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Revista sobre cultura brasileira Ana Cecília Schettino Beatriz Saffi Camila Sugai Universidade de Brasília Professor Orientador: Rogério Câmara

Apresentação camará sepa

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Page 1: Apresentação camará sepa

Revista sobre cultura brasileira

Ana Cecília Schettino Beatriz Saffi Camila Sugai

Universidade de BrasíliaProfessor Orientador: Rogério Câmara

Page 2: Apresentação camará sepa
Page 3: Apresentação camará sepa

Uma revista sobre cultura brasileira, sem estereótipos. O ponto

principal da publicação é encarar o Brasil como um país urbano

e a partir disso colocar sua realidade em pauta, ainda sem

esquecer dos regionalismos, folclores e tradições que fazem

parte das raízes desse país e continuam presentes no cotidiano

dos brasileiros. O conteúdo da revista mesclará o regional e

tradicional com o urbano. A ideia é ter um pouco do país em

todos os cantos, extrapolando as fronteiras físicas e fazendo o

Brasil se misturar de uma maneira particular.

revista camará

Page 4: Apresentação camará sepa

Camará

Faz referência a música Parabolicamará, composta por Gilberto Gil em

1991. A música relaciona o tempo e as distâncias, exatamente com o que

a Camará lida. A ideia da revista é agrupar um conteúdo sobre cultura

brasileira, a partir de tantas distâncias e diferenças e disseminá-lo como a

parabólica de Gilberto Gil.

Antes longe era distante

Perto só quando dava

Quando muito ali defronte

E o horizonte acabava

Hoje lá trás dos montes

dendê em casa camará

Ê volta do mundo, camará

Ê, ê, mundo dá volta, camará

projeto editorialNome

Público e alcance

Divisões

Seções fixas

Page 5: Apresentação camará sepa

projeto editorialNome

Público e alcance

Divisões

Seções fixas

A revista Camará visa atingir o público interessado em cultura brasileira,

disposto a refletir sobre assuntos polêmicos e desmitificar alguns

estereótipos relacionados a nossa cultura. Por causa do custo elevado de

produção da revista, o preço de venda também será relativamente alto,

portanto o público de classe A e B terá maior acesso a publicação.

Page 6: Apresentação camará sepa

projeto editorialNome

Público e alcance

Divisões

Seções fixas

cotidiano

Assuntos que fazem parte do dia a dia do brasileiro. Cultura vernacular, hábitos e o que

faz parte da rotina da população.

turismo

Quando o protagonista da matéria é um lugar. Não necessariamente possui abordagem

como a de uma resenha ou com dicas de viagem, mas apresenta um local ou experiencia.

Todo dia,ela faff z tudo sempre rr igi ual.

Chico Buarqurr e, 1984

Eu vou lá,se me faff ltam caminhos prarr car.rr

VaVV nguart, 2012

Page 7: Apresentação camará sepa

projeto editorialNome

Público e alcance

Periodicidade

Linguagem

Divisões

Seções fixas

política

Matérias questionadoras e que instigam a reflexão. Abordam temas políticos e muitas

vezes polêmicos.

história

Fatos que aconteceram há bastante tempo e ainda têm influência nos dias de hoje. Ou

assuntos que foram discutidos em outra época mas continuam em voga.

Sou mais umno Brarr sil da Centrarr l

O Rappa, 2005

O tempo não pára.Eu veje o o fuff turorr rerr petir o passado

Cazuza, 1988

Page 8: Apresentação camará sepa

projeto editorialNome

Público e alcance

Periodicidade

Linguagem

Divisões

Seções

A revista possui seções. Nem todas são necessariamente ficas, podem fazer parte ou não

de determinada edição da revista em função da disponibilidade de conteúdo.

+55

Brasileiros que viveram fora do país ou pessoas/empresas/locais influentes que são

referência do Brasil em outros países.

cinema

Produção cinematográfica brasileira. A matéria pode ser sobre a produção de um filme,

alguma pessoa influente na área ou algum festival ou premiacão.

design

Matéria sobre qualquer tema que envolva design ou algo sobre uma área especifica,

como tipografia, editorial, produtos, etc. abordando um projeto em particular ou

apresentando um designer ou período histórico

Page 9: Apresentação camará sepa

projeto editorialNome

Público e alcance

Periodicidade

Linguagem

Divisões

Seções

é dia de feira

Apresentação de alguma feira do brasil. foco em feiras populares de rua.

editorial Lomo

Cobertura lomográfica de algum evento cultural do brasil.

fronteiras

Reflexão sobre barreiras culturais, lições políticas e vivência nas divisas do Brasil com

outros países.

isso e aquilo

Traducões intersemióticas: um livro que lembra um filme, uma comida que tem a ver com

uma música, uma escultura que faça referência a um lugar. Tudo que seja brasileiro.

lugares

Algum lugar do Brasil que tenha uma curiosidade especial e seja importante ser

conhecido e divulgado .

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projeto editorialNome

Público e alcance

Periodicidade

Linguagem

Divisões

Seções

martelando

Reflexão sobre algum tema polêmico. A matéria instigará o leitor a enxergar o tema sob

um ponto de vista diferente.

matéria de capa

A de destaque, que guiará o projeto da capa da revista e iniciará o conteúdo publicação.

moda

Tratará sobre a moda brasileira de um modo geral. assuntos como: tecidos, modelagens,

peças iconicas, estilo, estilistas e poderão ser colocados em pauta.

música

Estilos musicais, músicos, instrumentos e festivais de diversas regiões do país.

na comunidade

Comunidades carentes do brasil. Discutir sobre o cotidiano, estilo de vida, dificuldades e

alegrias de quem vive nas favelas.

Page 11: Apresentação camará sepa

A divisão das tarefas no processo de produção de cada edição será feita por mês:

1º mês

Definição de pauta/separação do conteúdo das divisões

Captação de conteudo (longo período devido a necessidade de viagens)

2º mês

Captação de conteudo (longo período devido a necessidade de viagens)

Desenvolvimento de ilustrações/infográficos

3º mês

Diagramação

4º mês

Finalização

Impressão

Distribuição

produção editorialCronograma

Equipe

Tiragem e destribuição

Page 12: Apresentação camará sepa

produção editorialCronograma

Equipe

Tiragem e destribuição

Conselho editorial

Editora de redação

Coordenadora administrativa

Diretora de arte

Design

Fotografia

Revisão

Colaboradores

Page 13: Apresentação camará sepa

produção editorialCronograma

Equipe

Tiragem e destribuição

Para a impressão e distribuição da revista é necessário que haja parceria

com alguma editora. A revista seria vendida em grandes livrarias, pontos

de cultura e museus. A tiragem inicial seria de 10.000 exemplares, visto que

seria distribuída por todo o Brasil.

Page 14: Apresentação camará sepa

projeto gráficoImpresso

Grid

Assinatura

Elementos Gráficos

Paleta de cores

Capa

Tipografia

Estilos de parágrafo

Publicidade

formato

210x252 mm

papel

Serão utilizados três diferentes tipos de papel na Camará: papel markato

branco 250g para a capa, de acordo com a matéria de capa. Para o miolo

são utilizados os seguintes papeis: AP 90 g/m² para algumas matérias do

miolo e Pólen 85 g/m² para as demais. Os papeis deverão se os mesmos em

cada divisão.

encadernação

A encadernação da Camará será em brochura, com lombada quadrada.

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Grid

Assinatura

Elementos Gráficos

Paleta de cores

Capa

Tipografia

Estilos de parágrafo

Publicidade

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Grid

Assinatura

Elementos Gráficos

Paleta de cores

Capa

Tipografia

Estilos de parágrafo

Publicidade

número 01 | inverno 2012 | 15 reais

Page 17: Apresentação camará sepa

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Grid

Assinatura

Elementos Gráficos

Paleta de cores

Capa

Tipografia

Estilos de parágrafo

Publicidade

número 01 | inverno 2012 | 15 reais

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Elementos Gráficos

Paleta de cores

Capa

Tipografia

Estilos de parágrafo

Publicidade

camará | n

úmero

1 | invern

o 2012

número 01 | inverno 2012 | 15 reais

1 13 8 0 5 5 6 5 15 4

capa + lombada + contracapa

detalhe lombada

camará | n

úmero

1 | invern

o 2012

número 01 | inverno 2012 | 15 reais

1 13 8 0 5 5 6 5 15 4

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Grid

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Elementos Gráficos

Paleta de cores

Capa

Tipografia

Estilos de parágrafo

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grid - diagonais

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Grid

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Elementos Gráficos

Paleta de cores

Capa

Tipografia

Estilos de parágrafo

Publicidade

grid - colunas

12 colunas verticais

gutter vertical 4mm

13 divisões horizontais sem gutter

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Elementos Gráficos

Paleta de cores

Capa

Tipografia

Estilos de parágrafo

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Semana passada teve uma briga de bar em frente ao meu prédio. Começou com aquela velha gritaria de bêbado con-testando bêbado e deu no que deu: pan-cadaria entre uns três ou quatro que eu nem sei da índole. Vou lá eu chamar esses caras de vagabundos? De encrenqueiros ou beberrões que não têm um pingo de dó da família?

Não conheço nenhum deles. Acabou tudo com um indo pra um lado, outro descendo a rua limpando a roupa.

Um deles ficou lá, no bar, xingando quem quisesse ouvir xingamentos. A polícia apareceu, anotou uma coisa aqui e outra ali, naquela ficha padrão. Aparece-ram pela contramão, luzes vermelhas acesas. Fica-ram lá por uns minutos até que o maiorzão, aquele que estava dirigindo, acendeu um cigarro e resolveu que queria ir embora. Subiram os dois policiais no carro e zarparam. Menos de 15 minutos depois do início da briga, era como se nada tivesse acontecido. É nesse mesmo bar que o pessoal vara madrugadas deliciosas tocando Cartola e Noel Rosa no violão.

Eu moro em São Paulo. Uma terra que chegou aos seus 458 anos. Moro na megalópole do país, em uma cidade com mais de 11 milhões de pessoas zanzando e passando aos tropeços, correndo na faixa para não serem atropeladas pelos carros, fumando na porta dos bares que é lugar aberto, chutando calcanhares no metrô, no trem, tomando cotovelada no ônibus e tirando o sarro um do outro por conta dos sotaques.

Ou alguém pensou que em São Paulo só tem paulistano errando os plurais e puxando os “enes”? Convivo no meu trabalho, com gaúchos (do sul e, acreditem, de Cuiabá), caipiras do interior de Marília, homens com os trejeito e alma de Belo Horizonte e

ainda budistas que, querendo ou não, foram nascidos e cria-dos em Mauá, no Grande ABC.

Quando fui fazer minha pós-graduação em jornalismo cultural, conheci um piauiense e, assim que vi uma amizade forte ali, alertei de imediato: “Moleque, São Paulo é a terra da solidão”. Isso pouco antes de não ter dado carona pra esse teresinense, mesmo es-tando na rua da casa dele.

São Paulo coleciona pesso-as e coleciona solidão. Quem não sabe lidar com São Paulo, acaba só, sozinho e solitário, como diria o mesmo Caetano Veloso que pirou o cabeção com a deselegância discreta das nossas meninas. SP é o lugar certo para quem quer se isolar, mesmo estando no olho do furacão. São Paulo assusta e São Paulo aneste-sia qualquer medo, trauma e suspeita. Depois de morar em Sampa, nunca mais se anda na rua sem olhar pra trás. Não se desacostuma a estar com

Não existe amor em SP?

martelando66

fome às três da madrugada e achar normal sair na rua pra comer. Quando em São Paulo, o dia precisa de 72 horas pra se ter tempo hábil pra fazer as tarefas diárias. Fora de SP, o dia parece ter 72 horas.

São Paulo é a cidade dos chiques da Oscar Freire, que acompanham tendências e trocam guarda-roupas como quem troca o chiclete que perdeu o gosto. São Paulo é a cidade dos manos que ido-latram suas periferias, enal-tecendo a Zona Sul, a Zona Leste, a Zona Norte e a Zona Oeste, todas unidas pelo bem do hip-hop, movimento musi-cal que dominou os tocadores de MP3 de todo o país no últi-mo ano.

Ou vai me dizer que você nunca, nem uma vezinha as-sim, deu o play pra ouvir o Emicida ou o Criolo, que foi plagiado por esse escritor mal-dito no título desse manifesto

febre de amor tem linearidade, começo e fim? Uma declaração apaixonada nada mais é que um emaranhado de pensa-mentos doidos que colidem, espirram, sujam e pedem desculpas, assim como as pessoas transitando pra lá e pra cá no horário de pico.

É trânsito, é enchente, é assalto, é bar-zinho, é balada, é negócios, é prédio alto, é centrão velho, é periferia, é marginal aqui e acolá, urbanismo inexistente, é fes-tival, referência, é gastronomia e atendi-mento sem igual, é busão que chama por nome e não por número, é a vanguarda e é tradição. Tudo começa aqui, menos o catchup na pizza (só que a gente tem, sim, churrasco na grelha).

Choveu em São Paulo nessa semana toda. Como sempre acontece em janeiro. E eu adoro chuva. Odeio só ter que ficar molhado no ir e vir de casa, do trabalho. Mas de ficar na janela, olhando as gotas caindo, ouvindo o impacto no asfalto, no concreto e nos telhados, eu acho bom de-mais. Só é ruim quando os caras do bar resolvem sair no tapa enquanto eu tô vendo as luzes e a água da minha cidade.

odioso-amoroso ao aniversário da cidade dew São Paulo? Se não, pena de ti sentimos nós, paulistanos que ouvimos as melhores rimas do ano, as melhores batidas do ano, os melhores protestos do ano e os melhores artistas do ano.

Aqui, nesse velho quilombo de todos os brasileiros, crescem desordenadamente os bairros e a vontade de viver aqui. Quando brota o amor por São Paulo, aí fudeu. São Paulo vicia, tanto ou mais do que todas as pedras que a cracolândia tem pra oferecer. Chega até a dar um orgulho estranho e torpe daquilo que é feio. “É violento, tá estragado, só sujeira, mas é nosso”. E quem ia poder julgar?

Por isso que não existe amor em SP. Nessa cida-de que se orgulha de ter como lema o tão severo e valente “Non dvcor dvco” (“não sou conduzido, conduzo”), não há espaço para aquele famoso meio-termo. Tem gente que odeia, não se adapta, perde o gosto e vai embora. E quem fica, por vontade ou necessidade, faz de cada dia, um dia a se lutar. Quem tá em SP, tá acostumado com os tapas e os sopros da vida.

E nem tentem, detratores, falar de confusão na minha linha de raciocínio. Desde quando uma fala de

Não existe amor em SP?

não existe amor em sp? 67

Caixas de texto

Caixas de texto variam de tamanho

e largura de acordo com a matéria.

utilização de caixas de texto

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Elementos Gráficos

Paleta de cores

Capa

Tipografia

Estilos de parágrafo

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Agora, pode-se dizer que vivemos um terceiro momento no país: estilistas têm se destacado tanto aqui quanto no exterior justamente por acrescentar elementos da cultura brasileira em seu repertório. Eles, no entanto, aumentam o entendimento dos clichês de Brasil ao ir muito além das imagens esperadas, como a da mulher sensual, a do Maracanã lotado e a das es-colas de samba. Ao mesmo tempo, não deixam de usar refe-rências que permitem que os estrangeiros identifiquem o país em suas coleções. “Ronaldo Fraga, Lino Villaventura e André Lima, três expoentes da moda atual, abusam das cores e dos grafismos, que são características muito presentes em nosso repertório. Aliás, cores e grafismos são dados também das nos-sas artes visuais e do design”, diz o historiador João Braga, que junto com o jornalista Luís André do Prado acaba de lançar o livro História da Moda no Brasil (Pyxis Editorial, 637 págs., R$ 120). Ao mesmo tempo, o mineiro Ronaldo Fraga, por exem-plo, idealiza peças que representam muito bem toda a herança barroca. Ele faz roupas pensando também em cenários, sons, coreografias. Sob seu comando, os modelos transformam-se em personagens de uma peça de teatro. Esqueça portanto o simples caminhar por uma passarela neutra. A memorável coleção de verão 2008, baseada nas várias facetas da cantora capixaba Nara Leão e intitulada Lindonéia, por exemplo, foi mostrada com o caminho tomado por centenas de barquinhos de papel. Uma ideia singela e de um efeito para lá de poético.

Além de remeter diretamente a uma brincadeira de dobradura comum no Brasil. Claro.

Com passagem por escolas de Nova York e Londres, é no entanto de Passira, município em Pernambuco, e de Pirapora, em Minas Gerais, que Ronaldo tira grande parte de sua inspiração. No vi-larejo pernambucano, o estilista mantém relações de parceria com bordadeiras, que inclusive veem seu nome impresso na etiqueta de cada peça de roupa que costuram (veja quadro abaixo). O uso de bordados e rendas ajuda a reforçar uma postu-ra importante para Ronaldo. Em vez de exaltar as curvas femininas, como seria talvez natural para um estilista brasileiro, ele é avesso a qualquer coisa que lembre esse clima mais liberal da praia: “Nun-ca espere um decote do Ronaldo. O pudor sempre percorre suas coleções”, diz João Braga. Com um tom lúdico, o estilista também recorre bastante ao universo da música: as composições dor de cotovelo de Lupicínio Rodrigues viraram a coleção Quantas Noites Não Durmo, do inverno 2004, com vestidos de brocados e florais sobre algodão da Paraíba. Mas aqui é bom lembrar: o samba que escolhe não é o da bateria das escolas do Rio, e sim a melancolia do mestre gaúcho.

Barquinhos de papel

Ronaldo Fraga

Inspiração brasileira desfilada na

São Paulo Fashion Week Verão

2013. foto divulgação

Lino Villaventura

Look masculino apresentado na

São Paulo Fashion Week Verão

2013. foto Ze Takahashi

André Lima

Vestido e acessorios da coleção de

desfilados na São Paulo Fashion Week

Verão 2012. foto divulgação

nós já não temos bananas 33moda32

utilização de caixas de texto

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Elementos Gráficos

Paleta de cores

Capa

Tipografia

Estilos de parágrafo

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fonte de texto

Corbel

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUWXYZ

abcdefghijklmnopqrstuwxyz

1234567890*

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Elementos Gráficos

Paleta de cores

Capa

Tipografia

Estilos de parágrafo

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fonte de título

Chaparral Pro

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUWXYZ

abcdefghijklmnopqrstuwxyz

1234567890*

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Elementos Gráficos

Paleta de cores

Capa

Tipografia

Estilos de parágrafo

Publicidade

A Feira Hippie de Ipanema, por exem-plo, tem esse nome desde os anos 60, quando hippies ocuparam a praça Gene-ral Osório pra vender seus produtos. E até hoje, nessa mesma praça, a feira acon-tece todo domingo de 07h às 19h, faça chuva ou faça sol. Hoje em dia, de hippie mesmo só alguns que passam por ali e a estética de alguns produtos. Na verdade a feira (leia-se os preços) é voltada mais para os turistas. Situada em um bairro de classe média alta, rodeada por barzinhos e cafés, e bem perto da praia, logo se es-tabeleceu o público alvo dali. E como é de praxe de cidade turística, vários produtos exaltam o Rio e o Brasil.

Olhando a praça nos outros dias da se-mana, é difícil imaginar como cabem tan-tos stands e tanta gente ali. Parece uma feira pequena, mas a verdade é que dá pra passar o dia revirando tudo. E se bater o cansaço, basta sentar nos banquinhos e curtir o movimento. A feira tem uma ótima localização por ser de fácil acesso, já que na praça há uma estação do metrô.

Os itens de decoração são verdadeiros achados, daqueles que quando alguém vir na sua casa, vai querer saber a história por trás. Como uma cadeira em formato de peixe, um banco em formato de bumbum ou bichos da fauna brasileira moldados em palha. Coisas aparentemente toscas que deixam o dia a dia mais divertido.

Há uma infinidade de produtos, desde coisas para a casa, roupas e acessórios, até instrumentos musicais. É um ótimo lugar pra comprar presentes ou lembran-cinhas pra pessoas com diferentes gostos.

Os materiais dos produtos são de uma diversidade enorme: palha, renda, ma-deira, cerâmica, papel machê, e claro, o couro. Seja em móveis, roupas, acessó-rios, mapas ou até quadros, esse tecido é a especialidade de vários dos mais de 400 stands. Diferente de lojas e shoppin-gs, os produtos da feira não tem como parâmetro modas e tendências, e sim a especialidade daquele feirante. Dá pra

comprar, por exemplo, roupas de lã pra usar em temperaturas baixas ou então biquínis de crochê pra usar na praia, há um quarteirão dali. Dentre essa diversi-dade de materiais, a pedraria e a prata também tem aos montes, das mais bara-tinhas às mais caras. O legal é que todos esses materiais às vezes são usados de forma inusitada.

A verdade é que de primeira você quer levar tudo. Mas o grande lance da feira (de qualquer uma, na verdade) é olhar tudo, dar uma boa volta e só depois comprar. O impulso consumista não é uma boa nessa hora, até porque alguns stands vendem produtos similares. E, cla-

ro, outra vantagem de feira é poder pe-chinchar. Ganhar um desconto é sempre possível, afinal a pechincha é um pilar do comércio informal!

Alguns stands da Feira Hippie real-mente tem produtos exclusivos, coisas que você não vai achar em lugar nenhum. Artesanatos e produtos dignos de paten-te! Uma senhora uruguaia, por exemplo, vende blusas de patchwork de tecidos: são literalmente exclusivas, pois nenhu-ma peça é igual a outra.

Já o centro da praça concentra os qua-dros e pinturas. Muitos retratam favelas (de uma forma lúdica), a natureza tropi-cal, e outros temas tipicamente cariocas.

Há também pela feira esculturas elabora-das, verdadeiras peças de arte. E se bater a fome de tanto andar, geralmente têm duas barraquinhas de comida baiana: acarajé, cocada e outros doces. Estão sempre cheias e as pessoas parecem bem satisfeitas.

Volta e meia tem algum artista de rua por ali. Já vi músico tocando saxofone, aquelas estátuas humanas e até mesmo um cara fazendo embaixadinhas e várias coisas impressionantes com uma bola. Seja como for, sempre tem alguém pra divertir e surpreender quem passa. A con-tribuição em dinheiro é uma escolha sua.

Muita coisa, muita gente, uma verda-deira bagunça organizada. E não é esse o bom de feira? Tudo e todos misturados!

hoje é dia de feira26 feira hippie de ipanema 27

A Feira Hippie de Ipanema, por exem-plo, tem esse nome desde os anos 60, quando hippies ocuparam a praça Gene-ral Osório pra vender seus produtos. E até hoje, nessa mesma praça, a feira acon-tece todo domingo de 07h às 19h, faça chuva ou faça sol. Hoje em dia, de hippie mesmo só alguns que passam por ali e a estética de alguns produtos. Na verdade a feira (leia-se os preços) é voltada mais para os turistas. Situada em um bairro de classe média alta, rodeada por barzinhos e cafés, e bem perto da praia, logo se es-tabeleceu o público alvo dali. E como é de praxe de cidade turística, vários produtos exaltam o Rio e o Brasil.

Olhando a praça nos outros dias da se-mana, é difícil imaginar como cabem tan-tos stands e tanta gente ali. Parece uma feira pequena, mas a verdade é que dá pra passar o dia revirando tudo. E se bater o cansaço, basta sentar nos banquinhos e curtir o movimento. A feira tem uma ótima localização por ser de fácil acesso, já que na praça há uma estação do metrô.

Os itens de decoração são verdadeiros achados, daqueles que quando alguém vir na sua casa, vai querer saber a história por trás. Como uma cadeira em formato de peixe, um banco em formato de bumbum ou bichos da fauna brasileira moldados em palha. Coisas aparentemente toscas que deixam o dia a dia mais divertido.

Há uma infinidade de produtos, desde coisas para a casa, roupas e acessórios, até instrumentos musicais. É um ótimo lugar pra comprar presentes ou lembran-cinhas pra pessoas com diferentes gostos.

Os materiais dos produtos são de uma diversidade enorme: palha, renda, ma-deira, cerâmica, papel machê, e claro, o couro. Seja em móveis, roupas, acessó-rios, mapas ou até quadros, esse tecido é a especialidade de vários dos mais de 400 stands. Diferente de lojas e shoppin-gs, os produtos da feira não tem como parâmetro modas e tendências, e sim a especialidade daquele feirante. Dá pra

comprar, por exemplo, roupas de lã pra usar em temperaturas baixas ou então biquínis de crochê pra usar na praia, há um quarteirão dali. Dentre essa diversi-dade de materiais, a pedraria e a prata também tem aos montes, das mais bara-tinhas às mais caras. O legal é que todos esses materiais às vezes são usados de forma inusitada.

A verdade é que de primeira você quer levar tudo. Mas o grande lance da feira (de qualquer uma, na verdade) é olhar tudo, dar uma boa volta e só depois comprar. O impulso consumista não é uma boa nessa hora, até porque alguns stands vendem produtos similares. E, cla-

ro, outra vantagem de feira é poder pe-chinchar. Ganhar um desconto é sempre possível, afinal a pechincha é um pilar do comércio informal!

Alguns stands da Feira Hippie real-mente tem produtos exclusivos, coisas que você não vai achar em lugar nenhum. Artesanatos e produtos dignos de paten-te! Uma senhora uruguaia, por exemplo, vende blusas de patchwork de tecidos: são literalmente exclusivas, pois nenhu-ma peça é igual a outra.

Já o centro da praça concentra os qua-dros e pinturas. Muitos retratam favelas (de uma forma lúdica), a natureza tropi-cal, e outros temas tipicamente cariocas.

Há também pela feira esculturas elabora-das, verdadeiras peças de arte. E se bater a fome de tanto andar, geralmente têm duas barraquinhas de comida baiana: acarajé, cocada e outros doces. Estão sempre cheias e as pessoas parecem bem satisfeitas.

Volta e meia tem algum artista de rua por ali. Já vi músico tocando saxofone, aquelas estátuas humanas e até mesmo um cara fazendo embaixadinhas e várias coisas impressionantes com uma bola. Seja como for, sempre tem alguém pra divertir e surpreender quem passa. A con-tribuição em dinheiro é uma escolha sua.

Muita coisa, muita gente, uma verda-deira bagunça organizada. E não é esse o bom de feira? Tudo e todos misturados!

hoje é dia de feira26 feira hippie de ipanema 27

Fonte do texto

Corbel regular 9,5 pt entrelinha 12,316 pt

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Elementos Gráficos

Paleta de cores

Capa

Tipografia

Estilos de parágrafo

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Os estilos de parágrafo de títulos, subtitulos e olho de

texto estão sujeitos a alteração em relação ao conteudo

da matéria. É possivel que sejam utilizados letterings,

fotografias, colagens e outros

Titulos das matérias

Tríplice fronteira Brasil-Argentina-Paraguai

Quem vê notícias recentes sobre os encontros amigáveis das lideranças sul-ame-ricanas não imagina como as regiões de fronteira estão marcadas por uma série de tensões e conflitos envolvendo desde a posse de terras ao tráfico humano. No pas-sado, outras disputas nas fronteiras foram causa de guerras sangrentas, como a cha-mada Guerra do Paraguai que, entre brasileiros, argentinos, paraguaios e uruguaios, teve um saldo final de 400 mil mortos.

Mas mesmo em 2012, com a aparente paz na América do Sul, especialistas não descartam a possibilidade de conflitos de grande impacto na região, que poderiam, por exemplo, dizimar comunidades indígenas inteiras. É o que diz o coordenador--substituto da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Rio Branco, Juan Scalia, se referindo a conflitos na fronteira do Brasil com o Peru, para ele “como há histórico de conflitos [na região], não é leviano falar em genocídio”.

duas terrasEntre

escreve Denise Adôrno

Chaparral, variando pesos e tamanho

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Paleta de cores

Capa

Tipografia

Estilos de parágrafo

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Feira hippie deIpanema escreve e fotografa Rafaela Lima

Às vezes, “feira” é usado num tom pe-jorativo indicando bagunça, desorgani-zação, falta de regras. Mas a verdade é que as feiras nada mais são do que um comércio espontâneo que dá muito cer-to. Hoje em dia então, a maioria funciona sob os cuidados de alguma associação ou sindicato dos feirantes.

Numa grande cidade turística como o Rio de Janeiro, há uma infinidade de feiras: a do Lavradio, a da praça Saenz Peña, a da Avenida Atlância, a Feira de São Cristóvão, e muitas outras. Cada uma tem suas características particu-lares, e coisas pelas quais são famosas. Pode ser pelos produtos, pelo horário, pelo lugar, ou por algum outro aspecto.

hoje é dia de feira24 feira hippie de ipanema 25

“divertidA e despRetensiosa coM vários dos erros comunS

à escrita verNacular, tanto urbAna como Rural, tais Quais a mistura de letrAs minúsculas

em Meio a maiúsculas E O espelhameNto das letraS.”

//brasilero

Talvez você não perceba (e, a não ser que você seja alguém interessado ou que estude o assunto, é melhor que seja assim), mas ela está aqui, presente e ajudando você a ler confortavelmente o texto nas suas mãos. A tipografia é uma disciplina antiga, com regras bem consolidadas (e, talvez, um tanto rígi-das), sendo principalmente uma das fundações do design gráfico como conhecemos hoje. A partir de sua introdução no Ocidente, pouco mais de 500 anos atrás por Johannes Gutenberg, experimentamos enormes saltos no que diz respeito à comunicação visual e difusão da língua escrita: primeiro vieram os livros impressos, em seguida, cartazes e panfletos, e, mais recentemente, a revolução digital, resultado da criação da internet (acompanhada dos computa-dores pessoais, claro). Contudo, mesmo tendo sido criado pouco antes da chegada de Cabral ao Brasil e apesar da produção gráfica/visual brasileira já estar amadurecida, apenas recentemente temos visto o ofício tipográfico praticado nestas terras, e ela já pegou o bonde andando.

Os brasileiros começaram a fazer seus primeiros tipos já com a revolução digital bem encaminhada. Por este motivo, muitas das tradições tipográficas (oriundas da prática manual do design de tipos) pu-deram ser deixadas de lado naquele momento. Por isso mesmo, as primeiras fontes tupiniquins eram frutos de experimentações diversas, aproveitando a sensação de novidade que era fazer uma fonte em um computador. E é aqui que entra a Brasilêro. Projetada por Crystian Cruz em 2001, a Brasilêro foi um trabalho acadêmico onde ele decidiu desenvol-ver uma fonte display inspirada na linguagem dos letreiros, cartazes e peças de comunicação visual “toscas” e feitas à mão por pessoas que são muitas vezes semi-analfabetas. Fontes display são, assim como esses letreiros, próprias para uso em con-textos onde há mais liberdade artística e, por isso mesmo, inadequadas para serem usadas em textos longos. Vemos, então, uma fonte divertida e des-pretensiosa com vários dos erros comuns à escrita vernacular, tanto urbana como rural, tais quais a mistura de letras minúsculas em meio a maiúsculas e o espelhamento das letras.

//brasileroa fonte projetada em 2001 por Crystian Cruz explora elementos de tipografia vernacular e é inspirada no que vemos escrito pelas ruas do Brasil

escreve Luã Leão

design36 brasilêro 37

Mais exemplos de títulos das matérias

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Subtítulos das matérias

Chaparral Light italiz caption, 14 pt

Chaparral semibold caption, 14 pt

REGGAE no Maranhão

Curiosos sobre a particularidades do Reggae no Maranhão, conversamos com um grande apreciador do ritmo, o maranhense Robson Marlon Morais Ferreira, que nos contou um pouco da interessante história e os costumes dessa cultura local.

Embora o reggae seja de ori-gem jamaicana, São Luís o in-corporou dentro de suas práticas festivas e sua programação cul-tural, influenciando as relações de interação já existentes. Desde sua chegada à Ilha de São Luís há 30 anos, plantou-se na memória coletiva local uma imagem de se-melhança entre as duas ilhas, o que faz muitas pessoas acredita-rem que realmente São Luis seja a Jamaica Brasileira.

música40

EstrElas anônimas:A vida dos retirantes em obras de Gilberto Gil e Clarice Lispector

escreve Octávio Sousailustra Tatiana Rodrigues

Dentre os vários caminhos pensados para esse texto me pareceu particularmente interessante um caminho que tem a ver com outra travessia, a feita por milhões de brasileiros durante séculos, e acen-tuada no século passado, o caminho dos retirantes da seca nordestina.

A viagem dos sertanejos é muito explorada nas artes plásticas, literatura e cinema, além das can-ções de Luiz Gonzaga e outros compositores. Em 1938, no romance Vidas Secas, de Graciliano Ra-mos, um marco do modernismo regionalista, já é abordado o tema da migração nordestina. No espe-táculo Opinião, de 1964, de Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes e Armando Costa, o problema da seca no Nordeste também é retratado.

Para além do caminho até a cidade grande, escolhi trabalhos que falam sobre a vida e os sentimentos dos nordestinos nas grandes cidades. Ao mesmo tempo em que a migração para o centro sul do país repre-

senta um horizonte para uma vida melhor, ou para a sobrevivência, pode significar a solidão do exílio.

Duas obras da década de 70 mostram bem essa realidade. A Hora da Estrela, publicado em 1977, conta a história de Macabéa, uma retirante de Ala-goas que vive no Rio de Janeiro trabalhando como datilógrafa. Lamento Sertanejo é uma canção composta por Gilberto Gil e Dominguinhos, está no álbum Refazenda de Gil, de 1975, fala sobre o senti-mento do nordestino em relação à vida na cidade, e sobre não conseguir adaptar-se.

O fato de estar em ‘terra estrangeira’ aparece na música e na literatura dessa época, por ser gran-de o numero de artistas, políticos, intelectuais, e outras pessoas consideradas agentes subversivos pela ditadura no período entre 1964 e 1979. Contu-do, há de peculiar no caso dos retirantes o fato de permanecer no próprio país, e terem sidos forçados não por condições políticas, mas de sobrevivência.

isso e aquilo46

milhões de sertanejos que deixam sua terra natal pra construir a vida nas grandes capitais”

“E enquanto o governo manda para fora do país personalidades reconhecidas por seu trabalho e ideais, são anônimos os

Exemplos de estilo dos subtítulos

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Estilos de parágrafo

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Olho de texto

Chaparral light italic, com variação do tamanho do corpo

aspas de entrada maior que o corpo do texto em 50%

Para o Maranhão, o reggae tem uma semelhança rítmica com uma das maiores e mais antiga expres-sões da cultura popular local, o Bumba meu Boi, uma síntese de cultura africana, indígena e européia. É difícil e contraditório definir exatamente quando e como esse ritmo foi parar no Maranhão e o porquê de tamanha identificação. Segundo Robson Marlon Morais Ferreira, atual microempresário, a chegada do reggae no Maranhão ainda não foi comprovada, não há ninguém e nenhuma pesquisa que indique uma data exata. São vários fatores que contribuí-ram para que ele chegasse até aqui e pra São Luís ser conhecida como a Jamaica Brasileira. Para Ro-bson, existem diversas semelhanças entre São Luís e a Jamaica como por exemplo, a população negra, que nas duas regiões, é a que mais aprecia o ritmo, o clima e o modo de vida. Alguns apreciadores do reggae, principalmente os que viveram na zona rural, afirmam tê-lo conhecido através dos sons captados

via ondas de rádio no final da década de 60. Enquanto outros tiveram contato com a música através de LPs trazidos em na-vios que aportavam nos portos da capital em meados da década de 70. O próprio Robson diz ter se afeiçoado ao reggae depois que ganhou, quando completou 6 anos de idade, um radinho que sempre carregava no ombro. “A partir daí, nunca mais parei de ouvir. Não consigo ficar um dia sequer sem reggae.“

Segundo Robson, já havia uma pre-dominância de ritmos caribenhos nas regiões do Pará/Maranhão como a lam-bada, o merengue, a salsa, o bolero, entre outros. Ritmos esses, tocados em clubes semelhantes aos atuais clubes de reggae e eram veiculados nas chamadas radiolas, um aparelho de som gigantesco. O fato de os ritmos caribenhos serem bem aceitos no Maranhão contribuiu também para a aceitação do ritmo jamaicano, embora os freqüentadores dos clubes, na época não soubessem ao certo de que ritmo se trata-va. Aos poucos o reggae foi sendo intro-duzido na programação musical dessas casas através dos discotecários, conheci-dos nesse cenário como especialistas em músicas desse gênero. Os discos que eles tocavam eram muito raros, trazidos de fora do estado ou do exterior a preços al-tíssimos, o que dificultava o acesso do pú-blico, por isso, quem quisesse ouvir, tinha que ir aos clubes, aumentando assim o sucesso desses lugares.

A origem do reggae no Maranhão

Não consigo ficar um dia sequer sem Reggae!

Baú com CDs e LPs raros que Robson guarda a 7 chaves em seu armário.

reggae no maranhão 43

Para o Maranhão, o reggae tem uma semelhança rítmica com uma das maiores e mais antiga expres-sões da cultura popular local, o Bumba meu Boi, uma síntese de cultura africana, indígena e européia. É difícil e contraditório definir exatamente quando e como esse ritmo foi parar no Maranhão e o porquê de tamanha identificação. Segundo Robson Marlon Morais Ferreira, atual microempresário, a chegada do reggae no Maranhão ainda não foi comprovada, não há ninguém e nenhuma pesquisa que indique uma data exata. São vários fatores que contribuí-ram para que ele chegasse até aqui e pra São Luís ser conhecida como a Jamaica Brasileira. Para Ro-bson, existem diversas semelhanças entre São Luís e a Jamaica como por exemplo, a população negra, que nas duas regiões, é a que mais aprecia o ritmo, o clima e o modo de vida. Alguns apreciadores do reggae, principalmente os que viveram na zona rural, afirmam tê-lo conhecido através dos sons captados

via ondas de rádio no final da década de 60. Enquanto outros tiveram contato com a música através de LPs trazidos em na-vios que aportavam nos portos da capital em meados da década de 70. O próprio Robson diz ter se afeiçoado ao reggae depois que ganhou, quando completou 6 anos de idade, um radinho que sempre carregava no ombro. “A partir daí, nunca mais parei de ouvir. Não consigo ficar um dia sequer sem reggae.“

Segundo Robson, já havia uma pre-dominância de ritmos caribenhos nas regiões do Pará/Maranhão como a lam-bada, o merengue, a salsa, o bolero, entre outros. Ritmos esses, tocados em clubes semelhantes aos atuais clubes de reggae e eram veiculados nas chamadas radiolas, um aparelho de som gigantesco. O fato de os ritmos caribenhos serem bem aceitos no Maranhão contribuiu também para a aceitação do ritmo jamaicano, embora os freqüentadores dos clubes, na época não soubessem ao certo de que ritmo se trata-va. Aos poucos o reggae foi sendo intro-duzido na programação musical dessas casas através dos discotecários, conheci-dos nesse cenário como especialistas em músicas desse gênero. Os discos que eles tocavam eram muito raros, trazidos de fora do estado ou do exterior a preços al-tíssimos, o que dificultava o acesso do pú-blico, por isso, quem quisesse ouvir, tinha que ir aos clubes, aumentando assim o sucesso desses lugares.

A origem do reggae no Maranhão

Não consigo ficar um dia sequer sem Reggae!

Baú com CDs e LPs raros que Robson guarda a 7 chaves em seu armário.

reggae no maranhão 43

detalhe do estilo do olho de texto

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“divertidA e despRetensiosa coM vários dos erros comunS

à escrita verNacular, tanto urbAna como Rural, tais Quais a mistura de letrAs minúsculas

em Meio a maiúsculas E O espelhameNto das letraS.”

//brasilero

Talvez você não perceba (e, a não ser que você seja alguém interessado ou que estude o assunto, é melhor que seja assim), mas ela está aqui, presente e ajudando você a ler confortavelmente o texto nas suas mãos. A tipografia é uma disciplina antiga, com regras bem consolidadas (e, talvez, um tanto rígi-das), sendo principalmente uma das fundações do design gráfico como conhecemos hoje. A partir de sua introdução no Ocidente, pouco mais de 500 anos atrás por Johannes Gutenberg, experimentamos enormes saltos no que diz respeito à comunicação visual e difusão da língua escrita: primeiro vieram os livros impressos, em seguida, cartazes e panfletos, e, mais recentemente, a revolução digital, resultado da criação da internet (acompanhada dos computa-dores pessoais, claro). Contudo, mesmo tendo sido criado pouco antes da chegada de Cabral ao Brasil e apesar da produção gráfica/visual brasileira já estar amadurecida, apenas recentemente temos visto o ofício tipográfico praticado nestas terras, e ela já pegou o bonde andando.

Os brasileiros começaram a fazer seus primeiros tipos já com a revolução digital bem encaminhada. Por este motivo, muitas das tradições tipográficas (oriundas da prática manual do design de tipos) pu-deram ser deixadas de lado naquele momento. Por isso mesmo, as primeiras fontes tupiniquins eram frutos de experimentações diversas, aproveitando a sensação de novidade que era fazer uma fonte em um computador. E é aqui que entra a Brasilêro. Projetada por Crystian Cruz em 2001, a Brasilêro foi um trabalho acadêmico onde ele decidiu desenvol-ver uma fonte display inspirada na linguagem dos letreiros, cartazes e peças de comunicação visual “toscas” e feitas à mão por pessoas que são muitas vezes semi-analfabetas. Fontes display são, assim como esses letreiros, próprias para uso em con-textos onde há mais liberdade artística e, por isso mesmo, inadequadas para serem usadas em textos longos. Vemos, então, uma fonte divertida e des-pretensiosa com vários dos erros comuns à escrita vernacular, tanto urbana como rural, tais quais a mistura de letras minúsculas em meio a maiúsculas e o espelhamento das letras.

//brasileroa fonte projetada em 2001 por Crystian Cruz explora elementos de tipografia vernacular e é inspirada no que vemos escrito pelas ruas do Brasil

escreve Luã Leão

design36 brasilêro 37

“divertidA e despRetensiosa coM vários dos erros comunS

à escrita verNacular, tanto urbAna como Rural, tais Quais a mistura de letrAs minúsculas

em Meio a maiúsculas E O espelhameNto das letraS.”

//brasilero

Talvez você não perceba (e, a não ser que você seja alguém interessado ou que estude o assunto, é melhor que seja assim), mas ela está aqui, presente e ajudando você a ler confortavelmente o texto nas suas mãos. A tipografia é uma disciplina antiga, com regras bem consolidadas (e, talvez, um tanto rígi-das), sendo principalmente uma das fundações do design gráfico como conhecemos hoje. A partir de sua introdução no Ocidente, pouco mais de 500 anos atrás por Johannes Gutenberg, experimentamos enormes saltos no que diz respeito à comunicação visual e difusão da língua escrita: primeiro vieram os livros impressos, em seguida, cartazes e panfletos, e, mais recentemente, a revolução digital, resultado da criação da internet (acompanhada dos computa-dores pessoais, claro). Contudo, mesmo tendo sido criado pouco antes da chegada de Cabral ao Brasil e apesar da produção gráfica/visual brasileira já estar amadurecida, apenas recentemente temos visto o ofício tipográfico praticado nestas terras, e ela já pegou o bonde andando.

Os brasileiros começaram a fazer seus primeiros tipos já com a revolução digital bem encaminhada. Por este motivo, muitas das tradições tipográficas (oriundas da prática manual do design de tipos) pu-deram ser deixadas de lado naquele momento. Por isso mesmo, as primeiras fontes tupiniquins eram frutos de experimentações diversas, aproveitando a sensação de novidade que era fazer uma fonte em um computador. E é aqui que entra a Brasilêro. Projetada por Crystian Cruz em 2001, a Brasilêro foi um trabalho acadêmico onde ele decidiu desenvol-ver uma fonte display inspirada na linguagem dos letreiros, cartazes e peças de comunicação visual “toscas” e feitas à mão por pessoas que são muitas vezes semi-analfabetas. Fontes display são, assim como esses letreiros, próprias para uso em con-textos onde há mais liberdade artística e, por isso mesmo, inadequadas para serem usadas em textos longos. Vemos, então, uma fonte divertida e des-pretensiosa com vários dos erros comuns à escrita vernacular, tanto urbana como rural, tais quais a mistura de letras minúsculas em meio a maiúsculas e o espelhamento das letras.

//brasileroa fonte projetada em 2001 por Crystian Cruz explora elementos de tipografia vernacular e é inspirada no que vemos escrito pelas ruas do Brasil

escreve Luã Leão

design36 brasilêro 37

Olho de texto

O olho também pode variar de acordo com a estética da

matéria, nestes casos, se dá mais importância a eles por isso

são usados com um corpo de texto maior .

detalhe da utilização de estilo para olho de texto

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Legendas de fotos e ilustrções

Chaparral pro light italic 7 pt com substantivos

proprios em bold entrelinha 6,158 pt

detalhe da utilização de estilo para legendas

Q uando decidi fazer intercâmbio em 2011 a minha primeira opção de lugar era a França. Eu já estava estudando fran-cês e tinha muita vontade de aproveitar a oportunidade para viajar pela Europa, mas a desculpa que eu dava para mim mesma era a de que a França tem tradição em estudos no curso que estudo, Comunicação Social. E realmente tem, mas os meus maiores aprendizados não foram diretamente relacionados à universidade.

Conhecer pessoas do mundo inteiro me marcou muito, confirmou alguns preconceitos que eu tinha e quebrou outros que eu nem imaginava. As coreanas não eram fechadas, ao contrário, gostavam de sair e eram muito mais fortes (alco-olicamente falando) do que eu ou meus amigos de outras nacionalidades. Experimentei um legítimo churrasco coreano e não, a carne não era de cachorro. Os gregos falam tão alto e são tão calorosos quanto nós, brasileiros. E nem todos os franceses têm preconceito com a língua inglesa.

Além das surpresas com as outras culturas, eu tive que lidar com as diferenças francesas. Ter que resolver tudo em outra língua era um desafio diário, que aos poucos deixou de ser um grande problema.

Uma vida em um semestre

escreve Nathalia Saffi

+5580

A minha alimentação e até mesmo o jeito de me vestir também mudaram e, apesar do país em que estava e do meu país de origem serem ocidentais, muitas coisas pequenas fa-ziam diferença. Uma coisa muito importante que aprendi foi a valorizar mais o Brasil e re-conhecer que, em alguns aspectos, estamos muito a frente do “primeiro mundo”. Claro que em outros a Europa faz falta, principalmente em assuntos relacionados à segurança e ao transporte.

Também era interessante reparar em como as outras pessoas enxergavam o Brasil. Muitas pessoas que conheci sabiam que a nossa ca-pital não é mais o Rio de Janeiro. E desconfio seriamente que La Rochelle, a cidade em que eu morava, tem um caso de amor com a Bahia. A vontade dos rochelaises não era conhecer a Cidade Maravilhosa, mas Ilhéus. Além disso, fiz um amigo da Indonésia que conhecia mais Tom Jobim do que eu. Ele adorava soltar uns “Chega de saudades”, no meio das conversas, mesmo que não fizesse sentido.

E falando em saudades, essa deve ter sido a palavra que eu mais ensinei para os amigos estrangeiros. Porque apesar de todas as di-ferenças, uma coisa todos nós tínhamos em comum, que era o sentimento que só a língua portuguesa pode expressar direito. Saudade do país, da família e, principalmente, daquela experiência que nem tinha acabado ainda.

No final do meu intercâmbio, quando fiz um mochilão, parecia que as fronteiras não existiam mais. Me sentia livre e à vontade para conhecer os lugares que eu quisesse. As dife-renças não eram um problema e nem medo, mas um presente.

Sacre Couer,

Paris

Tamancos

Holandeses,

Amsterdam

Torre Eiffel,

Paris

Museu do Louvre,

Paris

uma vida em um semestre 81

Q uando decidi fazer intercâmbio em 2011 a minha primeira opção de lugar era a França. Eu já estava estudando fran-cês e tinha muita vontade de aproveitar a oportunidade para viajar pela Europa, mas a desculpa que eu dava para mim mesma era a de que a França tem tradição em estudos no curso que estudo, Comunicação Social. E realmente tem, mas os meus maiores aprendizados não foram diretamente relacionados à universidade.

Conhecer pessoas do mundo inteiro me marcou muito, confirmou alguns preconceitos que eu tinha e quebrou outros que eu nem imaginava. As coreanas não eram fechadas, ao contrário, gostavam de sair e eram muito mais fortes (alco-olicamente falando) do que eu ou meus amigos de outras nacionalidades. Experimentei um legítimo churrasco coreano e não, a carne não era de cachorro. Os gregos falam tão alto e são tão calorosos quanto nós, brasileiros. E nem todos os franceses têm preconceito com a língua inglesa.

Além das surpresas com as outras culturas, eu tive que lidar com as diferenças francesas. Ter que resolver tudo em outra língua era um desafio diário, que aos poucos deixou de ser um grande problema.

Uma vida em um semestre

escreve Nathalia Saffi

+5580

A minha alimentação e até mesmo o jeito de me vestir também mudaram e, apesar do país em que estava e do meu país de origem serem ocidentais, muitas coisas pequenas fa-ziam diferença. Uma coisa muito importante que aprendi foi a valorizar mais o Brasil e re-conhecer que, em alguns aspectos, estamos muito a frente do “primeiro mundo”. Claro que em outros a Europa faz falta, principalmente em assuntos relacionados à segurança e ao transporte.

Também era interessante reparar em como as outras pessoas enxergavam o Brasil. Muitas pessoas que conheci sabiam que a nossa ca-pital não é mais o Rio de Janeiro. E desconfio seriamente que La Rochelle, a cidade em que eu morava, tem um caso de amor com a Bahia. A vontade dos rochelaises não era conhecer a Cidade Maravilhosa, mas Ilhéus. Além disso, fiz um amigo da Indonésia que conhecia mais Tom Jobim do que eu. Ele adorava soltar uns “Chega de saudades”, no meio das conversas, mesmo que não fizesse sentido.

E falando em saudades, essa deve ter sido a palavra que eu mais ensinei para os amigos estrangeiros. Porque apesar de todas as di-ferenças, uma coisa todos nós tínhamos em comum, que era o sentimento que só a língua portuguesa pode expressar direito. Saudade do país, da família e, principalmente, daquela experiência que nem tinha acabado ainda.

No final do meu intercâmbio, quando fiz um mochilão, parecia que as fronteiras não existiam mais. Me sentia livre e à vontade para conhecer os lugares que eu quisesse. As dife-renças não eram um problema e nem medo, mas um presente.

Sacre Couer,

Paris

Tamancos

Holandeses,

Amsterdam

Torre Eiffel,

Paris

Museu do Louvre,

Paris

uma vida em um semestre 81

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Fólio e cabeçalho

Chaparral pro light caption versalete 7 pt

numerais tabular oldstyle

detalhe da utilização de estilo no fólio e cabeçalho.

Os clubes e as radiolas tiveram um papel funda-mental no processo de evolução e consolidação do reggae no estado, pois dinamizaram e populariza-ram este gênero musical principalmente na capital, mas em contrapartida, centralizou-o nas mãos de poucos. Com isso, um mercado cultural foi estru-turado em torno deste produto, com regras e leis próprias, em que os empresários (donos de clubes e de radiolas) vivem disputando público, visibilidade, exclusividade, e principalmente o lucro. Essa dispu-ta por mercado e pelo capital, fez muitos donos de radiola ficarem muito ricos e poderosos, investindo cada vez mais nelas. Quem tivesse mais tecnologia e músicas exclusivas, conseguia atrair mais público. “Costumamos escolher uma radiola para torcer por ela. É como time de futebol, temos camiseta com o nome e tudo mais.”

No fim de semana em São Luiz, são aproximada-mente 80 clubes de reggae funcionando e cerca de 10 shows acontecem durante a semana. Os vizinhos, ao invéz de reclamar do barulho do som das radiolas (que é bem alto), aproveitam a oportunidade para vender comida ou artesanato para as pessoas que circulam nas calçadas de suas casas, conta Robson. “Todos amam o reggae e não perdem uma só opor-tunidade de apreciá-lo!”

As radiolas e os clubes de reggae

Uma grande radiola maranhense

Todos amam o Reggae e não perdem uma só oportunidade de apreciá-lo!

Os frequentadores das festas maranhenses, no iní-cio, mesmo não sabendo o nome daquele ritmo, aprovaram a sua cadência mais vagarosa e já bus-cavam seus pares no momento em que era tocado.

Dançavam-no de forma similar aos outros rit-mos caribenhos, num intenso deslizar de corpos, com movimentos de muita sensualidade. Desta interferência de passos, nasceu uma das parti-cularidades do reggae maranhense, o dançar coladinho, e hoje, São Luís é o único ou um dos poucos lugares do mundo onde se dança reggae aos pares. “As pessoas estranhavam quando eu

Dançando “coladinho“

Casal dançando Reggaeao estilo maranhense

falava que dançava Reggae de par com o meu pai. Me perguntavam se tinha como dançar assim, se parecia com o forró.“ acrescenta Lannaya, filha de Robson. Segundo ele, existe todo um jeito corre-to de segurar no parceiro, além disso os passos costumam ser um pouco mais rápidos do que se imagina, pois as músicas mais adequadas para se dançar em par tem um ritmo um pouco mais acelerado. “Quando frequento as casas de reggae no Maranhão, danço com qualquer pessoa que queira trocar energia, não existe preconceito e timidez. Os passos fluem naturalmente“.

música44 reggae no maranhão 45

Os clubes e as radiolas tiveram um papel funda-mental no processo de evolução e consolidação do reggae no estado, pois dinamizaram e populariza-ram este gênero musical principalmente na capital, mas em contrapartida, centralizou-o nas mãos de poucos. Com isso, um mercado cultural foi estru-turado em torno deste produto, com regras e leis próprias, em que os empresários (donos de clubes e de radiolas) vivem disputando público, visibilidade, exclusividade, e principalmente o lucro. Essa dispu-ta por mercado e pelo capital, fez muitos donos de radiola ficarem muito ricos e poderosos, investindo cada vez mais nelas. Quem tivesse mais tecnologia e músicas exclusivas, conseguia atrair mais público. “Costumamos escolher uma radiola para torcer por ela. É como time de futebol, temos camiseta com o nome e tudo mais.”

No fim de semana em São Luiz, são aproximada-mente 80 clubes de reggae funcionando e cerca de 10 shows acontecem durante a semana. Os vizinhos, ao invéz de reclamar do barulho do som das radiolas (que é bem alto), aproveitam a oportunidade para vender comida ou artesanato para as pessoas que circulam nas calçadas de suas casas, conta Robson. “Todos amam o reggae e não perdem uma só opor-tunidade de apreciá-lo!”

As radiolas e os clubes de reggae

Uma grande radiola maranhense

Todos amam o Reggae e não perdem uma só oportunidade de apreciá-lo!

Os frequentadores das festas maranhenses, no iní-cio, mesmo não sabendo o nome daquele ritmo, aprovaram a sua cadência mais vagarosa e já bus-cavam seus pares no momento em que era tocado.

Dançavam-no de forma similar aos outros rit-mos caribenhos, num intenso deslizar de corpos, com movimentos de muita sensualidade. Desta interferência de passos, nasceu uma das parti-cularidades do reggae maranhense, o dançar coladinho, e hoje, São Luís é o único ou um dos poucos lugares do mundo onde se dança reggae aos pares. “As pessoas estranhavam quando eu

Dançando “coladinho“

Casal dançando Reggaeao estilo maranhense

falava que dançava Reggae de par com o meu pai. Me perguntavam se tinha como dançar assim, se parecia com o forró.“ acrescenta Lannaya, filha de Robson. Segundo ele, existe todo um jeito corre-to de segurar no parceiro, além disso os passos costumam ser um pouco mais rápidos do que se imagina, pois as músicas mais adequadas para se dançar em par tem um ritmo um pouco mais acelerado. “Quando frequento as casas de reggae no Maranhão, danço com qualquer pessoa que queira trocar energia, não existe preconceito e timidez. Os passos fluem naturalmente“.

música44 reggae no maranhão 45

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O principal elemento gráfico da revista é o losango, inspirado no losango amarelo da

bandeira do Brasil. Esse elemento é utilizado em:

Encerramento de matérias: losango com altura de 1/2 entrelinha com cor de acordo com

as cores da matéria.

Indicador de legendas: losango com altura de 1/2 entrelinha e opacidade 70%, podendo

ser usado em sentido vertical/horizontal, de acordo com a disposição da fotografia e

sentido da legenda.

Fólio: meio losango (triângulo) com altura de uma entrelinha utilizado com a cor da

divisão em que a página se encontra.

O atual Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, assinou a chamada Resolução 13, em 2007, que consiste na “atuação conjunta de órgãos de segurança pública na realização de eventos artísticos, so-ciais e desportivos, no âmbito do Estado do Rio de Janeiro”.

Em resumo, a tal resolução dá ao poder pú-blico o poder de interferir em qualquer evento dessas características, dentro do Estado do Rio de Janeiro. A medida seria tomada em tese para tentar minar a atuação criminosa desses even-tos, muitas vezes organizados por chefes de tráfico de drogas ou de qualquer outro tipo de crime organizado, bem como a própria venda de drogas, prostituição etc.

Para as pessoas que vivem em comunidades pobres do Rio, a resolução 13 afeta diretamen-te o cotidiano local, que se vê privado de or-ganizar, por menor que seja, qualquer tipo de evento que trabalharia suas culturas e todo o tipo de lazer.

Há hoje, um pedido em forma de abaixo- assinado, para que a resolução seja revogada e que o Estado não interfira mais no que seria de interesse da comunidade, seja um campe-onato de futebol de várzea, um sarau dentro de um boteco qualquer, ou os grandes bailes funk que tanto sofrem preconceito por parte de grande parte da sociedade brasileira. O abaixo--assinado está no site do Movimento Meu Rio.

Apesar de muitas pessoas não gostarem do funk carioca como estilo musical, isso nunca impediu que o estilo se desenvolvesse, ficasse cada vez mais forte e fosse hoje, o tipo de música mais ouvido e consu-mido no Rio de Janeiro.

Não são as músicas, vistas como agressivas, que influenciam pessoas ao sexo desenfreado, ao con-sumo de drogas e ao crime. Isso é balela. O que leva alguém a isso tudo nada mais é do que a desinfor-mação e a falta de estrutura básica em quase todos os sentidos – em suas casas, suas escolas (ou a falta delas), a dificuldade de encontrar um trabalho que valha e, claro, os eventos culturais tão raros nas par-tes mais pobres de qualquer estado daqui do Brasil.

E aí que, em meio a isso, temos a cultura brasileira (não só dos políticos) de sempre encontrar medi-das paliativas para qualquer problema. Nunca houve por essas terras medidas preventivas, com intuito a longo prazo, para que as coisas se desenvolvessem.

Se a criminalidade toma conta desses eventos dentro de favelas e comunidades pobres, é porque o Estado nunca lá se preocupou em desenvolver o lugar, desenvolver a cultura e a educação dessas pes-soas. Sempre há de se achar uma medida paliativa para os buracos que nunca são preenchidos porque, claro, esse tipo de ação leva mais de quatro anos e assim, nenhum político vai dar crédito de algo fina-lizado para seu antecessor de outro partido.

O problema não é o funk. O problema não são os eventos organizados por criminosos. O problema não é a ignorância da população. O problema é a tentativa de fechar uma rachadura com o dedo, e não com cimento.

escreve Jader Pires

Primeiro, a resolução.

O outro lado.

E eu com isso?

lazer x segurançaResolução pode interferir em eventos de lazer nas favelas do Rio de Janeiro

ilustra Camila Sugai

na comunidade68 lazer x segurança 69

E como a arquitetura dessa cidade planejada dialoga com os movimentos culturais e a necessidade de produzir cultura?

Desde que Brasília foi decretada Patri-mônio Cultural da Humanidade, se esta-beleceu outro tipo de conflito, existem diversas restrições. Estamos restritos aos espaços culturais já estabelecidos pelo projeto da cidade e por uma admi-nistração pública que não leva isso em consideração.

O ideia do tombamento foi excelente, mas por um lado essa realidade prejudica a demanda cultural da cidade. Os cine-mas, por exemplo, estão nos shoppings.

E a cidade como projeto urbano tem essas limitações, de não poder isso e não poder aquilo. Tem como adaptar? Tem, mas você tem que ir mudando, manter o essencial mas flexibilizar algumas ativi-dades. Aí você vai encontrar um proble-ma com a população.

Por exemplo, o conflito com os músi-cos e os moradores das quadras. Então o bar que tinha uma atividade noturna interessante foi fechado pois os vizinhos chamaram a fiscalização e reclamaram que não conseguiam dormir por causa do barulho. Aí em vez de discutir com o dono do bar pra colocar um isolamento acústico, e se não tiver dinheiro, avaliar uma maneira de financiamento, ocorre a proibição. Você pode criar facilidades em vez de dificultar. E esse conflito ten-de a ser levado para outras áreas. O que

tem acontecido é que a demanda desses shows e atividades vem diminuindo e fica por isso mesmo. Falo do Plano Pilo-to. Brasília tem um entorno com pouca atividade cultural. E ainda há um interes-se dessas pessoas que vivem no entorno virem para o Plano, mas isso é dificulta-do devido ao transporte publico ruim, o preço alto dos espetáculos, restaurantes, bares e horários.

Taguatinga é uma cidade que tem uma demanda e organizacao maior, tem mais iniciativa. Já tem um volume grande de artistas, mas as outras cidades, cada uma tem uma caracterisitca própria. En-tretanto isso ainda é muito fraco. Como Brasilia é muito nova, recebe gente de todo lugar, tá se encontrando ainda, tem apenas 50 anos e isso é muito pouco pra se formar a cultura local.E nas outras cidades, outras metrópolis, capitais do Brasil? Como se dá a produ-ção cultural em relação a Brasília?

Não temos como comparar, são ci-dades com muito mais de 100 anos. O planejamento urbano é outro, a popula-ção é diferente. Pode sair uma coisa di-ferente daqui por causa da mistura, tem gente que já tá aprendendo a trabalhar com essa mistura e quem sabe daqui a 50 anos já teremos uma identidade cultural mais definida.

O que podemos dizer hoje... O pes-soal que chegou em Brasília tem uma relação com a cidade de um jeito, e as pessoas daqui pra frente, que já nascem

aqui, tem uma relação diferente. E tudo que for feito até aqui também terá um reflexo alí.Como se dá a relação dos moradores de Brasilia com sua estrutura, o que de bom tem nisso?

Tem muita crítica, tem gente que gos-ta, que ama Brasília, pelo clima, pela mobilidade, gosta por que o ceu é azul, e tem gente que odeia tudo isso. Mas em geral, as pessoas gostam de viver em uma cidade diferente, gostam dessa ex-periência. Não tem nada parecido. Os es-trangeiros ficam encantados com o ver-de, o espaço... Eu não consigo equalizar.Tendo isso em vista, qual é o panorama geral da produção cultural brasiliense atual?

Estão acontecendo boas produções, embora ainda exista um fetiche com artistas-celebridades que quando vem pra cá lotam o Teatro e quando artistas brasilienses se apresentam a populacao não dá muita credibilidade. Então essa relação ainda é problemática embora esteja melhorando. Mas nesse aspecto, o Brasil precisa mudar. Enquanto não tivermos uma estrutura de fusão da cul-tura independente dos monopólios, da hegemonia das grande empresas, vamos continuar com esse problema. Qual é o defeito? A Globo tem 80% da audiência. Quem tem TV em casa e vê a Globo, as outras emissoras ficam bem atrás. Não temos opções... As TVs comunitárias tem pouca audiência. A relação do público

a solidariedade, o companheirismo, a ética eram valores culturais elevados e cultivados. Era a cultura à flor da pele, pura emoção.

“Trecho do livro “O sonho candango — memória afetiva dos anos 80

entrevista102

com os artistas tá prejudicada por isso. Então, eu trabalho com essa perpectiva, de tentar ampliar as possibilidades, de abrir novas opiniões, não só politicas, mas culturais.

A Globo é importante, emprega mui-ta gente, mas não pode ser a única, não pode ser o monopólio... E é dificil mudar. Não se coloca esse assunto em discussão, questões de liberdade de imprensa, etc. Temos que ir pensan-do em alternativas para modificar essa situação. O público das décadas de 70 e 80 que continua Brasília sente saudades do que era produzido naquele tempo?Dos que deram depoimentos no livro, todos falam que sentem falta, de que eram felizes e não sabiam, podia-se an-

dar a pé, pegar carona tranquilamente. Sentem saudade dos artistas também, alguns morreram, outros se aposenta-ram. Quem viveu aquele período tem sim muita saudade.

Observando, lendo e estudando dá pra ver a diferença entre quem viveu aque-la época e quem vive agora. Eu não sou radical a ponto de dizer que tudo que se faz hoje é uma porcaria e só prestava o que era feito naquela época. Há muitas coisas boas sendo produzidas. E ainda, há um novo fator determinante: a tec-nologia. O uso de telefones celulares, internet, TV a cabo, não tínhamos nada disso antes. Hoje estamos mais globali-zados, as influências são maiores. Há 30, 40 anos atrás era muito diferente. Os encontros eram marcados por orelhão!

Atualmente a relação é outra. Essa dinâ-mica mudou totalmente, a criatividade, principalmente.E com esse avanço tecnológico e o aces-so aos meios digitais como ficou a pro-dução artística?Eu não diria que é mais fácil, mas é di-ferente. Lidar com artista é complicado. Tem vantagens e desvantagens, pois por outro lado alguém que não tinha acesso a essa tecnologia exercia a criatividade com mais vigor, tinha que ler mais, ir mais atrás das coisas, viajava buscan-do inspiração. Então quando o artista botava pra fora a sua ideia estava mais concentrado, pensava mais. Agora a cria-tividade ficou mais fluida, mais volátil. Essas são as diferenças, alguns aspectos são melhores outros piores.

Por trás das cameras do filme Brasiliários, de Zuleica Porto e Sérgio Bazi, produzido pela Candango em 1985, foto Rogério Maldonado

Para o Maranhão, o reggae tem uma semelhança rítmica com uma das maiores e mais antiga expres-sões da cultura popular local, o Bumba meu Boi, uma síntese de cultura africana, indígena e européia. É difícil e contraditório definir exatamente quando e como esse ritmo foi parar no Maranhão e o porquê de tamanha identificação. Segundo Robson Marlon Morais Ferreira, atual microempresário, a chegada do reggae no Maranhão ainda não foi comprovada, não há ninguém e nenhuma pesquisa que indique uma data exata. São vários fatores que contribuí-ram para que ele chegasse até aqui e pra São Luís ser conhecida como a Jamaica Brasileira. Para Ro-bson, existem diversas semelhanças entre São Luís e a Jamaica como por exemplo, a população negra, que nas duas regiões, é a que mais aprecia o ritmo, o clima e o modo de vida. Alguns apreciadores do reggae, principalmente os que viveram na zona rural, afirmam tê-lo conhecido através dos sons captados

via ondas de rádio no final da década de 60. Enquanto outros tiveram contato com a música através de LPs trazidos em na-vios que aportavam nos portos da capital em meados da década de 70. O próprio Robson diz ter se afeiçoado ao reggae depois que ganhou, quando completou 6 anos de idade, um radinho que sempre carregava no ombro. “A partir daí, nunca mais parei de ouvir. Não consigo ficar um dia sequer sem reggae.“

Segundo Robson, já havia uma pre-dominância de ritmos caribenhos nas regiões do Pará/Maranhão como a lam-bada, o merengue, a salsa, o bolero, entre outros. Ritmos esses, tocados em clubes semelhantes aos atuais clubes de reggae e eram veiculados nas chamadas radiolas, um aparelho de som gigantesco. O fato de os ritmos caribenhos serem bem aceitos no Maranhão contribuiu também para a aceitação do ritmo jamaicano, embora os freqüentadores dos clubes, na época não soubessem ao certo de que ritmo se trata-va. Aos poucos o reggae foi sendo intro-duzido na programação musical dessas casas através dos discotecários, conheci-dos nesse cenário como especialistas em músicas desse gênero. Os discos que eles tocavam eram muito raros, trazidos de fora do estado ou do exterior a preços al-tíssimos, o que dificultava o acesso do pú-blico, por isso, quem quisesse ouvir, tinha que ir aos clubes, aumentando assim o sucesso desses lugares.

A origem do reggae no Maranhão

Não consigo ficar um dia sequer sem Reggae!

Baú com CDs e LPs raros que Robson guarda a 7 chaves em seu armário.

reggae no maranhão 43

Os clubes e as radiolas tiveram um papel funda-mental no processo de evolução e consolidação do reggae no estado, pois dinamizaram e populariza-ram este gênero musical principalmente na capital, mas em contrapartida, centralizou-o nas mãos de poucos. Com isso, um mercado cultural foi estru-turado em torno deste produto, com regras e leis próprias, em que os empresários (donos de clubes e de radiolas) vivem disputando público, visibilidade, exclusividade, e principalmente o lucro. Essa dispu-ta por mercado e pelo capital, fez muitos donos de radiola ficarem muito ricos e poderosos, investindo cada vez mais nelas. Quem tivesse mais tecnologia e músicas exclusivas, conseguia atrair mais público. “Costumamos escolher uma radiola para torcer por ela. É como time de futebol, temos camiseta com o nome e tudo mais.”

No fim de semana em São Luiz, são aproximada-mente 80 clubes de reggae funcionando e cerca de 10 shows acontecem durante a semana. Os vizinhos, ao invéz de reclamar do barulho do som das radiolas (que é bem alto), aproveitam a oportunidade para vender comida ou artesanato para as pessoas que circulam nas calçadas de suas casas, conta Robson. “Todos amam o reggae e não perdem uma só opor-tunidade de apreciá-lo!”

As radiolas e os clubes de reggae

Uma grande radiola maranhense

Todos amam o Reggae e não perdem uma só oportunidade de apreciá-lo!

Os frequentadores das festas maranhenses, no iní-cio, mesmo não sabendo o nome daquele ritmo, aprovaram a sua cadência mais vagarosa e já bus-cavam seus pares no momento em que era tocado.

Dançavam-no de forma similar aos outros rit-mos caribenhos, num intenso deslizar de corpos, com movimentos de muita sensualidade. Desta interferência de passos, nasceu uma das parti-cularidades do reggae maranhense, o dançar coladinho, e hoje, São Luís é o único ou um dos poucos lugares do mundo onde se dança reggae aos pares. “As pessoas estranhavam quando eu

Dançando “coladinho“

Casal dançando Reggaeao estilo maranhense

falava que dançava Reggae de par com o meu pai. Me perguntavam se tinha como dançar assim, se parecia com o forró.“ acrescenta Lannaya, filha de Robson. Segundo ele, existe todo um jeito corre-to de segurar no parceiro, além disso os passos costumam ser um pouco mais rápidos do que se imagina, pois as músicas mais adequadas para se dançar em par tem um ritmo um pouco mais acelerado. “Quando frequento as casas de reggae no Maranhão, danço com qualquer pessoa que queira trocar energia, não existe preconceito e timidez. Os passos fluem naturalmente“.

música44 reggae no maranhão 45

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bandeira do brasil: azul, amarelo e verde, em outros tons para que não

ficasse tão caricata. Além dessas, a paleta conta com cores retiradas de

paineis de referencia visual: um marrom claro e um escuro, laranja e rosa.

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O tempo não pára.Eu vejo o futuro repetir o passado

Cazuza, 1988

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lado esquerdo da página dupla de abertura das subdivisões.

Como são quatro páginas de abertura, a revista terá quatro

páginas simples destinadas a publicidade.

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Revista sobre cultura brasileira

projeto desenvolvido por Ana Cecília Schettino, Beatriz Saffi

e Camila Sugai no 1º/2012 durante a disciplina Programação

Visual 3, do Departamento de Desenho Industrial, Instituto

de Artes, Universidade de Brasília — UnB.

culturacamara.wordpress.com

Obrigada!