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Programa Certif icao Interna em Conhecimentos
RESPONSABILIDADESOCIOAMBIENTAL (RSA)
E DESENVOLVIMENTOREGIONAL SUSTENTVEL
(DRS)
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Braslia, novembro de 2008
RESPONSABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL (RSA) EDESENVOLVIMENTO REGIONALSUSTENTVEL (DRS)
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1. Contextualizao..................................................................................................................... 11
1.1. Histrico evolutivo de RSA ................................................................................................. 13
Atividades humanas e impactos socioambientais .............................................................. 13
1.2. Conceitos ........................................................................................................................... 15
Sustentabilidade caminhos para a construo de um conceito ...................................... 15
Desenvolvimento sustentvel ............................................................................................ 18
Responsabilidade socioambiental ...................................................................................... 25
2. RSA no mundo empresarial e no setor nanceiro............................................................... 29
2.1. RSA no mundo empresarial ............................................................................................... 31RSA Empresarial no Brasil ................................................................................................. 33
2.2. RSA nas instituies financeiras ........................................................................................ 36
Risco socioambiental ......................................................................................................... 36
2.3. Novos desafios e tendncias ............................................................................................. 40
3. RSA no Banco do Brasil ......................................................................................................... 43
3.1. Histrico ............................................................................................................................. 45
3.2. Conceito e carta de princpios de RSA do BB .................................................................... 45
3.3. RSA na estratgia corporativa ............................................................................................ 48
3.4. Principais compromissos pblicos do BB com a sustentabilidade ..................................... 52
Protocolo Verde .................................................................................................................. 52Pacto Global ....................................................................................................................... 53
Pacto pela Erradicao do Trabalho Escravo .................................................................... 54
Princpios do Equador ........................................................................................................ 54
Agenda 21 Empresarial ...................................................................................................... 55
4. Gesto da RSA no BB............................................................................................................. 57
4.1. Ferramentas de avaliao e monitoramento ...................................................................... 59
Plano Diretor (BSC Balanced Scorecard) ....................................................................... 59
Acordo de Trabalho ATB Perspectiva Sociedade......................................................... 59
GRS Gerenciador de Recursos Sociais .......................................................................... 594.2. Prestao de contas em sustentabilidade .......................................................................... 60
Relatrios do BB ................................................................................................................ 60
GRI Global Report Initiative ............................................................................................ 60
Modelo Ibase ...................................................................................................................... 61
5. RSA na prtica: Agenda 21 do BB ......................................................................................... 65
5.1. Negocios com foco no desenvolvimento sustentvel ......................................................... 67
Estratgia Desenvolvimento Regional Sustentvel ........................................................... 68
Produtos e servios socioambientais ................................................................................. 68
5.2. Prticas administrativas e negociais com RSA .................................................................. 71
Relaes com pblico interno ............................................................................................ 71Relaes com pblico externo ........................................................................................... 74
Ecoeficincia ...................................................................................................................... 76
SUMRIO
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5.3 Investimento social privado ................................................................................................. 77
Cidadania empresarial ....................................................................................................... 77
Programa Voluntariado ...................................................................................................... 78
6. Estratgia Negocial de Desenvolvimento Regional Sustentvel........................................ 81
6.1 Histrico ............................................................................................................................. 836.2 Desenvolvimento territorial ................................................................................................. 86
6.3. Desenvolvimento regional sustentvel ............................................................................... 88
Desenvolvimento sustentvel como estratgia .................................................................. 90
6.4 Documentos estratgicos ................................................................................................... 91
7. Vises da EstratgiaDRS....................................................................................................... 93
7.1. Viso negocial .................................................................................................................... 95
7.2 Viso de futuro ................................................................................................................... 97
7.3 Viso de abrangncia......................................................................................................... 98
7.4 Viso de cadeira de valor ................................................................................................... 100
7.5 Viso participativa .............................................................................................................. 103
8. Pilares da Sustentabilidade..................................................................................................... 105
8.1 Pilar econmico .................................................................................................................. 107
Vocaes e potencialidades ............................................................................................... 108
Anlise de mercado ........................................................................................................... 108
Oportunidades negociais ................................................................................................... 108
8.2. Pilar ambiental .................................................................................................................... 109
Legislao ambiental ......................................................................................................... 110
Educao ambiental ........................................................................................................... 113
Uso racional dos recursos ambientais ............................................................................... 114Oportunidades negociais ................................................................................................... 115
8.3 Pilar social .......................................................................................................................... 116
Agenda 21 Local ................................................................................................................ 118
Diversidade cultural ............................................................................................................ 119
Associativismo e cooperativismo ....................................................................................... 120
Oportunidades negociais ................................................................................................... 123
9. Alianas, Parcerias e Redes de Cooperao........................................................................ 125
9.1. Conceitos ........................................................................................................................... 127
9.2. Concertao ....................................................................................................................... 130
9.3. Atores sociais ..................................................................................................................... 131
Empresas, governos, organizaes da sociedade civil e outras entidades que atuam
com viso de RSA .............................................................................................................. 132
Papis institucionais ........................................................................................................... 133
Pactos e compromissos ..................................................................................................... 134
9.4. Dinmicas sociais: lideranas, legitimidade e poder .......................................................... 135
10. Metodologia da Estratgia DRS ............................................................................................ 137
10.1. Noes de projeto - um apoio metodologia .................................................................. 139
Conceito .......................................................................................................................... 139
Elaborao ...................................................................................................................... 140
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10.2 Etapas da metodogia DRS .............................................................................................. 143
Sensibilizao e capacitao .......................................................................................... 144
Escolha de atividades produtivas .................................................................................... 145
Equipe de trabalho DRS .................................................................................................. 147
Diagnstico DRS ............................................................................................................. 148
Plano de Negcios DRS .................................................................................................. 149Anlises e pareceres ....................................................................................................... 150
Implementao ................................................................................................................ 152
Monitoramento e avaliao ............................................................................................. 152
10.3. Outras metodologias para o desenvolvimento sustentvel ............................................. 153
11. Gesto da Estratgia DRS ..................................................................................................... 159
11.1. Normativos ...................................................................................................................... 161
11.2. Conhecimentos e atuao ............................................................................................... 161
11.3. DRS integrado ................................................................................................................. 163
11.4. Acordo de trabalho .......................................................................................................... 165
11.5. Ferramentas: aplicativos ATB, ORC, DRS ...................................................................... 166
Referncias ................................................................................................................................... 169
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Reconhecer os princpios e conceitos de responsa-bilidade socioambiental (RSA) e a Estratgia de De-senvolvimento Regional Sustentvel (DRS) adota-dos pelo Banco do Brasil e suas implicaes para a
sustentabilidade dos negcios e o desenvolvimentosustentvel do pas.
OBJETIVO GERAL
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Espera-se que ao final do estudo deste tema voc possa:
Descrever a evoluo histrica do conceito de sustentabilidade.
Conceituar desenvolvimento sustentvel.
Definir a Agenda 21 e seus desdobramentos (global, nacional, locais,empresariais).
Identificar, na Agenda 21, o compromisso em prol da
sustentabilidade. Conceituar responsabilidade socioambiental.
Relacionar os fundamentos tericos da sustentabilidade com osprincpios da responsabilidade socioambiental.
CONTEXTUALIZAO
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1.1. HISTRICO EVOLUTIVO DE RSA
Para conceituarmos responsabilidade socioambiental a resposta empresa-
rial para a sustentabilidade dos negcios, do planeta, dos pases e das comu-
nidades locais , percorreremos alguns fatos histricos que nos ajudaro a
compreender o mundo em que vivemos hoje.
Atividades humanas e impactos socioambientais
Desde o tempo das cavernas, a humanidade, para sobreviver, precisou trans-
formar a natureza. No incio, praticava uma economia de subsistncia, explo-
rando o seu territrio para satisfazer as suas necessidades bsicas: colhia
os frutos das rvores, pescava os peixes dos rios e caava os animais dafloresta.
Em 8.000 a.C., inventou a agricultura e comeou a criar animais. A partir des-
sas tarefas sentiu a necessidade de se fixar num determinado lugar, geral-
mente s margens de rios e lagos. Abandonou as cavernas e passou a cons-
truir sua prpria moradia. Surgiram as primeiras comunidades organizadas:
as aldeias.
Nessa fase, a humanidade comeou a influenciar o equilbrio dos ecossis-
temas1. A descoberta do plantio como nova fonte de alimento desencadeou
um crescimento populacional que ocasionou a conquista de novas reas de
floresta para o cultivo.
Quando a produo de alimentos foi maior do que as necessidades das an-
tigas aldeias, surgiu o comrcio. Supe-se que nesse momento apareceram
tambm as noes de propriedade e de produto excedente.
As aldeias transformaram-se em cidades e a riqueza originada do trabalho
sobre a terra incentivou o aparecimento do trabalho artesanal. O comrcio se
intensificou, dada a existncia de excedentes na agricultura, na criao de
animais, no artesanato, e passou a operar mediado pela moeda.
E se anteriormente a produo girava em torno do consumo do dia-a-dia das
1 Ecossistema: conjunto de relacionamentos entre um determinado ambiente e os organismos que nele habitam(fauna, flora, microorganismos, minerais, etc.). Na abordagem holstica, outro componente do ecossistema acultura humana.
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famlias, agora atendia queles que tinham dinheiro para comprar o exceden-
te de quem produzia.
No decorrer do sculo XV, surgem os estados nacionais e o que antes era
pensado em nvel local, passa a ser considerado em um patamar mais com-
plexo. O rei deixa de ser uma figura emblemtica e passa a governar com o
suporte financeiro da burguesia nascente.
Manter uma nao exige mais recursos e esse ser um dos fatores que impul-
sionar pases como Portugal e Espanha a buscar novas rotas para expanso
comercial. Nesse movimento, terminam por estabelecer colnias em reas
que hoje formam os pases da Amrica do Sul.
Esse processo de colonizao estabelecido pelos pases europeus teve um
carter de explorao das reservas naturais e ocasionou a extino de di-
versas civilizaes nativas. As matrias-primas extradas das colnias eram
transformadas em capital, mas no em capital localmente aproveitado.
Depois de alguns sculos em que a colonizao dos novos mundos desco-
bertos gerou riquezas substanciais para as metrpoles europias e com o
emprego da Cincia produo, chegamos Revoluo Industrial.
Na segunda metade do sculo XVIII, um conjunto de grandes transformaes
ocorreu no modo de produo ingls, que at ento era apenas artesanal e
manufatureiro. O ritmo das mudanas foi vertiginoso, afetou todo o mundo, e
se tornou conhecido como a primeira Revoluo Industrial, que pode ser ca-
racterizada pela substituio:
das ferramentas pelas mquinas;
da energia humana pela energia motriz inicialmente o vapor; do modo de produo domstico pela produo em fbricas.
A produo nas fbricas alterou a relao da humanidade com o produto do
seu trabalho, intensificou a explorao dos bens naturais e ocasionou o au-
mento da populao em grandes centros industriais.
No final do sculo XIX, a utilizao da energia eltrica e do motor a combusto
proporcionou a segunda Revoluo Industrial do mundo, o que gerou aumen-
to de produtividade seguido de impactos sociais e ambientais, sem considerar
alteraes no equilbrio do ecossistema planetrio.
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O sculo XX intensificou o modelo de desenvolvimento criado a partir da Re-
voluo Industrial. Surgiu uma nova lgica, via diferenciao de produtos para
atender a um mercado de consumo cada vez maior e mais exigente.
Uma caracterstica marcante do novo modo de produo a diminuio da
vida til dos bens que, com a rapidez do surgimento de novas tecnologias, tor-
nam-se rapidamente obsoletos. Conseqentemente, verifica-se um aumento
expressivo da produo de resduos2, sem o tratamento adequado para reab-
soro pela natureza.
Chegamos ao incio do sculo XXI com o seguinte cenrio:
avano econmico expressivo;
concentrao de riquezas nas mos de poucos; crescimento demogrfico desmedido;
destruio do patrimnio ecolgico mundial;
mudanas significativas nas relaes de trabalho;
estmulo ao consumo inconseqente;
diminuio da mortalidade infantil;
aumento da expectativa de vida;
avanos tecnolgicos;
polticas ambientais de preservao do planeta.
1.2. CONCEITOS
Sustentabilidade caminhos para a construo de um conceito
Ao longo da histria da humanidade, as preocupaes com o processo de de-
senvolvimento e a degradao do meio ambiente sempre estiveram presen-tes. Embora a idia dos recursos naturais serem considerados inesgotveis
por grande parte dos propulsores do desenvolvimento, vrios pensadores
perceberam o conflito entre progresso e meio ambiente.
2 Resduo: qualquer material considerado intil e/ou sem valor, gerado pela atividade humana, e que precisa sereliminado. Podem ser: industriais, domsticos, hospitalares, comerciais ou agrcolas. Muitos resduos podem serreutilizados, por meio da reciclagem, desde que adequadamente tratados, gerando fonte de emprego e renda, almde contribuir contra a poluio ambiental. Outros, porm, no podem ser reutilizados de nenhuma forma, como, porexemplo, o lixo hospitalar ou nuclear.
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1972: um marco
A dcada de 70 foi marcada pela criao de diversas organizaes interna-
cionais com o objetivo de discutir os problemas ambientais em mbito mun-
dial e dos primeiros movimentos ambientalistas organizados. Tambm se
registrou o comeo da preocupao ambiental por parte do sistema poltico
governos e partidos.
Em 1972, o Clube de Roma3 publicou o estudo Os Limites do Crescimento,
com a seguinte concluso: mantidos os mesmos nveis de industrializao,
poluio, produo de alimentos e explorao dos recursos naturais vigentes
na poca, o limite de desenvolvimento do planeta seria atingido, no mximo,
em 100 anos, provocando uma repentina diminuio da populao mundial eda capacidade industrial.
No mesmo ano, representantes de 113 pases se reuniram na Conferncia
das Naes Unidas sobre o Ambiente Humano ou Conferncia de Estocol-
mo, na Sucia. Esse encontro teve como objetivo definir princpios comuns
de preservao e de melhoria do meio ambiente humano entre os 113 pases
participantes.
Desse evento resultou a Declarao de Estocolmosobre o Meio Ambiente
Humano. Seus princpios constituram o primeiro conjunto de soft laws (leis
internacionais apenas intencionais, sem aplicao obrigatria) para questes
ambientais internacionais, que inspiraram vrias iniciativas, desde polticas e
estratgias governamentais at projetos e intervenes de organizaes no-
governamentais (ONG).
Veja no Quadro 1 os Princpios da Declarao de Estocolmo.
3 O Clube de Roma foi fundado em 1968. Instigados pelo economista e industrial Aurlio Peccei, trinta especialis-tas de diversas reas reuniram-se para debater a crise e o futuro da humanidade. O Clube de Roma foi pioneirono caminho para a conscincia internacional dos graves problemas mundiais.
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1. Os direitos humanos devem ser defendidos; o apartheide o colo-nialismo devem ser condenados.
2. Os recursos naturais devem ser preservados.3. A capacidade da Terra de produzir recursos renovveis deve ser
mantida.4. A fauna e a flora silvestres devem ser preservadas.5. Os recursos no-renovveis devem ser compartilhados, no esgo-
tados.6. A poluio no deve exceder capacidade do meio ambiente de
neutraliz-la.
7. A poluio danosa aos oceanos deve ser evitada.8. O desenvolvimento necessrio melhoria do meio ambiente.9. Os pases em desenvolvimento requerem ajuda.10. Os pases em desenvolvimento necessitam de preos justos para
as suas exportaes, para que realizem a gesto do meio ambien-te.
11. As polticas ambientais no devem comprometer o desenvolvimen-to.
12. Os pases em desenvolvimento necessitam de recursos para de-senvolver medidas de proteo ambiental.
13. necessrio estabelecer um planejamento integrado para o de-
senvolvimento.14. Um planejamento racional deve resolver conflitos entre meio am-
biente e desenvolvimento.15. Assentamentos humanos devem ser planejados de forma a elimi-
nar problemas ambientais.16. Os governos devem planejar suas prprias polticas populacionais
de maneira adequada.17. As instituies nacionais devem planejar o desenvolvimento dos
recursos naturais dos Estados.18. A cincia e a tecnologia devem ser usadas para melhorar o meio
ambiente.19. A educao ambiental essencial.20. Deve-se promover pesquisas ambientais, principalmente em pa-
ses em desenvolvimento.21. Os Estados podem explorar seus recursos como quiserem, desde
que no causem danos a outros.22. Os Estados que sofrerem danos dessa forma devem ser indeniza-
dos.23. Cada pas deve estabelecer suas prprias normas.24. Deve haver cooperao em questes internacionais.25. Organizaes internacionais devem ajudar a melhorar o meio am-
biente.26. Armas de destruio em massa devem ser eliminadas.
Fonte: IBAMA, 2007.
Quadro 1
Princpios da Declarao de Estocolmo (1972)
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UNIVERSIDADE CORPORATIVA BB
Ainda em 1972, por recomendao da Conferncia de Estocolmo, foi criado
o Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) para ao
e coordenao de questes ambientais no mbito das Organizaes das Na-
es Unidas - ONU.
A misso do PNUMA prover liderana e encorajar parcerias no cuidado com
o ambiente, inspirando, informando e capacitando naes e povos a aumen-
tar sua qualidade de vida sem comprometer a das futuras geraes (ONU,
2007).
Desenvolvimento sustentvel
A dcada de 80: denindo o desenvolvimento sustentvel
Na dcada de 80, intensificaram-se, ainda mais, os debates sobre as ques-
tes sociais e ambientais, com nfase nos aspectos sociais.
Lidar com a pobreza tornou-se um desafio fundamental, uma vez que o cresci-
mento populacional nos pases em desenvolvimento no s continuou como,
tambm, um nmero cada vez maior de pessoas carentes passou a residir emcentros urbanos, comprometendo a infra-estrutura fsica das cidades.
Essa dcada tambm presenciou uma srie de desastres ambientais como,
por exemplo, o vazamento de gases letais na ndia, o desastre nuclear em
Chernobyl, o derramamento de milhes de litros de petrleo no Alasca. Esses
acontecimentos alertaram os estudiosos sobre a necessidade de repensar o
modo de tratar o planeta e seus ecossistemas, ressaltando a irresponsabilida-
de e a fragilidade humana.
Em 1982, como a interdependncia entre o meio ambiente e o desenvolvi-
mento se tornava cada vez mais bvia, a Assemblia Geral das Naes Uni-
das adotou a Carta Mundial da Natureza, divulgando o princpio segundo o
qual cada forma de vida nica e deve ser respeitada, independentemente de
seu valor para a humanidade.
Esse documento tambm chamou a ateno para a importncia de compre-
endermos nossa dependncia em relao aos ecossistemas naturais e para
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a necessidade de controlarmos a explorao danosa do ambiente pelo ser
humano.
Esses e outros eventos confirmaram que:
as questes ambientais so sistmicas;
lidar com elas requer a adoo de estratgias e aes integradas em
longo prazo e a participao de todos os pases e de todos os membros
da sociedade.
Em 1983, o PNUMA criou a Comisso Mundial sobre Meio Ambiente e Desen-
volvimento (CMMAD), tambm conhecida como Comisso Brundtland, com o
objetivo de reexaminar os problemas crticos do meio ambiente e do desen-
volvimento do planeta e formular propostas realistas para solucion-los.
Em 1985, foram publicadas, pela primeira vez, as medies relativas ao tama-
nho do buraco na camada de oznio, realizadas por pesquisadores britnicos,
causando surpresa tanto para os representantes do campo cientfico quanto
para o poltico.
Em 1987, como resultado da Assemblia Geral das Naes Unidas, o relat-
rio Nosso Futuro Comum, que ficou conhecido como Relatrio Brundtland,traduziu as preocupaes com o meio ambiente que j se instalavam na so-
ciedade. Nele foi expresso, pela primeira vez, o seguinte conceito de desen-
volvimento sustentvel utilizado at os dias atuais:
Desenvolvimento sustentvel aquele que satisfaz as necessidades presen-
tes, sem comprometer a capacidade das geraes futuras de suprir suas pr-
prias necessidades.
Mais que um conceito, o termo desenvolvimento sustentvel um desafio
lanado humanidade, pois sua busca requer um sistema:
poltico que assegure a efetiva participao dos cidados no processo
decisrio;
econmico capaz de gerar excedentes e know howtcnico em bases
confiveis e constantes;
social que possa resolver as tenses causadas por um desenvolvi-
mento no equilibrado;
produtivo que respeite a obrigao de preservar a base ecolgica do
desenvolvimento;
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tecnolgico que busque constantemente novas solues;
internacional que estimule padres sustentveis de comrcio e finan-
ciamento;
administrativo flexvel e capaz de se autocorrigir.
A sustentabilidade do desenvolvimento implica uma mudana nas relaes
econmicas, poltico-sociais, culturais e ecolgicas, nos nveis local e global.
Desse modo, o processo de desenvolvimento sustentvel compatibiliza trs
dimenses intrnsecas_a conservao ambiental, a incluso social e o cres-
cimento econmico_articuladas a partir da diversidade cultural.
Veja no esquema a seguir essas trs dimenses (Figura 1).
Figura 1
Dimenses do Desenvolvimento Sustentvel
Economicamentevivel
Diversidadecultural
Ambientalmente
correto
Socialmente
justo
Ento, sustentabilidade a propriedade de um processo continuar existindo
no tempo, conservando qualidade e autonomia na sua manuteno, interagin-
do com todas as suas dimenses sem privilegiar uma em detrimento da outra.
Na perspectiva do desenvolvimento, esse processo deve ocorrer sustentando
a vida da espcie humana e das demais que habitam o planeta, desde que
isso assegure Terra continuar a sua trajetria com garantia da integridadeplanetria.
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UNIVERSIDADE CORPORATIVA BB
Os anos 90: Rio-92 e Agenda 21
O movimento de resistncia s catstrofes ambientais dos anos 80, agregado
conscincia emergente do agravamento da pobreza e da fome no mundo,
exerceu forte presso para que se realizasse a Conferncia das Naes Uni-
das para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD).
Essa conferncia, tambm conhecida como Cpula da Terra, Eco-92 ou Rio-
92, ocorreu no Rio de Janeiro, em junho de 1992, com representantes de 179
pases e considerada a maior reunio do gnero j realizada.
Embora o conceito de desenvolvimento sustentvel tenha sido divulgado em
1987, no Relatrio Brundtland, que o reconheceu oficialmente e declarou omeio ambiente como um autntico limite de crescimento, somente na Eco-92
esse termo foi consolidado.
Nesse evento foram estabelecidas, pela primeira vez, as bases para alcanar
o desenvolvimento sustentvel em escala global, fixando-se direitos e obriga-
es, individuais e coletivos, no mbito do meio ambiente e desenvolvimento.
Os documentos oficiais aprovados foram: Agenda 21, Declarao do Rio deJaneiro sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, Conveno sobre Mu-
danas Climticas e Declarao de Princpios sobre Florestas.
A Agenda 21 Global se destaca como um guia, uma agenda de trabalho para
o sculo XXI, visando a promoo de aes que integrem o crescimento eco-
nmico, a justia social e a proteo ao meio ambiente.
A Agenda 21 no apenas um documento. Nem um receiturio mgico, com
frmulas para resolver todos os problemas ambientais e sociais. um processo
de participao em que a sociedade, os governos, os setores econmicos e
sociais sentam-se mesa para diagnosticar os problemas, entender os con-
flitos envolvidos e pactuar formas de resolv-los, de modo a construir o que
tem sido chamado de sustentabilidade ampliada e progressiva (Novaes, 2003).
Como desdobramento da Agenda 21 Global, o Brasil, assim como outras na-
es, tambm elaborou a sua Agenda 21. Esse processo, que aconteceu de
1996 a 2002, teve o envolvimento de cerca de quarenta mil pessoas de todo
o pas.
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PROGRAMACERTIFICAOINTERNAEMCONHECIMENTOS2
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A Agenda 21 Brasileira um compromisso da sociedade em termos de esco-
lha de cenrios futuros sobre o papel ambiental, econmico, social e poltico,
contendo as seguintes reas temticas:
agricultura sustentvel;
cidades sustentveis;
cincia e tecnologia para o desenvolvimento sustentvel;
gesto dos recursos naturais;
infra-estrutura e integrao regional;
reduo das desigualdades sociais.
Como desdobramento dos compromissos estabelecidos na Agenda 21, pode
ser criada a Agenda 21 Local, em diversos nveis: num estado, num muni-
cpio, num bairro, numa escola ou mesmo numa empresa, como veremos notpico que aborda a Agenda 21 do BB.
O novo milnio
Iniciamos os anos 2000 com nmeros estarrecedores:
mais de um bilho de pessoas no mundo vivem com menos de um dlar
por dia;
cerca de 2,7 bilhes lutam para sobreviver com menos de dois dlarespor dia;
a cada ano, morrem onze milhes de crianas, a maioria das quais com
menos de cinco anos;
mais de seis milhes morrem devido a causas totalmente evitveis como
a malria, a diarria e a pneumonia.
Em setembro de 2000, a partir da urgncia de se fazer algo a respeito desse
grave quadro social, a ONU promoveu a Cpula do Milnio, em que lderesde 189 pases firmaram um pacto, cujo foco principal foi o compromisso de
combater a pobreza e a fome no mundo.
Desse pacto, nasceu a Declarao do Milnio, documento que estabelece
como prioridade eliminar a extrema pobreza e a fome do mundo at 2015.
Foram acordados oito objetivos, chamados Objetivos de Desenvolvimento do
Milnio, cada qual com suas metas e indicadores (Figura 2).
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Figura 2
Objetivos de Desenvolvimento do Milnio
Fonte: Disponvel em
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A mudana necessria
Dada a gravidade dos problemas ambientais e sociais, faz-se necessrio
construir novos padres de relacionamento, em todas as nossas reas de
atuao. preciso mudar: seja na famlia, no lazer, no trabalho, seja na inte-
rao com a natureza.
Embora o esforo individual seja o elemento catalisador desse processo, a
mudana deve traduzir-se e concretizar-se coletivamente.
Na base desse novo padro de relacionamento est a tica, palavra que tem
origem no vocbulo grego ethos que significa o modo de ser, o carter. E uma
conduta tica antes de tudo uma tomada de posio, uma atitude.
Os nossos comportamentos so construdos social e historicamente por meio
das relaes estabelecidas no nosso ambiente durante a vida. Em perodos
de transformaes profundas da sociedade, como o que vivenciamos agora,
certamente ocorrero transformaes dos valores ticos vigentes.
Nas empresas essas transformaes ganham espao. At pouco tempo, se
uma empresa ao se estabelecer em determinado local derrubasse parte damata nativa, desalojasse pessoas, construsse instalaes que comprovada-
mente trouxessem problemas de sade para a populao com possvel au-
mento da poluio ambiental, mas tivesse a perspectiva de trazer emprego e
crescimento para a comunidade, no s no estaria enfrentando um dilema
tico como tambm seria aplaudida pela comunidade local e poderia, inclusi-
ve, obter financiamento nacional e internacional.
E o que aconteceria hoje em dia?
No estaria essa mesma opinio baseada numa nova tica de respeito ao
meio ambiente, aos direitos humanos, participao na e da comunidade,
na conquista da cidadania, na busca do desenvolvimento sustentvel, que se
firma a cada dia?
Nas relaes desse novo paradigma urgente o repensar de nossas condu-
tas diante do outro, desses diferentes outros em que ns nos reconhecemos,
ou no, tendo em vista a diversidade humana.
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A revitalizao e a melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida de todos
passa pela incluso com justia social e ambiental dos seres vivos, humanos
ou no, em toda a sua diversidade.
Em 2004, no IV Frum de Autoridades Locais para a Incluso Social de Porto
Alegre, foi instituda a Agenda 21 da Cultura. O documento proclama a diver-
sidade cultural como necessidade social bsica. Logo, a diversidade cultural
relevante no debate do desenvolvimento sustentvel, como veremos mais
adiante.
Em todo o mundo, o patrimnio cultural deve ser considerado um fator inte-
grante do modelo de desenvolvimento sustentvel, ou seja, seu uso no deve
comprometer a habilidade das futuras geraes de satisfazerem as suas ne-cessidades.
Responsabilidade socioambiental
A sustentabilidade no mundo empresarial
At o final da dcada de 80, o xito da administrao de um negcio era
avaliado exclusivamente pelo seu balano patrimonial, um retrato esttico dagerao de valor para os acionistas. Sob essa viso os nicos pblicos rele-
vantes para a gesto de uma empresa eram os acionistas e os clientes.
Entretanto, a reduo da participao do Estado na economia e a conseqen-
te restrio de sua capacidade de gesto das questes sociais passam a
conferir ao setor privado parte dessa responsabilidade.
Alm disso, as empresas constatam que, para garantirem o crescimento deseus negcios, necessitam se envolver diretamente com a educao e o bem-
estar social de sua fora de trabalho, atividades essas antes de responsabili-
dade nica do Estado.
Esse diagnstico introduz nos sistemas de gesto empresarial o mapeamento
dos pblicos de relacionamento ou stakeholders4 e fomenta o desenvolvi-
mento de planos de ao para administrar de forma eficiente as necessidades
desses atores.
4Stakeholders compreendem os segmentos que influenciam ou so influenciados pelas aes da empresa: acionis-tas, clientes, fornecedores, governo, funcionrios, prestadores de servio, comunidade e meio ambiente.
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Surge um conceito formal de responsabilidade empresarial, que inclui, nos p-
blicos de relacionamento, funcionrios, prestadores de servio, fornecedores,
comunidade, governo e meio ambiente.
Essa viso exige repensar o planejamento estratgico das empresas, direcio-
nando parte do valor agregado para esses pblicos.
A crescente discusso sobre o tema responsabilidade empresarial indica que
no s o setor privado deveria incorporar esse novo formato de planejamento
e de gesto. Empresas estatais ou de capital misto com foco e desempenho si-
milar ao do setor privado tambm deveriam atualizar sua forma de administrar.
Paralelamente a essa discusso, a ampliao da conscincia ambiental, frutoda constatao da crescente reduo de disponibilidade de recursos natu-
rais, precipita uma demanda cada vez maior por transparncia em relao ao
impacto ambiental do mundo empresarial e, por conseqncia, por medidas
minimizadoras desse impacto.
A noo de cidadania e os direitos coletivos foram redefinidos e ganharam
novas formas de expresso, tendo como principal agente a sociedade civil
organizada5
.
A fuso desses dois novos elementos estratgicos - o social e o ambiental
surge como evoluo natural, uma vez que potenciais riscos ambientais em
sua grande maioria podem representar ameaas diretas a ecossistemas, bem
como a comunidades deles dependentes.
No possvel avaliar impactos ambientais adversos, sem questionar as suas
conseqncias sociais. Da mesma forma, a correta gesto ambiental repre-sentar um valor agregado para grande parte dos pblicos de relacionamento
de qualquer negcio.
No novo contexto, a busca da excelncia pelas empresas precisa ter como
objetivos a qualidade nas relaes e a sustentabilidade nos negcios consi-
derando os aspectos econmicos, sociais e ambientais.
5 Sociedade civil organizada: associaes e organizaes no governamentais, geralmente voltadas defesa dapromoo social e proteo ambiental.
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Assim, chegamos ao conceito de responsabilidade socioambiental (RSA),
tambm denominado pelo Instituto Ethos6 como responsabilidade social em-
presarial (RSE).
a forma de gesto que se define pela relao tica e transparente da empresa
com todos os pblicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de
metas empresariais compatveis com o desenvolvimento sustentvel da socie-
dade, preservando recursos ambientais e culturais para as geraes futuras,
respeitando a diversidade e promovendo a reduo das desigualdades sociais
(INSTITUTO ETHOS, 2007).
6 O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social uma organizao no-governamental criada com amisso de mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negcios de forma socialmente responsvel,tornando-as parceiras na construo de uma sociedade sustentvel e justa.
E qual a diferena entre os conceitos de RSA e de filantropia empresarial?
Filantropia empresarial , basicamente, uma ao social externa da empresa,
que tem como beneficiria principal a comunidade em suas diversas formas
conselhos comunitrios, organizaes no-governamentais, associaes
comunitrias.
Por sua vez, responsabilidade socioambiental um conceito mais amplo, fo-
cado na cadeia de negcios da empresa e que engloba preocupaes com
um pblico de relacionamento maior, cujas demandas e necessidades a em-
presa deve buscar entender e incorporar aos negcios.
Portanto, a filantropia empresarial est contida no conceito de responsabilida-
de socioambiental, mas est longe de esgot-lo, pois se a filantropia envolve
a relao entre empresa e comunidade, a responsabilidade socioambiental,
alm da comunidade, tambm diz respeito a uma relao tica da empresa
com os seus pblicos de relacionamento.
Veja alguns pontos fundamentais para a atuao de uma empresa socioam-bientalmente responsvel:
zelar para que seus produtos e servios, alm de atenderem s expec-
tativas dos clientes, dos colaboradores e dos acionistas, no agridam o
meio ambiente ou a sade de seus consumidores;
evitar, em sua produo, o consumo descontrolado e exagerado de re-
cursos naturais e a explorao da mo-de-obra infantil ou forada;
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valorizar os seus trabalhadores e colaboradores, inclusive com polticas
de eqidade de gnero e de incluso de pessoas com deficincia no
mundo do trabalho;
incentivar parceiros e fornecedores a assumirem compromissos socio-
ambientais;
relacionar-se com a concorrncia tendo presente a lealdade na competi-
o.
Desse modo, a organizao desperta para a necessidade de se engajar, junto
com os demais atores sociais7 sociedade civil, governos, outras empresas
, na busca de solues em prol do desenvolvimento sustentvel das comu-
nidades onde atua, tanto em funo da sua responsabilidade como membro
dessas comunidades, quanto em funo da sade de seus negcios.
Portanto, falar em sustentabilidade no meio empresarial falar na gerao
de negcios em um mundo cada vez mais exigente, com pessoas que se
conscientizam de que o planeta precisa ser conservado e de que necessria
mais justia social e que o respeito diversidade cultural parte fundamental
nas aes de desenvolvimento e implementao dos negcios.
7 Atores sociais: algum (pessoa, classe social, grupo) que representa, que encarna um papel dentro de um enre-do, de uma trama de relaes. Um determinado indivduo um ator social quando ele representa algo para umasociedade (para o grupo, a classe, o pas), encarna uma idia, uma reivindicao, um projeto, uma promessa, umadenuncia (SOUZA, 2004).
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Espera-se que ao final do estudo deste tema voc possa:
Apontar os avanos do movimento de responsabilidadesocioambiental no meio empresarial em geral e no setor financeiroem particular.
Exemplificar aes com RSA desenvolvidas no mundo empresarial eno setor financeiro.
Identificar oportunidades de negcios a partir das aes com RSA.
RSA NOMUNDOEMPRESARIALENOSETORFINANCEIRO
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2.1. RSA NO MUNDO EMPRESARIAL
Um marco na discusso sobre responsabilidade socioambiental foi o desafio
lanado pelo Secretrio-Geral das Naes Unidas, Kofi A. Annan. Por oca-
sio do Frum Econmico Mundial, realizado em Davos, em 31 de janeiro de
1999, Kofi Annan exortou os lderes empresariais mundiais a adotarem o Pac-
to Global8 (Global Compact), tanto em suas prticas corporativas individuais,
quanto no apoio a polticas pblicas apropriadas.
O referido pacto tem por objetivo mobilizar a comunidade empresarial interna-
cional para a promoo de valores fundamentais nas reas de direitos huma-
nos, trabalho e meio ambiente. Defende dez princpios universais (Quadro 2),
que so derivados: da Declarao Universal de Direitos Humanos;
da Declarao da Organizao Internacional do Trabalho (OIT) sobre
Princpios e Direitos Fundamentais no Trabalho;
da Declarao do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e
da Conveno das Naes Unidas Contra a Corrupo.
Quadro 2
Os Dez Princpios do Pacto Global
Princpios de Direitos Humanos
1. Respeitar e proteger os direitos humanos.
2. Impedir violaes de direitos humanos.
Princpios de Direitos do Trabalho
3. Apoiar a liberdade de associao no trabalho.
4. Abolir o trabalho forado.
5. Abolir o trabalho infantil.
6. Eliminar a discriminao no ambiente de trabalho.
Princpios de Proteo Ambiental
7. Apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais.
8. Promover a responsabilidade ambiental.
9. Encorajar tecnologias que no agridem o meio ambiente.
Princpio contra a Corrupo
10. Combater a corrupo em todas as suas formas inclusive extorso e propina.
8 Pacto Global: uma iniciativa voluntria de cidadania empresarial, que tem como objetivo mobilizar a comunidade
empresarial internacional com algumas agncias das Naes Unidas e atores sociais para a promoo da prticade responsabilidade socioambiental corporativa, na busca de uma economia global mais sustentvel e inclusiva(THE GLOBAL COMPACT, 2007).
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Nesse contexto, a responsabilidade socioambiental empresarial torna-se tema
de grande relevncia nos principais centros da economia mundial e passa a
exigir uma nova postura das empresas. Nos Estados Unidos e na Europa
proliferam os fundos de investimento formados por aes de empresas socio-
ambientalmente responsveis.
Por exemplo, o ndice Dow Jones de Sustentabilidade9 (Dow Jones Sustaina-
bility Index DJSI), da Bolsa de Valores de Nova Iorque, enfatiza a necessi-
dade de integrao dos fatores econmicos, ambientais e sociais nas estrat-
gias de negcios das empresas.
Referncias, normas e certificaes socioambientais como AA1000 (dilogo
com as partes interessadas), ISO 14000 (sistema de gesto ambiental), SeloFSC (selo verde para conservao ambiental e desenvolvimento sustentvel
das florestas mundiais, que verifica o manejo florestal sustentvel), SA8000
(observncia de direitos humanos e direitos do trabalho), entre outros, pas-
sam a fazer parte da realidade empresarial.
As certificaes socioambientais como a SA8000 e o Selo FSC so pr-requi-
sitos para a entrada de produtos e servios no mercado europeu.
Ecoeficincia
De acordo com o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sus-
tentvel (World Business Council for Sustainable Development - WBCSD), a
ecoeficincia alcanada mediante o fornecimento de bens e servios a pre-
os competitivos, que satisfaam s necessidades humanas e tragam quali-
dade de vida, ao mesmo tempo em que reduz progressivamente o impacto
ambiental e o consumo de recursos ao longo do ciclo de vida, a um nvel, nomnimo, equivalente capacidade de sustentao estimada da Terra.
Esse conceito sugere uma significativa ligao entre eficincia dos recursos
(que leva produtividade e lucratividade) e responsabilidade ambiental.
Portanto, ecoeficincia o uso mais eficiente de materiais e de energia, a fim
de reduzir os custos econmicos e os impactos ambientais.
9 ndice Dow Jones de Sustentabilidade (Dow Jones Sustainability Index - DJSI): lanado em setembro de 1999, oprimeiro ndice global do mercado de capitais que considera, para a formao de sua carteira terica, a performan-ce socioambiental das empresas.
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Tambm se pode dizer que ecoeficincia saber combinar desempenho eco-
nmico e ambiental, reduzindo impactos ambientais; usando mais racional-
mente matrias-primas e energia; reduzindo os riscos de acidentes e melho-
rando a relao da organizao consigo mesma e com a sociedade.
Os critrios estabelecidos pela ONU, na Rio-92, definem ecoeficincia nas
empresas como o resultado da implantao de um sistema de gesto ambien-
tal, que adota a poltica dos trs erres.
Reduzir repensar a vida, ver realmente o que essencial para a mi-
nha vida e diminuir o consumo.
Reutilizar ser criativo, inovador, usar um produto de vrias maneiras e
vrias vezes.
Reciclar transformar, ter capacidade de imaginar, criar e renovar.
RSA Empresarial no Brasil
As enormes carncias e desigualdades sociais existentes em pases em de-
senvolvimento do responsabilidade socioambiental empresarial relevncia
ainda maior.
Nos anos 80 e 90, o Brasil registrava baixssimo crescimento, acompanhadode desemprego e inflao crescentes, aprofundando a m distribuio de ren-
da do planeta. Na questo ambiental, o desmatamento na regio amaznica
atingiu ndices recordes. No campo poltico, houve o encerramento do perodo
da ditadura e a consolidao do processo de redemocratizao.
O pas passa a ter um perfil cada vez mais ativista, com projetos focados
em temas sociais, ambientais e de cidadania. A sociedade reivindica que as
empresas cumpram um novo papel no processo de desenvolvimento como:agentes de uma nova cultura, atores de mudana social e construtores de
uma sociedade melhor.
Nesse contexto, o movimento de valorizao da responsabilidade socioam-
biental empresarial ganhou forte impulso na dcada de 90, por meio da ao
de organizaes no-governamentais, institutos de pesquisa e empresas sen-
sibilizadas para a questo. Algumas referncias:
o trabalho do Instituto Brasileiro de Anlises Sociais e Econmicas (IBA-
SE) na promoo do Balano Social;
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a obteno de certificados de padro de qualidade e de adequao am-
biental, como as normas ISO 14000, por diversas empresas brasileiras;
a atuao da Fundao ABRINQ pelos direitos da criana e pela erra-
dicao do trabalho infantil com a adoo do selo Empresa Amiga da
Criana;
a criao do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento
Sustentvel (CEBDS) e do Instituto Ethos de Responsabilidade Social
Empresarial, referncias na disseminao e no fomento do movimento
de responsabilidade socioambiental junto ao empresariado.
Indicadores Ethos10
Esses indicadores criados pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsa-bilidade Social compem um instrumento de diagnstico da empresa, in-
dicando o grau de efetivao da responsabilidade socioambiental em suas
atividades, alm de serem uma ferramenta de gesto e planejamento que
indica prospectivamente - a partir da situao da empresa - polticas e aes
voltadas para o aprofundamento de seus compromissos socioambientais.
Ao mesmo tempo em que servem de instrumento de avaliao para as em-
presas, reforam a tomada de conscincia dos empresrios e da sociedadebrasileira sobre o tema.
A seguir, os temas que os indicadores abrangem.
Valores e transparncia
Valores e princpios ticos formam a base da cultura de uma empresa, orien-
tando sua conduta e fundamentando sua misso social. A adoo de umapostura clara e transparente no que diz respeito aos objetivos e compromis-
sos ticos da empresa fortalece a legitimidade social de suas atividades, re-
fletindo-se positivamente no conjunto de suas relaes.
Pblico interno
A empresa socialmente responsvel no se limita a respeitar os direitos dos
trabalhadores, consolidados na legislao trabalhista e nos padres da OIT
10 Fonte: http://www.uniethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/default.asp. Acesso em 02 out 2008.
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(Organizao Internacional do Trabalho), ainda que esse seja um pressuposto
indispensvel.
A empresa deve ir alm e investir no desenvolvimento pessoal e profissional
de seus empregados, bem como na melhoria das condies de trabalho e no
estreitamento de suas relaes com os empregados.
Tambm deve estar atenta para o respeito s culturas locais, revelado por um
relacionamento tico e responsvel com as minorias e instituies que repre-
sentam seus interesses.
Meio ambiente
A empresa relaciona-se com o meio ambiente causando impactos de dife-
rentes tipos e intensidades. Uma empresa ambientalmente responsvel deve
gerenciar suas atividades de maneira a identificar estes impactos, buscando
minimizar aqueles que so negativos e amplificar os positivos, disseminando
para outras empresas as prticas e conhecimentos adquiridos nesse sentido.
Fornecedores
A empresa socialmente responsvel envolve-se com seus fornecedores e par-
ceiros, cumprindo os contratos estabelecidos e trabalhando pelo aprimora-
mento de suas relaes de parceria.
Consumidores e clientes
A responsabilidade social em relao aos clientes e consumidores exige da
empresa o investimento permanente no desenvolvimento de produtos e ser-vios confiveis, que minimizem os riscos de danos sade dos usurios e
das pessoas em geral. A publicidade de produtos e servios deve garantir seu
uso adequado.
Comunidade
A comunidade em que a empresa est inserida fornece-lhe infra-estrutura e
o capital social representado por seus empregados e parceiros, contribuindo
decisivamente para a viabilizao de seus negcios.
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O investimento pela empresa em aes que tragam benefcios para a comuni-
dade uma contrapartida justa, alm de reverter em ganhos para o ambiente
interno e na percepo que os clientes tm da prpria empresa.
O respeito aos costumes e culturas locais e o empenho na educao e na
disseminao de valores sociais devem fazer parte de uma poltica de envol-
vimento comunitrio da empresa, resultado da compreenso de seu papel de
agente de melhorias sociais.
Governo e sociedade
A empresa deve relacionar-se de forma tica e responsvel com os poderes
pblicos, cumprindo as leis e mantendo interaes dinmicas com seus re-presentantes, visando a constante melhoria das condies sociais e polticas
do pas.
O comportamento tico pressupe que as relaes entre empresa e governos
sejam transparentes para a sociedade, acionistas, empregados, clientes, for-
necedores e distribuidores.
Cabe empresa manter uma atuao poltica coerente com seus princpios
ticos e que evidencie seu alinhamento com os interesses da sociedade.
2.2. RSA NAS INSTITUIES FINANCEIRAS
Risco socioambiental
Inicialmente, a preocupao das instituies financeiras com as questes am-
bientais ocorreu como forma de evitar a responsabilizao legal por danos
ambientais produzidos por bens que eram recebidos como garantia de em-prstimos.
Como a administrao de riscos a essncia do negcio financeiro, a incor-
porao da anlise socioambiental como ferramenta de reduo de incertezas
comea a tomar contornos de um segmento dentro das instituies financeiras.
As mais avanadas nesse processo so as seguradoras. A razo simples:
os desafios representados pelo aumento da incidncia de desastres naturais,
em sua maioria devido s mudanas climticas globais, tm impacto financei-
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ro direto para elas11 .
No restante do setor financeiro, sobretudo nos bancos comerciais, o proces-
so de incorporao da sustentabilidade , em grande parte, estimulado por
presses da sociedade civil ou por perdas associadas a questes socioam-
bientais.
Assim, os riscos ambientais tornaram-se cada vez mais determinantes para
o negcio, tendo em vista que a gesto inadequada das questes ambientais
pode causar perdas financeiras irreparveis empresa, riscos na sua imagem.
Gradativamente, os bancos comearam a acreditar que o que bom para o
meio ambiente tambm bom para os negcios.
Em 2003, so estabelecidos os Princpios do Equador, um conjunto de com-
promissos voluntrios que preconizam uma minuciosa anlise socioambiental,
seguindo parmetros da International Finance Corporation (IFC), para opera-
es de project finance - grandes projetos financiados.
Apesar de seu carter voluntrio, esse conjunto de compromissos tem-se
mostrado um guia importante para a implantao de melhores prticas. Es-ses parmetros deixam transparecer o interesse dos bancos mundiais em
termos de incorporao de novas tecnologias e de engajamento socioam-
biental, alm de procurarem garantir que grandes projetos financiados sejam
desenvolvidos de forma socialmente responsvel e reflitam boas prticas de
gesto ambiental.
Atualmente, a discusso sobre finanas sustentveis no se restringe aos
Princpios do Equador ou ao mercado de investimentos socialmente respon-sveis (SRI Socially Responsible Investments12). Inicia-se um movimento
que busca promover a atuao do sistema financeiro de forma economica-
mente vivel, socialmente justa e ambientalmente correta.
11 Os custos dos desastres naturais para seguradoras elevaram-se de forma surpreendente, saindo de um patamarde US$ 10 bilhes nos anos 60 para US$ 60 bilhes no incio de 2000, segundo Evan Mills, do Lawrence BerkeleyNational Laboratory. Disponvel em: http://insurance.lbl.gov/. Acesso em 02 out 2008.
12A dcada de 60 inaugura o movimento de uso do poder fiducirio - forma de alocao de capital - como uma manei -ra de ativismo. O movimento comea com a criao de fundos de investimentos que, associados s organizaesreligiosas, buscam administrar recursos de forma a colocar em prtica valores ticos. A excluso de aplicaesem indstrias com investimentos na frica do Sul (na poca sob uma poltica de apartheid), foi uma das primeirasmodalidades de filtro (screening) inaugurando o que chamamos hoje de investimentos socialmente responsveisou SRI.
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Seja nos impactos diretos de sua atuao tais como reviso de princpios
de compras e de relacionamento com pblicos internos, reduo de pega-
da ecolgica e criao de cdigos de conduta , seja nos impactos indiretos
administrao de impactos potenciais de seus clientes e oportunidade de
inovao.
E como est acontecendo a incorporao da responsabilidade socioambiental
pelo setor financeiro brasileiro?
O movimento de ampliao da visibilidade do conceito de responsabilidade so-
cioambiental no setor financeiro brasileiro tem como parte de suas razes a di-
nmica de conscientizao em relao ao tema, destacada no tpico anterior.
Alm disso, esse setor sofreu outras influncias que aceleraram o processo deincorporao da temtica socioambiental ao seu contexto, como por exemplo:
Necessidade de reduo de riscos
De imagem associao da instituio a impactos socioambientais
adversos causados por clientes, empresas e/ou projetos.
De Crdito e Garantias.
Constatao da sociedade civil de que o setor financeiro tem um papel
importante no movimento de responsabilidade socioambiental.
Publicao crescente de Relatrios Sociais, aumentando a demanda portransparncia.
Expanso de campanhas de ONG internacionais, antes focalizadas ape-
nas em instituies multilaterais durante dcadas os maiores finan-
ciadores de infra-estrutura, projetos com maior impacto socioambiental
potencial - para bancos privados, que aumentam sua participao em
grandes projetos.
Identificao de oportunidades de negcios
Acesso a recursos de bancos e de agncias multilaterais (FMI, BIRD,BID, etc.) a gesto de riscos socioambientais hoje um condicio-
nante para acesso a recursos internacionais.
Necessidade de diferenciao bancos podem se diferenciar ao
demonstrarem conhecimento e capacidade de desenvolvimento de
produtos associados a necessidades de adequao socioambiental
por parte de seus clientes. O banco passa a ser um consultor para o
cliente, difundindo melhores prticas e desenhando produtos espec-
ficos para adequao socioambiental, como reuso de gua, eficincia
energtica e incluso de comunidades, por meio de financiamentos a
fornecedores de menor porte garantidos por grandes empresas.
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Desenvolvimento de novos produtos a avaliao socioambiental pode
auxiliar na detectao de oportunidades de negcios.
Bancarizao ampliao do acesso a servios bancrios para popula-
es de baixa renda. Exemplos: microcrdito e crdito imobilirio comu-
nitrio.
Acesso a novos mercados (mercado de carbono, energia renovvel13)
projetos estruturados com vistas reduo de impacto ambiental, como
o desenvolvimento de tecnologias limpas. Veja o que se segue.
Um dos mais graves problemas ambientais deste sculo o aquecimento
global. O Protocolo de Kyoto14 o instrumento legal que estabelece metas de
reduo de emisso de gases de efeito estufa15 (GEE) para os pases que,
historicamente, contriburam de forma mais intensa para o aumento da con-centrao atmosfrica de GEE, em funo do seu nvel de industrializao.
Alm das aes de carter nacional, os pases signatrios do protocolo po-
dero utilizar algumas alternativas para auxili-los no cumprimento de suas
metas, chamadas de mecanismos de flexibilizao: comrcio de emisses;
implementao conjunta; mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL).
Para o Brasil16
, o mecanismo de flexibilizao mais importante o MDL, queviabiliza projetos que reduzam emisses de GEE.
Como? O MDL possibilita aos pases desenvolvidos que no atingirem suas
metas a liberdade para investir em projetos MDL de pases em desenvolvi-
mento. Assim, pases desenvolvidos podem comprar crditos de carbono17,
equivalentes em tonelada de CO2, de pases em desenvolvimento respons-
veis por tais projetos.
13 Embora as atividades humanas provoquem inmeras alteraes no meio ambiente, as fontes renovveis de ener-gia (energia solar, gravitacional, associadas ou no ao movimento dos corpos, fluidos - energia das ondas, hidru-lica - e gases - energia elica -, ou temperatura das substncias - energia geotrmica -, cuja transformao emoutras formas de energia pode ser realizada em larga escala) parecem melhores opes para o futuro da humani-dade. importante que essas fontes renovveis de energia sejam fontes de energia limpa. A principal caractersticada energia limpa a baixa ou nenhuma emisso de gs carbono e metano na atmosfera.
14 Um instrumento legal da Conveno sobre Mudanas Climticas, criada na Rio-92.15 Efeito estufa o aquecimento da superfcie terrestre provocado pelo aumento da concentrao de certos gases na
atmosfera (gs carbnico e metano emitido basicamente nas plantaes de arroz, nas pastagens de gados e noslixes urbanos), o que altera o equilbrio termodinmico do planeta.
16 O pas, signatrio do Protocolo de Kyoto desde 2002, tem evitado a emisso de grandes quantidades de gasesde efeito estufa na atmosfera, tendo em vista o elevado peso de fontes renovveis na sua matriz energtica, comdestaque para a participao predominante de gerao hidreltrica, considerada mais l impa, e de programas comoo Pr-lcool.
17 Crditos de carbono so certificados emitidos quando ocorre a reduo de emisso de gases do efeito estufa(GEE). Por conveno, uma tonelada de dixido de carbono (CO2) equivalente corresponde a um crdito de carbo-no. no mercado nacional ou internacional. Disponvel em http://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%A9ditos_de_carbono.Acesso em 02 out. de 2008.
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O nosso pas se beneficia deste cenrio como vendedor de crditos de car-
bono e tambm como alvo de investimentos em projetos engajados com a
reduo da emisso de gases poluentes.
Em 2007, com o reconhecimento internacional dos riscos associados s mu-
danas climticas, o setor financeiro brasileiro passa a buscar formas de am-
pliar seu entendimento dos riscos e oportunidades, participando, sobretudo,
de projetos associados gerao de energia de menor impacto e amplia-
o de prticas de ecoeficincia.
2.3. NOVOS DESAFIOS E TENDNCIAS
So inmeros os desafios enfrentados pelo setor financeiro no tocante sus-
tentabilidade. Nesse sentido, para ampliar a incorporao de melhores prti-
cas em responsabilidade socioambiental e garantir que esse processo traga
novas oportunidades de negcios, a indstria financeira precisa manter inves-
timentos e foco. A seguir, temas estratgicos para o segmento.
Inovao e reposicionamento reduo do consumo de energia; incluso
de minorias; incentivar seu pblico interno no que tange inovao. Fundos de investimentos socialmente responsveis (SRI) segmenta-
dos fundos setoriais e de inovao (energia, construo sustentvel).
Produtos socioambientais estruturao de projetos de menor impacto
ambiental, crdito imobilirio para projetos sustentveis.
Private equity produtos de investimentos diretos de longo prazo em pro-
jetos com grande potencial de rentabilidade - etanol, renovveis, novos ma-
teriais, biodiversidade.
Venture capital investimentos diretos institucionais de longo prazo emnegcios sustentveis, projetos com grande potencial de rentabilidade - eta-
nol, renovveis, novos materiais, biodiversidade.
Project finance definio estratgica de mercado com potencial reduo
de riscos ou especializao em gesto de projetos especficos, com poten-
cial de gerao de negcios adicionais, como incluso de comunidades e
integrao local com negcios financiados gerando novas necessidades fi-
nanceiras.
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Negcios na base da pirmide
Microfinanas ampliao de atuao para mercados de menor renda
com crescentes necessidades de servios financeiros. Ressaltamos:
a economia solidria uma forma de produo, consumo e distribui-
o de riqueza (economia) centrada na valorizao do ser humano e
no no capital. De base associativista e cooperativista, voltada para
a produo, consumo e comercializao de bens e servios, de modo
autogerido, tendo como finalidade a sustentabilidade18 e
o comrcio justo um dos pilares da sustentabilidade. Trata-se de
um movimento social e de uma modalidade de comrcio internacional
que busca o estabelecimento de preos justos, bem como de padres
sociais e ambientais nas cadeias produtivas de vrios produtos. O
movimento d especial ateno s exportaes de pases em desen-volvimento para pases desenvolvidos, como artesanato, caf, cacau,
ch, banana, mel, algodo, vinho, frutas in natura, e muitos outros.
Nesse comrcio eliminam-se os intermedrios ao mnimo necessrio.
Crdito imobilirio ampliao de acesso casa prpria, ampliando
mercados para servios.
18 O Ministrio do Trabalho e Emprego possui a Secretaria Nacional de Economia Solidria. Para saber mais consul-te: http://www.mte.gov.br/ecosolidaria/prog_default.asp.
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Espera-se que ao final do estudo deste tema voc possa:
Conceituar responsabilidade socioambiental a partir da viso doBanco do Brasil.
Identificar os princpios e as polticas de responsabilidadesocioambiental do Banco.
Listar os compromissos pblicos assumidos pela empresa em prol da
sustentabilidade. Identificar as prticas do BB, alinhadas aos seus princpios, polticas
e compromissos pblicos de RSA.
RSA NO BANCODO BRASIL
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3.1. HISTRICO
O compromisso do Banco do Brasil com o pas faz parte de sua tradio bi-
centenria ao impulsionar a economia e o desenvolvimento dos municpios
onde atua, financiando o agronegcio, o comrcio exterior, as micro e peque-
nas empresas, entre outros.
Como as mudanas no cenrio mundial e as necessidades das empresas
precisam estar alinhadas aos preceitos do trip da sustentabilidade, o tema
responsabilidade socioambiental passou a permear as discusses institucio-
nais de forma mais sistemtica e orgnica.
Em fevereiro de 2003, o assunto passou a ser definitivamente pauta das de-cises estratgicas e operacionais, com a criao de uma Unidade Relaes
com Funcionrios e Responsabilidade Socioambiental, a qual foi transforma-
da em Diretoria de Relaes com Funcionrios e Responsabilidade Socioam-
biental (DIRES), em maio de 2004.
Paralelamente criao da Diretoria, foi instituda uma equipe interdisciplinar,
denominada Grupo RSA, formada por representantes de todas as reas da
empresa.
3.2. CONCEITO E CARTA DE PRINCPIOS DE RSA DO BB
Duas das primeiras iniciativas fundamentais para embasar e direcionar as
aes e os movimentos voltados incorporao da cultura de responsabilida-
de socioambiental no Conglomerado foram a definio do conceito e da carta
de princpios de responsabilidade socioambiental, em 2003.
Para o Banco do Brasil. responsabilidade socioambiental ter a tica como
compromisso e o respeito como atitude nas relaes com funcionrios, cola-
boradores, fornecedores, parceiros, clientes, credores, acionistas, concorren-
tes, comunidade, governo e meio ambiente (Figura 3).
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Figura 3Responsabilidade socioambiental no BB
Responsabilidadesocioambiental
TICA
RESPEITO
Governo
Clientes
MeioambienteConcorrentes
FornecedoresParceiros
Comunidade
FuncionriosColaboradoresAcionistas
Credores
A responsabilidade socioambiental no BB um processo de aprendizado e de
construo coletiva, que envolve todas as reas da empresa e cada um de
seus pblicos de relacionamento e que reconhece que a sua sobrevivncia e
o seu sucesso dependem dessa interao.
A Carta de Princpios de RSA, reproduzida a seguir (Quadro 3), manifesta os
compromissos do Banco em contribuir para o desenvolvimento de um novo
sistema de valores para a sociedade, que tem como referencial maior o res-
peito vida humana e ao meio ambiente, condio indispensvel sustenta-
bilidade da empresa e da humanidade. Atualmente tais princpios fazem parte
do cotidiano organizacional, das polticas e dos documentos estratgicos do
Banco do Brasil.
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Quadro 3
Carta de Princpios de Responsabilidade Socioambiental
O BB se compromete a:
1. Atuar em consonncia com Valores Universais, tais como: direitos
humanos, princpios e direitos fundamentais do trabalho, princpios
sobre meio ambiente e desenvolvimento.
2. Reconhecer que todos os seres so interligados e toda forma de
vida importante.
3. Repelir preconceitos e discriminaes de gnero, orientao sexual,
etnia, raa, credo ou de qualquer espcie.
4. Fortalecer a viso da responsabilidade socioambiental como investi-mento permanente e necessrio para o futuro da humanidade.
5. Perceber e valer-se da posio estratgica da corporao BB, nas
relaes com o governo, o mercado e a sociedade civil, para adotar
modelo prprio de gesto da responsabilidade socioambiental al-
tura da corporao e dos desafios do Brasil contemporneo.
6. Ter a transparncia, a tica e o respeito ao meio ambiente como ba-
lizadores das prticas administrativas e negociais da empresa.
7. Pautar relacionamentos com terceiros a partir de critrios que obser-vem os princpios de responsabilidade socioambiental e promovam
o desenvolvimento econmico e social.
8. Estimular, difundir e implementar prticas de desenvolvimento sus-
tentvel.
9. Enxergar clientes e potenciais clientes, antes de tudo, como cida-
dos.
10. Estabelecer e difundir boas prticas de governana corporativa, pre-
servando os compromissos com acionistas e investidores.11. Contribuir para que o potencial intelectual, profissional, artstico, ti-
co e espiritual dos funcionrios e colaboradores possa ser aprovei-
tado, em sua plenitude, pela sociedade.
12. Fundamentar o relacionamento com os funcionrios e colaboradores
na tica e no respeito.
13. Contribuir para a universalizao dos direitos sociais e da cidada-
nia.
14. Contribuir para a incluso de pessoas com deficincia.
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Com a definio do conceito de responsabilidade socioambiental e da Carta de Prin-
cpios de RSA, evidenciou-se a inteno estratgica do Banco em conciliar o desen-
volvimento de negcios social e ambientalmente sustentveis com o atendimento aos
interesses dos seus acionistas, mediante a incorporao daqueles princpios a seus
produtos, servios, negcios e rotinas administrativas.
3.3. RSA NA ESTRATGIA CORPORATIVA
No documento Polticas, um dos mais importantes da arquitetura de governana cor-
porativa19 do BB, tambm ficou explcito o interesse da empresa em contribuir para
o desenvolvimento de um novo sistema de valores para a sociedade, tendo como
referencial o respeito vida humana e ao meio ambiente, condio indispensvel sustentabilidade da prpria humanidade.
Alm de conter item especfico sobre tica empresarial e responsabilidade socioam-
biental, reproduzindo o conceito e a Carta de Princpios de Responsabilidade So-
cioambiental, o citado documento sofreu alteraes em seu texto para contemplar
referncias a preceitos relacionados com direitos humanos, trabalho e preservao
ambiental. Veja como ficou a redao de alguns itens do documento Polticas (o texto
includo est sublinhado):
Escopo Organizacional
Para definir estruturas e processos, observamos as finalidades da Organizao,
as mudanas do ambiente social e negocial, os impactos sociais e ambientais de
nossa atuao e os imperativos da inovao e do aperfeioamento contnuo.
Escopo Negocial
Buscamos negcios pelo seu potencial de gerao de resultados, sob a forma de
lucros e participao no mercado e, para a sociedade, sob a forma de incluso
social, gerao de trabalho e renda e respeito ao meio ambiente.Escopo de Participao Societria
No adquirimos participao em empresas que infrinjam os preceitos relativos a
direitos humanos, de trabalho e de preservao ambiental.
Produtos e Servios
Contemplamos, na criao, desenvolvimento e ajuste de produtos e servios,
tendncias de mercado, necessidades e expectativas dos clientes, posiciona-
19 Governana Corporativa: Prticas e relacionamentos entre os acionistas/cotistas, Conselho de Administrao, Diretoria, Audi-toria Independente e Conselho Fiscal, com a finalidade de otimizar o desempenho da empresa e facilitar o acesso ao capital.A expresso designada para abranger os assuntos relativos ao poder de controle e direo de uma empresa, bem como asdiferentes formas e esferas de seu exerccio e os diversos interesses que, de alguma forma, esto ligados vida das socieda-des comerciais.
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mento institucional, avaliao econmico-financeira, avaliao dos im-
pactos sociais e ambientais, logstica de distribuio, riscos e insero
na programao oramentria.
Consideramos a satisfao de nossos clientes, os resultados econmi-
co-financeiros, os impactos sociais e ambientais e as ofertas da concor-
rncia na avaliao do portfolio de produtos e servios.
Descontinuamos ou suspendemos produtos e servios nos casos de no
atendimento de expectativas dos clientes, de retorno abaixo do espera-
do, de restries governamentais ou legais, de agresso aos princpios
de responsabilidade socioambiental ou de alteraes de cenrios eco-
nmicos e polticos.
Retorno
Observamos questes relativas ao retorno e aos princpios de responsa-bilidade socioambiental no desenvolvimento de negcios, investimentos
e participaes societrias, considerados o custo de oportunidade, o ris-
co e a possibilidade de realizao.
O passo seguinte foi a descrio dos princpios socioambientais, aprovados
pelo Conselho Diretor, em julho de 2003, como direcionadores para o dia-a-
dia da organizao (Quadro 4).
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Quadro 4
Princpios Socioambientais e Direcionadores
Princpios Socioambientais
Incorporar os princpios de respon-sabilidade socioambiental na pr-tica administrativa e negocial e nodiscurso institucional do Banco do
Brasil.
Implementar viso articulada e inte-gradora de responsabilidade socio-ambiental no Banco.
Ouvir e considerar a diversidade
dos interesses dos pblicos de re-lacionamento.
Disseminar os princpios e criar cul-tura de responsabilidade socioam-biental na comunidade BB.
Influenciar a incorporao dos prin-cpios de responsabilidade socio-
ambiental no Pas.
Direcionadores
- O Banco do Brasil pretende, em primeiro lu-gar, permear sua cultura organizacional comos princpios da responsabilidade socioam-biental tornando-os efetivos no quotidiano or-
ganizacional. Trata-se de uma postura que,para ser coerente e ter credibilidade, deveocorrer de dentro para fora da Organizao,conciliando suas prticas administrativas enegociais com seu discurso institucional.
- A busca de uma postura de responsabilida-de socioambiental um processo contnuo,compromisso de todas as reas do Bancodo Brasil. Cabe Diretoria de Relaes comFuncionrios e Responsabilidade Socioam-biental articular-se com as diversas reaspara que o processo se d de forma coesae integrada.
- Para se considerar uma empresa social eambientalmente responsvel o Banco do
Brasil dever ter suas aes e resultadoslegitimados por seus pblicos de relaciona-mento.
- O Banco do Brasil deseja ser foco irradia-dor de uma postura empresarial social eambientalmente responsvel. Para tanto,envidar esforos para que os pblicos dacomunidade BB envolvidos em sua esferade atuao tambm sejam estimulados a se
engajar no movimento. Por comunidade BBentende-se: funcionrios da ativa e aposen-tados, colaboradores, entidades representa-tivas de funcionrios, coligadas, controladase patrocinadas.
- O Banco do Brasil deseja utilizar de sua re-levncia nacional para se tornar referncia
em responsabilidade socioambiental, in-fluenciando a incorporao dos princpiossocioambientais nas cadeias de valor em
que participa.
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Ainda em 2003, foi elaborado um plano de ao em responsabilidade socio-
ambiental do Banco do Brasil, objetivando garantir o comprometimento e em-
penho de todo o Conglomerado na sua implementao.
A composio dos comits e comisses estratgicas tambm foi revista de
forma a prever a participao de representante da Diretoria de Relaes com
Funcionrios e Responsabilidade Socioambiental - DIRES, o que permite que
a cultura de responsabilidade socioambiental seja constantemente dissemina-
da junto aos executivos da organizao.
A perspectiva sociedade foi incorporada nos painis de avaliao da perfor-
mance estratgica e operacional com vistas a abrigar indicadores relaciona-
dos contribuio da empresa ao desenvolvimento sustentvel nacional, pormeio de investimento social privado20, de negcios voltados para o fomento
do desenvolvimento regional sustentvel e de prticas administrativas com
viso de RSA.
A incorporao gradual de indicadores relacionados sustentabilidade nos
negcios, nas demais perspectivas do Painel Estratgico e do Acordo de Tra-
balho um desafio constante.
Nesse mesmo ano (2003), o Banco instituiu um Grupo Tcnico visando de-
senvolver solues e estratgias para o incentivo do desenvolvimento regio-
nal sustentvel de regies e municpios.
O resultado foi a elaborao de metodologia para a implementao de estra-
tgia de estruturao de cadeias produtivas, vislumbrando aspectos sociais,
econmicos e ambientais, ponderadas as peculiaridades locais e a diversida-
de cultural, denominada de Estratgia Negocial de Desenvolvimento RegionalSustentvel do BB, conhecida como DRS, a qual ser abordada de forma
mais detalhada a partir do captulo 6 desta apostila.
20 Investimento social privado o repasse voluntrio de recursos privados de forma planejada, monitorada e sistem-tica para projetos sociais, ambientais e culturais de interesse pblico.
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3.4. PRINCIPAIS COMPROMISSOS PBLICOS DO BB COM A SUSTEN-
TABILIDADE
Uma srie de compromissos pblicos amplia e refora a responsabilidade so-
cioambiental do BB. A seguir, alguns exemplos relacionados ao tema.
Protocolo Verde21
Uma ao relevante foi o lanamento de um compromisso pblico pioneiro: o
Protocolo Verde, em 1995. Em decorrncia da assinatura desse documento, o
Banco do Brasil estabeleceu algumas medidas, como por exemplo:
Vetou a realizao de operaes destinadas a financiar atividades que
possam causar impacto ambiental. Tornou obrigatria a apresentao de documentao do rgo ambiental
competente para financiamento de:
desmatamento, destoca ou custeio agropecurio, objetivando a incorpo-
rao de novas reas no processo produtivo;
comercializao de produtos extrativos de origem vegetal e pescado in
natura;
operaes de investimento em atividades que utilizam recursos ambien-
tais ou empreendimentos capazes de causar degradao ambiental; operaes de investimentos em atividades que requerem Estudo Prvio
de Impacto Ambiental (EIA) e Relatrio de Impacto ao Meio Ambiente
(RIMA);
operaes de investimento em atividades que utilizam recursos hdricos,
inclusive, agricultura irrigada (outorga de gua).
Em maio de 2008, a partir de discusses sobre os impactos do desmatamento
na Amaznia envolvendo rgos governamentais e bancos pblicos federais,foi constitudo grupo de trabalho informal para avaliao e reviso do Proto-
colo Verde. O grupo foi constitudo por representantes do Ministrio do Meio
Ambiente, Ministrio da Integrao Nacional, Ministrio da Fazenda, Banco
do Nordeste do Brasil, Banco Nacional do Desenvolvimento Econmico e So-
cial, Banco da Amaznia, Caixa Econmica Federal e Banco do Brasil.
21 O Protocolo Verde uma carta de princpios para o desenvolvimento sustentvel, firma