte retificadora, passando pelos retificadores de 12 ou 18 diodos ou

    pulsos, utilizando transformadores defasadores at chegar aos filtros ativos

    ou retificadores a IGBT, para diminuio ou at mesmo eliminao das

    harmnicas tanto de corrente quanto de tenso eltrica.

    8. SOFT-STARTER Soft-Starter um dispositivo eletrnico composto de pontes de

    tiristores (SCRs na configurao antiparalelo) acionadas por uma placa

    eletrnica, a fim de controlar a tenso de partida de motores de corrente

    alternada trifsicos. Seu uso comum em bombas centrfugas, ventiladores

    e motores de elevada potncia cuja aplicao no exija a variao de

    velocidade.

    A soft-starter controla a tenso sobre o motor atravs do circuito de

    potncia , constitudo por seis SCRs, variando o ngulo de disparo dos

    mesmos e consequentemente variando a tenso eficaz aplicada ao motor.

  • 27

    Assim, pode-se controlar a corrente de partida do motor, proporcionando

    uma "partida suave" (soft start em ingls), de forma a no provocar quedas

    de tenso eltrica bruscas na rede de alimentao, como ocorre em partidas

    diretas.

    Costumam usar a tecnologia chamada by-pass a qual, aps o motor

    partir e receber toda a tenso da rede, liga-se um contator que substitui os

    mdulos de tiristores, evitando sobreaquecimento dos mesmos.

    9. FONTE CHAVEADAS Uma fonte chaveada (em lngua inglesa switched-mode power supply

    (SMPS)), uma unidade de fonte de alimentao eletrnica que incorpora

    um regulador chaveado, ou seja; um circuito controlador interno que

    chaveia a corrente, ligando e desligando rapidamente, de forma a manter

    uma tenso de sada estabilizada. Reguladores chaveados so utilizados

    para substituio de reguladores lineares mais simples, quando uma

    eficincia maior, menor tamanho e maior leveza so requiridos. Eles,

    entretanto, so mais complexos e mais caros, e o chaveamento da corrente

    pode causar problemas de rudo (tanto eletromagntico quanto sonoro) se

    no forem cuidadosamente suprimidos, e projetos simples podem ter baixo

    fator de potncia.

  • 28

    Vista interna de uma Fonte Chaveada ATX comum em

    computadores.

    A - retificador em ponte;

    B - capacitores de filtro de entrada;

    C transformador;

    D - indutores de filtro de sada;

    E - capacitores de filtro de sada;

    As fontes chaveadas podem ser classificadas de acordo com a forma

    de onda da tenso de entrada e de sada conforme segue:

    Entrada CA, sada CC: retificador

    Entrada CC, sada CC: conversor de tenso, ou conversor de corrente

    ou conversor CC/CC

    Entrada CA, sada CA: Conversor de freqncia, cicloconversor

    Entrada CC, sada CA: inversor

    Sendo que CA e CC correspondem, respectivamente, s abreviaes

    de corrente alternada e corrente contnua.

    9.1. Fonte chaveada comparada com fonte linear Duas principais fontes de alimentao so disponveis: fonte

    chaveada e a fonte linear. As razes para a escolha de um tipo ou outra

    pode ser resumida como segue abaixo:

    Tamanho e peso. Fontes de alimentao linear utilizam um

    tranformador operando na freqncia de 50/60 Hz e filtros de linha.

    Esses componentes so maiores e mais pesados que os

    correspondentes ao de uma fonte chaveada, que opera em alta

    freqncias.

    Eficincia. Fontes lineares regulam sua tenso de sada criando uma

    tenso mais alta que a necessria e ento reduzindo-a, convertendo

  • 29

    parte dessa energia eltrica em calor. Essa perda numa parte

    necessria para o funcionamento do circuito e no pode ser

    eliminada para melhoria do projeto. Fontes chaveadas no criam

    tenses maiores que a necessria e apenas pequenas quantidades de

    energia so dissipadas.

    Potncia dissipada. Esta determinada pele eficincia supracitada.

    Fontes lineares produzem muito mais calor do que as chaveadas.

    Complexidade. Fontes lineares so simples o suficiente para serem

    projetadas por iniciantes. Fontes chaveadas so complicadas, difcil

    de projet-las, e o grande nmero de componentes faz com que seja

    mais cara para mont-la e para repar-la.

    Rudo. Existe o chaveamento da corrente em fontes chaveadas que

    contm energia em altas freqncias ao contrrio das fontes lineares.

    Isto devido ao seu oscilador interno operando em torno de 60kHz.

    Essa energia em alta freqncia, na faixa de RF (rdio freqncia),

    facilmente irradia induo eletromagntica aos equipamentos

    prximos, ou como as ondas de rdio em longas distncias, causam

    interferncia. Por isso, deve-se tomar cuidado para eliminar essa

    energia na fonte atravs de filtros e um bom projeto eletrnico, e/ou

    cont-las atravs de blindagem.Existe tambm o problema do rudo

    sonoro, j que por questes de tamanho fontes chaveadas costumam

    usar ventoinhas e ventiladores para resfriar os dissipadores de calor,

    que seriam bem maiores se assim no o fossem ( obs: um outro tipo

    de rudo o som do chaveamento de alta frequncia da fonte, fora da

    faixa audvel humana, e que normalmente no incomoda).

    Fator de potncia. Se a corrente utilizada por uma carga, tal como

    uma fonte chaveada, retirada de uma fonte CA no for senoidal e/ou

    fora de fase com forma de onda da rede, ento o fator de potncia

  • 30

    ser menor que o unitrio, diminuindo a eficincia e a capacidade da

    linha de transmisso consideravelmente. As mais simples e mais

    comuns fontes chaveadas possuem fator de potncia em torno de 0,6

    e seu uso crescente em microcomputadores e lmpadas fluorescentes

    compactas apresenta um problema em ascenso. Os circuitos de

    correo de fator de potncia podem reduzir este problema, sendo

    obrigados por normas em certos pases.

    Risco de choque eltrico. Uma fonte chaveada simples trabalha em

    seus circuitos de entrada diretamente ligada a rede eltrica sem

    isolao, diferente de uma fonte linear que usa fusveis e fios

    isolados antes do transformador, com menor risco de choque. Por

    isso o perigo para quem repara ou eventuais curiosos que retiram a

    tampa das fontes. Choques, mesmos pequenos, podem ser perigosos

    a vida. Observe que alguns tipos de fontes chaveada mantm a carga

    em seus capacitores, mesmo depois de desligadas da rede eltrica, ou

    seja; voc pode levar um choque carregando uma placa dessas sem a

    tampa na mo, algo que gira em torno de 300 volts!