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São Paulo, 04 de agosto de 2008 – Edição 597 – www.bites.com.br Capital social IBOPE cria metodologia para avaliar a relevância de blogs e comunidades on-line por meio do capital social D iretor do IBOPE Inteligência, Marce- lo Coutinho está longe de demons- trar preocupação com aqueles que acham que ele na direção errada. De certa forma, ele até gosta dessa situação porque lhe sobra mais tempo para elaboração dos conceitos que costuma defender em suas palestras e entrevistas. E no atual momento essa situação também tem se revelado mui- to útil. Coutinho quer ir de encontro a uma verdade que se tornou absoluta no nascente mundo das mídias sociais: a relevância de um blog ou de uma comunidade on-line é medida pela sua audiência. É dessa forma que anunciantes, agências de propaganda e profissionais dessa área estão procuran- do fechar negócios. “Todos os internautas são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros”, afirma Coutinho. Sua estratégia para neutralizar a louvação à audiência nu- mérica é trazer o conceito de capital social da sociologia clássica para dentro do univer- so 2.0. Na Wikipedia está claro o que signifi- ca o termo. “O que vale mais, um blog com mil visitas 1000 pessoas mas sem comentá- rios ou um blog no qual os 100 leitores dei- xam comentários à vontade?”, questiona o diretor do IBOPE. E quanto maior o capital social da audiência maior será a relevância de quem estiver associado a ele. Coutinho está bem acompanhado nesse raciocínio. O presidente do Yahoo!Brasil, Guilherme Ribenboim, reconhece que a au- diência é uma variável do jogo no universo 2.0, mas não é a única como muitos acre- ditam. “No nosso caso, por exemplo, que- remos construir um capital social relevante junto aos formadores de opinião desse novo mercado no Brasil”, afirma o executivo. Não à toa, o Yahoo! desenhou um projeto envol- vendo o conteúdo de 100 blogs nacionais. E a audiência de cada um deles não foi um fa- tor determinante para a montagem da lista. “É certo que as pessoas querem tráfego em suas páginas, blogs ou comunidades, mas esse movimento precisa ser acompanhado de um traço de qualidade”, afirma Riben- boim. E essa variável deve ser revestida de usuários relevantes que façam diferença no final do dia para o conteúdo do endereço na internet. A dificuldade, por enquanto, mas que a própria tecnologia se encarregará de resol- ver, é quantificar o capital social de cada produto de mídia social. “Mas tudo será uma questão de tempo. Um blog ou uma comunidade será importante à medida que for possível identificar o nível de relevân- cia de quem dela participa”, afirma René de Paula, dono de uma função batizada de User Experience Evangelist na Microsoft Bra- sil. “Audiência anônima é possível construir de maneira rápida e barata. Relevância de- mora um pouco mais e se sustenta no longo prazo.” Nesse ponto, vale retornar ao diretor do IBOPE. Coutinho já aplicou sua metodolo- gia essa lógica em pesquisas comunidades e blogs de finanças, bens de consumo e telecomunicações e verificou que os indi- cadores funcionam de maneira consistente nesse mundo. E com bastante regularidade atualiza com este tema o blog da sua área restrito, por enquanto, aos seus clientes. “O caminho da relevância pelo capital social vai se revelar muito mais proveitoso para as empresas do que a comunicação maciça e indiscriminada com qualquer blog ou comu- nidade baseado simplesmente na sua “audi- ência”. Afinal, é muito mais fácil monitorar, influenciar e dialogar com pequenos grupos representativos do que uma multidão.

arelevânciadeblogsecomunidadeson-linepormeiodocapitalsocialSãoPaulo,04deagostode2008–Edição597

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IBOPE cria metodologia para avaliar a relevância de blogs e comunidades on-line por meio do capital social São Paulo, 04 de agosto de 2008 – Edição 597 – www.bites.com.br

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S ã o P a u l o , 0 4 d e a g o s t o d e 2 0 0 8 – E d i ç ã o 5 9 7 – w w w. b i t e s . c o m . b r

Capital socialIBOPE cria metodologia para avaliar a relevância de blogs e comunidades on-line por meio do capital social

Diretor do IBOPE Inteligência, Marce-lo Coutinho está longe de demons-trar preocupação com aqueles que

acham que ele na direção errada. De certa forma, ele até gosta dessa situação porque lhe sobra mais tempo para elaboração dos conceitos que costuma defender em suas palestras e entrevistas. E no atual momento essa situação também tem se revelado mui-to útil. Coutinho quer ir de encontro a uma verdade que se tornou absoluta no nascente mundo das mídias sociais: a relevância de um blog ou de uma comunidade on-line é medida pela sua audiência. É dessa forma que anunciantes, agências de propaganda e profissionais dessa área estão procuran-do fechar negócios. “Todos os internautas são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros”, afirma Coutinho. Sua estratégia para neutralizar a louvação à audiência nu-mérica é trazer o conceito de capital social da sociologia clássica para dentro do univer-so 2.0. Na Wikipedia está claro o que signifi-ca o termo. “O que vale mais, um blog com mil visitas 1000 pessoas mas sem comentá-rios ou um blog no qual os 100 leitores dei-xam comentários à vontade?”, questiona o diretor do IBOPE. E quanto maior o capital social da audiência maior será a relevância de quem estiver associado a ele.

Coutinho está bem acompanhado nesse

raciocínio. O presidente do Yahoo!Brasil, Guilherme Ribenboim, reconhece que a au-diência é uma variável do jogo no universo 2.0, mas não é a única como muitos acre-ditam. “No nosso caso, por exemplo, que-remos construir um capital social relevante junto aos formadores de opinião desse novo mercado no Brasil”, afirma o executivo. Não à toa, o Yahoo! desenhou um projeto envol-vendo o conteúdo de 100 blogs nacionais. E a audiência de cada um deles não foi um fa-tor determinante para a montagem da lista. “É certo que as pessoas querem tráfego em suas páginas, blogs ou comunidades, mas esse movimento precisa ser acompanhado de um traço de qualidade”, afirma Riben-boim. E essa variável deve ser revestida de

usuários relevantes que façam diferença no final do dia para o conteúdo do endereço na internet.

A dificuldade, por enquanto, mas que a própria tecnologia se encarregará de resol-ver, é quantificar o capital social de cada produto de mídia social. “Mas tudo será uma questão de tempo. Um blog ou uma comunidade será importante à medida que for possível identificar o nível de relevân-cia de quem dela participa”, afirma René de Paula, dono de uma função batizada de User Experience Evangelist na Microsoft Bra-sil. “Audiência anônima é possível construir de maneira rápida e barata. Relevância de-mora um pouco mais e se sustenta no longo prazo.”

Nesse ponto, vale retornar ao diretor do IBOPE. Coutinho já aplicou sua metodolo-gia essa lógica em pesquisas comunidades e blogs de finanças, bens de consumo e telecomunicações e verificou que os indi-cadores funcionam de maneira consistente nesse mundo. E com bastante regularidade atualiza com este tema o blog da sua área restrito, por enquanto, aos seus clientes. “O caminho da relevância pelo capital social vai se revelar muito mais proveitoso para as empresas do que a comunicação maciça e indiscriminada com qualquer blog ou comu-nidade baseado simplesmente na sua “audi-ência”. Afinal, é muito mais fácil monitorar, influenciar e dialogar com pequenos grupos representativos do que uma multidão.

S ã o P a u l o , 0 4 d e a g o s t o d e 2 0 0 8 – E d i ç ã o 5 9 7 – w w w. b i t e s . c o m . b r

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