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GOVERNO DE GOIÁS Secretaria de Desenvolvimento Econômico Superintendência Executiva de Ciência e Tecnologia Gabinete de Gestão de Capacitação e Formação Tecnológica Aranjo Musical 2018

Aranjo Musical 2018 - ead.go.gov.br

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GOVERNO DE GOIÁSSecretaria de Desenvolvimento Econômico

Superintendência Executiva de Ciência e TecnologiaGabinete de Gestão de Capacitação e Formação Tecnológica

Aranjo Musical2018

Aranjo Musical

ETAPA I CURSO TÉCNICO DE MÚSICA

Setembro 2017

Ficha Catalográfica

ExpedienteGovernador do Estado de GoiásJosé Eliton de Figuerêdo Júnior

Secretário de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e IrrigaçãoLeandro Ribeiro da Silva

Superintendente Executivo de Ciência e TecnologiaRoberto Gonçalves Freire

Chefe De Gabinete de Gestão de Capacitação e Formação TecnológicaFernando Jorge de Oliveira

Coordenadora Geral - PronatecCecília Carolina Simeão de Freitas

Coordenador Adjunto Pedagógico PronatecJosé Teodoro Coelho

Supervisão Pedagógica e EaDIsrael Serique dos Santos Maria Dorcila Alencastro Santana

Professor ConteudistaMs. Jorge Luiz de Oliveira Jr.

Projeto GráficoMaykell Guimarães

DesignerDiogo Freire da Silva

Revisão TécnicaSrilis Leonel Mourão

Revisão da Língua Portuguesa Cícero Manzan CorsiBanco de Imagens http://freepik.comhttp://pixabay.com

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Apresentação

Empreendedorismo, inovação, iniciativa, criatividade e habilidade para trabalhar em equipe são alguns dos requisitos imprescindíveis para o

profissional que busca se sobressair no setor produtivo. Sendo assim, destaca-se o profissional que busca conhecimentos teóricos, desenvolve experiências práticas e assume comportamento ético para desempenhar bem suas funções. Nesse contexto, os Cursos Técnicos oferecidos pela Secretaria de Desenvolvimento de Goiás (SED), visam garantir o desenvolvimento dessas competências.

Com o propósito de suprir demandas do mercado de trabalho em qualificação profissional, os cursos ministrados pelos Institutos Tecnológicos do Estado de Goiás, que compõem a REDE ITEGO, abrangem os seguintes eixos tecnológicos, nas modalidades EaD e presencial: Saúde e Estética, Desenvolvimento Educacional e Social, Gestão e Negócios, Informação e Comunicação, Infraestrutura, Produção Alimentícia, Produção Artística e Cultural e Design, Produção Industrial, Recursos Naturais, Segurança, Turismo, Hospitalidade e Lazer, incluindo as ações de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica (DIT), transferência de tecnologia e promoção do empreendedorismo.

Espera-se que este material cumpra o papel para o qual foi concebido: o de servir como instrumento facilitador do seu processo de aprendizagem, apoiando e estimulando o raciocínio e o interesse pela aquisição de conhecimentos, ferramentas essenciais para desenvolver sua capacidade de aprender a aprender.

Bom curso a todos!SED – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecno-

lógico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação

ESTADODE GOIÁS

7

Conteúdo InterativoEssa apostila foi cons-truída com recursos que possibilitam a interatividade tais como hiperlinks e páginas com hipertexto.

Pré-requisitos:

Para acessar a interatividade utilize o Inter-net Explorer,

ou

salve o arquivo no computador e abra-o no Acrobat Reader.

SumárioUNIDADE IIntrodução 9

UNIDADE IIExtensão do violão 10

Arranjando para violão solo 11Harmonizando uma melodia 15Simplificando músicas para violão 24

UNIDADE IIIFunção harmônica 26

Função harmônica na tonalidade maior 26Rearmonização na tonalidade maior 27Função harmônica na tonalidade menor 29Rearmonização na tonalidade menor 32Arranjos para orquestra de violões 32

Referências 38

Bibliografia Básica 38

8

Recursos Didáticos

FIQUE ATENTO A exclamação marca

tudo aquilo a que você deve estar atento. São assuntos que causam

dúvida, por isso exigem atenção redobrada.

PESQUISE Aqui você encontrará

links e outras sugestões para que você possa conhecer mais sobre

o que está sendo estudado. Aproveite!

CONTEÚDO INTERATIVO

Este ícone indica funções interativas, como hiperlinks e páginas com

hipertexto.

DICAS Este baú é a indicação de onde

você pode encontrar informações importantes na construção e no aprofundamento do seu

conhecimento. Aproveite, destaque, memorize e utilize essas dicas para

facilitar os seus estudos e a sua vida.

VAMOS REFLETIR Este quebra-cabeças indica o

momento em que você pode e deve exercitar todo seu potencial.

Neste espaço, você encontrará reflexões e desafios que tornarão

ainda mais estimulante o seu processo de aprendizagem.

VAMOS RELEMBRAR Esta folha do bloquinho

autoadesivo marca aquilo que devemos lembrar

e faz uma recapitulação dos assuntos mais

importantes.

MÍDIAS INTEGRADAS Aqui você encontra dicas para enriquecer os seus conhecimentos na área,

por meio de vídeos, filmes, podcasts e outras

referências externas.

VOCABULÁRIOO dicionário sempre nos ajuda a

compreender melhor o significado das palavras, mas aqui resolvemos

dar uma forcinha para você e trouxemos, para dentro da apostila, as definições mais importantes na construção do seu conhecimento.

ATIVIDADES DE APRENDIZAGEMEste é o momento

de praticar seus conhecimentos.

Responda as atividades e finalize

seus estudos.

SAIBA MAIS Aqui você encontrará

informações interessantes

e curiosidades. Conhecimento nunca é demais, não é mesmo?

HIPERLINKSAs palavras grifadas em amarelo levam você a referências

externas, como forma de aprofundar um

tópico.

Hiperlinks de texto

9

UNIDADE I

IntroduçãoAntes de aprendermos a fazer um arranjo, precisamos entender

o que é um arranjo musical. No final da idade média (séc. XV) peças escritas originalmente para voz eram frequentemente arranjadas, adaptadas para um ou mais instrumentos. Esta é uma das práticas que deu início à música instrumental e continuou a ser desenvolvida no renascimento, barroco, até chegar nós dias atuais. Fazemos um arranjo em música quando adaptamos uma obra musical para um instrumento ou formação instrumental diferente daquela para qual a obra foi originalmente concebida; mas não podemos confundir a prática do arranjo com a transcrição musical, pois a transcrição é mudança de instrumentos, ou seja, escrever uma obra concebida para determinado instrumento para outro com o mínimo de interferências e modificações. Podemos fazer uma analogia da transcrição musical com a tradução literária, onde o tradutor tem por objetivo manter sua tradução o mais fiel possível ao texto original. O arranjo é um processo mais criativo, a música é reescrita, adaptada para outro instrumento (s) haver acréscimo ou supressão de material composicional. A música arranjada se torna uma obra de dupla autoria (compositor e arranjador).

Vamos ver as diferença entre estas duas práticas, com música! Veja abaixo o Allegro Assai Sonata Nº 3 para violino solo (BWV 1005) escrito pelo compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685 – 1750):

Esta é uma transcrição feita do violino para violão. Perceba que as notas são as mesmas (disposição intervalar), o que difere é o timbre dos instrumentos, as características harmônicas do violão são ressaltadas:

Ouçam com atenção um arranjo para saxofone e piano desta mesma peça, percebam que o solista toca a partitura do violino integralmente; mas toda parte do piano não foi escrita pelo compositor, o arranjador a escreveu tendo como referência a harmonia implícita e explícita da partitura original para violino:

Mais um exemplo! Ouçam a música Vera Cruz escrita e interpretada pelo excelente compositor brasileiro Milton Nascimento

(1942 - *):

Resumindo! O arranjo envolve criação, modificação, recomposição; já a transcrição é meramente a mudança de registro, de instrumento, com as adaptações necessárias (quando necessário) para a obra soar bem no instrumento alvo da transcrição.

JOHAN SEBASTIAN BACHhttps://caisdamemoria.files.wordpress.com/2015/07/bach-1.jpg

https://www.youtube.com/watch?v=oVsu7Gqg3kY

https://www.youtube.com/watch?v=JNyYO136EC4

https://www.youtube.com/watch?v=a0BgDLD86TU

https://www.youtube.com/watch?v=ELuaPvD0Kr8

Vamos ver as diferença entre estas duas práticas, com música! Veja abaixo o Allegro Assai Sonata Nº 3 para violino solo (BWV 1005) escrito pelo compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685 – 1750):

MÍDIAS INTEGRADAS

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Equivalente a:

Mas na verdade, as notas soam uma oitava abaixo:

A extensão de um instrumento (ou voz) nada mais é do que a distância (intervalo) entre o som mais grave ao mais agudo que o instrumento é capaz de reproduzir. O som mais grave do violão é a nota mi da sexta corda solta e o mais agudo é o décimo sétimo traste da primeira corda (nota si):

Extensão do violão UNIDADE II

Para se ter sucesso na elaboração de um arranjo é preciso conhecer muito bem as características do instru-mento para o qual será feito o arranjo, no nosso caso, o violão!

O violão é um instrumento transpositor, apesar de poucos saberem, as música para o instrumento são escri-tas uma oitavas acima do som real do instrumento, música é desta forma para facilitar a leitura. Nós lemos estas notas (cordas soltas):

1 – Cordas do violão (leitura) Fonte: acervo do autor

2 – Cordas do violão (leitura clave de fá)Fonte: acervo do autor

3 – Cordas do violão (som real) Fonte: acervo do autor

4 – Extensão escala do violãoFonte: acervo do autor

8º 8º 8º 5º

6º 5º 4º 3º 2º 1º

6º 5º 4º 3º 2º 1º

6º 5º 4º 3º 2º 1º

Três oitavas e meiaou Três 8º + 5ºJ

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Arranjando para violão solo

O mais interessante em escrever para violão solo é a independência que o músico terá para executar a mú-sica, nunca dependerá de um segundo músico para ensaios, apresentações ou somente para tocar a música ar-ranjada por simples prazer. O violão é um instrumento harmônico, melódico e rítmico, por este motivo se torna um excelente instrumento para se escrever música instrumental solo.

Bem, o primeiro passo é escolher a música. Por ser o seu primeiro arranjo, escolha uma música que você goste bastante, que você possua intimidade, que você saiba toca-la e canta-la bem.

O segundo passo é muito importante! Encontre a melhor tonalidade para a execução da música, aquela que “encaixe bem” no instrumento. O violão possui certas limitações que dificultam a execução da música, tor-nando-a difícil de tocar no instrumento. Dependendo da tonalidade a música pode se tornar mais fácil ou mais difícil de tocar, e cada tonalidade fará a música soar de forma diferente. Por isso devemos conferir a nota mais grave e a nota mais aguda da melodia, notas acima da 12º, 15º casa dificultam a performance, já as melodias graves não soam muito bem e dificultam a execução doa harmonia.

As tonalidades de melhor execução no violão são as que proporcionam a utilização de maior número de cordas soltas. Poder utilizar a fundamental do acorde de tônica e a fundamental do acorde de dominante com corda solta facilita a performance da música, assim como os demais intervalos destes acordes. Tonalidades com bemóis ou mais de quatro sustenidos na armadura exigem maior número de pestanas, de aberturas e conse-quentemente maios esforço da mão esquerda.

Melhores tonalidades a serem usadas no violão:

Em Dó maior/Lá menor é possível utilizar todas as notas soltas. Estas tonalidades são muito utilizadas no instrumento, principalmente na música com caráter didático, direcionada ao ensino do instrumento, pois o acorde de C7M maior é composto por três notas que podem ser tocadas com cordas soltas, assim como seu acorde dominante:

C7M: Dó Mi Sol SiG7: Sol Si Ré Fá

6 – Escala de Dó maiorFonte: acervo do autor

Extensão do violão

5 – Extensão do violão em relação ao piano Fonte: acervo do autor

Dó maior/Lá menor (nenhum sustenido)

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A tonalidade de Lá menor também soa bem e é de fácil execução no instrumento:

Melhores tonalidades a serem usadas no violão:

Assim como Dó maior/Lá menor as tonalidades de Sol maior e Mi menor possibilita a utilização de todas as cordas soltas do instrumento. Também são tonalidades interessantes para se escrever obras com caráter didá-tico, o acorde de tônica possui três notas que podem serem tocadas com cordas soltas e sua dominante uma:

A tônica de Mi menor tem quatro cordas soltas na tônica e duas na dominante:

Am7: Lá Dó Mi SolE7: Mi Sol# Si Ré

G7M: Sol Si Ré Fá#D7: Ré Fá# Lá Dó#

E7M: Mi Sol Si RéB7: Si Ré Fá# Lá

7 - Cordas soltas do violão utilizadas em Dó maior e Lá menor

Fonte: acervo do autor

9 - Cordas soltas do violão utilizadas em Sol maior e Mi menor

Fonte: acervo do autor

8 - Escala de Sol maiorFonte: acervo do autor

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Em Ré maior é possível utilizar todas as seis cordas soltas. Esta tonalidade é utilizada em música de caráter didático de nível intermediário, devido ao número de acidentes.

Não é interessante utilizar a tonalidade de Si menor (relativa de Ré maior), pois a fundamental (Si da quinta e sexta cordas) e a quinta do acorde (Fá#) são presas, assim como o acorde dominante desta tonalidade (F#7), fazendo necessário a utilização de pestanas e aberturas da mão esquerde, dificultando a performance.

As fundamentais dos acordes de tônica e dominante podem ser tocadas com cordas soltas, assim como as quintas destes acordes, facilitando a performance.

D7M: Ré Fá# Lá Dó#A7: Lá Dó# Mi Sol

A7M: Lá Dó# Mi Sol#E7: Mi Sol# Si Ré

Lá maior (###)

Ré maior (# #)

Figura 10 - Cordas soltas do violão utilizadas em Ré maior Fonte: acervo do autor

Figura 11 - Cordas soltas do violão utilizadas em Ré maiorFonte: acervo do autor

Figura 12 - Cordas soltas do violão utilizadas em Lá maiorFonte: acervo do autor

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A tonalidade de Fá# menor não é frequentemente utilizada no violão devido ao grande número de pestanas necessárias para realização dos acordes de tônica e dominante.

Em Mi maior é possível utilizar a fundamental e a quinta da tônica com cordas soltas:

A tonalidade de Dó# menor não é frequentemente utilizada no violão, devido ao grande número de pestanas necessárias para realização dos acordes de tônica e dominante.

13 - Cordas soltas do violão utilizadas em Lá maior

Fonte: acervo do autor

14 - Cordas soltas do violão utilizadas em Mi maior

Fonte: acervo do autor

Mi Maior (####)

E7M: Mi Sol# Si Ré#B7: Si Ré# Fá# Lá

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Uma ótima forma de iniciar a escrever arranjos é harmonizando melodias. Geralmente, melodias “sugerem” sua harmonia, ou seja, a harmonia está implícita na melodia! Vamos a um exemplo.

Observem com atenção a melodia abaixo. Analisando a melodia podemos extrair importantes informações para iniciarmos nosso arranjo, nossa harmonização:

Ictus inicial: Anacrústico.Geralmente não tocamos acordes nas notas da anacruse; mas é importante analisar estas notas que nos

levarão ao primeiro acorde do primeiro compasso.

Tonalidade: Não possui nenhum acidente musical: Dó maior ou Lá menor. A melodia inicia com arejo de Dó maior (Dó, Mi e Sol) e finaliza na nota Dó. Concluímos que a melodia está em Dó maior.

Campo harmônico: C7M Dm7 Em7 F7M G7 Am7 BØ

Agora devemos ver as possibilidades de acordes de cada nota ou grupo (arpejos). Aconselhamos a inserir acordes que possuam a nota da melodia em sua formação. Para harmonizar a nota sol em uma música em Dó maior, devemos iniciar utilizando os acordes que possuem a nota sol em sua formação: C7M, Em7, G7 ou Am7:

A nossa melodia inicia com um arpejo em Dó maior, ou seja, a melodia pede que comecemos com o acorde de Dó maior, qualquer outro acorde não soará tão bem quanto Dó maior.

Vamos inserir somente as notas dos baixos para depois inserirmos as demais. Os acordes estão todos em seu estado fundamental, ou seja, os baixos são as fundamentais dos acordes:

15 - Melodia em Dó maiorFonte: acervo do autor

16 - Campo harmônico de Dó maiorFonte: acervo do autor

17 - Melodia em Dó maior com baixosFonte: acervo do autor

Harmonizando uma melodia

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Em seguida inserimos as demais notas dos acordes:

18 – Melodia em Dó maior harmonizadaFonte: acervo do autor

19 – Acordes de E7/9Fonte: acervo do autor

20 – Melodia em em Si bemol maiorFonte: acervo do autor

Esta harmonização está bem simples, somente com os acordes principais das três funções harmônicas. O pró-ximo passo seria inserir as sétimas dos acordes (ou alguns), as notas de tensão, inversões, inserir dominantes se-cundários etc... Está é uma das diversas formas de harmonizar uma melodia, uma forma fácil, existem outras. Com a prática o arranjador desenvolve seus próprios caminhos para harmonizar, próprios métodos e consequentemen-te sua identidade ficará evidente em seus arranjos; mas para isso é necessário anos de prática, estudo sério!

Quando se harmoniza uma melodia que será tocada por outro instrumento ou um(a) cantor(a) é interessante evitar tocar a nota a ser cantada. Se o acorde é E7/9 (Mi, Sol#, Si, Ré e Fá#), mas a nona (Fá#) está na melodia, retiramos a nona do acorde, tocando assim somente o acorde de E7:

Vamos praticar! Transcreva a melodia abaixo para uma tonalidade propícia ao violão e harmonize-a:

https://www.youtube.com/watch?v=98JHi_Cy05Y

Dúvidas? Assistam ao vídeo abaixo, pode ser bastante útil:MÍDIAS INTEGRADAS

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Figura 21 - Melodia de Asa BrancaFonte: acervo do autor

Exemplo prático de arranjo para violão soloAbaixo temos a melodia e a harmonia de Asa Branco do compositor pernambucano Luiz Gonzaga (1912 –

1989). Vamos demonstrar passo a passo como se fazer um arranjo para violão solo para esta obra.

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Primeiramente devemos analisar a tonalidade da música. Sol maior funciona bem no instrumento, possui somente um sustenido e todas as cordas soltas poderão ser utilizadas! A melodia tem a Ré da segunda corda como nota mais aguda e a nota sol da terceira corda como mais grave. Mais grave do que isso dificultaria muito tocar os acordes e melodia ao mesmo tempo, como veremos adiante.

Estabelecida a tonalidade, vamos inserir os baixos. Por se tratar de um baião, provavelmente o mais popular do gênero, vamos escrever a linha do baixo neste ritmo:

Observe que no sétimo compasso substituímos o acorde D7 pelo D/F#. Desta forma obtivemos um acorde mais cheio (com mais notas), a resolução no baixo pela sensível de Sol (Fá#) soa bem. A sétima do acorde de D7 (nota Dó) é toca na melodia, ou seja, juntando melodia e harmonia teremos o acorde D7/F#.

Figura 22 - Ritmo de baiãoFonte: acervo do autor

23 - Melodia de Asa Branca com linha dos baixosFonte: acervo do autor

24 - Acorde de D/F#Fonte: acervo do autor

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Após escrevermos os baixos devemos preencher os acordes com as demais notas, sempre atento às possi-bilidades e dificuldades da mão da escala. Optamos por escrever os acordes somente no tempo forte dos com-passos, desta forma a melodia e o baixo (ritmo de baião) ficam mais evidentes e ainda sim teremos a referência harmônica do compasso; mas nos compassos onde a melodia não é tocada no segundo tempo (compassos 4 e 8) inserimos mais notas para reforçar a sonoridade do baião e estes compassos não soarem “vazios”:

No 9º compasso acorde de G é formado somente pelas notas Sol e Ré, se acrescentássemos outras notas na melodia seria descaracterizada. Por este motivo não é interessante trabalhar com melodia em registro mais grave, devido à dificuldade em se “montar” os acordes sem prejudicar a fluência melódica:

O mesmo ocorreu com o acorde de Dó maior do 13º compasso, se acrescentássemos a nota sol no acorde ela seria confundida com a melodia:

25 - Preenchimento dos acordes em Asa BrancaFonte: acervo do autor

26 - Destaque da linha melódica em Asa BrancaFonte: acervo do autor

27 - Destaque da linha melódica em Asa Branca 2Fonte: acervo do autor

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Nos compassos 14 e 15 tivemos que omitir a sétima do acorde D7 devido à impossibilidade de tocar esta nota (Dó) e a melodia ao mesmo tempo, ambas são tocadas na corda Sol. Se inseríssemos a sétima do acorde na corda Si esta nota seria confundida com a melodia, por ser mais aguda:

Unindo a introdução, temos o arranjo completo da obra. Observem que devido à inserção de mais compas-sos a numeração modificou:

28 - Omissão da sétima de D7 em Asa BrancaFonte: acervo do autor

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Por onde começamos? Vamos descobrir a tonalidade. A música não possui armadura de clave, logo ela está em Dó maior ou na relativa menor, Lá menor. Grande maioria das músicas iniciam e finalizam com acorde de tô-nica. Vamos Analisar as notas da melodia da anacruse do primeiro compasso ao segundo compasso, descobrindo o primeiro acorde da música descobriremos sua tonalidade (Dó maior ou Lá menor).

O que estas notas têm em comum?

Como identificar harmonia implícita na melodiaToda melodia indicar sua harmonia, algumas mais do que as outras. Vamos expor alguns exemplos com comen-

tários para que vocês consigam identificar as possibilidades harmônicas de melodias, sem grandes dificuldades.Vocês precisam identificar as tríades ou tétrades implícitas na melodia. Está é a forma mais simples de har-

monizar uma música, muitas melodias do repertório popular e erudito são formadas por arpejos. Vamos a al-guns exemplos:

30 - Linha melódica de Se esta rua fosse minhaFonte: acervo do autor

29 - Linha melódica de Se esta rua fosse minhaFonte: acervo do autor

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31 - Linha melódica de Se esta rua fosse minhaFonte: acervo do autor

32 - Acorde de Am7Fonte: acervo do autor

33 - Linha melódica de Se esta rua fosse minhaFonte: acervo do autor

34 - ApojaturaFonte: acervo do autor

35 - Linha melódica de Se esta rua fosse minha harmonizadaFonte: acervo do autor

Lá Dó Mi Sol

Isso! São as notas do arpejo de Lá menor com sétima menor (Am7). Em toda sequência somente uma nota não pertence ao acorde, a ultima nota do segundo compasso, a nota Fá. Trata-se de uma nota de passagem, ob-servem que ela está no tempo fraco do compasso. Ela é necessária para “ligar” o segundo compasso ao terceiro, de forma suave. Já temos nosso acorde dos dois primeiros compassos, Lá menor (Am) ou Lá menor com sétima menor (Am7).

Vamos continuar.

No compasso onze temos a nota sol como apojatura que resolve na nota Fá:

O acorde deste compasso tem que te a nota Fá em sua formação. Temos as seguintes possibilidades:BØ – Si Ré Fá Lá -Segundo grau de Lá menorDm – Ré Fá Lá - Quarto grau de Lá menorF – Fá Lá Dó - Sexto grau de Lá menorG7 – Sol Si Ré Fá - Sétimo grau de Lá menor

O acorde de F soa bem, assim como o acorde de Dm. Qualquer um dos dois podem ser empregados, o gosto pessoal do editor predominará na decisão. Já o acorde de G7 não soa bem, ele nos remete à sonoridade de Do maior, por ser dominante da tônica da tonalidade.

Optamos por inserir o acorde de Dm. A frase anterior está em Lá menor (compassos sete a dez), optamos por tro-car o acorde de Am do 10º compasso pelo A7 (dominante de Ré) para “preparar” o acorde de Dm do 11º compasso:

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32 - Sinfonia 40 de Mozart Fonte: acervo do autor

Vejam agora o tema do primeiro movimento concerto em Mi maior (primavera) de Vivaldi. O compositor tra-balha com arpejos do acorde de Mi maior e no final (3 ultimas notas) percebe-se claramente as notas do arpejo do acorde dominante de Mi, o acorde de Si maior:

Identifique os acordes da melodia abaixo:

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Simplificando músicas para violão

Simplificar músicas para violão pode ser muito útil, pois você pode simplificar aquela música difícil que você sempre quis tocar ou até mesmo simplificar músicas para seus alunos.

Tudo que devemos fazer é deixar as notas fundamentais dos acordes e se necessário excluir as notas de tensão. Ou seja, devemos manter as tríades Tônica, terça e quinta, a sétima, nona, sexta, décima primeira, quarta décima terceira podem ser excluídas.

Um C7M se tornará um C, um Dm7/9 somente Dm e um G7 somente G. Tente, simplifique os acordes abaixo:

Azul da cor do marTim Maia

A7M Bm7Ah, se o mundo inteiro C#m7Me pudesse ouvir Bm7Tenho muito pra contarE7(4/9) A7M E7(4/9) Dizer que aprendi

A7M Bm7E na vida a gente C#m7Tem que entender Bm7Que um nasce pra sofrerE7(4/9) A7M Enquanto o outro ri

Base solo:

Bm7 C#m7 D7M E7

Agora que você entendeu, simplifique os acordes da música Azul da cor do mar de Tim Maia:

C#7: ____Bm7:____E7/9: ____A7M: ____Dm7M: ____

Azul da cor do marTim Maia

Ah, se o mundo inteiro Me pudesse ouvir

Tenho muito pra contar Dizer que aprendi

E na vida a gente

Tem que entender

Que um nasce pra sofrer Enquanto o outro ri

Base solo:

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A7M Bm7Mas quem sofre C#m7Sempre tem que procurar Bm7Pelo menos vir acharE7(4/9) A7M E7(4/9) Razão para viver

A7M Bm7Ver na vida algum motivo C#m7Pra sonhar Bm7Ter um sonho todo azulE7(4/9) A7M Azul da cor do mar

Base solo:

Bm7 C#m7 D7M E7

A7M Bm7Mas quem sofre

C#m7Sempre tem que procurar

Bm7Pelo menos vir acharE7(4/9) A7M E7(4/9)Razão para viver

A7M Bm7Ver na vida algum motivo

C#m7Pra sonhar

Bm7Ter um sonho todo azul

E7(4/9) A7M Azul da cor do mar

Mas quem sofre

Sempre tem que procurar

Pelo menos vir achar

Razão para viver

Ver na vida algum motivo

Pra sonhar

Ter um sonho todo azul

Azul da cor do mar

Base solo:

Mas quem sofre

Sempre tem que procurar

Pelo menos vir achar

Razão para viver

Ver na vida algum motivo

Pra sonhar

Ter um sonho todo azul

Azul da cor do mar

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UNIDADE III

Pessoal, entender bem as funções harmônicas é de extrema importância para todo aquele que deseja ela-borar arranjos. Vocês verão logo abaixo uma pequena revisão das funções harmônicas na tonalidade maior e na tonalidade menor.

38 - Escala demonstrativa da tensão musicalFonte:Acervo do Autor

No campo harmônico maior, os graus das 3 principais funções são:

Iº IIº IIIº IV° V° VIº VIIºTônica Subdominante Dominante

TENSÃO

DOMINANTE SUBDOMINANTE

RELAXAMENTO

TÔNICA

Tônica: tem a função de relaxamento, conclusão, repouso, estabilidade. Geralmente é o grau que se inicia e finaliza uma música. O principal acorde da função tônica é o I grau.Dominante: é o principal grau responsável por gerar tensão, suspensão, instabilidade, pede resolução na tônica. O V grau é o principal acorde desta função.Subdominante: em relação à tensão e relaxamento podemos dizer que o acorde subdominante é o grau intermediário entre a tônica e a dominante, responsável por fazer a conexão entre os acordes de tônica e dominante.

Os graus principais possuem maior força; mas podem ser substituídos pelos seguintes graus:

Função harmônica na tonalidade maior

Quando falamos de função harmônica estamos falando basicamente de tensão e relaxamento. Na música tonal utilizamos determinados acordes para gerar tensão e outros para nos proporcionar a sensação de rela-xamento, resolução, finalização. As principais funções harmônicas são de Tônica (relaxamento) Subdominante (meio tenso) Dominante (tenso):

Função Grau principal Graus substitutos

Tônica Iº VIº, IIIº

Dominante Vº VIIº

Subdominante IVº II°

Função harmônica

27

Função dominante O acorde de dominante possui uma das mais importantes funções da música tonal, pois é o acorde que

possui maior atração em relação ao acorde de tônica, estabelecendo assim a tonalidade. Os acordes de tônica e dominante são a expressão maior do sistema tonal, é possível descobrir a tonalidade de uma música através destes acordes apenas, ao colocar as notas dos dois acordes em série temos 6 das 7 notas da escala:

G7 C

Sol Si Ré Fá + Dó Mi Sol: Dó Ré Mi Fá Sol X Si

Encontrar o acorde dominante é uma maneira fácil e rápida de identificar o tom de uma música, já que o quinto grau é o único maior com sétima menor no campo harmônico.

Substituir acordes por outros da mesma função harmônica é uma boa forma de rearmonizar uma música.

Consulte a tabela abaixo, o campo harmônico dado e rearmonize a canção substituindo os acordes que você achar necessário por outros da mesma função:

Rearmonização na tonalidade maior

Função Grau principal Graus substitutos

Tônica Iº VIº, IIIº

Dominante Vº VIIº

Subdominante IVº II°

Classifique os acordes de acordo com sua função harmônica e rearmonize a progressão abaixo:

F C7 B7M F C7 F Função ___T___ _______ ______ ______ ______ ______

Rearmonização__F___ _______ ______ ______ ______ _F_____

28

A canção abaixo está na tonalidade de Mi maior. Consulte a tabela abaixo e o campo harmônico de Mi maior para rearmonizar a canção. Não há necessidade de modificar todos os acordes, toque e veja se soa bem a subs-tituição.

Função Grau principal Graus substitutos

Tônica Iº VIº, IIIº

Dominante Vº VIIº

Subdominante IVº II°

E7M F#m7 G#m7 A7M B7 C#m7 D#Ø Iº IIº IIIº IVº Vº VIº VIIº

Don’t Let Me DownThe Beatles

F#m EDon’t let me down, don’t let me down F#m EDon’t let me down, don’t let me down

F#mNobody ever loved me like she does, EOh she does, yes she does

F#mAnd if somebody loved me like she do me EOh she do me, yes she does

(refrão) F#m EDon’t let me down, don’t let me down F#m EDon’t let me down, don’t let me down

B7I’m in love for the first time. EDon’t you know it’s gonna last.

B7It’s a love that lasts forever. EIt’s a love that had no past

Don’t let me down, don’t let me down Don’t let me down, don’t let me down

Nobody ever loved me like she does, Oh she does, yes she does

And if somebody loved me like she do me Oh she do me, yes she does

(refrão) Don’t let me down, don’t let me down Don’t let me down, don’t let me down

I’m in love for the first time. Don’t you know it’s gonna last.

It’s a love that lasts forever. It’s a love that had no past

29

(refrão) F#m EDon’t let me down, don’t let me down F#m EDon’t let me down, don’t let me down F#mAnd from the first time that she really done me EOh she done me, she done me good F#mI guess nobody ever really done me EOh she done me, she done me good

F#m EHeeee Yeeee

(refrão) Don’t let me down, don’t let me down Don’t let me down, don’t let me down And from the first time that she really done me Oh she done me, she done me good I guess nobody ever really done me Oh she done me, she done me good

Heeee Yeeee

Função harmônica na tonalidade menor

A função harmônica na tonalidade menor se torna mais complexa em relação à maior, devido ao

maior número de acordes, possibilidades. Em consequência teremos um maior número de acordes por fun-ção e ainda duas variações de função, uma para a Subdominante e outra para a Dominante.

Função Tônica menorNotas responsáveis pela sonoridade: terça menor (Dó) e quinta justa (Mi)Acordes: Iº e IIIº:

Lá menor natural

Am7 BØ C7M Dm7 Em7 F7M G7 I II bIII IV V bVI bVII

Lá menor harmônico

Am7M BØ C7M(#5) Dm7 E7 F7M G#O I II bIII IV V bVI VII

Lá menor melódico

Am7M Bm7 C7M(#5) D7 E7 F#Ø G#Ø

I II bIII IV V VI VII

30

Função Subdominante menor

Notas responsáveis pela sonoridade: quarta justa (Ré) e sexta menor (Fá).Observem que no bVI o acorde se torna sundominate menor quando substituída a sétima (Mi) pela sexta (Ré), ou seja, F7M substituído pelo F6, neste caso o acorde possui exatamente as mesmas notas do acorde de IVº. Acordes: Iº e IIIº graus são formados por estas notas.

Lá menor natural

Am7 BØ C7M Dm7 Em7 F6 G7 I II bIII IV V bVI bVII

Lá menor harmônico

Am7M BØ C7M(#5) Dm7 E7 F6 G#O I II bIII IV V bVI VII

Lá menor melódico

Am7M Bm7 C7M(#5) D7 E7 F#Ø G#Ø

I II bIII IV V VI VII

Função Dominante

Função idêntica nas tonalidades maiores e menores onde prevalece o tritono.Notas responsáveis pela sonoridade: quarta justa (Ré) e sexta menor (fá).

Acordes: V7º e VIIº.

Lá menor natural

Am7 BØ C7M Dm7 Em7 F7M G7 I II bIII IV V bVI bVII

Lá menor harmônico

Am7M BØ C7M(#5) Dm7 E7 F7M G#O

I II bIII IV V bVI VII

Lá menor melódico

Am7M Bm7 C7M(#5) D7 E7 F#Ø G#Ø I II bIII IV V VI VII

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Função Subdominante menor alterada

Na função subdominante os intervalos característicos são a quarta justa e a sexta menor (IV e bVI). Na subdominante alterada a sexta aparecerá maior (VI), ou seja, está função é própria do campo harmônico menor melódico, devido à alteração do sexto grau, característico desta escala.

Notas responsáveis pela sonoridade: quarta justa (Ré) e sexta maior (Fá#)

Acordes: IIº, IVº e VIº. Lá menor natural

Am7 BØ C7M Dm7 Em7 F7M G7

I II bIII IV V bVI bVII

Lá menor harmônico

Am7M BØ C7M(#5) Dm7 E7 F7M G#O

I II bIII IV V bVI VII

Lá menor melódico

Am7M Bm7 C7M(#5) D7 E7 F#Ø G#Ø

I II bIII IV V VI VII

Função Dominante alterada

Própria das tonalidades menores se trata de mais uma variação de função; mas diferentemente da anterior (subdominante alterada) esta não possui alteração nas notas características. Aqui a alteração se da no acorde dominante (V7) alternando a quinta do acorde para cima ou para baixo (Si se torna Si# ou Sib), o mesmo ocorre com a nona do acorde (Fá# se torna F× ou F)

Notas responsáveis pela sonoridade: quinta aumentada (B#), quinta diminuta (Bb), nona aumentada (F×) nona menor (F).

Acordes: V7(#5) ou enarmônico V7(b13), V7(b5), V7(b9), V7(#9)

Lá menor natural

Am7 BØ C7M Dm7 Em7 F7M G7 I II bIII IV V bVI bVII

Lá menor harmônico

Am7M BØ C7M(#5) Dm7 E7 F7M G#O I II bIII IV V bVI VII

Lá menor melódico

Am7M Bm7 C7M(#5) D7 E7 F#Ø G#Ø

I II bIII IV V VI VII

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Rearmonização na tonalidade menor

Tônica

Funções Menor Nat. Menor Harm. Menor Mel.

Tônica I e bIII I e bIII I e bIII

Subdominante II, IV e bVI6 II, IV e bVI6 II, IV e VI

Dominante X V e VII V e VII

Rearmonize a progressão abaixo:

Am Dm7 E7 G#° ____ ____ ____ ____

Am7M Am7 BØ C ____ ____ ____ ____

Dm E7 Am ____ ____ ____

Orquestra de violões?! Muita gente nun-ca nem ouviu falar em orquestra de violão, muito menos teve a oportunidade de ouvir uma. Para entendermos o que é uma or-questra de violões precisamos antes saber o que é uma orquestra.

Assim que ouvimos a palavra orquestra logo nos lembramos de um grupo de instru-mentistas com trajes formais tocando mú-sica “clássica”, certo? Sim, estas orquestras são denominadas sinfônicas ou filarmôni-cas, embora estes adjetivos não tem nada

haver com a instrumentação, número de músicos ou tipo de repertório destas orquestras. Hoje em dia não há diferenças entre uma orquestra sinfônica e uma filarmônica; mas antigamente as sinfônicas eram mantidas pelo governo e as filarmônicas por instituições privadas.

A maioria das orquestras sinfônicas e filarmônicas possue mais de 80 músicos e são regidas por um ma-estro. Estas orquestras são compostas pelos seguintes grupos de instrumentos, cada grupo é denominado família ou naipe:

Cordas (violinos, violas, violoncelos, contrabaixos, harpas)Madeiras (flautas, flautins, oboés, corne-inglês, clarinetes, clarinete baixo, fagotes, contra fagotes)Metais (trompetes, trombones, trompas, tubas)Percussão (tímpanos, triângulo, caixas, bombo, pratos, carrilhão sinfónico, etc.)

39 - Orquestra Fonte:pixabay.com

Arranjos para orquestra de violões

33

40 - Disposição dos Naipes em uma orquestra de violões Fonte:freepik.com

A orquestra de violões transporta este universo das orquestras sinfônicas e filarmônicas para o violão, pois devi-do à pouca projeção e volume o instrumento não faz parte destas orquestras. Assista abaixo uma apresentação da orquestra de violões de tweresina tocando a Valsa das Flores do compositor russo Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840 – 1893):

https://www.youtube.com/watch?v=61Bf5t3X1Dw

Dúvidas? Assistam ao vídeo abaixo, pode ser bastante útil:MÍDIAS INTEGRADAS

A orquestra de violões é dividida em grupos, naipes, assim como as orquestras sinfônicas. Cada naipe possui uma função:

NAIPE 1 NAIPE 2

NAIPE 3 NAIPE 4

REGENTE

34

Devido ao grande número de instrumentos, muitas vezes os colegas que estão em naipe não ouve os demais com clareza, o regente tem a função de ouvir a orquestra como um todo, se alguém toca com muito volume e desequilibra a orquestra, o regente deve identificar e resolver este problema; se algum músico não consegue tocar no tempo certo, o regente perceberá com clareza e fará o necessário para o bom funcionamento do grupo, o regente é uma espécie de treinador da orquestra. Estas são algumas das funções do regente, ele é um mem-bro muito importante da orquestra e em muitos casos o regente da orquestra de violões é o professor de violão, aquele que ensina os instrumentistas a tocar.

Cada naipe possui uma função principal, esta função pode variar, se adaptar às características do repertório. Esta é uma sugestão de como trabalhar os naipes:

Um naipe ou dois deve tocar a melodia principal, a melodia deve ser tocada por maior número de instrumen-tos para se obter maior volume sonoro.

É interessante que um naipe se encarregue por tocar a linha dos baixos, pois pelos baixos os demais naipes se orientam.

Um dos naipes pode trabalhar tocando a harmonia em arpejos, dedilhados, ostinatos etc... Pode ser interessante encarregar um naipe para executar as famosas “batidas” do violão, que possui um cará-

ter rítmico/harmônico.

A função de cada naipe dependerá muito de como você pretende arranjar a música, quais elementos serão inseridos, como será trabalhada a harmonia, se a melodia será dobrada ou não etc...

Vejam abaixo o arranjo que fiz para ilustrar o processo de arranjo de uma canção para orquestra de violões. A música arranjada foi escrita pelo compositor Catulo da Paixão Cearense e se chama Luar do Sertão, bastante famosa. O arranjo foi elaborado a partir deste material:

41 - Melodia e harmonia de Luar do Sertão Fonte: Acervo do Autor

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Violões 1 e 2 - Os violões 1 e 2 tocam a melodia em uníssono, a melodia é executada por dois naipes para que soe mais alta do que os demais, para obter maior volume. A melodia foi oitavada para não haver cruzamento de notas com os arpejos tocados pelo violão 3, para não soar embolado.Violão 3 - A partitura original começa com uma anacruse, o arranjo foi iniciado com arpejos em Dó maior tocado pelo violão 3. Durante todo o refrão o violão 3 executa os acordes em arpejo.Violão 4 - O violão quatro toca a fundamental dos acordes nos bordões, toca os baixos.

Escrever para orquestra de violões é como escrever para um quarteto de violões, cada naipe funciona como um único violão amplificado! Esta é uma forma simples, eficiente e rápida para se fazer arranjos para orquestra de violões. Para começar procure músicas simples, com melodias sem notas rápidas, harmonia simples. Vejam abaixo o refrão completa arranjado para orquestra de violões e compare com o material que deu origem ao arranjo.

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Palavras Finais

Pessoal, chegamos ao fim de mais um curso. Lembre-se, nosso intuito aqui não é passar para vocês um conteúdo denso sobre nossos objetos de estudo, mas sim uma introdução, o mínimo de informações necessá-rias para que vocês possam compreender, ter o mínimo de domínio prático e possam futuramente se aprofun-darem a respeito, se assim quiserem. Espero que tenham gostado do conteúdo preparado por nós e que este material (apesar de ter caráter introdutório) sirva de suporte para pesquisas futuras.

Para aqueles que desejam se aprofundar no estudo da música, se profissionalizar, podem se ingressar em um curso superior de música. Hoje, no estado de Goiás temos a Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC) da Uni-versidade Federal de Goiás (UFG), com excelentes profissionais de nível internacional. A EMAC oferece o curso de música em três modalidades Bacharelado, Licenciatura e Musicoterapia. Para maiores informações acessem o link abaixo.

Bacharelado em Música UFGhttps://www.emac.ufg.br/p/2778-musica-bachareladoLicenciatura em Música UFGhttps://www.emac.ufg.br/p/2779-musica-licenciaturaMusicoterapiahttps://www.emac.ufg.br/p/2777-musicoterapiaO Instituto Federal de Goiás também oferece o curso de Licenciatura em música. Informações abaixo:http://w2.ifg.edu.br/goiania/index.php/musica

Existem ainda os cursos de formação inicial e continuada. Nestes cursos o estudante iniciará o aprendizado musical com aulas semanais de teoria, canto coral, prática de conjunto, música de câmara e instrumento musical:

Estado de Goiás

Basileu Françahttps://www.basileufranca.org/msica

Gustav RitterAvenida Marechal Deodoro da Fonseca, nº 237 – CampinasTelefone: (62) 3201- 4708Prefeitura de Goiânia

Centro Livre de ArtesDentro do Bosque dos Buritis, Rua 1, 605 - St. Oeste, Goiânia - GO, 74115-040Telefone: (62) 3524-1194

Boa sorte!!!

Ms. Jorge Luiz de Oliveira Jr.

38

CHEDIAK, A. Dicionário de acordes cifrados. 10o ed. São Paulo: Irmãos vitale, 1984.CHEDIAK, A. Harmonia & Improvização. 7o ed. São Paulo: Lumiar, 1986. Vol. 1.CHEDIAK, A. Harmonia & Improvização. 7o ed. São Paulo: Lumiar, 1986. Vol. 2.GUEST, I. Harmonia: Método prático. São Paulo: Lumiar, 2005. Vol. 1GUEST, I. Harmonia: Método prático. São Paulo: Lumiar, 2005. Vol. 2KOELLREUTER, H. Harmonia Funcional. 3o ed. São Paulo: Ricordi.LOEWENGARD, M. Harmony. Germany: Ulan Press, 2002.MEDEIROS, F. O Carinhoso de Cyro Pereira: Arranjo ou composição? Escola de comunicações e Artes, USP, São Paulo, 2009.OLIVA, P. Harmonia. HMP editors, 2007.SCHOENBERG, A. Structural Functions of Harmony. London: Faber and Faber, 1983.STELZER, L. Arranjos para Grupos de Violões. Revista Violão Pro, pág 46 .

ReferênciasBibliografia Básica

Inaciolândia

Gouvelândia

Quirinópolis

V icentinópolis

Acreúna

Santo Antônioda Barra

Rio Verde

Jataí

Turvelândia

Porteirão

Maurilândia

Castelândia

Portelândia

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Serranópolis

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