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A viagem do “pior ônibus do mundo”: o Jornal do Brasil e a produção de sentidos sobre a cidade de Picos durante a década de 1970
José Elierson de Sousa MouraFrancisco de Assis de Sousa Nascimento – Orientador
A temática central do artigo:
o O artigo versa sobre a invenção discursiva da pobreza em Picos para justificar
a construção da Rodovia Transamazônica, por parte do jornalista Rangel
Cavalcante, da sucursal do Jornal do Brasil em Fortaleza;
O contexto histórico da viagem de Rangel Cavalcante:o O “milagre econômico” – O Milagre brasileiro: crescimento acelerado,
integração internacional e distribuição de renda – Fábio Sá Earp e Luiz
Carlos Prado (livro: O Brasil Republicano – Vol. 4, O tempo da Ditadura,
Organização de Lucília Delgado);
o Um golpe dentro do golpe – João Goulart e o Golpe civil-militar de 1964 –
Renato Coutinho; o Estado e Oposição – Maria Helena Moreira Alves;
A construção da Rodovia Transamazônica;o Utopia autoritária – Versões e controvérsias – Carlos Fico;
A imprensa alternou entre apoiar ou resistir à Ditadura civil-militar – As oposições à Ditadura: resistência e integração – Marcelo Ridenti – A Ditadura que mudou o Brasil: 50 do golpe de 1964 – Daniel Aarão Reis e Rodrigo Patto Sá Motta;
o “Além da tarefa gigantesca da construção da Transamazônica, cabe ao Govêrno outra obrigação: manter o povo informado para acabar os boatos. Apesar de ser considerada a salvação da região, a estrada ainda provoca situações de medo; muitos flagelados acreditam que serão levados à fôrca pelo Govêrno para as frentes de trabalho e lá morrerão de fome [...]” 20 de julho de 1970;
Osmar Alves de Aguiar: um “gordo” que lucrava com os buracos da BR-230;
Um ônibus com “12 pretinhos, todos iguais, da mesma família”: a cidade (e os citadinos) de Picos nos textos e nas fotografias de Rangel Cavalcante;
o “Depois de dois dias de viagem, chegamos a Picos, uma das maiores cidades do Piauí,
e a primeira na região que já está cuidando de arranjar trabalhadores para os serviços da Transamazônica, a pedido de uma firma construtora de Belém do Pará. Em frente à
prefeitura, há um grande número de homens e rapazes sadios, todos ansiosos por um emprêgo na construção da estrada do Gôverno” 21 de julho de 1970;
o A expectativa gerada na cidade de Picos;
A viagem do “pior ônibus do mundo”;
o “O Princesa tem capacidade para 31 passageiros sentados, mas já saímos de Picos
com 78 pessoas apontada entre a carga, e cada vez mais novos passageiros iam subindo nas diversas paradas. Somente de uma vez subiram 12 pretinhos, todos iguais, da mesma família, e pagaram Cr$ 1,00 por cabeça. A agência da emprêsa não sabe se o ônibus vai chegar a Picos lotado ou não, mas assim mesmo vende passagens a quem quiser. Na hora da partida cada uma se arruma da melhor maneira possível [...]” 22 de julho de 1970;
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Conclusão