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OFICINA: TÉCNICAS TRADICIONAIS DE REVESTIMENTO - C.M.BEJA, CENFIC, 2007 Com o apoio de: ICOMOS-PORTUGAL, Projecto MITR, C.M. Albufeira, Misericórdia de Beja 1 ARGAMASSAS COMPATÍVEIS PARA INTERVENÇÃO EM EDIFÍCIOS ANTIGOS MARIA DO ROSÁRIO VEIGA 19-21 SETEMBRO 2007 Oficina Técnicas Tradicionais de Revestimento - BEJA > Argamassas – Constituição e condições externas > Argamassas antigas e revestimentos antigos > Compatibilidade > Revestimentos de substituição > Técnicas de aplicação > Casos particulares > Casos de estudo > Conclusões Organização da apresentação

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ARGAMASSAS COMPATÍVEIS PARA INTERVENÇÃO EM

EDIFÍCIOS ANTIGOS

MARIA DO ROSÁRIO VEIGA

19-21 SETEMBRO 2007

Oficina Técnicas Tradicionais de Revestimento - BEJA

> Argamassas – Constituição e condições externas

> Argamassas antigas e revestimentos antigos

> Compatibilidade

> Revestimentos de substituição

> Técnicas de aplicação

> Casos particulares

> Casos de estudo

> Conclusões

Organização da apresentação

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Argamassas - Constituição

aéreos cal aéreaLigantes

hidráulicos cimento; cal hidráulicacal aérea e pozolanas; gesso

sintéticos resinas

Agregados areia siliciosa; agregado calcário pedra britada; pó de pedra; argila?

Água

Aditivos pozolanas; fibras; resinasAdjuvantes hidrófugos; introdutores de ar; plastificantes

Argamassas - Constituição

Cal aérea

Obtida por calcinação, a temperaturas da ordem de 800 a 1000 ºC, de rochas carbonatadas, constituídas predominantemente por carbonato de cálcio (calcário) ou por carbonato de cálcio e magnésio (calcário dolomítico)

Cal viva: CaCO3 + calor CaO + CO2

Hidratação: CaO + H2O Ca (OH)2 +calor

Endurecimento: Ca (OH)2 + CO2 CaCO3 + H2O

Argamassas de cal aérea: Traços tradicionais variam entre 1:1 e 1:41:3 traço eficiente para boa granulometria

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Argamassas - Constituição

OUTROS LIGANTES: hidraulicidade (aluminatos e silicatos)

Cimento (> 1450ºC C3S +C2S + …)

Cal hidráulica (1200 a 1450ºC C2S + …)

Pozolanas naturais (produtos vulcânicos ricos em alumina e em sílica amorfa reactiva)

Pó de tijolo e outras pozolanas artificiais

Argamassas - Constituição

Gesso

O gesso natural é uma rocha sedimentar de estrutura cristalina, constituída fundamentalmente por sulfato de cálcio bi-hidratado (Ca SO4 2H2O).

O gesso usado como ligante em estuques e argamassas de gesso éobtido por cozedura a temperaturas que variam entre 130ºC e 170ºC da pedra de gesso e é constituído, fundamentalmente, por sulfato de cálcio hemi-hidratado:

Ca SO4 2H2O + calor Ca SO4 1/2 H2O + 3/2 H2O

É usado em revestimentos interiores

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Suportes

• Taipa• Adobe

•Fasquiado de madeira•Paredes pombalinas (gaiolas e tabiques)

•Alvenaria de tijolo (irregular ou regular) •Alvenaria de pedra (irregular ou regular)

argamassas com base em cal aérea (cal e terra, argila, fibras naturais)

argamassas com base em cal aérea

argamassas com base em cal aérea / cal hidráulica / cimento, conforme a a estrutura da parede

Condições externasExterior temperatura

humidade (chuva)ventoproximidade do mar poluiçãoexposiçãoágua nas fundaçõesexposição aos sais (solos, materiais, etc.)

Interior temperaturahumidade do arágua nas fundaçõesexposição aos sais (solos, materiais, etc.)

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Funções

• Aglomerantes de pedra e tijolo em alvenarias irregulares• Assentamento de blocos de pedra e de tijolos em

alvenarias regulares• Reboco exterior ou interior• Acabamento de protecção e decoração (barramentos e

estuques)• Suporte de pinturas murais, fingidos, e outras técnicas

decorativas• Colagem de azulejos

Ruínas de Tróia (séc. I) Conímbriga

Argamassas Romanas – Argamassas de cal muito bem executadas; uso de pozolanas artificiais (pó de tijolo) e naturais

Argamassas antigas

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Rebocos em ruínas de Tróia - séc. I

Argamassas antigas

Reboco em Conímbriga

Mértola – Baptistério (séc. II)

Argamassas antigas

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Argamassas Árabes - Muralha de Tavira (séc. VII)

Argamassas antigas

Argamassas Árabes – Igreja de Mértola

(antiga Mesquita)

(séc. XII)

Argamassas antigas

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Sé de Évora – Revestimentos interiores (séc. XVI-XVII)

Argamassas antigas

Sé de Elvas (séc. XVII)

Argamassas antigas

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Fingidos de azulejo (Almeida)

Convento dos Capuchos

Argamassas antigas

Hospital M. Bombarda (séc. XIX)

Parede Pombalina (séc. XVIII-XIX)

Argamassas de cal em várias camadas

Argamassas antigas

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Edifício do LNEC (1952)

Edifício em Lisboa (Prémio Valmor 1944)

Argamassas de cal aérea com acabamentos muito cuidados

Argamassas antigas

Argamassas antigas

Caracterização de argamassas antigas: no LNEC tem vindo a ser feita através de vários Projectos, dos quais se destaca presentemente o Projecto Cathedral

Caracterização química, mineralógica e microestruturalCaracterização física e mecânica

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Argamassas antigas

• Cal aérea como ligante, areias bem seleccionadas, geralmente aditivos

• Várias camadas, cada uma delas cuidadosamente preparada e aplicada

• Texturas e cores características• Grande resistência e durabilidade (exemplos com séculos

que chegaram aos nossos dias)• Testemunho de materiais e tecnologias: objectos de

estudo• Funções de revestimento, aglomerante, colagem• Bom funcionamento global das paredes gerado pela

compatibilidade de materiais e soluções construtivas

Argamassas antigas

Argamassas de cal aérea: Traços tradicionais variam entre 1:1 e 1:4 (cal aérea : areia)

• 1:3 (cal aérea : areia) é um traço eficiente se a areia tiver boa granulometria

Exs. de outras argamassas antigas (ou de argamassas que podemos usar para nos aproximarmos delas):

• 1:1:4 (cal aérea : pozolana : areia)

• 1:1:6 (cal aérea : cal hidráulica fraca ou média : areia)

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Revestimentos exteriores antigos

CamadasCamadas de regularização e protecção: Emboço; Reboco, Esboço

• argamassas de cal e areia, com adições minerais e orgânicas, aplicadas em várias subcamadas• com granulometria decrescente das camadas mais internas para as mais externas• com deformabilidade e porosidade crescentes das camadas mais internas para as mais externas

Revestimentos exteriores antigos

Camadas

Camadas de protecção, acabamento e decoração: Barramento; Pintura mineral; Ornamentação

• barramentos: massas finas de pasta de cal aplicadas em várias subcamadas, com grande importância para a protecção do reboco• coloração com pigmentos minerais ou com pintura mineral• ornamentação com stuccos, fingidos, esgrafitos, pinturas a seco ou a fresco

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a) Pintura de cal

b) Pintura com tintas de silicato

c) Pintura de fingidos (no exterior)

d) Pintura mural exterior

Revestimentos exteriores antigos: acabamentos

Os revestimentos interiores das paredes antigas tinham, em geral, constituição básica semelhante aos exteriores, diferindo essencialmente na composição das camadas de acabamento.

Camadas principais, com diferentes funções:

Camadas de regularização: emboço, reboco e esboço ou massa de esboçar.

Camadas de protecção, acabamento e decoração: barramento (ou guarnecimento); estuque ou massa de estender ou dobrar; massa de polir ou brunir; pintura (em geral mineral) simples ou de ornamentação.

Revestimentos interiores antigos

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a) Fingido de pedra ou Stucolustro

b) Fingido de mármore ou Stucomármore

c) Escaiolas (Scagliola)

d) Pintura Mural

f) Pintura a encáustica (ou a cera)

g) Pintura a óleo

h) Pintura de fingidos

i) Pintura ilusionista ou de trompe l’oeil

Revestimentos interiores antigos: acabamentos

Lisboa, década de 90, rebocos hidráulicos

Argamassas recentes

Vamos destruir argamassas centenárias e substitui-las por estes materiais “mais resistentes e duráveis”?!

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Algarve, monocamada, século XXI

Argamassas recentes

Paredes antigas e argamassas

As paredes antigas desempenhavam as funções estrutural e de protecção àágua através de espessuras elevadas, revestimentos com várias camadas, conjugação das características dos diversos constituintes.

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Paredes antigas e argamassas

As paredes antigas tinham constituição e modelo de funcionamento muito diferentes das actuais:

• Hoje evita-se a entrada da água, impermeabilizando os paramentos, aumentando a estanquidade das caixilharias, fazendo cortes de capilaridade.

• As paredes antigas, mais espessas e porosas e sem cortes de capilaridade, permitiam uma entrada de água mais fácil mas promoviam a sua rápida saída para o exterior.

eflorescências

Ascensão de água por capilaridade

criptoflorescências

Opções incorrectas

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Paredes antigas e argamassas

As patologias devidas à humidade em paredes antigas estão a ser estudadas através do Projecto Humidade em Paredes Antigas

ConservaçãoOs rebocos exteriores são muitas vezes dos primeiros elementos do edifício a mostrar degradação, devido à sua elevada exposição e às suas funções de protecção.Opções de intervenção:1. A 1ª opção deve ser a conservação do revestimento antigo:

• operações de manutenção• operações de reparação pontual

2. A 2ª alternativa a considerar é a consolidação do revestimento existente:• restituição da aderência• restituição da coesão

3. Se as anteriores hipóteses não forem viáveis, considerar a substituição parcial4. Apenas em último caso, encarar a substituição total

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Evitar a acumulação de água: correcção de infiltrações, correcção da drenagem, protecção contra escorrimentos e contra a formação de caminhos preferenciais

Reparação das lacunas no revestimento, nomeadamente nas camadas de acabamento

Tratamento com biocidas

Limpeza, nomeadamente da poluição ( SO2, NO2, CO2)

Controlo de cargas

Conservação – Medidas preventivas

Restituição da aderência: pastas de colagem àbase de cal

Restituição da coesão: se possível com produtos que regenerem o carbonato de cálcio

Colmatação de fissuras

Reintegração

Conservação – Consolidação

Projecto Conservarcal: http://conservarcal.lnec.pt

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Marmorites: pintura ou conservação e limpeza?

Marmorites: pintura ou conservação e limpeza?

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Marmorites: pintura ou conservação e limpeza?

Marmorites: pintura ou conservação e limpeza?

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Consolidação

Consolidação

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CompatibilidadeNo caso da opção pela substituição parcial ou total, o revestimento de substituição a escolher tem que recorrer a materiais e técnicas compatíveis com os elementos pré-existentes.

Requisitos de compatibilidade:1. Funcionais:

• Não contribuir para degradar os elementos pré-existentes• Proteger as paredes• Ser duráveis e contribuir para a durabilidade do conjunto (à escala dos

edifícios antigos)

2. De aspecto:• Não prejudicar a apresentação visual, não descaracterizar o edifício• Não sofrer envelhecimento diferencial

Compatibilidade

1. Não contribuir para degradar os elementos pré-existentes• Não introduzir tensões excessivas no suporte: módulo de elasticidade baixo; aderência moderada; coeficientes de dilatação térmica e higrométrica semelhantes aos elementos antigos

• Não contribuir para reter a água no suporte:permeabilidade ao vapor de água elevada

• Não introduzir sais solúveis:não conter materiais ricos em sais solúveis (por ex. do cimento)

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Compatibilidade

2. Proteger as paredes• Proteger da acção da água e das acções climáticas em geral: absorção de

água moderada e permeabilidade ao vapor de água elevada; resistência mecânica suficiente

• Proteger de acções mecânicas de choque e erosão: resistência mecânica suficiente

• Proteger de acções químicas (poluição, sais solúveis): resistência aos sais

Compatibilidade

3. Ser duráveis• Resistência mecânica (moderada)• Aderência ao suporte e entre camadas (moderada)• Absorção de água lenta e facilidade de secagem• Resistência química• Resistência à colonização biológica

4. Aspecto Estudo prévio do revestimento antigo• Composição, textura, cor• Tecnologia de aplicação

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Compatibilidade

Características mecânicas

Argamassa Resist. à

flexãoRt

Resist. àcompr.

Rc

Módulode

Elastic.E

Aderência aosuporte

Ra

Forçasdesenvolvidaspor retracção

restringidaFr máx

RebocoexteriorRebocointerior

Refecha-mento de

juntas

Características mecânicassemelhantes às das argamassas

originais e inferiores às dosuporte.

Resistência aoarrancamento(Ra) inferior àresistência àtracção do

suporte: a roturanunca deve ser

coesiva pelosuporte.

Força máximadesenvolvida por

retracçãorestringida (Fr máx)inferior à resistência

à tracção dosuporte.

Requisitos das argamassas de substituição características mecânicas

CompatibilidadeRequisitos das argamassas de substituição

comportamento à água

Comportamento à águaEnsaios clássicos

Comportamento aos

saisComportamento

térmico Durabilidade

Argamassa Perm. ao

vapor deágua

Coefic. decapilarida

de CPorosidade

Teor desais

solúveisCaracterísticas

térmicas

Resistência àsacções climáticas;

resistência aossais

RebocoexteriorRebocointerior

Refecha-mento de

juntas

Capilaridade epermeabilidade ao

vapor de águasemelhantes às

argamassas originaise superiores às do

suporte.

Porosidade eporosimetria

semelhantes àsdas argamassasoriginais e com

maiorpercentagem deporos grandesque o suporte.

Baixo teorde sais

solúveis

Coeficiente dedilataçãotérmica e

condutibilidadetérmica

semelhantesaos das

argamassasoriginais e àsdo suporte.

Média a elevada

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CompatibilidadeRequisitos das argamassas de substituição

Características Mecânicasaos 90 dias (MPa) Comportamento à retracção restringida

UsoRt Rc E

Aderência(MPa) Frmáx

(N)G

(N.mm)CSAF CREF (mm)

Rebocoexterior

0,2 –0,7

0,4 –2,5 2000-5000 ≤ 70 ≥ 40 ≥ 1,5 ≥ 0,7

Rebocointerior

0,2 –0,7

0,4 –2,5 2000-5000

0,1 – 0,3ou rotura

coesiva peloreboco ≤ 70 ≥ 40 ≥ 1,5 ≥ 0,7

Juntas 0,4 -0,8 0,6 – 3 3000-6000

0,1 – 0,5 ourotura

coesiva pelajunta

≤ 70 ≥ 40 ≥ 1,5 ≥ 0,7

CompatibilidadeRequisitos das argamassas de substituição

Comportamento à águaEnsaios clássicos Ensaio com humidímetro

UsoSD

(m)

C(kg/m2.h0,5)

(kg/m2.min0,5)

M(h)

S(h)

H(mv.h)

Envelhecimentoartificial

aceleradoComportamento

aos sais

Rebocoexterior ≤ 0,08

≤ 12; ≥ 8(≤ 1,5; ≥ 1,0)

≥ 0,1 ≤ 120 ≤ 16 000

Rebocointerior ≤ 0,10 - - ≤ 120 -

Juntas ≤ 0,10≤ 12; ≥ 8

(≤ 1,5; ≥ 1,0)≥ 0,1 ≤ 120 ≤ 16 000

Médio:degradação

moderada nosciclos água/gelo

Teores reduzidosde sais solúveis.Resistência aos

sais existentes naparede (estudos

em curso).

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Compatibilidade

As exigências para rebocos antigos são diferentes das exigências gerais dos rebocos devido aos requisitos de compatibilidade:

• menor resistência mecânica / maior deformabilidade

• aderência moderada e extensa

• permeabilidade ao vapor de água mais elevada / maior capilaridade

• teor reduzido de sais solúveis

Rebocos de substituição

Argamassas de cimentoArgamassas de cal hidráulica naturalArgamassas de cal hidráulica artificialArgamassas de cal aérea e cimentoArgamassas de cal aéreaArgamassas de cal aérea aditivada

com pozolanas, pó de tijolo, aditivos mineraiscom “gordura”

Argamassas pré-doseadasArgamassas de ligantes especiais

Tipos de argamassas usadas

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Argamassa CaracterísticasMecânicas (MPa)

Comportamento à retracçãorestringida

Refª Composição Rt Rc E

Aderência(MPa) Frmáx

(N)G

(N.mm)CSAF CREF

(mm)

Ci4Cimento:

areia1:4

1,1Fortedema

is

3,2Forte

demais

6600Rígidodemais

0,07 (a)Insufici-

ente

135Forte

demais

60 1,9 0,5Frágil

demais

CHA3

Calhidráulica:

areia1:3

0,95Fortedema

is

2,60Forte

demais

7510Rígidodemais

0,10100

Fortedemais

60 2,8* 0,7

CACI3Cimento: calaérea: areia

1:1:30,70 1,86 5671 0,12 75 51 2,9 0,8

CA3Cal aérea:

areia1:3

0,34 1,28 40980

Insufici-ente

59 73 1,4 1,2

CAP

Cal aérea:pozolana:

areia1:0,5:2,5

0,56 2,00 4521 0,14 79 61 2,2 0,8

PD-CA Pré-doseadade cal aérea

0,63 1,5 2740 0,09 (c+a) 54 27Frágil

demais

3,8 0,6Frágil

demais

Resultados experimentais

Resultados experimentaisComportamento à água

Argamassa Ensaiosclássicos Ensaio com humidímetro

Refª ComposiçãoSD

(m)C

kg/m2.h1/2M(h)

S(h)

H(mv.h)

Envelhecimentoartificial acelerado

Ci4Cimento:

areia1:4

0,09Insufic.(para

rebocoexterior)

12,6 0,10 120 14000Excessivo

Bom: semdegradação

CHA3

Calhidráulica:

areia1:3

0,075 10,1 0,50 38 8639 Médio: descolagemnos ciclos água/gelo

CACI3Cimento: calaérea: areia

1:1:30,050 9,5 0,17 38 7408 Bom: sem

degradação

CA3Cal aérea:

areia1:3

0,050 10,1 0,17 30 9244Mau: descolagem equeda nos ciclos

calor/frio

CAP

Cal aérea:pozolana:

areia1:0,5:2,5

0,035 9,5 0,17 34 7923 Médio: degradaçãonos ciclos água/gelo

PD-CA Pré-doseadade cal aérea 0,06

1,93Insuficien

te0,75

450Excess

ivo

36720Excessivo

-

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CompatibilidadeCimento:Os rebocos só de cimento sãototalmente desaconselhados: pouco deformáveis, poucopermeáveis ao vapor de água, contêm sais solúveis que vão contaminar ainda mais as paredes antigas.Um reboco bastardo de cimento e cal aérea pode ser uma solução admissível, se não se tratar de um edifício de grande valor histórico, pois épossível doseá-lo de forma a ter uma deformabilidade (módulo de elasticidade) e uma permeabilidade à água e ao vapor aceitáveis.

Rebocos de substituição

Cal hidráulica:A cal hidráulica, muitas vezes apontada como um compromisso aceitável e prático, oferece problemas: tem características muito distintas, desde as mais próximas da cal aérea, às que se assemelham ao cimento. Assim, é necessária uma caracterização adequada das cais hidráulicas disponíveis no mercado, para se poder decidir da sua maior ou menos aptidão para o efeito, tendo em conta, nomeadamente, o seu módulo de elasticidade, a sua permeabilidade ao vapor de água e o seu teor de sais solúveis.Revestimentos pré-doseados:São comercializados como sendo com base em cal mas a maioria desses produtos são baseados em cal hidráulica e não em cal aérea e, não raro, contêm hidrófugos o que tem que ser tido em conta na selecção. A principal vantagem em relação às argamassas de cal hidráulica feitas em obra está no facto de serem, em geral, isentos de sais solúveis.

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Rebocos de substituição

Argamassas com pozolanas:

Os romanos usavam materiais pozolânicos para garantir hidraulicidade às argamassas, melhorar a sua capacidade de impermeabilização e a sua resistência à água e às acções climáticas em geral:

-Pó de tijolo;

-Pozolanas naturais, constituídas por materiais de origem vulcânica, ricos em sílica e alumina amorfas.

Rebocos de substituição

Argamassas com pozolanas:

Hoje temos muitos outros materiais com propriedades pozolânicas e épossível dosear argamassas com boas características recorrendo a esses produtos: pó de tijolo, metacaulino, microssílica, pozolanas naturais dos Açores e de Cabo Verde, etc.

Obtêm-se argamassas com as principais vantagens das argamassas hidráulicas - endurecimento em presença da água, embora mais lento que o do cimento; resistência à água; boa permeabilidade ao vapor de água - evitando as suas principais desvantagens - módulo de elasticidade elevado, sais solúveis.

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Rebocos de substituição

Cimento - não recomendadoCal hidráulica - 1:3 não recomendadoCimento e cal aérea - 1:2:9 (cimento:cal:areia) a usar só quando não for possível usar soluções mais compatíveisCal hidráulica e cal aérea - 1:1:6 (cal hidráulica:cal:areia) pode ser adequada se se usar cal hidráulica média ou fraca (NHL 3,5 ou NHL 2) isenta de saisCal aérea - 1:3 solução compatível mas tem que ser bem executada para ser durávelCal aérea e pozolana - 1:1:4 (ou outra proporções, dependendo da reactividade da pozolana) solução compatível, em princípio, dependendo da pozolana

Técnicas de aplicação

Influência dos diferentes parâmetros de aplicação:

•Redução da quantidade de água: argamassa mais resistente, mais compacta, menos fissurável, mais impermeável

•Amassadura com betoneira é inadequada, deve ser complementada com amassadura manual ou com berbequim para garantir uma misturaperfeita

•Aperto da massa contra o suporte: maior compacidade e menor fissuração

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Técnicas de aplicação

Influência dos diferentes parâmetros de aplicação:

•Mais camadas com menor espessura cada uma: menores tensões de retracção, menor fissuração e maior capacidade de impermeabilização

•Exposição à radiação solar: quando é excessiva aumenta a fissuração, quando é reduzida atrasa a carbonatação e pode comprometer o comportamento a longo prazo; escolher época de aplicação ou recomendar protecção à evaporação rápida.

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Técnicas de aplicação

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Colagem de azulejos antigos

A recolagem de azulejos antigos deve ser feita, após limpeza e dessalinização dos azulejos, com argamassa de cal aérea.

A argamassa de colagem deve ser rica (traço 1:2,5 - cal : areia).

A areia deve ser siliciosa, bem graduada, com um teor de finos mais elevado que no caso dos rebocos.

A aplicação deve ser feita numa única camada.

Paredes com sais

O “salitre” é um dos problemas mais difíceis de resolver em edifícios antigos.

As soluções usadas durante muitos anos, baseadas na impermeabilização das paredes, provocaram em muitos casos danos irreversíveis.

Outras soluções, como as injecções de resinas para provocar cortes de capilaridade, também se revelaram pouco eficazes em muitas situações.

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Paredes com sais

As soluções recomendadas actualmente baseiam-se em princípios diferentes e resumem-se praticamente a 2 tipos:

• revestimentos de transporte: é provocado o transporte dos sais dissolvidos para o reboco, onde cristalizam; para isso é preciso que o reboco tenha poros de diâmetro superior aos do suporte

• revestimentos de acumulação: é provocada a acumulação dos sais numa camada de reboco afastada da superfície; é necessário que existam duas camadas de reboco de diferente porosimetria, em que a camada de acumulação tem poros de diâmetro superior à camada mais exterior e também ao suporte.

Transporte de sais

secagem

reboco

secagemAcumulação de sais

Transporte de sais

Reboco de substituição com argamassa bastarda fraca – década de 1990

Substituição de revestimentos

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Reboco de substituição com argamassa

bastarda fraca – década de 1990

Substituição de revestimentos

Reboco de substituição com argamassa bastarda fraca –

década de 1990

1:2:9; 1:3:12

Substituição de revestimentos

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Solução de substituição com base em cal e pozolanas naturais ou

artificiais - 2005

Substituição de revestimentos

Argamassa de cal e areia

– 2006

Revestimentos azulejares (séc. XIX)

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Conservação revestimentos pigmentados de cal (séc. XX)

LNEC - A fachada antes e depois

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LNEC - A fachada antes e depois

Sé de Évora – argamassas de cal

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Após aplicação de membrana elástica (incompatibilidade funcional) - S. Paulo,

Brasil

Degradação rápida

Após extracção do revestimento de tecto -

zona de Lisboa

Opções incorrectas

Opções incorrectas

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Pintura de cal pigmentada (Estocolmo)

Materiais diferentes: envelhecimento diferencial (Budapeste, foto J. Aguiar)

Pinturas de substituição

Conclusões

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Resistência mecânica moderada e módulo de elasticidade baixo

Alguma capacidade de impermeabilização mas grande facilidade de secagem

Não conter teores significativos de sais solúveis

Para minimizar tensões devidas a deformações diferenciais devem ter características físicas semelhantes às dos elementos pré-existentes

Conservar em vez de substituir

Solução adaptada à função e às condições concretas

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Conclusões

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Os resultados experimentais mostram que as argamassas de cimento são manifestamente inadequadas;

as argamassas de cal aérea, aditivadas ou não com pozolanas apresentam as melhores características mas devem ser optimizadas nomeadamente através da melhoria das areias e das condições de cura;

as argamassas de composição intermédia podem ser aceitáveis em certos casos, ajustando as dosagens;

as argamassas pré-doseadas podem apresentar problemas, por exemplo se contiverem hidrófugos e têm que ser estudadas caso a caso.