Aquecedores a Gas

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Aquecedores a Gas

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    Aquecedores a Gs

    Aquecedores a gs: no seja voc a

    prxima vtima!

    AUTORIA - Eng Ms. Srgio Frederico Gnipper

    Aproxima-se o inverno, e com ele dias muito frios. Em certas regies do

    pas sequer se ousa manter abertas frestas em janelas, principalmente em

    apartamentos de andares elevados dos edifcios, com franca incidncia de

    ventos gelados. Esta situao, ocorrendo em ambientes onde esto

    instalados equipamentos a gs, em especial os aquecedores a gs, pode ser

    fatal.

    Somente no municpio de Curitiba, nos ltimos cinco anos, foram

    oficialmente registradas 27 mortes de moradores de apartamentos

    causadas por erros na instalao e funcionamento de aquecedores a gs!

    Como o assunto envolve conhecimentos tcnicos, nem sempre o morador

    est devidamente informado dos riscos que pode estar correndo dentro do

    seu prprio apartamento. Para evita-los aconselhado promover uma

    inspeo nos equipamentos a gs existentes e nas condies de ventilao

    dos ambientes em que esto alojados.

    A melhor ao, neste caso, preventiva, no sentido de se verificar se todos

    os equipamentos a gs, em especial os aquecedores de gua dos

    apartamentos, seguem certas condies de segurana ligadas correta

    instalao e operao, atendendo a requisitos determinados nos manuais de

    instalao dos respectivos fabricantes. Todos esses requisitos esto

    reunidos em norma tcnica da ABNT, a NBR 13103:2006 Adequao de

    ambientes residenciais para utilizao de aparelhos que utilizam gs

    combustvel, cuja linguagem pode no estar acessvel maioria das

    pessoas sem formao tcnica.

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    Aquecedores a Gs

    Entretanto, os itens mais importantes so de fcil verificao e podem ser

    checados pelos prprios moradores. Eles sero mostrados a seguir neste

    artigo. Todos os equipamentos residenciais que utilizam gs combustvel

    canalizado, seja ele o gs natural (GN) ou o gs liquefeito de petrleo (GLP)

    e, em algumas localidades o gs manufaturado (GM), principalmente

    fornos, foges, secadoras, churrasqueiras, lareiras, calefadores de ambiente

    e aquecedores de gua a gs, obtm calor a partir de sua queima.

    A queima do gs uma reao qumica de combusto dele com o oxignio

    presente no ar atmosfrico, geralmente tomado do prprio ambiente onde o

    aparelho est instalado.

    Essa reao gera calor, que aproveitado em grande parte de forma til no

    equipamento, por exemplo, para aquecer gua, gerar ar quente, irradiar

    calor para o ambiente, etc. Dessa reao qumica resultam, alm do calor,

    gases quentes como produtos de combusto, que devem ser eliminados do

    equipamento e tambm do ambiente em que este se encontra instalado.

    Quando a queima do gs combustvel se d em condies ideais, ditas

    estequiomtricas, o que raro na maioria dos equipamentos em operao,

    os gases quentes de combusto se resumem ao gs carbnico e vapor de

    gua. Esta situao pode ser avaliada olhando-se para a chama do

    queimador do aparelho a gs: ela deve se manter uniforme e estvel, sem

    oscilaes na ausncia de incidncia de vento, e apresentar cor azul

    caracterstica.

    Entretanto, quando a queima no perfeita, alm desses produtos de

    combusto, ocorre emisso de monxido de carbono, um gs

    extremamente txico para humanos e animais.

    Este um gs inodoro e incolor que se mistura facilmente com o ar

    atmosfrico e pode retornar para dentro do local de instalao de um

    equipamento a gs com deficincia de queima e eliminao de gases

    quentes resultantes da combusto do gs. A ausncia de cheiro e cor do

    monxido de carbono impedem que sua presena seja identificada num

    determinado ambiente.

    Quando inalado, o monxido de carbono preferencialmente absorvido

    pelas hemceas do sangue dentro dos alvolos pulmonares em relao ao

    oxignio do ar, pois reage 200 vezes mais rpido do que este com a

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    hemoglobina. Dessa forma, as hemceas, no lugar de transportarem

    oxignio, convertendo sangue venoso em arterial, acabam transportando

    esse gs txico em seu lugar.

    A excessiva concentrao de monxido de carbono, gerado por um

    equipamento a gs com queima imperfeita, num ambiente com portas e

    janelas fechadas, pode levar rapidamente a um quadro de dor de cabea,

    tontura, reduo e perda dos sentidos, desmaio e morte por asfixia numa

    pessoa ou animal domstico que, inadvertidamente, nele adentre e

    permanea por alguns instantes.

    Isto acontece pela falta de oxigenao adequada s clulas do crebro, e a

    vtima tem uma rpida sensao de fraqueza, dificuldade de percepo

    atravs dos sentidos fsicos e forte sono, seguidos do sbito desmaio,

    geralmente sem volta se o socorro no for imediato!

    O grfico abaixo mostra as possveis conseqncias da inalao prolongada

    de monxido de carbono presente em baixas concentraes no ar ambiente,

    ou seja, ar com uma concentrao normal de oxignio. Vale ressaltar que a

    periculosidade aumenta consideravelmente, mesmo com baixas

    concentraes de monxido, se o ar ambiente tiver reduzida a concentrao

    de oxignio, consumido na combusto do gs e no suficientemente

    renovado.

    Efeitos da inalao de monxido de carbono em baixas concentraes no ar

    ambiente

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    A queima inadequada de gs combustvel em equipamentos a gs pode ser

    constatada visualmente quando a chama apresenta cor amarela, relegando

    a cor azul apenas sua base. Por vezes ocorre a emisso, junto com os

    gases quentes, de uma fuligem preta que facilmente se deposita em

    superfcies frias que lhe sirvam de anteparo, chamada de negro-de-fumo,

    constituda principalmente de carbono. Essa fuligem tambm indicativa da

    formao do perigoso monxido de carbono como produto de combusto.

    Aquecedor sem chamin com queima incompleta e emisso de fuligem

    A queima incompleta do gs combustvel, com produo desse gs txico, pode se dar por:

    Presena de sujeira e resduos no conjunto queimador do equipamento

    Falta de regulagem da admisso de ar e gs combustvel em proporo adequada pr-queima;

    Insuficincia de aporte de ar para a combusto (ventilao insuficiente do ambiente)

    Dificuldade de exausto imposta aos gases quentes resultantes da combusto.

    Os dois primeiros fatores so de responsabilidade exclusiva dos moradores,

    a quem compete manter os dispositivos de queima dos equipamentos a gs

    sempre limpos e bem regulados. Para isso, pode-se contar com o concurso

    de um tcnico especializado em equipamentos a gs, e uma boa

    oportunidade a manuteno, limpeza e regulagem feitas justamente no

    perodo que antecede os dias frios de inverno.

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    Esse servio preventivo rpido, de baixo custo e realizado no local, sem

    necessidade de remoo dos equipamentos. Geralmente feita uma

    limpeza nos queimadores, com remoo de fuligem, resduos e oleosidades

    aderidos, desobstruo e limpeza ou substituio dos bicos injetores de gs,

    alm da correta regulagem da admisso de ar para a combusto.

    Os resultados compensam plenamente, uma vez que, alm da maior

    segurana para os moradores, geram economia em longo prazo, pois uma

    combusto perfeita resulta em melhor aproveitamento do gs e mxima

    gerao de calor til no equipamento. Em resumo, o que se gasta em

    manuteno preventiva, neste caso, retorna mais tarde na forma de

    economia de gs.

    J os demais fatores causadores de queima insuficiente do gs nos

    aparelhos domsticos tm maiores implicaes, pois dependem de como e

    onde est instalado o aparelho a gs, e tambm de sua potncia trmica.

    Quanto maior for a potncia trmica do equipamento, ou seja, quanto maior

    a sua capacidade de queima de gs e gerao de calor, mais oxignio do ar

    ambiente ir consumir e mais gases quentes de combusto sero

    produzidos. Os aparelhos de maior potncia calorfica so os aquecedores

    de gua instantneos, conhecidos como aquecedores de passagem, e

    geralmente constituem as situaes mais crticas nos apartamentos, e que

    requerem maior ateno.

    Ventilao adequada de ambiente que contm equipamentos a gs

    Qualquer equipamento a gs em operao consome oxignio do ar. Na

    maioria dos casos, este provm do prprio ambiente onde ele se encontra

    instalado. Este o caso, por exemplo, de fornos, foges, secadoras,

    churrasqueiras, lareiras e calefadores (aquecedores de ambiente) a gs. Por

    isso eles so ditos de combusto aberta, combusto atmosfrica ou com

    tomada de ar ambiente. Em geral so aparelhos cuja potncia trmica

    pequena.

    A queima do gs nestes aparelhos requer a reposio do ar consumido, o

    que se d por aberturas permanentes de ventilao natural. Normalmente

    eles nunca so instalados em locais que possam ficar completamente

    estanques, sendo, por vezes, suficientes pequenas aberturas para outros

    ambientes ventilados e de maior volume com os quais se comunicam, tais

    como as frestas sob as portas divisrias, ou pequenas aberturas

    permanentes em janelas e caixilhos que abrem para o exterior.

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    Aquecedores a Gs

    A referida norma tcnica da ABNT determina que um equipamento a gs s

    pode ser instalado num local dotado de aberturas que provejam ventilao

    permanente com rea total razo de 1,5 cm para cada quilocaloria por

    minuto (kcal/min) de potncia trmica nominal do aparelho, ou seja, de 1,5

    cm/kcal/min.

    Isto significa, por exemplo, que uma lareira a gs, cuja placa de fabricao

    indica potncia nominal de 100 kcal/min, s pode ser instalada numa sala

    onde haja abertura de ventilao permanente com rea mnima efetiva de

    frestas de (1,5 x 100) = 150 cm. Se a potncia trmica do equipamento

    vir indicada em quilocaloria por hora (kcal/h), basta antes dividir o valor por

    60 para obter o correspondente em quilocaloria por minuto.

    Para que o fluxo de renovao natural do ar ambiente consumido pela

    combusto do aparelho ocorra sem dificuldade, as aberturas de ventilao

    permanente devem ter frestas de pelo menos 8mm na menor dimenso

    quando, por exemplo, constitudas por grelhas metlicas abrindo para o

    exterior (situao mais freqente), situao ilustrada na foto abaixo.

    Aberturas de ventilao permanente inferior e superior com grelhas

    metlicas em paredes externas

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    Alm disso, as cozinhas dos apartamentos, onde so instalados fornos e

    foges convencionais a gs de at 183 kcal/min, devem ter ao menos duas

    aberturas de ventilao permanente totalizando rea efetiva mnima de

    abertura de frestas de 200 cm. Uma abertura superior deve ter ao menos

    100 cm e a inferior no mnimo 25% da rea total requerida.

    Entretanto, lamentavelmente isto muito raro de se ver em edifcios

    residenciais, porm item de presena obrigatria nos prdios de produo

    comercial projetados e edificados desde 1994, na vigncia do Cdigo de

    Defesa do Consumidor.

    J ambientes que contm fornos e foges mais potentes, acima de 183

    kcal/min e os destinados a aquecedores a gs convencionais, como costuma

    ser o caso das lavanderias de apartamentos, devem atender a requisitos

    mais rigorosos, devido maior potncia trmica nominal desses

    equipamentos.

    Neste caso, devem ser previstas duas aberturas permanentes simultneas,

    com a finalidade de prover fluxo ar externo para a combusto, em

    renovao ao ar consumido na queima do gs dentro do aquecedor, sendo

    uma abertura superior e outra inferior, permitindo o que se chama de

    ventilao cruzada. A melhor situao aquela em que ambas as aberturas

    se comunicam diretamente para fora e se situam em paredes externas

    opostas ou contguas.

    Aberturas de ventilao permanente superior e inferior em ambiente contendo aquecedor convencional a gs

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    A ventilao inferior deve ter uma rea efetiva mnima de abertura de

    frestas de 33% da rea total calculada para o ambiente. O seu topo no

    pode ficar situado mais do que 0,80m acima do nvel do piso interno. Na

    impossibilidade de se comunicar diretamente para o exterior, tolerado que

    essa abertura se d para um outro ambiente anexo (exceto dormitrio), por

    sua vez dotado de ventilao permanente inferior de rea equivalente se o

    seu volume for inferior a 30 m.

    Neste caso, a abertura inferior da rea de servio pode ser alojada na parte

    inferior da porta ou parede que a separa da cozinha, por exemplo.

    A ventilao superior deve ter rea efetiva de abertura de frestas mnima de

    400 cm, com a base situada a no menos de 1,50m acima do piso interno,

    preferencialmente se comunicando com o exterior do edifcio.

    Sob certas condies, tambm pode abrir para dutos de ventilao prprios

    para esse fim, providos ou no de ventilao mecnica.

    A ttulo de exemplo, uma lavanderia que contenha um aquecedor de

    passagem de alta potncia com combusto atmosfrica, com queimador de

    800 kcal/min requer uma rea total de ventilao de (1,5 x 800) = 1200

    cm.

    Uma boa distribuio dessa rea total deixar 1/3, ou 400 cm como rea

    da abertura inferior e os outros 2/3, ou 800 cm, como rea da abertura

    superior.

    Um aquecedor de menor potncia, por exemplo, com potncia nominal de

    400 kcal/min, exigir rea total calculada em (1,5 x 400) = 600 cm, neste

    caso caindo nos valores mnimos admitidos pela norma da ABNT, a saber:

    200 cm para a abertura inferior e 400 cm para a superior.

    muito freqente encontrar em cidades verticalizadas do pas edifcios com

    menos de 13 anos de construo completamente desprovidos de aberturas

    de ventilao permanente e/ou com janelas e caixilhos que permitem

    vedao completa, ou com reas de abertura de frestas muito inferiores

    necessidade dos respectivos equipamentos a gs, principalmente em se

    tratando de aquecedores de passagem, ou ainda sem a abertura de

    ventilao inferior.

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    Aquecedores a Gs

    A foto abaixo mostra um caso tpico, onde s existe a ventilao superior,

    feita por pequenos furos situados acima das lminas deslizantes de vidro,

    com tamanho menor do que 8mm de fresta, e com rea total muito abaixo

    dos 400 cm.

    Aquecedor instalado em ambiente com ventilao superior insuficiente e sem ventilao inferior

    At serem feitas as inspees prediais que resultaram num laudo tcnico

    orientativo das medidas corretivas e preventivas a proceder nas instalaes

    prediais hidrulico-sanitrias e de gs, e tomadas providncias imediatas,

    os seus desavisados moradores no estavam conscientes do permanente

    risco que corriam de serem as prximas vtimas de morte por asfixia ou

    intoxicao causadas pelo aquecedor a gs.

    Ou seja, sem saber, estavam vivendo num apartamento recm construdo

    cuja lavanderia foi entregue pela construtora em condies de completa

    arapuca! Vale ressaltar que essas advertncias e restries s se aplicam a

    aquecedores ditos de combusto aberta ou atmosfrica, que tomam o ar do

    prprio ambiente para realizar a queima do gs, alis, os mais comuns e de

    menor custo no mercado.

    Existem, no entanto, aquecedores de combusto fechada, que tomam ar

    exclusivamente do exterior, atravs de um duto (tubo) metlico flexvel,

    aspirado por uma ventoinha situada dentro do prprio equipamento. Neles,

    h uma cmara de combusto selada, ou seja, o local onde ocorre a queima

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    Aquecedores a Gs

    do gs no tem nenhum contato ou abertura com o ambiente em que o

    aparelho instalado. Com isso, impossibilitam uma reduo perigosa da

    concentrao de oxignio do ar ambiente e a disperso de monxido de

    carbono causada por queima deficiente do gs.

    Tambm esto sendo oferecidos no mercado aquecedores de gua a gs de

    combusto aberta dotados de um sensor indicativo da reduo de oxignio

    no ambiente. Este desliga automaticamente o equipamento e corta o fluxo

    de gs para o queimador quando a concentrao de oxignio no ar do

    ambiente cair abaixo de 19,5%, o menor limite considerado seguro para

    pessoas e animais.

    Mais recentemente se tornaram disponveis aquecedores a gs que, alm de

    tomada direta de ar externo para queima do gs e cmara de combusto

    selada, tambm apresentam sada dos gases quentes forada por ventoinha

    prpria ou por circulao convectiva natural, sem nenhum contato com o

    ambiente interno, chamados aquecedores de fluxo balanceado. Este tipo de

    aquecedor a gs pode ser instalado com total segurana at mesmo dentro

    de banheiros.

    Princpio de funcionamento de um aquecedor de fluxo balanceado

    Terminal especfico e duplo duto concntrico de aspirao e exausto de aquecedor de fluxo balanceado

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    Aquecedores a Gs

    Em apartamentos desprovidos de aberturas adequadas de ventilao

    permanente, ou onde a adequao s normas tcnicas mais difcil, um

    bom recurso pode ser a sumria substituio do aquecedor convencional de

    combusto atmosfrica por um destes dois modelos citados, apesar do seu

    custo mais elevado. Porm, viver em segurana no tem preo!

    Instalao adequada de aquecedores a gs

    Os aquecedores de gua a gs convencionais, alm da combusto aberta,

    apresentam tiragem natural. Isto significa que os gases quentes de

    combusto so expelidos para o exterior, atravs das respectivas chamins

    de exausto, unicamente por estarem mais quentes e serem mais leves do

    que o ar atmosfrico existente dentro do ambiente onde se alojam. Isto

    porque gases quentes apresentam uma natural tendncia ascensional, a

    exemplo dos bales dirigveis e mesmo dos bales soltos em festas juninas.

    Os fabricantes de aquecedores calculam o poder ascensional, ou tiragem,

    dos gases quentes de combusto dos seus equipamentos, um valor limitado

    para cada modelo, e determinam o dimetro mais adequado para a sada

    desses gases, onde ser alojada a respectiva chamin.

    Por esta razo, existem limitaes de suma importncia relativas

    localizao do aquecedor a gs de tiragem natural em relao parede

    externa do ambiente que o contm, e instalao da prpria chamin.

    Se houver dificuldade para a sada dos gases quentes em aquecedores de

    combusto aberta, eles podero em parte retornar para dentro do local que

    os abriga, e neles introduzir o famigerado e txico monxido de carbono.

    Por exemplo, uma chamin com comprimento excessivo pode favorecer em

    dias frios um resfriamento parcial dos gases quentes de combusto, com

    reduo de sua densidade e alterao nas condies de queima, tornando a

    chama mais amarela, com produo de monxido.

    Por outro lado, facilidade excessiva para o escape dos gases quentes de

    combusto para a atmosfera, acima do previsto pelos fabricantes dos

    aquecedores a gs, tambm no recomendada, pois isto provoca um fluxo

    de ar exagerado em direo ao queimador e pode causar o repentino

    apagamento da chama, e conseqente vazamento de gs para dentro do

    ambiente, com risco de intoxicao e at de incndio.

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    Aquecedores a Gs

    A mesma norma tcnica NBR 13103:2006 fixa as condies para a correta

    instalao de aquecedores de gua a gs com combusto atmosfrica e

    tiragem natural. A figura abaixo vlida tanto para aquecedores de

    acumulao (com tanque para reserva de gua quente) quanto para

    aquecedores instantneos ou de passagem (que aquecem a gua no

    momento de sua passagem pelo aparelho).

    Esta norma exige que todo aquecedor de gua a gs tenha uma chamin,

    para que os gases quentes sejam conduzidos para fora do apartamento. A

    chamin deve ter dimetro uniforme e igual ao dimetro da sada de gases

    de combusto do aquecedor. Assim, se o aquecedor instalado possuir uma

    sada de 125 mm de dimetro, a chamin tambm dever possuir esse

    mesmo dimetro (equivale a 5 polegadas).

    proibido instalar chamin com dimetro inferior ao da sada do aquecedor

    ou reduzir esse dimetro no meio da chamin, pois, nestes casos, haver

    um estrangulamento dificultador da exausto dos gases.

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    Aquecedores a Gs

    Erros de instalao: aquecedor desprovido de chamin (esq.) e reduo do dimetro da chamin (dir)

    Entretanto, em certas condies, possvel aumentar esse dimetro para

    compensar a dificuldade de fluxo causada por comprimento exagerado ou curvas em excesso na chamin; porm, isto requer clculos de engenharia

    que s um profissional especializado pode realizar de forma adequada. Alm disso, o trecho horizontal da chamin deve ser o mais curto possvel e estar instalado com uma inclinao mnima para cima em direo ao exterior,

    subindo pelo menos 2 cm a cada metro de extenso (ou 2% de declividade). Essa inclinao favorece o fluxo de gases quentes para fora,

    pois tendem a subir.

    Erros de instalao: trecho horizontal de chamin com inclinao descendente (esq) e extenso excessiva, sem inclinao (dir)

    Em princpio, o trecho vertical de chamin, logo acima do aquecedor, deve ter uma extenso mnima de 35 cm, a contar do topo da gola ou defletor do equipamento, onde se inicia a chamin, at a base do trecho vertical

    subseqente. Tambm, a chamin deve ter uma nica curva de raio longo de at 90 e o comprimento mnimo do trecho horizontal no deve

    ultrapassar a 2,00m.

    Quando algum desses trs requisitos no puder ser observado, necessrio prover alguma forma de compensao, por exemplo, criando um trecho

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    Aquecedores a Gs

    vertical adicional fora do apartamento, rente parede externa, neste caso dotado de um chapu chins (terminal em formato cnico) na extremidade. Outras formas de compensao so, por exemplo, o aumento do dimetro

    da chamin e a reduo no ngulo da curva, de 90 para 45 ou menos.

    Adverte-se, no entanto, que estas situaes excepcionais so admissveis, mas requerem clculos de engenharia apropriados, mediante concurso de um profissional especializado que estudar as alternativas possveis e

    indicar a melhor soluo para cada caso.

    Vale ressaltar que a exigncia de comprimento mnimo de 35 cm para o trecho vertical da chamin deve ser considerada quando o aquecedor possui um defletor em forma de gola na parte superior do equipamento (ver fotos

    acima). Entretanto, h aquecedores com tomadas de ar laterais para a exausto de gases, na forma de aberturas horizontais superpostas, como a

    da figura abaixo ( direita). Neste caso, a exigncia de altura passa a ser de 60 cm, contados a partir da base da abertura mais inferior no aparelho, at a base do trecho horizontal da chamin.

    Erros de instalao: inexistncia (esq) e insuficincia de altura do trecho

    vertical (dir) da chamin(dir)

    Outro cuidado que deve ser objeto de verificao a obrigatoriedade da

    existncia de um terminal adequado na extremidade externa da chamin, quando ela descarregar os gases de combusto para o ar livre ou rea

    externa do edifcio. proibido expelir gases de combusto dentro do apartamento.

    O terminal se destina a permitir o correto expelimento desses gases sem prejudicar as condies adequadas de tiragem. Sua ausncia aumenta o

    fluxo de gases na sada e de ar atmosfrico sobre a chama, possibilitando o seu apagamento e causando desregulagem na proporo correta de oxignio e gs combustvel para a queima ideal, com chama estvel e

    totalmente azul.Tambm a falta do terminal possibilita a entrada de gua de chuva, impelida pelo vento, dentro da chamin, e da para o interior do

    aquecedor, possibilitando o apagamento da chama.

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    Aquecedores a Gs

    Erros de instalao: Terminal dentro da edificao (esq) e posicionado na direo horizontal (dir)

    Outro risco, onde no h terminal instalado, quando a extremidade externa da chamin se abre para uma fachada do edifcio voltada contra as direes de ventos fortes (mais freqentes os de leste e nordeste em Curitiba), o

    sumrio apagamento da chama. Isto porque o terminal tambm tem a funo de dificultar a incidncia direta de ventos sobre o interior da

    chamin. Em relao a esse aspecto, a posio do terminal relevante. Ele no deve

    ficar instalado junto a concavidades e cantos cncavos na fachada externa do edifcio, como na foto acima direita, pois so regies de estagnao do

    vento de incidncia direta, e locais que favorecem a formao de suco quando os ventos incidem perpendicularmente. Neste caso, o apagamento da chama poder ocorrer com freqncia sempre que ocorrer um vento

    forte.

    Como os gases quentes que escapam pelo terminal apresentam tendncia ascensional, errado instala-los com sua maior dimenso na direo horizontal, pois isto um dificultador para o seu livre escoamento e pode

    alterar as condies que mantm a chama estvel e a queima em propores ideais. Outro erro freqente a instalao do terminal

    encostado na fachada externa do prdio e at recuado em relao a ela, dificultando a sada dos gases quentes e contribuindo para o

    chamuscamento da pintura ou do revestimento externo.

    Erros de instalao: terminal da chamin recuado (esq) e encostado (dir) na fachada do edifcio

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    Aquecedores a Gs

    O terminal deve distar pelo menos 10 cm da superfcie exterior do edifcio. Esta distncia mnima permite uma circulao de ar adequada, que

    possibilita a tiragem correta e exausto natural e impede que o calor dos gases quentes seja transferido em parte para a parede externa.

    Finalmente, vale lembrar que um aquecedor a gs representa um enorme conforto para os moradores, com fornecimento de gua quente de forma

    rpida e satisfatria, sendo atualmente mais econmico para esta finalidade do que um correspondente aquecedor eltrico.

    Para que esse conforto e economia ocorram de forma segura para os moradores, imprescindvel que os aquecedores a gs estejam instalados

    de forma correta, em ambiente adequadamente ventilado, e sejam mantidos sempre bem regulados. Em caso de suspeita de presena do gs

    txico monxido de carbono no ambiente de instalao do aquecedor de combusto aberta, deve-se solicitar a presena de um tcnico especializado, de uma empresa de manuteno de equipamentos a gs de confiana, para

    fazer a medio da concentrao desse gs.

    Deteco da concentrao de monxido e oxignio no ambiente

    um procedimento rpido e de baixo custo, feito com um analisador de gs que, alm do monxido, tambm pode medir a concentrao de oxignio no local que aloja o aquecedor.

    Em caso de dvida quanto correta instalao do equipamento a gs e

    ventilao adequada no ambiente, deve-se solicitar a um profissional especializado uma inspeo predial. Havendo alguma irregularidade, ele

    emitir um laudo tcnico explicativo, contendo orientaes das medidas corretivas que devero ser tomadas em cada caso.