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APRENDIZAGEM DA TABUADA: UMA EXPERIÊNCIA DO PIBID/MATEMÁTICA Larissa Beatriz Molgora [email protected] Glauce Kelly Souza de Oliveira [email protected] Resumo: Neste relato será apresentada uma ação realizada numa escola de Dourados (MS) com alunos do sexto ano do ensino fundamental. O objetivo dessa experiência era proporcionar aos alunos um momento de aprendizagem da tabuada de forma divertida e descontraída. Para isso, foi elaborada uma gincana com diversas atividades, as quais envolveram os alunos e permitiram que eles aprimorassem seus conhecimentos a respeito do conteúdo da tabuada. Palavras-chave: matemática; tabuada; ensino fundamental. 1. Introdução A educação e o ensino nas escolas é uma questão que tem desencadeado intensos debates nos mais diversos setores da sociedade. Geram-se críticas e questionamentos que envolvem todos os seus aspectos, desde os conteúdos que devem ser ensinados, até a formação de profissionais na área e a didática que deve ser utilizada de forma a otimizar o processo de ensino-aprendizagem. Dentre esses aspectos, a necessidade de memorização, coloquialmente conhecida como “decoreba”, de certos conteúdos, é um dos assuntos que sofre maior reprovação e críticas, não somente por parte dos alunos, mas da sociedade como um todo. Tais críticas estão relacionadas com o fato de que a memorização de informações e dados, muitas vezes desconexos, mostra-se ineficiente, já que tais fatos são rapidamente esquecidos. Aliás, não são infreqüentes relatos de Seminário de Avaliação do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência UFGD/UEMS/PIBID

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APRENDIZAGEM DA TABUADA: UMA EXPERIÊNCIA DO

PIBID/MATEMÁTICA

Larissa Beatriz Molgora

[email protected]

Glauce Kelly Souza de Oliveira

[email protected]

Resumo:

Neste relato será apresentada uma ação realizada numa escola de Dourados (MS) com

alunos do sexto ano do ensino fundamental. O objetivo dessa experiência era

proporcionar aos alunos um momento de aprendizagem da tabuada de forma divertida e

descontraída. Para isso, foi elaborada uma gincana com diversas atividades, as quais

envolveram os alunos e permitiram que eles aprimorassem seus conhecimentos a

respeito do conteúdo da tabuada.

Palavras-chave: matemática; tabuada; ensino fundamental.

1. Introdução

A educação e o ensino nas escolas é uma questão que tem desencadeado intensos

debates nos mais diversos setores da sociedade. Geram-se críticas e questionamentos

que envolvem todos os seus aspectos, desde os conteúdos que devem ser ensinados, até

a formação de profissionais na área e a didática que deve ser utilizada de forma a

otimizar o processo de ensino-aprendizagem. Dentre esses aspectos, a necessidade de

memorização, coloquialmente conhecida como “decoreba”, de certos conteúdos, é um

dos assuntos que sofre maior reprovação e críticas, não somente por parte dos alunos,

mas da sociedade como um todo. Tais críticas estão relacionadas com o fato de que a

memorização de informações e dados, muitas vezes desconexos, mostra-se ineficiente,

já que tais fatos são rapidamente esquecidos. Aliás, não são infreqüentes relatos de

Seminário de Avaliação do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência UFGD/UEMS/PIBID

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alunos sobre o esquecimento de todo o conteúdo estudado após o término da realização

das provas. Diante disso, Neiva (2013) afirma: “Aquilo que transformamos em memória

se torna aprendizagem a partir do momento em que temos capacidade de elaborar e

aplicar.” Tem-se, portanto que, para que o aprendizado do aluno ocorra com sucesso, é

necessário aliar a compreensão daquilo que está sendo estudado às técnicas

mnemônicas, que resultem na memorização do conteúdo.

Ademais, segundo Kumon (2001): “Para alcançar qualquer objetivo, é preciso

esforço contínuo e avançar passo a passo, sem interrupções. Especialmente no caso da

Matemática, é necessário acumular gradativamente os conhecimentos básicos para

conseguir dominá-la.” Ou seja, a matemática pode ser comparada a uma longa escada:

se faltarem alguns degraus, não se consegue chegar ao topo. Baseando-se nisso, foi

realizada uma atividade com alunos do 6º ano do ensino fundamental de uma escola em

Dourados com o objetivo de propiciar aos mesmos a aprendizagem da tabuada,

conteúdo que está entre os primeiros degraus da escada. Essa aprendizagem dividiu-se

em dois momentos: apresentação da multiplicação e do conceito de tabuada de forma

que os alunos compreendessem o conteúdo apresentado e, mais tarde, uma gincana da

tabuada. Dessa forma, eles tiveram a oportunidade de colocar seus conhecimentos em

prática, memorizando o conteúdo e resultando na aprendizagem do mesmo. O relato das

atividades realizadas no momento da gincana é apresentado na Seção 2, a seguir.

2. Gincana

As atividades da gincana foram realizadas com o objetivo de proporcionar aos

alunos um momento de aprendizagem de forma descontraída e divertida. Assim, os

alunos puderam utilizar seus conhecimentos da tabuada durante as brincadeiras, aliando

a compreensão do conteúdo à sua utilização prática, resultando na aprendizagem.

A primeira atividade realizada na escola foi a brincadeira “Macaco Cego” e para

a realização dessa brincadeira os alunos foram separados em dois grupos adversários.

Uma pessoa de cada grupo deveria tentar atravessar, de olhos vendados, um trajeto sem

pisar nas linhas desenhadas no chão. Para isso, os demais integrantes do grupo poderiam

auxiliar com instruções como, por exemplo: pise mais para frente, vá mais para o lado,

entre outras. Todavia, se o indivíduo vendado pisasse em uma das linhas ele deveria

responder uma pergunta da tabuada. Caso acertasse a resposta, poderia continuar, mas

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caso errasse, deveria voltar ao início e refazer seu trajeto. Ganharia o grupo que

chegasse primeiro ao fim do trajeto.

Figura 1 – Macaco Cego

Fonte: Arquivos pessoais

Figura 2 – Macaco Cego

Fonte: Arquivos pessoais

A segunda atividade realizada chamava-se “Vale-água” e consistia em uma

brincadeira em que foram separados dois grupos com cinco integrantes em cada. Em

frente de cada grupo havia quatro copos vazios, um ao lado do outro, e uma bolinha de

ping pong dentro do primeiro copo. O desafio consistia nos seguintes passos: os alunos

deveriam sair correndo para buscar água em um balde distante dali. Porém, só poderia

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pegar água quem respondesse corretamente a pergunta da tabuada. Após pegar a água, o

participante deveria correr de volta para o seu grupo e colocar a água dentro do copo

com a bolinha, até que ele se enchesse. Ao encher o copo completamente, os alunos

teriam que assoprar a bolinha para que a mesma caísse no copo vazio ao lado, repetindo

esse processo com todos os copos. O grupo vencedor seria aquele que preenchesse

todos os copos com água.

Figura 3 – Vale-água

Fonte: Arquivos pessoais

Figura 4 – Vale-água

Fonte: Arquivos pessoais

Já a terceira atividade foi a “Torta na Cara” em que foram feitas duas filas, uma

em frente à outra. Eram feitas perguntas aos alunos e aquele que respondesse primeiro e

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corretamente, poderia acertar uma torta na cara do adversário. A fila que acertasse mais

ganharia a brincadeira.

Figura 5 - Torta na cara

Figura 6 – Torta na cara

A última atividade foi a “Guerra de Balão”, na qual se formaram duas filas, uma

em frente à outra. Foram entregues bexigas com água, que deveriam ser jogadas de uma

fila para a outra. Entretanto, também eram feitas perguntas da tabuada que, se

respondidas corretamente, não alteravam nada, mas quem errasse deveria se afastar da

outra fila. Perdia quem estourasse a bexiga com água.

Essa gincana foi realizada no período da tarde com a turma do sexto ano e foi

possível perceber a participação ativa dos alunos durante as brincadeiras. Assim, eles

utilizaram o conteúdo estudado durante a realização dos jogos, memorizando-o cada vez

mais. Comprova-se assim o que foi dito por Kishimoto (1996, p.96): “As crianças ficam

mais motivadas a usar a inteligência, pois querem jogar bem; sendo assim, esforçam-se

para superar obstáculos, tanto cognitivos quanto emocionais. Estando mais motivadas

durante o jogo, ficam também mais ativas mentalmente.”

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Figura 7 – Guerra de Balão

Fonte: Arquivos pessoais

3. Conclusão

Dessa experiência, pôde-se concluir que o objetivo inicial foi alcançado. A

gincana propiciou aos alunos um momento de aprendizagem divertida e descontraída,

resultando na aprendizagem da tabuada. Ademais, percebeu-se uma melhora no

rendimento da aprendizagem do conteúdo que os alunos estavam estudando em sala:

divisão de números inteiros. Têm-se, portanto, que atividades proporcionadas pelo

PIBID como esta, são de grande valia, não somente para os alunos, mas também para os

acadêmicos as desenvolvem.

4. Agradecimentos

À universidade UFGD e aos docentes que propiciaram a realização dessa

experiência.

Ao PIBID/Matemática, pela oportunidade que proporcionou a aplicação desta

atividade junto aos alunos de ensino fundamental.

5. Referências

KISHIMOTO, T. M. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. São Paulo: Cortez,

1996.

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KUMON, T. Estudo Gostoso de Matemática. São Paulo: Kumon Instituto de Educação,

2001. I Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia – 2009. ISBN: 978-85-

7014-048-7 Página: 982

NEIVA, R. Decorar, Memorizar e Aprender: Qual a Diferença???. 2013. Disponível

em: http://www.concursospublicos.pro.br/duvida-do-candidato/decorar-memorizar-e-

aprender-qual-a-diferenca