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APRESENTAÇÃO A Administração Ambiental é uma área que tem merecido pouca atenção por parte das universidades, das instituições públicas e das empresas privadas. As questões ambientais têm sido tratadas de forma amadorística, eis que administrar não envolve apenas conhecer profundamente um certo tema, como direito, biologia, engenharia e outros. É necessário, antes de tudo, saber que administrar envolve quatro funções básicas: planejar, organizar, dirigir e controlar. O primeiro passo é planejar, para que a execução, constituída pela organização, direção e controle, tenha condições de alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável. Assim, Planos Ambientais são imprescindíveis para reduzir o nível de incerteza que acompanha ações destinadas à proteção ambiental. Eles são o produto final de um processo de planejamento, realizado de forma técnica e participativa, que inicia com o conhecimento das condições atuais, envolve a previsão das alterações ao longo de um determinado tempo e que resulta no estabelecimento de propostas de ação realizáveis, com maiores chances de sucesso. A iniciativa tomada pela Prefeitura Municipal de Cachoeirinha, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SMMA, apoiada pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente - COMDEMA, de elaborar um Plano Ambiental, para qualificar-se ao licenciamento das atividades de impacto local, constitui prova da firme disposição da administração municipal de enfrentar os desafios ambientais atuais e futuros, de forma objetiva. O Plano Ambiental de Cachoeirinha visa, primordialmente, o bem-estar das pessoas que vivem no Município. Estabelece recomendações para que o ar, a água e o solo não fiquem poluídos por resíduos das atividades sociais e econômicas, para que a vegetação e a fauna silvestres sejam protegidas, para que as áreas degradadas sejam recuperadas, para que a paisagem natural recupere a sua beleza, para que o patrimônio arqueológico, histórico e cultural seja preservado. Para que isso seja possível, é necessário que a população desperte o seu sentimento de cidadania e participe do processo, protegendo e melhorando o ambiente deste território, para si, seus semelhantes e descendentes. Na realização do Plano foi adotada a metodologia proposta por Teixeira (1999), envolvendo uma equipe multidisciplinar do Museu de Ciências e Tecnologia - MCT da PUCRS, o corpo técnico e servidores da Prefeitura e a comunidade em geral. Os resultados estão formalizados em quatro volumes: Volume 1 – Estrutura Legal, Administrativa e Serviços Públicos de Proteção Ambiental Volume 2 - Patrimônio Natural, Arqueológico, Histórico e Atividades Sócio-econômicas Volume 3 - Zoneamento e Programas Ambientais Volume 4 - Documentação Cartográfica Cada um dos inúmeros temas abordados constitui um capítulo, desenvolvido por um ou mais especialistas da equipe de planejamento. Todos contaram com a colaboração de especialistas especialmente indicados pela administração municipal. Este Volume 1 apresenta dados e informações sobre as características gerais do Município, seguidos do diagnóstico e o prognóstico da estrutura legal, da administração ambiental, das principais iniciativas para enfrentar o desafio da gestão ambiental, das ações de proteção ambiental desenvolvidas nas áreas da saúde pública, do saneamento e da educação ambiental, bem como das demandas da comunidade. Tratam-se dos primeiros elementos analisados pela equipe de planejamento. Junto com o acervo de dados do Volume 2, contribuíram para a detecção dos problemas atuais e futuros, ensejando a formulação das propostas de solução apresentadas no Volume 3. Engº Mario Buede Teixeira Coordenador

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APRESENTAÇÃO

A Administração Ambiental é uma área que tem merecido pouca atenção por parte das universidades, das instituições públicas e das empresas privadas. As questões ambientais têm sido tratadas de forma amadorística, eis que administrar não envolve apenas conhecer profundamente um certo tema, como direito, biologia, engenharia e outros. É necessário, antes de tudo, saber que administrar envolve quatro funções básicas: planejar, organizar, dirigir e controlar. O primeiro passo é planejar, para que a execução, constituída pela organização, direção e controle, tenha condições de alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável.

Assim, Planos Ambientais são imprescindíveis para reduzir o nível de incerteza que

acompanha ações destinadas à proteção ambiental. Eles são o produto final de um processo de planejamento, realizado de forma técnica e participativa, que inicia com o conhecimento das condições atuais, envolve a previsão das alterações ao longo de um determinado tempo e que resulta no estabelecimento de propostas de ação realizáveis, com maiores chances de sucesso.

A iniciativa tomada pela Prefeitura Municipal de Cachoeirinha, através da Secretaria

Municipal de Meio Ambiente - SMMA, apoiada pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente - COMDEMA, de elaborar um Plano Ambiental, para qualificar-se ao licenciamento das atividades de impacto local, constitui prova da firme disposição da administração municipal de enfrentar os desafios ambientais atuais e futuros, de forma objetiva.

O Plano Ambiental de Cachoeirinha visa, primordialmente, o bem-estar das pessoas que

vivem no Município. Estabelece recomendações para que o ar, a água e o solo não fiquem poluídos por resíduos das atividades sociais e econômicas, para que a vegetação e a fauna silvestres sejam protegidas, para que as áreas degradadas sejam recuperadas, para que a paisagem natural recupere a sua beleza, para que o patrimônio arqueológico, histórico e cultural seja preservado. Para que isso seja possível, é necessário que a população desperte o seu sentimento de cidadania e participe do processo, protegendo e melhorando o ambiente deste território, para si, seus semelhantes e descendentes.

Na realização do Plano foi adotada a metodologia proposta por Teixeira (1999),

envolvendo uma equipe multidisciplinar do Museu de Ciências e Tecnologia - MCT da PUCRS, o corpo técnico e servidores da Prefeitura e a comunidade em geral. Os resultados estão formalizados em quatro volumes:

Volume 1 – Estrutura Legal, Administrativa e Serviços Públicos de Proteção Ambiental Volume 2 - Patrimônio Natural, Arqueológico, Histórico e Atividades Sócio-econômicas Volume 3 - Zoneamento e Programas Ambientais Volume 4 - Documentação Cartográfica

Cada um dos inúmeros temas abordados constitui um capítulo, desenvolvido por um ou

mais especialistas da equipe de planejamento. Todos contaram com a colaboração de especialistas especialmente indicados pela administração municipal.

Este Volume 1 apresenta dados e informações sobre as características gerais do

Município, seguidos do diagnóstico e o prognóstico da estrutura legal, da administração ambiental, das principais iniciativas para enfrentar o desafio da gestão ambiental, das ações de proteção ambiental desenvolvidas nas áreas da saúde pública, do saneamento e da educação ambiental, bem como das demandas da comunidade. Tratam-se dos primeiros elementos analisados pela equipe de planejamento. Junto com o acervo de dados do Volume 2, contribuíram para a detecção dos problemas atuais e futuros, ensejando a formulação das propostas de solução apresentadas no Volume 3.

Engº Mario Buede Teixeira

Coordenador

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EQUIPE EXECUTORA

Coordenação - Engº Agrônomo Dr. Mario Buede Teixeira Legislação ambiental - Advogado Me. Orci Paulino Bretanha Teixeira Administração ambiental - Engº Agrônomo Dr. Mario Buede Teixeira Saúde pública - Drª. Lúcia Beatriz Lopes Ferreira Mardini Abastecimento de água e esgotamento sanitário - Engº Dr. Fábio Moreira da Silva Educação ambiental - Bióloga Esp. Kenya Ribeiro de Souza Demandas da comunidade - Geógrafa Me. Irani Schönhofen Garcia Qualidade do ar e emissões atmosféricas - Químico Dr. Marçal José Rodrigues Pires

Acadêmica Heldiane Souza dos Santos Geologia, geomorfologia e mineração - Geóloga Fabiana Silveira de Farias Paleontologia - Bióloga Esp. Patrícia Alano Perez Recursos hídricos e clima - Geógrafa Me. Irani Schönhofen Garcia Solos, agropecuária e silvicultura - Engº Agrônomo Dr. Mario Buede Teixeira Vegetação - Bióloga Esp. Gilda Goulart Fauna - Biólogo Esp. Cristiano Minuzzo Marin Arqueologia - Arqueóloga Drª. Gislene Monticelli Patrimônio histórico e cultural - Historiador Esp. Júnior Marques Domiks Uso atual da terra - Geógrafa Me. Irani Schönhofen Garcia Assentamentos habitacionais irregulares - Arquiteta Me. Maria Celina Santos de Oliveira Resíduos sólidos - Engº Esp. Adriano Locatelli da Rosa Efluentes líquidos - Engº Dr. Fábio Moreira da Silva Zoneamento - Engº Agrônomo Dr. Mario Buede Teixeira

Geógrafa Me. Irani Schönhofen Garcia Cartografia - Geógrafo Dr. Régis Alexandre Lahm

Geógrafo Me. Donarte dos Santos Júnior Impressão de cartas - Publicitário Me. Lucas Sgorla de Almeida

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SUMÁRIO METODOLOGIA .....................................................................................................................................................1 1. CARACTERÍSTICAS GERAIS ...........................................................................................................................5 2. ESTRUTURA LEGAL .........................................................................................................................................7

2.1. LEGISLAÇÃO FEDERAL............................................................................................................................................. 7 2.1.1. Saneamento básico............................................................................................................................................. 9 2.1.2. Educação Ambiental.......................................................................................................................................... 10

2.2. ESTRUTURA ESTADUAL ......................................................................................................................................... 11 2.2.1. Legislação Estadual .......................................................................................................................................... 11 2.2.2. Ministério Público .............................................................................................................................................. 12

2.3. ESTRUTURA MUNICIPAL......................................................................................................................................... 12 2.3.1. Poder legislativo ................................................................................................................................................ 12 2.3.2. Histórico da Legislação Ambiental..................................................................................................................... 13 2.3.3. Sistema Municipal de Proteção Ambiental ........................................................................................................ 15

2.4. PROBLEMAS............................................................................................................................................................. 16 3. ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL......................................................................................................................17

3.1. ÓRGÃOS PÚBLICOS ................................................................................................................................................ 17 3.1.1. Órgãos Públicos Federais ................................................................................................................................. 18 3.1.2. Órgãos Públicos Estaduais ............................................................................................................................... 18 3.1.3. Órgãos Públicos Municipais .............................................................................................................................. 21

3.2. OUTRAS INSTITUIÇÕES .......................................................................................................................................... 29 3.2.1. Ministério Público .............................................................................................................................................. 29 3.2.2. Municípios Vizinhos........................................................................................................................................... 30 3.2.3. Comitê de Gerenciamento de Bacias Hidrográficas .......................................................................................... 30 3.2.4. Universidades.................................................................................................................................................... 30 3.2.5. Organizações Não Governamentais.................................................................................................................. 31

3.3. PROBLEMAS E PROGNÓSTICO.............................................................................................................................. 31 4. SAÚDE PÚBLICA.............................................................................................................................................33

4.1. DIAGNÓSTICO.......................................................................................................................................................... 33 4.1.1. Rede de Serviços de Saúde.............................................................................................................................. 34 4.1.2. Indicadores epidemiológicos ............................................................................................................................. 37

4.2. PROGNÓSTICO ........................................................................................................................................................ 45 5. ABASTECIMENTO DE ÁGUA E SANEAMENTO URBANO ..........................................................................47

5.1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL.................................................................................................................. 47 5.1.1. Diagnóstico........................................................................................................................................................ 47 5.1.2. Prognóstico ....................................................................................................................................................... 51

5.2. SISTEMA DE ESGOTAMENTO DOMÉSTICO.......................................................................................................... 51 5.2.1. Diagnóstico........................................................................................................................................................ 52 5.2.2. Prognóstico ....................................................................................................................................................... 57

5.3. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS............................................................................................................................. 58 5.3.1. Legislação ......................................................................................................................................................... 58 5.3.2. Diagnóstico........................................................................................................................................................ 60 5.3.3. Prognóstico ....................................................................................................................................................... 66

6. EDUCAÇÃO AMBIENTAL................................................................................................................................69

6.1. EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL.......................................................................................................................... 70 6.1.1. Diagnóstico........................................................................................................................................................ 71

6.2. EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO-FORMAL................................................................................................................. 76 6.2.1. Diagnóstico........................................................................................................................................................ 77

6.3. LEVANTAMENTOS SÓCIO-AMBIENTAIS E PERCEPÇÃO DA COMUNIDADE...................................................... 86 6.4. PROGNÓSTICO ........................................................................................................................................................ 88

7. DEMANDAS DA COMUNIDADE......................................................................................................................91

7.1. SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE.................................................................................................... 91 7.2. PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO.......................................................................................................................... 92 7.3. PROGRAMA DE DEFESA DO CONSUMIDOR DE CACHOEIRINHA - PROCONC................................................. 95

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................................................97

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1

METODOLOGIA METODOLOGIA

A proposta de trabalho apresentada pelo Museu de Ciências e Tecnologia - MCT à Prefeitura Municipal de Cachoeirinha para a realização do Plano Ambiental, em junho de 2006, estabelece dois objetivos específicos: � Conhecer a realidade ambiental do Município de Cachoeirinha através de dados

secundários fornecidos pela Administração Municipal, por instituições ligadas às questões ambientais, pela literatura e pelas lideranças comunitárias locais;

� Estabelecer, com o apoio da comunidade técnica e leiga local, propostas de ações

exeqüíveis, que harmonizem o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, que promovam a melhoria da qualidade de vida da população atual e que estendam esses benefícios para as gerações futuras.

Face à aprovação da proposta, em 04 de dezembro de 2006, foi firmado o Contrato de

Prestação de Serviços nº 279/06 entre o Município de Cachoeirinha e a PUCRS. Os trabalhos tiveram início efetivo em 11 de dezembro, por ocasião da reunião de partida da coordenação do MCT com o Secretário Municipal do Meio Ambiente e equipe técnica do Município.

Para alcançar os objetivos estabelecidos, o MCT adotou a metodologia de planejamento

ambiental proposta por Teixeira (1999), empregada na elaboração do Plano Ambiental de São Leopoldo (TEIXEIRA, 2002) e no Plano Ambiental de Gravataí (TEIXEIRA, 2005), com alguns aperfeiçoamentos operacionais (Figura 1). As principais ações desenvolvidas em cada uma das três fases da metodologia são apresentadas a seguir. 1. DIAGNÓSTICO e PROGNÓSTICO a) Coleta e análise de dados secundários (literatura, administração municipal, instituições públicas e privadas); b) Consulta ao Plano Diretor Participativo; c) Conhecimento expedito do território; d) Avaliação multicritério (técnicos municipais e planejadores); e) Discussão interdisciplinar. 2. PROPOSTAS DE SOLUÇÃO a) Análise do Diagnóstico e Prognóstico (identificação de problemas); b) Discussão interdisciplinar; c) Geração de propostas de solução; d) Elaboração de Relatórios Técnicos temáticos; e) Seminário interdisciplinar. 3. ESTRUTURAÇÃO, DISCUSSÃO, APRIMORAMENTO e EDIÇÃO a) Estruturação do Plano Preliminar; b) Compatibilizações temáticas; c) Seminário Técnico de apresentação do Plano Preliminar à equipe técnica do Município; d) Incorporação de aprimoramentos; e) Audiência Pública de apresentação do Plano Preliminar à comunidade do Município; f) Incorporação de aprimoramentos; g) Edição do Plano Ambiental final.

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1. DIAGNÓSTICO e PROGNÓSTICO

ESTRUTURA

LEGAL ADMINISTRAÇÃO

AMBIENTAL

SERVIÇOS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

DEMANDAS DA COMUNIDADE

AMBIENTE NATURAL

AMBIENTE

CONSTRUÍDO

Saúde Saneamento Educação

Físico Biótico

Cultural Social Econômico

2. PROPOSTAS DE SOLUÇÃO

ZONEAMENTO AMBIENTAL

PROGRAMAS AMBIENTAIS

3. ESTRUTURAÇÃO, DISCUSSÃO, APRIMORAMENTO e EDIÇÃO

PLANO

PRELIMINAR

SEMINÁRIO TÉCNICO

AUDIÊNCIA PÚBLICA

PLANO FINAL

Figura 1. Inter-relacionamento das etapas de elaboração do Plano Ambiental

Para a realização do diagnóstico e prognóstico, os especialistas da equipe de planejamento do MCT formularam pedidos de dados e informações que foram atendidos por técnicos da administração municipal (Tabela 1). Em continuação, foram realizadas reuniões locais com os informantes, complementadas por visitas de reconhecimento a vários pontos do Município. Nessas oportunidades, foram feitos registros fotográficos dos aspectos mais representativos, utilizados na ilustração do Plano. Dados e informações complementares foram pesquisados pela equipe de planejamento em órgãos públicos federais e estaduais, universidades, organizações não governamentais, na literatura e através da Internet.

Para complementar o diagnóstico, foram elaboradas quatro cartas temáticas e uma carta

de zoneamento, georreferenciadas, na escala 1:20.000, editadas pelo Laboratório de Tratamento de Imagens e Geoprocessamento – LTIG da Faculdade de Geografia da PUCRS. A metodologia adotada está descrita no volume 4 – Documentação Cartográfica.

A versão preliminar do Plano Ambiental foi apresentada pela equipe de planejamento do MCT à Prefeitura Municipal em Seminário Técnico, realizado em 29 de maio de 2007. Dele participaram técnicos da SMMA e das Secretarias Municipais envolvidas com as questões ambientais (Anexo 1). O Seminário serviu de ponto de partida para a análise técnica do documento, que resultou na formalização de recomendações para o aprimoramento do Plano.

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Quadro 1. Técnicos e funcionários municipais fornecedores de dados e informações.

Nome Formação Órgão Clécio Martins Chaves Geólogo SMMA Delmira Sandra de Moura Carvalho Advogada SMMA Paulo Ricardo Ferraz Engº Agrônomo SMMA Gláuber Zettler Pinheiro Engº Químico SMMA Nara Elisabete Machado Prates Bióloga SMMA Anelise Lara Bonotto Felix Bióloga SMMA Selma Rubina Thomaz Arquiteta SEPLAN Tarso José da Rocha Arquiteto SEPLAN Kátia Adriana Monteiro Meyer Assistente Social SEPLAN Adriano Pieres Topógrafo SEPLAN Volnei M. Barbosa Topógrafo SEPLAN Alessandra N. Moreira Arquiteta SEHAB Tânia Bretschneider Ramos Bióloga SMS Alessandra Tomaz Pires Nutricionista SMS Maria Lúcia da Luz Veterinária SMS Adelaide Hoffman Professora SMEP Estela Maris de C. Souza Professora SMEP Isabel Cristina Camboim Momback Professora SMEP José Ouriques de Freitas Assessor SMG Marcos Leandro Greff Monteiro Historiador SMC Marcos Golembiewski Advogado PGM Eleci Nunes Iparraguirre Professora SMA Isabel Thiele Bibliotecária Biblioteca Pública Monteiro Lobato

Após a incorporação de aperfeiçoamentos ao Plano Ambiental, foi marcada a realização

de uma Audiência Pública, em 12 de setembro de 2007, no plenário da Câmara Municipal de Vereadores de Cachoeirinha, destinada a apresentá-lo à comunidade de Gravataí e recolher sugestões e comentários dos interessados. A SMMA realizou a divulgação do evento através de Edital veiculado pela imprensa do Município de Cachoeirinha. O Plano Ambiental foi disponibilizado no site da Prefeitura. Os quatro volumes impressos permaneceram por 30 dias, no período de 13 de agosto a 11 de setembro, nos locais abaixo relacionados.

1. Escola Municipal de Ensino Fundamental Natálio Schlain Rua Araçá, 130 – Vila Anair – Biblioteca

2. Escola Municipal de Ensino Fundamental Ver. Jose Oledir Ramos Rua Capitão Garibaldi Pinto, s/nº - Jardim do Bosque – Biblioteca

3. CESUCA - Complexo de Ensino Superior de Cachoeirinha Rua Silvério Manoel da Silva, 160 - Bairro Colinas – Biblioteca

4. Câmara Municipal de Vereadores de Cachoeirinha Rua Clóvis Pestana, 85 - Centro A Audiência Pública não foi realizada por força de uma decisão liminar em Mandado de

Segurança, por solicitação de uma empresa proprietária de terras no Município. Após a defesa em juízo, foi finalmente realizada, em 17 de outubro. O evento foi filmado e contou com a presença de 66 pessoas, listadas no Anexo 2.

As manifestações de presentes estão registradas na Ata da Audiência (Anexo 3). A

equipe técnica da SMMA realizou a análise dos pronunciamentos e solicitou à equipe de planejamento algumas alterações no Plano. Todas foram integralmente atendidas.

A versão final do Plano Ambiental foi entregue pelo coordenador da PUCRS ao Sr.

Prefeito em 26 de novembro de 2007, conforme as cláusulas do Contrato e seus dois aditivos.

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Capítulo 1 1. CARACTERÍSTICAS GERAIS

CARACTERÍSTICAS GERAIS

O Município de Cachoeirinha está localizado na Região Metropolitana de Porto Alegre e é o 2° menor Município do Estado do Rio Grande do Sul, em superfície. Conforme os cálculos do Laboratório de Tratamento de Imagens e Geoprocessamento - LTIG da Faculdade de Geografia da PUCRS, possui uma área de 44,96 km², adotada como base neste Plano. A FAMURS, pelo Censo de 2000, considera que a área é de 43,766 km², enquanto que o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano indica a área de 43,8 km² (PREFEITURA MUNICIPAL DE CACHOEIRINHA, 2006). As coordenadas geográficas são: 29º57’04’’ de latitude Sul e 51º05’38’’ de longitude Oeste. Faz divisa com seis Municípios: ao norte Esteio e Sapucaia, a oeste Canoas, ao sul Alvorada e Porto Alegre e a leste Gravataí (Figura 1.1).

BRASIL - RIO GRANDE DO SUL REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE

Figura 1.1. Mapa de localização do Município de Cachoeirinha. Seu povoamento foi iniciado com a construção da Estrada Gravataí - Santo Antônio da

Patrulha, ao longo da qual as terras foram loteadas e iniciou a construção de casas. Esta vila, que tomou o nome de Cachoeirinha, fazia parte do Município de Gravataí. Em virtude de sua acelerada expansão, emancipou-se em 1965.

Na década de 1970, quando foi criada a Região Metropolitana, o Município de

Cachoeirinha passou a integrá-la e, ao longo desta década, sua ocupação caracterizou-se, em conjunto com os outros Municípios a leste de Porto Alegre, como cidade-dormitório. Na década de 80, houve uma nova frente de ocupação do solo do Município, na forma de parcelamento do solo para a implantação de grandes loteamentos e conjuntos habitacionais voltados para a população de menor poder aquisitivo. Nesta década, iniciou-se, também, a implantação do Distrito Industrial pela Companhia de Desenvolvimento Industrial e Comercial do Rio Grande do Sul - CEDIC (extinta em 1995), que colaborou para a mudança do perfil de Cachoeirinha.

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A população, em julho de 2006, está estimada pelo IBGE (2007) em 121.880 habitantes (Tabela 1.1). A área urbanizada ocupa mais de 50 % do território e está concentrada na porção leste do Município, ao longo da Av. Flores da Cunha, conurbada com a sede do Município de Gravataí. A área não urbanizada, ao norte do Município, encontra-se submetida a forte pressão econômico-social, já abrigando uma grande indústria e pequenos assentamentos habitacionais.

Tabela 1.1. Crescimento populacional de Cachoeirinha.

Ano 1980 1990 2000 2006 * População 63.196 85.738 107.564 121.880 Crescimento - % 35,67 25,46 13,31 * Estimativa.

Fonte: IBGE (2007). O clima é subtropical úmido, com temperaturas médias anuais de 19,7 ºC, com mínima

absoluta de 0,7 ºC e máxima absoluta de 40,4 ºC. A precipitação média anual é de 1.538 mm. A topografia é suave, composta de coxilhas com altitude média de 23 metros, variando desde cotas ao redor de 4 metros, na várzea do rio Gravataí, até 64 metros na área urbana central do Município.

A maior parte do Município está localizada na bacia hidrográfica do rio Gravataí, ao sul,

e a menor parte na bacia do rio dos Sinos, ao norte. A rede hidrográfica é composta pelo rio Gravataí e arroios Brigadeiro, Águas Mortas, Passinhos, Sapucaia e Nazário, todos impactados em menor ou maior grau, pela urbanização.

Em termos de vegetação e fauna, os remanescentes melhor preservados encontram-se

no Parque Municipal Dr. Tancredo de Almeida Neves, na propriedade “mato do Júlio” e em Áreas de Preservação Permanente, ao longo de trechos da rede hidrográfica, para os quais devem ser adotadas políticas públicas de preservação e conservação prioritárias.

Com respeito à economia, o Município se caracteriza por apresentar uma forte estrutura

industrial, com mais de mil indústrias. Apesar de dispor de terras agricultáveis, a agricultura é pouco desenvolvida. Destaca-se, no entanto, a existência da Estação Experimental do Instituto Riograndense do Arroz – IRGA, referência nacional em termos de pesquisa do arroz. Por não dispor de recursos minerais de interesse, a mineração é inexistente.

O setor comercial possui 3.800 estabelecimentos e conta com dois shopping centers. A

rede de saúde conta com um hospital e 18 Unidades Básicas. Na área de serviços, há uma ampla rede de agências bancárias. Em termos de meios de comunicação, o Município possuiu uma rádio AM e os jornais Folha Regional, Diário de Cachoeirinha, Notícia Popular e Jornal da Cidade. A comunidade tem a sua disposição 50 templos de diversas religiões.

Cachoeirinha está com 95,8% de sua população alfabetizada. A estrutura escolar é

composta por 14 escolas estaduais, 7 escolas municipais para a educação infantil e 19 escolas para o ensino fundamental, educação para jovens e adultos, além de 7 escolas particulares.

A malha rodoviária no território é constituída pela estrada federal BR 290 (free-way) e as

rodovias estaduais RS 020 (Avenida Flores da Cunha) e RS 118. O Município tem fácil acesso às principais localidades da Região Metropolitana de Porto Alegre, à zona litorânea e ao interior do Estado através das rodovias RS 030, BR 101 e BR 116. Encontra-se em fase de projeto a construção da rodovia RS 010, que ligará Cachoeirinha à BR 386 (Tabaí / Canoas), com traçado norte-sul, na área oeste do Município.

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Capítulo 2 2. ESTRUTURA LEGAL

ESTRUTURA LEGAL

Este capítulo apresenta o diagnóstico das estruturas normativas legais e um exame da

legislação ambiental mais relevante, de âmbito federal, estadual e municipal, de interesse para o enfrentamento das questões ambientais no Município de Cachoeirinha. Foi elaborado a partir de consulta à literatura citada, juntamente com dados e informações fornecidos pela Assessoria Jurídica da SMMA, durante visita local. As solicitações foram encaminhadas à Procuradoria Geral do Município de Cachoeirinha, que indicou um Procurador para acompanhar o trabalho informativo.

Para completar, foi solicitada uma avaliação à Assessora Jurídica, que compartilhou os

questionamentos com o Procurador do Município, referente às seguintes questões: importância da estrutura legal, identificação das ocorrências e ações em desacordo com a sua importância (problemas atuais e futuros), proposição de medidas para eliminar os desacordos, requisitos para realizar cada uma das medidas e formas de identificar resultados bons e ruins, em caso das medidas serem executadas. As respostas foram analisadas, estruturadas em um modelo multicritério e integradas ao trabalho.

A estrutura legislativa do Município de Cachoeirinha, em face dos apelos ambientais e de

seu crescimento sócio-econômico, precisa estar sempre se aperfeiçoando e se qualificando, apesar das leis existentes atenderem às demandas existentes. Dessa maneira, é preciso a efetiva implementação para que o Poder Público municipal possa enfrentar uma nova realidade econômica: a exploração imobiliária e a instalação de empresas no território municipal. Além disso, cabe ao Poder Público recuperar ou fazer recuperar áreas degradadas e a qualidade de vida local, com a expansão de áreas de preservação permanente (ambiente natural e ambiente cultural). A proteção e a preservação são de fundamental importância para a cidadania ambiental e para manter o meio ambiente ecologicamente equilibrado, essencial a uma sadia qualidade de vida, às presentes e futuras gerações, com o respeito à preservação da memória dos fundadores do Município e suas referências históricas.

Um fator positivo para a implementação de uma Política Ambiental adequada e que

procure harmonizar desenvolvimento, meio ambiente e a questão social - que impõe ao Poder Público a atuação para eliminar a pobreza radical -, é que os habitantes locais estão sendo conscientizados de sua importância para uma efetiva cidadania ambiental e a sua responsabilidade na questão ambiental como fundamental para as presentes e futuras gerações. Os problemas que possam ser classificados como de impacto ambiental negativo devem ser identificados e solucionados pelo Poder Público e pelos administrados.

2.1. LEGISLAÇÃO FEDERAL

A União Federal, para a fixação da Política Nacional do Meio Ambiente tem como principal instituto o Poder-Dever fixado especialmente no art. 225, caput. 1 Esse mandamento se refere também aos outros entes da Federação. Coerentemente com esse dispositivo legal, a Política Nacional do Meio Ambiente, dever de toda a Administração Pública brasileira, deve estar harmonizada com o princípio da legalidade. Por isso, a Constituição Federal de 1988

1 “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações.

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Capítulo 2

8

estabeleceu a chamada competência comum. Por ela, as entidades federativas, com autonomia financeira e administrativa, são competentes para a proteção e a preservação da qualidade ambiental, bem como estabelecerem uma Política Ambiental de âmbito municipal.

Como embrião de uma Política local, o Decreto-lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, ao dispor sobre a organização da Administração Federal, em seu art. 5º, inciso I, autorizou ao Poder Público nas três esferas governamentais a criação de autarquias para a execução de serviços públicos da Administração Direta.2 Os serviços próprios da Administração Direta são os do art. 23 da Constituição Federal, dentre outros dispositivos legais.

Competência comum para proteger e preservar: Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o

patrimônio público;3 ....... III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os

monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;4 IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de

valor histórico, artístico ou cultural;5 VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; ..... Em seu art. 24, a Constituição Brasileira trata da competência concorrente. Por este

dispositivo legal o Município não tem competência para dispor sobre os recursos ambientais. Isto não impede, porém que por força do art. 23 do mesmo diploma legal, o Poder Público municipal legisle para a proteção desses bens, devendo o administrado cumprir a legislação mais rigorosa, pois a proposta do legislador é a de proteger o meio ambiente.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: ..... VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos

naturais, proteção do meio ambiente, e controle da poluição; VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor

artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; ..... Para a proteção, preservação e recuperação do meio ambiente ecologicamente

equilibrado o Poder-Dever é dos três entes da Federação. O requisito básico para a atuação do Município é a edição de legislação própria e de natureza administrativa. Ao Poder Público Municipal, atendido o princípio da legalidade, cabe a aplicação de sanções administrativas.

Quanto ao interesse local tem-se: Art. 30 - Compete aos Municípios: I – legislar sobre assuntos de interesse local; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; ... Quando for matéria de interesse municipal ou predominantemente local, cabe ao

Município, por exclusão dos demais entes da Federação, regulamentar e dispor sobre a matéria, podendo, inclusive suplementar a legislação federal ou estadual, prevalecendo a

2 Art. 5º. Para os fins desta lei, considera-se: I – autarquia – o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da administração pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. 3 Os bens ambientes são bens públicos, integrantes do patrimônio público ambiental sob a guarda da Administração Pública. 4 Esta competência dos entes da federação é para a proteção do meio ambiente cultural que também se encontra protegido pelo Decreto-lei nº 25, de 30-11.1937, que organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. 5 O Município de Cachoeirinha tem em seu território, entre outros bens, o Prédio do Irga e o Armazém dos Wilkers.

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ESTRUTURA LEGAL

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legislação mais rigorosa, pois o fundamento é o cuidado com o meio ambiente. O limite para o legislador municipal é o interesse público; in casu, local, regional ou nacional ou o mais relevante caso se apresente conflito de interesses.

A Lei Federal nº 6.938 de 1981 que instituiu no Brasil a Política Nacional do Meio

Ambiente, estabelecendo o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, o qual é constituído por órgãos e entidades da União, Estados do Distrito Federal e dos Municípios e pelas Fundações, instituídas pelo Poder Público responsáveis pela gestão ambiental. Sendo assim, através de um sistema descentralizado, objetiva-se articular e interagir as diversas esferas do governo à promoção de uma gestão ambiental compartilhada.

A Lei no 9.605, de 12.02.98 - Lei dos Crimes Ambientais, dispôs sobre as sanções penais

e administrativas derivadas de condutas6 e atividades7 lesivas ou potencialmente lesivas ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. No art. 3º desta Lei tem-se:

Art. 3º - As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício de sua entidade. Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato. Em uma leitura conjunta do art. 3º supra citado e do art. 225, caput, da Constituição

Federal temos que o exercício do Poder de Polícia, em matéria ambiental, também cabe a autoridade ambiental local que, no caso de Cachoeirinha é o Secretário de Meio Ambiente e seus agentes administrativos, bem como poderia ser de uma Autarquia municipal especialmente criada, vinculada ao Secretário Municipal de Meio Ambiente.

A Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 – denominada de Estatuto da Cidade regulamenta os art. 182 e 183 da Constituição Federal tem como destinatário também os Municípios. Estabelece as diretrizes gerais da política urbana. Por ela são regulamentas atribuições ao Poder Público municipal, tais como a proteção, a preservação e a recuperação do meio ambiente. A adequação da legislação local ao Estatuto das Cidades, com uma correta aplicação deste, serão instrumentos fundamentais para recuperar a qualidade de vida local e ao mesmo tempo permitir que a indústria da construção civil invista no Município. 2.1.1. Saneamento básico

O Saneamento básico, para o Município de Cachoeirinha, é um de seus principais

problemas ambientais e de saúde pública. A Lei Federal nº 11.445, de 5.1.2007, veio para regulamentar e dirimir dúvidas sobre a competência dos Municípios que integram Regiões Metropolitanas ou que se localizem na mesma bacia hidrográfica.

A lei considera como saneamento básico: a) o abastecimento de água potável, desde a

sua captação e tratamento até as ligações prediais; b) a coleta, transporte, tratamento e disposição final dos esgotos sanitários; c) a limpeza urbana de manejo dos resíduos sólidos, com tratamento e destino final do lixo; e d) a drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.8

Em regra geral, a competência para o saneamento básico é municipal. Como o Município está situado em uma Região Metropolitana e é cortado por uma Avenida que liga Porto Alegre ao interior do Estado, os planos de saneamento de Cachoeirinha deverão estar

6 A expressão se refere a pessoas naturais. 7 A expressão se refere a pessoas jurídicas de direito público e de direito privado. 8 MEIRELLES, Hely Lopes. DIREITO ADMINISTRATIVO BRASILEIRO. 33ª Edição atualizada por EURICO DE ANDRADE AZEVEDO, DÉLCIO BALESTERO ALEIXO e JOSÉ EMMMANUEL BURLE FILHO. São Paulo: Malheiros, 2007, p. 411.

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Capítulo 2

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interligados com os Municípios que integram o Comitê da bacia do Gravataí. Neste sentido é a lição esclarecedora na obra de Hely Lopes Meirelles em sua 33ª Edição. 9

Cabe ressaltar que a co-responsabilidade dos entes públicos, observados os princípios

da legalidade e do interesse público mais relevante, não impede a atuação do Município para a defesa ambiental no que não conflite com a legislação federal ou estadual em questões de competência.

A Lei nº 6.938/81, em seu art. 9º, definiu os instrumentos da Política Nacional do Meio

Ambiente, além de outras diretrizes. Estabeleceu a Polícia Administrativa ambiental. Definiu como instrumentos de Política Ambiental padrões de qualidade ambiental: o zoneamento ambiental; a avaliação de impacto ambiental; o licenciamento e a revisão de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras; os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público.

Pelo art. 6º da Resolução CONAMA nº 237 “Compete ao órgão municipal, ouvidos os

órgãos competentes da União, dos Estados e do Distrito Federal, quando couber, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio”.

Compete ao Município de Cachoeirinha, através do exercício do seu Poder de Polícia e

outros instrumentos jurídicos importados do Direito Administrativo, tais como autorizações e licenciamentos, adotar as medidas necessárias à adequação da proteção e preservação ambiental com o desenvolvimento econômico, visando ao bem-estar social e a manutenção de um meio ambiente ecologicamente equilibrado, tendo como parâmetro que ambiente ecologicamente equilibrado é aquele que possibilita uma vida saudável.

O Poder Público municipal tem o dever de elaborar e executar a sua própria Política

Ambiental, implementar a legislação ambiental, regulamentando, no que couber, a Lei Orgânica Municipal e manter a fiscalização permanente dos recursos ambientais e culturais, além de divulgar suas ações e promover ações pedagógicas junto.

Não podem ser esquecidos os problemas ambientais já consolidados, apresentadas no

capítulo 7 – Demandas da comunidade e nos diagnósticos dos temas, pois cabe ao Poder Público local exigir a recuperação de áreas degradadas ou recuperá-las. Deverá atuar para gerar impactos ambientais positivos, estabelecendo assim uma poupança de recursos para as gerações do futuro. 2.1.2. Educação Ambiental

A Constituição Federal, em seu art. 225, prevê o direito a educação como direito fundamental por ser essencial ao meio ambiente ecologicamente equilibrado:

”§ 1° Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: ... VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública

para a preservação do meio ambiente;... ”

9 Assim considerado o saneamento básico, a competência para a sua execução seria, naturalmente, do Município. Ocorre que nas Regiões Metropolitanas isto não seria possível, dada a interligação das redes de água e esgoto de várias cidades. Semelhante dificuldade ocorre com os Municípios situados na mesma bacia hidrográfica. Ainda mais quando a própria lei determina que a utilização de recursos hídricos na prestação de serviços públicos de saneamento básico, inclusive para disposição ou diluição de esgotos e outros resíduos líquidos, está sujeita a outorga de direito de uso, os termos da Lei 9.433, de 8.1.97, de seus regulamentos e das legislações estaduais. Por isso mesmo a lei determina que ‘os planos de saneamento básico deverão ser compatíveis com os planos das bacias hidrográficas em que estiverem inseridos’ (art. 19, § 3º). MEIRELLES, Hely Lopes. DIREITO ADMINISTRATIVO BRASILEIRO. 33ª Edição atualizada por EURICO DE ANDRADE AZEVEDO, DÉLCIO BALESTERO ALEIXO e JOSÉ EMMANUEL BURLE FILHO. São Paulo: Malheiros, 2007, p.411

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ESTRUTURA LEGAL

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A Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999 regulamentou o dispositivo constitucional e dispôs

sobre a educação ambiental. Instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental. A lei foi regulamentada pelo Decreto nº 4.281, de 25 de junho de 2002.

A Constituição do Estado do Rio Grande do Sul determina, nos artigos 196 e 217,: “no

respeito aos direitos humanos ao meio ambiente”, “o Estado elaborará política para o ensino fundamental e médio de orientação e formação profissional, visando a : ... III - auxiliar na preservação do meio ambiente”. A Lei Estadual nº 11.730, de 2002, dispõe sobre a Educação Ambiental, criando o Programa Estadual de Educação Ambiental. O Município de Cachoeirinha tem a Lei nº 2.333/2004, que institui o Programa de Educação Ambiental. Cabe salientar que a preocupação com a educação ambiental vem sendo contemplada no Município pela Lei Municipal Nº 1.050 de 1º de junho de 1989, sendo que dispõe sobre a obrigatoriedade de ensino nas escolas Municipais de conhecimentos sobre a defesa de ecologia e do Meio Ambiente.

A Lei Orgânica Municipal, de 03 de abril de 1990, ressaltou, no artigo 189, que cabe ao

Poder Público, inciso X: promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e através de ampla divulgação, constatando, inclusive, como matéria obrigatória nos concursos para cargos públicos municipais.

Convém ressaltar as previsões contidas na Lei 1339/93 sobre a Política Ambiental do

Município no que tange à educação sendo artigos 4º, inciso III, 6º, inciso XII, contida nos objetivos, artigo 4º. Há no Município um Centro Municipal de Educação Ambiental, criado por Decreto Municipal nº 1.583/92 e pela Lei Municipal nº 1.288, de 1993, o qual desenvolve atividades voltadas ao compromisso com a educação ambiental.

Logo, a educação ambiental, obrigatória por ser direito de todos e dever do Estado, é o

instrumento apto para a conscientização da população. Pode ser efetivada através de palestras, seminários, divulgação de material impresso obtido por meio de compromissos de ajustamento tomados pela Secretaria Municipal de Meios Ambiente e concurso de redação na rede pública local. Com o uso da educação ambiental o Poder Público atuará no estabelecimento de uma identidade no Município, com o resgate ou o estabelecimento do comprometimento dos moradores com a cidade. 2.2. ESTRUTURA ESTADUAL

2.2.1. Legislação Estadual A Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, aprovada em 03.10.89 estabelece

explicitamente a Política Ambiental Estadual, nos seguintes artigos: “Art. 40 - No prazo de cento e oitenta dias da promulgação da Constituição, serão editados:

I - Código Estadual do Meio Ambiente; II - Código Estadual de Uso e Manejo do Solo Agrícola; III - Código Estadual Florestal.

Parágrafo Único - Os códigos a que se refere este artigo unificarão as normas estaduais sobre as

respectivas matérias, dispondo, inclusive, sobre caça, pesca, fauna e flora, proteção da natureza, dos cursos d’água e dos recursos naturais, e sobre controle da poluição, definindo também infrações, penalidades e demais procedimentos peculiares.”

“Art. 250 - O meio ambiente é bem de uso comum do povo, e a manutenção de seu equilíbrio é

essencial à sadia qualidade de vida.

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Capítulo 2

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§ 1° - A tutela do meio ambiente é exercida por todos os órgãos do Estado. § 2o - O causador de poluição ou dano ambiental será responsabilizado e deverá assumir ou

ressarcir ao Estado, se for o caso, todos os custos financeiros, imediatos ou futuros, decorrentes do saneamento do dano.

Art. 251 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo-se ao Poder

Público e à coletividade o dever de defendê-lo, preservá-lo e restaurá-lo para as presentes e futuras gerações, cabendo a todos exigir do Poder Público a adoção de medidas nesse sentido.

.....” Como se vê, o Município brasileiro tem o dever de cuidar do meio ambiente

ecologicamente equilibrado, bem como recuperar as áreas degradadas ou impor ao degradador a restauração do ambiente. 2.2.2. Ministério Público

As demandas da comunidade (vide capítulo 7) demonstram que a população local está

suficientemente madura e conscientizada da necessidade de zelar pelo meio ambiente ecologicamente equilibrado. A sociedade civil possui condições para ser parceira do Poder Público no cuidado com a qualidade ambiental no Município, com isso cumprindo com o dever de zelar pela qualidade de vida, em um ambiente saudável.

A atuação do Poder Público municipal, ao atender às demandas da comunidade e

exercer a fiscalização e autuação dos infratores, certamente evitou que ações judiciais fossem propostas. Foram ajuizadas pelo Ministério Público três ações civis públicas, sendo que duas tratam de resíduos sólidos e uma de meio ambiente cultural. A ação da fiscalização da SMMA, em 2006, expediu 203 notificações, segundo se observa na Tabela 7.1.

O problema mais grave é a poda de árvores. Em segundo lugar, está a queima de lixo,

talvez por fatores culturais e por insuficiência de meios para o recolhimento dos resíduos. A seguir, a poluição sonora, também de competência do Poder Público local para regulamentar, fiscalizar e reprimir. Os dados revelam uma atuação administrativa operosa – não obstante a carência de meios - e o comprometimento das pessoas que vivem no Município, pois considerando outros Municípios, o número de ações propostas é ínfimo.

A partir da oficina realizada com a comunidade local, se verifica que a população está de

acordo com a imposição de restrições legais às atividades empresariais que possam comprometer o equilíbrio ambiental e a qualidade de vida. É um fato de extrema relevância para a implementação da legislação ambiental. A defesa ambiental não se faz somente com a repressão, mas também através de sua efetividade social. As pessoas precisam estar conscientizadas do dever de todos para a proteção, preservação e recuperação da qualidade ambiental. 2.3. ESTRUTURA MUNICIPAL 2.3.1. Poder legislativo

Conforme dispõe o art. 23, incisos III, IV, V, VI, VII, IX e XI, da Constituição Federal de 1988, o Município de Cachoeirinha é competente para legislar sobre a proteção ambiental. Esta atribuição da legislação trata do exercício do Poder de Polícia ambiental. Se refere a regulamentação, licenciamento e a fiscalização de atividades poluidoras ou potencialmente poluidoras, instauração de processos administrativos e a aplicação de sanções administrativas

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ESTRUTURA LEGAL

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previstas em lei municipal. Legisla, ainda, sobre matéria ambiental de interesse local, por exemplo, meio ambiente urbano e poluição sonora (CF art. 30, incisos I, II, VIII, IX) e patrimônio cultural, com a implementação e fiscalização do cumprimento da legislação que trata dos bens culturais pela Secretaria Municipal de Cultura.

2.3.2. Histórico da Legislação Ambiental O Município de Cachoeirinha, signatário da Legislação do Município de Gravataí,

conforme o Decreto-lei nº 01, de 15 de maio de 1966, adotava no Município a Legislação vigorante no Município de Gravatai, antes de completar dois anos de sua emancipação legislava favorável a instalação da área industrial, exemplificado através dos Decretos-leis: 02, de 26 de abril de 1968, 03, de 08 de maio de 1968, 04, de 16 de maio de 1968, os quais autorizavam a doação de uma fração de terras para fins industriais. Em 1969, tratava de Plano do Parque Industrial (Lei Municipal nº 02, de 28 de fevereiro de 1969). Também marcado pelo aspecto cultural em 25 de agosto de 1970, através da Lei Municipal Nº 62, criou e denominou a Biblioteca Municipal. A ampliação da zona urbana do Município constituiu-se em fato continuado, pois em 1969, Lei Municipal nº 40, de 23 de dezembro desse ano, delimitava a zona urbana do Município, seguindo sempre em ampliação.

Em 1971, há uma proibição de instalação para fábricas de explosivos, Lei Municipal nº

119 de 10 de novembro. Poderia ser considerado o marco da ação municipal no controle dos impactos ambientais de interesse local.

O suporte jurídico ambiental do Município é constituído por Leis esparsas com focos

individuais, especiais, permitindo ter uma coletânea de Leis, atendendo diversos fins, conforme exemplificado no Quadro 2.1.

Quadro 2.1. Leis ambientais esparsas do Município de Cachoeirinha.

Lei Assunto Data 551 Conselho Municipal de proteção ao ambiente natural 05 de setembro de 1979

562 Curtumes e indústrias poluentes a utilizarem processo de decantação coletiva

08 de outubro de 1979

615 Proíbe a fabricação de detergentes 08 de outubro de 1980 645 Cria a Diretoria de reflorestamento e meio ambiente 16 de janeiro de 1981 683 Concede título de cidadania a José Lutzemberger 23 de novembro de 1981 692 Declara área ecológica e preservação mista o meio ambiente 06 de janeiro de 1982 705 Cria a semana do meio ambiente em Cachoeirinha 1º de junho de 1982 711 Institui norma de prevenção para uso de pesticida 13 de setembro de 1982 745 Anúncios publicitários nos táxis do Município 29 de novembro de 1982 811 Cria e denomina Parque Municipal – Parque Tancredo Neves 09 de agosto de 1985 1.046 Dispõe sobre o uso de fumo 11 de maio de 1989

1.050 Dispõe sobre a obrigatoriedade de ensino nas escolas municipais de conhecimentos sobre a defesa de ecologia e do Meio Ambiente

01 de junho de 1989

1.051 Dispõe sobre cadastro de estabelecimento comerciais, estabelece normas para comercialização do produto denominado “cola de sapateiro”

01 de junho de 1989

1.155 Institui tarifa de serviço de lixo industrial 21 de dezembro de 1990 1.172 Código de Posturas do Município 10 de junho de 1991

1.218 Dispõe sobre a prevenção e controle do meio ambiente no Município de Cachoeirinha

19 de março de 1992

Fonte: FMMA (Assessoria Jurídica).

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Capítulo 2

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A Lei Orgânica Municipal, de 03 de abril de 1990, possui previsão legal sobre o Meio

Ambiente, denominado Capítulo II, do Meio Ambiente, do artigo 187 ao 209, começa transcrevendo o artigo Constitucional, 225 da CF/88. Dentre esses artigos, convém destacar o artigo 195, o qual dispõe que a derrubada, o corte ou poda de árvore existente no Município ficam sujeitas à autorização prévia do órgão competente de conformidade com o procedimento estabelecido em Lei posterior. Porém, apesar da parte inicial do artigo estar sendo aplicado, a Lei posterior ainda não foi elaborada. Sobre as árvores, existem as consideradas Patrimônio Público de Cachoeirinha, além das áreas verdes, previsão contida no artigo 18 das disposições transitórias da Lei Orgânica Municipal, com o teor: sendo vedado seu corte ou aplicação de produtos tóxicos, as seguintes árvores centenárias: plátano e paineira. Esse dispositivo legal foi regulamentado pela Lei nº 1694 de 1998.

Em 29 de setembro de 1993, através da Lei Municipal nº 1339, foi disposta a Política

Ambiental do Município de Cachoeirinha, prevendo a elaboração, implementação e acompanhamento, instituindo princípios, objetivos e normas básicas para proteção do meio ambiente e melhoria da qualidade de vida e sua população. É composta por 67 artigos, tendo os seguintes títulos: Título I – Da política ambiental de Cachoeirinha, Título II – Do meio ambiente; - Título III – Das atividades de apoio técnico e científico; Título IV – Do Conselho de política ambiental do Município de Cachoeirinha, Título V – Das infrações e respectivas sanções; Título VI – Disposições complementares e finais. No artigo 43, o qual prevê o valor da multa, inciso I, foi alterado pela Lei Municipal Nº 1.552 de 1996. No artigo 64, prevê que a Procuradoria Geral do Município manterá sub-procuradorias especializadas em tutela ambiental, defesa de interesses difusos e do patrimônio histórico, cultural, paisagístico, arquitetônico e urbanístico, como forma de apoio técnico-jurídico à implantação dos objetivos desta lei e demais normas ambientais vigentes. A Lei de Política Ambiental do Município de Cachoeirinha, ainda não foi regulamentada.

No Poder Legislativo local foram aprovadas leis e tramitam projetos que revelam a

preocupação do legislador municipal com a qualidade ambiental. A Lei nº 2.220, de 11 de dezembro de 2003, dispõe sobre a criação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente – COMDEMA; a lei nº 2.241, de 10 de fevereiro dispõe sobre a criação do FUMDEMA - Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente da Secretaria Municipal do Meio Ambiente; a Lei nº 2.333, de 06 de dezembro de 2004 institui o Programa Municipal de Educação Ambiental – em cumprimento ao mandamento constitucional do art. 205, caput, da Constituição Federal de 1988;10 a Lei nº 2.491, de 29 de dezembro de 2005 dispõe sobre o estudo de impacto ambiental e o licenciamento ambiental no Município de Cachoeirinha e cria a Taxa de Licenciamento Ambiental.

Tramitam projetos de leis que tratam do controle das populações de animais e sobre a

prevenção e controle de zoonoses no Município de Cachoeirinha. Preocupado com a implementação da legislação local, o Executivo instituiu, pelo Decreto

nº 4.037, de 7 de junho de 2006, o Grupo de Trabalho para o estudo, para criação e implementação de legislação para regulamentação das compras e utilização de madeira no âmbito da Administração Municipal. No art. 2º do Decreto demonstra o zelo com que trata o ambiente e a participação comunitária na defesa de interesses da humanidade.11 Este Decreto atende às demandas da comunidade, a efetivação da legislação e a própria necessidade de uma educação ambiental transformadora.

10 “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” 11 Os produtos madeireiros a serem adquiridos pela Administração Municipal obedecerão ao disposto no Termo de Compromisso celebrado em 07 de junho de 2006, entre o Município de Cachoeirinha a Associação Civil Greenpeace e a Associação de Preservação da Natureza do Vale do Gravataí, pelo qual tais produtos devem ter origem apenas em planos de manejo florestal sustentável aprovado pelo órgão ambiental competente.

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ESTRUTURA LEGAL

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A Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara, integrante do legislativo municipal,

tem competência para propor a elaboração de legislação que trate do meio ambiente urbano, desde que observe as questões cuja competência para o encaminhamento da proposta legislativa cabe ao Chefe do Executivo Municipal, como por exemplo, a criação de uma autarquia para a fiscalização dos serviços públicos municipais relacionados diretamente ou indiretamente com a questão ambiental no Município. Deverá ser assessorada por especialistas em meio ambiente. A Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara tem atribuição para o exame de propostas legislativas para proteger, preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado ou recuperação da qualidade ambiental, como é o caso de projetos de arborização urbana ou fiscalizar a execução de políticas ambientais no Município ou cuidar da tramitação, discussão e propostas de legislações de competência do Poder Legislativo. Deve, também, opinar em matéria de natureza ambiental. 2.3.3. Sistema Municipal de Proteção Ambiental

O Sistema Municipal de Proteção Ambiental tem como atribuições o planejamento, a

implementação, a execução e controle da Política Ambiental no âmbito local, bem como o monitoramento e a fiscalização do meio ambiente, visando preservar o seu equilíbrio e os atributos essenciais à sadia qualidade de vida e promover o desenvolvimento sustentável, em conformidade com as previsões legais. O Município tem a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, como órgão central de proteção ambiental no Município, tem Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente - COMDEMA atuante e possui o Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente - FUMDEMA, como órgão de captação de gerenciamento dos recursos financeiros alocados para o ambiente.

a) Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente - COMDEMA O COMDEMA foi criado pela Lei nº 2.220, de 11 de dezembro de 2003. A composição

atual é de 19 membros, com mandatos de dois anos, conforme o art. 4º. Possui competências, desde propor, formular e acompanhar as políticas municipais do meio ambiente até homologar termos de ajustamento de conduta que versem sobre fatos ambientais de interesse local, conforme os 17 incisos do artigo 3º da Lei que o criou.

O Conselho, em matéria ambiental, tem competência para regulamentar a matéria

ambiental, através de Resoluções, no interesse local. É atuante, pois se reúne religiosamente na última segunda-feira de cada mês e também extraordinariamente, sempre que necessário. O COMDEMA rege-se pela legislação municipal e pelo seu Regimento Interno (Decreto nº 3737 de 14 de dezembro de 2004). Há uma proposta legislativa para as alterações no Conselho, especialmente quanto à sua composição, visto que o SIGA/SEMA define o Conselho como paritário e, com isso, é preciso adequar-se, além do caráter consultivo que deve ser retirado da Lei, em vigor.

Atualmente, o Conselho decidiu favorável para o emprego de verbas do Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente, no Projeto de geógrafo da UFRGS, que realiza pesquisa sobre o arroio Passinhos, e Agenda 21 local, apresentada pelo Setor de Projetos da SMMA. Também, atua como última instância julgadora dos processos administrativos relativos a matéria de sua competência.

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente compõe a Secretaria Executiva. O COMDEMA ainda não expediu Resoluções, mas sua atuação, pelo resultado apontado pela ação administrativa do Município, está adequada à demanda. A ausência de Resoluções não implica em imobilidade.

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Capítulo 2

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b) Secretaria Municipal do Meio Ambiente - SMMA

Em 1981, através da Lei nº 645, foi criada a Diretoria de Reflorestamento e Meio

Ambiente, como órgão de apoio e integração com a Secretaria dos Serviços Urbanos do Município. Em 1988, através da Lei nº 983, foi transformada a Secretaria Municipal de Saúde e Bem-estar Social em Secretaria Municipal da Saúde, Assistência Social e Meio Ambiente e dá outras providências. Em 1999, através da Lei nº 1.771, foi feita a alteração da estrutura administrativa do Poder Executivo Municipal de Cachoeirinha, contendo no artigo 13 as atribuições da Secretaria Municipal de Saúde e Meio Ambiente. Em dezembro de 2002, através da Lei nº 2.126, foram feitas alterações à Lei Municipal nº 1.771/99, e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, no artigo 13-A recebe atribuições próprias, se desvinculando da Saúde.

Em 16 de maio de 2003, através da Lei nº 2.154, a SMMA recebeu uma nova

estruturação, porque essa Lei revogou a anterior que lotava os servidores da SMMA na Secretaria Municipal da Saúde, adequando-se a uma realidade administrativa própria. A SMMA tem pautado as suas ações dentro de suas atribuições, pois é o órgão central do Sistema Municipal de Proteção Ambiental. A Secretaria possui uma Assessoria Jurídica, que começou suas atividades em março de 2006, e é muito importante para a regulamentação, fiscalização e aplicação da legislação ambiental-administrativa, bem como orientação jurídica a todas as atividades do órgão. c) Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente -– FUMDEMA

O FUMDEMA foi criado pela Lei nº 2241, de 10 de fevereiro de 2004, como unidade orçamentária, vinculado à SMMA, de natureza contábil, sem personalidade jurídica, indispensável ao desenvolvimento das ações de defesa e desenvolvimento do meio ambiente do Município de Cachoeirinha, tendo vigência indeterminada. 2.4. PROBLEMAS

O principal problema é a ausência de sistematização da legislação ambiental municipal em vigor. Na medida em que a legislação se apresenta difusa, dificulta o conhecimento pelos administrados, pelos aplicadores da lei e pelos próprios agentes públicos.

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Capítulo 3 3. ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL

ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL

Este capítulo apresenta dados e informações sobre as formas de atuação dos principais órgãos públicos incumbidos de executar as políticas ambientais no Município de Cachoeirinha, pertencentes às três esferas de governo, de interesse para o Plano Ambiental. Descreve, também, as características básicas de algumas organizações ligadas à problemática ambiental que interagem com a Administração Municipal e que poderão ser parceiras na fase de execução do Plano Ambiental.

Os dados e informações referentes aos órgãos municipais foram obtidos pela equipe de

planejamento junto à Secretaria Municipal do Meio Ambiente - SMMA e Secretarias Municipais, a partir de respostas a solicitações formuladas e entrevistas com informantes. A pedido da equipe de planejamento, a SMMA indicou um técnico, com destacada experiência, para apresentar a sua avaliação pessoal sobre a situação atual e futura da administração ambiental local. A ele foi encaminhado um questionário contendo perguntas sobre a importância da administração ambiental, os problemas atuais e previsões, as medidas para eliminar os problemas, os requisitos para realizar as medidas e as formas de identificar resultados bons e ruins, em caso de execução das medidas. As respostas foram analisadas, estruturadas em um modelo multicritério, discutidas com o avaliador e integradas a este Plano.

Todos os demais elementos foram obtidos no decorrer do processo de planejamento em

contatos diretos com outras instituições e consultas aos seus bancos de dados, disponíveis na Internet. Após a realização do Seminário Técnico e da Audiência Pública, foram incorporados outros esclarecimentos julgados relevantes. 3.1. ÓRGÃOS PÚBLICOS

Apesar do conjunto legal e normativo disponível para a proteção do ambiente natural e construído ser vasto, "o aparelhamento do executivo, para garantir o seu cumprimento, tem se mostrado falho e descontínuo, tanto em nível federal como estadual e municipal" (MMA, 1995, p. 104).

Segundo VIANA (1996), o êxito de uma política depende fundamentalmente do bom entrosamento entre os formuladores e os executores, bem como do conhecimento destes sobre as atividades pertinentes a cada fase e sobre o projeto. A disposição dos executores depende de três aspectos:

• Compreensão da política; • Resposta (aceitação, neutralidade ou rejeição); • Intensidade da resposta.

A seguir, são apresentadas informações básicas, procedimentos e formas de atuação

referentes aos órgãos e instituições federais, estaduais e municipais, legalmente responsáveis pela execução das políticas ambientais, que atuam no Município. Este conjunto de dados é importante para que se possa planejar o aprimoramento da atual estrutura técnico-administrativa do Município, objetivando eficiência nas ações, economia de esforços e a manutenção de um canal permanente de consultas e troca de informações com os demais órgãos executivos.

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Capítulo 3

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3.1.1. Órgãos Públicos Federais

Apesar do Governo Federal, através do Ministério do Meio Ambiente, possuir inúmeros Programas específicos de meio ambiente sendo executados em todo o País, o Município de Cachoeirinha está sendo beneficiado apenas pelo Projeto Sala Verde. Através dele, a SMMA se habilitou, em 2006, e foi classificada para receber o material que o Projeto contempla. Como foi baseado na Educação Ambiental, realizada pelo Centro Educacional Francisco Medeiros, também foi indicado para colocar nesse espaço o kit de publicações e os acessos virtuais concedidos pelo Projeto. O projeto Agenda 21 local está sendo implantado, com o foco na Educação formal e não-formal.

O órgão federal ambiental com maior atuação local é o Instituto Brasileiro do Meio

Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. O órgão “...tem por missão institucional executar as políticas nacionais de meio ambiente nas atribuições federais permanentes, por meio da gestão ambiental compartilhada, visando à preservação da qualidade ambiental para as presentes e futuras gerações” (www.ibama.gov.br). A gestão compartilhada supletivamente ocorre nas ações transitórias advindas da omissão, desvio ou falta de condições para agir, dos órgãos ambientais estaduais e municipais. O Instituto possui um Escritório no Estado, localizado em Porto Alegre, e 18 Postos de Controle e Fiscalização distribuídos no Estado.

A política atual do órgão é de descentralizar a atuação, repassando atribuições aos

órgãos estaduais e municipais. As principais ações no Município são supletivas e desenvolvidas pela Divisão de Fiscalização – DIFIS. Esta Divisão atua de forma corretiva, através de operações de rotina e atendimento a denúncias formais da população ou demandas da SMMA, muitas vezes junto com o Batalhão de Polícia Ambiental - PATRAM. Considerando a pequena equipe técnica volante disponível, só os casos graves são atendidos prontamente. Os demais são agrupados e incluídos em uma programação para atendimento futuro, eis que a Divisão tem pleno conhecimento dos principais problemas e locais onde ocorrem. Muitas denúncias são repassadas à SMMA, que tem mais presteza no atendimento.

A maior parte das ocorrências registradas para o Município é referente à captura,

cativeiro e tráfico de animais silvestres, especialmente passeriformes. Segundo informações da Divisão de Fiscalização, em 2006, o número de autuações em Cachoeirinha foi de 10 Autos de Infração, sendo oito referentes à fauna e duas ocorrências de pesca, totalizando multas no valor de R$ 162.000,00. 3.1.2. Órgãos Públicos Estaduais

O governo Estadual atua no Município através dos órgãos caracterizados a seguir. a) Secretaria Estadual do Meio Ambiente - SEMA

A SEMA é responsável pela administração de dois programas de interesse para Cachoeirinha: o Sistema Integrado de Gestão Ambiental - SIGA-RS e o Programa para o Desenvolvimento Racional, Recuperação e Gerenciamento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Guaíba - PRÓ-GUAÍBA.

O SIGA-RS visa descentralizar as atividades de planejamento e gestão ambiental desenvolvidas pelo Estado, mobilizando e capacitando os Municípios a gerir as questões ambientais locais, especialmente o licenciamento. Para isso, possui uma Central de Atendimento aos Municípios que buscam adesão ao Sistema. São prestadas orientações

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ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL

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administrativas e jurídicas sobre a elaboração do processo para a habilitação à gestão ambiental e à emissão de licenças ambientais para as atividades de impacto local. Depois do atendimento de todos os requisitos para a habilitação, o processo é encaminhado pela SEMA ao Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA para homologação do Município, por meio de Resolução. Aos Municípios habilitados é oferecido um programa de treinamento com técnicos da SEMA.

O PRÓ-GUAÍBA foi criado em 1989 pelo Governo do Estado. O objetivo principal é o de melhorar as condições ambientais da bacia hidrográfica do Guaíba, criando condições necessárias para o desenvolvimento racional dos recursos naturais, nas áreas urbanas e rurais. O programa envolve mais de 250 Municípios, dentre os quais se encontra o Município de Cachoeirinha.

A coordenação está a cargo da SEMA e a execução é realizada por diversos órgãos

públicos estaduais e municipais. O Programa é composto por 14 projetos, sendo alguns de larga abrangência. Dentre as ações executadas no Módulo I 1995 – 2005 do Pró-Guaíba, desenvolvidas em Cachoeirinha, destaca-se a construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto no sistema Cachoeirinha / Gravataí. O Governo do Estado, através da CORSAN / Pró-Guaíba, realizou 24 mil ligações prediais às redes de esgoto de Cachoeirinha e Gravataí, o que beneficiou diretamente a população local, melhorou a qualidade da água do rio Gravataí e garantiu mais saúde pública, e indiretamente todo o abastecimento público de água de grande parte da região metropolitana (PRÓ-GUAÍBA, 2007).

A SEMA também desenvolve ações no Município através dos seguintes órgãos, caracterizados na seqüência:

- Fundação Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM; - Departamento de Florestas e Áreas Protegidas – DEFAP; - Departamento de Recursos Hídricos – DRH

� Fundação Estadual de Proteção Ambiental - FEPAM

A FEPAM é o órgão ambiental do Estado encarregado da gestão e execução da política de proteção ambiental no Rio Grande do Sul. Possui uma equipe técnica formada por especialistas multidisciplinares, treinados na área ambiental, apoiados por laboratórios, onde são realizadas análises físicas, químicas e biológicas, de suporte a seus trabalhos.

As principais atividades da FEPAM no Município estão voltadas para o licenciamento de

atividades potencialmente poluidoras e para a fiscalização do cumprimento das leis ambientais. É de sua competência, ainda, o licenciamento, a fiscalização e a manutenção de cadastro atualizado do transporte rodoviário, ferroviário e hidroviário de produtos perigosos e do comércio varejista de combustíveis (postos de gasolina).

O licenciamento é o procedimento administrativo, realizado pelo órgão ambiental competente, que pode ser federal, estadual ou municipal, para licenciar a instalação, ampliação, modificação e operação de atividades e empreendimentos que utilizam recursos naturais, ou que sejam potencialmente poluidores ou que possam causar degradação ambiental. Em 1997, a resolução nº. 237 do CONAMA definiu as competências da União, Estados e Municípios e determinou que o licenciamento deve ser sempre feito em um único nível de competência.

Com respeito à fiscalização, a FEPAM realiza vistorias de rotina, blitz em conjunto com a Brigada Militar e o Ministério Público Estadual e atende a reclamações e representações da população. Durante essas ações, possui competência legal para autuar, apreender e interditar atividades em desacordo com a legislação, mesmo que praticadas por órgãos públicos.

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Capítulo 3

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A FEPAM tem, ainda, a atribuição de atender emergências com danos ambientais em todo o Estado do Rio Grande do Sul, mantendo para isto o Serviço de Emergência Ambiental. Esta atividade prioritária envolve principalmente vazamentos de produtos químicos, mortandade de peixes, descarte clandestino de resíduos, acidentes rodoviários, ferroviários e hidroviários no transporte de produtos perigosos (explosivos, inflamáveis, tóxicos, radioativos etc.). Não há registro de acidentes de transporte de cargas perigosas ocorridos no Município de Cachoeirinha nos últimos cinco anos (www.fepam.rs.gov.br). � Departamento de Florestas e Áreas Protegidas - DEFAP

O DEFAP está encarregado do exercício das atribuições de órgão florestal estadual,

através do Decreto nº. 34.255/92. Desta forma, é o responsável direto pela fiscalização do cumprimento da Lei nº. 9.519/92, que constitui o Código Florestal do Estado do Rio Grande do Sul. São também, suas atribuições:

• Licenciamento do "corte e destruição parcial ou total" de florestas nativas e demais formas

de vegetação natural de seu interior, de acordo com o artigo 6o da Lei No 4.771/65 - Código Florestal Federal.

• Fiscalização, autuação e julgamento de ações administrativas junto com o Batalhão de Polícia Ambiental;

• Cadastro de produtores, consumidores e comerciantes de matéria-prima, produtos e subprodutos florestais;

• Administração de unidades de conservação em vários Municípios do Estado.

Por falta de pessoal, a agência de Porto Alegre do DEFAP não tem realizado ações de fiscalização no Município de Cachoeirinha. Com base em informação verbal do Engº Agrônomo Marcos Almeida Braga (30.07.2007), chefe da Divisão de Licenciamento Florestal, não há registro de autos de infração do órgão em Cachoeirinha durante o ano de 2006 e 1º semestre de 2007. Os processos em andamento não foram disponibilizados pelo Departamento. Apesar disso, a SMMA informou que a empresa Gianco Empreendimentos Imobiliários Ltda. foi fiscalizada pelo DEFAP em 2006, conforme o Inquérito Civil 26/06 MR Nº 029. � Departamento de Recursos Hídricos - DRH

É o órgão da administração direta, responsável pela integração do Sistema Estadual de Recursos Hídricos, que concede a outorga do uso da água e subsidia tecnicamente o CRH, notadamente no que tange à coordenação, ao acompanhamento da execução e à elaboração do anteprojeto de Lei do Plano Estadual de Recursos Hídricos.

b) Batalhão de Polícia Ambiental

Com base no Decreto nº. 34.974/93, que regulamenta o Código Florestal Estadual, a Brigada Militar tem competência para o exercício do poder de polícia florestal no Estado do Rio Grande do Sul. O Decreto-Lei nº. 38.107/98, que define a missão do Batalhão de Polícia Ambiental, assim dispõe em seu art. 45:

“Ao Batalhão de Polícia Ambiental compete cumprir e fazer cumprir a legislação ambiental, representar a Brigada Militar nas atividades atinentes à área e promover o intercâmbio com outros órgãos governamentais, por intermédio da proposição de convênios.”

Com base em informações do Capitão Rodrigo Gonçalves dos Santos, Comandante da 2ª Companhia Ambiental (24.maio.2007), o Município de Cachoeirinha, por ter uma área rural

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ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL

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praticamente inexistente, não contribui significativamente na estatística quantitativa de ocorrências ambientais. No entanto, foi palco de um dos maiores incêndios envolvendo produtos químicos da área metropolitana de Porto Alegre (incêndio da empresa MBN), atingindo diretamente o arroio Passinhos, suspendendo a captação de água na cidade por um longo período.

A ocorrência mais incidente no Município envolve comércio e manutenção em cativeiro

de animais nativos, notadamente passeriformes, eis que a maior associação Riograndense de passeriformes tem sua sede no Município de Cachoeirinha (Tabela 3.3).

As ocorrências envolvendo produtos perigosos foram todas flagradas quando do

desenvolvimento de operações de fiscalização de trânsito em conjunto com a prefeitura municipal. Os desmatamentos identificados foram todos decorrentes de implantação de loteamentos com fins residenciais. Tabela 3.3. Ocorrências atendidas pela 2ª Companhia de Polícia Ambiental em Cachoeirinha.

Crime Ambiental Quantidade Pássaros em cativeiro 13 Transporte de produtos perigosos 6 Atividade potencialmente poluidora sem licença 4 Corte de vegetação nativa 3 Perfuração de poços sem licença ambiental 2 Acidente envolvendo produtos perigosos 1 Descarte de resíduos sólidos sem licença ambiental (lixões) 1 TOTAL 30

Fonte: 2ª Companhia de Polícia Ambiental (2007). 3.1.3. Órgãos Públicos Municipais

O Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA é o modelo de gestão ambiental

adotado no Brasil pela Lei nº 6.938/81 e tem como desafio formar uma rede de organizações em âmbitos federal, estadual e municipal que, juntas, possam alcançar as grandes metas nacionais na área ambiental. Muitas vezes, os órgãos do sistema Municipal de Meio Ambiente só existem no papel. Um diagnóstico informal do CONAMA revelou que os principais problemas que estes vivenciam são: falta de estrutura de apoio das prefeituras; deficiente envolvimento e capacitação dos quadros técnicos e dos conselheiros de meio ambiente, além de falta de comunicação com a sociedade (IBAMA, 2006).

Em Cachoeirinha, segundo a SMMA, o Sistema Municipal de Proteção Ambiental -

SISMUPRA foi instituído pela Lei nº 2.126/ 2002 (Altera dispositivos da Lei Nº 1771/99, que estabelece a Estrutura Administrativa do Poder Executivo Municipal de Cachoeirinha e dá outras providências). As ações relacionadas ao meio ambiente são desenvolvidas de forma isolada, na sua maior parte, por Secretarias Municipais e órgãos, cujas atribuições básicas, de interesse para o Plano Ambiental, são apresentadas a seguir. a) Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SMMA

É o órgão ambiental municipal, encarregado da fiscalização e proteção ambiental do Município de Cachoeirinha, caracterizado no capítulo 1.

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Capítulo 3

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b) Secretaria Municipal de Planejamento - SEPLAN

Compete desenvolver o Plano de Desenvolvimento Integrado e o Plano Diretor, desenvolver projetos e programas voltados para a obtenção e alocação de recursos governamentais, desenvolver e coordenar estudos e projetos do Plano Diretor, promover adequação quanto ao zoneamento de uso e urbanização, proceder à planificação quanto ao uso, ocupação e ordenamento do solo urbano. Em decorrência dessas atribuições, está encarregada da avaliação e aprovação de projetos de parcelamento de solo (loteamentos e desmembramentos) e condomínios em edificações na área urbana.

c) Secretaria Municipal de Serviços Urbanos - SMSU

Responsável pelos serviços de Limpeza Urbana, Coleta Seletiva e destinação final de resíduos sólidos urbanos no Aterro Sanitário Metropolitano Santa Tecla (vide capítulos). Também realiza a manutenção de Parques, Praças e vegetação de ruas e avenidas.

d) Secretaria Municipal de Saúde - SMS

Responde pelos serviços de Vigilância Ambiental, Sanitária e Epidemiológica, que envolvem o controle da dengue, chagas, da água de consumo humano, controle de zoonoses e vetores.

e) Secretaria Municipal de Habitação - SEHAB

Responsável pelas ações na área da habitação. f) Secretaria Municipal de Educação e Pesquisa - SMEP

Responsável pelas ações de Educação Ambiental na rede escolar municipal. g) Secretaria Municipal da Cultura - SMC

Responde pela proteção e manutenção dos Patrimônios Arqueológico, Histórico e Cultural. h) Secretaria Municipal de Administração

Essa pasta tem valorizado as ações ambientais da SMMA, e pautado iniciativas como, lixeiras em destaque na Administração, primando pela coleta seletiva. Disponibilizando um espaço cultural, mural, para as informações de ordem ambiental. Integrou no Programa de Formação Continuada dos Servidores Municipais a proposta da SMMA em sensibilizar os servidores quanto aos resíduos sólidos, bem como uso racional da água, por meio de uma Cartilha educativa, fornecida a todos os servidores. i) Secretaria Municipal de Trabalho e Cidadania e Assistência Social

Há um Projeto quanto ao Consumo Consciente, no qual a SMMA compartilha com a organização, no qual o objetivo é formar multiplicadores em educação em consumo sustentável.

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ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL

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j) Secretaria Municipal de Obras

Em diversas situações consulta a SMMA e também é interpelada na realização de obras que beneficiem o Município de Cachoeirinha. k) Coordenadoria Especial de Combate à Fome e Segurança Alimentar

Com essa pasta é realizado um acompanhamento quanto a orientações na realização do Projeto Semear, emprego de água, visita a projetos similares existentes no país. l) Procuradoria Geral do Município

As questões ambientais envolvendo mais de uma pasta e aquelas em que o Município é parte interessada e envolvida ficam sob tutela e responsabilidade dos Procuradores do Município. Além disso, acompanha os desdobramentos das solicitações do Ministério Público.

As Secretarias Municipais envolvidas na administração das questões ambientais vêm atuando de forma a proteger e manter o patrimônio natural e cultural do Município. As estruturas e ações de algumas se encontram apresentadas e caracterizadas neste Plano, em capítulos do volume 1 e do volume 2, nos temas que envolvem suas responsabilidades ambientais.

Algumas ações ambientais são desenvolvidas de forma conjunta pelas Secretarias, o

que resulta em benefícios mais amplos, em relação às ações realizadas de maneira isolada. Cita-se, como exemplo, a iniciativa da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, desenvolvida com as Secretarias da Cultura e da Saúde no Parque Municipal Tancredo Neves, em janeiro de 2006. Sob a orientação técnica de representantes das Secretarias, um grupo de 20 pessoas realizou visita ao Parque, realizando atividades físicas, educação ambiental e limpeza de suas trilhas. O grupo foi acompanhado por dois policiais militares (PREFEITURA MUNICIPAL DE CACHOEIRINHA, 2007).

A seguir são apresentadas as principais características administrativas da SMMA, foco principal deste capítulo.

a) Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SMMA

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente foi criada pela Lei municipal n° 2.126, de 26 de

dezembro de 2002, e, como órgão central do Sistema Municipal de Proteção Ambiental, cabe-lhe as seguintes atribuições, explicitadas na legislação ambiental:

� Promover a defesa do direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e

saudável, bem como a justiça social no uso sustentável dos recursos ambientais, através da promoção do desenvolvimento sustentável, de forma integrada com outros órgãos de governo e da sociedade civil;

� coordenar as atividades de planejamento, controle, fiscalização, recuperação, proteção e preservação ambiental no âmbito das ações do Governo Municipal;

� diagnosticar, monitorar, acompanhar, controlar e divulgar a qualidade do meio ambiente e promoção do gerenciamento adequado dos recursos ambientais;

� promover o desenvolvimento e coordenação da política municipal de saneamento ambiental, entendendo-se como tal o conjunto de ações que tendem a conservar e melhorar as condições do meio ambiente, em beneficio da saúde;

� desenvolver as políticas de preservação e conservação de biodiversidade e de valorização das comunidades tradicionais;

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Capítulo 3

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� normalizar, fiscalizar e licenciar as atividades e/ou empreendimentos considerados efetivos ou potencialmente causadores de degradação ambiental, de forma direta ou indireta, aplicando as penalidades previstas na legislação vigente;

� participar no desenvolvimento da política municipal de biotecnologia, engenharia genética e substâncias perigosas, com vista aos possíveis impactos ambientais;

� promover a educação ambiental em conjunto com outros órgãos e entidades; � desenvolver e coordenar a Política Florestal do Município, como órgão florestal; � desenvolver e coordenar o Sistema Municipal de Unidades de Conservação; � atuar como órgão de integração do Sistema Municipal de Recursos Hídricos, em

consonância com a legislação vigente; propor políticas de proteção ambiental junto a outros Municípios do Estado, alicerçadas em aspectos peculiares dos ecossistemas envolvidos, respeitada a competência estadual e federal;

� implementar políticas de apoio técnico, financeiro e de incentivos a entidades, órgãos e sociedade civil, relativos à proteção ambiental;

� planejar e sugerir ações de saúde na área ambiental; promover a descentralização da gestão ambiental;

� realizar Conferências Municipais de Meio Ambiente, em períodos definidos em conjunto com demais órgãos municipais de defesa e proteção ambiental;

� promover, desenvolver e executar estudos e pesquisa, com vista ao aprimoramento da gestão de tecnologias da área ambiental;

� capacitar e aperfeiçoar recursos humanos para as áreas de meio ambiente. A SMMA está localizada à Av. Flores da Cunha nº 2385, fundos, em um prédio cedido

pela Secretaria Municipal de Saúde, que integra o Posto de Saúde. Trata-se de um local pequeno, com má distribuição arquitetônica, que não reúne condições adequadas para abrigar o seu corpo técnico e administrativo, nem os equipamentos e recursos materiais indispensáveis para o desempenho de suas atribuições legais. A estrutura organizacional da Secretaria encontra-se apresentada na Figura 3.1 e é caracterizada a seguir.

SECRETÁRIO

ASSESSORIA JURÍDICA

COORDENAÇÃO

FISCALIZAÇÃO ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

TÉCNICO PROJETOS AMBIENTAIS

U. C.

TANCREDO NEVES

U. C. HORTO

FLORESTAL

CEA FRANCISCO

DE MEDEIROS

SALA VERDE

Figura 3.1. Organograma da SMMA

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ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL

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• Assessoria jurídica Possui a atribuição de prestar assessoramento jurídico à SMMA. Conta com uma

advogada, que dispõe de recursos materiais adequados e realiza as seguintes atividades:

- Emissão de pareceres atendendo a etapa do Recurso Administrativo previsto na Lei Municipal 1339/93, quando chega ao Secretário da pasta; - Atendimento às demandas oriundas do MP; - Manifestações sobre projetos de Leis em matérias ambientais, ou outras afins; - Participação de forma indireta nos Projetos Ambientais, diretamente no projeto Sala Verde (MMA), e PROCON – SMTCAS (Consumo consciente); - Elaboração de aditivos à justificativa de contratos; - Intervenções pontuais, no sentido de orientação à fiscalização no processo administrativo; - Integrar grupo de trabalho do Greenpeace, “Cidade Amiga da Amazônia”; - Elaboração de convênios, contratos, encaminhando-os para apreciação superior; - Encaminhamento da estrutura das Unidades de Conservação. - Atendimento ao público externo

• Setor de Fiscalização

Este setor possui cinco fiscais. As atividades realizadas pelo setor em 2006 encontram-se relacionadas no capítulo 7 (Tabela 7.1), onde se destaca a fiscalização de podas da arborização urbana e de florestas exóticas plantadas (pinus e eucaliptos).

O setor analisa os pedidos de viabilidade de instalação de empreendimentos

encaminhados pela Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, faz fiscalização de cargas perigosas, sons e ruídos, realiza blitz, atende as denúncias relacionadas ao meio ambiente, analisa os pedidos de poda, faz vistorias, pareceres técnicos, estuda e protege o ambiente de Cachoeirinha. • Administração Financeira

Atende às questões financeiras da Secretaria e conta com três administrativos. A partir

da Constituição Federal de 1988, com base no artigo 165, o Poder Executivo da União, os Estados e os Municípios passaram a elaborar três importantes instrumentos de planejamento que são o Plano Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias e os Orçamentos Anuais. Os sete projetos constantes no Plano Plurianual 2006-2009 da SMMA que foram executados em 2006 são apresentados no Anexo 3.1.

• Projetos ambientais

É constituído por uma bióloga, atuando em educação, e por uma aluna de pedagogia, do setor da fiscalização. As atribuições da professora bióloga são relacionadas a seguir. - Planejar, executar e controlar a programação, a partir do Plano Global da Escola; - Orientar turmas, dirigir estudos e atividades dos alunos ou professores; - Cooperar em todas as atividades curriculares que visem melhoria do processo educativo e integração Escola-Família-Comunidade; - Colaborar com a disciplina geral da Escola; - Participar de reuniões, sessões de estudo, cursos, palestras; - Pesquisar novos métodos e técnicas de ensino.

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Capítulo 3

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• Setor Técnico

Conta com uma equipe de quatro técnicos de nível superior, concursados, cujas atribuições são apresentadas a seguir.

- Bióloga - Formular e elaborar estudos, projetos ou pesquisas científicas básicas e aplicadas, nos vários setores da biologia, ou a ela ligados, bem como os que se relacionam à preservação, saneamento e melhoramento do meio ambiente, executando direta ou indiretamente as atividades resultantes desses trabalhos; - Orientar, dirigir, assessorar e prestar consultoria a empresas, fundações, sociedades, associações de classes, entidades autárquicas, privadas ou do poder público, no âmbito de sua especialidade; - Realizar perícias e emitir, assinar laudos técnicos e pareceres de acordo com o currículo efetivamente realizado. - Engenheiro Agrônomo - Planejar, coordenar e executar atividades agrossilvipecuárias e do uso de recursos aturais renováveis e ambientais; - Fiscalizar essas atividades, promover a extensão rural, orientando produtores nos vários aspectos das atividades agrossilvipecuárias, elaborando documentação técnica e científica, - Prestar assistência e assessoria técnica; - Geólogo - Realizar levantamentos geológicos e geofísicos coletando, analisando e interpretando dados, gerenciando amostragens, caracterizando e medindo parâmetros físicos, químicos e mecânicos de matérias geológicos, estimando geometria e distribuição espacial de corpos e estruturas geológicas; - Pesquisar a natureza geológica e geofísica de fenômenos; - Efetuar serviços ambientais e geotécnicos; - Planejar e controlar serviços de geologia e geofísica; - Prestar serviços de assessoria e consultoria; - Engenheiro Químico - Controlar processos químicos, físicos e biológicos definindo parâmetros de controle, padrões, métodos analíticos e sistemas de amostragem; - Desenvolver processos e sistemas através de pesquisas, testes e simulações de processos e produtos; - Projetar sistemas e equipamentos técnicos; - Implantar sistemas de gestão ambiental e de segurança em processos e procedimentos de trabalho ao avaliar riscos; - Implantar e fiscalizar ações de controle; - Coordenar equipes e atividades de trabalho; - Elaborar documentação técnica de todos os projetos, processos, sistemas e equipamentos desenvolvidos; • Parque Municipal Dr.Tancredo de Almeida Neves

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ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL

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O Parque constitui uma Unidade de Conservação com espaço para educação ambiental

e pesquisa científica de espécies animais e vegetais. Nele estão incluídos o CEA - Centro de Educação Ambiental Francisco Medeiros e a Sala Verde, que aguarda o material do Ministério de Meio Ambiente para a sua instalação. A caracterização biótica do Parque é apresentada nos capítulos 5 e 6 do volume 2 deste Plano Ambiental. O Parque encontra-se sob a responsabilidade de uma Técnica Agrícola, que conta com um grupo de colaboradores.

• Horto Florestal Chico Mendes

Trata-se de uma Unidade de Conservação onde está instalado um viveiro para produção de mudas e sementes de árvores nativas e ornamentais, destinadas à arborização de escolas, ruas, praças e demais logradouros. O horto também desenvolve trabalhos na área de educação ambiental. A caracterização biótica do Horto é apresentada nos capítulos 5 e 6 do volume 2 deste Plano Ambiental. O Horto é administrado por um técnico agrícola, que conta com um estagiário de nível médio.

• Recursos materiais A SMMA dispõe dos seguintes principais recursos materiais para o desenvolvimento de

suas atribuições, considerados adequados para o atual volume de atividades:

- 1 VW Gol 93/94 - 1 Kombi locada com motorista. - 11 computadores Desktop - 1 computador Laptop - 2 impressoras laser - 1 impressora jato de tinta - 1 impressora multifuncional

- 2 GPS - 2 Decibelímetros - 2 máquinas digitais - 1 filmadora - 1 datashow - 1 aparelho de som, TV e DVD - 10 EPIs (máscaras, botas, luvas, abafadores, etc.

• Atividades desenvolvidas Durante o ano de 2006, a SMMA desenvolveu as seguintes principais ações:

� estruturação do quadro de pessoal através da nomeação e posse de fiscais municipais, técnicos e assessora jurídica;

� qualificação dos novos integrantes da SMMA, tanto na formação continuada, bem como em

outros locais de aprendizagem; � conscientização, sensibilização e fiscalização das demandas ambientais. Estabelecimento de

uma “fiscalização amigável” na tentativa de não só punir, mas orientar para que atos contrários ao meio ambiente pudessem ser evitados;

� incentivo à pesquisa e informações a escolares no que tange a dados possíveis; � integração em ações de limpeza do rio Gravataí e participação de consórcios de debate

sobre a destinação dos resíduos sólidos e recursos hídricos, no Comitê do Rio dos Sinos e Gravataí;

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Capítulo 3

28

� cercamento e a identificação, através de placas, das árvores tombadas como patrimônio ecológico e cultural do Município, na Semana Municipal do Meio Ambiente, transcorrida de 31 de maio a 09 de junho, entre outras atividades;

� assinatura do Termo de Compromisso com o Greenpeace denominado “Cachoeirinha,

cidade amiga da Amazônia”, dia 07 de junho de 2006, e constituição de grupo de trabalho com representantes do Governo Municipal e da Sociedade Civil para elaborar a legislação municipal para orientar as compras de madeira legal;

� atendimento às demandas do Ministério Público, no que se refere a peças de informações,

também de Inquérito Civis e Audiências Públicas; � realização de dois Seminários internos com o objetivo de qualificar os serviços e otimizar

propostas. Desses Seminários criaram-se dois grupos de trabalho, um deles destinado à aplicação da Agenda 21 e outro voltado ao planejamento da Semana do Meio Ambiente de 2007;

� participação de forma efetiva na elaboração do Plano Diretor; � estabelecimento de parcerias com os Municípios vizinhos, visitando o Instituto Martim

Pescador de São Leopoldo; � participação de palestras promovidas pelo Rotary; � formalização de convênio para uma compostagem dos dejetos dos animais e dos galhos de

árvores oriundos do Município, que se encontra em tramitação com o Governo do Estado, através do Colégio Daniel de Oliveira Paiva - CADOP, com o apoio das Secretarias de Obras, Viação e Serviços Urbanos;

� implantação do Projeto Piloto de Coleta Seletiva da Av. Telmo Silveira Dorneles até a ponte,

do lado direito da Av. Flores da Cunha; � integração ao grupo de trabalho da Secretaria da Fome Zero na implantação de Hortas

Comunitárias embaixo das torres de alta tensão; � providências para a elaboração do Plano Ambiental do Município, que resultou na assinatura,

em 04 de dezembro de 2006, de Contrato de Prestação de Serviços entre a Prefeitura Municipal de Cachoeirinha e a PUCRS, através do Museu de Ciências e Tecnologia. Este importante documento de planejamento é necessário para integrar as exigências de habilitação do Município para o desenvolvimento das atividades de licenciamento dos empreendimentos de impacto local.

Para o primeiro semestre do ano de 2007, a SMMA planejou e vem desenvolvendo as seguintes principais ações. � Janeiro

Acompanhamento da elaboração do Plano Ambiental Municipal Pesquisa da Fauna no Parque Tancredo Neves (classe Insecta) Pesquisa sobre arroio Passinhos Projeto Sala Verde

� Fevereiro

Acompanhamento da elaboração do Plano Ambiental Municipal Apresentação interna da Agenda 21 Local Fórum de especialistas - parceria com SMEP

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ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL

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Entrega do folder d'agua Formação para funcionários - Coleta seletiva parceria com SMA Inauguração e distribuição da cartilha sobre coleta seletiva e Mural Bem Vindos Ecologia, em parceria com SMA.

� Março

Acompanhamento da elaboração do Plano Ambiental Municipal Apresentação interna da Agenda 21 Local Seminário interno de Educação Ambiental Exposição “Banhados -Ecossistema Ameaçados” (dias 22 de março a 20 de abril) Agenda 21 Estudantil – atuação nas escolas municipais, estaduais e particulares.

� Abril

Acompanhamento da elaboração do Plano Ambiental Municipal Agenda 21 Estudantil – atuação nas escolas municipais, estaduais e particulares. Curso formação continuada parceria - parceria com SMA

� Maio

Acompanhamento da elaboração do Plano Ambiental Municipal Agenda 21 Estudantil – atuação nas escolas municipais, estaduais e particulares.

� Junho

Semana do Meio Ambiente Seminário de Educação parceria com SMEP.

3.2. OUTRAS INSTITUIÇÕES

Programas e ações ambientais do executivo municipal podem e devem ser desenvolvidos em parceria com outras instituições envolvidas com a solução de problemas ambientais na área de influência do Município, tanto governamentais como não governamentais. Dentre estas, algumas são apresentadas a seguir. 3.2.1. Ministério Público a) Ministério Público Federal

De acordo com o art. 127 da Constituição Federal, o Ministério Público é uma instituição permanente incumbida da defesa dos interesses sociais, dentre os quais se encontra o meio ambiente ecologicamente equilibrado. Nesse trabalho, busca fazer cessar as atividades degradadoras, além da reparação dos danos causados, seja por ação judicial, seja por compromisso de ajustamento de conduta no inquérito civil.

O Ministério Público tem buscado uma aproximação com outros órgãos e instituições, visando não apenas o aprimoramento de sua atuação funcional, como, também, o fortalecimento daqueles que têm a tarefa de executar a legislação ambiental e fiscalizar as atividades lesivas ou potencialmente lesivas ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Há um registro de atuação ambiental do Ministério Público Federal no Município de Cachoeirinha, através do Processo nº 93.00.02173-7.

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Capítulo 3

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b) Ministério Público Estadual

De acordo com a Lei nº 7.669, de 17 de junho de 1982, o Ministério Público Estadual é uma “...instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático, dos interesses sociais e dos interesses individuais indisponíveis”. A Promotoria de Justiça Especializada de Cachoeirinha tem agido na defesa do meio ambiente em parceria com o Município, conforme registrado no capítulo 1.

Segundo a SMMA, há dois registros da atuação do Ministério Público Estadual no Município, através dos Processos nº 086/1.03.0013 792-2 e nº 086/1.03.0007437-8. 3.2.2. Municípios Vizinhos

Durante o processo de planejamento ambiental, os Municípios vizinhos se constituíram em fontes de referência e, sem dúvida, serão indispensáveis parceiros na etapa de execução do Plano Ambiental. As características ambientais e o perfil sócio-econômico dos Municípios vizinhos são semelhantes aos de Cachoeirinha, o que resulta em problemas de mesma natureza e na busca de soluções compartilhadas. Nesse sentido, são elogiáveis as ações conjuntas na área ambiental do Município de Cachoeirinha com os Municípios de Gravataí e São Leopoldo, realizadas em 2006. 3.2.3. Comitê de Gerenciamento de Bacias Hidrográficas

Como o Município se encontra localizado em duas bacias hidrográficas, do rio Gravataí e rio dos Sinos, é importante que estes dois Comitês participem do processo de planejamento e implementação do Plano Ambiental. Os Comitês são constituídos por representantes dos usuários da água das bacias hidrográficas, da população, dos poderes municipais e órgãos da administração direta federal e estadual. A atuação dos Comitês está definida na Lei nº 10.350, de 30.12.1994, que institui a Política Estadual de Recursos Hídricos. 3.2.4. Universidades

A Universidade emerge como importante instituição social do ecodesenvolvimento. Sua posição específica permite-lhe atuar em conjunto com os três atores principais: o Estado, as empresas e as associações e movimentos civis. Contudo, para fazê-lo, deverá transcender sua condição ora de "torre de marfim" ora de "fábrica de diplomas", inscrevendo-se entre as funções da Universidade aquela de "recurso para o desenvolvimento local". Além das tarefas educacionais, a Universidade dispõe ainda de considerável potencial humano para assessorar e implementar projetos de desenvolvimento local e para responder às demandas específicas das associações civis (SACHS, 1993, p.39).

Dentre as principais instituições de nível superior, públicas e privadas, com condições de

realizar estudos ambientais na área do Município, destacam-se a Universidade do Vale do Rio dos Sinos, a Universidade Luterana do Brasil, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o Complexo de Ensino Superior de Cachoeirinha (CESUCA) e Instituto de Educação Superior (IES). Além de se constituírem em uma fidedigna fonte de consultas, estas instituições têm grande interesse em realizar pesquisas ambientais e somar esforços na ação de políticas de meio ambiente.

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ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL

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Em 2006, o único registro de ação ambiental conjunta do Município com a Universidade é o contrato celebrado com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, através do Museu de Ciências e Tecnologia, para a elaboração do Plano Ambiental do Município. 3.2.5. Organizações Não Governamentais As organizações não governamentais - ONG's têm se destacado no apoio às ações de proteção do meio ambiente, tanto através de projetos individuais como na qualidade de membros do Conselho de Meio Ambiente, em âmbito federal, estadual e municipal. BARROS (1995, p. 87) afirma que a participação das ONG's nos Consórcios Intermunicipais tende a melhorar a interlocução deles com a comunidade civil organizada bem como constituem influência positiva para o Consórcio tomar a decisão de adotar compromissos prioritários vinculados a políticas públicas básicas. Em Cachoeirinha atuam três ONG's com destacada atuação nas questões ambientais: Associação de Preservação da Natureza do Vale do Gravataí – APN-VG, com assento no Conselho Municipal do Meio Ambiente, TEIA – Educação, Ambiente, Saúde, Cultura e Sociedade e a Organização Nacional de Defesa dos Animais - ONDA. As principais ações delas estão relacionadas à Educação Ambiental e são comentadas no capítulo 6. 3.3. PROBLEMAS E PROGNÓSTICO

Diante das responsabilidades legais e da forma como as decisões e ações ambientais vêm sendo administradas no Município, a avaliação do técnico da SMMA identifica a existência de três principais questões a serem melhoradas, para aumentar a eficiência administrativa e melhorar a proteção do ambiente em Cachoeirinha. a) Desrespeito às competências legais – algumas decisões referentes ao Meio Ambiente, que são de competência da SMMA, são tomadas por outros órgãos municipais, indevidamente. b) Fluxo inadequado de processos entre as Secretarias – a atual rotina dos processos obedece a um fluxo que ocasiona interferências de umas Secretarias em outras. c) Falta de integração entre as Secretarias – as Secretaria trabalham as questões ambientais de forma independente, sem sintonia integrada de ações com outras que também atuam na área ambiental.

As questões apontadas são reais, mas se referem apenas às relações da SMMA com os demais órgãos da administração local. Ao se realizar uma análise mais ampla e detalhada do contexto administrativo ambiental local, tornam-se evidentes seis problemas atuais, que poderão ter continuidade a curto e médio prazo, por não estarem sendo alvo de equacionamentos,. São eles:

1. há pouca integração da SMMA com outros órgãos municipais; 2. há pouca integração da SMMA com a SEMA, FEPAM e Batalhão de Polícia Ambiental; 3. há pouca interação da SMMA com os setores industrial e comercial do Município;

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Capítulo 3

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4. não há setor de planejamento em operação na SMMA; 5. inexiste sistema de dados e informações ambientais na SMMA; 6. a infra-estrutura da SMMA é inadequada, em especial de instalações e comunicação.

No volume 3 deste Plano Ambiental é apresentado o Programa 2 - Estruturação

Administrativa e Técnica, que propõe o desenvolvimento de sete projetos, destinados a solucionar os problemas detectados.

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Capítulo 4 4. SAÚDE PÚBLICA

SAÚDE PÚBLICA

Este capítulo apresenta o diagnóstico e o prognóstico da situação da saúde pública no

Município de Cachoeirinha, no tocante às suas interfaces com as condições ambientais atuais e estimadas para curto prazo. Para isso, inicialmente foram realizadas consultas aos dados do Sistema de Notificação de Agravos - SINAN, dos bancos de dados do DATASUS, (Ministério da Saúde), do Núcleo de Informações em Saúde da Secretaria da Saúde e do Plano Diretor de Cachoeirinha. Foram feitas buscas diretamente nos Programas da Secretaria da Saúde (Programa Estadual de Controle da Dengue, Programa Estadual de Controle da Leptospirose, Programa Estadual de Vigilância da Água).

No âmbito do Município, foram solicitados dados e informações relevantes, fornecidos

por técnicas do Departamento de Vigilância em Saúde, Vigilância Epidemiológica e Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal da Saúde - SMS. Foram discutidas com elas as condições da saúde e solicitadas sugestões para enfrentar os principais problemas atuais e de curto prazo. Para completar a visão da situação, foi realizada uma visita ao Distrito Industrial e à área onde ocorreu o acidente da empresa MBN, em 2006.

4.1. DIAGNÓSTICO

O termo Saúde Pública é aplicado às ações de promoção, prevenção e atenção à saúde, voltados às populações, comunidades, grupo de indivíduos. Sendo assim, todas as questões que envolvam populações humanas no tempo e no espaço e que possam influenciar na saúde destas é tratada pela saúde pública por meio de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde.

As Legislações mais importantes que amparam e regulamentam o setor tiveram

respaldo na Constituição Federal de 1988, art. 196, 197, 198, 199, 200 (BRASIL, 1988), que abrem um leque para futura legislação. Ao citar a universalização da saúde e a necessidade de regulamentação, fiscalização, controle, execução das políticas sociais e econômicas com objetivo de reduzir o risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação da saúde, assim como sua fonte financiadora, dá espaço a criação do Sistema Único de Saúde com a legislação pertinente.

A Lei Orgânica da Saúde nº 8.080, de 19.09.1990 (BRASIL, 1990a), dispõe sobre as

condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. A Lei Nº 8.142, de 28.12.1990 (BRASIL, 1990b), dispõe sobre a participação social no SUS por meio de Conferência de Saúde, Conselhos de Saúde e sobre a gestão dos recursos financeiros na área da saúde com a criação do Fundo Nacional de Saúde.

A forma de normatizar e por em prática a legislação criada se deu por meio de Decretos

editados a medida do desenvolvimento e organização dos diferentes eixos norteadores do SUS. Um dos eixos do SUS é a promoção e a prevenção. Entre as estruturações propostas

para esta atuação, foi implementado o Sistema Nacional de Vigilância em Saúde, o Programa de Saúde da Família e de Agentes Comunitários de Saúde.

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Capítulo 4

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A Vigilância em saúde, estruturada nas áreas de Vigilância Epidemiológica, Vigilância

Sanitária, Vigilância Ambiental e Vigilância em Saúde do Trabalhador, tem como objetivos entre outros, atender à crescente demanda das populações humanas expostas ao meio ambiente, ao ambiente de trabalho,onde aplica legislação sanitária e avalia situações de riscos biológicos, químicos, físicos, psicossociais para as populações em determinados espaços geográficos. Os Programas de Agentes comunitários e saúde da família foram estruturados tendo como enfoque a prevenção e a promoção da saúde das comunidades.

A estruturação da Vigilância em Saúde foi uma resposta ao entendimento da situação de

vulnerabilidade das populações a inexistência de barreiras eficientes contra doenças novas ou reemergentes transmitidas por vírus, bactérias. Uma das áreas que vem se estruturando a partir deste novo viés de entendimento da saúde pública é a Vigilância Ambiental, que tem como ponto de partida a análise dos fatores de risco do ambiente às populações humanas.

No diagnóstico dos principais problemas em que saúde e meio ambiente estão

envolvidos, questões como: a forte degradação sócio-ambiental das regiões metropolitanas; o ressurgimento de doenças ocasionadas pelos vetores e reservatórios, os impactos ambientais das atividades agrárias extensivas e intensivas que causam desmatamento e perda da biodiversidade. Queimadas e a poluição do ar, as perda da fertilidade do solo, a crescente erosão e contaminação dos solos e dos recursos hídricos também se encontram neste elenco de inter-relação entre as duas áreas (BRASIL: FUNASA, 2002).

A relação entre a exposição humana a determinadas situações ambientais e seus efeitos

a saúde vem sendo estudada. Como por exemplo, 60% das Infecções respiratórias agudas são atribuídas às condições do ambiente. Este percentual passa a 50% nas Doenças respiratórias crônicas, 90% nas Doenças diarréias, 10% nas Infecções prevenireis por vacinas, 10% na Tuberculose, 90% na Malária, 25% no Câncer (BRASIL: FUNASA, 2001).

Além do conhecimento do risco e presença de seus determinantes, também é

necessário conhecer a forma, duração, intensidade e o período da exposição das populações humanas a eles, já que características individuais das pessoas podem influir no desenvolvimento e manifestações de um mesmo agravo em pessoas diferentes (OMS, 1998). Outros aspectos hoje abordados pela Saúde Ambiental são as medidas para prevenir e atender desastres ambientais, desastres com cargas tóxicas e produtos perigosos, contaminações ambientais (solo, água e ar) que podem levar grandes populações a situações de adoecimento.

O Município de Cachoeirinha vem apresentando um crescimento populacional

acelerado, tendo crescido 193 %, de 1980 a 2006 (vide capítulo 1). O brusco desenvolvimento e urbanização de grande parte dos Municípios brasileiros têm gerado grandes demandas na área de saúde do ponto de vista de promoção, prevenção e atenção (assistência).

4.1.1. Rede de Serviços de Saúde A rede de serviços de saúde disponibilizados à população no Município de Cachoeirinha

conta com uma capacidade instalada de 30 estabelecimentos, sendo oito conveniados com o SUS (IBGE, 2006).

A rede municipal de saúde conta com 18 Unidades Básicas, sendo uma delas Central.

Cada Unidade Básica é responsável por um número aproximado de 1.000 a 1.200 pessoas, número inferior a outros Municípios da região metropolitana de Porto Alegre. A relação das Unidades de Saúde – U.S. é apresentada a seguir (SMS Cachoeirinha, 2007). A distribuição espacial das Unidades e do Hospital Padre Jeremias encontra-se disposta na Figura 4.1.

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SAÚDE PÚBLICA

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1 - U.S. Luís de Camões - Rua Bandeirantes, 74 - Bom Princípio 2 - U.S. Saúde Mental - Rua Francisco Brochado da Rocha, 98 - Vila City 3 - U.S. Nova Cachoeirinha - Rua Eldorado, 260 - Nova Cachoeirinha 4 - U.S. Getúlio Vargas - Rua Dom João VI, 188 - Vista Alegre 5 - U.S. CAIC Granja - Rua Jardim das Flores, s/n° - Granja Esperança 6 - U.S. Vila City - Travessa Honório Lemos, 40 - Vila City 7 - U.S. Cohab - Rua Almirante Barroso, s/n° - Cohab 8 - U.S. Jardim Betânia - Rua Capão da Canoa, 185 - Jardim Betânia 9 - U.S. Osvaldo Cruz - Rua Osvaldo Cruz, 590 - Parque Brasília 10 - PAM (INAMPS) - Av. Gen. Flores da Cunha, 2385 - Centro 11 - U.S. Décio Martins - Rua Décio Martins Costa, 464 - Vila Eunice 12 - U.S. Carlos Wilkens - Rua Olavo de Freitas, 32 - Carlos Wilkens 13 - U.S. Canarinho - Rua Espanha, 821 - Nova Cachoeirinha 14 - U.S. Jardim do Bosque - Rua Cap. Garibaldino Santos, 407 - Jardim do Bosque 15 - U.S. Araçá I e II - Rua Araçá, 496 - Anair 16 - U.S. Parque da Matriz - Rua Itapema, 30 - Parque da Matriz. 17 - U.S. P.A. 24 Horas - Rua Paranaguá, 105 - Fátima 18 - Hospital Padre Jeremias - Rua Lindolfo Wagner, 185 Centro Especializado Odontológico Otacílio - Rua Amazonas, 583 - V. Anair.

Figura 4.1. Localização das Unidades de Saúde e hospital (PREFEITURA MUNICIPAL..., 2006)

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Capítulo 4

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A Secretaria Municipal de Saúde – SMS possui em seu Departamento de Vigilância em

Saúde uma equipe de 35 pessoas, distribuídas em quatro Vigilâncias (Tabela 4.1.).

Tabela 4.1. Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde.

Profissional Vigilância

Epidemiológica Vigilância Ambiental

Vigilância Sanitária

Vigilância Saúde do Trabalhador

Médico 2 - - - Veterinário - 1 1 - Biólogo 1 - - - Nutricionista 1 - - - Enfermeiro 3 - - 1 Auxiliar de enfermagem 7 - - - Fiscal sanitário - 7 - Administrativo 1 - 1 - Agente de campo - 7 - - Serviços gerais 1 1 - -

TOTAL 16 9 9 1 As Vigilâncias atendem aos Programas de Tuberculose, Imunizações, Zoonoses e

Vetores, Dengue, Vigilância da Água de consumo humano e atividades de Vigilância Sanitária, segundo informações do Município. Recentemente foi incorporada uma enfermeira para atender a Vigilância do Trabalhador, motivada por surto de rubéola no Município com possível origem em operários vindos de fora do estado para trabalhar em indústrias do Município.

O Município conta com a Estratégia de Saúde da Família (ESF) e de Agentes

Comunitários de Saúde (ACS). Segundo o Programa de Saúde da Família da Secretaria Estadual da Saúde, o Município conta com 3 equipes do ESF e 16 equipes de ACS.

O Departamento de Vigilância em Saúde conta com 6 veículos para suporte de suas

ações. Não há informações sobre a estrutura de apoio para os outros setores e Programas da Secretaria Municipal de Saúde, assim como se existe uma rede interna integrada de informações on-line nesta secretaria.

A interligação de Programas e/ou Projetos entre as Vigilâncias do Departamento de

Vigilância em Saúde e entre este Departamento e os demais setores da Secretaria Municipal da Saúde e/ou com outras Secretarias Municipais não foram informados e aparentemente não existem formalmente. Entretanto, segundo informações da Vigilância Ambiental há um fluxo de informações entre as Unidades de Saúde e as Vigilâncias, especialmente em relação ao Programa de Controle da Raiva. A U.S. Décio Martins Costa é responsável por centralizar todos os acidentes com animais domésticos e repassar à Vigilância Ambiental que realiza busca ativa dos animais agressores. Existe uma organização para emergências 24 horas e nos fins de semana no atendimento anti-rábico à população.

A Lei Municipal Nº 2.081/02, autorizou o Poder Executivo a adquirir um imóvel para a

instalação de um Centro Municipal de Controle de Zoonozes e Vetores (CMCZV). Entretanto o gestor municipal está avaliando uma outra área para a implantação do projeto.

Na educação em saúde não existem projetos estruturados na área de saúde ou entre

esta e outras áreas. Como atividade pontual, os agentes da Dengue realizam atividades informativas durante sua atuação de vigilância do mosquito nas residências. O Município atende e supera as metas estipuladas pelo Programa Nacional da Dengue, que é baseado em vistoria de casas. Até o momento, o Município não registrou presença do vetor da Dengue, Aedes aegypti, mantendo visitação domiciliar segundo informação do Programa Estadual de Controle da Dengue do Centro Estadual de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual da Saúde.

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SAÚDE PÚBLICA

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Conforme dados do Plano Diretor, o Município possui em torno de 25% de sua área geográfica ocupada com estabelecimentos industriais. Em 2006, um acidente no Distrito Industrial, na Distribuidora de Produtos Químicos MBN provocou uma seqüência de danos ambientais e sujeitou a população que mora no entorno da distribuidora a riscos diversos. Na explosão, mais de mil toneladas de 60 produtos entre inflamáveis e corrosivos contaminaram a água, o solo e o ar. Os produtos escorreram pelas tubulações subterrâneas e ao longo do arroio Passinhos, afluente do Gravataí, que é responsável pelo abastecimento de água de vários Municípios da região metropolitana. Segundo a FEPAM, o solo ficou contaminado (http://www.quimica.com.br/revista/qd450/atualidade1.html). O informe da FEPAM cita a criação três grupos de trabalho, um grupo de recuperação ambiental, um grupo de assistência social às famílias atingidas e um grupo de assistência médica a população exposta.

A Vigilância em Saúde participou do atendimento à população realizando levantamento

de residências que utilizavam poços para abastecimento de água e orientando sob o risco do seu consumo. A pedido da Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde do Município, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente emitiu um curto relato sobre o monitoramento do acidente. Por ser de competência da FEPAM o licenciamento, as demais medidas ambientais também foram realizadas pela Fundação. Em março de 2007, o Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça de Cachoeirinha, fez um Termo de Ajuste de Conduta com a empresa. Outras ações recentes no Município frente ao acidente não foram relatadas.

O Município de Cachoeirinha possui rede de água tratada de competência da CORSAN,

mas uma parte da população é abastecida por 259 poços que estão sob monitoramento do Município, segundo informação do Programa de Qualidade da Água, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual da Saúde.

4.1.2. Indicadores epidemiológicos A Saúde Pública trabalha com a análise de indicadores, para avaliar a situação de

saúde/doença e riscos de uma população. Os indicadores de interesse em saúde são agrupados em indicadores demográficos (taxa de urbanização, proporção de menores de 5 anos na população, esperança de vida aos 65 anos de idade, etc.), sócio-econômicos (analfabetismo, níveis de escolaridade, renda), mortalidade, morbidade e fatores de risco (número de atendimentos e hospitalizações por agravos entre outros),cobertura do SUS à população.

Os indicadores epidemiológicos de morbidade e mortalidade foram obtidos da base de

dados do Ministério da Saúde (DATASUS), do Sistema de Notificação de Agravos do Ministério da Saúde (SINANW), do NIS/SES (Núcleo de Informação em Saúde da Secretaria Estadual da Saúde) e da Secretaria Municipal de Saúde de Cachoeirinha.

A mortalidade infantil é um indicador epidemiológico que mede o número de mortes por 1.000 nascidos vivos. Ele pode indicar o desenvolvimento socio-econômico e a influência de fatores do ambiente construído de uma população. Seus resultados expressam a situação de saneamento, escolaridade, oferta de serviços na rede básica de assistência, com oferta de pré-natal adequado, consultas pediátricas, nível nutricional da população.

Para entender a situação da mortalidade infantil no Município de Cachoeirinha é

preciso compará-la com a situação nos Municípios da 1ª Regional de Saúde e no Rio Grande do Sul. Isto possibilita avaliar tendências e/ou desvios no comportamento do parâmetro no Município. Os números apresentados na Tabela 4.2. até a Tabela 4.6 mostram que os coeficientes de mortalidade estão próximos à média do conjunto de Municípios da 1ª Regional de saúde, exceto para o ano de 2003, quando a mortalidade em menores de 1 ano foi de 19,77 por 1.000 nascidos vivos. Esta observação fez com que o Município instalasse um Comitê de Mortalidade Materno-Infantil (CMMI) com o objetivo de obter informações, apontar e

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Capítulo 4

38

acompanhar medidas para a redução de óbitos. Em 2006, os índices voltaram a apresentar elevação em relação aos índices de 2005. O coeficiente de mortalidade infantil em menores de 5 anos também sofreu elevação no período de 2006, ficando acima do coeficiente médio dos 22 Municípios que compõem a 1ª Coordenadoria Regional de Saúde e do Rio Grande do Sul como um todo. Tabela 4.2. Mortalidade Neonatal (<28 dias) por 1000 nascidos vivos em Municípios da 1ª CRS

2003 2004 2005 2006 Município

Coef. Nº Coef. Nº Coef. Nº Coef. Nº RS 9,77 1456 10,05 1.536 9,1 1344 8,8 1246 1ªCRS 7,89 409 7,86 421 7,4 382 7,4 368 Porto Alegre 7,45 143 7,48 146 7,2 137 7,2 132 Canoas 8,93 44 7,0 37 10,1 51 8,0 40 Gravataí 6,99 26 8,35 33 6,3 24 10,6 38 São Leopoldo 7,16 23 6,97 24 4,6 15 9,0 30 Alvorada 9,49 34 8,32 30 9,0 31 6,6 22 Cachoeirinha 10,73 19 7,2 13 5,8 10 9,8 17 Esteio 5,70 8 7,35 11 7,4 11 3,9 6

FONTE: NIS/DAS/SES, março 2007

Tabela 4.3. Mortalidade neonatal tardia (de 7 a 28 dias) em Municípios da 1ª CRS.

2003 2004 2005 2006 Município

Coef. Nº Coef. Nº Coef. Nº Coef. Nº RS 3,03 452 2,87 439 2,5 366 2,4 344 1ªCRS 2,49 129 2,56 137 2,3 119 2,3 113 Porto Alegre 2,34 45 2,92 57 2,5 47 Gravataí 2,15 8 2,28 9 1,6 6 4,5 16 Alvorada 3,35 12 4,44 16 2,0 7 3,0 10 Canoas 2,84 14 1,89 10 2,0 10 1,8 9 São Leopoldo 1,87 6 1,16 4 1,2 4 2,1 7 Cachoeirinha 4,52 8 0,55 1 2,3 4 2,3 4 Esteio 2,14 3 1,34 2 3,3 5 2,6 4 FONTE: NIS/DAS/SES, março 2007. Tabela 4.4. Coeficiente de Mortalidade Infantil - por 1000 nascidos vivos em menores de 1 ano.

2003 2004 2005 2006 Município

Coef. Nº Coef. Nº Coef. Nº Coef. Nº RS 15,94 2.374 15,13 2.312 13,6 2.005 13,1 1853 1ªCRS 13,90 720 12,92 692 12,1 622 12,2 607 Porto Alegre 13,34 256 12,24 239 12,9 244 12,2 224 Canoas 15,43 76 12,67 67 16 81 13,1 65 Gravataí 13,17 49 14,16 56 9,4 36 15,3 55 São Leopoldo 13,07 42 10,16 35 8,5 28 13,6 45 Alvorada 18,9 67 15,80 57 14,2 49 8,6 29 Cachoeirinha 19,77 35 13,32 24 10,9 19 13,3 23 Esteio 8,55 12 16,04 24 10,7 16 7,7 12

FONTE: NIS/DAS/SES, março 2007

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SAÚDE PÚBLICA

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Tabela 4.5. Taxa de Mortalidade em Menores de 5 Anos Coeficiente por 1.000 Nascidos Vivos por CRS e Município de Residência - SIM RS

2003 2004 2005 2006 Município/CRS

Coef. Nº Coef. Nº Coef. Nº Coef. Nº RS 18,98 2.828 17,6 2.687 15,9 2.332 15,6 2.206 1ª CRS 16,50 855 15,4 822 13,7 704 14,5 723 Porto Alegre 15,11 328 14,5 284 14,4 273 14,5 266 Canoas 18,88 95 15,1 80 18,8 95 16,1 80 Gravataí 15,59 60 15,4 61 11,0 42 16,4 59 São Leopoldo 15,25 55 12,8 44 10,9 36 16,3 54 Alvorada 21,48 77 19,1 69 16,5 57 10,4 35 Cachoeirinha 22,60 41 15,0 27 10,9 19 16,8 29 Esteio 10,69 22 19,4 29 10,7 16 8,4 13

FONTE: NIS/DAS/SES, março 2007

Tabela 4.6. Mortalidade infantil por 1000 nascidos vivos.

2003 2004 2005 2006 Período da mortalidade

Coef. Nº Coef. Nº Coef. Nº Coef. Nº Neonatal < 28 d 10,73 19 7,2 13 5,8 10 9,8 17 Neonatal tardia 7 a 28 dias 4,52 8 0,55 1 2,3 4 2,3 4 < 1 ano 19,77 35 13,32 24 10,9 19 13,3 23 < 5 anos 22,60 41 15,0 27 10,9 19 16,8 29

FONTE: NIS/DAS/SES, SMS (Vigilância Epidemiológica). No tocante a agravos à saúde de notificação obrigatória, a Tabela 4.7 apresenta as

ocorrências confirmadas para Cachoeirinha pelo Sistema de Notificações de Agravos - SINAN. Entre os agravos passíveis de serem evitados, estão os atendimentos anti-rábicos, os casos de tuberculose e as hepatites virais que devem ser melhor avaliadas quanto às áreas de risco e fatores de risco.

Tabela 4.7. Notificação Individual de Agravo para o Município de Cachoeirinha.

Lista Notificação 2003 2004 2005 2006 Atendimento Anti-Rábico Humano 225 213 166 147 Tuberculose 95 116 83 87 Meningite 32 44 80 54 Hepatites Virais 46 33 43 40 AIDS 36 28 26 18 Leptospirose 2 0 2 5 Hanseníase 0 2 0 3 Sífilis Congênita 0 2 3 2 Acidente por Animais Peçonhentos 0 3 0 2 Coqueluche 1 1 0 1 Malária 0 0 0 1 Tétano Acidental 0 0 0 1 Leishmaniose Tegumentar Americana 0 0 1 0 Dengue 0 0 0 0 Tétano Neonatal 0 0 0 0

FONTE: SINAN / MS.

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Capítulo 4

40

Observa-se na Tabela 4.7 que, de 2003 até 2006, o Município teve 9 casos de

leptospirose e 2 óbitos, sendo um em 2005 e outro em 2006. No Plano Diretor e no documento que traz a demanda da comunidade é apontada a necessidade de transferência da população localizada nas margens de arroios, em situação de risco por influência das enchentes do rio Gravataí. Os casos de leptospirose confirmados não demonstram situação crítica de risco para a doença, mas apontam para um risco em casos de contato da população com a bactéria, principalmente presente em lixões, arroios e valões, com presença de roedores.

Segundo informação da Vigilância Ambiental, na visita domiciliar da Vigilância

Epidemiológica ao paciente são verificados os fatores de risco, como proximidade de recursos hídricos, valões, lixões e presença de animais. Avaliação sorológica para leptospira em eqüinos de Cachoeirinha indicou presença de diferentes cepas de leptospiras nestes animais.

No caso de agressões por cães e gatos, os animais observados quando vão a óbito,

são encaminhados para exame no Centro de Pesquisas Veterinárias da Fundação de Pesquisa em Saúde, segundo protocolo da Secretaria Estadual da Saúde.

Algumas ações educativas são realizadas para a Dengue no Município, mas no geral

não ocorrem projetos de educação e conscientização promovidos pela saúde. Os casos de morbidade hospitalar e por neoplasia na 1ª Coordenadoria Regional de

Saúde e no Município de Cachoeirinha são apresentados na Tabela 4.8 e Tabela 4.9.

Tabela 4.8. Morbidade Hospitalar do SUS por grupo de doenças (Lista CID 10).

Número de pessoas Cachoeirinha 1ª CRS Grupo de doenças

2003 2004 2005 2006 2003 2004 2005 2006 Algumas doenças infecciosas e parasitárias

472 382 452 410 17.467 16.205 16.234 14.870

Neoplasias (tumores) 617 585 641 609 19.386 19.029 18.301 18.223 Doenças do aparelho circulatório

801 855 899 839 27.943 30.024 31.397 30.737

Doenças do aparelho respiratório

1.091 1.153 1.004 945 32.392 32.250 30.446 30.988

Pneumonia 410 415 372 374 9.283 10.426 11.466 12.473 Bronquite aguda e bronquiolite aguda

91 115 68 86 1.674 1.945 1.887 1.814

Asma 266 305 245 183 5.708 5.228 4.378 4.287 Causas externas 394 405 402 450 15.618 16.767 16.782 17.971 FONTE: DATASUS / MS.

No caso de doenças respiratórias agudas e crônicas, espera-se uma maior demanda de atendimentos nas Unidades de atendimento básico de saúde em localidades que apresentam concentração de estabelecimentos industriais, distritos e pólos industriais. Como Cachoeirinha possui um Distrito Industrial e apresenta uma distribuição de Unidades de Saúde em sua área, a coleta e analise das demandas atendidas nesta rede contribuiria com informações importantes sobre a possível influência ou não das atividades industriais nos transtornos respiratórios da população local. Na Tabela 4.10, Tabela 4.11 e Tabela 4.12 são apresentados indicadores sobre doenças respiratórias relativos à 1ª Coordenadoria Regional de Saúde e ao Município de Cachoeirinha.

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SAÚDE PÚBLICA

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Tabela 4.9. Taxa de mortalidade por Neoplasias (óbitos por 100.000 habitantes). Município 2003 2004 2005 2006

1ª CRS 7,61 7,51 8,02 8,57 Esteio 4,59 5,10 9,70 12,26 Sapucaia do Sul 5,18 6,85 4,59 11,56 Glorinha 8,82 4,17 8,82 11,32 Viamão 9,12 8,43 9,11 10,81 Alvorada 8,79 10,63 9,58 10,42 Novo Hamburgo 9,70 8,26 8,00 10,39 Santa Maria do Herval 0 13,33 6,90 10,00 Portão 3,03 4,00 6,40 9,76 São Leopoldo 6,32 5,05 8,26 9,65 Cachoeirinha 8,59 10,26 8,42 9,20 Porto Alegre 8,85 8,88 8,98 9,09 Nova Santa Rita 0 6,25 11,11 8,20 Ivoti 2,97 1,22 3,75 8,11 Gravataí 6,05 5,67 7,22 6,42 Sapiranga 5,14 2,93 4,11 4,62 Canoas 5,57 6,29 5,58 3,99 Nova Hartz 4,00 0,95 3,13 3,28 Morro Reuter 3,85 9,09 7,32 0 Lindolfo Collor 5,00 7,14 0 0

FONTE: DATASUS / MS.

Tabela 4.10. Internação hospitalar por doenças respiratórias em Cachoeirinha

Idade 2003 2004 2005 2006 Total

1 ano 278 311 206 221 1.016 1 a 4 anos 222 228 206 173 829 5 a 9 anos 80 80 127 77 364 10 a 19 anos 19 17 31 15 82 15 a 19 anos 13 22 6 7 48 20 a 29 anos 32 46 26 32 136 30 a 39 anos 48 43 35 36 162 40 a 49 anos 69 50 35 46 200 50 a 59 anos 71 87 89 86 333 60 a 69 anos 107 114 104 93 418 70 a 79 anos 95 102 82 109 388 >80 anos 57 53 57 50 217 Total 1.091 1.153 1.004 945 4.193

FONTE: DATASUS/MS Tabela 4.11. Internações hospitalares por doenças do aparelho respiratório.

Município 2003 2004 2005 2006 1ª CRS 32.392 32.250 30.446 30.988 Porto Alegre 13.057 13.268 12.820 13.100 Gravataí 1.880 1.848 1.948 2.034 Alvorada 2.100 2.261 1.946 1.805 São Leopoldo 1.508 1.456 1.303 1.430 Cachoeirinha 1.091 1.153 1.004 945 Esteio 876 824 763 791

FONTE: DATASUS/MS

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Capítulo 4

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Tabela 4.12. Coeficiente de mortalidade por doenças do aparelho respiratório.

Município 2003 2004 2005 2006 Total

Total 1ª CRS 7,93 8,27 8,61 8,82 8,40 Glorinha 20,59 8,11 14,71 24,32 16,90 Nova Santa Rita 16,67 12,68 14,52 13,16 14,33 Canoas 11,84 10,30 12,87 10,38 11,33 Presidente Lucena 10,00 7,14 9,09 18,18 10,87 São Leopoldo 9,02 11,13 11,28 10,91 10,55 Esteio 11,53 12,5 8,65 9,36 10,57 Gravataí 9,63 11,26 8,32 12,09 10,34 Cachoeirinha 10,08 8,15 9,36 9,74 9,30 Sapucaia do Sul 7,83 8,48 9,96 11,14 9,26 Novo Hamburgo 8,18 9,27 8,28 10,11 8,96 Porto Alegre 7,41 8,09 8,35 7,89 7,93 Viamão 7,07 7,21 7,64 8,80 7,70 Ivoti 10,26 6,19 7,39 6,74 7,67 Santa Maria do Herval 7,14 6,25 8,33 10,71 7,61 Campo Bom 5,84 7,10 8,76 9,22 7,55 Morro Reuter 7,89 7,55 6,25 7,69 7,42 Alvorada 7,14 6,63 6,32 7,2 6,82 Estância Velha 6,24 7,49 6,93 6,32 6,73 Nova Hartz 4,81 2,27 8,62 9,48 5,68 Sapiranga 3,79 4,07 7,73 5,92 5,10 Lindolfo Collor 2,17 5,00 4,76 8,33 5,08 Araricá 5,56 4,26 3,64 6,35 5,02 Dois Irmãos 4,98 3,89 2,88 3,79 3,90 Portão 1,34 2,02 3,23 4,64 2,71

FONTE: DATASUS/MS

A tuberculose é uma doença que pode ser considerada reemergente no Brasil. Está

associada às condições de vida da população e, segundo o Ministério da Saúde, sua associação com o ambiente é de 10%. São condicionantes da doença as condições sócio-econômicas, como moradias insalubres, alimentação deficiente, acesso à informação, à assistência. Na Tabela 4.13 é possível verificar o comportamento dos óbitos em coeficientes para a tuberculose na 1ª Regional de Saúde, no Município de Cachoeirinha e em alguns outros. É importante fazer uma avaliação do motivo que vem levando estes pacientes a óbito já que o Município apresenta condições sócio-econômicas boas e uma rede de saúde básica estruturada. Tabela 4.13. Óbitos por tuberculose (A15-A19).

2004 2005 2006

Município / CRS Coeficiente Nº Coeficiente Nº Coeficiente Nº

RS 2,6 280 2,9 318 2,5 272 1ª CRS 3,6 129 4,5 163 3,3 121 Porto Alegre (sede) 3,8 54 6,1 87 4,6 66 Canoas 5,5 18 4,9 16 3,0 10 Gravataí 3,9 10 1,1 3 3,3 9 Alvorada 5,4 11 5,7 12 3,3 7 São Leopoldo 2,9 6 2,9 6 2,4 5 Cachoeirinha 3,4 4 5,0 6 3,3 4 Esteio 7,1 6 4,7 4 2,3 2 FONTE: DATASUS/MS e SIM (Sistema de Informações de Mortalidade).

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SAÚDE PÚBLICA

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As taxas de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias, indicam a necessidade de melhor avaliação quanto à população exposta a riscos, áreas de risco e fatores de risco (Tabela 4.14). Em muitos casos, estas taxas expressam uma relação com situações de falta de saneamento e abastecimento de água tratada. Também tem relação com baixas taxas de alfabetização e escolaridade, o que também não está relatado para o Município, motivo pelo qual este indicador deve ser melhor investigado.

Tabela 4.14. Taxa de mortalidade por algumas doenças infecciosas e parasitárias (CID 10–I)

Município 2003 2004 2005 2006

1ª CRS 9,48 10,46 9,97 11,48 São Leopoldo 12,40 13,77 13,18 17,80 Cachoeirinha 10,81 12,57 15,27 16,34 Nova Hartz 4,05 8,93 7,89 16,22 Sapiranga 7,97 8,41 8,97 15,41 Nova Santa Rita 10,34 17,65 8,57 15,15 Glorinha 0 0 11,11 14,29 Alvorada 8,87 12 11,45 12,33 Novo Hamburgo 7,61 8,18 12,62 12,25 Canoas 12,84 15,56 10,11 11,78 Porto Alegre 9,81 10,03 9,73 11,62 Gravataí 9,78 12,08 10,02 11,28 Viamão 10,27 9,64 10,09 10,20 Sapucaia do Sul 7,17 5,88 4,70 9,42 Estância Velha 2,55 3,61 4,65 6,80 Esteio 10,34 12,16 12,27 4,14 Portão 0 4,04 1,49 3,17 Dois Irmãos 3,13 2,42 1,18 1,78 Lindolfo Collor 7,69 0 10 0 Santa Maria do Herval 3,13 0 0 0 FONTE: DATASUS/MS

A inclusão de acidentes de transporte como problema de saúde é recente. Tanto suas

causas como suas conseqüências e repercussão são alvos de estudos com objetivo de reduzir perdas humanas. A frota de veículos do Município de Cachoeirinha é constituída por 26.460 automóveis, 4.418 motos, 1.636 caminhões, 854 caminhonetes, 352 ônibus e 155 microônibus, segundo o Ministério da Justiça, Departamento Nacional de Trânsito e IBGE (2006).

Os dados da Tabela 4.15 até a Tabela 4.17, referentes a 2006, indicam que, embora o

Município possua um trânsito intenso de veículos, principalmente na Avenida Flores da Cunha, apresenta um dos menores coeficientes de mortalidade por 100.000 habitantes na comparação com os demais Municípios da 1ª CRS. Tabela 4.15. Mortalidade por acidentes de transporte por 100.000 habitantes (V01-V99).

Município / CRS Nº Coeficiente

RS 1.948 17,8 1ª CRS Total 563 15,4 São Leopoldo 42 19,8 Gravataí 40 14,8 Canoas 48 14,4 Porto Alegre (sede) 191 13,3 Esteio 11 12,6 Alvorada 21 9,8 Cachoeirinha 10 8,2

Fonte: NIS (Núcleo de Informações e Documentação) /DAS/SES.

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Capítulo 4

44

Tabela 4.16. Internações hospitalares por acidentes de transporte (V01-V99).

Município 2003 2004 2005 2006 Total 1ª CRS Total 4.685 4.760 3.141 3.699 16.285 Porto Alegre 1.947 2.084 1.949 2.246 8.226 Alvorada 181 179 147 214 721 Gravataí 203 176 159 158 696 Cachoeirinha 98 107 74 66 345 São Leopoldo 49 42 40 40 171

Fonte: DATASUS / MS

Tabela 4.17. Taxa mortalidade por acidentes de transporte (V01 – V99).

Município 2003 2004 2005 2006

1ª CRS Total 3,69 3,45 3,02 2,51 Glorinha 0 0 50 20,00 Lindolfo Collor 0 0 0 16,67 Dois Irmãos 0 0 0 13,64 Portão 6,67 9,09 5,88 7,69 Campo Bom 2,33 2,5 0 5,56 Sapucaia do Sul 2,35 4 7,02 4,62 Gravataí 5,42 7,39 1,89 4,43 Viamão 2,03 3,36 0,91 2,77 São Leopoldo 6,12 2,38 2,5 2,50 Porto Alegre 3,9 2,93 3,03 2,40 Alvorada 2,21 2,23 3,4 1,87 Cachoeirinha 2,04 0,93 4,05 1,52 Novo Hamburgo 5,46 4,19 0 1,49 Esteio 5,21 11,71 6,49 1,37 Canoas 3,49 3,4 3,31 0,83 Estância Velha 2,63 3,7 20 0 Nova Santa Rita 6,52 0 0 0 Sapiranga 4,11 5,41 6,67 0

Fonte: DATASUS/MS

A violência é outro indicador de morbidade e mortalidade por causas externas, que

também foi incorporado aos indicadores de saúde. Na Tabela 4.18 são apresentados os óbitos por homicídios, em que o Município de Cachoeirinha se encontra no 31º lugar, com coeficiente de 25,84 óbitos / 100.000 habitantes.

Tabela 4.18. Mortalidade por homicídios

Classificação Município Coeficiente (óbitos/100.000 hab) 9º Porto Alegre 39,07 11º Alvorada 38,94 12º São Leopoldo 38,06 23º Canoas 28,88 31º Cachoeirinha 25,84

Fonte: NIS/SES

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SAÚDE PÚBLICA

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4.1.3. Problemas atuais

O levantamento de dados secundários relativos à morbidade e mortalidade e os dados e informações fornecidas pela Vigilância Epidemiológica e Ambiental do Departamento de Vigilância em Saúde de Cachoeirinha indicam alguns riscos à saúde da população de Cachoeirinha como: • Coeficiente de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias elevado; • Coeficiente de mortalidade por doenças respiratórias superior ao coeficiente da 1ª Regional

de Saúde; • Número elevado de internações por doenças respiratórias; • Coeficiente de mortalidade infantil em menores de 1 ano superior ao coeficiente da 1ª

Regional de Saúde; • Elevado número de acidentes com mordedura por animais levando a tratamento anti-rábico; • Aumento no risco de acidentes ambientais e poluição do ar com repercussão na saúde

humana por produtos envolvidos nos processos produtivos do Pólo Industrial.

Frente a esses indicadores, foram identificados e hierarquizados, segundo o grau de importância, os seguintes principais problemas de saúde pública no Município, ligados a fatores e condições ambientais: a) Insuficiente investimento em recursos humanos, ausência de incentivos às equipes técnicas e articulação insuficiente entre os setores da saúde e entre saúde e outros setores (50 %); b) Elevado número de internações hospitalares por doenças respiratórias e por doenças evitáveis (30 %); c) Risco de ocorrência de acidentes industriais e veiculares (20 %).

4.2. PROGNÓSTICO Os três principais problemas detectados no diagnóstico levam a um prognóstico de

continuidade na situação de adoecimento da população pelas seguintes razões: a) Não há investimento em recursos humanos, capacitações e desenvolvimento de articulação para um trabalho integrado entre os diferentes setores no Município, resultando em menor eficiência no desempenho do Município frente às demandas da sociedade como um todo e da sua saúde em especial. b) Não há um trabalho de prevenção para reduzir o número de internações hospitalares e óbitos por doenças respiratórias e por outras causas. c) Não há planejamento para prevenir agravos ocasionados pela presença do Pólo Industrial como surtos de doenças infecciosas transmissíveis geradas pela migração de trabalhadores vindos de outros Estados; para atender o aumento da demanda por atendimento de doenças que podem ter associação com a presença de alguns tipos de indústrias como doenças respiratórias e neoplasias. Também não há planejamento para prevenir novos acidentes industriais e diminuir a poluição do ar que colabora com as doenças respiratórias agudas e crônicas.

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Capítulo 4

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Capítulo 5 5. ABASTECIMENTO DE ÁGUA E SANEAMENTO URBANO

ABASTECIMENTO DE ÁGUA E SANEAMENTO URBANO

Neste capítulo são apresentados dados e informações referentes a três serviços públicos prestados pela Administração Municipal à população de Cachoeirinha: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário e saneamento de resíduos sólidos domésticos, comerciais e de limpeza pública.

A pedido da equipe executora do Plano, a SMMA indicou um técnico da SEPLAN, com destacada experiência, para apresentar a sua avaliação pessoal sobre a situação atual e futura dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário local. A ele foi encaminhado um questionário contendo perguntas sobre a importância dos serviços, os problemas atuais e previsões, as medidas para eliminar os problemas, os requisitos para realizar as medidas e as formas de identificar resultados bons e ruins, em caso de execução das medidas. As respostas foram analisadas, estruturadas em um modelo multicritério, discutidas com o avaliador e integradas a este Plano. Após a realização do Seminário Técnico e da Audiência Pública, foram incorporados outros esclarecimentos julgados relevantes.

5.1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL O diagnóstico e o prognóstico foram realizados com base em dados fornecidos pela Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN) - em Canoas, CORSAN – Unidade Cachoeirinha; Sistema Nacional de Informações em Saneamento (SNIS), Secretaria Municipal do Planejamento de Cachoeirinha (SEPLAN), complementados por visitas a trechos dos arroios e consultas à bibliografia citada ao final. 5.1.1. Diagnóstico O abastecimento de água potável é constituído pelas atividades, infra-estruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição, segundo a recente Lei nº 11.445 / 2007, art. 3º, inciso I, alínea a.

As diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico são estabelecidas pela Lei Federal nº 11.445 / 2007. Os Municípios devem, portanto, dedicar grandes esforços para adequar-se a esta nova legislação, de forma a estabelecer uma política e estrutura de serviços em saneamento básico adequada, visando à universalização deste serviço, melhor qualidade de vida e menor degradação do meio ambiente.

A Lei Municipal n° 1529 / 1996 autoriza o Poder Executivo a formalizar a adesão do

Município de Cachoeirinha ao Programa Estadual de Águas 2025 e a celebrar o competente aditamento ao Contrato de Concessão celebrado pelo Município com a CORSAN.

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Capítulo 5

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a) Principais características do Sistema de Abastecimento de Água

A CORSAN - Unidade de Cachoeirinha é responsável pelo sistema de abastecimento de água e sistema de esgotamento sanitário do Município, cuja administração dos serviços é de responsabilidade da Superintendência da Região Metropolitana (SURMET), com sede em Canoas. A Secretaria Municipal da Saúde de Cachoeirinha acompanha a realização das análises de água pela CORSAN, a fim de verificar e garantir a qualidade deste serviço.

Em 2005, segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o índice de atendimento total de água em Cachoeirinha estava entre os maiores dos Municípios pertencentes à bacia do Gravataí, conforme a Tabela 5.1.

Tabela 5.1. Índice de atendimento de água nos Municípios da bacia do Gravataí.

Índice de atendimento de água - % Local

Estimativa de habitantes em 2005 Urbano Total

Canoas 329.174 100,00 100,00 Porto Alegre 1.428.696 100,00 99,54 Cachoeirinha 119.699 98,28 98,28 Alvorada 209.544 97,28 96,96 Viamão 256.709 86,68 80,66 Gravataí 264.953 85,82 78,27 Taquara 59.314 79,14 64,60 Santo Antônio da Patrulha 38.546 87,71 55,61 Glorinha 6.371 100,00 46,43

Fonte: SNIS – Diagnóstico de Água e Esgoto de 2005.

Atualmente, a população de Cachoeirinha atendida com água potável é de 120.661

habitantes, que representa 99,0 % do total estimado em 121.880 habitantes pelo IBGE (2006). O número de economias atendidas é de 39.946, com um total de ligações de 29.137 (CORSAN - Mar/07).

A CORSAN possui uma estação de tratamento de água (ETA) em Cachoeirinha responsável pelo abastecimento público de água potável. Esta faz parte de um sistema integrado, que atende também o Município de Gravataí. Apesar da grande área de abrangência deste serviço em Cachoeirinha, o Município tem limitações quanto às alternativas de captação de água bruta para distribuição de água potável, principalmente devido ao elevado grau de poluição do rio Gravataí e pelas baixas vazões do mesmo nos períodos de verão. As principais características do Sistema de Abastecimento de Água são apresentadas a seguir. • Captação e Adução de Água Bruta

A captação de água bruta para bombeamento na ETA Cachoeirinha pode ser realizada atualmente em 3 pontos: 2 pontos no arroio das Garças, em Canoas, e 1 ponto no rio Gravataí. Entretanto, este último foi desativado a partir de janeiro de 2007, pois mesmo passando por aeração em lagoa próxima ao rio Gravataí, antes do bombeamento a ETA, a água bruta apresentava elevado grau de poluição resultante do lançamento excessivo de esgotos sanitários e efluentes industriais na bacia do rio Gravataí. A utilização de água bruta apenas do arroio das Garças resultou numa melhoria da qualidade da água potável fornecida (por exemplo, sabor e odor), redução da quantidade dos produtos químicos utilizados e eliminação do carvão ativado no processo de tratamento da água na ETA Cachoeirinha. A adução de água bruta a ETA é realizada por duas estações de bombeamento cujas capacidades são de 300 l/s e 500 l/s.

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ÁGUA E SANEAMENTO

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• Processo de Tratamento da Água Bruta

A estação de tratamento de água de Cachoeirinha utiliza o processo convencional que envolve as seguintes etapas: clarificação (floculação, decantação e filtração), desinfecção (cloração), correção de pH (adição de cal) e fluoretação. A água potável é então armazenada nos reservatórios para distribuição.

A ETA Cachoeirinha opera 24 horas com uma vazão média de 810 l/s, produzindo 70.000 m3/dia. Cerca de 40 % da água tratada é destinada ao abastecimento de Cachoeirinha e 60 % para Gravataí. • Reservação

A estrutura de reservação do Município é constituída por 10 reservatórios totalizando 11.510 m3. Os locais e as capacidades dos reservatórios são os seguintes:

- ETA: 3.270 m3 (2 reservatórios enterrados de 1.500 m3 e 1 reservatório elevado de 270 m3); - Vista Alegre: 6.250 m3 (2 reservatórios enterrados de 3.000 m3 e 1 elevado de 250 m3); - Distrito Industrial: 400 m3 (reservatório elevado); - Vila Ponta Porã: 340 m3 (reservatório elevado); - Próximo ao Jardim Betânia: 250 m3 (reservatório elevado) - Parque da Matriz: 1000 m3 (reservatório semi-enterrado).

O centro de reservação situado no bairro Vista Alegre, além de abastecer este bairro e regiões mais altas de Cachoeirinha, também distribui água potável para Gravataí (bairros Morada do Vale e Parque dos Eucaliptos). Para a distribuição da água potável em Cachoeirinha, a CORSAN dispõe de 4 estações de bombeamento. • Comentários

A CORSAN realiza controle de qualidade da água bruta e da água potável distribuída, mediante a realização de análises físico-químicas e microbiológicas, a fim de atender os requisitos de potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde, Portaria nº 518/2004. Estas análises são realizadas no laboratório da ETA e no laboratório central da CORSAN.

A água potável distribuída é coletada para análise na ETA e em locais alternados de

pontas de rede de distribuição, visando garantir a qualidade dos serviços até o ponto de consumo. A CORSAN utiliza o IQA (Índice de Qualidade da Água) como um indicador geral da qualidade da água, que é dado em função dos seguintes parâmetros: coliformes fecais, potencial hidrogeniônico (pH), demanda bioquímica de oxigênio (DBO5), nitrogênio total, fósforo total, temperatura, turbidez, resíduo total e oxigênio dissolvido. Os valores de IQA são classificados nas seguintes faixas de qualidade: Excelente (91 a 100), Boa (71 a 90), Regular (51 a 70), Ruim (26 a 50) e Muito Ruim (0 a 25).

Verifica-se na Figura 5.1 que os valores de IQA da água coletada nas pontas de rede de

distribuição, durante os três últimos anos, apresentam-se em sua grande parte na faixa de qualidade boa. Conforme destacado, a utilização de água bruta do arroio das Garças a partir de janeiro de 2007 está permitindo o fornecimento de água potável com grande ganho em características como sabor e odor. Nos períodos de menores vazões do rio Gravataí, tendo em vista o seu elevado grau de poluição a qualidade da água fornecida tinha uma queda significativa, resultando em menores valores de IQA.

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70

80

90

100

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Mês

IQA (%)

2004 2005 2006

Fonte: Base de dados fornecidos pela CORSAN (Mar/2007)).

Figura 5.1. Índice de Qualidade da Água potável nas pontas de rede do sistema de distribuição de Cachoeirinha, período de 2004 a 2006.

b) Programas e Projetos Existentes

Os projetos da CORSAN em curto prazo para o sistema de abastecimento de água são os seguintes: • Sistema para separação do lodo gerado no decantador da ETA, permitindo a redução de

volume de resíduo sólido gerado e sua destinação adequada. Atualmente estão sendo avaliadas as melhores alternativas para posterior implantação;

• Instalação de reservatório de 5.000 m3 no centro de reservação Vista Alegre e nova estação de bombeamento para o abastecimento das regiões mais elevadas de Cachoeirinha.

c) Problemas Atuais

Conforme as informações da CORSAN, dos técnicos da Secretaria de Planejamento (SEPLAN) e demais fontes consultadas, foram identificados os seguintes problemas atuais do Sistema de Abastecimento de Água de Cachoeirinha:

• Destinação indevida dos resíduos do decantador (lodo e água) da ETA na rede pluvial; • Água do rio Gravataí não pode ser utilizada para abastecimento de água potável,

principalmente pelo elevado grau de poluição atual, acarretando a mudança total da captação de água para o arroio das Garças, localizado em Canoas;

• Insuficiência hídrica do rio Gravataí em períodos de verão, considerando a utilização de suas águas para fins de abastecimento público;

• Falta freqüente de abastecimento de água, principalmente nas regiões mais elevadas; • Falta de um sistema municipal de informações do serviço de abastecimento de água

potável, com descrição do sistema, parâmetros e indicadores dos serviços prestados. Conforme a caracterização e diagnóstico técnico das regiões de participação realizadas

no Plano Diretor Participativo (capítulo 2 do volume 2), as regiões do OP (Orçamento Participativo) com os maiores problemas de abastecimento de água são as seguintes: 6ª região do OP, 5ª região, 8ª região e 4ª região. Estas representam aproximadamente 49,64 % da população de Cachoeirinha.

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ÁGUA E SANEAMENTO

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A partir de uma análise geral da situação do sistema de abastecimento de água potável de Cachoeirinha, realizou-se a hierarquização dos principais problemas na Tabela 5.2. Tabela 5.2. Principais problemas do sistema de abastecimento de água potável em Cachoeirinha

Importância Problema

1° Falta de água freqüente nas regiões mais elevadas. 2° Regiões sem abastecimento de água potável -Sítio Túnel Verde, Sítio Ipiranga e Meu Rincão 3° Destinação dos resíduos do decantador da ETA na rede pluvial. 4º Insuficiência hídrica do rio Gravataí para abastecimento público em períodos de verão

5º Falta de um sistema de informações municipal dos serviços de abastecimento de água potável.

5.1.2. Prognóstico O sistema de abastecimento de água potável da CORSAN em Cachoeirinha apresenta atualmente bons resultados, considerando os seguintes fatores:

• grande abrangência dos serviços nos últimos três anos, variando entre 98 e 100 % (conforme informações de diagnóstico de água e esgoto do SNIS);

• capacidade satisfatória de atendimento à demanda de água pela população; • controle de qualidade adequado da água tratada na ETA e nas pontas de rede

(conforme Portaria do Ministério da Saúde n.º 518/2004); • busca de alternativas para captação de água bruta de melhor qualidade; • investimento em infra-estrutura e pessoal (laboratórios de análises, equipamentos de

medição, treinamento de pessoal) conforme relatórios de gestão da empresa, implementação de programa de qualidade, com resultados de reconhecimento público como o Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento (PNQS) em 2005, Melhores Unidades de Saneamento do Brasil e quatro Diplomas de Distinção dessa mesma premiação, sendo as Unidades de Saneamento agraciadas de Cachoeirinha, Dois Irmãos, Taquara, Campo Bom, Vacaria e São Lourenço do Sul.

Frente ao exposto e considerando-se os projetos existentes da CORSAN, espera-se

que, em curto prazo, haja uma redução da ocorrência do problema de falta de água nas regiões mais elevadas, encontre-se uma alternativa adequada para a destinação dos resíduos de decantação da ETA e haja a manutenção dos índices de atendimento de água potável apresentados até o momento. 5.2. SISTEMA DE ESGOTAMENTO DOMÉSTICO

O sistema de esgotamento sanitário é constituído pelas atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados de esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente (Lei Federal nº 11.445 / 2007, art. 3º, inciso I, alínea b).

A Lei Municipal n° 1528 de 1996 autoriza o poder executivo a celebrar contrato com

CORSAN, o qual abrange a realização de obras de implantação, ampliação e melhorias dos serviços de coleta, transporte, tratamento e destino final dos esgotos sanitários.

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Capítulo 5

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5.2.1. Diagnóstico

O sistema de esgotamento sanitário de Cachoeirinha é muito deficitário quanto à população atendida, como na maioria dos Municípios do país, segundo dados de diagnóstico de água e esgoto do Sistema Nacional em Saneamento, referente a 2005. Os recursos do Programa Pró-Guaíba permitiram a ampliação do sistema de esgotamento sanitário (rede coletora e estação de tratamento de esgoto) em Cachoeirinha, resultando num aumento do índice de atendimento total de esgoto de 21 % em 2001 para 40 % em 2003, de acordo com dados do Sistema Nacional de Informações em Saneamento - SNIS. Atualmente, a população local atendida com sistema de esgoto sanitário da CORSAN é de 48.752 habitantes (40 %), de um total estimado de 121.880 habitantes (IBGE, 2006).

Segundo dados do SNIS, em 2005, grande parte dos Municípios da bacia do rio Gravataí apresentava baixos índices de atendimento (abrangência do sistema de coleta de esgoto urbano e total) e também baixos índices de tratamento (tratamento do esgoto sanitário coletado), conforme dados da Tabela 5.3. Isto indica a necessidade de grandes investimentos nos sistemas de esgotamento sanitário dos Municípios da região metropolitana. Tabela 5.3. Índice de atendimento e tratamento de esgoto nos Municípios da bacia do Gravataí.

Atendimento de esgoto - %

Município Total de habitantes Urbano Total

Tratamento de esgoto (%)

Porto Alegre 1.428.696 88,1 85,5 25,8 Cachoeirinha 119.699 40,3 40,3 100,0 Gravataí 264.953 24,3 22,1 100,0 Alvorada 209.544 17,3 17,3 33,4 Canoas 329.174 12,5 12,5 34,1 Viamão 256.709 1,3 1,3 NI Glorinha 6.371 NI NI NI Santo Antônio da Patrulha 38.546 NI NI NI Taquara 59.314 NI NI NI

Fonte: SNIS - Diagnóstico de água e esgoto de 2005. (NI: Não Informado).

Estudos e trabalhos técnicos realizados na região hidrográfica do Guaíba e na bacia do rio Gravataí têm verificado que os lançamentos de efluentes sanitários e industriais têm agravado significativamente a poluição dos recursos hídricos desta região (IPH, 2002; FEPAM, 2001 e SEMA, 2007).

Segundo o diagnóstico da poluição industrial na região hidrográfica do Guaíba de 2001,

as vazões de efluentes de esgotos sanitários representavam 92 % das vazões dos efluentes lançados na bacia hidrográfica do rio Gravataí (FEPAM, 2001). Além disso, a carga de DBO5 dos esgotos sanitários lançados representava 94 %, enquanto dos efluentes industriais 6 %, conforme a Tabela 5.4. Estes valores mostram o grande potencial poluidor dos esgotos sanitários sem tratamento. Tabela 5.4. Distribuição das vazões e cargas de DBO5 do esgoto sanitário e efluente industrial

lançadas na bacia do Gravataí.

Efluente Vazão (m3/ano)

Vazão (%) Carga DBO5 (t/ano) Carga DBO5 (%)

Esgoto Sanitário 61.250.598 91,6 8.798 94,0 Industrial 8.798 8,4 559 6,0

Fonte: Diagnóstico da poluição industrial na região hidrográfica do Guaíba (FEPAM, 2001).

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ÁGUA E SANEAMENTO

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Segundo os dados de diagnóstico de água e esgoto do SNIS, em 2005, o volume de esgoto sanitário coletado era de 2.912.000 m3/ano; e o índice de atendimento total de esgoto era de 40,31 %. Isto resulta em um volume de esgoto gerado de 0,1636 m3/(hab.dia) para Cachoeirinha no ano de 2005. Para uma população total estimada de 121.880 habitantes em Cachoeirinha (IBGE, 2006), e um índice de atendimento de esgoto de 40 % em 2007, tem-se um volume total de esgoto sanitário gerado de 8.044 m3/dia (ou 2.936.060 m3/ano).

Algumas das características físico-químicas e biológicas do esgoto sanitário de

Cachoeirinha afluente às estações de tratamento de esgoto (ETE’s) são apresentadas na Tabela 5.5. Estes são os valores médios de alguns dos parâmetros monitorados pela CORSAN nas ETE’s. O esgoto sanitário recebido para tratamento apresenta-se com baixo teor de matéria orgânica (DBO5), sendo que a estação é projetada para um efluente com DBO5 de cerca de 300 (mgO2/l), possuindo então possibilidade de receber maiores cargas de matéria orgânica.

Tabela 5.5. Características físico-químicas e biológicas médias do esgoto sanitário coletado para tratamento em Cachoeirinha.

Ano pH DBO5

(mgO2/l)

Coliformes Termotolerantes (NMP/100 ml)

Nitrogênio total

(mg_N/l)

Fósforo total (mg_P/l)

Sólidos suspensos totais (mg/l)

2005 7,1 210 4.811.211 33,52 7,54 140,3 2006 7,2 128 14.092.534 36,15 7,69 91,4

Fonte: Base de dados fornecidos pela CORSAN (Fev/2007).

As estimativas das cargas brutas atuais e remanescentes de esgoto sanitário em

matéria orgânica (indicada por DBO5 - Demanda Bioquímica de Oxigênio) e Coliformes Termotolerantes para Cachoeirinha são apresentadas na Tabela 5.6. Estes valores foram determinados a partir do índice de atendimento de esgoto atual de 40 %, das eficiências médias de redução verificadas para a ETE Free-Way (90 % em DBO5; 99,5 % em Coliformes termotolerantes) que trata a maior parte do esgoto de Cachoeirinha, e dos coeficientes de 0,0158 t/(hab.ano) para DBO5 e de 8,47E+12 NMP/ano para Coliformes Fecais (IPH, 2002).

Tabela 5.6. Estimativas das cargas geradas de esgoto sanitário em Cachoeirinha (2007).

Cargas geradas de esgoto sanitário

Índice de atendimento de esgoto sanitário (%)

DBO5 (t/ano) Coliformes Fecais

( NMP/ano ) Bruta total - 1.925,70 1,03E + 18 Remanescente atual 40 1.232,45 6,21E + 17 Remanescente ideal 100 192,57 5,16E + 15

As cargas remanescentes de esgoto sanitário lançadas são elevadas, o que tem

contribuído entre outros fatores, para ocorrência da mortandade de peixes e contaminação dos recursos hídricos, prejudicando significativamente a captação de água para abastecimento. Conforme a Tabela 5.6, caso o índice de atendimento de esgoto fosse de 100 %, ocorreria uma grande redução das cargas poluidoras atualmente lançadas no Município, principalmente de matéria orgânica (em DBO5) e Coliformes Termotolerantes.

O volume de esgotos sanitários lançados sem tratamento na bacia do rio Gravataí são muito superiores à capacidade de diluição das águas, conforme resultados verificados no relatório final do trabalho “Identificação das Alternativas Possíveis e Prováveis para a Regularização das Vazões do Rio Gravataí” (IPH, 2002). Destaca-se ainda que é fundamental e urgente o tratamento desses efluentes domiciliares (esgotos sanitários), além dos demais efluentes gerados nesta região, a fim de recuperar-se a qualidade da água e possibilitar a busca de alternativas para a utilização sustentável destes recursos hídricos.

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Capítulo 5

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O lançamento de esgoto sanitário sem tratamento em Cachoeirinha ocorre principalmente nos arroios Passinhos e Brigadeiro, afluentes do rio Gravataí. O arroio Passinhos é lançado em galeria de esgoto pluvial que passa pelas vilas do Jardim Conquista e Vitória, onde há possivelmente a existência de vertentes de água, recebendo também contribuições de esgoto sanitário. Até o fim da Vila da Paz verificou-se que as contribuições de esgoto são bastante significativas, tendo em vista a vazão e características da água do arroio (odor, cor, matéria orgânica). O arroio Brigadeiro recebe lançamentos de efluentes sanitários também em Gravataí e Canoas (IPH, 2002; SEMA, 2007). Isto indica o quão importante é a ampliação do sistema de tratamento de esgotos sanitários em todos os Municípios da bacia do rio Gravataí, e a necessidade de ações conjuntas dos Governos Municipais e Governo do Estado, a fim de recuperar gradualmente os recursos hídricos e oferecer melhor qualidade de vida à população.

Durante a observação de trechos do arroio Passinhos, conforme a Figura 5.2, verificou-

se o lançamento de esgoto sanitário sem tratamento em vários bairros ao longo de seu curso e condições de grande risco à saúde da população situada às margens do arroio.

(Foto Adriano Pieres – março.2007)

Figura 5.2. Trecho do arroio Passinhos, em Cachoeirinha. O sistema de coleta de esgoto de Cachoeirinha é constituído, em alguns bairros, por

redes coletoras de esgoto pluvial e sanitário separadas, e em outros bairros por rede pluvial na qual o esgoto sanitário produzido também está ligado. A rede coletora de esgoto sanitário é do tipo separador absoluto, e possui uma extensão de 176 km, conforme dados do SNIS (2005), apresentando até janeiro de 2007 um total de 16.000 ligações, segundo a CORSAN.

Há duas estações de tratamento de esgoto sanitário em Cachoeirinha: a ETE Free-Way

e a ETE Granja Esperança, cujas características são descritas a seguir.

a) Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Free-Way • Localização e áreas atendidas

A ETE Free-Way está localizada no Município de Cachoeirinha, a direita da BR-290 (km 83 no sentido Porto Alegre a Osório), em frente ao Parque da Matriz, entre o arroio Passinhos, arroio Barnabé e rio Gravataí.

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ÁGUA E SANEAMENTO

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As áreas cujo sistema de tratamento de esgoto da ETE Free-Way abrange total ou parcialmente são as seguintes:

Bairros de Cachoeirinha: Carlos Wilkens, Jardim América, Veranópolis, Centro, Cohab, Ponta Porã, Vila Regina, City Nova, City Velha, Parque Brasília, Jardim Mauá, Vila Imbuhy, Eunice Velha, Eunice Nova, Vila Cachoeirinha, Parque da Matriz, Parque Silveira Martins, Jardim do Bosque, Parque Atlântico e Princesa Isabel;

Bairros de Gravataí: Vila Eliza, Bom Princípio, Bom Fim, São Judas, Vila Rica, Parque Florido, São Vicente, Vila Cruzeiro, Vera Cruz, Vila Branca, São Geraldo, Vila Centenário, Cohab A, Monte Belo, Vila Branca, Cohab C, São Jerônimo e Cohab B.

• Estações de bombeamento

Há três estações de bombeamento de esgoto sanitário em Cachoeirinha e uma em

Gravataí, que são responsáveis pelo abastecimento da ETE Free-Way.

• Características do Sistema de Tratamento da ETE A ETE Free-Way ocupa uma área de 938.599,38 m2 no Município de Cachoeirinha, e

500.673,78 m2 no Município de Gravataí, conforme a Figura 5.3. O sistema opera com dois módulos em paralelo, cada um composto por lagoas de estabilização em série: uma lagoa anaeróbia, uma lagoa facultativa e duas de maturação.

(Foto CORSAN, março. 2007).

Figura 5.3. Vista aérea a partir do fundo da ETE Free-Way Cada módulo da ETE tem capacidade para receber 195 l/s de esgoto sanitário, o que representa um total de 390 l/s para a Estação. A população atendida por estes dois módulos é de até 219.932 habitantes. Em 2006, a ETE Free-Way apresentou uma vazão média de esgoto sanitário tratado de 228 l/s e um volume médio mensal de esgoto de 542.683 m3, destacando-se que este volume corresponde ao esgoto tratado, que inclui os volumes recebidos de Cachoeirinha e Gravataí. A partir dos dados da CORSAN e SNIS, estimou-se que o percentual em volume de esgoto coletado em Cachoeirinha e tratado nesta estação foi de 78,6 % em 2006. O sistema opera com uma eficiência de remoção de matéria orgânica do esgoto sanitário de 90 % em DBO5 (Demanda Bioquímica de Oxigênio), e uma redução do teor de Coliformes Termotolerantes de 99,5 %. O esgoto sanitário tratado é lançado no rio Gravataí, em ponto próximo a ETE, podendo ser visto na parte inferior da Figura 5.3.

Ponto de lançamento do esgoto sanitário tratado no rio Gravataí

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Capítulo 5

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A ETE Free-Way está operando abaixo de sua capacidade total de tratamento de esgoto sanitário disponível para o Município. A estrutura para o tratamento dos efluentes sanitários do Município já existe, havendo necessidade de ampliação da atual rede coletora de esgotos. b) Estação de Tratamento de Esgoto Granja Esperança • Localização e áreas atendidas

A estação está localizada no bairro Granja Esperança, que é parcialmente atendido por este sistema de tratamento. Verificou-se o lançamento de esgoto sanitário sem tratamento na rede pluvial e em área verde próxima ao bairro, com riscos de degradação do ambiente, como a contaminação do solo e dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos. • Característica do sistema de tratamento

O tratamento do esgoto sanitário na ETE Granja Esperança é realizado em sistema constituído por lagoa aeróbia, com quatro aeradores mecânicos. Em 2006, a vazão média de esgoto tratado na ETE foi de 29,5 l/s, o que representa um volume mensal médio de 52.473 m3. A vazão máxima de operação é de 60 l/s de esgoto sanitário afluente a ETE. O percentual de volume de esgoto coletado em Cachoeirinha e tratado nesta estação foi estimado em 21,4 %.

A eficiência da ETE para remoção de matéria orgânica é de 80 % em DBO5, e de 99 %

para redução do teor de Coliformes Termotolerantes. A previsão de retirada de lodo biológico na ETE é a cada 15 anos. O corpo receptor do esgoto sanitário tratado é o arroio Brigadeiro. c) Destinação dos resíduos sólidos gerados no sistema

As destinações dos sólidos gerados no sistema de esgotamento sanitário de Cachoeirinha são as seguintes: • Areias e sólidos grosseiros: retidos no tratamento preliminar instalado junto às estações de

bombeamento de esgotos (EBEs) ou em alguns Poços de Visita – PV’s terão remoção mecânica por caminhão vácuo e manual com equipamento adequado e serão enterrados em local apropriado no parque da ETE, ou destinados a aterro sanitário.

• Natas com óleos e graxas e demais materiais flutuantes das Lagoas Anaeróbia e Facultativa, os quais são removidos com equipamentos adequados e enterrados em local apropriado na área da ETE.

• Macrófitas: retirada do eventual excedente das Lagoas de Maturação de macrófitas, secagem e o destino final em compostagem para uso agrícola ou em aterro sanitário.

d) Programas e Projetos Existentes

Em relação ao sistema de abastecimento de esgoto sanitário não foram informados projetos para os próximos três anos. e) Problemas Atuais

Foram identificados os seguintes problemas atuais do sistema de esgotamento sanitário de Cachoeirinha, conforme o diagnóstico apresentado e informações dos técnicos da Secretaria de Planejamento (SEPLAN):

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ÁGUA E SANEAMENTO

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• baixo índice de tratamento de esgoto sanitário; • esgoto sanitário coletado por rede de esgoto pluvial em vários bairros, seja por

inexistência de rede coletora de esgoto sanitário ou por ligações irregulares na rede pluvial;

• lançamentos de grande quantidades de esgotos sanitários nos recursos hídricos, contribuindo com grande parte da carga de matéria orgânica lançada na bacia do rio Gravataí;

• lançamentos de esgotos sanitários em áreas inadequadas, oferecendo riscos de degradação ambiental (solo, vegetação e recursos hídricos subterrâneos), como ocorre próximo aos bairros Granja Esperança e Vila Cachoeirinha;

• ocupação populacional em áreas próximas aos arroios, com riscos à saúde, devido à grande contaminação com esgotos sanitários e resíduos sólidos urbanos;

• falta de um sistema municipal de informações dos serviços de esgotamento sanitário; • reclamações da população quanto às tarifas cobradas pelo serviço de esgotamento

sanitário, o que tem desestimulado às ligações à rede de esgoto sanitário no Município.

A caracterização e diagnóstico técnico das regiões de participação, conforme o Plano Diretor Participativo (capítulo 2 do volume 2), indica que as regiões do OP (Orçamento Participativo) com os maiores problemas de adequação da rede de esgoto sanitário são as seguintes: 7ª região do OP, 6ª região, 5 ª região e 8ª região. Estas regiões representam aproximadamente 55,10 % da população de Cachoeirinha.

A partir da análise geral da situação do sistema de esgotamento sanitário de Cachoeirinha, os principais problemas foram hierarquizados segundo o grau de importância e apresentados na Tabela 5.7. Os programas e projetos propostos para o enfrentamento dos problemas atuais e de curto prazo encontram-se no volume 3, capítulo 4, deste Plano. Tabela 5.7. Principais problemas atuais do sistema de esgotamento sanitário em Cachoeirinha. Importância Problema

1° Lançamento de grandes quantidades de esgoto sanitário sem tratamento nos recursos hídricos.

2° Lançamento de esgoto sanitário em áreas inadequadas, como ocorre próximo ao bairro Granja Esperança e Vila Cachoeirinha, oferecendo riscos de degradação ambiental.

3° Risco de transmissão de doenças à população residente nas áreas próximas aos arroios que recebem esgotos sanitários.

4° Ligações irregulares de esgoto sanitário na rede de esgoto pluvial, em bairros com rede coletora de esgoto sanitário adequada.

5° Falta de um sistema de informações municipal do serviço de esgotamento sanitário

5.2.2. Prognóstico Os problemas identificados a partir do sistema atual de esgotamento sanitário de Cachoeirinha, provavelmente devem continuar em curto prazo, podendo agravar-se em virtude de alguns aspectos: • pequena variação do índice de atendimento de esgoto sanitário no Município, o qual se

manteve em torno de 40 % nos últimos três anos; • inexistência de projetos em execução ou previstos em curto prazo para o sistema de

esgotamento sanitário.

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Capítulo 5

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Com o crescimento da população de Cachoeirinha e a manutenção do atual índice de atendimento total de esgoto sanitário, pode ocorrer o agravamento de determinados problemas, como por exemplo: • aumento do volume de esgoto sanitário lançado sem tratamento nos recursos hídricos; • aumento dos níveis atuais de poluição dos recursos hídricos pelo lançamento de esgoto

sanitário sem tratamento; • maiores riscos à saúde da população, principalmente com moradias próximas aos arroios

ou rio Gravataí, favorecendo a transmissão de doenças como hepatite A, dengue, poliomielite, febre tifóide e cólera;

• entupimentos da rede pluvial de esgoto em virtude do lançamento de maiores quantidades de esgoto sanitário na mesma.

5.3. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

O diagnóstico e o prognóstico apresentados a seguir se referem aos serviços públicos

de coleta, tratamento e destinação final de resíduos sólidos urbanos domiciliares, comerciais e de limpeza pública do Município. Para realizá-los, foram utilizados dados e informações fornecidos pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, visita ao Aterro Santa Tecla, visita a diversos locais no Município, visitas e consultas à FEPAM e METROPLAN e consultas à literatura e a sites de órgãos de interesse, disponíveis na internet. O conceito de resíduos sólidos é clássico e está disposto na norma NBR 10004 da ABNT (2004): são os resíduos no estado sólido e semi-sólido como aqueles que resultam de atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável ao seu lançamento na rede pública ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. Os Resíduos Sólidos Urbanos compreendem aqueles produzidos em atividades desenvolvidas nos centros urbanos abrangendo diversas origens: residencial (ou domiciliar), comercial, de estabelecimentos de saúde, industriais, da limpeza pública, da construção civil e agrícolas. Destes, são responsabilidades do poder municipal o gerenciamento (coleta, transporte, tratamento e disposição final) dos resíduos de origem domiciliar, comerciais e de limpeza pública (Zanta e Ferreira, 2003). 5.3.1. Legislação

Segundo Zanta e Ferreira (2003), o Brasil dispõe uma ampla legislação a respeito do tema, entre leis, decretos, portarias e normas técnicas. Há, entretanto, uma dificuldade de cumprimento à legislação. Segundo a autora, há poucas iniciativas para elaboração de leis específicas de Políticas de Gestão de Resíduos Sólidos que estabeleçam objetivos, diretrizes e instrumentos em consonância com as características sociais, econômicas e culturais dos estados e Municípios.

No Brasil, com a Lei nº 1.561-a, de dezembro de 1951, que trata do Código de Normas Sanitárias no Estado de São Paulo e dispõe sobre a coleta pública, transporte e destinação final, os resíduos sólidos começaram a ser destacados (Schneider et al., 2001).

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Em 1954, o artigo 12 da Lei Federal nº 2.312 determina que “a coleta, o transporte e o destino final do lixo deverão processar-se em condições que não tragam inconvenientes à saúde e ao bem estar públicos”. Esta diretriz foi confirmada em 1961 com a publicação do Código Nacional de Saúde art. 40 (Brasil, 1961, In. Brasil, 2001).

A questão ambiental, na problemática da saúde, foi abordada na 3ª Conferência Nacional da Saúde em 1966 (Schneider et al., 2001). Em 1979, o Ministério do Interior (MINTER) determina na portaria nº 53 que os resíduos sólidos de natureza tóxica, bem como os que contêm substâncias inflamáveis, corrosivas, explosivas, radioativas e outras consideradas prejudiciais, devem sofrer tratamento ou acondicionamento adequado no local de produção e nas condições estabelecidas pelo órgão estadual de controle de poluição e de preservação ambiental (Ministério da Saúde, 2001).

Na 8º Conferência em 1986 e na 9ª Conferência em 1992, considerou-se a legislação brasileira a respeito deste tema adequada, sendo necessária apenas cumpri-la (Brasil, 1996, In. Schneider et al., 2001).

A Lei federal nº 6.938, de 1981, estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente e constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA. O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA – é o órgão consultivo e deliberativo do SISNAMA. O Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA – criado em 1989, é o executor da política ambiental em âmbito nacional (Schneider et al., 2001).

A Constituição Brasileira de 1988 estabelece no artigo 225: “todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. A competência em proteger o meio ambiente e promover programas de melhorias das condições habitacionais e saneamento básico, segundo o artigo 23 desta Constituição, é da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Em 1990, surgiram emendas parlamentares destinadas a financiar a coleta e o tratamento de resíduos. Foi sancionada em 1990 a Lei federal nº 8.080, que dispõe sobre as condições para promoção, proteção, recuperação da saúde, organização e funcionamento dos serviços correspondentes. Esta lei regulamentou o art. 200 da Constituição Federal, conferindo ao Sistema Único de Saúde (SUS), além da promoção a saúde da população, a participação na formulação da política, na execução de ações de saneamento básico e na proteção do meio ambiente (Brasil, 2001).

Com as manifestações de ambientalistas contrários ao uso de incineradores para o tratamento de resíduos sólidos em 1991, neste mesmo ano, o CONAMA elaborou a resolução nº 06, a qual determina que “fica desobrigada a incineração ou qualquer outro tratamento de queima de resíduos sólidos provenientes dos estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos, ressalvados os casos previstos em lei e acordos internacionais”.

Em 1997, o CONAMA publicou a Resolução 237, a qual estabelece uma norma geral sobre licenciamento ambiental, competências, listas de atividades sujeitas a licenciamento, etc. (Zanta e Ferreira, 2003).

Em fevereiro de 1998, publicou-se a Lei de Crimes Ambientais que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e dá outras providências. A penalização por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos em desacordo com as exigências estabelecidas em leis e regulamentos está prevista em seu artigo 54, parágrafo 2º, inciso V (Zanta e Ferreira, 2003).

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Capítulo 5

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Em 2004 e 2005, a Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o CONAMA, publicaram resoluções diversas, mas harmonizadas, (Resolução ANVISA nº 306, 2004 e CONAMA, 2005) que dispõem sobre gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.

Em janeiro de 2007, o Congresso Nacional aprovou a Lei nº 11.445, que estabelece as

diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico ( vide capítulo 2).

Além das legislações apresentadas, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), tem publicadas diversas normas técnicas a respeito do tema.

No âmbito estadual, a Lei nº 11.520 / 2000, que institui o Código Estadual do Meio Ambiente do Estado, estabelece: no art. 217, que a coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final de resíduos devem ser licenciados perante o órgão ambiental e processar-se-ão de forma e em condições que não constituam perigo imediato ou potencial para a saúde humana e o bem-estar público, nem causem prejuízos ao meio ambiente. No art. 218: compete ao gerador a responsabilidade dos resíduos produzidos; Art. 219: a segregação dos resíduos sólidos domiciliares na origem, visando o seu reaproveitamento otimizado, é responsabilidade de toda a sociedade e será implantado pelo Estado e Municípios, mediante programas educacionais. Em âmbito municipal, a Lei Orgânica de 1990 trata do Saneamento Básico e Domiciliar, estabelecendo as condições de uso e preservação do Meio Ambiente. A lei nº 1.172, de 1991, dispõe sobre o Código de Posturas do Município e dá outras providências. Em setembro 1993, foi aprovada a Lei nº 1.339, que dispõe sobre a Política Ambiental do Município de Cachoeirinha e estabelece as ações relativas ao Saneamento básico e domiciliar, no Capítulo III. 5.3.2. Diagnóstico

O cenário nacional apresenta uma população de 170 milhões de habitantes, produzindo em torno de 126 mil toneladas de resíduos sólidos. O IBGE (2002) registra que 63,6% dos Municípios depositam seus resíduos sólidos em “lixões”, 13,8% utilizam aterros sanitários e 18,4% dispõem seus resíduos em aterros controlados. Os restantes 4,2 % dos Municípios não declararam o destino de seus resíduos.

De acordo com Zanta e Ferreira (2003), o depósito de resíduos em “lixões” a céu aberto é uma forma de disposição desordenada, propiciando contaminação de solos, ar e águas, bem como a proliferação de vetores.

O Plano Diretor de Resíduos Sólidos - PDRS da Região Metropolitana de Porto Alegre (SECRETARIA..., 1998) registra que a taxa de geração média de resíduos urbanos domiciliares na RMPA é de 0,55 kg/hab.dia, mas os Municípios possuem taxas de geração bastante distintas, em função de suas características urbanas, econômicas, etc. Enquanto que a capital possui uma taxa da ordem de 0,69 kg/hab.dia, os demais valores variam entre 0,28 e 0,54 kg/hab.dia, sendo que os valores mais baixos representam os Municípios com menor grau de urbanização (Araricá) ou Municípios dormitório (Alvorada). Já as maiores taxas de geração representam os Municípios com maior grau de urbanização e comércio intenso, como Novo Hamburgo e Canoas. Segundo o PDRS, a maioria dos resíduos domiciliares é disposta em aterros controlados e uma pequena parte em aterros sanitários e lixões, conforme exposto na Figura 5.4.

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ÁGUA E SANEAMENTO

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Figura 5.4. Disposição de resíduos nos Municípios da RMPA (SECRETARIA..., 1998).

Em Cachoeirinha, os serviços de Limpeza Pública são administrados pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos – SMSU. Consistem na coleta de resíduos domiciliares, do comércio, seletivo, entulhos, remoção de galhos, árvores, animais mortos e outros rejeitos volumosos, serviços diversos de limpeza, varrição, capina manual e mecanizada, limpeza e pintura de meios fios, manutenção de áreas públicas, lavagem especial de monumentos e equipamentos públicos, limpeza e raspagem de avenidas.

A SMSU não dispõe de Sistema de Gerenciamento Ambiental nem de um banco de dados e/ou estudos estruturados que avaliem os Resíduos Sólidos gerados no Município sob o enfoque de fontes, geração e destino final. O sistema utilizado pela Secretaria para a coleta e destinação final de resíduos sólidos gerados é apresentado na Tabela 5.8 e descrito a seguir. Os serviços são acompanhados através do controle de pesagens na balança e fiscalização do Aterro Sanitário Metropolitano de Santa Tecla, fiscalização nas rotas das coletas, planilhas da balança e elaboração de relatórios para acompanhamento dos dados. Tabela 5.8. Sistema de coleta e destinação final de resíduos sólidos urbanos.

Tipo de Coleta Tipo de Resíduo Tipo de Caminhão Abrangência / Freqüência

Destinação Final

100% do Município Domiciliar Doméstico Coletor com compactador

3 dias / semana Aterro Sanitário Santa Tecla

Áreas determinadas Seletiva Reciclável Caminhão

5 dias / semana ACRER

Especial Podas, entulhos, varrição, etc.

Caminhão caçamba e retro-escavadeira de pneus

Conforme demanda e roteiros estabelecidos

Aterro de inertes (Gravataí)

Fonte: Secretaria de Serviços Urbanos – 2007 • Coleta Domiciliar

Trata-se do serviço de coleta de lixo gerado nos domicílios de todo o Município, da seguinte forma:

- diariamente na Avenida Flores da Cunha três vezes ao dia, - três vezes por semana nos bairros; - um ponto de recolhimento na região rural, apenas. A coleta é realizada por empresa terceirizada, que recolhe aproximadamente 66

toneladas por dia. A coleta é feita por caminhões coletores compactadores, nos turnos manhã, tarde e noite sendo o destino final destes resíduos no Aterro Sanitário Metropolitano Santa Tecla.

3%34%

63%

Aterros sanitários

Lixões

Aterros controlados

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Capítulo 5

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O Aterro Sanitário Metropolitano Santa Tecla foi implantado em 15 de janeiro de 1998, no Município de Gravataí, através de um convênio entre as prefeituras de Porto Alegre, Cachoeirinha, Esteio e Gravataí. Além da execução do aterro, o consórcio envolveu outras questões relacionadas ao tema, como a implantação de usinas de compostagem, de triagem, a implantação de coleta seletiva e prestação de assessoria técnica nestas áreas por parte da prefeitura de Porto Alegre, contando com a participação da ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária).

Inseridas no convênio do Aterro Metropolitano Santa Tecla e atendendo ao Município de

Gravataí, operam duas Unidades de Triagem e um Convênio com associações de catadores, em parcerias com empresas na coleta seletiva.

Conforme informado pela SMSU, o Aterro Sanitário caminha para o fim de sua vida útil,

tendo capacidade estimada de recebimento até agosto de 2008, para uma quantidade de recebimento de resíduos de 270 toneladas por dia. O Município de Porto Alegre não participa mais com seus resíduos no aterro, ficando a operação e monitoramento ao encargo dos demais Municípios. Encontra-se operando numa área ampliada de 2,8 hectares, sem licenciamento ambiental, através de Liminar judicial.

• Coleta Seletiva

Destina-se à coleta de resíduos recicláveis, que possam ser utilizados pela indústria de transformação, produzidos nos domicílios e outros pontos de geração de resíduos. São recolhidas de 35 a 40 toneladas por mês.

É realizada através de empresa terceirizada com caminhões. O resíduo reciclável

recolhido é levado para a unidade de triagem, pertencente à Associação dos Classificadores de Resíduos Recicláveis (ACRER). Foi fundada em 22 de dezembro de 1999 com pessoas de baixa renda, interessadas na criação de uma entidade que busca a conscientização ecológica através da reciclagem de resíduos e com apoio de recursos da METROPLAN. Obteve Licença de Operação emitida pela FEPAM em 2006.

Além dessa coleta, foi lançado em 2006 e se encontra em desenvolvimento o Projeto

Piloto do Movimento dos Catadores, que busca o recolhimento de resíduos recicláveis nos domicílios do Município. Tendo freqüência e roteiros pré-estabelecidos e envolvendo cerca de vinte catadores, com crachás de identificação. • Postos de Entrega Voluntária – PEVs

O programa Postos de Entrega Voluntária - PEVs foi implantado em escolas do Município, visando facilitar a entrega de material reciclável de forma voluntária pela população. • Coleta de Podas

Podas, cortes e transplantes de árvores são administrados pela SMMA, mediante a solicitação da Secretaria Municipal de Trânsito ou da comunidade, visando à condução, manutenção e conservação da arborização presente nas vias públicas, parques, praças e jardins do Município. A solicitação deve ser encaminhada diretamente à SMMA para que seja realizada vistoria e posterior autorização. Os serviços são terceirizados a empresas que procedem à coleta e destino final dos resíduos, obedecendo a roteiros e freqüências estabelecidos, bem como demandas. Segundo a SMSU, estes resíduos são dispostos em um Aterro de Inertes licenciado em Gravataí.

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• Coleta de Entulhos Trata-se dos serviços de coleta de lixo inerte, como resíduos de construção, entulhos e galhos. Devido à característica deste tipo de resíduo e sua abundância nos diversos bairros do Município, existe uma sistemática de recolhimento para o mesmo, tendo sido alvo, nos últimos tempos de grande atuação da iniciativa privada com o uso disseminado de caçambas estacionarias. Os serviços são terceirizados a empresas que procedem à coleta e destino final dos resíduos, obedecendo a roteiros e freqüências estabelecidos, bem como demandas. Segundo a SMSU, estes resíduos são dispostos em um Aterro de Inertes licenciado em Gravataí. • Coleta Comercial Esta coleta é realizada em conjunto com a domiciliar e está voltada ao atendimento de resíduos que se diferenciam mais pela identidade do gerador do que propriamente pelas suas características. É executada por empresa terceirizada, diariamente na Avenida Flores da Cunha. • Serviço de Capina e Roçada A capina é aplicada às gramíneas que se desenvolvem nos interstícios das pedras componentes da pavimentação dos arruamentos, principalmente nas proximidades do meio fio. Pode ser realizada de três maneiras:

- Capina manual – é a retirada manual, com uso de enxada. - Capina mecanizada - é a retirada do capim com o uso do trator roçadeira. Em áreas planas e de dimensões mais amplas é conveniente utilizar este equipamento em face da sua grande produtividade e melhor acabamento de corte. Em complementação, podem ser utilizadas as roçadeiras laterais ou costais para realizar o aparo dos gramados dos passeios. - Capina química - é a retirada do capim com a utilização de herbicidas pré e pós-emergentes. A Portaria FEPAM n.º 16/94 proíbe o uso de herbicidas para a capina e limpeza de ruas, calçadas, terrenos baldios, margens de arroios e valas em todo o Estado.

A roçada esta ligada ao desbaste de vegetação podendo ser aplicada tanto aos gramados existentes em largos canteiros centrais, praças e áreas verdes em gerais como na vegetação arbustiva existente as margens de estrada vicinais do Município.

Os serviços são terceirizados a empresas que procedem à coleta e destino final dos resíduos, obedecendo a roteiros e freqüências estabelecidos, bem como demandas. Segundo a SMSU, estes resíduos são dispostos em um Aterro de Inertes licenciado em Gravataí. • Varrição A varrição compreende os serviços de retirada dos resíduos descartados e ou depositados nas vias públicas da cidade pela ação das pessoas ou da natureza. A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos realiza diariamente este serviço através de empresa terceirizada, com roteiro e locais pré-estabelecidos. Segundo a SMSU, estes resíduos são dispostos em um Aterro de Inertes licenciado em Gravataí. • Coleta de Animais Mortos A Secretaria de Serviços Urbanos promove a coleta de animais mortos no Município através de empresa terceirizada, mediante solicitações e ocorrências informadas. Há expressiva geração nas vias de trânsito rápido, em especial na Avenida Flores da Cunha.

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Capítulo 5

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• Problemas atuais

A primeira fonte de informações analisada sobre os problemas atuais relacionados aos

resíduos sólidos no Município é o Plano Diretor Participativo (PREFEITURA MUNICIPAL DE CACHOEIRINHA, 2006). Por ocasião da 4ª Oficina Temática, sobre Meio Ambiente, a comunidade presente ao evento manifestou-se, identificando, entre outros, os problemas e sugestões sobre resíduos sólidos apresentados no Quadro 5.1.

A pedido da equipe de planejamento, a SMMA indicou uma técnica, com destacada

experiência, para apresentar a sua avaliação pessoal sobre a situação atual e futura dos resíduos sólidos no Município. A ela foi encaminhado um questionário contendo perguntas sobre a importância dos resíduos sólidos, os problemas atuais e previsões, as medidas para eliminar os problemas, os requisitos para realizar as medidas e as formas de identificar resultados bons e ruins, em caso de execução das medidas. As respostas foram analisadas, estruturadas em um modelo multicritério, discutidas com o avaliador e integradas a este Plano.

Quadro 5.1. Problemas e sugestões sobre resíduos sólidos apresentados pela comunidade.

Problema Ambiental Sugestões 1. Recursos hídricos

Poluição dos arroios com lixo e esgoto Despoluir e recuperar, solucionar com saneamento básico e educação ambiental.

2. Rio Gravataí

Lixo, esgoto e barcas abandonadas Proibir o depósito de resíduos, ligação dos esgotos no Pro-Guaíba, fiscalização e limpeza constante.

3. Parque Municipal Tancredo Neves Falta de regulamentação Regulamentar o uso Abandono Manutenção e fiscalização 4. Banhado do Shopping Lixo Manter limpo, retirar o lixo 5. Resíduos sólidos e aterro sanitário Sem aterro ao lado da escola Santa Tecla, falta de área no Município.

Procurar local específico, protegido e seguro para depósito de lixo

Falta de coleta seletiva Implantar e Intensificar a coleta seletiva

Falta de reciclagem Se unir com outros Municípios para solucionar- reciclagem, compostagem, fiscalização na disposição de óleo domestico

Falta de educação ambiental Promover a educação ambiental em todos os níveis

Falta de galpão Apoiar o galpão de reciclagem e fazer pré-seleção de todo o lixo recolhido

6. Resíduos vegetais Podas indiscriminadas Incentivo no IPTU para arvores bem cuidadas Mistura com o lixo seco Aproveitamento como lenha, compostagem.

Jogado em qualquer lugar Educação ambiental, evitar podas, dar destinação adequada.

Poda ilegal Informação e consorcio com outros Municípios 7. Resíduos tóxicos (pneus, produtos químicos, etc.) Falta de local de recebimento Obrigar produtores a abrir postos de recolhimento Falta de recicladoras Não saber destino Implantar sistemas de coleta Poluição da cidade Despoluir a cidade, reeducar.

Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE CACHOEIRINHA (2006).

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A Coleta Seletiva encontra na coleta informal uma importante questão, pois retira resíduos da unidade de triagem com isso diminuindo a receita da ACRER. Atualmente são necessárias melhorias na infra-estrutura da ACRER, tendo em vista o local em que se situa e as condições atuais do prédio de triagem.

Além disso, o setor de comércio e o seu número de empresas são consideráveis e seus resíduos passíveis de inserção como matéria-prima nas Unidades de Triagem.

Buscar ampliar as ferramentas de monitoramento e fiscalização, visando garantir a integridade do Meio Ambiente, são os desafios mais prementes dentro do panorama de resíduos sólidos e demais áreas correlatas.

Dentre os mais graves problemas existentes no Município, estão as inúmeras

disposições clandestinas de lixo, tanto em terrenos baldios como nos cursos d’água. Este problema está relacionado com a baixa eficiência dos serviços de coleta e com fatores culturais e econômicos (Figura 5.5 e Figura 5.6).

(Foto Adriano Pieres – março.2007)

Figura 5.5. Disposição irregular de resíduos sólidos em área próxima ao Distrito Industrial.

(Foto Adriano Pieres – março.2007)

Figura 5.6. Disposição irregular de resíduos sólidos domésticos no arroio Passinhos.

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Capítulo 5

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Uma análise da problemática integral atual dos resíduos sólidos urbanos revela a

situação exposta na Tabela 5.9, em ordem de importância.

Tabela 5.9. Hierarquização dos problemas atuais relacionados a resíduos sólidos urbanos.

Importância Tema Problema

1 Disposição Necessidade de novo aterro sanitário a partir de agosto de 2008

2 Disposição Disposição e queima irregular de lixo e entulhos no solo

3 Disposição Disposição irregular de lixo e entulhos em cursos d´água. 4 Disposição Falta de fiscalização na disposição irregular de lixo e entulhos.

5 Coleta seletiva Coleta formal, informal e em PEVs insuficiente

6 Coleta domiciliar Baixa eficiência do serviço de coleta 7 Unidades de triagem Deficiências na ACRER e falta de novas unidades de triagem

8 Administração Falta estruturação, monitoramento, integração e ampliação do banco de dados sobre as fontes e geração de resíduos entre as Secretarias municipais.

5.3.3. Prognóstico

O prognóstico a seguir apresentado visa estimar a geração de resíduos sólidos urbanos do Município para os próximos três anos, com base no Plano Diretor de Resíduos Sólidos - PDRS da Região Metropolitana de Porto Alegre (SECRETARIA..., 1998).

a) Variáveis e conceitos relevantes O crescimento populacional (forma de espacialização da população urbana) e os hábitos

de consumo que decorrem do crescimento econômico constituem os parâmetros fundamentais para a construção do cenário futuro. Alguns desses parâmetros estão conceituados a seguir: • População residente - constitui-se a base para os estudos prognósticos (leva em

consideração: ambiente urbano, crescimento econômico, investimentos em infra-estrutura urbana, entre outros);

• Densidade populacional - capacidade de cada Município em densificar sua mancha urbana,

suas densidades críticas e capacidades de verticalização; • Mancha urbana - importante para a determinação das estratégias para processamento e

destinação final dos resíduos sólidos, porque condiciona a habilitação de áreas para a implantação dos sistemas de manejo de lixo;

• Taxas de geração de resíduos sólidos domiciliares – deve ser levado em consideração, já

que, a taxa de geração de resíduos depende do desenvolvimento econômico da região e da população do Município;

• Passivo de disposição final - quantidade acumulada de resíduos sólidos urbanos que será

remetida aos aterros ou depósitos municipais (coleta, varrição e serviços auxiliares). É útil para a avaliação das necessidades futuras de áreas para a disposição final.

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b) Horizonte de tempo utilizado O PDRS (1998) analisa os horizontes temporais em função de ações preventivas ou das remediações. São apresentadas quatro alternativas de ações: emergenciais (3 anos), de curto prazo (6 anos), de médio prazo (12 anos) e de longo prazo (de 32 a 52 anos). Este Plano propõe um prognóstico de três anos e apresenta propostas de Programa e Projetos para esse período no capítulo 5 do volume 3. c) Projeção populacional

A estimativa de crescimento populacional apresentada no PDRS (1998) leva em consideração diversos parâmetros, entre eles, fenômenos migratórios (Tabela 5.10).

Tabela 5.10. Estimativas de crescimento populacional para Cachoeirinha.

Ano 2002 2006 2008 2010

Nº de habitantes 114.182 131.659 136.604 140.591

Fonte: PDRS (1998).

d) Projeção de taxa de geração de resíduos sólidos urbanos

As unidades de medida, as formas de cálculo e os valores de referência dos diversos

tipos de resíduos para Cachoeirinha são apresentados na Tabela 5.11. As estimativas de geração de resíduos sólidos até 2008 encontram-se na Tabela 5.12. Tabela 5.11. Unidades de medida e valores de referência dos tipos de resíduos sólidos.

Tipo de Resíduo Unidade de medida Valor Ano Domiciliar kg / hab / ano 0,48 1997 De limpeza pública (varrição, capina e roçada, limpeza de cemitérios, remoção de animais mortos e outros).

% sobre os Resíduos Domiciliares 6,90% 1997

Fonte: PDRS (1998). Tabela 5.12. Estimativa de geração de resíduos sólidos urbanos para Cachoeirinha.

Variável 1.997 2.006 2.008 2.010

População (hab.) 98.472,00 131.659,00 136.604,00 140.591,00

Taxa (kg/hab.dia) 0,48 0,59 0,60 0,60

Resíduos domiciliares ..................... kg / dia 47.266,56 77.678,81 81.962,40 84.354,60

Resíduos de limpeza pública .......... kg / dia 3.261,39 5.359,84 5.655,41 5.820,47 Fonte: PDRS (1998).

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Capítulo 5

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e) Necessidades de áreas para destinação final de resíduos sólidos urbanos

O PDRS (1998) apresenta uma previsão de áreas favoráveis para disposição final de resíduos sólidos, disponíveis no ano de 1997 e prevê quantidades necessárias até o ano de 2009. Para estimar estes locais, foram considerados vários parâmetros, como peso específico dos resíduos, altura média de aterros e expansão da mancha urbana.

Diante dos sete grandes problemas apresentados na Tabela 5.7 e dos indicadores de

crescimento populacional e de geração de resíduos previstos para os próximos anos em Cachoeirinha, cabe verificar que Programas e Projetos encontram-se em andamento e que resultados vêm sendo obtidos. Da mesma forma, é necessário identificar que Programas e Projetos estão previstos para serem executados a curto prazo e avaliar as suas potencialidades para a solução dos problemas futuros. Não é possível afirmar que a Secretaria responsável não tenha algum tipo de planejamento, mas este não foi informado.

Nesse sentido, a Coleta informal, o Projeto Piloto do Movimento dos Catadores, a

ampliação dos PV´s, a Infra-estrutura da ACRER e as prováveis novas Unidades de Triagem para inserção dos membros da coleta informal são de difícil reconhecimento do porte do assunto e de seu conseqüente equacionamento.

Não se identificou a existência de, no mínimo, uma pesquisa de áreas para a localização

de um novo aterro sanitário, eis que este é considerado o principal problema relativo a resíduos sólidos urbanos, diante da proximidade do prazo de encerramento da capacidade de recebimento do Aterro Municipal de Santa Tecla. Segundo a Assessora Jurídica da SMMA, há um trabalho da UFRGS / FAURGS sobre o tema e o PDRS (como mencionado relatório) aborda isto. Porém o tema é extremamente polêmico na cidade, razão pela qual é apenas mencionado.

Para completar este prognóstico de continuidade dos problemas atuais, deve-se

justificar que a SMMA encontra-se com falta de infra-estrutura física, funcional, de treinamento e de equipamentos, para fazer frente à demanda de fiscalização, mapeamento dos riscos de acidentes e de gerenciamento da geração de resíduos. Os ritos que a administração municipal deve cumprir para suprir estas carências e demais assuntos correlatos poderão demandar prazos incompatíveis com a urgência que a situação merece. Segundo as informações e dados fornecidos, não é claro quem esta com este encargo dentro da administração municipal. Acredita-se que a SMMA, depois de estruturada, seja quem deva rodar o gerenciamento. Mesmo que o executor seja a SMSU.

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Capítulo 6 6. EDUCAÇÃO AMBIENTAL

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Este capítulo analisa a situação da Educação Ambiental no Município de Cachoeirinha, mapeia ações concretas e interfaces interinstitucionais estabelecidas, tanto da educação formal como da não-formal. Para isso, foram solicitados dados e informações à Secretaria Municipal do Meio Ambiente, referentes aos três últimos anos:

• do órgão municipal responsável: organograma, recursos humanos e materiais e orçamento;

• das escolas públicas e privadas: listagem e caracterização dos temas ambientais ministrados;

• dos servidores: capacitação e programas de treinamento em execução; • dos alunos: número beneficiado e avaliação de resultados.

Considerando a importância de conhecer, discutir e incorporar a posição técnica de

representantes municipais com experiência de Educação Ambiental em Cachoeirinha, a Secretaria do Meio Ambiente - SMMA indicou uma Professora. A ela foi encaminhado um questionário contendo cinco perguntas: importância da educação ambiental, identificação das ocorrências e ações em desacordo com a sua importância (problemas atuais e futuros), proposição de medidas para eliminar os desacordos, requisitos para realizar cada uma das medidas e formas de identificar resultados bons e ruins, em caso das medidas serem executadas. Na seqüência, novas informações foram acrescentadas por uma professora da SMEP e por uma técnica da SMMA. As respostas foram analisadas, estruturadas em um modelo multicritério, discutidas com os avaliadores e integradas ao Plano. Os demais dados e informações que compõem o diagnóstico foram obtidos em reuniões com outras professoras municipais, em observações registradas durante as visitas e em fontes diversas de pesquisa assim discriminadas: • Dados da Rede de Educação Formal foram obtidos em documentos do Ministério da

Educação e Cultura - MEC, Instituto Nacional de Pesquisa e Estatística – INEP, Sistema Integrado de Informações Educacionais – SIED e Departamento de Planejamento da Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Sul;

• Dados sobre a Educação Ambiental desenvolvida por empresas privadas, instituições

públicas e organizações não-governamentais foram obtidos através de levantamentos junto a estas instituições, pesquisas na internet e consulta a publicações diversas elaboradas pelas mesmas e em outras fontes de consulta pessoal e pública;

• Nos documentos do Plano Diretor Participativo - Oficinas Temáticas, e nos registros do

Plano Ambiental – Demandas da Comunidade, as informações sócio-ambientais e as percepções da comunidade;

• Os dados normativos e regulatórios, referidos neste documento, foram obtidos na legislação

federal, estadual e municipal vigentes;

Balizados por instrumentos normativos, estados e Municípios têm se organizado visando garantir o desenvolvimento da Educação Ambiental como um componente essencial e permanente da educação. Neste sentido, cabem as referências citadas a seguir:

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Capítulo 6

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O direito ao meio ambiente equilibrado, garantido pela Constituição Federal, no seu parágrafo primeiro, incumbe ao Poder Público assegurar a efetividade deste direito, ao promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente. Constituição Federal, Art.225, § 1º, inciso VI)

Conforme a Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a educação ambiental, e institui a Política Nacional de Educação Ambiental, no Capítulo I, artigo 1º, entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

O Decreto nº 4.281, de 25 de junho de 2002, que regulamenta a Lei nº 9.795/99, determina em seu artigo 1º: A Política Nacional de Educação Ambiental será executada pelos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, pelas instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, pelos órgãos públicos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, envolvendo entidades não governamentais, entidades de classe, meios de comunicação e demais segmentos da sociedade.

Da mesma forma o Município de Cachoeirinha se insere neste processo. A Política Ambiental do Município, Lei 1.339/93, artigo 4º, dispõe como mecanismo, a educação ambiental e entre as ações determina a promoção da educação ambiental, artigo 6º, bem como prevê a proteção do ambiente através da promoção da educação ambiental através dos meios formal e não formal. Posteriormente, é instituído o Programa Municipal de Educação Ambiental, Lei nº 2.333/04, com o objetivo precípuo de promover ações que visem a formação da consciência ecológica dos estudantes da rede municipal de ensino.

Dando continuidade ao processo de desenvolvimento, cita-se o Sistema Municipal de Educação, Lei nº 2.384/05, abordado no item 6.1.1 deste relatório, bem como a Constituinte Escolar, recente processo de aprimoramento da Educação Municipal. 6.1. EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL

Segundo a Lei nº 9.795/ 99, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, no Capítulo I, artigo 9º entende-se por educação ambiental formal a educação desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas, englobando: I - educação básica: a) educação infantil; b) ensino fundamental e c) ensino médio; II - educação superior; III - educação especial; IV - educação profissional; V - educação de jovens e adultos. A Constituição Federal, no seu artigo 18, considera os Municípios como entes jurídicos da Federação e não apenas como unidades administrativas. Portanto, com direitos e deveres assemelhados aos Estados, Distrito Federal e União, com tarefas, responsabilidades e recursos financeiros previstos. A Lei 9394/96, LDB, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no artigo 8º determina: “a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino”.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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6.1.1. Diagnóstico

As informações e dados quantitativos e qualitativos disponibilizados neste documento revelam, parcialmente, a realidade da Educação Ambiental no Município. Os dados fornecidos atenderam parcialmente às especificações propostas no que se refere: à listagem e caracterização dos temas ambientais ministrados nas escolas públicas e privadas; à capacitação de servidores e programas de treinamento em execução; ao número de alunos beneficiado em programas de educação ambiental; à avaliação de resultados dos programas e ações; à verba orçamentária dos órgãos envolvidos destinada à educação ambiental.

a) Estrutura Municipal

Integram-se ao Sistema Municipal de Ensino do Município as Instituições de Educação Básica, as Instituições Privadas de Educação Infantil, e os órgãos Municipais de Educação, sendo a Secretaria Municipal de Educação e Pesquisa – SMEP o órgão administrativo e o Conselho Municipal de Educação, o órgão normativo.

O Município, no ano de 2005, num processo de aprimoramento e reconstrução das suas

ações políticas institui o Sistema Municipal de Ensino de Cachoeirinha, Lei Nº 2.384/05, postulando no Título X, Capítulo II, Art. 37 a Proposta Político Pedagógica da Rede Municipal de Ensino, construída a partir de uma concepção de educação voltada para a criação de uma consciência planetária, uma cidadania planetária e uma nova ética social para uma civilização planetária. Dando continuidade a esse processo, a Secretaria Municipal de Educação e Pesquisa – SMEP construiu a Constituinte Escolar Municipal, cujo desdobramento se deu no aprofundamento dos eixos de inclusão social, radicalização da democracia e desenvolvimento sustentável. Neste sentido vale reproduzir o que diz o Caderno de Resoluções do Congresso Municipal da Constituinte Escolar:

“Ao vivenciar o processo de construção e reconstrução dos seus Projetos Político-pedagógicos, Regimentos Escolares e Planos de Estudos balizados pelos princípios da Educação Popular, o maior desafio para as escolas tem sido desenvolver, na prática, um trabalho coerente com estes princípios, em que a democratização da escola, a avaliação emancipatória e a inclusão constituem-se diretrizes fundamentais”.

Na Constituinte Escolar, foram trabalhados, com a participação da comunidade escolar, 12 temas relevantes, com 91 Resoluções distribuídas nas seguintes áreas: gestão democrática, formação, autonomia, avaliação, inclusão, organização do ensino, princípios de convivência, currículo, metodologia, cultura, saúde, segurança e violência. Segundo informa a SMEP, existe uma relação com a Educação Ambiental em todas as diretrizes da constituinte escolar. No período correspondente a realização deste diagnóstico os documentos gerados nestas etapas da Constituinte Escolar encontravam-se em processo de revisão e atualização.

A Secretaria Municipal de Educação e Pesquisa – SMEP é órgão administrativo da educação municipal, que dentre outras responsabilidades, está o desenvolvimento da Educação Ambiental, objeto deste diagnóstico. O orçamento anual da SMEP corresponde a R$ 3.322.725,09 (três milhões trezentos e vinte e dois mil e setecentos e vinte e cinco reais e nove centavos), incluindo a verba do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica - FUNDEB e manutenção das Hortas Escolares, cujo orçamento está comprometido com a contrapartida do Município no convênio com a União para as Hortas Comunitárias. O quadro de servidores da Secretaria é apresentado na Tabela 6.1.

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Capítulo 6

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Tabela 6.1. Recursos Humanos.

Função Nº de Servidores Professores do Ensino Fundamental e EJA 644 Serventes e Auxiliares de Serviços Gerais: 175 Atendentes de creches e Atendentes de educação infantil 167 Direção e Vice-Direção 62 Cozinheira e Auxiliares de Cozinha 61 Supervisores Educacionais: 48 Secretários de Escola e Auxiliares de Secretaria 47 Orientadores Educacionais 43 Bibliotecários 42 Guardas Municipais 26 Projetos (LA/LI Princípios de convivência) 25 MOVA 24 TOTAL 1.364

Fonte: SMEP (2006).

A seguir são apresentados dados e informações das três redes de ensino, estadual, municipal e particular, discriminados por etapas e/ou modalidades, em conformidade com a Lei nº 9.394/96, LDB.

De acordo com os levantamentos realizados pelo Censo Escolar do ano de 2006, o Município de Cachoeirinha possui 57 instituições de ensino, destas, 27 escolas pertencem a Rede Municipal, 14 escolas a Rede Estadual e 16 a Rede Particular (Tabela 6.2).

O bom número de escolas do Município contribui, consideravelmente, para o baixo índice de analfabetismo apresentados pelo Município e o baixo número de crianças em idade escolar fora destes espaços (IBGE, Censo 2000).

Tabela 6.2. Número de Instituições de Ensino no Município de Cachoeirinha em 2006.

Rede de Ensino Nº de Escolas Municipal 27 Estadual 14 Particular 16 Total 57

Fonte: MEC/INEP/SIED – Censo Escolar 2006

Considerando o desenvolvimento da educação ambiental na educação formal, é importante incluir a totalidade de instituições de ensino localizadas no Município, abrangendo além das três redes e modalidades, também o ensino superior.

Existem duas instituições de Educação Superior no Município com cursos na Área Ambiental, são elas:

- Complexo de Ensino Superior Cachoeirinha – CESUCA, com um curso de pós-

graduação - Meio Ambiente e Sustentabilidade e um curso em processo de aprovação - Tecnólogo em Biocombustível;

- Instituto de Educação Superior - IES – com curso de preparação profissional para

prática do desenvolvimento sustentável. Os dados coletados não possibilitam identificar ações em educação ambiental junto à comunidade ou grau de articulação com os setores da administração pública.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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A Rede Municipal de Ensino de Cachoeirinha é composta por 7 escolas de Educação Infantil e 20 de Ensino Fundamental sendo 1 na modalidade de Educação Especial, 11 de Ensino Fundamental incompleto; 6 atendem a modalidade Educação de Jovens e Adultos - EJA e nessa modalidade, desenvolve-se o Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos - MOVA Cachoeirinha. Possuí também 7 creches comunitárias conveniadas com esta prefeitura. A Tabela 6.3 apresenta a totalidade do atendimento, distribuídas em etapas e modalidades, incluindo as três redes de ensino. Tabela 6.3. Matricula inicial por rede de ensino, segundo Etapas e/ou Modalidades - 2006. Rede de Ensino

Creche Pré-Escola Ensino fundamental

Ensino médio

* Ed. profissional

Educação especial

Ed. jovens e adultos

Total

Estadual 0 226 7.946 6.295 889 5 819 16.180 Municipal 479 606 9.907 0 0 77 1.054 12.123 Particular 309 447 1.172 324 636 0 863 3.751 Total 788 1.279 19.025 6.619 1.525 82 2.736 32.054 * Curso Técnico de Nível Médio Fonte: MEC/INEP/SIED – Censo Escolar 2006

A educação não se dá apenas através dos conteúdos, mas também as estruturas, as formas de organização, os relacionamentos são fatores educativos. Cabe salientar que dados quantitativos e qualitativos sobre abastecimento de água, esgoto, energia elétrica e destinação do lixo devem ser considerados na construção propostas pedagógicas em educação ambiental.

Quanto ao abastecimento de energia elétrica, a totalidade das escolas do Município se

dá através da rede pública. Da mesma forma ocorre no abastecimento de água e esgoto sanitário, existindo situações diferenciadas em 3 escolas da rede estadual conforme Tabela 6.4. Os mesmos dados indicam que a água consumida pelos alunos se dá diretamente da rede pública, não sendo filtrada em 14 das 27 escolas municipais. Observa-se que a maioria destina o lixo à coleta periódica. Esta fonte não discrimina o tipo de destino, se é absorvido, totalmente, pela coleta pública ou se é destinado, parcialmente às Cooperativas de Catadores ou outra forma de coleta específica. Tabela 6.4. Abastecimento de água, esgoto sanitário e destinação do lixo das escolas – 2006.

Abastecimento de Água Esgoto Sanitário Destinação do Lixo Rede de Ensino

Nº de escolas Rede

Pública Poço

Artesiano

Consumo Água Filtrada

Rede Pública

Fossa Coleta Periódica

Recicla Reaproveita Enterra

Municipal 27 27 0 13 27 0 27 2 0 0 Estadual 14 13 2 4 12 2 14 1 0 0 Particular 16 16 0 14 16 0 16 2 0 1 Fonte: MEC/INEP/SIED – Censo Escolar 2006 b) Projetos Escolares

Segundo a Lei 9.795/99, Art.10, a Educação Ambiental deverá ser desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino Formal. Os dados fornecidos não permitem uma análise mais profunda sobre a qualidade destes programas, da abrangência dos projetos e ações desenvolvidos nas escolas, bem como da avaliação e continuidade, da grande maioria dos projetos listados.

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Capítulo 6

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Após leitura e análise dos projetos desenvolvidos nas escolas enviados pela SMEP, é

apresentado um resumo dos temas abordados e ações desenvolvidas na Tabela 6.5. Cabe ressaltar que a grande maioria não discrimina a abrangência, metodologia adotada, resultados esperados e alcançados. Nos dados da SMEP não há informações sobre assessoria pedagógica aos projetos escolares que permita apontar o grau de articulação das mesmas.

Tabela 6.5. Projetos de Educação Ambiental das Escolas, no Município de Cachoeirinha.

É fundamental a inserção de projetos de Educação Ambiental, curriculares e

extracurriculares. A SMEP salienta que o tema Educação Ambiental permeia os planos de estudos das escolas através dos temas transversais e cita a Mostra de Trabalhos Escolares, promovida anualmente, onde são evidenciados os temas sobre o Meio Ambiente.

Nos dados fornecidos constam apenas 9 escolas com programas de Educação Ambiental, uma baixa ocorrência, considerando o número de escolas no Município (57). A

Escola Projeto Meta/Ações Tema Participação/abrangência

EMEF VISTA ALEGRE

Vista Alegre de Olho no Meio Ambiente (2007)

Conscientização caminhada no Bairro Vista Alegre

Preservação do meio Saúde qualidade vida

300 alunos, pais e

comunidade

Nosso Meio ambiente Formar multiplicadores Preservação do meio alunos de 6 a 11 anos

Tribo Sensibilização, ações sociais práticas

Solidariedade e relações humanas

EMEF CASTRO ALVES

Água Fonte de Vida Conscientização, práticas comportam.

Preservação água, uso racional.

EMEF CARLOS A. WILKENS

Meio Ambiente Conscientização, reconhecimento, práticas comportam.

Preservação de banhados e cursos d’água, equilíbrio do meio

alunos

Regeneração e avaliação de impactos ambientais (p/ocupação humana no bairro e incêndio fábrica no Município (2005)

Participação social, conhecimentos técnicos, sócio-ambientais,

Identificação impacto ambiental, degradação, recuperação de área específica

Reconhecimento da Fauna e Flora do entorno da Escola (2006)

Orientações técnicas, reconhecimento do ambiente, observações e registros

Fauna e Flora, ecologia, relações, poluição. Conservação,

EMEF JARDIM DO BOSQUE (Vereador José Oledir Ramos)

Reeducação e Ação Social (2007)

Conscientização, vivência e adoção práticas comportam. Participação e promoção de encontros, formação de professores e funcionários

Ecologia, percepção, proteção, recuperação, recursos naturais, ambiental, relações sociais, povos, cultura, arte...

alunos e comunidade professores, funcionários.

Obs.

orientações de técnicos

do Município.

EEEM GUIMARAES ROSA

Envolver (2006) Conscientização, promoção mudança comportam.

Relação indivíduo-sociedade /natureza

alunos

INST. PROFº HUBERTO ROHDEN

Meio Ambiente: Você é o responsável.

Conscientização Água e aquecimento global alunos

Projeto Lixo (2004/2005) Conscientização Lixo importância da seleção e recolhimento

EMEF NATALIO SCHLAIN

Planeta Azul (2006) Conscientização, adoção de práticas comportam.

Preservação e recuperação do meio

alunos

Animais, alimentos, família (2004) Terra, Planeta Água – Educar é tudo (2005)

EMEI Mª DA GLORIA RODRIGUES Eu e o Meu Mundo Brincando e aprendendo (2006)

Informações não disponibilizadas

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL

75

SMEP informa que há outras escolas com trabalho em EA, mas possuem dados somente das 9 apresentadas.

No item 6.2 deste relatório, que trata da Educação Ambiental não-formal, observa-se a participação de outras escolas em projetos desenvolvidos por instituições não-governamentais cujas ações favorecem a participação de alunos nos espaços públicos da educação formal.

Das escolas listadas, apenas em uma se observa um trabalho contínuo em EA, através do redimensionamento de novas ações, na inclusão de abordagens sócio-ambientais mais complexas, na relação curricular interdisciplinar, nas ações formativas para professores e funcionários, na adesão a outros programas e projetos de outras instituições, na participação de alunos em fóruns e seminários, e por fim, na elaboração de propostas concretas para a superação de problemas ambientais locais. Tais propostas foram encaminhadas à Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Esse material não foi disponibilizado.

c) Capacitação em Educação Ambiental A formação oferecida pela SMEP se dá através dos fóruns: dos Especialistas, Seminário

Municipal, Laboratórios de Aprendizagem, Professores de Alunos Incluídos, Encontro de Creches Comunitárias, Regentes de Bibliotecas, Conselhos Escolares, da Educação Infantil, da Cultura Afro-Brasileira, Assessoria nas Escolas nas horas de Estudos, Escolas Cicladas.

Não foi possível observar programas de capacitação específicos em educação ambiental dirigidos a professores e/ou funcionários da rede de ensino do Município. É possível identificar a participação de professores em algumas atividades do Centro de Educação Ambiental do Município (vide item 6.2).

Outros momentos formativos ocorrem sob forma de reuniões mensais, com o envolvimento de profissionais e setores da educação municipal.

A informante da SMEP observa haver uma dinâmica bem intensa envolvendo

comunicação e qualificação dos funcionários e cita o trabalho com os deficientes auditivos no atendimento de inclusão digital, do Centro de Atendimento de Educação Básica, onde também é o espaço do Conselho Municipal de Educação.

d) Problemas

Com base na análise dos dados fornecidos, a seguir são identificados e hierarquizados

os cinco principais problemas quanto ao desenvolvimento e acompanhamento da Educação Ambiental Formal.

1. Insuficiência de dados e de informações sistematizadas sobre Educação Ambiental; 2. Pouca promoção de fóruns, seminários e encontros específicos de EA; 3. Inexistência de programas de capacitação específicos em EA; 4. Inexistência de planejamentos articulados entre os órgãos da administração municipal e de assessoria técnica e pedagógica às escolas, no desenvolvimento de seus projetos; 5. Baixo número de projetos de educação ambiental em desenvolvimento nas escolas públicas.

Cabe salientar os seguintes aspectos sobre os problemas apresentados: Registros de informações: Para uma análise que promova a compreensão da realidade

da educação ambiental desenvolvida no Município, outros dados devem estar agregados a estes e disponíveis no órgão administrativo, avaliados e divulgados amplamente. Como

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Capítulo 6

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exemplo cita-se o material didático elaborado, sua contextualização e pertinência aos temas ambientais e a divulgação adequada das ações e programas promovidos. Estas informações, somadas aos dados sócio-ambientais podem se tornar referências importantes na concepção de programas e projetos em Educação Ambiental.

Capacitação: Nos dados analisados, não constam registros sobre a formação

específica em EA. No entanto, na Lei Federal 9.795/99, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, no Art. 8º, parágrafo 2, inciso I, que refere-se a capacitação dos recursos humanos, descreve que deve haver a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e atualização dos educadores de todos os níveis e modalidades de ensino. E ainda, no Art. 11, parágrafo único, recomenda que os professores em atividade devem receber formação complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.

Projetos Escolares: Para uma análise mais aprofundada, que permita avaliar, o nível de

articulação interdisciplinar, a inserção nos planos pedagógicos, o grau de contextualização das ações, é necessário avaliar a totalidade das escolas e projetos. Estes são levantamentos importantes, pois possibilitam verificar, sobre os temas abordados, quais os que necessitam ser redimensionados em seus enfoques, quais temas implicam em maior sensibilização, e quais necessitam de ações específicas imediatas.

Sabe-se que as abordagens da temática ambiental nas escolas, na maioria dos casos,

provêm da iniciativa individual dos professores em sua prática docente. O sucesso destas iniciativas está diretamente relacionado ao assessoramento técnico qualificado e contínuo, de competência do órgão de governo. Quando estas interfaces não ocorrem de forma integrada e estruturada, os projetos tendem ao fracasso, inibindo a proposição de novas ações educativas.

Articulação: Nos dados referentes a este item, é possível sinalizar necessidade de

aproximação dos diversos setores e técnicos da administração pública onde as questões ambientais requerem intervenção coletiva na superação de problemas.

Fóruns e Seminários: Ocorrem poucos encontros de discussão, fóruns e seminários,

com abordagens ambientais. Não são específicos em Educação Ambiental. Mesmo os encontros formativos, identificados na Educação Formal, promovidos pela SMEP, não apontam a EA como foco principal. A participação de alunos e professores ocorre em poucos encontros promovidos por outras instituições, com abordagens mais amplas da temática ambiental. 6.2. EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO-FORMAL

Segundo a Lei Nº 9.795, de 27 de abril de 1999, no Capítulo III, Art. 13, entende-se por educação ambiental não-formal as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente. O referido artigo, em seu parágrafo único confere ao Poder Público, em níveis federal, estadual e municipal, o incentivo, entre outros, a participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de programas de educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e as organizações não-governamentais.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL

77

6.2.1. Diagnóstico

Este diagnóstico aborda a Educação Ambiental desenvolvida por órgãos

governamentais, organizações não governamentais e os problemas existentes.

a) Educação Ambiental Governamental Ocorre uma baixa adesão das escolas nos programas Federais, Estaduais e Municipais. Não foram identificadas as razões da fraca ou inexistente participação, principalmente nos programas de caráter informativo e de participação conforme Tabela 6.6. No Projeto de Promoção à Saúde Sexual e Reprodutiva do Ministério da Saúde e no Programa de Proteção Social Básica a Infância do Ministério do Desenvolvimento Social – MDS, não há nenhuma participação. No Programa Federal Bolsa Família, há adesão de 20 das 27 escolas municipais. As escolas de Educação Infantil não participam dos citados programas. A inserção destas escolas pode ser observada em diversos programas de caráter assistencial e em projetos sociais desenvolvidos no Município.

Tabela 6.6. Programas Institucionais que as Escolas participam – 2006.

Programas Institucionais Escolas da Rede

Estadual e Municipal

Bolsa Família 20 TV Escola/ MEC 6 Outros Programas de TV Educativa 1 Programas Federais 3 Conferência Nacional Infanto-Juvenil Meio Ambiente (MMA/MEC) 2 Programas de Informática Educativa 1 Programas Municipais 7

Fonte: SIED/MEC - Censo Escolar 2006

� Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SMMA

O desenvolvimento da Educação Ambiental pela SMMA, envolvendo alunos e professores das escolas do Município e a comunidade em geral, são executadas, na grande maioria, no Centro de Educação Ambiental Municipal - CMEA, criado pelo Decreto Municipal Nº1.583/90 e Regimento Interno aprovado pelo Decreto Municipal Nº 1.584/92. Está localizado no interior do Parque Municipal Dr. Tancredo de Almeida Neves, instituído Área de Patrimônio Ecológico do Município de Cachoeirinha (Lei Nº 1.527/96).

As atividades desenvolvidas no CMEA estão relacionadas na Tabela 6.7 e se realizam

durante todo o ano civil, conforme cronograma disponibilizado pela Secretaria no Quadro 6.1.

Quanto aos recursos materiais, há uma estrutura mínima para o andamento das atividades atuais, os quais não foram quantificados, apenas listados: sala, mesa, cadeiras, vídeo, som, quadros, estante, computador, impressora, internet, colchonetes, viveiro de mudas. Para a execução das atividades, o Centro de Educação Ambiental Municipal conta com o seguinte quadro de pessoal: 1 técnico agrícola, 1 psicopedagogo clínico e 4 pessoas para serviços gerais.

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Capítulo 6

78

Tabela 6.7. Atividades Realizadas pelo Centro Municipal de Educação Ambiental – CMEA

Atividades 2005/2006 Profissionais envolvidos

Temas / Metodologia Periodicidade Público

beneficiado

Trilha Ecológica

Técnicos do CMEA, Professores e PATRAM

Sensibilização, informações sobre legislação e proteção de áreas de preservação. Grupos de 30 alunos.

Duas vezes por

semana 322 crianças

Clube do Bosque * Não

disponibilizado Sensibilização e preparação de multiplicadores

semanal 60 alunos de 4 esc.munic.

Exposição Fotográfica Não

disponibilizado

“Vida de Índio” Exposição de artesanato e fotos; danças indígenas

2006 600 alunos e comunidade

Ecologia e Liderança Não

disponibilizado Participação de 1 professor p/escola

mensal 80 vagas

Curso de papel artesanal

Não disponibilizado

Técnicas de reciclagem e reaproveitamento de papel reciclado e embalagens.

Carga horária 10h

10 participantes

Curso de plantas medicinais aromáticas e condimentares **

Não disponibilizado

Técnicas de coleta, secagem, armazenam. manipulação e cultivo.

Carga horária 40h

20 vagas p/comunidade

Palestras Não

disponibilizado

Agro-tóxicos, transgênicos, resíduos sólidos e orgânicos, água, clima, desenvolvimento sustentável, vídeos.

Não disponibilizado

Não disponibilizado

Grupo Conviver para Melhor Viver

Parceria com SMS

Saúde e qualidade de vida p/ portadores de depressão.

quinzenal 20 pessoas

(Vila Betânia)

Oficina de danças circulares sagradas

Não disponibilizado

Movimentos humanos de reflexão holística

semanal 20 pessoas

Mandalas Auto-conhecimento

Não disponibilizado

Auto-conhecimento, movimentos humanos de reflexão holística.

semanal 15

participantes

Ginástica no parque Não

disponibilizado

Saúde e qualidade de vida Grupo diabéticos e hipertensos, Grupos da 3º idade

Duas vezes por

semana

60 participantes

Hora da leitura Não

disponibilizado Estimulo ao conhecimento escrito aliado ao ambiente natural

Não disponibilizado

(aberto a comunidade)

Aulas de técnica vocal Não

disponibilizado Educação musical, aquisição de habilidade específica

Não disponibilizado

10 participantes (aberto à

comunidade)

Aulas de teclado Não

disponibilizado Educação musical, aquisição de habilidade específica.

Não disponibilizado

6 participantes (aberto à

comunidade)

Pesquisa Uma aluna da

ULBRA Trabalho de conclusão de curso: Identificação da classe Insecta

2006 -

Sala Verde *** - Acervo atualizado/temas ambientais

- aberto

Pesquisa Científica *** Técnico do CMEA

Estágio, pesquisa biodiversidade local Convênios c/ escolas e Universidades;

- Alunos cursos superior e técnico

Curso de jardinagem e paisagismo

-

Abordagem estética e ambiental no planejamento de jardins. Prevê ampla divulgação para atrair a comunidade.

- Comunidade

adulta

* Previsão de continuidade: ênfase na produção de árvores nativas e plantas medicinais. ** Previsão de continuidade: pesquisa, utilização, produção e doação à comunidade. *** Em fase de implementação

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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Foi informado que os recursos financeiros para o desenvolvimento da educação ambiental nas escolas e na comunidade são provenientes das rubricas próprias da Secretaria do Meio Ambiente - SMMA.

Quadro 6.1. Cronograma de Execução das Atividades do Centro de Educação Ambiental.

Atividade Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Trilhas X X X X X X X X X X X X Fotos X Plantas X X X X X X X X X Clube X X X X x X Danças X X X X X X X X X X Mandalas X X X X X X X X Conviver X X X X X X X X Liderança X X X X X X X Papel X X X X X X X X Ginástica X X X X X X X X X X X X Vocal X X X X X X X X X X X Teclado X X X X X X X X X X X Leitura X X X X X X X X X X X X

No estudo dos dados fornecidos pela SMMA, que discriminam as atividades do Centro de Educação Ambiental, não foi possível identificar, adequadamente, a pertinência da metodologia de trabalho adotada às características da área. Cabe salientar que a maioria das atividades é desenvolvida no CMEA, localizado no interior do Parque Tancredo Neves, reconhecido como Unidade de Conservação.

A metodologia de avaliação adotada pelo CMEA, consta de um Formulário e um

Questionário, preenchidos pelos participantes das diferentes atividades e de relatórios semestrais, apresentados à SMMA, informando dificuldades e êxito e apontando novas ações. Não obtivemos acesso a estes documentos, o que dificulta qualquer análise, tanto sobre o método utilizado quanto sobre o desempenho das atividades.

Existe uma baixa ocorrência de encontros formativos, no Centro de Educação

Ambiental, há poucos grupos de discussão, e pouca participação nos que existem.

A Secretaria desenvolve outras atividades, programas e projetos, estabelecidos por parcerias e convênios com outros órgãos da esfera pública. Alguns destes programas são voltados ao atendimento de outras demandas sociais, entretanto, observam as diretrizes da Educação Ambiental. Estes órgãos e programas possuem significativa importância no seu desenvolvimento. São eles:

• Programa Educacional de Resistência às Drogas – PROERD Programa preventivo contra drogas e violência valorizando o ser humano e suas

relações com o meio. Dirigido a alunos de 9 a 12 anos. Desenvolvido junto com o 26º Batalhão de Policia Militar atua junto às escolas do Município, no desenvolvimento de programas institucionais de segurança, educação e saúde.

• Programa Patrulha Escolar Acompanhamento, orientação e sensibilização de alunos nas atividades de percepção

ambiental, através das trilhas ecológicas na Unidade Conservação Parque Municipal Dr. Tancredo Neves. - SMMA

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Capítulo 6

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• Programa Hortas Escolares Visa à produção direcionada ao preparo da alimentação fornecida na escola e o

desenvolvimento dos aspectos pedagógicos, ecológicos, terapêutico e social visando à reeducação alimentar, o reaproveitamento do lixo orgânico e qualidade de vida (Lei Nº 1.580/96, Art.2). Desenvolvido nas escolas, sob supervisão da SMEP e orientação da SMMA.

• Horto Florestal SMMA Tem como objetivo o reflorestamento de áreas desmatadas e a manutenção dos

recursos naturais. Desenvolve trabalhos de sensibilização ambiental através de palestras nas escolas sobre plantio e compostagem, oferece cursos de Ervas Medicinais e de Paisagismo. Possui em torno de 30 mil mudas plantadas em seu interior, entre frutíferas e nativas.

• Núcleos de Educação Ambiental Unidades de Conservação e Projetos de Manejo de Fauna, voltadas aos diferentes

segmentos sociais; - Capacitação de gestores e educadores ambientais; - Produção e divulgação de materiais educativos. - Apoio ao sistema educacional formal para inserção da temática ambiental nos currículos; - Desenvolvimento de ações educativas no processo de gestão ambiental (IBAMA).

Ainda dentro da estrutura administrativa do Município, há vários espaços onde a

educação ambiental deve buscar integração política e social para o seu desenvolvimento. Diferentes órgãos da esfera pública municipal, e programas específicos de diferentes áreas, podem se tornar importantes aliados no desenvolvimento da EA, onde suas redes de atendimento, com espaços de formação já organizados e o significativo envolvimento comunitário, apresentam grande potencial para se inserir a educação ambiental, de forma articulada, no estabelecimento de novas parcerias ou fortalecimento das já existentes. � Secretaria Municipal de Saúde – SMS

- Programa Saúde da Família - Realizando educação em saúde e atividades de

prevenção e promoção de saúde nas escolas, creches e pastorais. � Secretaria Municipal da Cultura – SMC

- Eco-Museu – Casa do Leite – Sedia exposições culturais e artísticas. Aberta visitação

de escolas e comunidade em geral. - Conferência Municipal da Cultura – realização prevista para o primeiro semestre /2007. - Fundo da Cultura de Cachoeirinha FUCCA - prestar apoio financeiro a projetos que

visem implementar e estimular a produção artística e cultural no Município de Cachoeirinha. � Secretaria Municipal de Educação e Pesquisa – SMEP

- Biblioteca Pública Monteiro Lobato - Reúne livros, folhetos, periódicos e material

audiovisual. (parceria Sesi). Obras de Referência; Hemeroteca - jornais históricos; Sala Lobatinho - acervo infantil, apresentação de histórias e atividades lúdicas a grupos; Biblioteca Móvel - participa de eventos culturais em toda a rede pública de ensino; Feira do Livro.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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� Secretaria Municipal do Trabalho, Cidadania e Assistência Social – SMTCAS - Atenção à Criança de 0 a 6 anos em Creche Comunitária – Atende as Creches Criança

Esperança, Rondonzinho, Menino Jesus de Praga, Averonice, Getúlio Vargas, Esc. Anjo da Guarda.

- Ações Socioeducativas de Apóio a Família ASE-FAM - promove e informação às famílias em vulnerabilidade social e capacitação profissional para geração de renda.

- Apoio Socioeducativo em Meio Aberto-ASEMA - O Projeto Criança Alegria - fortalecimento dos vínculos familiares criação artística, cultural, esportiva, lazer, alimentação.

- Projeto Qualificando Cachoeirinha; - Cursos artesanato, alimentação, costura, marcenaria, informática, instalação de alarmes, pinturas de obras especiais e pátina, curso de multiplicadores de Economia Popular e Solidária e plantas medicinais.

- Restaurante Popular - Proporciona o acesso à alimentação de qualidade à população em situação de vulnerabilidade social.

- Projeto Integrado de Atenção à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco Social Qualificar e ampliar a rede de serviços fortalecendo o atendimento de crianças, adolescentes e suas famílias. Executa os seguintes subprojetos: - Centro de Atendimento Portadores Necessidades Especiais (Desenvolvimento de habilidades e potencialidades, informações, lazer, orientação familiar e pedagógica) e - Abrigo Residencial - Proteção integral aos adolescentes do Município de Cachoeirinha que tiveram seus direitos básicos violados ou ameaçados.

- Sala de Recursos Audiovisuais – Atende os alunos deficientes visuais em suas demandas curriculares.

- PROCON e Sistema Municipal de Defesa do Consumidor. � Coordenadoria da Mulher

Formulador e articulador de políticas para as mulheres. Atendimento Social às Mulheres Vítimas de Violência. � Conselhos Municipais de Cachoeirinha

Representações da sociedade possuem autonomia em suas decisões e encaminhamentos. São eles: Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente; Alimentação Escolar; Anti-Drogas; Assistência Social; Defesa do Consumidor; Desenvolvimento; Desporto; Direitos da Criança e do Adolescente; Direitos do Idoso; Direitos da Mulher; Educação; Geração Trabalho e Renda; Habitação; Justiça e Segurança; Juventude; Plano Diretor; Saúde; Transporte Urbano; Conselho Tutelar; Comissão Municipal de Defesa Civil. b) Educação Ambiental Não-Governamental

A seguir são apresentados outros possíveis parceiros no desenvolvimento da Educação Ambiental, presentes em algumas atividades realizadas anteriormente no Município, e que devem ser resgatados, com vistas a intensificar suas ações, em planejamentos articulados aos interesses da comunidade de Cachoeirinha.

Educação Ambiental CEE - Projetos de educação ambiental às comunidades do entorno dos empreendimentos; - Programas de eficientização de instalações e racionalização do consumo; - Oficina de eco-arte, voltado ao público infantil; - Projetos de coleta seletiva do lixo e reciclagem, - Projeto Semear - plantio de hortaliças e lavouras, oportunizando a produção de alimentos, a geração de renda e a conscientização ambiental (convênios com Municípios).

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Capítulo 6

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METROPLAN - Programa Integrado, com ações de recuperação sócio-ambiental, em áreas como dos arroios Feijó e Sapucaia; - Curso: Laboratório de Agricultura Urbana, destinado a agentes ambientais, formados por líderes comunitários, professores, alunos e servidores públicos; - Horta Familiar; - Horta Escolar; - Horta Comunitária.

• Cidade Amiga da Amazônia - Programas não-governamentais firmados através de

termo de compromisso entre o Greenpeace e os Municípios. Os processos para a implantação do programa Cidade Amiga da Amazônia em Cachoeirinha é acompanhado pela SMMA.

• Programa Ambiental Esfera Azul – ULBRA - Oficinas, palestras e mobilização comunitária, realizado junto às escolas entre 2002 e 2005. Das ações destacam-se: Coleta Seletiva do Lixo, Consumo Racional da Água, Sistema Integrado em Educação Ambiental - parceria com o projeto Gaia e Inclusão Digital, Mutirão de Limpeza às margens do Rio Gravataí (2004 e 2005), Coleta seletiva Banrisul: parceria com Programa Reciclar (2004), Participaram do programa as escolas: Inst. Est. Ed.Princesa Isabel, Esc. Mun.Ens.Fund. Fidel Zanchetta, Esc. São Mateus, Esc. Mun. Assunção, Esc. Ed.Inf. Menino Jesus, Esc. Est. Presidente Kennedy e Esc. Est. Mascarenhas de Moraes.

Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP É, também, na representação e atuação das organizações não-governamentais, que o desenvolvimento da Educação Ambiental tem conquistado significativos avanços. Uma dos mais significativos exemplos desta capacidade das organizações da sociedade civil está em captar uma demanda latente na sociedade e dar-lhe visibilidade e ressonância na esfera pública, a ponto de influenciar no desenho de novas políticas públicas. No Município atuam em Educação Ambiental três organizações caracterizadas a seguir: Associação de Preservação da Natureza – Vale do Gravataí - APN-VG; TEIA – Educação, Ambiente, Saúde, Cultura e Sociedade e Organização Nacional de Defesa dos Animais - ONDA. � Associação de Proteção a Natureza do Vale do Gravataí – APN-VG É uma das ONG`s de maior atuação no Estado. Preside os Conselhos Municipais de Meio Ambiente de Cachoeirinha e Gravataí e atua na vice-presidência do Comitê de Gerenciamento da Bacia do Rio Gravataí. Atua em Educação Ambiental no Município, desde 1986, junto a comunidades organizadas de associações de moradores, escolas, igrejas, fundações de amparo e grupos de categorias profissionais, na realização de palestras, visitas orientadas e desenvolvimento de projetos, dentre os quais os seguintes: - Plano de Gestão da Micro Bacia do Arroio Passinhos - Ênfase em Educação Ambiental; - Projeto Ligue-se no Gravataí - Conscientização e estimulo à comunidade na ligação do seu esgoto cloacal a rede coletora. - Projeto Romaria das Águas no Vale do Gravataí – dirigido às comunidades as margens dos arroios da bacia hidrográfica, para recuperação do rio Gravataí; - Projeto em parceira com o CONDEMA para realização da Conferência Municipal do Meio Ambiente – Tema Resíduo Doméstico (2006). - Palestras: Procissão Macroecumênica Romaria das Águas; O Rio que Você Bebe; Ligue-se no Rio Gravataí; Olhos de Hortência; - Projeto da área de Preservação Ambiental – APA do Banhado Grande; - Projeto de recuperação do arroio Passinhos, com ênfase em educação ambiental.

A APN-VG se destaca pela sua intensa participação nas definições políticas, em benefício do desenvolvimento ambiental, como as seguintes: - Aprovação das propostas na composição do capítulo sobre meio ambiente das leis orgânicas de Cachoeirinha e Gravataí em 1989;

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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- Intervenção junto ao comitê de gerenciamento na conquista da rede coletora dos esgotos cloacais e estações de tratamento dos mesmos em Cachoeirinha e Gravataí; - Apresentação, nos legislativo, do Código de Arborização Urbana para os Municípios de Cachoeirinha e Gravataí (poda, manejo e plantios de árvores); - Articulação para criação do comitê de Gerenciamento da Bacia do Vale do Gravataí; - Atuação na regulamentação das podas de árvores nos Municípios do Vale do Gravataí; - Participação nos Orçamentos Participativos (OPs) municipais e estadual em Cachoeirinha e Gravataí; - Obtenção de sentenças favoráveis junto ao Ministério Público: - Para retirada das areeiras das margens do rio Gravataí, em Cachoeirinha; – Contra a Bolognesi Engenharia, pela derrubada da mata em recomposição junto à reserva biológica Tancredo Neves e incorporação da mesma à reserva (APN-VG/APEDEMA); - Obtenção de sentença favorável junto a Coordenadoria das Promotorias para o Meio Ambiente, quanto à retirada do depósito de agrotóxicos do IRGA, localizado em Cachoeirinha; - Acompanhamento e questionamento do projeto “Linha Rápida” do Governo do Estado; - Pressão para a criação da portaria 10/79 que proibiu as drenagens do Banhado Grande; - Pressão quanto ao cumprimento da lei para utilização de papel não branqueado a cloro nos Municípios de Cachoeirinha e Gravataí; - Denúncias: - da agressão à área de banhado para a construção do loteamento “Nova City”, em Cachoeirinha; - quanto aos lixões, pedreiras irregulares, esgotos sem tratamento, caça e pesca predatórias, agressões à flora rural e urbana; - Monitoramento das microbacias dos Municípios de Cachoeirinha e Gravataí quanto a possíveis agressões ambientais em especial dos arroios Passinhos, Brigadeiro e Nazário. - Elaboração de Dossiê com denúncias de crimes ambientais ocorrentes no Município de Cachoeirinha; - Ação civil pública: - que interviu decisivamente para o cancelamento da implantação do projeto “Linha Rápida” em Cachoeirinha e Gravataí; - que determinou a criação pela FEPAM da APP do Banhadinho junto ao Shopping da parada 57. � Organização Nacional de Defesa Animal – ONDA

Estimula, através da Educação Ambiental, a posse responsável, a redução de abandono e mau tratados de animais, no Município. Dentre as suas ações citam-se: - Mobilização com a participação dos alunos da Escola Rodrigues Alves, participou da reunião debate, sobre o Projeto de Lei n° 2.143/02 que cria o Centro de Controlo de Zoonoses de Cachoeirinha. (2002) - Mobilização e participação junto a outras entidades protecionista da Audiência Pública realizada na Câmera de Vereadores de Cachoeirinha sobre o Projeto de Lei n° 2.143 que cria Centro de Controle de Zoonoses de Cachoeirinha. - Integra o MGDA (Movimento Gaúcho de Defesa Animal). - Possui uma vaga com ONG ambientalista junto ao Conselho Municipal do Meio Ambiente do Município de Cachoeirinha; - Entidade convidada na Primeira Reunião Pública realizada pela associação AMIGOS do Município de Gravataí (2003); - Gestiona junto a Brigada Militar de Cachoeirinha soluções acerca dos maus tratos aos cavalos . � TEIA – Educação, Saúde, Cultura e Sociedade Organização voltada ao trabalho em educação ambiental, no desenvolvimento de projetos para escolas, na formação de multiplicadores, capacitação de professores e funcionários de escola, comunidades, associações de bairros e escolas. Com foco na superação dos problemas sócioambientais, através de ações coletivas, parcerias com programas federais e estaduais, participação em fóruns e seminários ambientais, articulação

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Capítulo 6

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com outras organizações, vem desempenhando importante papel no Município de Cachoeirinha. Dentre as ações da TEIA destacam-se: - Projeto de Educação Ambiental com alunos da Educação de Jovens e Adultos –EJA, realizado nas escolas: EMEF Carlos Antonio Wilkens, EMEF Maria Fausta Teixeira, EMEF Alzira Silveira de Araújo, EMEF Natalio Schlan. (2004); - Realização de oficinas de Educação Ambiental para Professores do EJA - (2004); - Encontro de Educação Ambiental para Professores e Funcionários;

- Encontro de Educação Ambiental para Professores - Realizado na Escola de Ed.Especial Lampadinha. (2004);

- Participação na construção do Plano Diretor do Município de Cachoeirinha; - Participação no Seminário de Meio Ambiente e na Mostra de feira de Ciências da EEEF Osmar Stuart.

Embora as organizações apresentadas, desenvolvam um expressivo trabalho de articulação política e educativa, é fundamental que se redimensionem estes vínculos, que se promova a integração destas a outras organizações sociais no intuito de ampliar os espaços de atuação e participação nos quais as políticas ambientas possam se desenvolver. � Empresas Privadas

Em relação a programas de Educação Ambiental, desenvolvidos nas empresas, foram detectados, na maioria dos casos, programas internos, dirigidos a funcionários, envolvendo medidas de proteção ambiental, pertinentes ao ramo de atuação da empresa, voltados à segurança e à saúde. Mesmo as empresas certificadas em qualidade ambiental, que possuem programas educativos, estes, na maioria, destinam-se aos funcionários, em alguns casos estendem-se às famílias e poucas ações envolvem a comunidade.

Souza Cruz - Certificado ISO 14001 - Projeto Alagadiços, em 2005 e Matas Ciliares, em 2006, envolvendo as escolas, Trilha ecológica no Parque Ambiental, com trabalhos complementares, na escola, posteriormente selecionados e publicados pela empresa. O Parque Ecológico abriga espécies da flora e da fauna da região e ocupa 90% da área de 208 hectares da empresa. Através da Central de Resíduos Sólidos, a fábrica recicla e reutiliza 99% de todos os seus resíduos. A Estação de Tratamento de Efluentes Líquidos possibilita o reaproveitamento total dos efluentes líquidos, 60% da água utilizada pela fábrica são originados do lago coletor de água da chuva ou do reaproveitamento,

Renova Lavanderia e Toalheiro Ltda. - Certificado ISO 14001 - A empresa vem pautando sua atuação, buscando um comprometimento com a ética e a qualidade de vida dos empregados, de suas famílias, da comunidade e da sociedade como um todo. Desenvolve anualmente, ações de conscientização de clientes e fornecedores, na forma de cartilhas ambientais. Não foi possível identificar ações na comunidade, apesar da empresa citar esta informação.

Sultecnica Indústria Mecânica Ltda. Certificado ISO 14001 - Possui programa de treinamento interno em Educação Ambiental, coleta seletiva, e áreas específicas de descarte. Sugestões de alteração de componentes que utilizam chumbo ou cromo hexavalente por alternativas não agressivas ao meio ambiente são algumas ações.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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Klintex Insumos Industriais Ltda. Em vias de obter certificação ISO 14001 - Atua no

desenvolvimento de produtos e processos para a redução e tratamento de efluentes industriais. Reaproveitamento das águas tratadas e destino adequado aos resíduos gerados.

Neste tópico, são apontadas empresas cuja área de atuação é de responsabilidade

ambiental onde inexistem ações significativas junto a comunidade. Estas empresas, assim como as demais, com intensas implicações ambientais, devem ser estimuladas a firmar parcerias com o Município no incremento das ações ambientais de ambos. c) Problemas

Com base na análise dos dados apresentados, são identificados e hierarquizados a

seguir os principais problemas quanto ao desenvolvimento e acompanhamento da Educação Ambiental Não-formal.

1º - Poucos registros e sistematização de informações em EA na SMMA; 2º - Inexistência de planejamentos articulados entre os órgãos da administração; 3º - Não é promovida a capacitação dos profissionais que atuam no CMEA e na SMMA; 4º - Há baixa ocorrência de encontros, Fóruns e Seminários de EA; 5º - Poucos convênios e parcerias estabelecidos com órgãos e empresas; 6º - Pouca participação de escolas e comunidade nas atividades promovidas. Cabe acrescentar os seguintes aspectos, relacionados à capacitação profissional, grau

de articulação, metodologia de trabalho e ampliação dos encontros, fóruns e seminários de educação ambiental.

È importante inserir a Educação Ambiental em outros espaços organizados de

participação comunitária, oferecendo informação e formação de novos agentes, a fim de ampliar o desenvolvimento desta, bem como estimular, com maior regularidade e freqüência, oportunidades de trocas de experiências, entre as organizações não-governamentais e destas com outras instituições, através de fóruns específicos, e na promoção de capacitação dos agentes e instituições no intuito de fortalecê-los na busca de soluções concretas para os problemas ambientais.

Centro Municipal de Educação Ambiental: Não foram apontados os critérios

estabelecidos quanto ao planejamento das atividades executadas no CMEA, no interior do Parque Tancredo Neves. Apontamos a fundamental importância da adoção de metodologias de trabalho visando à construção de ações de educação ambiental voltadas para áreas protegidas, tendo como base as orientações contidas no Programa de Formação de Educadores Ambientais (PROFEA.MMA/MEC, 2006).

Ao associarem-se as atividades do Centro Municipal ao número de servidores, a

princípio parece inadequado, sendo necessário uma análise mais específica sobre as atribuições de cada profissional e atividades desempenhadas, apesar de não terem sido apontados problemas neste sentido.

As empresas, industriais e comerciais, devem ser estimuladas desenvolver programas

educação ambiental de aplicação ampla. A grande maioria destas empresas está fortemente implicada em responsabilidades ambientais, quanto aos possíveis danos decorrentes de suas atividades, portanto, são importantes atores, no que se refere a fomentar e financiar Projetos de Educação Ambiental, tanto para execução interna, como nas comunidades e escolas, afim de que os danos ambientais sejam realmente manejados, visando à diminuição da degradação.

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Capítulo 6

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6.3. LEVANTAMENTOS SÓCIO-AMBIENTAIS E PERCEPÇÃO DA COMUNIDADE

A fim de diagnosticar a Educação Ambiental no contexto onde ela se desenvolve, é importante conhecer, dentre outros, os fatores sociais, culturais e ambientais, assim como as percepções da comunidade sobre esta realidade. Para isso, foram utilizadas as oito delimitações regionais, definidas pelo Orçamento Participativo - OP, como referência física deste levantamento, obtidas nos documentos do Plano Diretor Participativo. a) Percepção da Comunidade A comunidade aponta a necessidade de ampliação do número de escolas existentes no Município, principalmente escolas de educação infantil e garantia de acesso ao ensino fundamental, em todas as regiões e nos loteamentos, como também a qualificação destas.

A comunidade, ao indicar os problemas ambientais e sugerir formas de enfrentamento destas questões, aponta a necessidade de intervenção da Educação Ambiental. Propõe ações conjuntas de conscientização e reeducação, envolvendo escolas e comunidades, na elaboração de programas e projetos para o equacionamento para os seguintes problemas: • Vegetação ribeirinha: conscientização, ação conjunta de escolas. • Poluição aérea (fumaça): fogo em lixos; • Poluição de rios, arroios: recuperação da mata ciliar, limpeza do lixo educação ambiental; • Poluição sonora: controle do trafego nas avenidas e educação ambiental, conscientização; • Resíduos gerais: aterro sanitário, conscientização e coleta seletiva; • Resíduos vegetais: compostagem; ação conjunta de educação ambiental; • Resíduos de construção (caliças): educação ambiental, fiscalização; • Resíduos tóxicos (pneus, produtos químicos, etc.): Implantação de programas de coleta e de Educação Ambiental;

• Resíduos secos (reciclagem): coleta seletiva, programas eficientes e educação ambiental;

b) Levantamentos Sócio-ambientais As regiões do OP, por estarem firmadas como espaços organizados de ativa

participação comunitária, apresentam potencial para abrigar núcleos de Educação Ambiental. Ampliam os espaços para discussões, formação de agentes comunitários, socialização de informações e trocas de experiências entre as regiões, integrando a comunidade à gestão ambiental do Município.

Os dados são definidos para todas as regiões e compreendem: a identificação dos

bairros, das áreas de interesse ambiental, histórico e cultural, tipo de ocupação, atividades predominantes e possíveis impactos, saneamento, perfil sócio econômico, dados de saúde e de educação (Quadro 6.2, Quadro 6.3 e Quadro 6.4).

Neste detalhamento, estão representadas apenas informações gerais. O detalhamento mais específico se dá a partir do desdobramento de cada dado, gerando novas informações. Somente estes dados não expressam a realidade de uma comunidade, para isso é necessário que se somem a estes as percepções de cada sujeito sobre esta realidade, suas vivências e saberes, permitindo assim, na construção de alternativas alicerçadas na realidade, a incorporação de novos valores, através da Educação Ambiental.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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Quadro 6.2. Situação da Educação por região do Orçamento Participativo. Região

1 Região com menor índice de vulnerabilidade educacional, contando com escolas de fácil acesso.

Região 2

Região com baixo índice de vulnerabilidade educacional, contando com escolas de fácil acesso. Movimentos de alfabetização de jovens e adultos ainda não atingem a totalidade da população.

Região 3

Região com um dos menores índices de vulnerabilidade educacional, contando com escolas de fácil acesso. Movimentos de alfabetização de jovens e adultos, não atingem a totalidade.

Região 4

Percebe-se que a maior vulnerabilidade educacional da região está entre crianças e adolescentes, necessitando de intervenções públicas e comunitárias para garantir a elas seu direito à educação.

Região 5

Embora haja movimentos de alfabetização de jovens e adultos, ainda o percentual de não alfabetizados é um dos maiores do Município, necessitando de intervenções públicas e comunitárias para garantir a elas seu direito à educação.

Região 6

Existem apenas duas escolas de ensino fundamental na região. É a 2ª região com o maior percentual de Crianças e Adolescentes não alfabetizadas de 15 a 19 anos.

Região 7

É a região com o maior percentual de Crianças e Adolescentes não alfabetizadas de 15 a 19 anos

Região 8

Possui apenas duas escolas na região e alguns movimentos de alfabetização de jovens e adultos, esta região apresenta baixos percentuais de não alfabetizados.

Fonte: IBGE – 2000

Quadro 6.3. Informações Sócio-ambientais por Região do OP – Regiões 1,2,3 e 4.

Manutenção de muitas famílias através da reciclagem de lixo. Existem famílias em situação de vulnerabilidade social

Em geral há boas condições de saneamento na maior parte da região, com exceção de um valo a céu aberto.

Depósitos de reciclagem de lixo.

Área residencial com concentração de lojas comerciais. Pequena concentração de famílias na periferia. Densid.pop. de 35 a 70 hab/ha

Acima da Av. Flores da Cunha.Vilas: Princesa Isabel, Monte Carlo, Parque Atântico, Parque Atlântico, Parque Silveira Martins, Parque Brasília e Ponta Porá.

4

Crianças e adolescentes em situação de rua manutenção das famílias através de trabalhos informais;

Poucos problemas de abastecimento de água e na rede de esgoto; coleta de lixo inadequada.

Depósitos de reciclagem de lixo; Grande circulação de carroças como meio de transporte e trabalho.

Área residencial com concentração de lojas comerciais e uma grande fazenda.Há 02 concentrações de famílias em sit. de vulnerab. social. Densid.pop. de 17 a 35 hab/ha

Entre o Mato do Julio, a BR106 e Rio Gravataí.Vilas:Bom Princípio, Parque da Matriz e Vale do Sol.

Mato do Julio, Eco-museo Casa do Leite

3

Alto índice de nascidos com baixo peso, necessitando assim, de maior articulação da rede para atender esta demanda.

Existem responsáveis sem nenhum tipo de renda e renda até 2 Salários Mínimos Nacionais

Abastecimento de água inadequado;Esgoto a céu aberto (01 vila); Coleta de lixo inadequada

Predomina a reciclagem de lixo (04 vilas); Depósitos insalubres, circulação de carroças.

Área residencial e industrial, com concentração de lojas comerciais ao longo da avenida principal; Até17 hab/ha

Av.Flores da Cunha e Rio Gravataí. Vilas: Quitadinha, City Velha, City Nova, Regina da Paz, Márcia, Wilkens, Cedic Irga I, IrgaII, Vitória e Cohab.

Possui zona especial de preservação (PDP)

2

Apresenta significativas taxas de mortalidade infantil e de Mães menores de16 anos

Percentual elevado de responsáveis sem nenhum tipo de renda

Abastecimento de água satisfatório. Rede de esgoto e coleta de lixo inadequadas. Possui zona de alto risco de alagamento nas cheias do rio.

Predomina a reciclagem de lixo (01 vila).

Área residencial com concentração de lojas comerciais;Elevada densidade populacional – acima de 70 há/ha

Entre o Rio Gravataí e a Av.Flores da Cunha.Vilas: Cachoeirinha, Imbuhy, Mauá, Rua Lupicinio Rodrigues, Eunice Nova, Eunice Velha, Veranópolis, Jardim América, Santo Ângelo e Olaria.

Possui zona especial de preservação (PDP)

1

Indic. SaúdeSituação sócio-econômica

Saneamento: Abastec.Água/ Rede de Esgoto/Coleta de

Lixo

Atividades predominantesCaracterística de

ocupaçãoLocalização/Bairros

(valor ambiental/ nteresse cultural)OP

Informações sócio-ambientais, por Região do OP, no Município de Cachoeirinha - RS

Manutenção de muitas famílias através da reciclagem de lixo. Existem famílias em situação de vulnerabilidade social

Em geral há boas condições de saneamento na maior parte da região, com exceção de um valo a céu aberto.

Depósitos de reciclagem de lixo.

Área residencial com concentração de lojas comerciais. Pequena concentração de famílias na periferia. Densid.pop. de 35 a 70 hab/ha

Acima da Av. Flores da Cunha.Vilas: Princesa Isabel, Monte Carlo, Parque Atântico, Parque Atlântico, Parque Silveira Martins, Parque Brasília e Ponta Porá.

4

Crianças e adolescentes em situação de rua manutenção das famílias através de trabalhos informais;

Poucos problemas de abastecimento de água e na rede de esgoto; coleta de lixo inadequada.

Depósitos de reciclagem de lixo; Grande circulação de carroças como meio de transporte e trabalho.

Área residencial com concentração de lojas comerciais e uma grande fazenda.Há 02 concentrações de famílias em sit. de vulnerab. social. Densid.pop. de 17 a 35 hab/ha

Entre o Mato do Julio, a BR106 e Rio Gravataí.Vilas:Bom Princípio, Parque da Matriz e Vale do Sol.

Mato do Julio, Eco-museo Casa do Leite

3

Alto índice de nascidos com baixo peso, necessitando assim, de maior articulação da rede para atender esta demanda.

Existem responsáveis sem nenhum tipo de renda e renda até 2 Salários Mínimos Nacionais

Abastecimento de água inadequado;Esgoto a céu aberto (01 vila); Coleta de lixo inadequada

Predomina a reciclagem de lixo (04 vilas); Depósitos insalubres, circulação de carroças.

Área residencial e industrial, com concentração de lojas comerciais ao longo da avenida principal; Até17 hab/ha

Av.Flores da Cunha e Rio Gravataí. Vilas: Quitadinha, City Velha, City Nova, Regina da Paz, Márcia, Wilkens, Cedic Irga I, IrgaII, Vitória e Cohab.

Possui zona especial de preservação (PDP)

2

Apresenta significativas taxas de mortalidade infantil e de Mães menores de16 anos

Percentual elevado de responsáveis sem nenhum tipo de renda

Abastecimento de água satisfatório. Rede de esgoto e coleta de lixo inadequadas. Possui zona de alto risco de alagamento nas cheias do rio.

Predomina a reciclagem de lixo (01 vila).

Área residencial com concentração de lojas comerciais;Elevada densidade populacional – acima de 70 há/ha

Entre o Rio Gravataí e a Av.Flores da Cunha.Vilas: Cachoeirinha, Imbuhy, Mauá, Rua Lupicinio Rodrigues, Eunice Nova, Eunice Velha, Veranópolis, Jardim América, Santo Ângelo e Olaria.

Possui zona especial de preservação (PDP)

1

Indic. SaúdeSituação sócio-econômica

Saneamento: Abastec.Água/ Rede de Esgoto/Coleta de

Lixo

Atividades predominantesCaracterística de

ocupaçãoLocalização/Bairros

(valor ambiental/ nteresse cultural)OP

Informações sócio-ambientais, por Região do OP, no Município de Cachoeirinha - RS

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Capítulo 6

88

Infra estrutura precária. Abastecimento de água, rede de esgoto e coleta de lixo inadequados; possui valão a céu aberto; alagamentos em épocas de chuvas fortes, corre lençol de água no local.

Área residencial com concentração de lojas comerciais. Possui área de invasão de terras destinada a loteamento popular. Dens.pop. de 35 a 70 hab/ha

Região ao norte do município.Vilas: Jardim Beija Flor, Parque Espírito Santo, Marechal Rondon, Nova Cachoeirinha, Sitio Ipiranga, Faxina II e Vila Canarinho

8

Situação de vulnerabilidade cultural, de saúde e de infra-estrutura.

Famílias em situação de risco sócio-econômico. Adolescentes e Crianças na rua e/ou em trabalho infantil.

O principal problema da região é com a rede de esgoto, possui valão a céu aberto.Coleta de lixo e abastecimento de água inadequados

Depósitos de reciclagem de lixo;Circulação de carroças.

Predominio de famílias de recicladores de lixo, apresenta significativa vulnerabilidade. Dens.pop. de 17 a 35 hab/ha

Localização central.Vilas: Vista Alegre I, Cohab, Averonice II, Jardim do Bosque eNavegantes.

7

Infra-estrutura precária. Inadequação no abastecimento de água, na rede de esgoto e na coleta de lixo. Foco de água não potável

Região periférica com pequena área industrial; Possui uma área territorial rural (sitios e vilas com pequena concentração populacional. Dens.pop. até17 hab/ha

A oeste e noroeste.Vilas Meu Rincão, Jardim Betânia,Sitio Túnel Verde,Sitío Ipiranga e Distrito Industrial Ritter

Fazenda Guajuviras

6

Região com o maior percentual de Mães Adolescentes menores de16 anos

Abastecimento de água e coleta de lixo inadequados; Há problemas na rede de esgoto.Infra-estrutura muito precária.

Existem e depósitos de reciclagem do lixo e depósitos de ''ferro velho'' área de invasão de terras.

Àrea residencial com condomínio particular e loteamentos populares;Concentração de lojas comerciais;Pequena área de reassentamento. Dens.pop. de 35 a 70 hab/ha

Vilas: Vista AlegreII, Assunção, Fátima I, Anair, Granja Esperança e Nova Granja.

5

Ind. SaúdeSituação sócio-econômica

Saneamento: Abastec.Água/ Rede de Esgoto/Coleta de Lixo

Atividades predominantes

Característica de ocupaçãoLocalização/Bairros (valor ambiental/ nteresse cultural)

Informações sócio-ambientais, por Região do OP - Localização,Ocupação, Atividades, Saneamento

Infra estrutura precária. Abastecimento de água, rede de esgoto e coleta de lixo inadequados; possui valão a céu aberto; alagamentos em épocas de chuvas fortes, corre lençol de água no local.

Área residencial com concentração de lojas comerciais. Possui área de invasão de terras destinada a loteamento popular. Dens.pop. de 35 a 70 hab/ha

Região ao norte do município.Vilas: Jardim Beija Flor, Parque Espírito Santo, Marechal Rondon, Nova Cachoeirinha, Sitio Ipiranga, Faxina II e Vila Canarinho

8

Situação de vulnerabilidade cultural, de saúde e de infra-estrutura.

Famílias em situação de risco sócio-econômico. Adolescentes e Crianças na rua e/ou em trabalho infantil.

O principal problema da região é com a rede de esgoto, possui valão a céu aberto.Coleta de lixo e abastecimento de água inadequados

Depósitos de reciclagem de lixo;Circulação de carroças.

Predominio de famílias de recicladores de lixo, apresenta significativa vulnerabilidade. Dens.pop. de 17 a 35 hab/ha

Localização central.Vilas: Vista Alegre I, Cohab, Averonice II, Jardim do Bosque eNavegantes.

7

Infra-estrutura precária. Inadequação no abastecimento de água, na rede de esgoto e na coleta de lixo. Foco de água não potável

Região periférica com pequena área industrial; Possui uma área territorial rural (sitios e vilas com pequena concentração populacional. Dens.pop. até17 hab/ha

A oeste e noroeste.Vilas Meu Rincão, Jardim Betânia,Sitio Túnel Verde,Sitío Ipiranga e Distrito Industrial Ritter

Fazenda Guajuviras

6

Região com o maior percentual de Mães Adolescentes menores de16 anos

Abastecimento de água e coleta de lixo inadequados; Há problemas na rede de esgoto.Infra-estrutura muito precária.

Existem e depósitos de reciclagem do lixo e depósitos de ''ferro velho'' área de invasão de terras.

Àrea residencial com condomínio particular e loteamentos populares;Concentração de lojas comerciais;Pequena área de reassentamento. Dens.pop. de 35 a 70 hab/ha

Vilas: Vista AlegreII, Assunção, Fátima I, Anair, Granja Esperança e Nova Granja.

5

Ind. SaúdeSituação sócio-econômica

Saneamento: Abastec.Água/ Rede de Esgoto/Coleta de Lixo

Atividades predominantes

Característica de ocupaçãoLocalização/Bairros (valor ambiental/ nteresse cultural)

Informações sócio-ambientais, por Região do OP - Localização,Ocupação, Atividades, Saneamento

Quadro 6.4. Informações Sócio-ambientais por Região do OP – Regiões 5,6,7 e 8.

6.4. PROGNÓSTICO

É necessário promover e aproximação dos diversos setores e técnicos da administração pública onde as questões ambientais requerem intervenção coletiva na superação dos problemas. De forma idêntica, o grau de co-responsabilidade de todos, tanto pelas articulações que garantam a efetividade da Educação Ambiental, quanto pela disponibilização de informações que promovam trocas de experiências e parcerias, capazes de fortalecer e promover a EA no Município de Cachoeirinha e dar a ela a dimensão devida nas políticas públicas.

A indisponibilização de dados sobre práticas de educação ambiental e de levantamentos

qualitativos e quantitativos sobre o contexto onde ela se desenvolve, inviabiliza um planejamento adequado, na proposição de ações que atendam as necessidades locais. É fundamental estabelecer critérios avaliativos em todas as etapas, bem como a adoção de medidas a fim de possibilitar assessoria técnica às iniciativas das escolas, à grupos e comunidades, pelos órgãos competentes responsáveis pela Educação Ambiental, bem como á qualificação e capacitação dos profissionais.

As futuras ações em Educação Ambiental, se planejadas considerando a realidade local,

a faixa etária que deve ser atingida, as condições sócio-ambientais das comunidades onde se voltarão estas ações e o número de pessoas beneficiadas, devem cuidadosamente buscar a

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL

89

adequação e a identidade do problema ambiental, com compreensão e clareza. Apresentar dados que oportunizem estabelecer ações concretas pautadas na realidade de cada região, trará certamente benefícios mais eficazes.

Sabe-se que, as abordagens da temática ambiental nas escolas, na maioria dos casos, provém da iniciativa individual dos professores em sua prática docente. O sucesso destas iniciativas está diretamente relacionado ao assessoramento técnico qualificado e contínuo, de competência do órgão de governo. Quando estas interfaces não ocorrem de forma integrada e estruturada, os projetos tendem ao fracasso, inibindo a proposição de novas ações educativas.

Para Leonardo Boff “complexidade é uma das características mais visíveis da realidade que nos cerca. Por ela queremos designar os múltiplos fatores, energias, relações que caracterizam cada ser e o conjunto dos seres do universo. A ciência moderna, nascida com Newton, Copérnico e Galileu Galilei, não soube o que fazer da complexidade. A estratégia foi reduzir o complexo ao simples, Por exemplo, ao contemplar a natureza, ao invés de analisar a teia de relações complexas existentes, os cientistas tudo compartimentaram e isolaram. (...) Assim começaram a estudar só as rochas, ou só as florestas, ou só os animais, ou só os seres humanos, E, nos seres humanos, só os olhos, só o coração, só os ossos, etc. Desse estudo, nasceram os vários saberes particulares e as várias especialidades. Ganhou-se em detalhe, mas perdeu-se a totalidade”.

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Capítulo 6

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Capítulo 7 7. DEMANDAS DA COMUNIDADE

DEMANDAS DA COMUNIDADE

Este capítulo apresenta as demandas ambientais da comunidade de Cachoeirinha. É indispensável conhecê-las porque os seres humanos são o principal agente de degradação e de preservação dos ambientes e a qualidade de vida das pessoas está intimamente ligada ao ambiente natural e construído em que vivem.

Nesse contexto, fica evidente que as ações de planejamento e gestão ambiental

desenvolvidos pela administração municipal precisam contar com a participação da comunidade. Com seus conflitos de valores e interesses, ela elege suas prioridades e colabora com o poder público nos ordenamentos necessários à tomada de decisão. As demandas possibilitam apurar os problemas, o grau de satisfação ou de insatisfação em relação ao ambiente e às ações desenvolvidas pela administração local. Alem disso, a natureza e a quantidade de demandas servem como indicador do grau de educação, de consciência ecológica e de atendimento à legislação ambiental vigente da população.

As demandas de natureza ambiental da população de Cachoeirinha foram levantadas

através de três grandes fontes de informações: Secretaria Municipal de Meio Ambiente; Plano Diretor Participativo de Cachoeirinha (PREFEITURA MUNICIPAL DE CACHOEIRINHA, 2006); Programa de Defesa do Consumidor de Cachoeirinha - PROCONC.

Face à importância de conhecer, discutir e incorporar a posição de representantes municipais com experiência sobre as demandas ambientais da comunidade, a SMMA indicou técnico da SMG, que contribuiu na identificação dos principais problemas locais.

7.1. SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE As demandas e fiscalizações realizadas pelo Departamento de Fiscalização da SMMA

em 2006 são apresentadas na Tabela 7.1.

Tabela 7.1. Demandas e fiscalizações realizadas pela SMMA em 2006.

Categoria Nº % Processo de viabilidade 357 26,39 Podas 355 26,24 Notificações 203 15,00 Lixo 93 6,87 Processo com Auto de Infração 89 6,58 Outros 64 4,73 Poluição sonora 62 4,58 Festas 42 3,10 Denuncias por telefone 35 2,59 Esgoto 21 1,55 Blitz de cargas perigosas 11 0,81 Blitz de som 11 0,81 Blitz de lixo 6 0,44 Animais silvestres 2 0,15 Processos no Ministério Público 2 0,15

Total 1.353 100,0

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Capítulo 7

92

Observa-se que a poda irregularmente realizada no Município se constitui na principal

questão a ser enfrentada pela administração da SMMA. 7.2. PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO

Em 2006, foi elaborado o Plano Diretor Participativo de Cachoeirinha, com a participação

da comunidade. Ele estabelece as diretrizes para a construção da cidade e define estratégias para o seu crescimento e desenvolvimento de maneira sustentável, respeitando o meio ambiente e garantindo aos seus munícipes um lugar para viver, trabalhar e morar com dignidade.

Na segunda etapa de elaboração, foram realizadas oficinas de discussão sobre

problemas e demandas nas 8 regiões do Orçamento Participativo. Esta etapa foi concluída com a 1ª Audiência Pública, em junho de 2006. Na terceira etapa, foram realizadas oito oficinas temáticas, sendo uma delas sobre Meio Ambiente. Esta etapa foi concluída com o Seminário do Plano Diretor e a 2ª Audiência Pública em agosto de 2006. A partir da análise dos resultados da oficina sobre o tema Meio Ambiente, foram elaborados os quadros apresentados a seguir, discriminando as demandas e sugestões da comunidade para várias questões ambientais.

a) Recursos hídricos

Problema Ambiental Sugestões

Poluição dos arroios com lixo e esgoto Despoluir e recuperar, solucionar com saneamento básico e educação ambiental.

Transformação em valões Recuperar Ocupação e construção irregulares nas margens dos arroios

Vigilância e remanejo das habitações, mapear áreas de risco

Urbanização nas margens

APP – utilização e falta de fiscalização Implantar APPs, educação ambiental, fiscalização com multas

b) Rio Gravataí

Problema Ambiental Sugestões

Desvio do rio Gravataí para a irrigação Controle dos arrozeiros, buscar soluções junto ao Comitê de Bacia do Rio Gravataí

Assoreamento do rio Retirada das casas, diagnosticar áreas que vale a pena remover, educação ambiental

Ocupação irregular Poluição com lixo, esgoto e barcas abandonadas

Proibir o depósito de resíduos, ligação dos esgotos no Pro-Guaíba, fiscalização e limpeza constante.

Instalação de indústrias na planície de inundação

c) Mato do Julio

Problema Ambiental Sugestões Loteamento, risco de especulação imobiliária, ocupação desordenada.

Indenizar e transformar em área de preservação municipal

Falta de aproveitamento social e coletivo Urbanizar, utilizar com sustentabilidade, integrar com a comunidade

Falta de conhecimento da mata Manter a mata nativa e proteger o mato do Julio.

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DEMANDAS DA COMUNIDADE

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d) Fazenda Guajuviras

Problema Ambiental Sugestões Açudes privados construídos com verba da Prefeitura

Falta de acesso, divulgação e informação (desmatamento)

Preservar a mata nativa, transformar em área de preservação ambiental

e) Parque Municipal Tancredo Neves

Problema Ambiental Sugestões Falta de regulamentação Regulamentar o uso Abandono Realizar a manutenção e fiscalização f) Banhado do Shopping

Problema Ambiental Sugestões

Desmatamento Garantir no PD preservação do banhado sem abertura de ruas

Ocupação do entorno Facilitar a criação de RPPN Especulação imobiliária Parceria com a iniciativa privada para preservar g) Região noroeste

Problema Ambiental Sugestões Urbanização Permitir ocupações planejadas e com restrições

Falta de acesso Integrar o parque ecológico da Souza Cruz com a Fazenda Guajuviras através de corredor ecológico

Falta de divulgação h) Resíduos sólidos e aterro sanitário

Problema Ambiental Sugestões Sem aterro ao lado da escola Santa Tecla, falta de área no Município.

Procurar local específico, protegido e seguro para depósito de lixo

Falta de coleta seletiva Implantar e Intensificar a coleta seletiva

Falta de reciclagem Unir-se com outros Municípios para solucionar- reciclagem, compostagem, fiscalização na disposição de óleo domestico

Falta de educação ambiental Promover a educação ambiental em todos os níveis

Falta de galpão Apoiar o galpão de reciclagem e fazer pré-seleção de todo o lixo recolhido

i) Resíduos sólidos tóxicos

Problema Ambiental Sugestões Falta de local de recebimento Obrigar produtores a abrir postos de recolhimento Falta de recicladores Não saber destino Implantar sistemas de coleta Poluição da cidade Despoluir a cidade, reeducar

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Capítulo 7

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j) Resíduos vegetais

Problema Ambiental Sugestões Podas indiscriminadas Incentivo no IPTU para arvores bem cuidadas Mistura com o lixo seco Aproveitamento como lenha, compostagem

Jogado em qualquer lugar Educação ambiental, evitar podas, dar destinação adequada.

Poda ilegal Informação e consorcio com outros Municípios k) Resíduos de construção

Problema Ambiental Sugestões Falta de local para descarte Dar destino útil para aterros

Mau gerenciamento Aplicar a Resolução nº 307 do programa de gerenciamento de resíduos da construção civil

Despejos irregulares Fiscalizar, multar, educar e responsabilizar os construtores

Falta de parcerias com a iniciativa privada Buscar parcerias l) Poluição atmosférica

Problema Ambiental Sugestões Industriais Fiscalizar a utilização de filtros e qualificar o ar

Automotiva Uso do GVN, fiscalização, reorganizar o trânsito, ciclovias, trem, arborização

m) Poluição sonora

Problema Ambiental Sugestões Carros de som sem a lei do silêncio Fazer cumprir a lei, fiscalização ampla. Restrições

de horários, proibição de carros de som Caixas de som em lojas Controlar ruídos, fiscalizar Propagandas Fiscalizar

Com base nos resultados da Oficina com o tema Meio Ambiente e a colaboração do

técnico da SMG, foram identificados e hierarquizados os seguintes problemas prioritários: 1. Existência de assentamentos irregulares junto ao arroio Passinhos, às margens do rio Gravataí e demais arroios; 2. Situação de abandono do Parque Tancredo Neves; 3. Risco de especulação imobiliária e ocupação desordenada no Mato do Julio; 4. Risco de corte da floresta de eucaliptos existente na Fazenda Guajuviras; 5. Risco de degradação e ocupação inadequada do banhado do shopping; 6. Baixa atividade de educação ambiental formal e não formal no Município.

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DEMANDAS DA COMUNIDADE

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7.3. PROGRAMA DE DEFESA DO CONSUMIDOR DE CACHOEIRINHA - PROCONC

O PROCONC é um órgão público municipal, integrante do Sistema Nacional de Defesa

do Consumidor (SNDC), em atividade desde fevereiro de 2003. É o executor municipal da defesa e proteção do consumidor, compondo o Sistema Municipal de Defesa dos Direitos do Consumidor (SMDC). “Tem por finalidade garantir o efetivo exercício dos direitos assegurados constitucionalmente a todos os brasileiros, em especial o exercício da cidadania, possibilitando orientação e educação dos munícipes quanto a direitos do consumidor e resolução de conflitos de consumo, preservando a dignidade humana através da prestação qualitativa de orientação e serviços à população do Município”.

O órgão atende aos interessados através de contato telefônico, visando esclarecer o

interessado de seus deveres e direitos e oportunizar o acerto de algum conflito. Caso não haja solução para os casos apresentados, é aberto expediente administrativo, denominado Investigação Preliminar, que pode vir a se tornar um processo administrativo e evoluir para aplicação de sanção administrativa prevista no Código de Defesa do Consumidor - Lei nº 8.087/90.

Em 2006, foram realizados 4.246 atendimentos, tendo sido resolvidos 845 casos sem

processo e 55 por conciliação. A maior reclamação relacionada a questões ambientais refere-se aos serviços de água e esgotos prestados pela CORSAN, que ocupa o 2º lugar nos atendimentos, tendo motivado 540 reclamações (12% do total). As reclamações mais recorrentes são: corte do serviço, ingresso na propriedade do consumidor sem pedido de autorização, cobrança por furto de relógio medidor e cobrança pela elevação da conta de água de pessoas que aderiram ao Pró-Guaíba.

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Capítulo 7

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS � Metodologia TEIXEIRA, M. B. 1998. Planejamento Ambiental: referencial básico e roteiro para formulação do plano ambiental municipal. 144 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1998. Disponível em: http://www.bibliotecadigital.ufrgs.br/da.php?nrb=000244680&loc=2006&l=146db99deaadc3e7 TEIXEIRA, M. B. Planejamento ambiental: referencial básico e roteiro para formulação do Plano Ambiental Municipal. Divulgações do Museu de Ciências e Tecnologia, Porto Alegre, no 4:p.3-196, julho, 1999. _____________ (Coord.). Plano ambiental de São Leopoldo. Porto Alegre: MCT-PUCRS, 2002. _____________ (Coord.). Plano ambiental de Gravataí. Porto Alegre: MCT-PUCRS, 2005. 4 v. Disponível em: : www.gravatai.rs.gov.br/fmma/planoambiental.php. Acesso em: 05 mar. 2007. TEIXEIRA, M. B. 2006. Emprego de uma metodologia multicritério na avaliação do Estudo de Impacto ambiental de hidrelétricas. 276 p. Tese (Doutorado em Engenharia de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006. Disponível em: http://www.bibliotecadigital.ufrgs.br/da.php?nrb=000555941&loc=2006&l=2b81bee90df39238. � Administração Ambiental BARROS, P. M. de. Consórcio intermunicipal: ferramenta para o desenvolvimento regional. São Paulo: Alfa Ômega, 1995. 134 p. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Porto Alegre: Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do Rio Grande do Sul, 1988, 113 p. FEPAM. Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA: Relatório 1995/1998. Porto Alegre, FEPAM, 1999. IBAMA. Disponível em: <www.ibama.gov.br>. Acesso em: 12 09. 2005.

IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Cadernos de formação. Volume 1: Política Nacional de Meio Ambiente. Ministério do Meio Ambiente. Brasília: MMA, 2006. MMA. Os ecossistemas brasileiros e os principais macro vetores de desenvolvimento: subsídios ao planejamento da gestão ambiental. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, Programa Nacional do Meio Ambiente, 1995. PREFEITURA MUNICIPAL DE CACHOEIRINHA. Parque ganha limpeza em visita orientada. Disponível em: www.cachoeirinha.rs.gov.br. Acesso em 15 abr.2007.

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PRÓ-GUAÍBA. Programa para o Desenvolvimento Racional, Recuperação e Gerenciamento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Guaíba. Porto Alegre: Secretaria Estadual do Meio Ambiente do rio Grande do Sul. Disponível em: <Pró-Guaíba>. Acesso em 10 04.2007. SACHS, I. Estratégias de transição para o século XXI: desenvolvimento e meio ambiente. São Paulo: Studio Nobel, 1993. 103 p. SEMA - Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA: Relatório 1999. Porto Alegre, FEPAM, 2000. TEIXEIRA, M. B. Meio Ambiente: base legal e atuação do Conselho Estadual. Divulgações do Museu de Ciências e Tecnologia, Porto Alegre, no 5:p.11-27, julho, 2000. TEIXEIRA, O. P. B. Direito ambiental municipal. In: Temas de direito ambiental – uma visão interdisciplinar. Porto Alegre, AEBA, APESP, p. 26-52, 2000. VIANA, A. L. Abordagens metodológicas em políticas públicas. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, 30(2): p. 5-43, março/abril, 1996. � Saúde Pública BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília. DF. Senado, 1988.

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BRASIL: Fundação Nacional de Saúde. Vigilância Ambiental em Saúde. Brasília, 2002, 44 p.

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BRASIL, FUNASA/CENEPI/CGVAM. Sistema Nacional de Vigilância Ambiental. Brasília, 2003. 32p.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXO 1

Seminário Técnico do Plano Ambiental

Cachoeirinha – 29 de maio de 2007

Nome Instituição Nelson Postay SMMA Breno Munhoz SMMA Clécio Martins Chaves SMMA Delmira Sandra de Moura Carvalho SMMA Paulo Ricardo Ferraz SMMA Gláuber Zettler Pinheiro SMMA Claudemir Cardoso de Sá SMMA Rafael de Souza Algave SMMA Lisiane Zast Lopes SMMA André Rosa Indriunas SMMA Ivens Rogério dos Santos SMMA Idelfonso Julio da Silva SMMA Joana Dutra Pedebos SMMA Selma Rubina Thomas SEPLAN Adriano Pieres SEPLAN Fernanda Jacques Dambros SEPLAN Alessandra Moreira SEHAB Marcos Golembiewski PGM Eleci Nunes Iparraguirre SMA Tânia Bretschneider Ramos SMS José Freitas SMG Marcos Leandro Greff Monteiro SMC Mario Buede Teixeira PUCRS Lúcia Beatriz Lopes F. Mardini PUCRS Fábio Moreira da Silva PUCRS Kenia Ribeiro de Souza PUCRS Irani Garcia PUCRS Heldiane Souza dos Santos PUCRS Gilda Goulart PUCRS Cristiano Minuzzo Marin PUCRS Gislene Monticelli PUCRS Júnior Marques Domiks PUCRS Maria Celina Santos de Oliveira PUCRS Adriano Locatelli da Rosa PUCRS

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE CACHOEIRINHA SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE

ANEXO 2

Lista de presentes à Audiência Pública de Apresentação do Plano Ambiental de Cachoeirinha

Local: Plenário da Câmara Municipal de Vereadores de Cachoeirinha

Data: 17 de outubro de 2007 - 19 h

Presentes: 66 pessoas

Nome Instituição Adriana de Oliveira Adriano Liotti Habitasul Adriano Pieres SEPLAN / PMC Alessandra Moreira SEHAB Aline C. N. Haack Estudante Álvaro Ros CORSAN Antonio F. Boeira PV Antônio Sulzhaeli APN-VG Breno Munhoz SMMA Carlos B. Leite ACC Clarice J. E. Auler Gabinete Rosane Claudete Rogio Civil Clécio Martins Chaves SMMA Daniel Trajano SMMA Delmira Sandra de Moura Carvalho SMMA Domásio PC do B Douglas Ribeiro Pomio Evacir Antonio F. Silveira BM Flávio Cabral Câmara Gilda Goulart APN-VG Gilmar Machado Marques Civil Gilso Nunes AGEA Giovani B. Barbosa Gláuber Z. Pinheiro SMMA Glenio de O. Munhoz Comunidade Guilherme Guarda Habitação Heldina Guimarães PT Ivan Francisco Barbosa SIMCA / PV Jane Berenice Nunes SMMA João Luiz Carrion PV José Ailm Varo CIC José Freitas PC do B Lauro Fiel Rocha PV Leandro Osório Azambuja CREA -RS Leandro Silva APN-VG Leda Fouluelle Leonel Matias Câmara Loreci de Souza Luiz Augusto CRECI - SC Luiz Trindade Conselho Plano Diretor M. Ribeiro UJC Manoel Lages Marcelo B. Domingues APN-VG Maria Josefa Orth AAMOVISE Maria Lizéria Bauer Lentz

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Mario Buede Teixeira PUCRS Muriel Pacheco Charão Nelson Postay SMMA Olinda S. Rocha PV Olínio A. Schneider EMEF ALZIRA Olvari Trisch ADESAN Patrícia Ferreira Comunidade Paulo Ricardo Ferrat SMMA Paulo Toporoff CORSAN Pe. Ermelindo Lotterman Secretário SMTCAS Rafael Nascimento Raimundo F. Leis Comunidade Rodrigo Alves PV Roger Velozo Rosane Lijnt Câmara Sandra Fontanella APN-VG Serafim S. Dorneles Metalúrgico Sérgio B. Selau Secretário SMF Sérgio Codeno COREDE Tâmara Justo Falavigna Habitasul Valtoir Freitas Pref. Saúde

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ANEXO 3

ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 001/2007

Aos dezessete dias do mês de outubro de dois mil e sete, às dezenove horas, no Plenário da Câmara Municipal de Vereadores Cachoeirinha, situada na Rua Clóvis Pestana, número oitenta e cinco, Cachoeirinha/RS, a Prefeitura Municipal de Cachoeirinha através da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, realiza Audiência Pública para divulgação do Plano Ambiental Municipal, Audiência esta, publicada no Diário de Cachoeirinha, do dia dez de outubro de dois mil e sete e disciplinada pela Ordem de Serviço número doze, do corrente ano. A presente Ata registra os principais pontos levantados pelos participantes na Audiência. OBJETIVO: - Expor o Plano Ambiental do Município de Cachoeirinha, agregar as contribuições, registrar as manifestações e legitimar os princípios ambientais da informação e da participação. PAUTA: a) Recepção dos participantes e início das inscrições para as pessoas que quiserem fazer uso da palavra e entrega de documentos escritos sobre o Plano Ambiental; b) Abertura dos trabalhos pelo Sr.Glauber Zettler Pinheiro, o qual fez o protocolo; c) Composição da mesa: - Ilmo. Sr. Nelson Postay, Secretário Municipal de Meio Ambiente, Ilma. Srª. Rosane Lipert, Vereadora da Câmara Municipal, Ilmo. Sr. Professor Doutor Mario Buede Teixeira, MD representante da PUCRS-MCT, Ilmo. Sr.Leandro Silva, MD representante do Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável do Município de Cachoeirinha, (COMDEMA); d) Autoridade que se pronunciaram: Ilmo. Sr. Secretário de Meio Ambiente Sr. Nelson Postay no sentido de valorizar o momento, as pessoas envolvidas, agradeceu a presença de todos; Srª. Rosane Lipert, Vereadora da Câmara Municipal, falou da necessidade de unir desenvolvimento e a proteção ambiental, Ilmo. Sr. Leandro Silva, MD representante do Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Município de Cachoeirinha, (COMDEMA), disse da importância de se preocupar pelo meio ambiente, fez a leitura da MOÇÃO nº 001/07, a qual segue em anexo, documento número um, favorável à Audiência Pública; e) Foram registradas as presenças das seguintes autoridades: Ilmo. Sr. Sergio Cardoso, representando COREDE Delta do Jacuí, Soldado Evacir Antonio F. Silveira, representando a Brigada Militar, Ilmo. Sr. Vereador Leonel Matias, Secretário Municipal da Fazenda, Sr. Sergio Selau, Padre Ermelindo Lotermann, Secretário Municipal de Trabalho, Cidadania e Ação Social; f) Coordenação dos trabalhos: Ilmo. Sr. Nelson Postay, Secretário Municipal de Meio Ambiente, o qual leu a Ordem de Serviço nº 012/2007, em anexo documento número dois; g) Exposição da trajetória da versão preliminar do primeiro Plano Ambiental do Município pela Assessoria Jurídica e pelo Engenheiro Químico da SMMA, sobre a trajetória do licenciamento ambiental e a necessidade de ter o Plano Ambiental como documento de qualificação junto ao SEMA. Seguiu a exposição da versão preliminar do Plano Ambiental pelo Professor Doutor Sr. Mário Buede Teixeira: referindo a importância do Plano Ambiental, do crescimento populacional do Município, atores do processo: SMMA, população de Cachoeirinha e PUC/RS através do Museu de Ciências e Tecnologia, com a menção do aprimoramento técnico através do Seminário em 29 de maio de 2007 e a Audiência Pública que vai expor a versão preliminar, dirimir dúvidas e agregar informações da população de Cachoeirinha, seguindo a sistemática de diagnóstico, prognóstico, propostas de solução através de projetos, e o zoneamento ambiental, compondo quatro volumes. Foram apresentados os itens: - Diagnóstico e problemas: Estrutura Legal, Administração, Serviços Públicos: Saúde Pública - Departamento em Vigilância em Saúde, indicadores epidemiológicos. Falou da metodologia utilizada, pela troca de informações; Abastecimento de Água e Serviços Urbanos, há o serviço prestado pela CORSAN, há uma ETE, Educação Ambiental, há espaços para serem completados no que tange a educação formal e a não-formal; Demandas da Comunidade, foram aproveitados o trabalho do Plano Diretor Participativo, os quais tinham demandas sobre os assuntos de interesse ambiental, Recursos hídricos, compreendendo oitenta por cento da Bacia do Rio Gravataí e os vinte por cento à Bacia do Rio dos Sinos. Vegetação que ocorrem no Município, em várias fases de sucessão. Fauna com várias espécies de animais, destruição de habitat dos mesmos, patrimônio histórico cultural e arqueológico, uso da terra, assentamentos irregulares, agropecuária, agricultura pequena, mineração que não existe, indústria e comércio com muitas empresas e com potencial poluidor das indústrias, resíduos sólidos, os efluentes líquidos, acidente ambiental, posto de combustíveis, emissões atmosféricas e as fontes fixas e móveis. Findou a apresentação do diagnóstico e prognóstico, e apresentou as

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soluções através do Zoneamento, dividido em seis zonas. Referiu a permeabilidade, e passou para as demais zonas, face ao adiantado da hora. Agregou as soluções dez Programas repercutindo em sessenta e oito projetos, com objetivos, apontando alternativas e cronograma de execução. Encerrou a apresentação. O Coordenador dos trabalhos informou que estavam inscritas quatro pessoas inicialmente, sendo o Sr. Leandro Silva, o qual referiu o Mato Júlio como indicado com Área de Preservação Ambiental, na réplica pela PUC/RS MCT, disse que casou as informações do Plano Diretor, projeto de Lei encaminhado à Câmara, artigo 156 § único - fez leitura desse dispositivo. O Sr. Leandro Silva fez a tréplica, enfatizando as características da área, e voltou à PUC/RS MCT, que mencionou a necessidade de cuidar dessas áreas. O Coordenador dos trabalhos referiu que está sendo registrado em Ata, e que essas definições serão informadas as partes, posteriormente a análise da PUC/RS MCT, com a elaboração final da versão preliminar do primeiro Plano Ambiental, e ressaltou que o Plano Ambiental não é uma lei, que poderá ser discutido periodicamente. Sr. Marcelo Beckkamp Domingues, da Associação de Preservação da Natureza do Vale do Gravataí, mencionou a importância de ter um documento dessa categoria e pioneiro no Município. O centro de discussão no entendimento desse manifestante é o Mato do Júlio, colocado como uma área de preservação permanente, informando que está em debate o assunto. Mencionou material de estudo sobre o Mato do Júlio. Com a palavra do Sr. Olvari Trisch, da instituição ADESAN, que foi Secretário Municipal de Meio Ambiente, disse que o ambiente é maior que o mundo, fazendo analogia entre a pulga e o elefante, dizendo que o meio ambiente é elefante e não pulga. Falou da criação do Conselho Ambiental, do Fundo Municipal de Meio Ambiente. Lembrou o Banhado do loteamento da Nova City, que desapareceu com a intervenção humana, desaparecendo espécies e animais. Lembrou da pressão provável que a SMMA poderá ou tem sofrido, sobre permitir empreendimentos com o detrimento do ambiente. Considerou a importância de ambientes consolidados, e referiu as cisternas que o poder público poderia implantar, a poluição atmosférica oriunda dos veículos, os senhores Carlos B. Leite, da Associação Comercial de Cachoeirinha, Sergio Cardoso, representante do COREDE Delta do Jacuí, Breno Munhoz, ex-secretário Municipal de Meio Ambiente de Cachoeirinha, abriram mão da possibilidade de falar, quebrando o protocolo dos inscritos foi dada a palavra ao Senhor Antonio Sulzbach, da Associação de Preservação da Natureza do Vale do Gravataí, que valorizou o debate da sensibilidade juntada ao tecnicismo, focando o Mato do Júlio como uma necessidade de preservação, declarando dos benefícios de ter o Mato do Júlio preservado. Usou a palavra o Sr. Adriano Píeres, vice-presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente, valorizando a contribuição dos estudos realizados pela PUC/RS MCT. O Coordenador dos trabalhos disse que tem interesse em defender o Mato do Júlio para fins de preservação, exemplificando que a família Batista que impede o acesso, de certa forma propicia o cuidado daquele espaço ainda preservado, referiu o que o Sr. Antonio disse da sensibilidade com que se deve tratar o Mato do Júlio, e outras áreas importantes de preservação do ambiente natural do Município de Cachoeirinha. Concluídas as manifestações dos inscritos, o Sr. Secretário Nelson Postay agradeceu a participação de todos e reforçou a importância da participação pública na tomada de decisões, por intermédio da realização de audiências públicas. Em seguida encerrou o evento. A Audiência Pública foi gravada em áudio e vídeo, gerando um DVD, o qual integra a presente Ata, como anexo quarto. E, para constar eu, Delmira Sandra de Moura Carvalho, Assessora Jurídica da SMMA, lavrei a presente Ata que após lida e aprovada, será assinada por mim e pelo Coordenador da Audiência, Ilmo. Secretário Municipal de Meio Ambiente, Sr. Nelson Postay. Cachoeirinha (RS), 17 de Outubro de 2007.

Delmira Sandra de Moura Carvalho Assessora Jurídica - Matrícula nº 13. 473

Nelson Postay Secretário Municipal de Meio Ambiente

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ANEXO 3.1.

Plano Plurianual 2006-2009 da Secretaria do Meio Ambiente do Município de Cachoeirinha.

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PREFEITURA MUNICIPAL DE CACHOEIRINHA

LDO 2006 111

18.00 - SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE

Unidade Orçamentária: 18.15 – SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE

PROGRAMA: 05– ORGANIZAÇÃO E MODERNIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

DIRETRIZ: Promover melhorias no atendimento a população e no gerenciamento das demandas do meio ambiente

INDICADORES APURADOS

OBJETIVOS DESCRIÇÃO DOS INDICADORES Mais Recente

Desejado ao Final de 2006

METAS

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DE METAS

- Aquisição de materiais, equipamentos, contratação de serviços e demais necessários à manutenção das atividades da Secretaria,

- Confecção de folders e cartazes para divulgação da Conferência Municipal do Meio Ambiente (empenhos 5210, 5212, 5211, 5213); - Aquisição de enciclopédia digital em CD-Rom (empenho 4624); - Aquisição de material de expediente, material de limpeza e de processamento de dados (empenhos 3970, 3971, 10148, 10145, 10638, 10630, 12449, 13254, 10138, 10627, 10617, 12993, 9788, 10143, 3954, 9782, 9977, 10133, 10623, 16621, 9787, 15963, 3956, 3957) - Aquisição de equipamentos de informática e instalação (empenhos 8341,8333, 8338, 17565, 17758, 16640, 16641, 9965, 9966) - Participação de servidores em cursos (empenhos 314, 2479, 8205, 14070) - Aquisição de vales-gás (empenhos 7124, 7125) - Aquisição de móveis e eletroeletrônicos (empenhos 15922, 16647, 13254, 16621, 10454) - Aquisição de extintores de incêndio (empenhos 14336,14337) - Contratação de palestrantes (empenhos 6592, 6594) - Aquisição de aparelhos eletrônicos (empenhos 16714, 13254) - Contratação de grupo teatral (empenhos 6604, 12874) - Assintura do jornal Diário de cachoeirinha (empenho 5099) - Aquisição e instalação de alarme (empnhos 11751, 11752) - Serviços de mecânica - peças e mão-de-obra (empenhos 8149, 8150)

- Manutenção da folha de pagamento da Secretaria.

Meta cumprida com o pagamento em dia da Folha de Pagamento dos servidores da Secretaria.

Otimizar a organização técnica de recursos humanos da Secretaria

Número de formulário de solicitação/denuncia

100 formulários mensais

125 formulários mensais

- Nomeação de servidores. Meta cumprida no 1° quadrimestre de 2006.

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PROGRAMA: 07 – CAPACITAÇÃO NA GESTÃO DIRETRIZ: Valorizar e qualificar o funcionalismo e incentivar a sua participação na gestão Capacitar o quadro de funcionários da SMMA.

- Cursos realizados. Em apuração

Em apuração

- Promover a participação dos servidores em cursos, seminários, congressos.

- Participação de servidores em cursos (empenhos 2912, 9860, 13882, 11399, 10242, 9957).

PROGRAMA: 56 – LIMPEZA URBANA DIRETRIZ: Reciclar o lixo urbano e industrial

- Aquisição de materiais e contratação de serviços e demais necessários para a manutenção dos projetos de reciclagem do lixo.

Manutenção do contrato de prestação de serviços com Coletora Pioneira LTDA. (Contrato Nº 001/04)

- Realização de parcerias e busca de incentivos.

Aumento de toneladas de lixo coletado pela Pioneira, empresa com a qual mantemos contrato de prestação de serviços.

- Aquisição de equipamentos. Está em discussão uma nova concepção de reciclagem de lixo, o que implica na criação de uma usina de transbordo e reciclagem.

- Divulgação da Coleta Seletiva. Em todas as atividades da secretaria é realizada divulgação de Coleta Seletiva: A Secretaria promoveu neste ano a “Conferência Municipal de Meio Ambiente” e a “Semana do Meio Ambiente”.

- Promoção de campanhas de educação ambiental.

Meta cumprida através da “Conferência Municipal de Meio Ambiente” e da “Semana do Meio Ambiente”.

Diminuir a quantidade de lixo recicláveis no meio ambiente, ampliar a coleta seletiva e equipamentos no Centro de Triagem promovendo a geração de trabalho e renda

- Lixos recicláveis no

meio ambiente e no aterro sanitário

- Número de trabalhadores no Centro de Triagem

Em apuração

Em apuração

- Contratação de consultoria para realização de diagnóstico.

Está em discussão uma nova concepção de reciclagem de lixo, o que implica na criação de uma usina de transbordo e reciclagem.

PROGRAMA: 64 – LIMPEZA DO RIO GRAVATAI DIRETRIZ: Promover a despoluir do Rio Gravataí, resgatando a relação do rio com a comunidade.

- Desenvolver projeto de educação ambiental.

A SMMA integra organicamente o grupo de trabalho de educação e conscientização ambiental desenvolvidos pelo Comitê de Gerenciamento da Bacia do Rio Gravataí, dando apoio, pessoal e logístico.

Aplicação de ações para melhorar a qualidade do rio. Seu leito, margem e afluentes.

- Nível de coliformes

fecais nas águas do rio - Lixo industria,l sem

tratamento, despejado no rio e afluentes

- Áreas de lazer para a população

Em apuração

Em apuração - Campanhas para conclusão da

rede coletora de esgoto doméstico pela CORSAN.

A meta não pôde ser cumprida por haver implicações legais. A questão está sendo tratada no Comitê de Gerenciamento da Bacia do Rio Gravataí.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE CACHOEIRINHA

LDO 2006 113

PROGRAMA: 66 – PRESERVAÇÃO DE PARQUES NATURAIS DIRETRIZ: AMPLIAR OS PROJETOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, ESTIMULANDO A PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO AMBIENTAL.

- Projeto de divulgação da coleta seletiva

Em todas as atividades da secretaria é realizada divulgação de Coleta Seletiva: A Secretaria promoveu neste quadrimestre a “Conferência Municipal de Meio Ambiente” e a “Semana do Meio Ambiente”.

- Aquisição de equipamentos e veículos

- Foram adquiridos equipamentos para toda a Secretaria com verba dos Programas 05 e 67.

Ampliar a educação ambiental diminuindo a quantidade de lixo no meio ambiente e no aterro sanitário

- lixo no meio ambiente e no aterro sanitário

Em apuração

Em apuração

- Aquisição de materiais e contratação de serviços e demais necessários para a manutenção das campanhas de preservação e conservação de parques naturais.

- Aquisição de material de expediente e limpeza para o pq. Tancredo Neves (empenhos 10149, 10146, 10139, 10151, 10144, 10134) - Aquisição de material de processamento de dados (empenhos 9786 e 9783) - Aquisição de material elétrico, hidráulico e de construção (empenhos 4115, 4116, 4107, 5142, 4113, 4109, 4111, 4106) - Aquisição de lanterna, roçadeira, motor e extensão elétrica (empenho 16839) - Serviço de manutenção do automóvel (empenho 5546, 5547) - Aquisição de um compressor de ar (empenho 13269)

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PROGRAMA: 67 – FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL DIRETRIZ: HABILITAR O MUNICÍPIO PARA REALIZAR O LICENCIAMENTO AMBIENTAL MUNICIPAL, PROMOVENDO UM ESTUDO AMBIENTAL NO MUNICÍPIOO COM A FINALIDADE DE CONHECER, VALORIZAR E PROTEGER NOSSAS RIQUEZAS NATURAIS.

- Criar o Código Municipal DO MEIO AMBIENTE.

Esta questão está vinculada ao processo de Licenciamento Ambiental. Pela complexidade intrínseca do processo, houve um retardamento na contratação de assessoria o que ocorreu somente em 29/11/2006, quando foi assinado o contrato com o Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS, iniciando os trabalhos em 11/12/2006 (empenho 15573).

- Atualizar o plano diretor.

Atualização em andamento através de uma parceria entre a Prefeitura Municipal e a Universidade Ritter do Reis.

- Aquisição de equipamentos e material permanente, material de consumo e serviços.

- Aquisição e instalação de computadores (empenhos 8331,8335) - FUMDEMA - Aquisição de equipamentos de informática (empenhos 17778, 17629, 17762) - Aquisição de Normas ABNT (empenho 16869) - Aquisição de material de informática e eletroeletrônicos (17541, 17567, 16208, 16630, 16715, 16628, 16622, 16623) - Aquisição de aparelhos receptores de sinal GPS (empenho 16896) - Aquisição de EPI’s e uniformes para a fiscaliazação (empenhos16791, 9768, 16878) - Aquisição de EPI’s (empenhos 16137, 16134, 16135, 16136) - FUMDEMA - Aquisição de móveis (empenhos 16791, 16214) - Aquisição de material de madeireira (16648, 16679, 16655, 16663) - Aquisição de formulários e serviços gráficos (empenhos 9768 e 8837) - Contratação de instituição para elaboração do Plano Ambiental de cachoeirinha (empenho 15573)

Licenciamento ambiental

- Número de licenças - Aumento de receitas

Em apuração

Em apuração

- Implantar o Código DO MEIO AMBIENTE.

Esta questão está vinculada ao processo de Licenciamento Ambiental. Pela complexidade intrínseca do processo, houve um retardamento na contratação de assessoria o que ocorreu somente em 29/11/2006, quando foi assinado o contrato com o Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS, iniciando os trabalhos em 11/12/2006 (empenho 15573).

Fiscalizar as irregularidades cometidas contra o meio ambiente, devido à necessidade do controle de resíduos expostos no meio ambiente.

- Controle de resíduos expostos no meio ambiente.

Em apuração

Em apuração

- Contratação de prestação de serviços para análise e encaminhamento de resíduos.

Esta questão está vinculada ao processo de Licenciamento Ambiental. Pela complexidade intrínseca do processo, houve um retardamento na contratação de assessoria o que ocorreu somente em 29/11/2006, quando foi assinado o contrato com o Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS, iniciando os trabalhos em 11/12/2006 (empenho 15573).

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PROGRAMA: 73 – SEMENTES E MUDAS DIRETRIZ: AMPLIAR A ARBORIZAÇÃO, PROMOVENDO O FLORESTAMENTO E REFLORESTAMENTO.

- Incremento à produção de mudas do Horto Florestal e Parque Municipal Tancredo Neves

- Aquisição de filme plástico (empenho 5442) - Aquisição de material para reflorestamento (empenhos 11749, 11750) - Aquisição de material elétrico, hidráulico e de construção (empenhos 4117, 4108, 4110, 4114, 4112) - Aquisição de ferramentas (empenhos 3346, 3345, 13271, 1580, 3344, 3347, 13270, 13859) - Aquisição de embalagens plásticas (empenhos 2950, 10410) - Aquisição de material de consumo (empenho 14473)

Melhorar as condições e aumentar a produção de sementes e mudas, visando o florestamento e reflorestamento do Município.

- Área nativa degradada

20 mil mudas1

21.250 mil mudas

- Aquisição de sementes e mudas *Confecção e manutenção de canteiros nas principais avenidas do Município, com plantio de espécies vegetais de pequeno porte e arbustivas;

- Contratação de serviço de mão-de-obra para execução do projeto Pingo D’Ouro, com fornecimento de adubo, formicida, composto orgânico e plantas pingo d’ouro (empenhos 14467, 14468)

*Justificativa: Justifica-se a inclusão da meta para dar inicio ao “Projeto Pingo de Ouro”, que se destina ao embelezamento dos canteiros centrais das principais avenidas do Município de Cachoeirinha/RS.

ANEXO I

PROGRAMA

DOTAÇÃO INICIAL

DOTAÇÃO ATUALIZADA

VALOR EXECUTADO (LIQUIDADO) NO EXERCÍCIO

05 - Organização e Modernização Administrativa 689.166,30 805.056,64 787.173,84

07 - Capacitação na Gestão 5.000,00 3.600,00 3.294,75

56 - Limpeza Urbana 139.030,00 201.780,00 164.894,54

66 - Preservação de Parques Naturais 7.750,00 6.780,00 4.587,03

67 - Fiscalização Ambiental 7.408,13 115.294,54 4.522,19

73 - Sementes e Mudas 5.250,00 88.250,00 4.353,41

64 - Limpeza do Rio Gravataí 1.100,00 1.100,00 0,00

TOTAL 854.704,43 1.221.861,18 968.825,76