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Arresto Art. 813. O arresto tem lugar: I - quando o devedor sem domicílio certo intenta ausentar- se ou alienar os bens que possui, ou deixa de pagar a obrigação no prazo estipulado; II - quando o devedor, que tem domicílio: a) se ausenta ou tenta ausentar-se furtivamente; b) caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens que possui; contrai ou tenta contrair dívidas extraordinárias; põe ou tenta pôr os seus bens em nome de terceiros; ou comete outro qualquer artifício fraudulento, a fim de frustrar a execução ou lesar credores; III - quando o devedor, que possui bens de raiz, intenta aliená-los, hipotecá-los ou dá-los em anticrese, sem ficar com algum ou alguns, livres e desembargados, equivalentes às dívidas; IV - nos demais casos expressos em lei. Art. 814. Para a concessão do arresto é essencial: I - prova literal da dívida líquida e certa; II - prova documental ou justificação de algum dos casos mencionados no artigo antecedente. Parágrafo único. Equipara-se à prova literal da dívida líquida e certa, para efeito de concessão de arresto, a sentença, líquida ou ilíquida, pendente de recurso, condenando o devedor ao pagamento de dinheiro ou de prestação que em dinheiro possa converter-se. Introdução O arresto se faz de quaisquer bens do devedor, quando há fundado receio de que a execução do julgado seja frustrada pela insolvabilidade do executado: os bens arrecadados asseguram o cumprimento da condenação. Ex. Empregados que, sabendo da venda dos bens do empregador, pretendem, com o arresto, garantir o

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ArrestoArt. 813. O arresto tem lugar:I - quando o devedor sem domiclio certo intenta ausentar-se ou alienar os bens que possui, ou deixa de pagar a obrigao no prazo estipulado;II - quando o devedor, que tem domiclio:a) se ausenta ou tenta ausentar-se furtivamente;b) caindo em insolvncia, aliena ou tenta alienar bens que possui; contrai ou tenta contrair dvidas extraordinrias; pe ou tenta pr os seus bens em nome de terceiros; ou comete outro qualquer artifcio fraudulento, a fim de frustrar a execuo ou lesar credores;III - quando o devedor, que possui bens de raiz, intenta alien-los, hipotec-los ou d-los em anticrese, sem ficar com algum ou alguns, livres e desembargados, equivalentes s dvidas;IV - nos demais casos expressos em lei.Art. 814. Para a concesso do arresto essencial: I - prova literal da dvida lquida e certa;II - prova documental ou justificao de algum dos casos mencionados no artigo antecedente. Pargrafo nico. Equipara-se prova literal da dvida lquida e certa, para efeito de concesso de arresto, a sentena, lquida ou ilquida, pendente de recurso, condenando o devedor ao pagamento de dinheiro ou de prestao que em dinheiro possa converter-se.

IntroduoO arresto se faz de quaisquer bens do devedor, quando h fundado receio de que a execuo do julgado seja frustrada pela insolvabilidade do executado: os bens arrecadados asseguram o cumprimento da condenao.Ex. Empregados que, sabendo da venda dos bens do empregador, pretendem, com o arresto, garantir o suficiente para receber, a final, quanto lhes for reconhecido pela deciso.Para a concesso de arresto, o antigo cdigo de processo civil, exigia prova literal de dvida lquida e certa (processo de cognio, no de execuo). Felizmente, o atual Cdigo de Processo Civil corrigiu a questo, pois alm da prova de dvida lquida e certa, tambm se admite a prova documental ou justificao de algum dos casos mencionados no artigo 813.Schiavi a prova literal da dvida, no processo do trabalho, consiste nos ttulos executivos judiciais e extrajudiciais previstos no art. 876 da CLT e a sentena que ainda no transitou em julgado.ProcedimentoAmauri Mascaro Nascimento expe, em sua obra, que o procedimento o do CPC, com variaes, e observa a seguinte linha geral: a) petio inicial com exposio sumria do direito ameaado e o receio de leso, bem como provas; b) citao para contestao em cinco dias, salvo em se tratando de providncias, sem audio do requerido, casos nos quais essa manifestao posterior concesso da medida; c) designao de audincia, se houver contestao; d) sentenaO pedido de aresto pode ser feito antes da propositura da ao principal ou durante o curso desta; no primeiro caso, a ao principal deve ser proposta no prazo de trinta dias, a contar da efetivao do arresto, sob pena deste perder a eficcia (CPC, art. 821 c/c os arts. 806 e 808, I)Srgio Pinto Martins, em explanao sobre o tema, afirmou no ser possvel a concesso ex-ofcio de tal tutela, dependendo sempre do requerimento da parte. Contudo traz as alegaes de Francisco Antnio de Oliveira, o qual foi presidente do TRT da 2 regio, de que ele j teve oportunidade de determinar arresto de ofcio, posto que o advogado, embora demonstrasse e contasse com a existncia de todos os requisitos (fumus boni iuris e o periculum in mora) em sua petio, no requereu a medida, nica hbil a garantir a execuo e ainda que, no estando a parte representada por advogado, ou em estando, demonstrar elementar ausncia de prudncia na defesa do seu constituinte, poder o juiz determinar de ofcio providncias que garantam a futura execuoA lei processual prev trs caminhos para a obteno de arresto, sendo eles: 1) a justificao prvia (art. 861 e SS); 2) a prova documental; 3) e a prestao de cauo, pelo requerente.O art. 815, CPC, dispe que: Quando ao juiz parecer indispensvel, a justificao prvia far-se- em segredo e de plano, reduzindo-se a termo o depoimento das testemunhas.Outrossim, o art. 861, da mesma lei preconiza que quem pretender justificar a existncia de algum fato ou relao jurdica, seja para simples documento e sem carter contencioso, seja para servir de prova em processo regular, expor, em petio circunstanciada a sua intenoConforme o art. 863, a justificao consistir na inquirio de testemunhas sobre os fatos alegados, sendo facultado ao requerente juntar documentos.Segundo Giglio, a doutrina aceita, sem oposio, o cabimento da justificao no processo trabalhistas, aduzindo, entretanto, que tais aes so raras. Sendo desnecessrio a justificativa prvia quando for requerido pela unio, Estado ou Municpio, nos casos previstos em lei ou se o credor prestar cauo.A prova documental dever acompanhar a petio inicial, e dever versar sobre alguma das hipteses elencadas no artigo 813.Quanto terceira forma de obter-se o arresto, a prestao de cauo, Wagner Giglio, elucida que tal hiptese parece ser inaplicvel no processo trabalhista, tendo em vista sua incompatibilidade com o mesmo. Sobre o assunto, Srgio Pinto Martins, concordando com Giglio, elucida que no se pode exigir cauo do empregado diante o princpio da gratuidade, porm, do empregador ser possvel exigi-la, ao passo que no goza daquele benefcio.Se o juiz entender que a audincia do requerido poder tornar ineficaz o arresto pelo temor de que, alertado, fugir para local ignorado, ou alienar mais rapidamente seus bens, poder conceder a medida liminarmente, sem ouvi-lo, com fundamento no art. 804 c/c o art 821, CPC.Segundo o rito genrico aplicvel ao arresto por fora do art. 821 do CPC, a petio deve ser dirigida ao juzo da causa principal, ou ao que for competente para dela conhecer, ou ainda ao tribunal, contendo a qualificao das partes, os documentos comprobatrios do comportamento descrito no art. 813, a lide e seu fundamento (se ainda inexistente ao principal), e a exposio sumria do direito ameaado e o receio de leso (art. 801).Com ou sem medida liminar, o processo ser colocado em pauta. Havendo contestao (apresentada, nos processos trabalhistas, sempre em audincia) seguir-se-o instruo e julgamento. Este deferir ou negar a medida, mantendo ou cassando a concedida liminarmente. Caso no exista contestao, presumir-se-o verdadeiros os fatos alegados, e o juiz decidir dentro de 5 dias.(803,CPC)O arresto manter sua eficcia durante o curso da ao principal, ainda que haja suspenso do processo, mas poder ser revogado ou modificado a qualquer tempo (807, CPC).A deciso do arresto no faz coisa julgada na ao principal, salvo se reconhecer a decadncia ou a prescrio do direito do requerente (CPC, 817). Julgada procedente a ao principal o arresto se transforma em penhora (CPC, 818) Penhora uma apreenso judicial por parte de um Solicitador de bens dados pelo devedor como garantia de execuo de uma dvida em face de um credor.Ato executivoRECURSO DE REVISTA. MEDIDA CAUTELAR DE ARRESTO. PERDA DE OBJETO. Convolado o arresto em penhora, h de se declarar a perda do objeto do procedimento cautelar de garantia da futura execuo, atravs da qual inibiu-se judicialmente a disponibilidade de bens do devedor. Extingue-se o feito sem julgamento do mrito, nos termos do artigo 267, VI do CPC.(TST - RR: 7219229220015015555 721922-92.2001.5.01.5555, Relator: Maria Doralice Novaes, Data de Julgamento: 05/10/2005, 4 Turma,, Data de Publicao: DJ 21/10/2005.)Se a parte interessada no tomar as providncias que lhe cabem para executar o arresto, no propuser a ao principal em trinta dias, ou se esta for declarada extinta, a medida perde sua eficcia (CPC, 808) sendo vedado parte renovar o pedido, salvo se houver outro fundamento (PU, 808)Se o devedor pagar ou efetuar o depsito em juzo da importncia da dvida, das custas e dos honorrios, de advogado observadas as smulas 219 e 329 do TST, ou der fiador idneo, a execuo de arresto ser suspensa (art. 819); e se houver pagamento, novao ou transao, cessam seus efeitos (art. 820).Por ltimo, os autos do arresto sero apensados aos do processo principal. (CPC, 809)