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- ADG, pós-doc; apresentar algo tese de doutorado, tangencia meu trabalho aqui - tese de doutorado em antropologia: esforço para pensar de outra maneira a questão dos efeitos sociais dos grandes projetos de desenvolvimento - esse pensar de outra maneira, pensar com a ajuda dos meus interlocutores - a partir de categorias e experiências caras a eles: sobretudo a ideia de movimento - eu vou ler: pelo tempo, não me perder num argumento complicado Apresentação Oral SIPPUR 2014 Uma “cidade de aposentado”, uma cidade que estava acabando, um lugar parado ou morto: constantemente, era assim que a localidade de Minaçu, localizada no extremo-norte-goiano, me era descrita pelos meus interlocutores em campo – um povo que se definia como pobre e andado, mistura de quilombolas calungas, de descendentes da frente de expansão maranhense e dos mineiros, baianos e goianos atraídos desde os anos 40 pelas terras então livres da região. Ruas desertas, casas fechadas, construções abandonadas ou em ruínas: não eram poucos os indícios de que, de fato, aquele lugar vivenciara dias mais movimentados e agitados no passado – seja no que se refere à época em que o garimpo mobilizou a cidade ou ao período em que foram construídas 3 usinas hidrelétricas no município, inviabilizando aquela atividade e toda uma outra gama de práticas extrativistas e agropecuárias. Febres e suas características Mas voltemos um pouco no tempo, para tratar dos “climas” e temperaturas da cidade alguns anos antes de eu chegar lá. Nas descrições acadêmicas ou nativas a respeito do garimpo, é um lugar comum o uso do termo “febre” para dar conta da 1

Apresentação Oral Semana IPPUR

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- ADG, ps-doc; apresentar algo tese de doutorado, tangencia meu trabalho aqui

- tese de doutorado em antropologia: esforo para pensar de outra maneira a questo dos efeitos sociais dos grandes projetos de desenvolvimento- esse pensar de outra maneira, pensar com a ajuda dos meus interlocutores- a partir de categorias e experincias caras a eles: sobretudo a ideia de movimento

- eu vou ler: pelo tempo, no me perder num argumento complicado

Apresentao Oral SIPPUR 2014

Uma cidade de aposentado, uma cidade que estava acabando, um lugar parado ou morto: constantemente, era assim que a localidade de Minau, localizada no extremo-norte-goiano, me era descrita pelos meus interlocutores em campo um povo que se definia como pobre e andado, mistura de quilombolas calungas, de descendentes da frente de expanso maranhense e dos mineiros, baianos e goianos atrados desde os anos 40 pelas terras ento livres da regio.

Ruas desertas, casas fechadas, construes abandonadas ou em runas: no eram poucos os indcios de que, de fato, aquele lugar vivenciara dias mais movimentados e agitados no passado seja no que se refere poca em que o garimpo mobilizou a cidade ou ao perodo em que foram construdas 3 usinas hidreltricas no municpio, inviabilizando aquela atividade e toda uma outra gama de prticas extrativistas e agropecurias.

Febres e suas caractersticas

Mas voltemos um pouco no tempo, para tratar dos climas e temperaturas da cidade alguns anos antes de eu chegar l. Nas descries acadmicas ou nativas a respeito do garimpo, um lugar comum o uso do termo febre para dar conta da dinmica desencadeada pela descoberta de uma rea rica em ouro, que passa a atrair de uma hora para outra a ateno de um grande nmero de pessoas. Mas as dinmicas econmicas evocadas pela ideia de febre no so, para meus interlocutores, algo exclusivo ao garimpo de ouro. J na metade dos anos 70, antes da cidade ser invadida por garimpeiros atrados por esse metal, foi a cassiterita o que ocasionou um intenso e rpido afluxo de forasteiros para Minau. E a partir dos anos 80, em grande medida se sobrepondo atividade dos que extraam ouro, foram as obras de construo das barragens Serra da Mesa, Cana Brana e por fim So Salvador que movimentaram a cidade. Febre da cassiterita, febre do ouro, febre das barragens: em todos estes casos estamos diante de processos que, do ponto de vista nativo, apresentam equivalncias significativas.

Caracterizados pelos modos particulares atravs dos quais exacerbam a agitao e o movimento [essas duas categorias centrais no meu argumento], os tempos e espaos das febres so marcados assim por certos traos que se fazem presentes de maneira relativamente independente de uma ou outra atividade produtiva especfica. Em linhas muito gerais, e sem qualquer pretenso exausto, poderamos evocar assim:

I) o predomnio da populao masculina, decorrente da chegada de forasteiros atrados pelas oportunidades abertas pela febre; dentre estas ltimas, justamente a possibilidade de se obter recursos relativamente rpido;

II) a presena massiva de cabars, prostbulos e casas de jogo destinados a atender tal pblico (muitos destes empreendimentos tambm mveis e circulando ao longo de diferentes reas);

III) a rpida multiplicao de toda uma gama de pequenos e mdios negcios e servios, formais e informais, locais ou de fora, destinados a oferecer bens e servios populao afluente, ou a amparar a atividade produtiva deflagadora da febre;

IV) um peculiar padro de urbanizao, onde construes, acampamentos e alojamentos provisrios se sobrepem s provisoriedades previamente existentes de espaos e modos de vida populares (que muitas vezes aparecem como relativamente mais estveis apenas porque confrontados com aquele padro);

V) uma reorganizao dos fluxos econmicos regionais mais amplos como decorrncia das bruscas mudanas relativas no conjunto das mercadorias negociadas, nos padres de oferta e demanda e na estrutura dos preos.

Nesse contexto, h que se enfatizar que tais dinmicas e processos no esto e nem podem estar restritos a Minau: o prprio carter da febre, como j assinalei, pressupe a necessidade de apreend-la transcontextualmente e de modo relativamente abstrato. Tratamos assim de um fenmeno transitrio e que se atualiza a partir de atividades produtivas diversas, e que tambm por isso faz-se presente nos mais diversos lugares. Ainda que no totalmente adequado, o termo circuito pode servir provisoriamente para evocar um conjunto de locais ou reas geogrficas que se tornam particularmente frequentadas ou visadas em razo de a terem irrompido (ou estarem por irromper) tais febres.

preciso tambm lembrar que, para meus interlocutores, a febre se refere no apenas a uma dinmica socioeconmica especfica, mas igualmente a uma paixo. A agitao e frenesi que caracterizaram a regio aps o anncio da descoberta do ouro parecem ter tomado conta tambm dos que a se encontravam. Cidade febril, corpos e coraes febris, espritos exaltados e perturbados... A febre, num caso como no outro (e tambm no que se refere malria) remete a um movimento que no apenas sbito e temporrio, mas marcado por intensidades bastante particulares, onde o processo mais amplo que contagia e movimenta as localidades replica-se nas pessoas, corpos e vidas que foram por ele arrastados. (Por outro lado, o correlato de uma cidade parada so vidas, coisas e pessoas paradas).

Mas esta imbricao de descontroles uma paixo estimulando outra paixo no conhecida de meus interlocutores apenas em funo das febres que trespassaram a cidade. Ela responde tambm pelos atrativos e perigos da vida no trecho, com sua sociabilidade juveninl e anti-comunitria referente aos momentos em que a vida buscada longe de casa e da famlia, experincia no s comum por ali como encarada como fundamental para a formao da pessoa. J nos anos 80, Klaas Woortman (2009: 219) havia assinalado como a experincia do movimento, via a migrao, constitui um rito de passagem para os filhos homens de camponeses nordestinos: Para tornar-se homem dizia esse autor - preciso enfrentar o mundo [...] Ter viajado torna as pessoas superiores a quem nunca saiu do lugar.

O trecho evoca, assim e a princpio, aquele universo mais amplo dos trabalhadores nmades (aspas, por favor), de certa maneira na berlinda nos dias de hoje, e j h tempos, na sua resistncia ao sedentarismo das formas mais convencionais de organizao poltica, incomodando os representantes da classe trabalhadora: o prprio Marx referiu-se a eles como a coluna ambulante da pestilncia, disseminando o tifo e a varola por toda a Europa. [No vou me alongar nisso aqui]

Do ponto de vista da produo antropolgica, no h exatamente uma novidade na meno a estas situaes onde a intensificao de certos estados emocionais e corporais circunscreve espaos e tempos especficos, contrapostos nitidamente assim s regularidades e temperanas da vida ordinria ou cotidiana: a referncia mais bvia seria a festa de Durkheim (2008), com sua capacidade de [abre aspas] colocar em movimento as massas e suscitar um estado de efervescncia [fecha aspas], ou os invernos esquim de Mauss com suas orgias e licenas sexuais e banquetes.

Mas no seria preciso nos afastar tanto de Gois para estabelecermos comparaes frutferas ao nosso argumento. Examinemos, portanto, o que minha colega Graziele Dainese (2013: 5), na esteira dos trabalhos de Moacir Palmeira, tem a dizer a respeito do tempo da poltica no interior de Minas Gerais: este tempo se define tambm pelo fato de que, nele, h muito movimento; um momento de maior circulao de pessoas, de diversificao de acontecimentos, de transformao dos espaos, de irrupo da paixo. No por acaso, so estas circunstncias mais que propcias para o surgimento de um estado de coisas que se nomeia como descontrole. Tanto na febre como no tempo da poltica parece que estamos diante de situaes de acelerao da vida (a categoria de Dainese 2013). Ao contrrio do que poderia sugerir a referncia a Durkheim, no tratamos aqui exatamente de celebraes do coletivo ou dos laos sociais estabelecidos. A febre e o trecho so conhecidos por dar ensejo a movimentos de paixo e descontrole que tensionam e afastam os homens, mulheres e mesmo crianas de suas famlias. J Dainese (2013: 11) descreve como o tempo da poltica uma ocasio propcia para brigas, desentendimentos e mortes; neste perodo, o parentesco acaba.

diante de questes como essas que fica evidente a centralidade que meus interlocutores concedem ideia de movimento. E imagino estar claro ento que ao falarmos em mobilidade no estamos tratando apenas das pessoas. Pois do ponto de vista dos meus interlocutores, a instabilidade e o movimento so atributos das coisas do mundo. Neste sentido, o prprio movimento onde que fica o movimento desta cidade? que est em movimento, sempre a se deslocar e mudar de lugar.

A sociologia crtica

E aqui eu tenho que evocar algumas formulaes emblemticas daquela cincia social crtica ou engajada que hoje se dedica a examinar os efeitos ou impactos de grandes projetos de desenvolvimento como as barragens: no apenas para dialogar com esta literatura to presente na minha prpria vida profissional como tambm pelo fato de que, pela presena dos militantes dos movimentos de atingidos por barragens em Minau, tambm a comum encontrar as pessoas falando em coisas como o avano das fronteiras do capital, a desterritorializao ou a acumulao por espoliao.

Em todas estas formulaes, o que se destaca a ideia de que a modernizao experimentada a partir daquela nfase especfica na ruptura que, no dizer dos antroplogos Englund e Leach (2000, p. 227), organizam, como sempre no discurso da modernidade, as maneiras como as questes de pesquisa relevantes so identificadas e suas respostas potenciais circunscritas [fecha aspas]. Essa nfase na ruptura poderia ser exemplificada pela referncia a uma emblemtica, difundida e popular passagem do Manifesto Comunista, evocando [abre aspas] esse abalo constante de todo o sistema social, essa agitao permanente e essa falta de segurana distinguem a poca burguesa de todas as precedentes [...] Tudo que era slido e estvel se desmancha no ar [fecha aspas].

Muito sinteticamente, argumento aqui que esta nfase unilateral dos analistas na ruptura desencadeada pelos empreendimentos modernos faz de sua chegada uma espcie de ponto zero da histria, naturalizando a prpria estabilidade. E ela me parece articulada a certo paternalismo pedaggico de militantes e cientistas sociais que, muitas vezes com a melhor das intenes, legitimam suas prprias aes pela necessidade de formar e informar o povo sobre o significado destas foras e processos ameaadores e supostamente desconhecidos dele [meu eu antroplogo criticando meu eu militante]

Seja no que se refere s chegadas sbitas e tempestuosas de surtos econmicos e de desenvolvimento ou decadncia que se sucede a eles, as pessoas que conheci no so surpreendidas por tais vicissitudes e alternncias; ou no o so ao ponto de experimentarem aquela crises de significado que, segundo James Ferguson (1999), caracterizaram o declnio econmico do Copperbelt da Zmbia (tambm uma rea de explorao mineral), onde [segundo esse autor] verifica-se uma dramtica destruio nos modos atravs dos quais as pessoas so capazes de entender e atribuir sentido a suas experincias [fecha aspas].

Se por um lado a meno a estas crises de entendimento ou ausncia de sentido exercem um inegvel apelo dramtico (e poltico) na descrio desta ou daquela situao inegavelmente revoltantes, por outro elas podem dificultar a apreenso dos mecanismos utilizados por aqueles envolvidos nestas situaes para dar conta de eventos como esse. De modo irnico ou at mesmo trgico, poderamos dizer que, para meus interlocutores, fenmenos como o aparecimento e desaparecimento das febres so de certa forma familiares.

Mas se as percepes e reflexes nativas a respeito dos movimentos no se adquam a estas formulaes centradas nas rupturas e nas irreversibilidades correlatas a elas, elas tambm no se ajustam familiaridade decorrente da sucesso, alternncia e repetio mais ou menos cclicas de tempos regulados por uma sazonalidade (seja ela definida pelo calendrio agrcola ou religioso, pelas estaes do ano ou pelas eleies).

Uma possibilidade interessante de lidar com esse ponto vem da obra do antroplogo Otvio Velho, que trabalhou com camponeses do Baixo Tocantins sendo esse o mesmo rio que cruza a nossa Minau, e aquela a regio de origem de muitos de meus conhecidos. Tratando dos receios relativos volta do cativeiro entre eles, este autor argumenta que tal formulao pode ser entendida como uma expresso conspcua de uma noo de tempo particular: onde [abre aspas] o passado e o presente se combinam e se aproximam muito mais do que na noo estritamente linear (o que, no entanto, no chega a fazer dela uma noo cclica) [fecha aspas]. Inspirado por estas colocaes, eu sugeriria que, em Minau, a percepo nativa das mudanas e transformaes ao longo do tempo est fortemente marcada pela presena de processos, dinmicas e encontros que se repetem e fazem presentes em diferentes momentos do tempo, sempre podendo voltar. No exatamente a histria que se repete, e sim alguns dos movimentos que a constituem: a volta das febres, a volta do cativeiro, a volta destes estrangeiros ou bestas louras vindos do sul, do exterior ou do litoral. Se falamos de volta, no estamos ento nos referindo a uma grande transformao ou a esses momentos supostamente nicos e diruptivos em que, pela primeira vez, trava-se contato com fenmenos desconhecidos. Estamos sim a lidar com pessoas cuja histria pessoal, familiar e mesmo comunitria est marcada, dentre outras coisas, por esses frequentes encontros com os agentes e foras modernizantes, e tambm por sucessivas (e frequentes) espoliaes.

E se na discusso deste ponto a perspectiva nativa aqui apresentada se distancia das narrativas caractersticas desta literatura sociolgica recente, parece-me que, por outro lado, podemos aproxim-las de outras formulaes eruditas, que interessam por sugerir o quo antigas podem ser as experincias e fenmenos de que tratamos aqui.Tratando do papel das misses ao interior e das viagens civilizatrias aos sertes, Nzia Trindade de Lima (1998: 74), afirma que [r]epete-se com Rondon um tema bastante presente em Euclides da Cunha, nos relatrios das expedies dos cientistas do Instituto Oswaldo Cruz e na obra literria de Monteiro Lobato o abandono que sucede aos surtos de progresso, a imagem das cidades mortas, para empregar a famosa expresso do escritor paulista.

No tenho como examinar aqui todas as implicaes deste privilgio concedido ideia de volta. Destaco apenas que, para meus interlocutores, a febre e o trecho constituem-se em espaos e tempos privilegiados para o conhecimento do mundo o que h de agreste, turbulento e inesperado nesse ltimo manifestando-se de maneira particularmente contundente naquelas circunstncias, que por isso tambm so to adequadas enquanto escolas. Poderamos afirmar assim que, do ponto de vista nativo, faz-se necessrio movimento para que haja conhecimento e pensamento. A crena e a expectativa de que os movimentos se faro presentes voltando ou podendo ser experimentados alhures ancoram assim um cosmopolitismo popular (Guedes 2013b: 337-338) que em muito parece contradizer a difundida imagem dos camponeses ou comunidades surpreendidos pela modernidade que subitamente irrompe em seus mundos at ento pacatos e tradicionais.

Afirmar isso no mitigar a gravidade ou o drama potencial invariavelmente relacionados a tais projetos modernizantes. , pelo contrrio, reconhecer que, anteriormente chegada destes ltimos, as pessoas que so por eles afetadas nem sempre vivenciavam o idlio campons, comunitrio ou tradicional sugerido conscientemente ou no por diversos analistas. apontar, igualmente, para a existncia de todo um vasto leque de impactos e efeitos deletrios que vo alm das transformaes mais conhecidas por exemplo, o deslocamento compulsrio , inscrevendo tais modalidades de interveno numa escala temporal e espacial mais ampla.

A importncia atribuda por elas ao movimento, nesse sentido, indica algo a respeito de como saberes, prticas ou modos de vida expressam e so condicionados por uma viso de mundo em que o instvel, o turbulento, o efmero e o provisrio possuem uma singular centralidade cosmolgica.

primeira vista, no deixa de ser curioso assim constatar que aqueles que se deixam levar pelos radicalismos mundanos da febre e do trecho compartilham certas ideias com os romeiros daqueles movimentos messinicos que, a partir dos anos 50, buscavam justamente fugir das perturbaes desencadeadas por eventos como a construo da Belm-Braslia: a vida associada impermanncia e concebida como viagem, a ideia de que a jornada do pobre mudana e de que ele, sempre tocado pela situao, est fadado a no ter sossego nesse mundo. De fato, antes de tratarmos de grupos distintos parece-me que estamos diante de possibilidades distintas (e de certa forma polares) abertas por esta prpria vivncia do mundo como movimento: dada esta realidade, escapa-se do mundo ou no mundo?

A experincia destas turbulncias e desordens se daria assim pela aceitao simultnea e alternadamente trgica, fatalista e trecheira (i.e., malandra) de que assim que as coisas so. E no apenas isso: reconhecido e aceito este estado de coisas, abrem-se tambm as possibilidades para se tentar fazer da necessidade virtude considerando, com Sahlins (1997: 53), a realidade dos que souberam extrair, de uma sorte madastra, suas (...) condies de existncia.

O pesado pressentimento do que vir expresso emblematicamente nos receios relativos volta do cativeiro se articula assim leveza dos que esto sempre na iminncia ou preparados para sair no liso: sem mais delongas ou maiores preparativos, como comum nestes lugares onde, no dizer de Jos de Souza Martins, at as casas do a impresso de que as pessoas podem partir a qualquer momento.

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