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Aracaju, Março/2004. - CVDEE · Deixa que teu coração voe, além do horizonte, nas asas da música sublime que ... a ser desenvolvida com amor e ... €€€€€€€€€€

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  • Elipse: A Arte e a Msica

    e sua importncia

    na evangelizao do Ser

    (Coletnea de textos e artigos para estudo)

    Organizao: Graa Melo

    [email protected]

    Aracaju - Sergipe

    Aracaju, Maro/2004.

    Deixa que teu corao voe, alm do horizonte, nas asas da msica sublime que verte do

    Cu a Terra, a fim de conduzir-te da Terra ao Cu... Ouve-lhe os poemas de eterna

    mailto:[email protected]

  • beleza, em cuja exaltao da harmonia tudo gloriosa ascenso.

    Nesse arrebatamento s Esferas do Sem Fim, o silncio ser criao excelsa em tua

    alma, a lgrima ser-te- soberana alegria e a dor ser teu cntico. Escuta e segue a

    flama do pensamento que transpe a rota dos mundos, associando tuas preces de

    jubilosa esperana s cintilaes das estrelas!...

    No te detenhas. Cede cariciosa influncia da melodia que te impele distncia da

    sombra, para que a luz te purifique, pois a msica que te eleva a emoo e te descerra a

    grandeza da vida significa, entre os homens, a mensagem permanente de Deus.

    F.C Xavier/Emmanuel, em Trilha de Luz

    A P R E S E N T A O

    A msica nos une, nos eleva, nos liberta e nos ilumina...

    Grupo Revoada de Pssaros

    O presente trabalho destina-se a prover subsdios que permitam um estudo, ainda que superficial,acerca do uso da Arte e, em especial, da msica como instrumentos pedaggicos no esforoevangelizador na seara esprita.

    Sabendo que o ser humano esprito em evoluo, com bagagens multifacetadas e talentosadormecidos, no se desconhece que aqueles que hoje se encontram na posio deevangelizandos (a quem devemos iluminar os caminhos com o exemplo de nossa vivncia eas luzes do Evangelho de Jesus e da abenoada Doutrina codificada por Allan Kardec)tambm possuem dons j aflorados ou ainda adormecidos, espera de um toque, de umasituao onde o despertar ocorra com naturalidade para seu crescimento e amadurecimentoespiritual.

    O uso da Arte, mais e mais preconizado no meio educacional pelos benefciosinquestionveis que proporciona ao processo de ensino-aprendizagem, justifica-se nocontexto da evangelizao ou da educao esprita como fator motivacional, desensibilizao por excelncia, de liberao de energia, de elevao do tnus vibratrio, defacilitao da absoro de contedos educativos e moralizantes.

    Todas as expresses artsticas passveis de serem utilizadas nesse contexto pintura,desenho, dana, teatro, tcnicas de modelagem, canto, poesia, dentre outras s vm atornar mais atraentes e ricas, mais dinmicas e criativas, as aulas sobre temas, algumasvezes, abstratos ou de difcil absoro, a depender do nvel de maturidade ou deescolaridade da turma.

    A msica esprita, de cunho educativo e evangelizador, tem sido utilizada com excelentesresultados do ponto de vista dos benefcios para os evangelizandos, sejam crianas, jovensou adultos, de situao scio-econmica normal ou menos favorecida.

    A Equipe de evangelizadores/educadores espritas tem necessidade de melhor embasar a suaao, estudando o valor e o papel da msica a servio da evangelizao / educao esprita,desenvolvendo em si mesma os talentos porventura latentes ou mesmo novos talentos,aprimorando aqueles j desabrochados, tudo isso com o objetivo de melhor se qualificar paraa tarefa abraada, a ser desenvolvida com amor e dedicao.

    Esse esforo de pesquisa, naturalmente, no esgota o assunto; apenas facilita a recorrnciaa uma coletnea bsica de textos, artigos e mensagens sobre a Arte e a msica, forneceuma base de estudo a ser aprofundada eventualmente, e acelera a busca da sintonia com otema, necessria ao bom desenvolvimento dos trabalhos em que a msica o foco central.

  • S U M R I O

    I. A IMPORTNCIA DA MSICA

    II. EDUCAO DO ESPRITO INTRODUO PEDAGOGIA ESPRITA

    III. PRTICA PEDAGGICA NA EVANGELIZAO - CONTEDO E METODOLOGIA

    IV. A MSICA SUAS UTILIDADES E A CRIANA

    V. ARTE NO CAMPO DA EVANGELIZAO

    VI. A MSICA NA EVANGELIZAO

    VII. PERANTE A ARTE

    VIII. FUNDAMENTAO

    IX. UMA DIETA MUSICAL

    X. EU SOU A MSICA

    XI. AS NOTAS MUSICAIS

    XII. ARTE E INTUIO

    XIII. A MSICA TERRESTRE

    I. A IMPORTNCIA DA MSICA...

    Livro dos Espritos

    Questo n 251

    Os Espritos so sensveis msica? - Quereis falar de vossa msica? O que ela diante da msicaceleste? Desta harmonia que nada sobre a Terra pode vos dar uma idia? Uma para a outra o que ocanto do selvagem para a suave melodia. Entretanto, os Espritos vulgares podem experimentar um

  • certo prazer em ouvir a vossa msica, porque no so ainda capazes de compreender outra maissublime. A msica tem para os Espritos encantos infinitos, em razo de suas qualidades sensitivasmuito desenvolvidas. Refiro-me msica celeste, que tudo o que a imaginao espiritual podeconceber de mais belo e de mais suave.

    O Consolador

    Questo n 167 - F. C. Xavier/Emmanuel

    (...) As peras imortais no nasceram do lodo terrestre, mas da profunda harmonia do Universo,cujos cnticos sublimes foram captados parcialmente pelos compositores do mundo, em momentos desantificada inspirao.

    Apenas deste modo podereis compreender a sagrada influncia que a msica nobre opera nas almas,arrebatando-as, em quaisquer ocasies, s idias indecisas da Terra, para as vibraes do ntimo como Infinito.

    II. EDUCAO DO ESPRITO INTRODUO PEDAGOGIA ESPRITA

    Walter O. Alves

    O ritmo est presente na criana a partir de seu prprio organismo: o compasso das batidas docorao, o ritmo compassado do andar, o balanar dos braos, a seqncia interminvel do dia e danoite, os horrios das refeies, do descanso, tudo sua volta fala que o universo est envolvido emritmo harmonioso.

    A criana pequena no aprende por conceitos abstratos que falam ao crebro, mas est mais abertaao ritmo e ao sentimento que a msica transmite. O ritmo e a harmonia da msica auxiliam a suaharmonizao superior. Assim, letras simples e objetivas em ritmo harmonioso, alcanaro o coraoinfantil de forma adequada.

    O elemento meldico da msica, em harmonia com o ritmo, embala a prpria alma, ativando osmovimentos interiores do Esprito. A arte meldica-harmnica-rtmica da msica atinge as profundezasda alma, transportando o ser espiritual para as esferas superiores da vida, atravs da inspiraosuperior, atingindo as vibraes do mundo espiritual elevado e nobre.

    A msica representa elevada interao vertical com as esferas espirituais. Mediante essa vivncia, emnvel espiritual, o sentir e o querer se harmonizam, aprimorando o sentimento e o lado moral da vida.

    A msica pode ser utilizada em conjunto com as artes plsticas, (...), bem como no teatro, nadramatizao e em outras atividades desenvolvidas na evangelizao. Com os pequenos, umabandinha rtmica pode trazer bons resultados. A criana pequena, at 6 anos aproximadamente, liga-semais ao ritmo do que melodia. Com os maiores de sete anos, a melodia a parte mais importante,sendo possvel a formao de um coral infantil ou de um grupo de msica.

    Sobre a prtica pedaggica nas diferentes etapas:

    *

    dos 3 aos 7 anos (..) Utilizar a msica, especialmente o canto e as brincadeiras de rodacantadas. Durante as atividades de artes plsticas, utilizar como fundo msica suave, de prefernciaclssica.

    *

    dos 7 aos 11/12 anos (...) Trabalhar intensamente com o sentimento da criana,principalmente atravs da arte. O elemento musical (ritmo, melodia) pode atuar beneficamente navida sentimental da criana, auxiliando o seu desenvolvimento psquico harmonioso.

  • *

    dos 13/14 anos em diante (...) Propiciar oportunidade de participao nas atividadesartsticas como: teatro, coral, grupos musicais e de dana.

    III. PRTICA PEDAGGICA NA EVANGELIZAO - CONTEDO E METODOLOGIA

    Walter O. Alves

    A msica vibrao e pode excitar ou estimular o Esprito, provocando sensaes de nvel superior,permitindo vibrarmos em sintonia com esse algo superior, despertando a essncia Divina que dormeem cada um de ns. Ao vibrar, sintonizamos com vibraes sutis que pululam no Universo. Podemossentir vibraes que por outros meios no sentiramos, emoes novas brotam na alma, levando oEsprito a querer evoluir. A msica representa, pois, elevada interao vertical com as esferassuperiores da vida universal.

    Trabalhe iniciao musical e ritmo com a criana pequena. Se possvel, forme uma bandinha rtmica.Com as maiores, procure formar um coral. Se houver possibilidades, explore a msica instrumental:flauta, violo, teclado, piano... Procure voluntrios na casa para trabalhar com as crianas. Associe amsica ao teatro e dana. Procure tambm utilizar msica suave, especialmente a clssica, emconjunto com as artes plsticas.

    Sensibilizao

    Procure iniciar cada dia de atividade preparando o ambiente com alegria interior, recebendo as crianascom um sorriso, bom humor e disposio ntima. A msica, a poesia, a prece auxiliaro o incio dasatividades num padro elevado, com alegria e felicidade por estar ali. (...) Procure oferecerexperincias de sensibilizao, que toquem o corao, despertando os sentimentos nobre da alma.

    Trabalhando com Crianas de 3 a 6 anos

    Explore o ritmo, msicas com gestos, rodas cantadas. Utilize a msica e a poesia juntas. O resultadosser timo. A criana pequena vibra com o ritmo da msica. A poesia declamada tambm tem ritmo.Explore-o.

    Trabalhando os sons Procure trabalhar com as crianas pequenas com os sons da natureza. Noser difcil gravar: a chuva caindo, pssaros cantando, o som do grilo, da cigarra, os latidos de um co,etc. Trabalhe a diferena dos sons: sons de metal, madeira, instrumentos musicais... Trabalhe tambma diferena entre rudo e msica. Msica Clssica Nas atividades de relaxamento, use a msicaclssica como fundo musical. Explore tambm o silncio durante o relaxamento: todos em silncio,relaxados, podero ouvir sons longnquos. Tambm utilize a msica clssica ou msica suave nasatividades de artes plsticas.

    Trabalhando com Crianas de 7 a 12 anos.

    Cante com entusiasmo e amor. Coloque sempre muito amor em tudo o que fizer. Procure formar umcoral. No hesite em pedir ajuda a algum msico que freqenta a Casa.

    IV. A MSICA SUAS UTILIDADES E A CRIANA

  • ... est rapidamente se aproximando a hora em que o Homem escolher sua msica com o mesmocuidado inteligente e o mesmo conhecimento que ele usa agora para escolher sua comida. Quandoessa hora chegar, a msica tornar-se- uma fonte importante de cura para muitas doenas individuaise sociais, e a evoluo humana ser tremendamente acelerada. Corinne Heline

    Prezo o poder transformador da bela msica! Sou extremamente agradecido msica pelo modocomo ela enriquece minha vida. A msica no apenas uma fonte de distrao; ela representa umalimento vital que me nutre diariamente. Considero a boa msica, cuidadosamente selecionada evivenciada, um agente excepcional de cura, harmonia, inspirao e expanso espiritual da conscincia.Hal A. Lingerman

    A msica nos une, nos eleva, nos liberta e nos ilumina... Grupo Revoada de Pssaros

    O ritmo, a harmonia, a melodia...

    O ritmo est presente na criana a partir de seu prprio organismo: o compasso das batidas docorao, o ritmo compassado do andar, o balanar dos braos, a seqncia interminvel do dia e danoite, os horrios das refeies, do descanso, tudo sua volta fala que o Universo est envolvido emritmo harmonioso.

    A criana pequena no aprende por conceitos abstratos que falam ao crebro, mas est mais abertaao ritmo e ao sentimento que a msica transmite. O ritmo e a harmonia da msica auxiliam a suaharmonizao interior. Assim, letras simples e objetivas, em ritmo harmonioso, alcanaro o coraoinfantil de forma adequada.

    O elemento meldico da msica, em harmonia com o ritmo, embala a prpria alma, ativandoos movimentos interiores do Esprito.

    A Arte meldica-harmnica-rtmica da msica atinge as profundezas da alma, transportando o serespiritual para as esferas superiores da vida, atravs da inspirao superior, atingindo as vibraes domundo espiritual elevado e nobre.

    V. ARTE NO CAMPO DA EVANGELIZAO

    Aglae de Carvalho

    bastante vlida, no meio esprita, a preocupao com atividades artsticas.

    Cada um de ns tem um potencial criativo (somos centelhas divinas) e cada espcie de atividadeoferece possibilidades criativas. A criao existe em qualquer setor da vida humana e supe umacapacidade constante de renovao. Na Arte, entretanto, a criatividade humana se expressa maisespontaneamente.

    Todos somos seres em evoluo, e, a cada novo dia, observamos, percebemos, captamos imagens eexperincias, o que leva necessidade de senti-las, avali-las, incorpor-las e express-las. Nemsempre, porm, as palavras (na linguagem verbal ou grfica) exprimem em toda a plenitude aintensidade de uma vivncia. Certas realidades subjetivas exigem que sua expresso e comunicao se

  • faam atravs da Arte.

    Caswel e Foshay sugerem que a criana pode usar suas faculdades criativas e artsticas, decorando asala de aula, arrumando seu prprio quarto, cuidando do jardim da escola ou tirando uma fotografia.Estas e outras experincias criativas favorecem o desenvolvimento e o enriquecimento total dapersonalidade, reunindo em harmonia a atividade intelectual, a sensibilidade, a habilidade manual eintegrando-as num processo criador. Toda experincia que conduz criao tambm educativa. Seassim no fora, Emmanuel (considerando o planeta terrestre numa escola de provao e burilamento)no nos teria esclarecido, na resposta pergunta 171, do livro O Consolador: Atravs de suas vidasnumerosas a alma humana buscar a aquisio desses patrimnios (os valores artsticos).

    As vrias modalidades de expresso artstica devem e podem ser estimuladas ou desenvolvidas nosncleos espritas juvenis e infantis. Promovendo a desinibio pessoal, permitem maior entrosamentode nossas crianas e de nossos jovens, que se confraternizam, cooperando mutuamente. Contribuemtambm para o ajustamento social do moo e da criana espritas, ao valorizar os recursos individuaisno campo da sensibilidade. Concorrem, ainda, para a participao mais efetiva, desenvolvendo acapacidade de trabalho em grupo, e tambm para a incrementao do esprito de servio e dopotencial construtivo. E, naturalmente, possibilitam o interesse pelo estudo do Espiritismo, emdecorrncia do contato com produes doutrinrias, quer no campo da msica, da prosa ou da poesia,etc.

    Mas, em se tratando de Arte aplicada ao campo da evangelizao, preciso todo o cuidado quanto sapresentaes. imprescindvel sejam elas realizadas sob planejamento antecipado e orientaoequilibrada. Lembremos que as atividades artsticas so consideradas integrantes do processoglobalizado da educao, isto , conjugam-se s outras atividades, como as do estudo doutrinrio oudo trabalho prtico (assistencial, etc). Torna-se, pois, indispensvel manter o cunho esprita dosnmeros artsticos.

    Quanto a estes, convm sejam examinados e selecionados, porque, em seu contedo, no devem ferira integridade da Doutrina Esprita. Adequados, tendo em vista os objetivos da reunio, a ocasio e olocal em que sero apresentados. Se uma reunio comemorativa, por exemplo, organizar oprograma de modo a que as apresentaes estejam relacionadas com a data comemorada.Acrescentemos aqui: bom senso e critrio, na determinao de tais datas, nunca so demais...

    Seja qual for a finalidade da reunio esprita (comemorativa, de confraternizao, etc) ou da atividaderealizada fora do ambiente fsico da instituio onde criana e moo se evangelizam (por exemplo:visitas a hospitais, asilos, etc., onde, eventualmente, possam ocorrer apresentaes artsticas), misterse faz a previso do tempo, evitando uma extenso demasiada do programa e conseqentesobrecarga e enfado para os assistentes. E, quanto possvel, observar os horrios de incio e trmino.

    Como dissemos, realmente se justifica o cuidado quanto utilizao das artes no meio esprita, emvista, dos seus aspectos positivos. Mas a preocupao procede, sobretudo, porque as atividades a quenos referimos so como sementes lanadas ao santificado campo da evangelizao. Orientaodoutrinrio-evanglica infncia e juventude corpreas significativo ensejo para a renovaoespiritual. Se, transmitindo os ensinamentos da moral crist, pretende-se a sublimao de criaturas,recordemos Andr Luiz: A arte deve ser o Belo criando o Bom.

    Reformador - Brasil Esprita - Abril de 1971

    VI. A MSICA NA EVANGELIZAO

    Graa Melo

    Para comeo de conversa...

    No seu incio, o homem no tem seno instintos; mais avanado e corrompido s tem sensaes;mais instrudo e purificado, tem sentimentos; e o ponto mais delicado do sentimento o amor....(E.S.E., Cap. XI)

  • O amor o eterno fundamento da educao. Henrique Pestalozzi

    Educao o desenvolvimento natural, progressivo e harmonioso de todos os poderes e faculdadesdo ser. Henrique Pestalozzi

    Duas fontes de inestimvel valor Kardec e Pestalozzi, fundadores da Pedagogia do Amor,fundamentados no maior exemplo de amor que o mundo pde conhecer, Jesus...

    Pestalozzi utilizava a Pedagogia do Amor... A criana recebia a vibrao intensa de seu nobre corao -eis porque o evangelizador deve amar o que faz e passar esse amor no olhar, no sorriso, na voz, nogesto, na dedicao tarefa...

    Jesus adotou a Pedagogia do Exemplo... E todos ficavam impregnados no somente pelo seu altopadro vibratrio, mas pelo poder do amor que de si emanava - da a necessidade de exemplificaoque deve ter o evangelizador e da conscincia de que o que ele conseguir Ser, isso o que passaraos evangelizandos.

    Kardec, inspirado nas lies pestalozzianas, fez uso da Pedagogia da Liberdade, da Observao, daAnlise e do Amor... por isso a tarefa de evangelizao deve requerer esforo por parte doevangelizador no sentido de sua qualificao para a tarefa, de imensa responsabilidade.

    Sentimento... Amor... Educao... Foras propulsoras do Esprito rumo sua evoluo. E a msica?

    O Espiritismo prova a importncia da msica para a evoluo do Esprito, no somente no plano devida terrena, mas tambm na vida espiritual. (Anurio Esprita, 1989)

    Em Nosso Lar, a localizao do Campo da Msica no seio do Ministrio da Elevao nos faz pensar naimportncia da msica para a evoluo do Esprito... Na estrela de seis pontas, de um lado, o Ministriodo Esclarecimento (conhecimento nobre, princpios superiores...), do outro lado, o Ministrio daElevao (do sentimento, desenvolvimento de ideais nobres, do sentimento elevado...) e ao centro, oMinistrio da Unio Divina... o Saber de um lado, o Amor do outro lado, ambos conduzindo unio comDeus... O amor sendo despertado, os Espritos sendo mais e mais sensibilizados para o Amor, com ouso da Msica... (W. O. Alves, in Educao do Esprito Introduo Pedagogia Esprita, comadaptao)

    Compreendemos a msica como instrumento de educao do Esprito e de sensibilizao porexcelncia. A msica de qualidade que toca o sentimento... A msica que quando revestida decontedo edificante e significante... nos une a esferas espirituais superiores, fortalecendo nossavontade direcionada ao Bem, no sentido de nosso auto-aprimoramento... nos eleva o padrovibratrio, os pensamentos e os sentimentos... nos liberta de amarras, tenses e atavismos dopassado, melhorando a nossa sintonia... e nos ilumina o corao e a mente, tornando-nos maissuscetveis e abertos ao aprendizado de novas atitudes e conhecimentos.

    Nos diz Walter O. Alves que a msica representa elevada interao vertical com as esferas espirituais.Mediante essa vivncia, em nvel espiritual, o sentir e o querer se harmonizam, aprimorando osentimento e o lado moral da vida. O elemento meldico da msica, em harmonia com o ritmo,embala a prpria alma, ativando os movimentos interiores do Esprito. A arte meldica-harmnica-rtmica da msica atinge as profundezas da alma, transportando o ser espiritual para as esferassuperiores da vida, atravs da inspirao superior, atingindo as vibraes do mundo espiritual elevado enobre.

    Sabemos que quando o Esprito reencarna, at os sete anos, ainda tem adormecidas as suaspotencialidades... Somente aps esse perodo que se consolida o seu processo reencarnatrio e elecomea a revelar suas tendncias.

    Walter Oliveira Alves, no livro Educao do Esprito Introduo Pedagogia Esprita, nos d um alerta:No podemos perder de vista que a criana o Esprito que retorna nova fase evolutiva e que trazseus talentos interiores esperando pelo incentivo dos que a acolhem... Estes talentos podem incluirtalentos artsticos, bom refletir...

    Observando suas tendncias e os princpios consagrados da educao, que os pais direcionam acorreo das ms inclinaes emergentes, bem como a potencializao de suas qualidades intrnsecasdesde cedo, com o auxlio da escola convencional - para desenvolvimento do lado social, intelectual eda razo, mais materializado, em sintonia com o mundo de relao em que vive - e da escola de

  • educao moral ou de evangelizao - para desenvolvimento do lado espiritual, em suas virtudes equalidades morais.

    A escola de evangelizao tem que se valer de tcnicas, processos, mtodos, ferramentas einstrumentos, que facilitem o processo de ensino-aprendizagem e tambm o desabrochar das infinitaspotencialidades do Esprito eterno adormecido na criana. Nesse sentido, segundo o mesmo autor, ovalor da Arte na Evangelizao imenso, tanto no que se refere ao conhecimento esprita, quanto aodesenvolvimento de sentimentos superiores, constituindo-se em poderoso instrumento de educaodo sentimento e de educao dos impulsos da alma, canalizando-os para o Bem e para o Belo.

    As ferramentas tm por objetivo motivar, melhor fixar contedos, sensibilizar, integrar o evangelizandoconsigo mesmo e com os outros, abrir o campo mental, etc. Segundo o citado autor, a Arte, emgeral, como atividade criadora por excelncia, vem ao encontro das necessidades de movimento eao da criana e do jovem. No apenas ao motora, fsica, mas, principalmente, os movimentosintensos da prpria alma, do ser espiritual, na expanso do sentir e do querer. (...) A Arte um dosmais valiosos canais de expresso... Ao evangelizador cabe conduzir essa criatividade para os canaissuperiores da vida.

    A msica, nesse contexto, uma das ferramentas facilitadoras. No a nica, nem a principal... Paracrianas pequenas, fundamental e seu uso facilita sobremodo a tarefa do evangelizador. Aliada agestos e coreografias, elemento dinamizador das atividades.

    Sabendo que as crianas aprendem atravs de atividades adequadas ao seu nvel dedesenvolvimento, pois, nos ensina Pestalozzi, que o olho quer ver, o ouvido ouvir, o p quer andar e amo agarrar! Da mesma forma o corao quer crer e amar e o esprito quer pensar, devemosprocurar ferramentas que propiciem essa ao do evangelizando, o que o motivar mais e mais afreqentar as aulas de evangelizao.

    Nos diz o aludido autor que A criana pequena no aprende por conceitos abstratos que falam aocrebro, mas est mais aberta ao ritmo e ao sentimento que a msica transmite. O ritmo e a harmoniada msica auxiliam a sua harmonizao interior. Assim, letras simples e objetivas, em ritmoharmonioso, alcanaro o corao infantil de forma adequada; e que o ritmo est presente na crianaa partir de seu prprio organismo: o compasso das batidas do corao, o ritmo compassado do andar,o balanar dos braos, a seqncia interminvel do dia e da noite, os horrios das refeies, dodescanso, tudo sua volta fala que o Universo est envolvido em ritmo harmonioso.

    Como escolher a msica...

    A msica tambm uma forma de evangelizar, quando tem contedo e quando este contedo traduza mensagem da Doutrina Esprita e do Evangelho de Jesus.

    s vezes observa-se a adoo, nas casas espritas, muitas vezes por falta de opo, de msicas semcontedo educativo ou evangelizador e que, pelo seu ritmo animado, agradam aos evangelizandos.

    Alguns aspectos devem ser considerados pelo evangelizador na escolha de msicas que venham aauxiliar no desenvolvimento da tarefa:

    *

    O ritmo - a msica produz formas-pensamento nobres ou inferiores, conforme seu contedo eritmo, da o cuidado que teve ter o evangelizador na escolha das peas musicais a seremtrabalhadas, de modo que no venham a despertar a violncia ou a sensualidade, por exemplo; oritmo, suave ou mais movimentado, deve ser harmonioso.

    *

    A tonalidade adequada regio de canto onde as crianas sintam-se mais vontade, amsica deve ser em tons maiores, preferencialmente, por serem os mesmos mais alegres.

    *

    A origem/procedncia a msica 100% esprita traduz mensagens compatveis com osprincpios espritas, o que pode no ocorrer com msicas adaptadas ou de origem religiosa diversa,que, em alguns casos, podem at entrar em contradio com a Doutrina.

  • *

    O contedo as letras devem ser revestidas de linguagem simples, clara e objetiva, de modo atraduzir com fidelidade o contedo pretendido, sem duplo-sentido e sem complexidade exagerada;e devem traduzir com fidelidade o que apregoa a Doutrina.

    *

    A interpretao as canes devem ser cantadas com alegria; o evangelizador deve sentir oque canta para poder passar realmente a mensagem; o uso de gestos e coreografias muitoapreciado pelas crianas e at pelos jovens e servem para liberar energia, integrar e animar.

    Como usar...

    Assim, para momentos diversos, msicas diferenciadas devem ser escolhidas.

    *

    Na preparao para a prece msicas harmonizantes, suaves, que inspirem paz e acalmem ascrianas ou jovens; de contedo que eleve ou instrumental de sopro ou corda, que agem no corpoemocional dos evangelizandos...

    *

    No momento de integrao - msicas alegres, para liberar energia, favorecer a aproximao eo contato fsico, para desinibir; com instrumentos de metal e percusso, para ativar o corpo fsicodos evangelizandos; associadas a atividades recreativas;

    *

    Na atividade introdutria ou motivacional, no desenvolvimento do contedo e/ou na atividadede fixao msicas de contedo pertinente, que introduzam o tema da aula, que concentrem aateno, podendo, ou no, ser associadas a atividades ldico-educativas; preferencialmente cominstrumentos de corda, para alcanar o corpo mental dos evangelizandos.

    Para que usar...

    Importante destacar que a msica tem vrias utilidades, independentemente de ser ferramentavaliosa no contexto da evangelizao. A nova cincia da musicoterapia aponta inmeras vantagens quejustificam a sua adoo. Hal Lingerman, estudioso do assunto e autor do livro As energias curativas damsica, aponta algumas coisas que a boa msica pode fazer:

    *

    atenuar a fadiga fsica e a inrcia, aumentando a vitalidade fsica,

    *

    acalmar a ansiedade e as tenses,

    *

    liberar a raiva,

    *

    elevar os sentimentos,

    *

    penetrar em estados de esprito,

    *

    concentrar o pensamento,

    *

    ajudar a definir claramente metas,

    *

    liberar a coragem e a persistncia,

    *

    aprofundar os relacionamentos e enriquecer amizades,

    *

    fortalecer a carter e o comportamento construtivo,

  • *

    expandir a conscincia de Deus,

    *

    estimular a criatividade e a sensibilidade.

    E se eu no souber cantar...

    Neste caso, utilize-se de gravador ou toca CD ou, na falta destes, pea s crianas que cantem e asacompanhe com palmas, animando, criando com elas uma coreografia ou movimentos sincronizados,de modo que o ato de cantar seja algo natural. No passe para a criana ou para o jovem a suatimidez.

    Seja sincero, diga, se for o caso, que no l muito afinado, que no tem l muito ritmo, mas mostrea elas que cantar algo prazeroso. Brinque, implorando que no corram quando voc comear asoltar as suas primeiras notas musicais... Eles vo achar engraado e vo participar ativamente (possvel at que alguns corram, de brincadeirinha).

    Como ensinar as msicas?

    Tudo um processo natural... Recomenda-se primeiro ensinar a letra. Quando estiver devidamentedecorada, o ritmo inclusive (que pode ser marcado com palmas), a voc deve introduzir a melodia. Setocar um instrumento, tenha o cuidado de ajustar o tom da msica voz das crianas (normalmentemais aguda que a dos adultos), para que com a voz perceptvel, a criana sinta-se feliz em cantar (queoua a sua prpria voz, pois isto muito importante at para perceber se est errando).

    Walter Oliveira Alves, no livro Prtica Pedaggica na Evangelizao Contedo e Metodologia,recomenda: trabalhe iniciao musical e ritmo com a criana pequena. Se possvel, forme umabandinha rtmica. Com as maiores, procure formar um coral. Se houver possibilidades, explore amsica instrumental: flauta, violo, teclado, piano... Procure voluntrios da Casa para trabalhar com ascrianas. Associe a msica ao teatro e dana. Procure tambm utilizar msica suave, especialmentea clssica, em conjunto com as artes plsticas.

    Sobre a prtica pedaggica propriamente dita, o autor sugere que dos 3 aos 7 anos, se utilize amsica, especialmente o canto e as brincadeiras de roda cantadas e msicas de fundo suave, depreferncia clssicas, para acompanhar as atividades de artes plsticas; dos 7 aos 11 ou 12 anos,recomenda trabalhar intensamente com o sentimento da criana, principalmente atravs da Arte -nessa etapa, o elemento musical (ritmo e melodia) pode atuar beneficamente na vida sentimental dacriana, auxiliando o seu desenvolvimento psquico harmonioso; e dos 13 anos acima, que deve-sepropiciar oportunidade de participao nas atividades artsticas como teatro, coral, grupos musicais ede dana.

    Uma recomendao final do autor: Cante com entusiasmo e amor. Coloque sempre muito amor emtudo o que fizer....

    Uma curiosidade... E algumas prolas...

    Voc sabia que a primeira obra medinica publicada no Brasil por Chico Xavier utilizou a Arte paratransmitir mensagens de 56 poetas renomados?

    A msica a palavra em harmonia. Andr Luiz, in Respostas da Vida.

    ... est rapidamente se aproximando a hora em que o Homem escolher sua msica com o mesmocuidado inteligente e o mesmo conhecimento que ele usa agora para escolher sua comida. Quandoessa hora chegar, a msica tornar-se- uma fonte importante de cura para muitas doenas individuaise sociais, e a evoluo humana ser tremendamente acelerada. Corinne Heline

  • Prezo o poder transformador da bela msica! Sou extremamente agradecido msica pelo modocomo ela enriquece minha vida. A msica no apenas uma fonte de distrao; ela representa umalimento vital que me nutre diariamente. Considero a boa msica, cuidadosamente selecionada evivenciada, um agente excepcional de cura, harmonia, inspirao e expanso espiritual da conscincia.Hal A. Lingerman

    VII. PERANTE A ARTE

    Andr Luiz

    Colaborar na Cristianizao da Arte, sempre que se lhe apresentar ocasio.A Arte deve ser o Belo criando o Bem.

    Repelir, sem crtica azeda, as expresses artsticas, torturadas que exaltem a animalidade ou aextravagncia.

    O trabalho artstico que trai a Natureza nega a si prprio.

    Burilar incansavelmente as obras artsticas de qualquer gnero.Melhoria buscada, perfeio entrevista.

    Preferir as composies artsticas de feitura esprita integral, preservando-se a pureza doutrinria.

    A arte enobrecida estende o poder do amor. Examinar com antecedncia as apresentaes artsticas para as reunies festivas nos arraias espritas,dosando-as e localizando-as segundo as condies das assemblias a que se destinem.

    A apresentao artstica como o ensinamento:deve observar condies e lugar.

    E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardar os vossoscoraes e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. Paulo (Filipenses, 4:7)

    Do livro: Conduta Esprita, por Waldo Vieira/Andr Luiz.

    VIII. FUNDAMENTAO

    Da Apostila de Iniciao Musical, FEB/DIJ, 1986.

    A primeira manifestao artstica do ser humano foi a Msica, que evoluiu com ele. Valorizada atravsdos tempos, mas s acessvel a poucas pessoas ou classes sociais, nas salas dos palcios e grandesteatros, sofrendo influncias nos respectivos gneros por fora de criatividade de tantos gnios, chega poca Contempornea com as facilidades conseguidas graas fabricao em srie de instrumentos, impresso das pautas e aos meios de comunicao cada dia mais sofisticados. Hoje, com oscomputadores, a televiso e o rdio, quem no acompanha, no mundo inteiro, as orquestras, osconjuntos, os grupos sonoros, os cantores preferidos? Onde estiver o ser humano, a estar a msica.

    Sob orientao pedaggica, no campo e processos de ensino/aprendizagem, assume a msica umpapel muito importante na atualidade, revelando-se o grande recurso na Educao, pois se sabe que ascrianas se expressam mais livremente atravs dela.

  • Associada ao desenvolvimento do senso rtmico, contribui para enriquecer as atividades educativasdesenvolvidas com as crianas de 3 a 4 anos. E na tarefa de Evangelizao, no ciclo Maternal, nodeve ser dispensada.

    Cumpre acrescentar, ainda, que a universalidade dessa arte magnfica, seu contedo to emotivo, queatinge os mais profundos refolhos da alma, torna o seu emprego um fator educativo dos mais ricos eagradveis, pois no h criana que no goste de cantar, se essa atividade lhe for sugerida de maneiracompatvel com o estgio evolutivo dos seus interesses.

    Atravs de exerccios de desenvolvimento do ritmo e da entoao de pequenas canes, as crianas de3 e 4 anos adquirem condies de maturidade que lhes favorecem o aprendizado de novosconhecimentos e a incorporao de salutares hbitos e atitudes.

    Esse fato pode passar despercebido maioria, mas, na realidade, a compreenso de assuntos maiscomplexos depende do domnio, por parte da criana pequena, de certas habilidades especficas, taiscomo: saber ouvir, esperar a sua vez, esperar pelo companheiro, falar e responder com desembarao,compreender e executar ordens etc, que a Msica, mediante os exerccios sugeridos para essa faixaetria, pode fornecer.

    A tarefa de Evangelizao Esprita, educativa por excelncia, visa a criatura em todas as suasmanifestaes, principalmente nas de ordem emocional que a msica desenvolve e aprimora.

    Encontramos no livro Allan Kardec, de Zeus Wantuil e Francisco Thiesen, volume I (p. 39), edioFEB, referncias muito oportunas sobre o emprego da Msica e da Arte nas atividades educativas noCastelo de Yverdon, dirigido e orientado pelo grande educador suo Joo Henrique Pestalozzi,conforme descrio de Roger de Guimps:

    ...sobre as representaes teatrais, geralmente baseadas nos feitos hericos da histria sua daIdade Mdia, sobre os jogos e diverses vrias, sobre a importncia que Pestalozzi dava ao canto;cantava-se nos intervalos das lies, nos recreios, nos passeios. A Msica e o canto adquiriram ali, em1816 e 1817, grande impulso com o notvel compositor suo Xaver Schnyder von Wartensee.

    Compreendia o insigne pedagogo a real importncia da Msica e a empregava fartamente, como ficouevidenciado, nas atividades dirias do seu Instituto.

    Bastem-nos esses ligeiros enfoques e a abalizada orientao de Pestalozzi, a cujos cuidados foiconfiada a esmerada educao de Hippolyte Lon Denizard Rivail (mais tarde conhecido pelo seupseudnimo Allan Kardec, como Iniciador do Espiritismo), para enunciarmos nossa certeza quanto importncia e oportunidade de incluir a Msica e o canto no currculo da Evangelizao Esprita.

    IX. UMA DIETA MUSICAL

    Stewart, R. J.

    01. Sempre ser seletivo com a msica que escutamos. No devemos simplesmente aceitar o que gerado pela televiso, pelo rdio ou pelos sistemas de som instalados em nossa casa, trabalho ou localde encontro social. Esse tipo de escolha torna-se cada vez mais difcil na sociedade moderna, mas nodevemos temer ser inconvenientes caso seja preciso: se a msica num restaurante ou numa lojaestiver alta demais, justo pedir aos funcionrios que a abaixem. A maioria das pessoas simplesmenteaceita a poluio musical, sem jamais pensar em tentar control-la. essencial no sucumbirmos aessa atitude.

    02. A conscincia musical comea em casa. No devemos ligar o rdio ou a televiso para fazercompanhia. Um verdadeiro contato com a msica s estabelecido quando dedicamos a ela toda anossa ateno do contrrio, melhor no ouvir nada. Quase tudo o que sai dos meios decomunicao de massa age sobre nossa conscincia, porque no sabemos escutar verdadeiramente.Um perodo sem msica deve ser considerado da mesma forma que uma mudana de dieta ou um

  • jejum salutar: seu objetivo eliminar os venenos do sistema. E quando conseguimos realiz-lo,sentimo-nos mais aptos, mais atentos e mais radiantes.

    03. Evitar a msica muito alta. particularmente em concertos de rock e de msica popular ou emdiscotecas. Essa regra deve ser aplicada tambm s msicas tocadas em casa ou em reunies sociais.Se a msica estiver alta demais e no houver como control-la, sempre podemos nos retirar paraalgum lugar onde ela seja menos ouvida. O volume do som em si funciona como uma droga, ativandonossos centros de energia de maneira deturpada e mals (mesmo a medicina j mostrou que certascombinaes de ritmo, luzes e baixas freqncias produzem desequilbrio mental, doenas fsicas e, emcasos extremos, convulses). Aps um perodo de jejum musical, ficaremos perplexos com o podere o vigor da msica orquestral, ao mesmo tempo em que nos nausearemos numa boate agitada. No uma questo de esnobismo ou de elitismo, mas de mecnica, biologia e psicologia. Com toda ajustia, vale acrescentar que certas formas musicais clssicas e de vanguarda tambm podem serextremamente deprimentes e doentias. [As msicas srias, doentias e deprimentes, so geralmenteobras que , no nvel mais superficial, recorrem a artifcios intelectuais ou pretensamente artsticosvisando a fama, a obteno de subsdios ou a moda efmera, e que no nvel mais profundo, so gravesobsesses ou reflexo de desequilbrio mental. Muitas dessas obras exercem um fascnio mrbido, quepode ser reduzido e contrabalanado seguindo as regras simples mostradas nesta Dieta.(...) O perodode vanguarda dos sons new wave ou dos sons da nova era ainda no findou (1988), e devemosser particularmente cautelosos com a msica que se diz progressiva ou espiritual. A maior parte destematerial no mais do que uma variante refinada do produto pop e poder ser desmascarado pelodesenvolvimento de uma conscincia musicalmente alerta. O uso dos tons ou apelos elementais paradespertar a psique dever permitir o revigoramento dos talentos e intuies musicais.]

    04. Adquirir gosto pela msica primordial. De incio, isso pode ser difcil, particularmente se estivermoscondicionados msica comercial ou estritamente msica clssica. A msica primordial ativa certasregies primordiais de nossa conscincia, e que no podemos esperar apreciar verdadeiramente amagia a magia da msica se no estivermos em contato com essas reas vitais em ns mesmos.

    05. Cantar ou entoar para si. H no muito tempo atrs, as pessoas tinham o costume de cantar.Hoje ns praticamente no cantamos mais, a menos para copiar alguma cano das paradas desucesso. No devemos nos deixar desanimar por qualquer temor subjetivo de que nosso canto noseja bom o ato de fazer sons musicais com a voz que importante, no um concerto pblico.Cantar e entoar podem ser associados meditao ou podem fazer parte somente do esforo diriode usar musicalmente a voz. Ambas as possibilidades so igualmente importantes para nossa sademusical.

    06. Usar a prpria voz; no devemos imitar as idiossincrasias alheias. Um hbito muito difundido hoje imitar o estilo das msicas comerciais. Para evitar isso, devemos nos preparar e nos dispor a usarnossa voz natural, pois esse o nosso melhor som. Em alguns de ns, o hbito de cantar ementoaes bizarras est profundamente arraigado, e o uso de um gravador cassete pode ser umcorretivo bastante til.

    07. Tentar aprender a tocar um instrumento musical. Novamente aqui, a profissionalizao irrelevante, pois o ato de fazer msica que possui significao mgica ou espiritual, e no as opiniesou padres correntes da msica. Em vez de meramente efetuar os exerccios ou interpretar peassimples, podemos ficar tocando e repetindo vrias vezes uma nica nota, ouvindo o instrumento comtotal ateno para descortinar cada som individualizado que ele produz. De acordo com as tradiesmetafsicas, cada vez que fazemos uma nota soar, estamos espelhando a criao do universo.

    08. Dedicar um perodo do dia ao silncio absoluto. Este um tipo importantssimo de meditao, eno precisa levar mais do que dez ou quinze minutos. O hbito regular de dedicar um perodo aosilncio todos os dias tem a capacidade de transformar o modo como reagimos a todos os tipos de

  • msica num espao de tempo relativamente curto (cerca de um ms).

    09. Escutar msica em circunstncias de meditao. Numa sala em que no sejamos perturbados,sentamo-nos com os olhos fechados e colocamos para tocar um disco ou uma fita. Alguns tipos demsica tm um poderoso efeito interno sobre ns, enquanto outros, que parecem superficialmenteatraentes nas festas ou encontros sociais compulsivos, surtem pouco ou nenhum efeito, e podem serat antagnicos mente e ao corpo tranqilos.

    X. EU SOU A MSICA

    Texto Annimo (*)

    Eu sou a msica; das artes, a mais antiga.

    Eu sou mais que antiga, eu sou eterna.

    Mesmo antes da vida comear nesta Terra, eu j estava aqui nos ventos e nas ondas.

    Quando as primeiras rvores, flores e pastos apareceram, eu estava entre eles...

    E quando o Homem surgiu, tornei-me imediatamente o veculo mais delicado, mais sutil e maispoderoso para a manifestao de suas emoes.

    Quando os homens eram pouco mais que animais, eu os influenciei de forma benfica.

    Em todas as eras, inspirei os homens com esperana; inflamei o seu amor; dei-lhes voz para suasalegrias; estimulei-os para realizarem valorosas faanhas; e os consolei nas horas de desespero.

    Representei um grande papel no drama da vida, cujo alvo e propsito eram a grande perfeio danatureza do Homem. Atravs da minha influncia, a natureza humana elevou-se, abrandou-se etornou-se mais aprimorada.

    Com a ajuda dos homens, tornei-me uma Arte Superior.

    Possuo uma grande quantidade de vozes e de instrumentos.

    Estou no corao de todos os homens e nas suas lnguas, em todas as terras, entre todos os povos; oignorante e o analfabeto me conhecem, tanto quanto o rico e o erudito, pois eu falo a todos oshomens, numa linguagem que todos entendem. At os surdos conseguiro me escutar, se prestaremateno s vozes de suas prprias almas.

    Sou o alimento do amor.

    Ensinei aos homens a delicadeza e a paz: e os conduzi na direo de feitos hericos.

    Levo conforto aos solitrios e concilio os conflitos das multides. (...)

    Eu sou a MSICA.

    (*) Do livro As energias curativas da msica, de Hal A. Lingerman.

    XI. AS NOTAS MUSICAIS

  • Leon Denis

    Falaremos hoje sobre a sonoridade, no sobre a sonoridade pura, uma vez que no possumosouvidos para ela. O som resultante de uma vibrao que impressiona nossos rgos fsicos e produz,em conseqncia, um fenmeno virtual.

    preciso partir do seguinte princpio: no espao o som no mais a sensao de um rudo, mas asensao que acarreta uma satisfao de bem-estar moral e espiritual. O jbilo mais ou menosintenso e corresponde s sensaes que os instrumentos da Terra produzem sobre ns.

    Vimos o ser imaterial transportado esfera musical, isto , ao campo vibratrio animado por seresanglicos; vimos tambm que esse ser recebe em seu perisprito vibraes que, chocando-se comseus prprios eflvios, produzem sensaes de jbilo.

    Na msica humana vocs tm como nota de diapaso o l: no tomaremos essa nota como pontode partida, pois sua tonalidade no corresponde tonalidade das cores. Tomaremos o d. O d, paraos ouvidos humanos, produz um som grave, pleno, e que exprime o jbilo, um som que descreve bemo amor que devemos sentir por Deus. Esse d, fazendo-se uma comparao, adapta-se melhor primeira das sensaes fludicas, que se traduz geralmente pela cor azul.

    O d simboliza o azul-celeste, a quietude, a paz da alma, surgida atravs da prece. O d a primeiranota do acorde perfeito que deriva do azul.

    O mi representa a fora no amor, o desejo de amar, e pode ser representado por uma emanao daluz solar. Temos, portanto: d, mi.

    O d fundamental o azul; o mi, desejo no amor, dar azul-celeste e ouro.

    O sol, terceira nota harmnica, representa a consolidao das duas notas precedentes, isto , umaligao que pontua as duas idias precedentes emitidas, pontuao que assegura a exteriorizao dosentimento dado pelo azul.

    Percebemos essa nota atravs de uma tonalidade especial, cuja cor procuro tornar compreensvel aossentidos humanos. No se trata nem de uma emanao prateada, que poderia confundir-se com oouro, ser por este absorvida, nem de uma emanao preta, resultante das outras cores, que poderiaabsorver o azul. Mas um fluido brilhante, sem cor muito definida, que pode aproximar-se da luzradiante que se desprende dos mundos por vocs percebidos, isto , cinza-azulado, cinza-prateado. Osol, visto de longe, possui esse aspecto.

    A primeira tonalidade, vista por um mortal, ter esse aspecto: tnica azul. Intensidade da tnica, ouro.Pontuao ou durao: cinza prateado, mistura de azul com um pouco de ouro e de cinza-prateado.

    Essa primeira tonalidade representa o amor divino.

    As outras cores fundamentais apresentam todos os outros sentimentos, indo do amarelo-claro aoamarelo-escuro; porm essas cores so sempre acompanhadas por seus mantos dourados e suasvestes cinza-prateadas.

    Em msica humana, acorde perfeito: d, mi, sol. Tomando-se o r, acorde perfeito: r, f, l; com omi, acorde perfeito: mi, sol, si.

    A tnica variar de cor passando do azul at chegar ao vermelho, porm as duas outras notas serosempre ouro e prata; elas nunca variaro.

    Conforme a qualidade do perisprito e a natureza do campo vibratrio, as sensaes variam eaumentam de intensidade a ponto de se tornarem maravilhosas. Certos perispritos recebem oamarelo, outros, o vermelho. H alguns que excluem essa ltima cor.

    O violeta menos suportvel para os seres evoludos. O verde claro mais agradvel do que oescuro. Pode-se, de acordo com as leis do espao, perceber uma mistura de azul e de rosa.

    Os campos vibratrios variam igualmente de intensidade. Eles resultam de emanaes anglicas,inspiradas pelo ser divino. Quando retornamos Terra, estamos ainda impregnados dessas vibraes;o corpo material as apaga, porm a conscincia guarda sua impresso.

  • Alm desses campos vibratrios existem esferas, e at mesmo correntes, que do aos espritosmenos evoludos alegrias harmnicas s vezes vivas e profundas, apesar de mais pessoais. Essascorrentes fludicas comunicam ao ser as alegrias ntimas do amor divino. Outras correntes lhe doapenas a alegria de ouvir os acordes da lira celeste.

    Essas vibraes, no coloridas e invisveis para o ser desencarnado, do-lhe uma satisfaocomparvel produzida pela sensao dos perfumes.

    A msica celeste , portanto, resultante de impresses causadas pelas camadas fludicas segundo aelevao do ser e a pureza do meio.

    No espao no se ouve nada; sente-se a harmonia dos fluidos e no a dos sons. A propriedadeessencial dos fluidos a cor. O som de essncia terrestre, a cor de essncia celeste. A prximalio tratar dos encantos harmnicos do espao e de sua persistncia nos sentimentos humanos.

    Massenet

    Comentrios

    A solidariedade dos sons e das cores, da qual o esprito Massenet nos fala, foi pressentida por todos osgrandes msicos.

    Um deles disse: "A melodia para a luz o que a harmonia para as cores do prisma, isto , umamesma coisa sob dois aspectos diferentes: meldico e harmnico."

    Plato nos diz: "A msica uma lei moral. D alma ao universo, asas ao pensamento, sada imaginao, encanto tristeza, alegria e vida a todas as coisas. Ela a essncia da ordem e eleva emdireo a tudo o que bom, justo e belo, e do qual ela a forma invisvel mas, no entanto,deslumbrante, apaixonada, eterna." Observemos de passagem que Massenet antes melodista do quesinfonista.

    Para formar a luz branca preciso o acorde das cores complementares, e essa luz torna-se mais vivae radiante quanto melhor a melodia resuma e sintetize o acorde das harmonias complementares.

    Parece, portanto, que h perfeita concordncia entre as concepes dos gnios terrestres e oensinamento das entidades do alm, e isto reconhecendo-se que estas nos fornecem detalhes,observaes ignoradas pelos especialistas de nosso mundo.

    Em termos de relao, a melodia est para a harmonia como o pensamento est para o gesto. Poder-se-ia dizer, tambm, que em msica a melodia representa a sntese e a harmonia a anlise. Elas sepenetram portanto uma na outra e mais valem quanto mais se combinem e se fundam maiscompletamente.

    Na Terra a beleza de uma obra musical resulta ao mesmo tempo da concepo e da execuo, pormna vida do alm o pensamento iniciador e a execuo se confundem, pois o pensamento comunica svibraes fludicas as qualidades que lhe so prprias. A obra mais bela e a impresso que ela produzmais viva quanto mais elevada for a inteno. isto o que d prece ardente, ao grito da alma a seucriador, propriedades harmnicas.

    Quanto mais nos elevamos na escala das relaes, mais a unidade aparece em sua sublime grandeza.

    A lei das notaes musicais regula todas as coisas, e seu ritmo acalanta a vida universal. uma espciede geometria resplandecente e divina. O alfabeto humano, como um balbucio, uma de suas formasmais rudimentares. Porm suas manifestaes tornam-se cada vez mais amplas e importantes, emtodos os graus da escala harmnica.

    O esprito humano no pode se elevar at as supremas alturas da arte cuja fonte Deus, mas elepode, ao menos, elevar a elas suas aspiraes.

    As concordncias estticas se sobrepem ao infinito. Mas o pensamento humano entrev apenasalguns aspectos da lei universal de harmonia nas horas de xtase e de grande alegria. A regra musicalse produz no espao atravs de raios de luz; o pensamento, a expresso do gnio divino e os astros

  • em seus cursos, a conformam suas vibraes.

    Se o esprito humano, em seus impulsos, eleva-se um instante a essas alturas, recai impotente paradescrever suas belezas; as impresses que ele experimenta no se podem traduzir seno atravs demuda adorao.

    O prprio esprito Massenet declara-se insuficientemente evoludo para manter-se nessas esferassuperiores.

    Uma vez mais encontramo-nos, aqui, na impossibilidade de exprimir, na linguagem humana, idiassobre-humanas. Apesar do que se possa dizer, permanece-se sempre aqum da verdade. O infinito dasidias, dos quadros, das imagens, como um desafio aos limitados recursos do vocabulrio terrestre.Com efeito, como encerrar em palavras, como resumir em palavras todo o esplendor das obras que sedesenvolvem nas profundezas dos cus estrelados?

    (Do Captulo 6 do livro O Espiritismo na Arte)

    XII. ARTE E INTUIO

    Revista Esprita, Ano IV- Novembro 1998 N 11, pg.352.

    Que mistrio encerra a inspirao artstica?

    A inspirao se manifesta pela potncia da imaginao, pela energia super abundante que o artistaemprega, pela chama criadora que nele arde. Muitas vezes, o poeta, o msico, o escultor, o pintor,pode criar sua obra na imaginao num s repente, atravs de uma percepo lcida. O raciocnio scomear a agir no momento da realizao, disciplinando e direcionando a ao. Mas a idia central daobra, j est pronta, em seu todo, no interior do artista.

    claro que amigos espirituais, podero estar inspirando-o., e desta forma, a inspirao artstica frutode outro artista espiritual que transmite a obra a um mdium. Mas no to simples assim. Se o fosse,qualquer mdium poderia receber obras fantsticas em todos os nveis, e isso no acontece. Nainspirao, o amigo espiritual apenas sugere e trabalha junto com o artista encarnado, que se utiliza seu prprio potencial interior para criar.

    Conta-se que Michelangelo, descontente com as obras iniciais do teto da Capela Sistina, chegou adestruir alguns afrescos e isolar-se em meditao. E de repente, vislumbra o maravilhoso instante daCriao. Os detalhes da obra vieram depois.

    Beethoven dizia que, muitas vezes, a msica surgia em sua mente, completa, e ele somente a escreviana partitura.

    Todo o trabalho que propicia a interao vertical, com os canais superiores da vida, favorece a intuio.Mas preciso ampliar a nossa viso, tanto em termos de conhecimento quanto de sentimento, devibrarmos em nveis mais altos. Assim, a viso global-o processo de anlise-sntese, que a DoutrinaEsprita nos oferece, propicia o desenvolvimento da intuio.

    A f funo direta da intuio e, quando embasada na razo, na compreenso dos fatos, propicia

  • essa intuio que se torna certeza e, portanto, conhecimento.

    Por isso as artes, falando diretamente ao Esprito, estimula a intuio, atingindo caminhos que a razo,por si s, no consegue chegar.

    XIII. A MSICA TERRESTRE

    Leon Dnis (*)

    O canto e a msica em sua ntima unio podem produzir a mais alta impresso. Quando ela sustentada por nobres palavras, a harmonia musical pode elevar a alma s regies celestes. o que serealiza com a msica religiosa...

    O cntico produz uma dilatao salutar da alma, uma emisso fludica que facilita a ao das forasinvisveis. No h cerimnia religiosa verdadeiramente completa e eficaz sem o cntico. Quando a vozpura das crianas e dos jovens ressoa pela abbada dos templos, desprende-se como que umasensao de suavidade anglica. (...)

    O fenmeno sonoro desenvolve-se de crculo em crculo, de esfera em esfera, e amplia-se at oinfinito. Ele leva a alma, em suas grandes ondas, sempre mais longe, sempre mais alto, no mundo doideal, e nela desperta sensaes to delicadas quanto profundas, que a preparam para os jbilos e osxtases da vida superior.

    O poder misterioso e soberano estende-se sobre todos os seres, sobre toda a Natureza. Com efeito,a lei das vibraes harmnicas rege toda a vida universal, todas as formas de arte, todas as criaesdo pensamento. Ela introduz equilbrio e ritmo em todas as coisas. Ela influi at sobre a sade fsica porsua ao sobre os fluidos humanos. Sabe-se que Saul, em suas crises nervosas, chamava Davi, queatravs dos sons de sua harpa acalmava a irritao do monarca. Em todos os tempos, e ainda nosdias atuais, a arte musical foi aplicada teraputica, e com resultado. (...)

    (*) Do livro O Espiritismo na Arte.