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Apostila Sistema Imunologico

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Sistema imunológico

Introdução Dentro do nosso corpo há um impressionante mecanismo de proteção, chamado sistema imunológico. Ele foi elaborado para defendê-lo de milhões de bactérias, micróbios, vírus, toxinas e parasitas que adorariam invadir nosso corpo. Para compreender o poder do sistema imunológico, tudo o que você precisa fazer é olhar o que acontece quando qualquer coisa morre. Isso pode parecer grosseiro, mas mostra algo muito importante sobre o seu sistema imunológico. Quando alguma coisa morre, nosso sistema imunológico (junto com todo o resto) é desativado. Em uma questão de horas, o corpo é invadido por todo tipo de bactérias, micróbios, parasitas... Nenhuma dessas coisas é capaz de entrar quando o sistema imunológico está funcionando, mas no momento em que ele pára a porta fica escancarada. Quando morremos, leva apenas algumas semanas para que esses organismos destruam completamente nosso corpo e o levem embora, ficando apenas o esqueleto. Obviamente, o sistema imunológico está fazendo algo impressionante para impedir que toda essa destruição aconteça - enquanto estamos vivos. O sistema imunológico é complexo, conexo e interessante. E há pelo menos duas boas razões para você saber mais sobre ele. Primeiro, é simplesmente fascinante compreender de onde vêm coisas como febre, urticária, inflamação etc. Você também escuta bastante sobre o sistema imunológico nos noticiários à medida que novas partes dele são compreendidas e novas drogas são lançadas - saber sobre o sistema imunológico torna essas notícias compreensíveis. Vamos dar uma olhada em como o sistema imunológico funciona de modo que possamos entender o que ele está fazendo por nós a cada dia, assim como o que ele não está fazendo.   Sistema imunológico O sistema imunológico funciona 24 horas por dia e age de modos diferentes, porém trabalha quase sem ser notado. Só notamos nosso sistema imunológico quando ele falha por alguma razão ou, quando ele faz alguma coisa que produz um efeito colateral que podemos ver ou sentir. Aqui estão vários exemplos:

quando você se corta, vários tipos de bactérias e vírus entram no seu corpo através da abertura na pele. Quando entra uma farpa na sua pele você fica com a lasca de madeira, que é um corpo estranho, dentro do seu corpo. Seu sistema imunológico responde e elimina os invasores enquanto a pele cicatriza e sela o corte. Em casos raros o sistema imunológico falha e o corte infecciona. Ele inflama e fica cheio de pus. A inflamação e o pus são efeitos colaterais do sistema imunológico fazendo o seu trabalho;

  quando um mosquito pica você, o local fica inchado, vermelho e coçando. Esse também é um sinal visível do seu sistema

imunológico trabalhando;

todo os dias você inala milhares de germes (bactérias e vírus) que estão flutuando no ar. Seu sistema imunológico lida com todos eles sem problemas. Ocasionalmente, um germe passa pelo sistema imunológico e você pode pegar um resfriado, ficar gripado ou algo pior. São sinais visíveis de que o seu sistema imunológico não conseguiu deter o germe. O fato de você sarar do resfriado ou gripe é outro sinal visível, agora, de que seu sistema imunológico foi capaz de eliminar o invasor depois de tomar conhecimento dele. Se o seu sistema imunológico não fizesse nada, você jamais conseguiria se ver livre de um resfriado ou de outro problema;

  todos os dias você come centenas de germes e, mais uma vez, a maioria deles morre na saliva ou nos ácidos do

estômago. Ocasionalmente, um escapa e causa intoxicação alimentar. Há, normalmente, um efeito bastante visível dessa falha do sistema imunológico: vômito e diarréia são dois dos sintomas mais comuns;

há também muitos tipos de doenças que são causadas pelo sistema imunológico trabalhando de modo inesperado ou incorreto, causando problemas. Por exemplo, algumas pessoas têm alergias. Alergias são, na verdade, o sistema imunológico reagindo de forma exagerada a certos estímulos aos quais as outras pessoas nem reagem. Algumas pessoas têm diabetes, que é causada pelo ataque inapropriado do sistema imunológico às células do pâncreas, destruindo-as. Algumas pessoas têm artrite reumatóide, que é causada pelo sistema imunológico quando este ataca inapropriadamente as articulações. Muitas doenças são causadas por um erro do sistema imunológico;

  finalmente, às vezes, lembramos do sistema imunológico porque ele nos impede de fazer coisas que poderiam ser

benéficas. Por exemplo, os transplantes de órgãos são muito mais difíceis do que deveriam ser porque o sistema imunológico geralmente rejeita o órgão transplantado.

  Noções básicas do sistema imunológico O que significa quando alguém diz "não estou me sentindo bem hoje"? O que é uma doença? Compreendendo os diferentes tipos de doença é possível saber quais delas o sistema imunológico ajuda a combater. Quando você "fica doente", o corpo não é capaz de funcionar da mesma forma que funciona normalmente. Existem diversos modos de ficar doente, alguns deles são:

lesão mecânica - quando um osso quebra ou um ligamento rompe, você fica "doente" (seu corpo não é capaz de desempenhar todo o seu potencial). A causa do problema é algo fácil de compreender e é visível.

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 deficiência de vitaminas ou minerais - quando o seu corpo não obtém vitamina D suficiente, ele não é capaz de metabolizar cálcio da maneira correta e você fica com uma doença chamada raquitismo. Pessoas com raquitismo têm ossos fracos e deformidades porque eles não crescem apropriadamente. A falta de vitamina C provoca o escorbuto, que causa inchaço e sangramento das gengivas, edema das articulações e ferimentos. A falta de ferro leva à anemia, e assim por diante.  lesão dos órgãos - em alguns casos, um órgão fica lesado ou enfraquecido. Por exemplo, uma forma de "doença cardíaca" é causada pela obstrução dos vasos condutores de sangue que vão para o músculo cardíaco, de modo que o coração não recebe sangue suficiente. A cirrose é causada pelo dano às células do fígado (uma das causas é o consumo excessivo de álcool).  doença genética - uma doença genética é causada por um erro na codificação do DNA, fazendo com que certas proteínas sejam produzidas em excesso ou menos do que o necessário, e isso causa problemas celulares. Um exemplo de problema genético é o albinismo, que é causado pela falta de uma enzima chamada tirosinase. A falta dessa enzima faz com que o corpo não produza melanina, o pigmento natural que dá cor aos cabelos, olhos e o bronzeado. Devido à falta de melanina, pessoas com esse problema genético são extremamente sensíveis aos raios UV da luz solar.  câncer - ocasionalmente uma célula se modifica de uma maneira que faz com que se reproduza descontroladamente. Quando as células chamadas melanócitos, na pele, são lesadas pela radiação ultravioleta, elas se modificam de um modo característico transformando-se em uma forma cancerosa de célula. O câncer que aparece como tumor na pele é chamado de melanoma (veja Como funciona o bronzeado e a queimadura de Sol para mais informações).

Infecção viral ou bacteriana Quando um vírus ou bactéria (conhecidos genericamente como germes) invade o seu corpo e se reproduz, normalmente causa problemas. Geralmente, a presença do germe produz algum efeito colateral que faz com que você fique doente. Por exemplo, as bactérias estreptocócicas (Streptococcus) liberam uma toxina que causa a inflamação da sua garganta. O vírus da pólio libera toxinas que destróem as células nervosas (geralmente levando à paralisia). Algumas bactérias são benignas ou benéficas (por exemplo, todos nós temos milhões de bactérias no intestino e elas ajudam a digerir a comida), mas muitas são perigosas quando entram no corpo ou na corrente sangüínea. As infecções virais e bacterianas são, de longe, a causa mais comum de enfermidade para a maioria das pessoas. Elas causam doenças como resfriados, gripe, sarampo, caxumba, malária, AIDS, etc. A tarefa do sistema imunológico é proteger o corpo de infecções. Sua ação ocorre de 3 maneiras diferentes:

O sistema imune cria uma barreira que impede que as bactérias e vírus entrem no seu corpo. Se uma bactéria ou vírus entra no corpo, o sistema imunológico tenta detectá-lo e eliminá-lo antes que se aloje e se

reproduza. Se um vírus ou bactéria se reproduz e começa a causar problemas, seu sistema imunológico é responsável por eliminá-lo.

O sistema imunológico é responsável por outras tarefas importantes. Ele pode detectar o câncer nos estágios iniciais e, em muitos casos, eliminá-lo.

Componentes do sistema imunológico Uma das coisas engraçadas sobre o sistema imunológico é que ele passa a vida inteira trabalhando, porém, pouco sabemos a seu respeito. Dentro do seu tórax existe um órgão chamado "coração". Quem não sabe que tem um coração? Também temos pulmões, um fígado e rins. Mas, você já ouviu alguma vez falar sobre o timo? Há uma boa chance de você nem mesmo saber que tem um timo, e contudo, ele está aí dentro do seu tórax, perto do coração. Existem outras partes do sistema imunológico que são igualmente obscuras, portanto, vamos começar aprendendo sobre cada uma delas. A parte mais óbvia do sistema imunológico é a que você pode ver. Por exemplo, a pele é uma parte importante do sistema imunológico. Age como fronteira primária entre os germes e o seu corpo. Uma parte da função da sua pele é agir como barreira, de um modo bem parecido com a maneira que envolvemos a comida com plástico para protegê-la. A pele é resistente e, geralmente, impermeável a bactérias e vírus. A pele também secreta substâncias antibacterianas. Essas substâncias explicam o porquê você não acorda de manhã com uma camada de fungo sobre a pele: a maioria das bactérias e esporos que aterrisam ali morrem rapidamente. O nariz, a boca e os olhos são também pontos de entrada óbvios para os germes. As lágrimas e o muco contêm uma enzima (lisozima) que destrói a parede celular de muitas bactérias. A saliva também é antibacteriana. Como as vias nasais e os pulmões são revestidos de muco, muitos germes que não são mortos imediatamente ficam presos no muco e logo são engolidos. Os mastócitos também cobrem as vias nasais, garganta, pulmões e pele. Qualquer bactéria ou vírus que queira entrar no seu corpo precisa primeiro passar por essas defesas. Uma vez dentro do corpo, o germe enfrenta o sistema imunológico em um nível diferente. Os principais componentes do sistema imunológico são:

timo baço sistema linfático medula óssea células sangüíneas brancas anticorpos sistema complemento hormônios

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Sistema linfático O sistema linfático é uma rede complexa de órgãos linfóides, linfonodos, ductos linfáticos, tecidos linfáticos, capilares linfáticos e vasos linfáticos que produzem e transportam o fluido linfático (linfa) dos tecidos para o sistema circulatório. O sistema linfático é um importante componente do sistema imunológico, pois colabora com glóbulos brancos para proteção contra bactérias e vírus invasores. O sistema linfático possui três funções interrelacionadas: (1) remoção dos fluidos em excesso dos tecidos corporais, (2) absorção dos ácidos graxos e transporte subsequente da gordura para o sistema circulatório e, (3) produção de células imunes (como linfócitos, monócitos e células produtoras de anticorpos conhecidas como plasmócitos). A linfa é um líquido transparente e esbranquiçado, levemente amarelado ou rosado, alcalino e de sabor salgado, constituído essencialmente pelo plasma sanguíneo, proteínas e por glóbulos brancos. A linfa é transportada pelos vasos linfáticos em sentido unidirecional e filtrada nos linfonodos (também conhecidos como nódulos linfáticos ou gânglios linfáticos). Após a filtragem, é lançada no sangue, desembocando nas grandes veias torácicas. Os vasos linfáticos têm a função de drenar o excesso de líquido que sai do sangue e banha as células. Esse excesso de líquido que circula nos vasos linfáticos e é devolvido ao sangue chama-se linfa. Circulação linfática A circulação linfática é responsável pela absorção de detritos e macromoléculas que as células produzem durante seu metabolismo, ou que não conseguem ser captadas pelo sistema sanguíneo. O sistema linfático coleta a linfa por difusão pelos capilares linfáticos e a retorna para dentro do sistema circulatório. Uma vez dentro do sistema linfático, o fluido é chamado de linfa e tem sempre a mesma composição que o fluido intersticial. Produzida pelo excesso de líquido que sai dos capilares sanguíneos ao espaço intersticial ou intercelular, sendo recolhida pelos capilares linfáticos que drenam aos vasos linfáticos mais grossos até convergir em condutos que se esvaziam nas veias subclávias. A linfa percorre o sistema linfático graças a débeis contrações dos músculos, da pulsação das artérias próximas e do movimento das extremidades. Se um vaso sofre uma obstrução, o líquido se acumula na zona afetada, produzindo-se um inchaço denominado edema. Pode conter microorganismos que, ao passar pelo filtros dos linfonodos (gânglios linfáticos) e baço são eliminados. Por isso, durante certas infecções pode-se sentir dor e inchaço nos gânglios linfáticos do pescoço, axila ou virilha, conhecidos popularmente como "íngua".

O sistema linfático humano Ao contrário do sangue, que é impulsionado através dos vasos através da força do coração, o sistema linfático não é um sistema fechado e não tem uma bomba central. A linfa depende exclusivamente da ação de agentes externos para poder circular. A linfa move-se lentamente e sob baixa pressão devido principalmente à compressão provocada pelos movimentos dos músculos esqueléticos que pressiona o fluido através dele. A contração rítmica das paredes dos vasos também ajuda o fluido através dos capilares linfático. Este fluido é então transportado progressivamente para vasos linfáticos maiores acumulando-se no ducto linfático direito (para a linfa da parte direita superior do corpo) e no duto torácico (para o resto do corpo); estes dutos desembocam no sistema circulatório na veia subclaviana esquerda e a direita. A linfa segue desta forma em direção ao abdome, onde será filtrada e eliminará as toxinas com a urina e fezes. Ao caminharmos, os músculos da perna comprimem os vasos linfáticos, deslocando a linfa em seu interior. Outros movimentos corporais também deslocam a linfa, tais como a respiração, atividade intestinal e compressões externas, como a massagem. Permanecer por longos tempos parado em uma só posição faz com que a linfa tenha a tendência a se acumular nos pés, por influência da gravidade, causando inchaço.

Timo O timo fica dentro do seu tórax, entre o esterno e o coração. É responsável pela produção de células T (veja a próxima seção) e é extremamente importante para os recém-nascidos - sem o timo o sistema imunológico entra em colapso e o bebê morre. O timo é menos importante para os adultos - se for preciso removê-lo o adulto sobreviverá porque outras partes do sistema imunológico conseguem lidar com a sobrecarga. Contudo, o timo é importante para a maturação das células T (como veremos na seção sobre as células sangüíneas brancas). BaçoO baço filtra o sangue em busca de células estranhas (procura também células vermelhas velhas que precisam ser substituídas). Uma pessoa que perde o baço fica doente com mais freqüência.

Medula ósseaA medula óssea produz novas células sangüíneas, tanto vermelhas quanto brancas. As células vermelhas são formadas na medula e depois entram na corrente sangüínea. As células brancas amadurecem em algum outro lugar. A medula produz todas as células sangüíneas a partir de células tronco. São chamadas de "células tronco" porque podem transformar-se em tipos específicos de células sangüíneas - são precursoras de diferentes tipos de células.

AnticorposOs anticorpos (também chamados de imunoglobulinas e gamaglobulinas) são produzidos pelas células brancas. Eles são proteínas em forma de Y e cada um responde a um antígeno específico (bactéria, vírus ou toxina). Cada anticorpo tem uma região especial (nas pontas dos dois ramos do Y) que é sensível a um antígeno específico e se liga a ele de alguma maneira. Quando um anticorpo se liga a uma toxina, passa a chamar-se antitoxina. A ligação inibe, normalmente, a ação química da toxina. Quando um

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anticorpo se liga ao revestimento externo de uma partícula de vírus ou à parede celular de uma bactéria, interrompe sua ação ou pode se ligar ao invasor e sinalizar para o sistema complemento que tal invasor precisa ser removido.

Tipos de anticorpos: Imunoglobulina A (IgA) :

Representa 15-20% das imunoglobulinas do soro humano A IgA é a imunoglobulina predominante em secreções: saliva, lágrima, leite, mucosas do trato gastrointestinal, trato respiratório e genitourinário. O principal papel da IgA é proteger o organismo da invasão viral ou bacteriana através das mucosas.

Imunoglobulina D (IgD) Está presente no soro em concentrações muito baixas. É encontrada na superfície de muitos linfócitos assim como IgM, onde provavelmente serve como receptor de antígeno. A função dela não está muito bem definida

Imunoglobulina E (IgE) Está presente no soro em baixas concentrações. Tem um papel importante na imunidade ativa contra parasitas helmintos, atraindo os eosinófilos. Cinqüenta por cento dos pacientes com doenças alérgicas tem altos níveis de IgE. Os anticorpos da classe IgE são responsáveis pelos fenômeno anafiláticos em várias espécies, e particulamente no homem.

Imunoglobulina G (IgG) É uma imunoglobulina que perfaz 80% das imunoglobulinas do organismo. Esta igualmente distribuída nos compartimentos extracelulares e é a única que atravessa a placenta. É o anticorpo principal nas resposta imunes secundárias e a única classe antitoxinas.

Imunoglobulina M (IgM) Perfaz aproximandamente 10% do conjunto de imunoglobulinas. A IgM é encontrada principalmente no intravascular, sendo uma classe de anticorpos "precoces" (são produzidas agudamente nas fases agudas iniciais das doenças que desencadeiam resposta humoral).

Sistema complemento O sistema complemento, assim como os anticorpos, são uma série de proteínas. Há milhões de anticorpos diferentes na sua corrente sanguínea, cada um sensível a um antígeno específico. As proteínas no sistema complemento circulam livremente no sangue e são fabricados no fígado. As proteínas deste sistema são ativadas pelos anticorpos e trabalham com eles (os complementam), por isso o nome. Elas causam a lise (destruição) das células e sinalizam para os fagócitos que uma célula precisa ser removida.

Hormônios Existem vários hormônios gerados pelos componentes do sistema imunológico. Esses hormônios são conhecidos como linfocinas. Sabe-se também que certos hormônios do corpo causam a supressão do sistema imunológico. Os esteróides e corticosteróides suprimem o sistema imunológico. A timosina (produzida pelo timo) é um hormônio que encoraja a produção de linfócitos (um linfócito é um tipo de célula sangüínea branca - veja abaixo). As interleucinas são outro tipo de hormônio gerado pelas células brancas. Por exemplo, a interleucina-1 é produzida por macrófagos depois que eles fagocitam e digerem uma célula estranha. A IL-1 tem um efeito colateral interessante - quando atinge o hipotálamo ela produz febre e fadiga. Sabe-se, também, que a temperatura elevada na febre mata algumas bactérias.

Fator de necrose tumoralO fator de necrose tumoral (FNT) é produzido pelos macrófagos. Ele destrói células tumorais e cria novos vasos sangüíneos sendo, assim, importante para a cicatrização.

InterferonO interferon inibe os vírus e é produzido pela maioria das células do corpo. Os interferons, assim como os anticorpos e complementos, são proteínas, e sua tarefa é deixar que as células se comuniquem umas com as outras. Quando uma célula detecta o interferon em outras células, ela produz proteínas que ajudam a impedir que o vírus se reproduza.   Células sangüíneas brancas Você sabe que existem "células vermelhas" e "células brancas" no sangue. As células sangüíneas são, na verdade, várias células diferentes que trabalham juntas para destruir bactérias e vírus e, por este motivo, são muito importantes para o sistema imunológico. Aqui estão todos os tipos, nomes e classificações das células brancas que estão trabalhando dentro do seu corpo neste momento:

LeucócitosAprender todos esses nomes diferentes e a função de cada tipo de célula requer um certo esforço, mas fará com que você compreenda um pouco melhor os artigos científicos. Fizemos um pequeno resumo dos diferentes tipos de células. Todas as células sangüíneas brancas são conhecidas oficialmente como leucócitos. Elas não são como as células normais do corpo. Na verdade, agem como organismos vivos independentes e unicelulares capazes de se moverem e capturarem coisas por conta própria. As células brancas se comportam, de certo modo, como amebas em seus movimentos e são capazes de absorver

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outras células e bactérias. Algumas delas não podem se dividir e reproduzir por conta própria, porém, são produzidas pela medula óssea.

Os leucócitos são divididos em 3 classes: granulócitos - os granulócitos constituem 50 a 60% de todos os leucócitos. Dividem-se em três classes: neutrófilos,

eosinófilos e basófilos. Eles têm esse nome porque contêm grânulos com diferentes substâncias químicas, dependendo do tipo de célula;

  linfócitos - os linfócitos constituem 30 a 40% de todos os leucócitos. Os linfócitos se dividem em dois subtipos

principais: células B (aquelas que amadurecem dentro da medula óssea) e células T (aquelas que amadurecem no timo);  

monócitos - os monócitos constituem até 7% de todos os leucócitos. Os monócitos se transformam em macrófagos. Todas as células sangüíneas brancas começam na medula óssea como células tronco. As células tronco são células genéricas que podem se transformar em muitos tipos diferentes de leucócitos à medida que amadurecem. Por exemplo, é possível pegar um camundongo, irradiá-lo para incapacitar sua medula óssea de produzir novas células sangüíneas, e então injetar células tronco na corrente sangüínea. As células tronco se dividirão e se transformarão em todos os tipos diferentes de células sangüíneas brancas. Um "transplante de medula óssea" é simples: injeta células tronco de um doador dentro da corrente sangüínea. As células tronco encontram seu caminho, de forma quase mágica, para dentro da medula e fazem dela seu lar.   Papéis diferentesCada tipo diferente de célula sangüínea branca tem um papel especial no sistema imunológico, e muitas são capazes de se transformar de modos diferentes. As descrições a seguir ajudam a compreender os papéis das diferentes células.

Neutrófilos - são a forma mais comum de célula sangüínea branca que você tem no corpo. A medula óssea produz trilhões deles a cada dia e os libera na corrente sangüínea, mas eles têm vida curta - geralmente vivem menos de um dia. Uma vez na corrente sangüínea os neutrófilos podem passar através das paredes capilares para dentro dos tecidos. Os neutrófilos são atraídos por qualquer material estranho, inflamação ou bactéria. Se você é espetado por uma farpa ou se corta, os neutrófilos serão atraídos por um processo chamado quimiotaxia, muitos organismos unicelulares usam esse mesmo processo. A quimiotaxia deixa as células móveis se deslocarem em direção às concentrações mais altas de uma substância química. Assim que o neutrófilo encontra uma partícula estranha ou uma bactéria, ele a absorve e libera enzimas como o peróxido de hidrogênio e outras substâncias químicas dos seus grânulos para matar as bactérias. Em um local onde haja uma infecção grave (onde muitas bactérias se reproduziram na área), forma-se pus. O pus é feito de neutrófilos mortos e outros resíduos celulares.   Eosinófilos e basófilos - são menos comuns do que os neutrófilos. Os eosinófilos eliminam os parasitas da pele e dos pulmões, enquanto que os basófilos (junto com os mastócitos) liberam a histamina para causar a inflamação. Do ponto de vista do sistema imunológico a inflamação é uma coisa boa. Ela traz para o local mais sangue e dilata as paredes dos capilares para que mais células do sistema imunológico possam chegar ao local da infecção.   Macrófagos - são as maiores (e daí o nome "macro") de todas as células sangüíneas. Os monócitos são liberados pela medula óssea, circulam na corrente sangüínea, entram no tecido e se transformam em macrófagos. A maior parte dos tecidos do corpo tem seus próprios macrófagos. Os macrófagos alveolares vivem nos pulmões e os mantêm limpos (ingerindo partículas estranhas como fumaça e poeira) e livres de doenças (ingerindo bactérias e micróbios). Os macrófagos são chamados de células de Langerhans quando vivem na pele. Os macrófagos também circulam livremente. Uma das suas tarefas é remover neutrófilos mortos, os macrófagos limpam o pus, por exemplo, como parte do processo de regeneração.   Linfócitos - eliminam a maior parte das infecções bacterianas e virais que apanhamos. Os linfócitos têm origem na medula óssea. Aqueles destinados a se transformar em células B se desenvolvem na medula óssea antes de entrar na corrente sangüínea. As células T começam a se formar na medula, mas migram através da corrente sangüínea para o timo e amadurecem lá. As células T e B são geralmente encontradas na corrente sangüínea mas tendem a se concentrar em tecidos linfáticos tais como os nódulos linfáticos, timo e baço. Há também uma boa quantidade de tecido linfático no sistema digestivo. As células B e  T têm funções diferentes.   Células B - quando estimuladas, amadurecem como células plasmáticas que são as células que produzem os anticorpos. Uma célula B específica é direcionada para um germe específico e quando o germe está presente no corpo a célula B clona-se e produz milhões de anticorpos para eliminar o germe.   Células T - por outro lado, vão realmente para cima das células e as matam. Conhecidas como células T killer podem detectar células do corpo que estejam alojando vírus e, quando isso acontece, matam essas células. Dois outros tipos de células T, conhecidas como células T helper e supressora, ajudam a ativar as células T killer e controlam a resposta imunológica.  

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