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Concorrência no sector Hospitalar Manuel Cabugueira* *O conteúdo desta apresentação, bem como toda e qualquer afirmação ou comentário proferido no decurso da mesma são da exclusiva responsabilidade do Autor.

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Concorrência no sector Hospitalar

Manuel Cabugueira*

*O conteúdo desta apresentação, bem como toda e qualquer afirmação ou comentário proferido

no decurso da mesma são da exclusiva responsabilidade do Autor.

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Plano da Apresentação

1. A Autoridade da Concorrência

2. O paradigma da concorrência

3. A concorrência e o sector de cuidados de saúde

4. A experiência da AdC em processos no sector de cuidados de saúde

5. Contratos públicos e questões de concorrência

6. Políticas públicas e a concorrência

06-06-2015 Manuel Cabugueira 1

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A Autoridade da Concorrência

(AdC)

06-06-2015 Manuel Cabugueira 2

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A Autoridade da Concorrência

(AdC)

Missão (n.º 3 do artigo 3.º dos Estatutos da AdC):

“A AdC tem por missão assegurar a aplicação das regras de promoção e

defesa da concorrência nos setores privado, público, cooperativo e social, no

respeito pelo princípio da economia de mercado e de livre concorrência,

tendo em vista o funcionamento eficiente dos mercados, a afetação ótima

dos recursos e os interesses dos consumidores, nos termos previstos na lei e

nos presentes estatutos.”

(Decreto-Lei n.º 125/2014, de 18 e agosto)

06-06-2015 Manuel Cabugueira 3

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A Autoridade da Concorrência

(AdC)

Atribuições (artigo 5.º dos Estatutos da AdC):

“a) Velar pelo cumprimento das leis, regulamentos e decisões de direito nacional e da

União Europeia destinados a promover e a defender a concorrência;

b) Fomentar a adoção de práticas que promovam a concorrência e a generalização

de uma cultura de concorrência junto dos agentes económicos e do público em

geral;

d) Difundir, em especial junto dos agentes económicos, as orientações consideradas

relevantes para a política de concorrência;

g) Contribuir para o aperfeiçoamento do sistema normativo português em todos os

domínios que possam afetar a livre concorrência, por sua iniciativa ou a pedido da

Assembleia da República ou do Governo;

…”

(Decreto-Lei n.º 125/2014, de 18 e agosto)

06-06-2015 Manuel Cabugueira 4

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A Autoridade da Concorrência

(AdC)

Poderes (artigo 6.º dos Estatutos da AdC):

1. “… a AdC dispõe de poderes sancionatórios, de supervisão e de regulamentação.”

2. “No exercício dos seus poderes sancionatórios, incumbe à AdC identificar e

investigar os comportamentos suscetíveis de infringir a legislação de concorrência

nacional e da União Europeia”, nomeadamente:

• em matéria de práticas restritivas da concorrência (análise ex-post)

➜ Acordos entre empresas (artigos 9.º e 10.º da Lei n.º 19/2012)

➜ Abusos de Posição Dominante (artigos 11.º da Lei n.º 19/2012)

➜ Abusos de Dependência Económica (artigos 12.º da Lei n.º 19/2012)

• e de controlo de operações de concentração de empresas (análise ex-ante) ➜ Concentrações - Capítulo III da Lei n.º 19/2012

(Decreto-Lei n.º 125/2014, de 18 e agosto)

06-06-2015 Manuel Cabugueira 5

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A Autoridade da Concorrência

(AdC)

Âmbito (Lei n.º 19/2012, de 8 de maio - Regime Jurídico da Concorrência):

Artigo 2.º (Âmbito de aplicação)

“1 — A presente lei é aplicável a todas as atividades económicas exercidas, com caráter

permanente ou ocasional, nos setores privado, público e cooperativo.”

Artigo 4.º da Lei n.º 19/2012 (Serviços de interesse económico geral)

1 — As empresas públicas, as entidades públicas empresariais e as empresas às quais o

Estado tenha concedido direitos especiais ou exclusivos encontram -se abrangidas pela

presente lei, sem prejuízo do disposto no número seguinte.

2 — As empresas encarregadas por lei da gestão de serviços de interesse económico geral ou

que tenham a natureza de monopólio legal ficam submetidas ao disposto na presente lei,

na medida em que a aplicação destas regras não constitua obstáculo ao cumprimento, de

direito ou de facto, da missão particular que lhes foi confiada

06-06-2015 Manuel Cabugueira 6

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A Autoridade da Concorrência

(AdC)

Práticas Restritivas (Lei n.º 19/2012):

Art. 9.º RJC - Acordos, práticas concertadas e decisões de associações de empresas

“1 — São proibidos os acordos entre empresas, as práticas concertadas entre

empresas e as decisões de associações. de empresas que tenham por objeto ou

como efeito impedir, falsear ou restringir de forma sensível a concorrência no todo ou

em parte do mercado nacional, nomeadamente os que consistam em: [...]”

[...]

Art. 11.º RJC - Abuso de posição dominante

“1 — É proibida a exploração abusiva, por uma ou mais empresas, de uma posição

dominante no mercado nacional ou numa parte substancial deste.

2 — Pode ser considerado abusivo, nomeadamente: [...]”

06-06-2015 Manuel Cabugueira 7

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O Paradigma da Concorrência

06-06-2015 Manuel Cabugueira 8

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O Paradigma da Concorrência

06-06-2015 Manuel Cabugueira 9

A concorrência no mercado é um motor de eficiência económica e

inovação, promovendo a desenvolvimento sustentável e o bem-estar

social.

A pressão concorrencial obriga os agentes económicos a aplicarem os

seus recursos de forma eficiente motivando-os a melhorar e inovar nessa

aplicação.

As empresas, quando sujeitas à concorrência, sabem que o seu sucesso e

sobrevivência depende da capacidade para oferecer aos consumidores as

melhores soluções de preço, qualidade e diversidade o que, por sua vez,

depende da sua eficiência e capacidade inovador.

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O Paradigma da Concorrência

06-06-2015 Manuel Cabugueira 10

Concorrência

Escolha

Melhor:

- Preço

- Quantidade

- Qualidade (posicionamento§)

Mobilidade dos recursos

Eficiente utilização dos recursos

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A concorrência no sector da

saúde

06-06-2015 Manuel Cabugueira 11

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A concorrência no sector da

saúde

06-06-2015 Manuel Cabugueira 12

Em, Relatório “Um Futuro para a Saúde: todos temos um papel a desempenhar”, o Calouste Gulbenkian 2014

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Em, Relatório “Um Futuro para a Saúde: todos temos um papel a desempenhar”, o Calouste Gulbenkian 2014

06-06-2015 Manuel Cabugueira 13

Áreas de concorrência

potencial

A concorrência no sector da

saúde

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A Concorrência na saúde

06-06-2015 Manuel Cabugueira 14

Entidades públicas: • Acesso ao mercado • Direitos exclusivos • Sistemas de

patentes ...

Fornecedores • Farmacêuticas • Equipamento • Material de apoio • Instalações ...

Recursos Humanos • Formação Técnica e

Universitária • Especializações …

Organizações não governamentais

• Ordens • Associações

sectoriais …

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A experiência da AdC

06-06-2015 Manuel Cabugueira 15

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A experiência da AdC

06-06-2015 Manuel Cabugueira 16

Processo Partes Prática Investigada Data da decisão

Sentido da decisão

PRC/2008/10 Roche Farmacêutica Química Abuso de posição dominante

12-04-2012 Condenação

PRC/2006/13 Baxter e GLINTT Acordo vertical 10-12-2010 Condenação

PRC/2005/07 Ordem dos Médicos Decisão de associação de empresas

26-05-2006 Condenação

PRC/2005/04

BAYER Portugal; Roche Farmacêutica Química; ABBOTT Laboratórios; MENARINI Diagnósticos e Johnson & Johnson

Acordo horizontal 10-01-2008 Condenação

PRC/2003/06

BAYER Portugal; Roche Farmacêutica Química; ABBOTT Laboratórios; MENARINI Diagnósticos e Johnson & Johnson

Acordo horizontal 28-12-2004

Condenação

Disponivel em: http://www.concorrencia.pt/vPT/Praticas_Proibidas/Decisoes_da_AdC/Paginas/lista.aspx

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A experiência da AdC

(PRC/2008/10) Empresa envolvida: Roche Farmacêutica Química, Lda.

Origem do processo: denúncia pela concorrente Amgen – Biofarmacêutica, Lda., com

fundamento em práticas anti-concorrenciais relacionadas com o sistema de descontos aplicado

pela Roche junto de hospitais públicos na comercialização de medicamentos, no âmbito de

procedimentos de contratação pública realizados no ano de 2006;

Prática investigada: investigação efetuada pela AdC teve como suporte essencial elementos de

prova documental recolhidos quer junto da arguida, quer junto de todos os hospitais seus

clientes, tendo-se vindo a verificar que, considerando o critério da quota de mercado, a Roche

detinha posição dominante relativamente a alguns dos medicamentos incluídos nas propostas

por si apresentadas nos concursos públicos hospitalares; e que, no ano de 2006 ofereceu

nessas propostas descontos multi-produtos (mixed-bundling.

Disposições legais: Artigo 6.º da Lei n.º 18/2003, de 11 de junho

Sanções: Coima no valor de € 900 000,00 (novecentos mil euros)

Sanções Acessórias: Não foram aplicadas

Recurso Judicial: Não houve, pagamento voluntário da coima

06-06-2015 Manuel Cabugueira 17

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A experiência da AdC

(PRC/2006/13) Empresas envolvidas: BAXTER - Médico Farmacêutica, Lda. e GLINTT – Business Solutions

Origem do processo: denúncia do Hospital Padre Américo - Vale do Sousa, EPE, que informou

não ter procedido a uma adjudicação no “Concurso Público n.º 02/2006" para "Fornecimento,

montagem e parametrização de um Equipamento Automatizado de Reembalagem de Formas

Orais Sólidas de Medicamentos”, atenta à constatação de indícios de eventual prática restritiva

da concorrência: as duas únicas empresas concorrentes apresentaram valores iguais quer para

o valor global das suas propostas, quer para cada um dos seus componentes; existia absoluta

identidade no que se refere à quantidade de consumíveis anuais propostos.

Prática investigada: celebração, e execução, por ambas as Arguidas, de um contrato que inclui

restrições verticais, designadamente, a de fixação dos preços de revenda.

Disposições legais: Artigo 4.º da Lei n.º 18/2003, de 11 de Junho; Artigo 101.º do Tratado sobre

o Funcionamento da União Europeia

Sanções: BAXTER, coima de € 145,286,77; GLINTT, coima de € 385.471,24.

Sanções Acessórias: Publicação de extrato da Decisão na II Série do Diário da República e

num jornal de expansão nacional

Recurso Judicial: Decisão impugnada judicialmente. O Tribunal do Comércio manteve a

decisão da Autoridade reduzindo a coima da Baxter para € 100.000,00 e a da Glintt para €

300.000,00. As arguidas recorreram para o Tribunal da Relação que negou o seu provimento.

06-06-2015 Manuel Cabugueira 18

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A experiência da AdC

(PRC/2005/07) Empresas envolvidas: Ordem dos Médicos

Origem do processo: Oficioso

Prática investigada: Nesta investigação foram analisadas práticas adoptadas pela Ordem dos

Médicos, que poderiam configurar uma decisão de associação de empresas. Em causa neste

processo estavam alguns artigos do Código Deontológico e do Regulamento de Laudos e o

Código de Nomenclatura, que estabeleciam os critérios de determinação dos honorários

relativos ao acto médico praticado pelo médico em regime liberal, fixando valores mínimos e

máximos por acto médico

Disposições legais: Artigo 4.º, n.º 1, da Lei n.º 18/2003, de 11 de Junho; Artigo 81.º, n.º 1, do

Tratado CE (atual Artigo 101.º, n.º 1, do Tratado TFUE)

Sanções: 250.000,00 Euros

Sanções Acessórias: Publicação de sumário da decisão, de acordo com o estipulado no Art.

45, n,º1, al. a), da Lei 18/2003, de 11 de Junho (com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei

n.º 18/2008, de 29/01)

Recurso Judicial: Decisão impugnada judicialmente e confirmada com redução de coima,

tendo transitado em julgado

06-06-2015 Manuel Cabugueira 19

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A experiência da AdC

(PRC/2005/04 e PRC/2003/06) Empresas envolvidas: BAYER Portugal, S.A.; Roche Farmacêutica Química, Lda.; ABBOTT

Laboratórios, Lda.; MENARINI Diagnósticos, Lda. e JOHNSON & JOHNSON, Lda.

Origem do processo: O processo PRC/2003/06 teve origem numa denúncia do Centro

Hospitalar de Coimbra, após a decisão de anulação de um concurso público para a aquisição de

tiras reagentes para determinação da glicose, com fundamento na identidade de preços

constantes das propostas de cinco empresas concorrentes.

O processo PRC/2005/04 foi aberto oficiosamente em consequência de uma colaboração da

Johnson & Johnson. A empresa Roche decide, igualmente, colaborar com a Autoridade,

fornecendo elementos que confirmaram a existência de concertação de preços

Prática investigada: prática concertada no setor farmacêutico, envolvendo 5 laboratórios, em

que se fixava preços no âmbito de vários concursos públicos hospitalares para o fornecimento

de tiras reagentes para determinação de glicose no sangue.

No PRC/2005/04 foram recolhidos elementos de prova suficientes que determinaram que as

cinco empresas farmacêuticas fossem acusadas de práticas concertadas materializadas na

apresentação de preços uniformes em 36 concursos públicos para o fornecimento a 22

hospitais.

06-06-2015 Manuel Cabugueira 20

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A experiência da AdC

(PRC/2005/04 e PRC/2003/06)

06-06-2015 Manuel Cabugueira 21

HOSPITAL SANTA MARIA – LISBON

Pack. 50

strips Abbott Menarini J&J Bayer Roche

2001 €9,33 ----- €9,98

€17,46

€9,98

2002 €18,01

€18,01

€18,01

€18,01

€18,01

2003 €20,00

€20,00

€20,00

€20,00

€20,00

2004 €13,90

€14,00

€20,00

€15,00

€17,00

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A experiência da AdC

(PRC/2005/04 e PRC/2003/06)

06-06-2015 Manuel Cabugueira 22

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A experiência da AdC

(PRC/2005/04 e PRC/2003/06)

Disposições legais: Artigo 4.º da Lei n.º 18/2003, de 11 de Junho

Sanções: BAYER Portugal, S.A. coima de € 2.997.000,00; Roche Farmacêutica Química, Lda.

coima de € 1.326.000,00 (coima paga antes de ser proferida a 1.ª Decisão); ABBOTT

Laboratórios, Lda. coima de € 7.000.000,00; MENARINI Diagnósticos, Lda. coima de €

2.812.022,22; JOHNSON & JOHNSON, Lda. coima € 658.413,22 (pagou € 360.250,00 antes de

proferida a 1.ª Decisão, ficando o restante por pagar em sede de recurso).

Sanções Acessórias: Publicação de extrato da Decisão na II Série do Diário da República e

num jornal de expansão nacional

Recurso Judicial: A Bayer Portugal não recorreu e pagou a coima de € 2.997.000,00; a Abbot

Laboratórios, Lda. foi condenada, pelo Tribunal da Relação, ao pagamento de € 3.000.000,00; a

JOHNSON & JOHNSON Lda. foi absolvida, pelo Tribunal da Relação, do restante pagamento; a

MENARINI Diagnósticos, Lda. foi condenada, pelo Tribunal da Relação, ao pagamento de €

2.812.022,22.

O procedimento contraordenacional relativo á MENARINI prescreveu.

Encontra-se ainda a correr nos tribunais o processo relativo à Abbot!

06-06-2015 Manuel Cabugueira 23

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Concursos Públicos e a

promoção da Concorrência

06-06-2015 Manuel Cabugueira 24

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Concursos Públicos e a

promoção da Concorrência

06-06-2015 Manuel Cabugueira 25

Um concurso público pode ser entendido como a instituição pela

qual o Estado procura adquirir/contratar um bem ou serviço, na

quantidade, qualidade e momento adequado, ao menor custo

Eficiência Económica

(Minimização dos custos)

Criação de um momento de

concorrência que antecede a

concessão de um direito especial (monopólio de

oferta)

Aproveitamento de efeitos de escala (escala, diversidade, rede, densidade … )

Redução dos custos de transacção

Eficácia

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Concursos Públicos e a

promoção da Concorrência

06-06-2015 Manuel Cabugueira 26

CCP: art. 1.º/4: princípios “especialmente aplicáveis”: transparência,

igualdade e concorrência

Diretiva 2014/24/UE: art. 18.º /1: princípios da igualdade e não-

discriminação, transparência, proporcionalidade e concorrência:

“Os concursos não podem ser organizados no intuito de não serem

abrangidos pelo âmbito de aplicação da presente diretiva ou de reduzir

artificialmente a concorrência. Considera-se que a concorrência foi

artificialmente reduzida caso o concurso tenha sido organizado no intuito

de favorecer ou desfavorecer indevidamente determinados operadores

económicos.”

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Concursos Públicos e a

promoção da Concorrência

06-06-2015 Manuel Cabugueira 27

O que podem fazer as entidades adjudicantes?

1. Prevenir e identificar eventuais práticas colusórias e

outras práticas anticoncorrenciais;

2. Escolha de um modelo de contratação que favoreça a

concorrência e reduza restrições injustificadas à

concorrência;

3. Acompanhamento do processo de contratação de modo

a identificar indícios de práticas restritivas da

concorrência.

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Concursos Públicos e a

promoção da Concorrência

06-06-2015 Manuel Cabugueira 28

O que são Carteis?

O Programa de Clemência

Como se combatem: Chek-List, não exaustiva, de

várias situações que indiciam um padrão de

comportamento típico de empresas que cooperam de

forma ilícita com vista a assegurar a adjudicação de

um contrato público

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Políticas Públicas

e a Concorrência

06-06-2015 Manuel Cabugueira 29

Através das políticas públicas, da produção legislativa e

regulamentar, o Estado deve criar condições para uma livre

concorrência, evitando que da sua intervenção, ainda que de

modo não intencional, se criem ou mantenham restrições à

concorrência.

As intervenções das entidades públicas

que, na defesa de um interesse

público, alteram as condições

concorrenciais nos mercados devem

considerar este impacto numa análise

de custo-benefício.

Face a uma intervenção pública orientada para a prestação, promoção ou

preservação de um interesse público, da qual possam resultar distorções sobre um

segundo valor, a concorrência, igualmente de interesse público, importa criar

condições de avaliação informada sobre os custos e benefícios em causa,

contribuindo-se para a melhor decisão política.

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Políticas Públicas

e a Concorrência

06-06-2015 Manuel Cabugueira 30

Autoridade da

Concorrência

Outras Entidades Públicas

Maior Concorrência no Mercado

Maior eficiência nas industrias afetadas

Mais Crescimento Económico / Mais bem-estar

Cultura de Concorrência

Aplicação da lei da Concorrência Produção legislativa e regulamentar que promova a Concorrência

Preços (custos) mais baixos Mais inovação

Maior diversidade

Fonte: Adaptado de OECD Competition Committee

(2013), Factsheet on Competition and Growth

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Políticas Públicas

e a Concorrência - UEAP

06-06-2015 Manuel Cabugueira 31

A Autoridade da Concorrência (AdC) enquanto entidade pública independente

pretende contribuir ativamente para uma intervenção pública mais eficaz e

eficiente, promotora de um sistema económico mais eficiente e logo para um maior

desenvolvimento económico e social

Neste sentido, a AdC criou, internamente, uma Unidade Especial de Avaliação de

Políticas Públicas, que se propõe analisar o impacto das intervenções públicas

sobre o funcionamento eficiente dos mercados.

A criação de um procedimento interno de avaliação de impacto concorrencial de

políticas públicas contribui para a eficiência e eficácia da intervenção pública,

disponibilizando às entidades decisoras mais um elemento de informação sobre o

impacto das medidas adotadas.

Page 33: Apresentação do PowerPoint - hseit.pt · A Autoridade da Concorrência (AdC) Missão (n.º 3 do artigo 3.º dos Estatutos da AdC): “A AdC tem por missão assegurar a aplicação

Manuel Cabugueira Autoridade da Concorrência Economista Unidade Especial de Avaliação de Políticas Públicas [email protected]