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_______________________________________________________________________________________ Mini curriculum Advogado militante especializado em Direito Civil e Processo Civil, Professor Universitário, de Pós Graduação e de Cursos Preparatórios para o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil. Contatos: E‐mail: [email protected] Facebook: b.com/custodio.nogueira Site: custodionogueira.com.br 2ª Fase OAB - 100% GRATUITO digite no you tube: custodio nogueira 2ª fase grátis MÓDULO V FASE RECURSAL – 6 AULAS 16ª AULA (Recursos 1/6) 14. Recursos. Parte Geral e Recursos de natureza ordinária 14.1 O sistema recursal trabalhista 14.2 Conceitos e Princípios que o informam 14.3 Pressupostos de admissibilidade e o duplo Juízo de admissibilidade 14.3.1 Lesividade, interesse e legitimidade 14.3.2. Prazo 14.3.3. Preparo. Custas e depósitos recursais 14.3.4 Adequação e o Princípio da fungibilidade 14.3.5 Formalidade e estrutura do recurso FASE RECURSAL Concluída a Fase Decisória, inicia-se a Fase Recursal. TEORIA GERAL DOS RECURSOS Os remédios contra as decisões judiciais, como gênero, podem ser classificados, em espécies, recursos e ações autônomas de impugnação. Os recursos, são interpostos e dão continuidade ao processo já existente. Não há coisa julgada. As ações autônomas como a ação rescisória e o mandado de segurança contra ato judicial têm natureza de ação autônoma de impugnação, pois dão origem a processo distinto. Potanto, há coisa julgada. CONCEITO Prof. Carlos Henrique Bezerra Leite Recurso, como espécie de remédio processual, é um direito assegurado por lei para que a parte, o terceiro juridicamente interessado ou Ministério Público possam provocar o reexame da decisão proferida na mesma relação jurídica processual, retardando, assim, a formação da coisa julgada.

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Mini curriculum

Advogado militante especializado em Direito Civil e Processo Civil, Professor Universitário, de Pós Graduação e de Cursos Preparatórios para o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil.

Contatos: E‐mail: [email protected] Facebook: b.com/custodio.nogueira Site: custodionogueira.com.br 2ª Fase OAB - 100% GRATUITO digite no you tube: custodio nogueira 2ª fase grátis

MÓDULO V FASE RECURSAL – 6 AULAS

16ª AULA (Recursos 1/6)

14. Recursos. Parte Geral e Recursos de natureza ordinária

14.1 O sistema recursal trabalhista

14.2 Conceitos e Princípios que o informam

14.3 Pressupostos de admissibilidade e o duplo Juízo de admissibilidade

14.3.1 Lesividade, interesse e legitimidade

14.3.2. Prazo

14.3.3. Preparo. Custas e depósitos recursais

14.3.4 Adequação e o Princípio da fungibilidade

14.3.5 Formalidade e estrutura do recurso

FASE RECURSAL

Concluída a Fase Decisória, inicia-se a Fase Recursal.

TEORIA GERAL DOS RECURSOS Os remédios contra as decisões judiciais, como gênero, podem ser classificados, em espécies, recursos e ações autônomas de impugnação. Os recursos, são interpostos e dão continuidade ao processo já existente. Não há coisa julgada. As ações autônomas como a ação rescisória e o mandado de segurança contra ato judicial têm natureza de ação autônoma de impugnação, pois dão origem a processo distinto. Potanto, há coisa julgada. CONCEITO Prof. Carlos Henrique Bezerra Leite

Recurso, como espécie de remédio processual, é um direito assegurado por lei para que a parte, o terceiro juridicamente interessado ou Ministério Público possam provocar o reexame da decisão proferida na mesma relação jurídica processual, retardando, assim, a formação da coisa julgada.

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O direito à impugnação da decisão judicial possui diversas justificativas:

falibilidade do ser humano: erro na apreciação da prova ou aplicação norma jurídica;

presumida maior capacidade de julgamento do órgão colegiado; segurança resultante da uniformidade na aplicação das normas jurídicas, e tentativa de buscar uma medida justa entre a rápida solução dos conflitos e a

necessidade de controle de validade e justiça das decisões judiciais.

PRINCÍPIOS DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO O duplo grau de jurisdição está assegurado pelo artigo 5º LV, como garantia constitucional?

Art. 5º: (...) LV- aos litigantes, em processo judicial ou administrativos e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

Não está garantido de forma explícita, o que propicia divergências doutrinárias e jurisprudenciais acerca não somente de sua existência, como também do seu status constitucional. Contudo, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (22·11-1969), ratificada pelo Brasil (Decreto n. 678, de 6-11·1992), assegura, no art. 82 (Garantias Judiciais), § 10, a toda pessoa o "direito de recorrer' da sentença para juiz ou tribunal superior". Assim, podemos dizer·que o duplo grau de jurisdição é um direito humano conferido a toda pessoa de interpor recurso das decisões judiciais para um juiz ou um tribunal superior. Em nosso Sistema, é também um direito fundamental, já que recepcionado pelos §§ 2º e 3º do art. 52. da CF/1988. Embora humano e fundamental, o direito de recorrer não é absoluto. CAUSAS DE ALÇADA Lei 5.584/1970, ao tratar do procedimento de alçada, aplicável quando o valor da causa é inferior a dois salários mínimos, estabelece que, salvo se versar sobre matéria constitucional, nenhum recurso é cabível das sentenças proferidas nos dissídios da alçada, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação (art. 2º, § 4º).

Art. 2º, Lei 5.584/70 = RITO SUMÁRIO § 3º Quando o valor fixado para a causa, na forma deste artigo, não exceder de 2 (duas) vezes o salário-mínimo vigente na sede do Juízo, será dispensável o resumo dos depoimentos, devendo constar da Ata a conclusão da Junta quanto à matéria de fato.

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§ 4º Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação. (Com a redação dada pela Lei nº 7.402, de 05 de novembro de 1985.)

Nos termos da Súmula 71 do TST:

“Alçada (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. A alçada é fixada pelo valor dado à causa na data de seu ajuizamento, desde que não impugnado, sendo inalterável no curso do processo”.

A respeito da constitucionalidade dessa restrição quanto ao cabimento de recurso, a Súmula 356 do TST assim dispõe:

“Alçada recursal. Vinculação ao salário mínimo (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. O art. 2º, § 4º, da Lei nº 5.584, de 26.06.1970, foi recepcionado pela CF/1988, sendo lícita a fixação do valor da alçada com base no salário mínimo”.

A Súmula 640 do STF esclarece ainda:

“cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal”.

Logo, no procedimento de alçada, em se tratando de matéria constitucional e presente a repercussão geral, é imediatamente cabível o recurso extraordinário, de competência do STF.

Art. 102 da CF - Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:

DA TAXATIVIDADE OU DA LEGALIDADE Significa que os recursos são enumerados pela lei, em rol exaustivo. No processo do trabalho:

Art. 893 - Das decisões são admissíveis os seguintes recursos: I - embargos; II - recurso ordinário; III - recurso de revista; IV - agravo.

E mais, a IN 39 do TST, prevê:

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Art. 2° da IN 39 do TST - Sem prejuízo de outros, NÃO SE APLICAM AO PROCESSO DO TRABALHO, em razão de inexistência de omissão ou por incompatibilidade, os seguintes preceitos do Código de Processo Civil: XII - arts. 1043 e 1044 (embargos de divergência);

Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que: I - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito; III - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia; Art. 1.044. No recurso de embargos de divergência, será observado o procedimento estabelecido no regimento interno do respectivo tribunal superior.

O que se observa no processo do trabalho, na esfera do TST, são os embargos previstos no art. 894 da CLT.

Art. 894 da CLT - No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias: I - de decisão não unânime de julgamento que: a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; e II - das decisões das Turmas que divergirem entre si ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, ou contrárias a súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal.

DA IRRECORRIBILIDADE DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS De forma diversa do que ocorre com o Processo Civil, cujas decisões interlocutórias proferidas no curso do processo podem ser impugnadas por agravo de instrumento, no Direito Processual do Trabalho não admite recurso específico contra tais espécies de atos judiciais, salvo situações muito específicas.

Art. 893, § 1º da CLT - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva.

Exceções a Irrecorribilidade:

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Súmula nº 214 do TST. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.

Agravo de Instrumento. Não se pode esquecer da possibilidade de interposição imediata do A.I. contra decisão (denominada impropriamente "despacho" no art. 897, b, da CLT) que denega seguimento a recurso. Os despachos de mero expediente.

Art. 1.001 do CPC - Dos despachos não cabe recurso. Cuidado com o Despacho que NEGA seguimento a recurso, pois caberá no processo do trabalho o Agravo de Instrumento:

Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos.

É exceção ao princípio da Irrecorribilidade. DA SINGULARIDADE, UNIRRECORRIBILIDADE OU UNICIDADE RECURSAL Não permite a interposição de mais de um recurso contra a mesma decisão (ou capítulo da mesma decisão). Os recursos não podem ser utilizados, simultaneamente, mas sim sucessivamente, obedecendo-se à hierarquia dos órgãos jurisdicionais (graus de jurisdição).

Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho: I - o Tribunal Superior do Trabalho; (Embargos no TST / Recurso Extarordinário) II - os Tribunais Regionais do Trabalho; (Recurso de Revista) III - Juizes do Trabalho. (Recurso Ordinário / Agravo de Petição)

Situação diversa é: Hipótese da Reclamada interpor R.O. no 5º dia do prazo e o Reclamante ter embargado a sentença.

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Se a decisão dos embargos declaratórios modificar a sentença·anteriormente proferida, acarretando prejuízo à Reclamada, esta poderá aditar as razões do recurso anteriormente interposto, pois não seria lógico ou juridicamente razoável que o exercício regular de um direito (interposição do recurso ordinário dentro do prazo recursal) redundasse em situação desfavorável. Todavia, o princípio da unirrecorribilidade é violado se a parte interpõe recurso ordinário e, posteriormente, não havendo modificação da sentença por meio de embargos declaratórios, interpõe recurso adesivo ao recurso ordinário interposto pela outra parte da mesma sentença inalterada. Jurisprudência:

RECURSO ADESIVO SUPERVENIENTE A RECURSO INDEPENDENTE TIDO POR DESERTO. INADMISSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA UNIRRECORRIBILIDADE. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. Se ao recurso independente foi denegado seguimento por falta de pressupostos extrínsecos, não é dado à parte recorrer adesivamente, ante a preclusão consumativa, além de ferir o princípio da unirrecorribilidade. Não pode a parte invocar o prazo especial do art. 500, I, apenas para transpor o obstáculo porventura surgido com o esgotamento ao prazo normal de interposição ou falta de pagamento de custas ou depósito recursal, ou qualquer vício formal que inviabilizou a admissibilidade do recurso independente. " ... não é recurso adesivo, nem se pode receber como tal, o recurso daquele que pura e simplesmente, perdeu a oportunidade de recorrer" (José Carlos Barbosa Moreira). O recurso adesivo não constitui, portanto, um expediente de facilitação de recursos. Bem ao contrário: visa a diminuir o número de impugnações autônomas. Dentro da teleologia-que inspirou a adoção do recurso adesivo, não se deve prestigiar o procediment9 da parte que, tendo interposto sem o devido preparo o recurso ordinário independente, posteriormente reproduz essa impugnação na via adesiva. Recurso de revista não conhecido, no particular( ... ) (TST-RRn. 634739, 4A T., Rel. JÓsé Antônio Pancotti, DJ 24-9-2004).

Vale dizer, a interposição anterior do recurso ordinário implica, para o recorrente, preclusão consumativa para a interposição posterior de recurso adesivo. DA FUNGIBILIDADE OU DA CONVERSIBILIDADE Hipótese de erro técnico na interposição/inadequação do recurso. Um recurso pode ser recebido por outro, quando não ocorra má-fé ou erro grosseiro, tendo sido respeitado o prazo de interposição do recurso próprio e atendidos os seus pressupostos de admissibilidade.

OJ 152 da SDI-2 - AÇÃO RESCISÓRIA E MANDADO DE SEGURANÇA. RECURSO DE REVISTA DE ACÓRDÃO REGIONAL QUE JULGA AÇÃO RESCISÓRIA OU MANDADO DE SEGURANÇA. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. INAPLICABILIDADE. ERRO GROSSEIRO NA INTERPOSIÇÃO DO RECURSO. (DEJT divulgado em 03, 04 e 05.12.2008). A interposição de recurso de revista de decisão definitiva de Tribunal Regional do Trabalho em ação rescisória ou em mandado de segurança, com fundamento em violação legal e divergência jurisprudencial e remissão expressa ao

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art. 896 da CLT, configura erro grosseiro, insuscetível de autorizar o seu recebimento como recurso ordinário, em face do disposto no art. 895, “b”, da CLT.

Art. 895 da CLT - Cabe recurso ordinário para a instância superior: I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos.

Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando:

Requisitos: (1) dúvida objetiva sobre qual o recurso a ser interposto; (2) inexistência de erro grosseiro, e (3) atendimento do prazo do recurso correto. 1ª Hipótese:

OJ 69 DA SDI-2 - FUNGIBILIDADE RECURSAL. INDEFERIMENTO LIMINAR DE AÇÃO RESCISÓRIA OU MANDADO DE SEGURANÇA. RECURSO PARA O TST. RECEBIMENTO COMO AGRAVO REGIMENTAL E DEVOLUÇÃO DOS AUTOS AO TRT (inserida em 20.09.2000). Recurso ordinário interposto contra despacho monocrático indeferitório da petição inicial de ação rescisória ou de mandado de segurança pode, pelo princípio de fungibilidade recursal, ser recebido como agravo regimental. Hipótese de não conhecimento do recurso pelo TST e devolução dos autos ao TRT, para que aprecie o apelo como agravo regimental.

2ª Hipótese:

Súmula nº 421 do TST EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CABIMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA DO RELATOR CALCADA NO ART. 932 DO CPC DE 2015. ART. 557 DO CPC DE 1973. (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 I – Cabem embargos de declaração da decisão monocrática do relator prevista no art. 932 do CPC de 2015 (art. 557 do CPC de 1973), se a parte pretende tão somente juízo integrativo retificador da decisão e, não, modificação do julgado. II – Se a parte postular a revisão no mérito da decisão monocrática, cumpre ao relator converter os embargos de declaração em agravo, em face dos princípios da fungibilidade e celeridade processual, submetendo-o ao pronunciamento do Colegiado, após a intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º, do CPC de 2015.

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Art. 1.021 do CPC - Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. § 1º Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada.

PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE OU DISCURSIVIDADE O princípio da dialeticidade, que norteia o recebimento/conhecimento dos recursos impõe à parte recorrente impugnar todos os fundamentos da decisão hostilizada (sentença ou acórdão), demostrando serem insustentáveis, sob pena de tornar rígida a decisão guerreada.

Art. 899 da CLT - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.

Simples Petição, não significa recurso genérico. A interpretação literal do art 899 da CLT, poderia sugerir a prática de recursos meramente procrastinatórios. O princípio em estudo, orienta que o recurso deve ser discursivo, dialético. Cabendo ao recorrente, demonstrar os capítulos da decisão que pretende impugnar e as respectivas razões da impugnação, possibilitando, assim, ao juízo ad quem a verificação da validade e da justiça da decisão recorrida.

Art. 1.010 do CPC - A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá: III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; Art. 932 do CPC - Incumbe ao relator: III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;

A não observância pelo recorrente do princípio da dialeticidade implica o não conhecimento do seu recurso por irregularidade formal.

Súmula nº 221 do TST RECURSO DE REVISTA. VIOLAÇÃO DE LEI. INDICAÇÃO DE PRECEITO. A admissibilidade do recurso de revista por violação tem como pressuposto a indicação expressa do dispositivo de lei ou da Constituição tido como violado. Súmula nº 422 do TST RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. NÃO CONHECIMENTO I – Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho se as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que proferida.

DA VOLUNTARIEDADE

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A fase recursal é um prolongamento do exercício do direito de ação, portanto, os Tribunais não poderão, em linha de princípio, apreciar matérias que não foram discutidas nos recursos, pois é ato voluntário da parte agir e recorrer. É por essa razão que a remessa ex officio não pode ser considerada recurso, pois o juízo não tem interesse recursal. Exceção: 1ª Hipótese: Poderá o juízo conhecer, de ofício, matérias de ordem pública (art. 485, § 3º, do CPC).

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; § 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.

2ª Hipótese: Os §§ 1º a 3º do art. 1.013 do NCPC, no entanto, permitem ao juízo ad quem, na apelação (e por similitude no recurso ordinário), conhecer de questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado ou de fundamentos contidos no pedido ou na defesa ou, ainda, apreciar o próprio mérito em algumas hipóteses quando o processo estiver em condições de imediato julgamento.

Súmula nº 393 do TST RECURSO ORDINÁRIO. EFEITO DEVOLUTIVO EM PROFUNDIDADE. ART. 1.013, § 1º, DO CPC DE 2015. ART. 515, § 1º, DO CPC DE 1973. I - O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai do § 1º do art. 1.013 do CPC de 2015 (art. 515, §1º, do CPC de 1973), transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela sentença, ainda que não renovados em contrarrazões, desde que relativos ao capítulo impugnado. II - Se o processo estiver em condições, o tribunal, ao julgar o recurso ordinário, deverá decidir desde logo o mérito da causa, nos termos do § 3º do art. 1.013 do CPC de 2015, inclusive quando constatar a omissão da sentença no exame de um dos pedidos.

Art. 1.013 do CPC - A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.

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§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado. § 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais. § 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:

PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA REFORMATIO IN PEJUS O princípio proíbe que, no julgamento de um recurso, o Tribunal profira decisão que piore o resultado meritório da demanda para o recorrente. Se não houve recurso contra uma parte da decisão desfavorável a um dos demandantes, tal parte transita em julgado, não podendo ser atingida pelo julgamento de recurso da parte contrária. Exceção: Matéria de Ordem Pública, art. 485, § 3º do CPC

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; § 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.

Jurisprudência:

Cumpre lembrar que, nos termos do art. 515, §§ 1º e 2º, do CPC, aplicável ao Processo do Trabalho, está o juízo ad quem autorizado a proceder ao exame das matérias de ordem pública, que podem ser conhecidas de ofício e em relação as quais não se opera a preclusão (art. 267, § 3º, do CPC), sem que esse procedimento implique reformatio in pejus. (ReeNec e RO-113200-64.2009.5.03.0000, Relator: Ministro Antônio José de Barros Levenhagen, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, DEJT 19/11/2010) Assim, entendo que outro caso de exceção à proibição da reformatio in pejus é no tocante às matérias de ordem pública - que podem ser conhecidas de ofício pelo julgador em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, independentemente de manifestação da parte interessada - sobre as quais não se opera o fenômeno

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processual denominado de preclusão (artigos 267, § 3º e 301, § 4º, ambos do código de processo civil). 2ª T. TRT da 17.ª Região - RO-2429-2007-151-17-00-4, Relator Desembargador Carlos Henrique Bezerra Leite.

PRINCÍPIO DA COMPLEMENTARIDADE O recurso deve ser interposto junto com as razões do inconformismo. Só no processo penal é permitida a interposição do recurso com razões noutra oportunidade. No processo trabalhista há preclusão consumativa. Exceção: Poderá complementar a fundamentação do recurso em virtude do acolhimento de ED

Art. 1.024, § 4º CPC - Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária, tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração.

PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE

Salvo norma expressa em contrário, apenas o recorrente é beneficiado pelo julgamento do recurso interposto. Exceção: litisconsorte

Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses. Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns.

Jurisprudência:

Súmula nº 128 do TST. DEPÓSITO RECURSAL. I - É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso. II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo.

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III - Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide.

PRESSUPOSTOS RECURSAIS Pressupostos Genéricos. A admissibilidade dos recursos está condicionada à satisfação dos pressupostos de admissibilidades. A doutrina classifica os pressupostos recursais em subjetivos (ou intrínsecos) e objetivos (ou extrínsecos). Além dos pressupostos genéricos, há outros pressupostos específicos comuns aos recursos de natureza extraordinária (ex.: recurso extraordinário, embargos no TST e recurso de revista), como o prequestionamento, a delimitação de matéria, a existência de divergência jurisprudencial etc. Dos Pressupostos Subjetivos (intrínsecos) Diz respeito aos atributos do recorrente, ou seja, quem pode recorrer? São classificados em legitimidade, capacidade e interesse. a) Legitimidade A legitimidade recursal é a habilitação outorgada por lei (art. 996 do CPC) àquele que tenha participado, como parte, do processo em primeiro grau de jurisdição, ainda que revel.

Art. 996 do CPC - O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.

Terceiros: Além das partes originárias da relação processual, têm legitimação para interpor recurso, na qualidade de terceiro prejudicado ou juridicamente interessado:

1) o sucessor ou herdeiro (arts. 10 e 448 da CLT); 2) A empresa condenada solidária ou subsidiariamente (art. 2º, § 2º da CLT; Súmula 331, IV do TST e Lei 13.429/2017); 3) o subempreiteiro, o empreiteiro principal ou o dono da obra (art. 455 da CLT); 4) os sócios de fato nas sociedades não juridicamente constituídas, além das pessoas físicas e jurídicas por força de normas de direito civil, que se vinculem à parte que figurou na demanda (art. 265 CCB); 5) os litisconsortes (art. 118 do CPC) e assistentes (simples ou litisconsorciais arts. 121 e 124 do CPC);

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6) o substituto processual (art. 8º, III CF; art. 18 CPC; Lei n. 7.347/1985, art. 52; arts. 81, 82, 91 e 92 do CDC).

b) Capacidade O recorrente deve ser plenamente capaz (arts. 3º, 4º e 5º do CCB). Trata-se da capacidade recursal. Dessa forma, se o recorrente não se encontrar mentalmente apto à prática de atos da vida civil, então não terá capacidade para recorrer, devendo, neste caso, ser legalmente representado nos termos da Lei Civil, conforme a hipótese (arts. 71 e 72 do CPC). Neste caso, o Relator deverá suspender o processo concedendo prazo razoável para sanear a incapacidade processual do recorrente ou do recorrido, observando-se o disposto no art. 76, §§ 12 e 22, do CPC. No mesmo sentido é o item I do art. 3º da IN 39/2016 do TST. b) Interesse X (Sucumbência) O recurso é um prolongamento do exercício do direito de ação E do direito de defesa, então, o interesse recursal repousa no binômio utilidade-necessidade. O recurso deve ser necessário ao recorrente, como meio de obter a anulação ou reforma da decisão impugnada. A utilidade do recurso se dá pela existência de prejuízo (sucumbência) a ser suportado pela parte derrotada. Basta sucumbência para recorrer?

Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.

E os casos de extinção SEM resolução de mérito? Jurisprudência:

DA EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. O fato da autora ter sido procurada por advogado e desconhecer os exatos limites da lide não implica em extinção do processo sem resolução do mérito. Há interesse de agir, tendo em vista que a autora esclarece que busca diferenças de complementação de aposentadoria. Na presente reclamatória, a reclamante busca o pagamento de diferenças de complementação de aposentadoria, pela consideração das parcelas produtividade e participação nos lucros e resultados. O desconhecimento pela autora dos exatos limites da lide, não implica em extinção do processo sem resolução do mérito. Se assim fosse, estaríamos diante da atitude discriminatória, onde somente aqueles, mais cultos, que detivessem o conhecimento do direito, é que poderiam postular em juízo. Ora, acesso ao Poder

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Judiciário não pode ser negado, sendo disponível a todos, por imposição do inciso XXXV do artigo 5º da Constituição Federal, antes mencionado. Frente ao exposto, dá-se provimento ao recurso da reclamante, para afastar a extinção do processo sem resolução de mérito imposta em primeiro grau, e determinar o retorno dos autos à origem para a reabertura da instrução e regular processamento do feito. TRT-4 - Inteiro Teor. Recurso Ordinário: RO 727820115040029 RS 0000072-78.2011.5.04.0029 Data de publicação: 29/06/2011

Dos Pressupostos Objetivos (ou Extrínsecos) Enquanto os Pressupostos Objetivos dizem respeito aos atributos do recorrente identificando quem pode recorrer, os Pressupostos Subjetivos dizem respeitos ao exercício do direito de recorrer, ou seja, se o recurso é cabível, adequado, tempestivo, se a parte está devidamente representada e se o prepara está correto. a) Cabimento. É a análise que o advogado(a) deve fazer para verificar se o ato judicial atacado é recorrível, pois há óbice ao exercício do direito de recorrer. Quando NÃO é cabível recurso: 1ª Hipótese: As sentenças proferidas nas causas de alçada, salvo se o recurso versar matéria constitucional (Lei n. 5.584/70, art. 2º, § 4º)

Art. 2º, Lei 5.584/70 = RITO SUMÁRIO § 3º Quando o valor fixado para a causa, na forma deste artigo, não exceder de 2 (duas) vezes o salário-mínimo vigente na sede do Juízo, será dispensável o resumo dos depoimentos, devendo constar da Ata a conclusão da Junta quanto à matéria de fato. § 4º Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação. (Com a redação dada pela Lei nº 7.402, de 05 de novembro de 1985.)

2ª Hipótese: Os despachos de mero expediente.

Art. 1.001 do CPC - Dos despachos não cabe recurso. Cuidado com o Despacho que NEGA seguimento a recurso, pois caberá no processo do trabalho o Agravo de Instrumento:

Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos.

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3ª Hipótese: Situações excepcionais, as decisões interlocutórias.

Art. 893, § 1º da CLT - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva.

Exceção a Irrecorribilidade: Súmula nº 214 do TST. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.

Verificado o NÃO cabimento do recurso este deverá ser inadmitido pelo juízo a quo ou não conhecido pelo juízo ad quem, uma vez que o pronunciamento judicial atacado é irrecorrível. b) Adequação. Não basta que o ato judicial atacado seja recorrível. É imprescindível que o recurso manejado esteja previsto em lei.

da sentença proferida pela Vara do Trabalho cabe recurso ordinário;

do ato judicial que denega seguimento a recurso cabe agravo de instrumento;

da sentença que não se pronuncia sobre matéria suscitada pela parte cabem embargos de declaração etc.

Lembramos do Princípio da Fungibilidade do recurso inadequado ser acolhido por outro, salvo no caso de comprovada má-fé do recorrente ou erro grosseiro.

OJ 152 da SDI-2 - AÇÃO RESCISÓRIA E MANDADO DE SEGURANÇA. RECURSO DE REVISTA DE ACÓRDÃO REGIONAL QUE JULGA AÇÃO RESCISÓRIA OU MANDADO DE SEGURANÇA. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. INAPLICABILIDADE. ERRO GROSSEIRO NA INTERPOSIÇÃO DO RECURSO. (DEJT divulgado em 03, 04 e 05.12.2008). A interposição de recurso de revista de decisão definitiva de Tribunal Regional do Trabalho em ação rescisória ou em mandado de segurança, com fundamento em violação legal e divergência jurisprudencial e remissão expressa ao art. 896 da CLT, configura erro grosseiro, insuscetível de autorizar o seu recebimento como recurso ordinário, em face do disposto no art. 895, “b”, da CLT.

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Jurisprudência:

RECURSO INADEQUADO. INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. As decisões proferidas na fase de execução desafiam Agravo de Petição, nos termos do art. 897, “a”, da CLT, e não o Recurso Ordinário, que somente tem cabimento quando diz respeito às decisões definitivas do Juízo na fase de conhecimento (art. 895, I, da CLT), o que, definitivamente, não é o caso dos autos. Nem se alegue ser aplicável ao caso o princípio da fungibilidade dos recursos, porque os pressupostos de admissibilidade do recurso ordinário e do agravo de petição são diversos, assim como o próprio objeto de ambos é distinto, configurando erro grosseiro a interposição de recurso inadequado. Recurso não conhecido. (TRT-2 - RECORD:

348200825102000 SP 00348-2008-251-02-00-0, Relator: ODETTE SILVEIRA MORAES, Data de Julgamento: 18/02/2009, 2ª TURMA, Data de Publicação: 10/03/2009)

c) Tempestividade. O prazo recursal é peremptório, ou seja, fixado em lei não podendo as partes alterar-los. REFORMA TRABALHISTA

Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.

§ 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses: I – quando o juízo entender necessário;

II – em virtude de força maior, devidamente comprovada.

§ 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito.

A Regra no Processo do Trabalho é:

Art. 1º, § 2º da IN 39 do TST - O prazo para interpor e contra-arrazoar todos os recursos trabalhistas, inclusive agravo interno e agravo regimental, é de oito dias (art. 6º da Lei nº 5.584/70 Dispõe sobre normas de Direito Processual do Trabalho e art. 893 da CLT), exceto embargos de declaração (CLT, art. 897-A). Art. 6º da Lei nº 5.584/70 - Será de 8 (oito) dias o prazo para interpor e contra-arrazoar qualquer recurso. Art. 893 da CLT - Das decisões são admissíveis os seguintes recursos: I - embargos; II - recurso ordinário; III - recurso de revista; IV - agravo.

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Art. 897-A da CLT Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso.

Cuidado com Intimação na Própria Ata:

Art. 851, § 2º - A ata será, pelo presidente ou juiz, junta ao processo, devidamente assinada, no prazo improrrogável de 48 (quarenta e oito) horas, contado da audiência de julgamento, e assinada pelos juízes classistas presentes à mesma audiência. Art. 852 - Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu representante, na própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-se-á pela forma estabelecida no § 1º do art. 841. Súmula nº 197 do TST. PRAZO (mantida) O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer à audiência em prosseguimento para a prolação da sentença conta-se de sua publicação. Súmula nº 30 do TST. INTIMAÇÃO DA SENTENÇA (mantida) Quando não juntada a ata ao processo em 48 horas, contadas da audiência de julgamento (art. 851, § 2º, da CLT), o prazo para recurso será contado da data em que a parte receber a intimação da sentença.

Ideal é, caso não seja disponibilizada a sentença na data indicada na Ata, protestar. Importantíssimo, Feriado Local:

Súmula nº 385 do TST. FERIADO LOCAL OU FORENSE. AUSÊNCIA DE EXPEDIENTE. PRAZO RECURSAL. PRORROGAÇÃO. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE. I – Incumbe à parte o ônus de provar, quando da interposição do recurso, a existência de feriado local que autorize a prorrogação do prazo recursal (art. 1.003, § 6º, do CPC de 2015). No caso de o recorrente alegar a existência de feriado local e não o comprovar no momento da interposição do recurso, cumpre ao relator conceder o prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício (art. 932, parágrafo único, do CPC de 2015), sob pena de não conhecimento se da comprovação depender a tempestividade recursal; II – Na hipótese de feriado forense, incumbirá à autoridade que proferir a decisão de admissibilidade certificar o expediente nos autos; III – Admite-se a reconsideração da análise da tempestividade do recurso, mediante prova documental superveniente, em agravo de instrumento, agravo interno, agravo regimental, ou embargos de declaração, desde que, em momento anterior, não tenha havido a concessão de prazo para a comprovação da ausência de expediente forense.

Litisconsórcio?

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OJ 310 da SBDI-1 - LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM DOBRO. ART. 229, CAPUT E §§ 1º E 2º, DO CPC DE 2015. ART. 191 DO CPC DE 1973. INAPLICÁVEL AO PROCESSO DO TRABALHO (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida no art. 229, caput e §§ 1º e 2º, do CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973), em razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe é inerente.

E as Pessoa Jurídicas de direito Público? União, Estados, Distrito federal e Municípios, suas Autarquias e Fundações.

Art. 1º do Decreto-Lei nº 779/69 - Nos processos perante a Justiça do Trabalho, constituem privilégio da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das autarquias ou fundações de direito público federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica: III - o prazo em dôbro para recurso;

E as Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista? Não contam com prazo em dobro (art. 173, § 1º da CF e Decreto-Lei 200/67), por serem pessoas jurídicas de direito privado.

Art. 5º do Decreto-Lei 200/67 - Para os fins desta lei, considera-se: II - Emprêsa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Govêrno seja levado a exercer por fôrça de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.

E a interposição de Recurso antes de Publicada a Decisão: Cancelamento da Sumula 434 do TST.

Súmula nº 434 do TST (site TST) RECURSO. INTERPOSIÇÃO ANTES DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO IMPUGNADO. EXTEMPORANEIDADE. (CANCELADA) – Res. 198/2015, republicada em razão de erro material – DEJT divulgado em 12, 15 e 16.06.2015 I) É extemporâneo recurso interposto antes de publicado o acórdão impugnado. II) A interrupção do prazo recursal em razão da interposição de embargos de declaração pela parte adversa não acarreta qualquer prejuízo àquele que apresentou seu recurso tempestivamente.

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Art. 218 do CPC - Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei. § 4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.

d) Da Representação das Partes.