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1
Farmacologia II
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Fármacos Antifúngicos
Cristina Sampayo
2010/2011
2
Farmacologia II
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
INFECÇÕES FÚNGICASMicoses
Superficiais
Sistémicas
Pele (Tinea corporis/cruris/inguinalis),cabelo (Tinea favosa), Unhas, Mucosas
Associadas a uma depleção dos mecanismos de defesa do hospedeiro (perda de barreiras
mecânicas, imunodeficiência, desiquilíbrio na competição dosmicroorganismos)
Fármacos com actividade antimicrobiana, utilizados na profilaxia ou tratamento de infecções fúngicas
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Fármacos Antifúngicos
Célula Fúngica
Farmacologia II
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Existe alguma variedade de antifúngicos, que se podem organizar em famílias consoante a sua natureza química.
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Farmacologia II
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Antifú[email protected]
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Antifúngicos
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Alvos dos Fármacos Antifúngicos
Destabilizadores da MembranaPolienos (Anfotericina B, Nistatina)
Inibidores da Síntese de ErgosterolAzóis, alilaminas, morfolino
Inibidores da Síntese RNA DNAFlucitosina
Anti-mitódicosGriseofulvina
Inibidores da Síntese de GlucanoEquinocandinas
Inibidores da Síntese de QuitinaNikomicina
Inibidores da Síntese ProteicaSordarins, azasordarins
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Antifúngicos
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Classes de Fármacos Antifúngicos
PolienosAnfotericina B, Nistatina
Azóis- Imidazóis: cetoconazol- Triazóis: Fluconazol
ItraconazolVoriconazolPosaconazolRavuconazol
AlilaminasTerbinafina, butenafina
MorfolinoAmorolfino
Pirimidina fluoradaFlucitosina
EquinocandinasCaspofungina Anidulafungina Micafungina
Peptido-nucleosidoNikomicina Z
Derivados de tetrahidrofuranoSordarins, Azasordarins
OutrosGriseofulvina
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Antifúngicos
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Polienos
Apresentam um número variável de duplas ligações conjugadas (-CH=CH-) e uma anel lactona, que constituem uma região hidrofóbica, e uma região hidrofílica
Vantajoso tendo em conta o mecanismo de acção dos polienos
Metabolitos secundários produzidos por espécies do género Streptomyces, com actividade antifúngica
Conhecem-se mais de 50 polienos: Nistatina, Anfotericina B, Pimaricina, Variotina
Polienos
- Actuam a nível da membrana fúngica
tem características diferentes das restantes membranas biológicas, não lhes conferindo actividade significativa sobre bactérias nem vírus
1. Os polienos ligam-se aos esteróis, preferencialmente ao ergosterol, destabilizando a integridade osmótica da membrana celular
2.Criação de poros desencadeia alterações na permeabilidadecelular, permitindo: a) a saída de metabolitos e iões intracelulares (açúcares, K+, Mg2+) essenciais à sobrevivência da célula; b) a entrada de sódio e água na célula que provocam a sua tumefacção e ruptura
3.Morte celular
Mecanismo de acção: Fungicida
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Antifúngicos
Mecanismos de resistência
Candida lusitaniae e Pseudallescheria boydii apresentam resistência intrínseca
Mutantes sem ergosterol
Substituição do ergosterol por um esterol seu precursor (fecosterol, episterol), para o qual o antifúngico já não tem afinidade
Impermeabilidade da parede celular à anfotericina B
Polienos
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Redução do conteúdo em ergosterol (defectivos genes ERG2 ou ERG3)
Alteração da razão esterol/fosfolipidos
Re-orientação /disfarce (masking) do ergosterol
Resistência ocorre quando o fungo é capaz de alterar o ergosterol da sua membrana
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Antifúngicos
Anfotericina B
Isolada por Gold em 1956, a partir do fungo Streptomyces nodosus
7 ligações duplas conjugadas (heptaeno)
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Polienos
Espectro de acção: muito vasto, efectivo contra a maioria de micoses sistémicas, era o único antibiótico até surgirem azóis e ainda é o principal
Possui actividade contra:
Leveduras clinicamente importantes como a Candida albicanse Cryptococcus neoformans
Histoplasma capsulatum, Blastomyces dermatitidis e Coccidioides immitis
Aspergillus fumigatus, Sporothrix schenckii
Mucor sp.
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Antifúngicos
Polienos
Ligação a mais de 90% das proteínas séricas
Boa distribuição mas não atravessa a barreira hematoencefálica (via intratecal para tratamento de algumas meningites fúngicas)
Farmacocinética
É quase insolúvel em água, sendo preparada na forma de suspensão coloidal de anfotericina B e desoxicolato sódico
Esta forma farmacêutica convencional (complexo anfotericina B-desoxicolato) é fracamente absorvida pelo tracto gastrointestinal sendo só administrada por via oral contra fungos existentes no lúmen do tracto gastrointestinal
Normalmente administrado sistemicamente por via endovenosa lenta (hospital)
Anfotericina B
Excreção lenta por via renal t½ de 15 dias 13
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Antifúngicos
Devem-se à ligação do antifúngico aos esteróis das membranas humanas (colesterol)
Anfotericina BEfeitos adversos
Renais Nefrotoxicidade
Hepáticos (raro) Hepatotoxicidade
Anemia normocítica e normocrómica (relacionado com produção renal de eritropoietina), trombocitopénia
Hematológicos (raro)
Polienos
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Náusea, vómitos, anorexia, dores abdominaisGastrointestinais
- 2 mecanismos:• efeito da anf.B no fluxo sanguíneo renal e filtração glomerular: a vasoconstrição diminui a perfusão renal e a GFR, resultando em hipopotassémia, hipomagnesémia, acidose metabólica, retenção azotada, hematúria, proteinúria, aumento da creatinina• Efeito tóxico directo nos túbulos distais por ruptura da membrana (alvo – colesterol)
Neurológicos Arrepios, febre, cefaleia
Cardiovasculares (arritmias, hipotensão) e Respiratórios (broncoespasmo, dispneia) em doentes com patologia cardíaca ou pulmonar prévia
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Antifúngicos
Aminoglicosidos e outros fármacos nefrotóxicos
Acção potenciada pela hipopotassémia causada pela anf.B
Interacções medicamentosas
Anfotericina B
Agentes antineoplásicos Aumentam a nefrotoxicidade, falência respiratória e hipotensão associada à anf.B
Corticoesteróides Aumentam a nefrotoxicidade favorecendo a hipopotassémia que predispõe para a disfunção cardíaca
Ciclosporina A Aumenta a nefrotoxicidade
Glucosidos cardiotónicos Aumenta a nefrotoxicidade, favorecendo intoxicação por digitálicos
Relaxantes musculares
Polienos
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Fluocitosina Acção sinérgica com a anf., aumentando a sua toxicidade por aumento do uptake celular e/ou pela diminuição da função renal
Imidazóis Antagonizam a actividade da anfotericina B
Zidovudina Aumenta a nefrotoxicidade e mielotoxicidade
Transfusões leucocitárias Aumenta a toxicidade pulmonar
Aumentam a nefrotoxicidade
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Antifúngicos
Anfotericina B
Para reduzir a toxicidade da anfotericina B foram desenvolvidas novas formulações
Formulações lipídicas:
Efeitos secundários semelhantes aos das formulações convencionais mas menos frequentes e menos intensos
Ambisome, Amphotec, Abelcet
Menor Toxicidade
Eficácia
Uso de doses maiores
Mais caros - utilizado estritamente em doentes que não toleram ou não respondem à anf.B convencional
Polienos
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O veículo lipídico funciona como um reservatório de anf.B, dim< a sua ligação às membranas celulares humanas e a sua toxicidade (afinidade da anf.B: colesterol humano, lípidos, ergosterol fúngico)
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Antifúngicos
Nistatina
Isolado a partir do Streptomyces noursei, em 1950 por Hazen e Brown, no Departamento de Saúde do Estado de Nova York (NYstate), o que originou a sua designação actual
Primeiro antifúngico a ser descoberto
4 ligações duplas conjugadas (tetraeno)
Actividade sobre fungos do género Candida, Torulopsis e Geotrichum
Nomeadamente na terapêutica e profilaxia de candidoses orais, esofágicas, intestinais, ginecológicas e mucocutâneas
Polienos
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É outro AB poliénico de estrutura e mecanismo de acção semelhante ao da Anf.B
Quase não absorvido por via oral; uso restringido ao tratamento de candidas superficiais ou do tracto digestivo
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Antifúngicos
Nistatina
Absorção é muito fraca através do tracto gastrointestinal
Não é absorvido através da pele ou das mucosas -> aplicação tópica
Farmacocinética
Excessiva toxicidade para uso sistémico
Efeitos adversos
Reacções de hipersensibilidade cutânea (eritema, erupções...) aquando de uma aplicação tópica
Tracto gastrointestinal Náuseas, vómitos e diarreia quando ocorre ingestão de nistatina
Pele
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Antifúngicos
Natamicina
Antifúngico poliénico utilizado como suspensão oftálmica a 5%
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Candicidina
Antifúngico poliénico utilizado topicamente na candidíase vaginal
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Antifúngicos
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Inibidores da síntese de ErgosterolAzóis, Alilaminas, Morfolinos
Clin Microbiol Rev1998; 11: 382
Mecanismo de acção:bloqueiam a síntese de ergosterol via inibição da 14-desmetilase cit. P450 dependente (azóis), da esqualeno epoxidase (alilaminas), da esterol redutase e da esterol isomerase (morfolinos)
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Antifúngicos
AzóisAntifúngicos sintéticos caracterizados por apresentarem largo espectro de acção, boa disponibilidade oral e baixa toxicidade
2 Grupos:
• Semelhanças:
- Possuem na sua estrutura um anel azólico de 5 átomos unido a outros anéis aromáticos
- Mesmo espectro antifúngico.
- Mesmo mecanismo de acção.
• Diferenças:
- n.º de átomos de azoto no anel azólico
- Os Triazóis são mais lentamente metabolizados.
- Os Triazóis têm menos efeitos na síntese do esterol humano do que os Imidazóis. 21
Imidazol
Clotrimazol (T)
Sulconazol
Cetoconazol (S)
Econazol (T)
Butoconazole
Oxiconazole
Miconazol
Triazol
Terconazole
Itraconazol (S)
Fluconazol (S)
Posaconazole
Voriconazol (S)
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Antifúngicos
A inibição do cit. P450 é responsável pelos efeitos adversos e interacções medicamentosas ( ciclosporina, varfarina, indinavir, fenitoína, benzodiazepinas, anti-histamínicos e antidislipidémicos)
Mecanismo de acção:
1. Inibição do esterol 14-alfa-desmetilase, enzima associada ao cit. P450 que transforma o lanosterol em ergosterol.
2. Paragem da biossíntese de ergosterolpara a membrana citoplasmática e acumulação de lanosterol.
3. Esta inibição e acumulação altera a fluidezda membrana, aumenta a permeabilidade, origina a ruptura das cadeias de fosfolípidos.
4. Paragem do funcionamento de sistemas enzimáticos como das ATPases e sistemas de enzimas electrotransportadoras.
5. Inibição do crescimento do fungo e sua replicação.
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Antifúngicos
Mecanismo de resistência
Problema clínico significativo: muito prevalente e ocorre resistência cruzada a todos azóis.
Alteração ou aumento da expressão da lanosterol 14-desmetilase, alteração na via de síntese do ergosterol, alterações da composição em esterol e/ou fosfolipidos da membrana da célula fúngica, dim< da conc. intracelular de azóis através de efluxo activo do fármaco.
Espectro de acção
• Efectivos: C.albicans, C. tropicallis, C.glabrata, Cryptococcus neoformans, Blastomyces dermatitidis, Histoplasma capsulatum, Coccidioides immitis, Paracoccidioides brasiliensis e dermatófitos.
• Susceptibilidade intermédia: Aspergillus spp e Sporothrix Schenckii.
• Resistentes: Candida krusei e agentes de mucormicoses
• Sem actividade antibacteriana e antiparasitária.
Efeitos adversos:
Bem tolerado; GI, hepatotoxicidade, hipertensão, cefaleias, distúrbios visuais23
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Azóis
Interacções no tracto GICetoconazol e Itraconazol necessitam de pH baixo para serem absorvidos por via oral (cuidado com antiácidos e suplementos vitamínicos)
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Antifúngicos
Imidazóis - Cetoconazol
Farmacocinética
• Absorção oral, para dissolução e absorção é necessário ambiente ácido.
• Metabolismo hepático extensivo, produtos inactivos nas fezes ,t1/2=7 a 8 horas (800mg).
• 84% o fármaco encontra-se ligado a proteínas plasmáticas (albumina), 15% a eritrócitos e 1% livre.
• Atinge eficientemente os queratinócitos; no fluido vaginal apresenta uma concentração semelhante à do plasma. No LCR concentração inferior a 1% da presente no plasma.
Interacções
• O metabolismo pode ser acelerado pela indução de enzimas microssomais
hepáticas (rifampicina).
• O cetoconazol aumenta a concentração plasmática de fármacos que são
metabolizados pela enzima do citocromo P450 CYP3A4, como a ciclosporina e
a varfarina, e antidiabéticos orais. 25
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Antifúngicos
Uso terapêutico:
– Blastomicoses, histoplasmoses
– Tinha versicolor
– Candidíase mucocutânea crónica
– Candidíase vulvovaginitis– Candidíase oral e esofágica
• Pouco eficaz em doentes imunodeficientes e no tratamento da meningite.
• Resposta lenta no tratamento de doentes com micoses severas ou de progressão rápida.
• A administração oral de cetoconazol tem sido substituída pelo itraconazol no tratamento de micoses, excepto quando o menor custo do cetoconazol ultrapassar a vantagem da utilização do itraconazol.
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Imidazóis – Cetoconazol (NIZORAL)
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• Efeitos secundários:
– Náusea, anorexia, vómito (20%)
– Erupção alérgica (4%)
– Prurido sem erupção (2%)
– Alopécia
– Doses elevadas inibem a síntese de testosterona e corticosteróides o que pode dar origem a anomalias endócrinas:
• mulheres - irregularidades menstruais;
• homens - ginecomastia, diminuição da libido e da potência sexual, azoospermia (doses elevadas)
– Diminuição da concentração plasmática de testosterona livre e estradiol C-17ß. Diminuição da resposta do cortisol à estimulação pela ACTH.(Dose≤400mg/dia)
– Hepatotoxicidade: Hepatite é rara mas fatal.
– Teratogenicidade em animais (Categoria C).27
Imidazóis – Cetoconazol (NIZORAL)
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Imidazóis – Clotrimazol
Azóis
• Absorção:
– Pele intacta - 0,5%
– Vagina - 3 a 10% (durante um prazo de 3 dias mantêm-se na vagina concentrações fungicidas deste fármaco).
• Metabolização e Excreção:
– Uma pequena parte absorvida é metabolizada no fígado e excretada na bílis.• Uso terapêutico:
– Pode ser usado como creme, loção, solução, creme vaginal e pastilhas vaginais.– Usado no tratamento de: infecções dermatófitas, candidíases cutâneas,
vulvovaginais, faríngeas e orais.– A recorrência é usual.
• Efeitos secundários:– Pele - eritrema, edema, formação de vesículas, descamação, prurido e urticária.– Vagina - sensação leve de queimadura, cólicas e aumento da frequência urinária.– Oralmente - irritação gastrointestinal.
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• Penetra rapidamente na camada córnea.
• Encontra-se em concentrações efectivas na camada média da derme.
• Apenas 1% da dose aplicada é absorvida para o sangue.
• É usado no tratamento de diversos tipos de tinha (p.ex: pé de atleta)
• Pode provocar: eritrema prurido e ardor.
• Penetra rapidamente na camada córnea.
• Persiste durante 4 dias após a aplicação.
• Apenas 1% da dose aplicada é absorvida para o sangue, e 1.3% na vagina.
• É usado no tratamento de tinea pedis, tinea cruris,tinea versicolor, candidíase vulvovaginal, alívio de prurido e algumas infecções causadas pela C. glabrata
• Pode provocar: eritrema prurido, ardor e irritação.
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Econazol e Miconazol
Azóis
Aplicação tópica
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Antifúngicos
ImidazóisTerconazol e Butoconazol
• Terconazol é um terazol com um mecanismo de acção semelhante ao dos imidazóis.
• São usados no tratamento de Candidíases vaginais sendo tão eficazes como o Clotrimazol.
• O Butoconazol pode ser usado em mulheres grávidas, tendo no entanto de se alargar a duração do tratamento de 3 para 6 dias, uma vez que a resposta é mais lenta.
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Azóis
Aplicação tópica
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Antifúngicos
Características gerais: -Triazol-Mistura racémica de 4 diastérioisómeros
Farmacocinética:Absorção favorecida com o aumento da acidez gástrica; 99% ligação às proteínas plasmática; Metabolismo hepática, principalmente pelo CYP3A4, Metabolito activo – Hidroxiitraconazol. t ½ longo (30-40 horas). Não atravessa a BHE (mas pode ser associado a flucitosina no tratamento de meningites)
Usos terapêuticos: B. dermatitidis, H. capsulatum, P. brasiliensis, C. immitis
Itraconazol
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Antifúngicos
• Efeitos adversos:– Níveis aumentados de alanina amino transferase– Falência cardíaca congestiva– Cápsulas
• Alterações gastro-intestinais• Náuseas, vómitos• Hipertrigliceridémia• Hipocaliémia• Aumento dos níveis de aminotransferase sérica• Prurido
– Solução intravenosa• Geralmente bem tolerada
– Solução oral• Náuseas, vómitos, Perda de apetite• Prurido• Diarreira, dores abdominais• Anorexia 32
Triazóis - Itraconazol
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Antifúngicos
Interacções:
Claritromicina
Indinavir
Ritonavir
Fármacos que diminuem a acidez gástrica
Carbamazepina
Isoniazida
Fenobarbital …
Rifampicina (BD)
Astemizol
Cisapride
Ciclosporina
Diazepam
Digoxina
Quinidina
Verapamil
Varfarina …
Aumento da concentração do Itraconazol
Diminuição da concentração do Itraconazol
Aumento da concentração de outros fármacos
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Itraconazol
Azóis
Contra-indicações: Durante a gravidez
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Antifúngicos
Características gerais: -Triazol- Fungiostático, podendo ser fungicida em
determinados organismos consoante a dose.
FarmacocinéticaAbsorção não é alterada com a alimentação ou acidez gástrica;Cerca de 11-12% encontra-se ligado a proteínas plasmáticas; penetra a BHE e globo ocular; Metabolismo hepático; Excreção maioritariamente renal e intacto (necessário ajuste de dose nos IR); t1/2= 25h
Indicações terapêuticas: Candidiase, Criptococose.
Contra-indicações: Quando tomado com cisaprida (arritmias cardíacas).Durante a gravidez.Mulheres em período de amamentação.
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Triazóis - Fluconazol
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Interacções: Uma vez que é metabolizado pelo citocromo P450, principalmente as isoenzimas CYP2C9 e CYP3A4, irá diminuir o metabolismo e aumentar a concentração dos fármacos metabolizados por essas enzimas.
Efeitos adversos: - náuseas, vómitos- cefaleias, alopécia (tratamentos prolongados)- dores abdominais, diarreia- falência hepática
Astemizol
Cisaprida
Ciclosporina
Rifampina
Rifabutina
Sulfonilureias
Teofilina
Varfarina …
Aumento da concentração
de outros fármacos
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Triazóis - Fluconazol
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Inibidores da síntese de ErgosterolAzóis, Alilaminas, Morfolinos
Clin Microbiol Rev1998; 11: 382
Mecanismo de acção: bloqueiam a síntese de ergosterol via inibição da actividade da 14-desmetilase cit. P450 dependente (azóis), da esqualeno epoxidase (alilaminas), da esterol redutase e da esterol isomerase (morfolinos)
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Alilaminas, [email protected]
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Antifúngicos
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É uma alilamina sintética
Mecanismo de acção: Interfere com síntese do ergosterol (inibe esqualeno epoxídase, sist. P450).O esqualeno não se transforma (esqualeno --x-- epóxido de esq.---lanosterol---(azóis)---ergosterol), acumula-se na célula onde é tóxico, ocorre ruptura da membrana e morte cél.
É um fungicida
Farmacocinética: administrada por via oral (boa abs.), boa distribuição (lipofílica) acumula-se no tecido gordo e fixa-se ao estrato córneo da pele, cabelo e unhas.Metabolização hepática e metabolitos inactivos eliminados pelo rimAbs. muito reduzida (5%) quando administrado por via tópica.
Uso clínico: uso restrito ao tratamento das dermatofitoses (onicomicoses e também corporal e pés).
Reacções adversas: são raras. Dores de cabeça e perturbações gastrointestinais.
Interacções: Sem significado. Necessidade de monitorização da função hepática.
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Equinocandinas
Classe de antifúngicos + recente
Caspofungina (única aprovada na EU), Micafungina, Anidulafungina
Macromoléculas lipopeptídicas, constituídas por hexapeptídeos cíclicos com cadeia lateral lipídica (caspofungina - ligado a um ácido gordo de cadeia longa)
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Equinocandinas
Espectro de acção: fungícida- Candida spp. (mesmo as resistentes aos azóis)- Aspergillus spp.
Farmacocinética: Estes novos antifúngicos só estão disponíveis na forma I.V. (má abs. oral, baixa solubilidade em água)
Caspofungina: Forte ligação às proteínas; t1/2: 9-11h.;Baixa penetração no LCR Metabolitos excretados por via renal e biliar;Ajustar dose em caso de insuficiência hepática grave.
Micafungina: propriedades idênticas às da Caspofungina
Anidulafungina: t1/2: 24-48 h.;
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Equinocandinas
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Mecanismo de acção:
Bloqueiam síntese da parede celular do fungo via inibição da síntese de -1,3 glicano
Farmacologia II
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Antifúngicos
Resistência: FKS1 codifica a glicano sintase
GNS1 codifica uma enzima envolvida no elongamento da cadeia de ácido gordo
Obtida após manipulação laboratorial através de inserção de mutações no FKS1 ou GNS1
Outros mecanismos (?)
Resistência primária: - Cryptococcus neoformans, Fusarium spp.
Reacções adversas: Geralmente bem toleradas (raras perturbações gastrointestinais)
Elevação das enzimas hepáticas (caspofungina em associação com ciclosporina)
Libertação de histamina (administração I.V. de Anidulafungina)
Aumento dos níveis de ciclosporina e nifedipina e sirolimus (Micafungina)
Uso Clínico: Caspofungina – Infecções (disseminadas e mucocutâneas) por Candida.
Tratamento da aspergilose invasiva (caso a Anfotericina B não seja eficaz)
Micafungina – Tratamento da candídiase mucocutânea
Profilaxia da infecção por candida no transplante de medula óssea
Anidulafungina – Tratamento da candídiase esofágica
Tratamento da candídiase invasiva (septicemia)42
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Antifúngicos
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Antimetabolitos
FlucitosinaBloqueia a síntese de proteínas e DNA fúngico
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Antifúngicos
Flucitosina
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Análogo do nucleótido pirimidina relacionado com o 5-fluoruracilo (5-FU)
Mecanismo de acção:
Penetra nas células fúngicas
através da citosina permease, é
desaminada (citosina desaminase)
em 5-FU (potente antimetabolito
utilizado em T. oncológica)
O 5-FU sofre fosforilação
originando 5-fluoruracilo-ribose-
monofosfato (5-FUMP)
5-FUMP pode ser convertido em
fluorouridina trifosfato (5-FUTP)
que inibe a síntese de RNA e em
5-fluorodesoxiuridina
monofosfato (5-FdUMP) que inibe
a síntese de DNA (via inibição da
síntese de um precursor da
timidina, base essencial para a
formação de DNA)
Selectivo para fungos – células humanas não convertem flucitosina em fluoruracilo
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Antifúngicos
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Flucitosina
Espectro de acção: estreito; Cryptococcus neoformans, Candida spp.
Resistência: primária – Candida não albican, C. neoformans
Secundária (desenvolvida após monoterapia) – C. albicans, C. neoformans
Mecanismo – perda da actividade da permease, perda da actividade da citosina
desaminase, diminuição da actividade da UDP-Pirofosfatase
Farmacocinética: via oral, boa abs., ampla distribuição, conc. eficazes no LCR. t½ 3-5h.
Eliminação por via renal (80-85% intacta). Ajustar dose em caso de IR e hemodiálise.
Efeitos adversos: relacionados com o 5-FU formado; reversíveis. Efeitos gastrointestinais
Depressão da medula óssea (anemia, trombocitopenia, Neutropenia, Alopécia
Combinação com agentes nefrotóxicos como a anf.B obriga a ajuste da dose para diminuir r. adversas
Uso Clínico: evita-se o uso isolado para evitar as resistências secundárias; tratamento de candidiase
sistémica resistente; Terapia combinada – sinergia com anf.B (destruição da membrana fúngica pela
anf.B facilita a entrada de flucitosina) - Meningite criptocócica em doentes com SIDA. Em combinação
com o Fluconazol
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Antifúngicos
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Griseofulvina
Bloqueia a mitose fúngica
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Antifúngicos
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GriseofulvinaÉ um fungistático insolúvel produzido por fungos da espécie Penicillium (P. griseofulvum).
Uso clínico: restrito ao tratamento de vários tipos de tinhas causadas por dermatofitos (Epidermofito,
Microsporum, Tricofiton).
Mecanismo de acção: Entrada na célula fúngica por mecanismo ATP-dependente. Inibição da mitose
fúngica: liga-se aos microtúbulos impedindo a formação do fuso mitótico; impede a polimerização da
tubulina em microtúbulos.
Farmacocinética: É administrado por via oral (sem acção por via tópica). Absorção melhorada com
alimentação rica em lípidos. Grande afinidade para células com queratina e células da derme recém
formadas, onde permanece longo tempo. Metabolismo hepático. T½ 24-36h.
Reacções adversas: cefaleia, náuseas, vómitos, diarreia, fotossensibilidade. Leucopénia.
Proteinúria.
Contra-indicação: Em doentes com porfíria ou insuficiência hepática (metabolização hepática).
Carcinogénica e teratogénica em estudos animais -> Não administrar a grávidas.
Interacções: pode modificar a actividade da varfarina -> monitorizar o tempo de protrombina
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Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Antifúngicos
48
Farmacologia II
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Fármacos Antiparasitários
Cristina Sampayo
2010/2011
Alvos terapêuticos nas infecções por parasitas:
- Enzimas fundamentais presentes somente nos parasitas:Piruvato fosfato dicinase, Nucleosido fosfotransferase
- Enzimas presentes no hospedeiro e no parasita mas só sãoindispensáveis ao parasita:
Lanosterol C-14 desmetilase, purina fosforibosil transferase
- Funções bioquímicas comuns ao parasita e ao hospedeiro mascom diferentes propriedades farmacológicas:
Transportador de electrões mitocondrial, microtubulos
Fármacos Antiparasitários
49
Farmacologia II
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Antimaláricos: Cloroquina, Hidroxicloroquina, Mefloquina, Halofantrina,Proguanilo, Pirimetamina-Sulfadoxina, Quinina, Quinidina. (...)
Tratamento Amebíase (E. histolytica), Giardíase, inf. Trichomonas vaginalis: Nitroimidazóis: Metronidazol, Tinidazol, Secnidazol
Anti-helmínticos (Céstodos, nemátodos, tremátodos):Benzimidazóis: Albendazol, Flubendazol, Mebendazol.Piperazina: (Ascaris lumbricóides, Enterobius vermicularis)Pirantel
Pneumonia Pneumocystis carinii: Pentamidina, Atovaquona.
50
Antiparasitá[email protected]
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Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
• A resistência dos parasitas da malária a fármacos e a resistência de
estirpes do género Anopheles a insecticidas
• 200 milhões de casos / ano – Na África tropical é responsável por mais
de 1 milhão de crianças com menos de 14 anos por ano
- Transmitida por mosquitos do género Anopheles,
existentes em locais com ambientes e temperaturas
ideais para crescimento
- Pode ser transmitida por transfusão de sangue ou
partilhas de agulhas e seringas infectadas com
plasmódios.
- Problema:
51
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Antiparasitários
- Apenas 4 (dos 100 plasmódios identificados)
infectam os humanos: Plasmodium malariae, P. ovale,P. vivax, and P. falciparum
- Fase sexuada: mosquito Anopheles
- Fase assexuada: hospedeiro (fígado e eritrócitos)
- No interior das células hepáticas, os plasmódios
passam por uma divisão assexuada (esquizogonia
tecidual ou exoeritrocítica), formando os chamados
merozoítos
- Merozoítos são libertados do fígado e invadem os
eritrócitos: fase eritrocítica
52
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Antiparasitários
Classificação
- Segundo a acção contra as diferentes fases do ciclo vital do parasita:
● Esquizonticidas tecidulares - prevenir reincidência e quimioprofilaxia
● Esquizonticidas sanguíneos - tratamento do ataque agudo
● Gametocitocidas - evitar a transmissão
- Segundo a função que desempanham:
● Profilaxia
● Tratamento
- Nenhum fármaco consegue eliminar os parasitas da fase tecidular e da fase eritrócitica
- Um tratamento efectivo da malária deverá, pois, incluir simultaneamente agentes
esquizonticidas teciduais, sanguíneos e gametocitocidas.53
Antimalá[email protected]
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Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Antiparasitários
Cloroquina e hidroxicloroquina
Cloroquina:
- Uma das 4-aminoquinolinas mais estudadas durante a 2ª Guerra mundial,primeiro pelos alemães (1934) e depois pelos americanos (1943)
- O átomo de cloro na posição 7 de uma quinolina confere-lhe actividadeantimalárica
Hidroxicloroquina:
- β-hidroxilação dos N-etil substituintes da cloroquina
- Equivalente à cloroquina contra P. falciparum malária
- É preferível à cloroquinina no tratamento de artrite reumatóide ligeira e lúpuseritrematoso devido à menor toxicidade ocular
Antimaláricos
54
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Antiparasitários
Mecanismo de acção
• Os parasitas assexuais crescem nos eritrócitos digerindo a hemoglobina
• Este processo gera radicais livres e heme (ferriprotoporfirina IX)
• Este fármaco concentra-se nos vacúolos do parasita onde se liga ao heme, inibindo a
heme polimerase. Assim mata os parasitas pela via oxidativa lesando as membranas,
usando proteases, fosfolipases e outras biomoléculas.
• A doença reaparece se a infecção for por P. vivax e P. ovale e caso não se administre
primaquina (para o fígado) continuamente após o tratamento com cloroquina.55
Antimaláricos
Cloroquina e hidroxicloroquina
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Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Antiparasitários
Resistência Microbiana
• Resistência de P. falciparum é actualmente comum na maior parte domundo.
• O parasita P. falciparum sensível à cloroquina concentra mais o fármaco,que os organismos resistentes à cloroquina. Não se sabe bem a razão, maspensa-se que seja devido a diferenças no transporte para os vacúolos.
Espectro de actividade• São detectadas melhoras nos sintomas clínicos nas seguintes formas demalária: P. malariae, P. vivax, P. ovale, e P. falciparum sensível.•Excepção - P. falciparum resistente.
56
Antimaláricos
Cloroquina e hidroxicloroquina
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Antiparasitários
Uso clínico
• É um bom profiláctico em regiões onde não existe resistência e no
tratamento de malária causada por P. vivax, P. ovale, e P. malariae.
• Pode ser usada como um fármaco secundário no tratamento de várias
doenças crónicas devido a possuírem alcalóides na sua composição, que se
concentram nos lisossomas e tem propriedades anti-inflamatórias.
• Actua no tratamento de:
•artrite reumatóide,
•no lúpus eritrematoso,
•reacções foto-alérgicas 57
Antimaláricos
Cloroquina e hidroxicloroquina
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Antiparasitários
Farmacocinética
Administração parental circulação Excreção lenta Letal[ ] no plasma
• Absorção no tracto GI rápida e completa. Distribui-se amplamente (liga-se às PP)pelos vários tecidos (fígado 500 vezes mais concentrada que no sangue).Metabolismo hepático - desetilcloroquina é o maior metabolito formado no fígadoEliminado lentamente pelos rins. A taxa de eliminação pode aumentar acidificandoa urina.
• O tempo de semi-vida do fármaco é de 6 a 7 dias.
• Alternativas:•Via oral (é mais segura; taxas de absorção e distribuição são semelhantes)
•Infusões intravenosas constantes
•Doses baixas subcutâneas ou intramusculares58
Cloroquina e hidroxicloroquina
Antimalá[email protected]
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Antiparasitários
Reacções adversas•Toxicicidade cardiovascular (hipotensão, vasodilatação, arritmias, problemas no miocárdio) e do SNC (convulsões, desordens neurológicas, coma)
• As doses usadas, para o tratamento da malária, via oral podem causar:• Perturbações GI• Dor de cabeça• Alterações visuais• Urticária• Fraqueza muscular
• Tratamento prolongado pode causar:• Visão enevoada ou cegueira, Diplopia• Convulsões• Erupções cutâneas• Cabelos brancos
59
Antimaláricos
Cloroquina e hidroxicloroquina
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Antiparasitários
Contra-indicações
Hidroxicloroquina:
• Não deve ser usada em doentes com psoríase (pode agravar)
Cloroquina:
• Não é recomendada em pacientes com epilepsia ou miastenia gravis.
• Deve ser usada cautelosamente em pacientes com doença hepática ou gravesdesordens a nível GI, sanguíneo ou neurológico.
• A dose deve ser ajustada em caso de problemas renais.
• Não deve ser usada na presença de alterações na visão ou na retina.
• Alergia a compostos 4-aminoquinolina
•Não deve ser administrada a grávidas
•Deficiência em glucose-6-fosfato desidrogenase 60
Antimaláricos
Cloroquina e hidroxicloroquina
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Antiparasitários
Interacções medicamentosas
Cloroquina com:
• Fenilbutazona deve-se ter cuidado devido ao risco de dermatites
• Mefloquina não deve ser administrada porque aumenta o risco de ataques
• Amiodarona ou halofantrina aumentam o risco de arritmias ventriculares
(antimaláricos têm uma acção oposta aos anti-convulsionantes)
• Antiácidos reduzem a absorção de cloroquina
• Cimetidina inibe o metabolismo da cloroquina, aumentando a sua
concentração plasmática.
• Cloroquina reduz a biodisponibilidade da ampicilina e do metotrexato61
Antimaláricos
Cloroquina e hidroxicloroquina
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Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Antiparasitários
- É o produto de um programa de desenvolvimento de fármacos
contra a malária (1963) para combater estirpes de P. falciparumresistentes
- É um derivado de metanol de quinolina (parecido com quinina)
- É uma mistura racémica de 4 isómeros ópticos
- Inicialmente foi usado como tratamento de estirpes de P. falciparum cloroquina-
resistentes (Tailândia), em conjunto com piramitamina-sulfadoxina para atrasar o
desenvolvimento de parasitas resistentes a outros fármacos.
- A estratégia falhou devido à lenta eliminação da mefloquina, promovendo a
selecção de parasitas resistentes a concentrações sub-terapêuticas deste fármaco.62
Antimaláricos
Mefloquina
Farmacologia II
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Antiparasitários
Mecanismo de acção• O mecanismo exacto é desconhecido
• No entanto deverá ser idêntico ao da cloroquina
Resistência Microbiana
63
Antimaláricos
Mefloquina
• Certas estirpes de P. falciparum exibem resistência
- A base molecular desta resistência não está bem entendida
- Os alelos cloriquina-resistentes do gene pfcrt actualmente conferem um
aumento da sensibilidade à mefloquina (e outras quinolonas)
- A amplificação do gene pfmdr1 está associado com a resistência à
mefloquina e halofantrina (isto não acontece com a cloroquina)
- A relação da resistência à mefloquina com estas alterações, não está
totalmente provada, o que sugere o envolvimento de outros factores por determinar
Farmacologia II
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Antiparasitários
Espectro de actividade
• Destinada à prevenção de malária causada por P. falciparum e P.
vivax fármaco-resistentes (cloroquina-resistentes)
Uso clínico
• Altamente efectivo como esquizonticida sanguíneo - tratamento
• Útil como agente profilático para viajantes (e não habitantes) não
imunes que passam breves períodos de tempo em locais com infecções
endémicas
64
Antimaláricos
Mefloquina
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Antiparasitários
Farmacocinética
• Administrada por via oral, por via parenteral provocam reacções locais
• Boa absorção (pico plasmático ± 17h), BD aumenta com alimentos
• Grande ligação às proteínas plasmáticas (98%)
• Extensa distribuição
• Formados diversos metabolitos (biotransformação em estudo)
• Eliminação lenta com tempo de semi-vida de eliminação de 15 a 33 dias
• A excreção é maioritariamente feita pela via fecal, na forma de ácido
carboxílico (só 10% aparecem na urina)
•Factores como a idade, raça, gravidez, podem alterar essas
características, não afectando substancialmente as doses a administrar65
Antimaláricos
Mefloquina
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Antiparasitários
Reacções adversas
• Bem tolerada por V. Oral - dose única de 1500 mg ou 500 mg/semana
• Sobredosagem: náuseas, vómitos, dor abdominal, diarreia, vertigens,
alteração do equilíbrio, cefaleias e efeitos adversos no SNC (confusão,
diminuição sensorial e psicose aguda) – Reversíveis
• Casos pontuais: perturbações visuais e auditivas, Ataxia, depressão,
alterações de memória e convulsões, disfunção hepática, bradicárdia,
mialgias, leucopénia e trombocitopénia
• Efeitos adversos normalmente aparecem entre a 1ª e 3ª administração
• Aparecem mais associados a doses de tratamento que doses profiláticas
Antimaláricos
66
Mefloquina
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Antiparasitários
Contra-indicações
• Deve ser evitada a gravidez até 3 meses após a última administração de mefloquina,
pois este fármaco tem um elevado tempo de semi-vida – Teratogenia
• Em pacientes com:
- Menos de 2 anos ou menos de 15 kg
- Hipersensibilidade à mefloquina ou r. adversas a antimaláricos quinolínicos
-Distúrbios mentais, depressões, esquizofrenia, psicoses ou outras
desordens psiquiátricas
- Problemas no sistema cardiovascular
- Epilepsia
- Função hepática comprometida
- Ocupações que requerem alguma destreza, como os pilotos
Antimaláricos
67
Mefloquina
Farmacologia II
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Antiparasitários
Interacções medicamentosas
• Administrar mefloquina após quinina, mas não o inverso (eliminação lenta
mefloquina)
• Não administrar mefloquina antes, depois ou com a halofantrina
• Mefloquina aumenta o risco de crises em pacientes epilépticos
controlados com valproato (ou outros anticonvulsivantes)
• Compromete a imunidade pela vacina contra a febre tifóide
• Precaução na administração de mefloquina com fármacos que possam
perturbar a condução cardíaca
Antimaláricos
68
Mefloquina
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Antiparasitários
- Pertence à classe dos metanois de fenantreno
- Foi introduzida nos anos 60
- Devido ao tempo de semi-vida curto não resultou como profilático
- Fármaco quiral, administrado como mistura racémica, e a concentração do
enantiómero (+) no plasma humano é mais alta do que o enantiómero (-)
Mecanismo de acção
• Forma um complexo com o heme (ferriprotoporfirina IX) que vai danificar amembrana celular, causando a lise e morte do parasita.
•Pensa-se que poderá ter efeitos nas mitocôndrias do parasita
Antimaláricos
69
Halofantrina
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Antiparasitários
Resistência Microbiana
• Estão a aparecer cada vez mais estirpes resistentes (P. falciparum)
Espectro de actividade
• Propriedades de esquizonticida sanguíneo - tratamento
• Foi inicialmente desenvolvido para combater estirpes de P. falciparum
fármaco-resistentes aos antimaláricos clássicos (incluindo mefloquina)
Antimaláricos
70
Halofantrina
Uso clínico
• É unicamente utilizada para o tratamento da malária
• Não usado em profilaxia devido ao risco de toxicidade e abs. imprevisível
Farmacologia II
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Antiparasitários
Reacções adversas
• Transtornos neuropsiquiátricos e cardíacos (arritmias ventriculares)
• Dor abdominal, cefaleias, diarreia, náuseas, prurido e erupções - sobredosagem
• Em caso de sobredosagem (ou quando ministrada com alimentos gordos, porque a
sua absorção é aumentada), a sua toxicidade é maior
Antimaláricos
71
• Absorção oral errática, melhorada com alimentos (principalmente com gorduras)
• Ligação proteínas plasmáticas 60-70%, pico concentração plasmática entre 4-8h
•Metabolismo hepático, tempo de semi-vida de eliminação: 10 a 90 horas
Farmacocinética
Halofantrina
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Antiparasitários
Interacções medicamentosas
• Mefloquina e cloroquina – aumenta o intervalo QT e potencia os efeitos
cardíacos adversos
• AD tricíclicos, antipsicóticos, antiarrítmicos, terfenadina e astemizol
Antimaláricos
72
Contra-indicações• Durante a gravidez e não aconselhada a administração durante amamentação
• Hipersensibilidade à halofantrina
• História familiar de síndrome do intervalo QT longo e outras situações clínicas
associadas com prolongamento desse intervalo (hipocaliémia, hipomagnesiémia e
outras alterações electrolíticas).
Halofantrina
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Antiparasitários
Mecanismo de acção: o grupo nitro é reduzido nos protozoários e bactérias sensíveis (aceita e- de vários substratos endógenos reduzidos) -> origina vários compostos intermédios reduzidos que após oxidação geram aniões superóxido e radicais hidroxilo (citotoxicos) -> lesa DNA.
Espectro de acção:Metronidazol – espectro amplo; activo contra anaeróbios e protozoários (não contra
quistos), amebíases agudas (amebicida), giardíases e tricomoníases (uretrites e vaginites; tricomonicida), leichemaniose.
Tinidazol – idêntico ao metronidazol, activo contra Trichomonas resistentes a metronidazol
Nimorazol: tricomoníases, giardíase
Ornidazol - tricomoníases
Secnidazol – amebíase, giardíase
Antiprotozoários
73
Nitroimidazóis (derivados do 5-nitroimidazol)
Farmacologia II
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Antiparasitários
Nitroimidazóis
Farmacocinética:
Metronidazol: adm. por via oral (alimentos diminuem a irritação GI), rectal e IVAbsorção rápida e completa por via oral; t½ 7h.Pouca ligação às proteínas plasmáticasDistribuição rápida (tecidos e fluidos inclusive no CSF)Excretado principalmente por via renal;IH – reduzir posologia; terapêuticas >10 dias -> monitorizar a f. hepática
Tinidazol: idêntico ao metronidazol mas com duração de acção mais longa (metabolismo mais lento, t½ 13h).
Nimorazol: idêntico ao Tinidazol, adm. oral
Ornidazol – adm. por via oral, tópica e IV (não comercializado em PT)
Secnidazol: idêntico ao metronidazol mas longa duração de acção (t½ - 20h)74
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Antiparasitários
Reacções adversas: ocasionalmente perturbações GI (náuseas, vómitos, epigastralgias), alteração do paladar (gosto metálico)Erupções cutâneas, urticária; urina escuraCefaleias, vertigens e ataxia (raro)Neuropatia periférica, convulsões (doses altas ou terap. prolongada)
Contra indicado: gravidez e aleitamento, indivíduos com alterações: do SNC, da função renal ou hepática (ajustar a posologia na IH e na IR)
Interacções: inibe o metabolismo de anticoagulantes orais e fenitoína (metronidazol)fenobarbital (acelera o metabolismo -reduz conc. Metronidazol)cimetidina (inibe o metabolismo Metronidazol)Etanol + Metronidazol (aumenta o risco de reacções tipo dissulfiram)
Uso Clínico: infecções abdominais e ginecológicas: colite pseudomembranosa, úlcera péptica (Helicobacter pylori); Amebíase, giardíases e Inf. Trichomonas vaginalis(metronidazol, tinidazol), lesões cutâneas por leichemaniose (metronidazol)
Nitroimidazóis
Antiprotozoários
75
Farmacologia II
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Antiparasitários
Mecanismo de acção: desconhecido (plasmódios, interrompe transporte de e-
mitocondrial).
Farmacocinética: Adm. oral, absorção melhorada com alimentos ricos em lípidos. t½ 2-3 dias. Elevada ligação às proteínas plasmáticasEliminado inalterada nas fezes;
Reacções adversas: náusea, vómitos diarreia;febre, erupções cutâneas, cefaleias, insónia
Interacções: metoclopramida, tetraciclina, rifampicina, rifabutina reduzem as concentrações plasmáticas da atovaquona
Uso Clínico: pneumonia por pneumocystis, toxoplasmose em imunocomprometidos, antimalárico (atovaquona+proguanilo).
Atovaquona (Uso exclusivo hospitalar)
Antiprotozoários
76
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Antiparasitários
Uso exclusivo hospitalar,
Mecanismo de acção: desconhecido (?) penetra o parasita, por um transportador de elevada afinidade, dependente de energia, interage com o DNA ou inibe a biosíntese de poliaminas.
Espectro de acção: amplo; Pneumocystis carinii, tripanocida (Trypanossoma gambiense e T. rhodesiense (ambos causam doença do sono em África)), toxoplasma, Leishmania
Farmacocinética: Administração IV, IM ou pó para nebulização (prevenção de pneumocistose -sem abs)Acumula-se por vários meses nos tecidos (só vestígios no SNC)Eliminação lenta (t½ 5-12 dias)
Reacções adversas: várias e significativas; febre, flebites, hipotensão, taquicardia, falta de ar, vómitos, nefrotoxicidade, insuficiência hepática, discrasias hematológicas (leucopenia, neutropenia, anemia, trombocitopenia), hipoglicemia, alterações do ECG
Uso Clínico: pneumonia por pneumocystis (pneumocistose), doença do sono por Trypanossomas, leichemaniose resistente a antimonio, inf. por Toxoplasma (parentérica ou pirimetamina-sulfadiazina, trimetoprim-sulfametoxazole, azitromicina). 77
Pentamidina (pentamidina isetionato, é uma diamidina aromática)
Antiprotozoá[email protected]
Farmacologia II
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Antiparasitários
Uso exclusivo hospitalar
Ex: estibogluconato sódico (2 moléculas de gluconato complexadas com 2 Sb via oxigénio), antimoniato de N-metil-gucamina
Mecanismo de acção: desconhecido (?) - inibição do metabolismo energético por inibição da actividade oxidativa e glicolitica do parasita - leishmanicida.
Farmacocinética: administração IV ou IM – sem absorção GIExcreção em 2 fases (t½ 2h e >24h) por via renal
Reacções adversas: abcessos no local de administração, perturbações GI.hepatotóxico, nefrotóxico, cardiotóxico (risco de arritmias graves)artralgias, mialgias, anorexia, cefaleiasocasionais – r. hipersensibilidade, febre, palpitações, vertigens, insónia, anemia hemolíticaMonitorização por ECG
Uso Clínico: Leishmaniose 78
Antimoniais pentavalentes (antimónio, meglubina)
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Farmacologia II
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Antiparasitários
Mecanismo de acção: Inibição da síntese microtubulos (ligam-se à -butulina inibindo a sua polimerização e assim interferindo com o uptake de glucose microtubulo-dependente). Inibição selectiva da função microtubular: 250-400 x mais potente nos helmíntas do que nos mamíferos).
Espectro de acção:Amplo (Céstodos, Nemátodos, Tremátodos); na prática são preferencialmente usados nas infecções por céstodos e nemátodos. Também efeito ovicida em alguns parasitas.
Mebendazol – activo contra a maioria dos céstodos e de muitos nemátodos; ascaridíase, enterobíase, ancilostomíase (preferido ao pirantel devido ao perfil de reacções adversas menos favorável do último).
Flubendazol - actividade ~ à do Mebendazol.
Albendazol – actividade ~ à do mebendazol; fármaco de eleição para as infecções sistémicas por nemátodos e em doses altas para o quisto hidático e neurocisticercose.
Tiabendazol – amplo contra nemátodos (alternativa ao ivermectin contra larva migrans cutânea) 79
Benzimidazóis albendazol, mebendazol, flubendazol, tiabendazol
Anti-helmí[email protected]
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Antiparasitários
Farmacocinética:
Mebendazol: muito baixa BDsó 10% absorvido por via oral; refeições ricas lípidos melhoram absorção.Elevada ligação às proteínas plasmáticas – 95%rápida metabolização 1ª passagem; Metabolitos excretados por via renal e biliar;Ajustar dose em caso de insuficiência hepática.
Tiabendazol : propriedades idênticas ao Mebendazol, mas rapidamente absorvido no tracto GI e ~90% excretado por via renal, na forma metabolitos
inactivos conjugados, e 5% nas fezes. Também absorção cutânea.
Albendazol: ( ~ ao Mebendazol); Ampla distribuição tecidual inclusive CSFrápida metabolização (sulfóxidos e sulfonas) -> metabolito activometabolitos excretados via renal;baixa biodisponibilidade mas metabolito activo com t½ plasmático longo 80
Anti-helmínticos
Benzimidazóis albendazol, mebendazol, flubendazol, tiabendazol
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Antiparasitários
Reacções adversas:Os benzimidazóis são geralmente bem tolerados (ocasionalmente perturbações GI)Elevação enzimas hepáticas, depressão medular, reacções alérgicas (em doses altas) Cefaleias, tonturas, sonolência, neurotoxicidade (tiabendazol)Reacções anafilácticas (febre, erupções cutâneas), Toxicidade hepáticas (tiabendazol)Embriotóxico e teratogéneo (estudos efectuados com mebendazol)
Contra indicado: gravidez e aleitamento, crianças até 2 anos-Tratamento da hidatidose (albendazol, mebendazol) – monitorizar a f. hepática e os parâmetros hematológicos-Precaução em IH, IR (tiabendazol)
Interacções: Cimetidina inibem o metabolismo dos benzimidazóis -> risco toxicidadeCarbamazepina e Fenitoína reduz as concentrações de Mebendazol, Flubendazol Derivados xantina (teofilina e outras) aum. níveis de tiabendazol -> risco toxicidadeAlbendazol aumenta as concentrações de teofilina (monitorizar a teofilinemias)
81
Anti-helmínticos
Benzimidazóis albendazol, mebendazol, flubendazol, tiabendazol
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Antiparasitários
Mecanismo de acção: inibição reversível da transmissão neuromuscular (provavelmente por actuar tipo GABA nos canais Cl mediados por GABA) -> paralisia - o verme é expelido vivo.
Farmacocinética: administração por v. oral – absorção parcialparcialmente metabolizada (25%), excretada por via renal inalterada;
Ajustar dose em caso de insuficiência hepática grave.
Reacções adversas: perturbações GI (náuseas, vómitos, diarreia, dor abdominal)Alergias (broncospasmo e urticária)Neurotoxicidade transitória (tonturas, confusão, descoordenação motora)Angiodema e Síndrome de Stevens-Johnson (raro)
Contra Indicado: gravidez e aleitamentoEpilepsia, doença neurológicaDisfunção hepática e doença renal grave
Interacção: antagonista do pirantel ( e vice-versa)potenciação dos efeitos adversos das fenotiazinas
Uso Clínico: largamente substituído pelos benzimidazóis
Anti-helmínticos
Piperazina (nematodos : Ascaris lumbricóides, Enterobius vermicularis, T. trichiuria)
82
Farmacologia II
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Antiparasitários
forma de sal de Pamoato de pirantel
Mecanismo de acção: bloqueador neuromuscular – liberta acetilcolina e inibe a colinesterase -> paralisia.
Farmacocinética: fraca absorção GI após administração oral>50% eliminado nas fezes; 15% eliminado na urina inalterado e metabolitos
Reacções adversas: perturbações gastrointestinais, anorexiaCefaleias, tonturas, sonolência, insónia, erupções cutâneas, febreElevação das enzimas hepáticas
Contra Indicado: Gravidez e aleitamentoDisfunção hepáticaAnemia, má nutrição
Interacção: antagonista da piperazina (e vice-versa)
Uso Clínico: ascaridíase, enterobíase, ancilostomíase (largamente substituído pelos benzimidazóis) 83
Anti-helmínticos
Pirantel (nemátodos intestinais: Ascaris lumbricóides, Enterobius vermicularis)
Farmacologia II
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Antiparasitários
Mecanismo de acção: aumenta a permeabilidade membrana a iões mono e divalentes (Ca) – altera a homeostase do Ca -> contracção muscular eventual paralisia e morte.
Espectro de acção: fármaco anti-helmíntico de amplo espectro utilizado principalmente contra céstodos (Taenia solium, T. saginata) e tremátodos (1ª escolha para o último caso)
Farmacocinética: adm. por via oral, rápida absorção GI, BD 80% dose administrada, t½ 1,5h.ligação às proteínas plasmáticas 80%; 14-20% CSFmetabolização rápida -> metabolitos inactivos após a 1ª passagem hepática;excreção por via renal (60-80%) e por via biliar (15-35%);Ajustar dose em caso de insuficiência hepática grave
Interacções: Aumento das conc. plasmáticas com cimetidina; dim< com fenitoína, carbamazepina e corticoesteróides.
Reacções adversas: perturbações gastrointestinais (dor abdominal, náuseas, vómitos, diarreia)tonturas, cefaleias, mialgia e artralgiararo: erupções cutâneas, febre
Uso Clínico: contra todas espécies schistosomes (esquistosomiases), efectivo em cisticercoses (incluindo a neurocisticercose qd outras terapêuticas falharam), quisto hidático 84
Anti-helmínticos
Praziquantel (Uso hospitalar exclusivo)
Farmacologia II
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Antiparasitários