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APRENDIZAGEM DA TABUADA: UMA EXPERIÊNCIA DO
PIBID/MATEMÁTICA
Larissa Beatriz Molgora
Glauce Kelly Souza de Oliveira
Resumo:
Neste relato será apresentada uma ação realizada numa escola de Dourados (MS) com
alunos do sexto ano do ensino fundamental. O objetivo dessa experiência era
proporcionar aos alunos um momento de aprendizagem da tabuada de forma divertida e
descontraída. Para isso, foi elaborada uma gincana com diversas atividades, as quais
envolveram os alunos e permitiram que eles aprimorassem seus conhecimentos a
respeito do conteúdo da tabuada.
Palavras-chave: matemática; tabuada; ensino fundamental.
1. Introdução
A educação e o ensino nas escolas é uma questão que tem desencadeado intensos
debates nos mais diversos setores da sociedade. Geram-se críticas e questionamentos
que envolvem todos os seus aspectos, desde os conteúdos que devem ser ensinados, até
a formação de profissionais na área e a didática que deve ser utilizada de forma a
otimizar o processo de ensino-aprendizagem. Dentre esses aspectos, a necessidade de
memorização, coloquialmente conhecida como “decoreba”, de certos conteúdos, é um
dos assuntos que sofre maior reprovação e críticas, não somente por parte dos alunos,
mas da sociedade como um todo. Tais críticas estão relacionadas com o fato de que a
memorização de informações e dados, muitas vezes desconexos, mostra-se ineficiente,
já que tais fatos são rapidamente esquecidos. Aliás, não são infreqüentes relatos de
Seminário de Avaliação do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência UFGD/UEMS/PIBID
alunos sobre o esquecimento de todo o conteúdo estudado após o término da realização
das provas. Diante disso, Neiva (2013) afirma: “Aquilo que transformamos em memória
se torna aprendizagem a partir do momento em que temos capacidade de elaborar e
aplicar.” Tem-se, portanto que, para que o aprendizado do aluno ocorra com sucesso, é
necessário aliar a compreensão daquilo que está sendo estudado às técnicas
mnemônicas, que resultem na memorização do conteúdo.
Ademais, segundo Kumon (2001): “Para alcançar qualquer objetivo, é preciso
esforço contínuo e avançar passo a passo, sem interrupções. Especialmente no caso da
Matemática, é necessário acumular gradativamente os conhecimentos básicos para
conseguir dominá-la.” Ou seja, a matemática pode ser comparada a uma longa escada:
se faltarem alguns degraus, não se consegue chegar ao topo. Baseando-se nisso, foi
realizada uma atividade com alunos do 6º ano do ensino fundamental de uma escola em
Dourados com o objetivo de propiciar aos mesmos a aprendizagem da tabuada,
conteúdo que está entre os primeiros degraus da escada. Essa aprendizagem dividiu-se
em dois momentos: apresentação da multiplicação e do conceito de tabuada de forma
que os alunos compreendessem o conteúdo apresentado e, mais tarde, uma gincana da
tabuada. Dessa forma, eles tiveram a oportunidade de colocar seus conhecimentos em
prática, memorizando o conteúdo e resultando na aprendizagem do mesmo. O relato das
atividades realizadas no momento da gincana é apresentado na Seção 2, a seguir.
2. Gincana
As atividades da gincana foram realizadas com o objetivo de proporcionar aos
alunos um momento de aprendizagem de forma descontraída e divertida. Assim, os
alunos puderam utilizar seus conhecimentos da tabuada durante as brincadeiras, aliando
a compreensão do conteúdo à sua utilização prática, resultando na aprendizagem.
A primeira atividade realizada na escola foi a brincadeira “Macaco Cego” e para
a realização dessa brincadeira os alunos foram separados em dois grupos adversários.
Uma pessoa de cada grupo deveria tentar atravessar, de olhos vendados, um trajeto sem
pisar nas linhas desenhadas no chão. Para isso, os demais integrantes do grupo poderiam
auxiliar com instruções como, por exemplo: pise mais para frente, vá mais para o lado,
entre outras. Todavia, se o indivíduo vendado pisasse em uma das linhas ele deveria
responder uma pergunta da tabuada. Caso acertasse a resposta, poderia continuar, mas
caso errasse, deveria voltar ao início e refazer seu trajeto. Ganharia o grupo que
chegasse primeiro ao fim do trajeto.
Figura 1 – Macaco Cego
Fonte: Arquivos pessoais
Figura 2 – Macaco Cego
Fonte: Arquivos pessoais
A segunda atividade realizada chamava-se “Vale-água” e consistia em uma
brincadeira em que foram separados dois grupos com cinco integrantes em cada. Em
frente de cada grupo havia quatro copos vazios, um ao lado do outro, e uma bolinha de
ping pong dentro do primeiro copo. O desafio consistia nos seguintes passos: os alunos
deveriam sair correndo para buscar água em um balde distante dali. Porém, só poderia
pegar água quem respondesse corretamente a pergunta da tabuada. Após pegar a água, o
participante deveria correr de volta para o seu grupo e colocar a água dentro do copo
com a bolinha, até que ele se enchesse. Ao encher o copo completamente, os alunos
teriam que assoprar a bolinha para que a mesma caísse no copo vazio ao lado, repetindo
esse processo com todos os copos. O grupo vencedor seria aquele que preenchesse
todos os copos com água.
Figura 3 – Vale-água
Fonte: Arquivos pessoais
Figura 4 – Vale-água
Fonte: Arquivos pessoais
Já a terceira atividade foi a “Torta na Cara” em que foram feitas duas filas, uma
em frente à outra. Eram feitas perguntas aos alunos e aquele que respondesse primeiro e
corretamente, poderia acertar uma torta na cara do adversário. A fila que acertasse mais
ganharia a brincadeira.
Figura 5 - Torta na cara
Figura 6 – Torta na cara
A última atividade foi a “Guerra de Balão”, na qual se formaram duas filas, uma
em frente à outra. Foram entregues bexigas com água, que deveriam ser jogadas de uma
fila para a outra. Entretanto, também eram feitas perguntas da tabuada que, se
respondidas corretamente, não alteravam nada, mas quem errasse deveria se afastar da
outra fila. Perdia quem estourasse a bexiga com água.
Essa gincana foi realizada no período da tarde com a turma do sexto ano e foi
possível perceber a participação ativa dos alunos durante as brincadeiras. Assim, eles
utilizaram o conteúdo estudado durante a realização dos jogos, memorizando-o cada vez
mais. Comprova-se assim o que foi dito por Kishimoto (1996, p.96): “As crianças ficam
mais motivadas a usar a inteligência, pois querem jogar bem; sendo assim, esforçam-se
para superar obstáculos, tanto cognitivos quanto emocionais. Estando mais motivadas
durante o jogo, ficam também mais ativas mentalmente.”
Figura 7 – Guerra de Balão
Fonte: Arquivos pessoais
3. Conclusão
Dessa experiência, pôde-se concluir que o objetivo inicial foi alcançado. A
gincana propiciou aos alunos um momento de aprendizagem divertida e descontraída,
resultando na aprendizagem da tabuada. Ademais, percebeu-se uma melhora no
rendimento da aprendizagem do conteúdo que os alunos estavam estudando em sala:
divisão de números inteiros. Têm-se, portanto, que atividades proporcionadas pelo
PIBID como esta, são de grande valia, não somente para os alunos, mas também para os
acadêmicos as desenvolvem.
4. Agradecimentos
À universidade UFGD e aos docentes que propiciaram a realização dessa
experiência.
Ao PIBID/Matemática, pela oportunidade que proporcionou a aplicação desta
atividade junto aos alunos de ensino fundamental.
5. Referências
KISHIMOTO, T. M. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. São Paulo: Cortez,
1996.
KUMON, T. Estudo Gostoso de Matemática. São Paulo: Kumon Instituto de Educação,
2001. I Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia – 2009. ISBN: 978-85-
7014-048-7 Página: 982
NEIVA, R. Decorar, Memorizar e Aprender: Qual a Diferença???. 2013. Disponível
em: http://www.concursospublicos.pro.br/duvida-do-candidato/decorar-memorizar-e-
aprender-qual-a-diferenca