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Arquivologia - microfilmagem
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N 1.799, DE 30 DE JANEIRO DE 1996
Regulamenta a Lei n 5433, de 8 de maio de 1968, que regula a
microfilmagem de documentos oficiais, e d outras providncias.
O PRESIDENTE DA REPBLICA, no uso das atribuies que lhe confere o art.
84, inciso IV, da Constituio e tendo em vista o disposto no art. 3 da Lei n 5.433, de
8 de maio de 1968
Decreta:
Art. 1 A microfilmagem, em todo territrio nacional, autorizada pela Lei n 5.433,
de 8 de maio de 1968, abrange a dos documentos oficiais ou pblicos, de qualquer
espcie e em qualquer suporte, produzidos e recebidos pelos rgos dos Poderes
Executivo, Judicirio e Legislativo, da Administrao Indireta, da Unio, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municpios, bem como a dos documentos particulares ou
privados, de pessoas fsicas ou jurdicas.
Art. 2 A emisso de cpias, traslados e certides extradas de microfilmes, bem
assim a autenticao desses documentos, para que possam produzir efeitos legais,
em juzo ou fora dele, regulada por este Decreto.
Art. 3 Entende-se por microfilme, para fins deste Decreto, o resultado do
processo de reproduo em filme, de documentos, dados e imagens, por meios
fotogrficos ou eletrnicos, em diferentes graus de reduo.
Art. 4 A microfilmagem ser feita em equipamentos que garantam a fiel
reproduo das informaes, sendo permitida a utilizao de qualquer microforma.
Pargrafo nico. Em se tratando da utilizao de microfichas, alm dos
procedimentos previstos neste Decreto, tanto a original como a cpia tero, na sua
parte superior, rea reservada a titulao, a identificao e a numerao seqencial
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legveis com a vista desarmada, bem como fotogramas destinados indexao.
Art. 5 A microfilmagem, de qualquer espcie, ser feita sempre em filme
original, com o mnimo de 180 linhas por milmetro de definio, garantida a
segurana e qualidade de imagem e de reproduo.
1 Ser obrigatria, para efeito de segurana, a extrao de filme cpia, do
filme original.
2 Fica vedada a utilizao de filmes atualizveis de qualquer tipo, tanto para a
confeco do original como para a extrao de cpias.
3 O armazenamento do filme original dever ser feito em local diferente do
seu filme cpia.
Art. 6 Na microfilmagem poder ser utilizado qualquer grau de reduo,
garantida a legibilidade e a qualidade de reproduo.
Pargrafo nico. Quando se tratar de original cujo tamanho ultrapasse a
dimenso mxima do campo fotogrfico do equipamento em uso, a microfilmagem
poder ser feita por etapas, sendo obrigatria a repetio de uma parte da imagem
anterior na imagem subseqente, de modo que se possa identificar, por superposio,
a continuidade entre as sees adjacentes microfilmadas.
Art. 7 Na microfilmagem de documentos cada srie ser sempre precedida de
imagem de abertura, com os seguintes elementos:
I - identificao do detentor dos documentos a serem microfilmados;
II - nmero do microfilme, se for o caso;
III - local e a data da microfilmagem;
IV - registro no Ministrio da Justia;
V - ordenao, identificao e resumo da srie de documentos a serem
microfilmados;
VI - meno, quando for o caso, de que a srie de documentos a serem
microfilmados continuao da srie contida em microfilme anterior;
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VII - identificao do equipamento utilizado, da unidade filmada e do grau de
reduo;
VIII - nome por extenso, qualificao funcional, se for o caso, e assinatura do
detentor dos documentos a serem microfilmados;
IX - nome por extenso, qualificao funcional e assinatura do responsvel pela
unidade, cartrio ou empresa executora da microfilmagem.
Art. 8 No final da microfilmagem de cada srie ser sempre reproduzida a
imagem de encerramento, imediatamente aps o ltimo documento, com os seguintes
elementos:
I - identificao do detentor dos documentos microfilmados;
II - informaes complementares relativas ao item V do artigo 6 deste Decreto;
III - termo de encerramento atestando a fiel observncia s disposies do
presente Decreto;
IV - meno, quando for o caso, de que a srie de documentos microfilmados
continua em microfilme posterior;
V - nome por extenso, qualificao funcional e assinatura do responsvel pela
unidade, cartrio ou empresa executora da microfilmagem.
Art. 9 Os documentos da mesma srie ou seqncia, eventualmente omitidos
quando da microfilmagem, ou aqueles cujas imagens no apresentarem legibilidade,
por falha de operao ou por problema tcnico, sero reproduzidos posteriormente,
no sendo permitido corte ou insero no filme original.
1 A microfilmagem destes documentos ser precedida de uma imagem de
observao, com os seguintes elementos:
a) identificao do microfilme, local e data;
b) descrio das irregularidades constatadas;
c) nome por extenso, qualificao funcional e assinatura do responsvel pela
unidade, cartrio ou empresa executora da microfilmagem.
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2 obrigatrio fazer indexao remissiva para recuperar as informaes e
assegurar a localizao dos documentos.
3 Caso a complementao no satisfaa os padres de qualidade exigidos, a
microfilmagem dessa srie de documentos dever ser repetida integralmente.
Art. 10. Para o processamento dos filmes sero utilizados equipamentos e
tcnicas que assegurem ao filme alto poder de definio, densidade uniforme e
durabilidade.
Art. 11. Os documentos, em tramitao ou em estudo, podero, a critrio da
autoridade competente, ser microfilmados, no sendo permitida a sua eliminao at
a definio de sua destinao final.
Art. 12. A eliminao de documentos, aps a microfilmagem, dar-se- por meios
que garantam sua inutilizao, sendo a mesma precedida de lavratura de termo
prprio e aps a reviso e a extrao de filme cpia.
Pargrafo nico. A eliminao de documentos oficiais ou pblicos s dever
ocorrer se a mesma estiver prevista na tabela de temporalidade do rgo, aprovada
pela autoridade competente na esfera de atuao do mesmo e respeitado o disposto
no art. 9 da Lei n 8.159, de 8 de janeiro de 1991.
Art. 13. Os documentos oficiais ou pblicos, com valor de guarda permanente,
no podero ser eliminados aps a microfilmagem, devendo ser recolhidos ao arquivo
pblico de sua esfera de atuao ou preservados pelo prprio rgo detentor.
Art. 14. Os traslados, as certides e as cpias em papel ou em filme de
documentos microfilmados, para produzirem efeitos legais em juzo ou fora dele, tero
que ser autenticados pela autoridade competente detentora do filme original.
1 Em se tratando de cpia em filme, extrada de microfilmes de documentos
privados, dever ser emitido termo prprio, no qual dever constar que o filme que o
acompanha cpia fiel do filme original, cuja autenticao far-se- nos cartrios que
satisfizerem os requisitos especificados no artigo seguinte.
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2 Em se tratando de cpia em papel, extrada de microfilmes de documentos
privados, a autenticao far-se- por meio de carimbo aposto, em cada folha, nos
cartrios que satisfizerem os requisitos especificados no artigo seguinte.
3 A cpia em papel, de que trata o pargrafo anterior, poder ser extrada
utilizando-se qualquer meio de reproduo, desde que seja assegurada a sua
fidelidade e qualidade de leitura.
Art. 15. A microfilmagem de documentos poder ser feita por empresas e
cartrios habilitados nos termos deste Decreto.
Pargrafo nico. Para exercer a atividade de microfilmagem de documentos, as
empresas e cartrios, a que se refere este artigo, alm da legislao a que esto
sujeitos, devero requerer registro no Ministrio da Justia e sujeitar-se fiscalizao
que por este ser exercida quanto ao cumprimento do disposto no presente Decreto.
Art. 16 As empresas e os cartrios, que se dedicarem microfilmagem de
documentos de terceiros, fornecero, obrigatoriamente, um documento de garantia,
declarando:
I - que a microfilmagem foi executada de acordo com o disposto neste Decreto;
II - que se responsabilizam pelo padro de qualidade do servio executado;
III - que o usurio passa a ser responsvel pelo manuseio e conservao das
microformas.
Art. 17. Os microfilmes e filmes cpia, produzidos no exterior, somente tero
valor legal, em juzo ou fora dele, quando:
I - autenticados por autoridade estrangeira competente;
II - tiverem reconhecida pela autoridade consular brasileira a firma da autoridade
estrangeira que os houver autenticado;
III - forem acompanhados de traduo oficial.
Art. 18. Os microfilmes originais e os filmes cpia resultantes da microfilmagem
de documentos sujeitos fiscalizao, ou necessrios prestao de contas, devero
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ser mantidos pelos prazos de prescrio a que estariam sujeitos os seus respectivos
originais.
Art. 19. As infraes, s normas deste Decreto, por parte dos cartrios e
empresas registrados no Ministrio da Justia sujeitaro o infrator, observada a
gravidade do fato, s penalidades de advertncia ou suspenso do registro, sem
prejuzo das sanes penais e civis cabveis.
Pargrafo nico. No caso de reincidncia por falta grave, o registro ser cassado
definitivamente.
Art. 20. O Ministrio da Justia expedir as instrues que se fizerem
necessrias ao cumprimento deste Decreto.
Art. 21. Revoga-se o decreto n 64.398, de 24 de abril de 1969.
Art. 22. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicao.
Braslia, 30 de janeiro de 1996; 175 da Independncia e 108 da Repblica.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Milton Seligman [Dirio Oficial da Unio, de 31 de janeiro de 1996]
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