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; I ! ! i I Resumo 1. o mecenato constituiu um fator importante do Renas- cimento, ocorrido entre os séculos XV e XVI: a) Os humanistas foram protegidos pelos príncipes interessados na centralização do poder. b) A preocupação maior dos mecenas era o prestígio social que a proteção das Artes lhes conferia; c) A estabilidade política da Itália criou condições para o progresso artístico. d) Dante, Boccaccio e Petrarca foram os represen- tantes do pré-Renascímento, 2. As características básicas do Renascimento foram: retorno à cultura greco-romana; antropocentrismo: des- coberta do mundo; racionalismo; caráter' civil e corte- são da produção artística. 3. Os humanistas eram eruditos preocupados com a con- dição humana: a) Foram protegidos por Lourenço de Médicis, em Florença. b) Dos humanistas destacaram-se Maquiavel com a obra O Príncipe e Erasmo de Roterdam com O Elogio da Loucura. 4. O Renascimento científico legou-nos descobertas im- portantíssimas de Leonardo da Vinci, Copérnico, Ga- lileu Galilei e Iohannes Kepler, 5. O Renascimento artístico produziu obras excepcionais: a) Pintura: Leonardo da Vinci, a Gioconda. b) Escultura: Miguel Ângelo, Moisés. c) Música: Palestrina. Vocabulário Mecenas: protetor dos artistas. Sacro Império: Império fundado por Oto I, em 962. 36 l'" 1i I ' .. Início dos Tempos Modernos IA Reforma Religiosa Introdução Nos fins da Idade Média, a palavra reforma era usada com o significado de purificação interior do crente e de busca da regeneração da Igreja Católica. Os reformadores religiosos que com ela romperam, passaram a empregar Reforma para designar o movimento geral de transformação religiosa. Não só na Igreja Católica como também - e até principalmente - fora dela. O termo hoje em dia abrange tanto a Reforma Protestante como a Católica, se bem que a Católica tenha sido, de certo modo, uma Contra-Re- forma, uma reação contra a Reforma Protestante. Os católicos procuram evitar o uso da expressão Contra-Reforma. Argumentam que o movi- mento reformista já existia na sua Igreja bem antes da Reforma Protestante. Relações .entre Reforma e Tempos Modernos Assim como os descobrimentos marítimos representaram uma revolução econômica e .0 Renascimento, uma revolução intelectual e artística, a Re- forma correspondeu a uma revolução no terreno religioso. Da Idade Mé- dia até o Renascimento, a importância da Igreja Católica na vida econô- 37

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Resumo 1. o mecenato constituiu um fator importante do Renas-cimento, ocorrido entre os séculos XV e XVI:

a) Os humanistas foram protegidos pelos príncipesinteressados na centralização do poder.

b) A preocupação maior dos mecenas era o prestígiosocial que a proteção das Artes lhes conferia;

c) A estabilidade política da Itália criou condiçõespara o progresso artístico.

d) Dante, Boccaccio e Petrarca foram os represen-tantes do pré-Renascímento,

2. As características básicas do Renascimento foram:retorno à cultura greco-romana; antropocentrismo: des-coberta do mundo; racionalismo; caráter' civil e corte-são da produção artística.

3. Os humanistas eram eruditos preocupados com a con-dição humana:

a) Foram protegidos por Lourenço de Médicis, emFlorença.

b) Dos humanistas destacaram-se Maquiavel com aobra O Príncipe e Erasmo de Roterdam com OElogio da Loucura.

4. O Renascimento científico legou-nos descobertas im-portantíssimas de Leonardo da Vinci, Copérnico, Ga-lileu Galilei e Iohannes Kepler,

5. O Renascimento artístico produziu obras excepcionais:

a) Pintura: Leonardo da Vinci, a Gioconda.b) Escultura: Miguel Ângelo, Moisés.c) Música: Palestrina.

Vocabulário Mecenas: protetor dos artistas.Sacro Império: Império fundado por Oto I, em 962.

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Iníciodos Tempos

Modernos IAReforma Religiosa

Introdução

Nos fins da Idade Média, a palavra reforma era usada com o significadode purificação interior do crente e de busca da regeneração da Igreja Católica.Os reformadores religiosos que com ela romperam, passaram a empregarReforma para designar o movimento geral de transformação religiosa.Não só na Igreja Católica como também - e até principalmente - foradela. O termo hoje em dia abrange tanto a Reforma Protestante como aCatólica, se bem que a Católica tenha sido, de certo modo, uma Contra-Re-forma, uma reação contra a Reforma Protestante. Os católicos procuramevitar o uso da expressão Contra-Reforma. Argumentam que o movi-mento reformista já existia na sua Igreja bem antes da Reforma Protestante.

Relações .entre Reforma e Tempos Modernos

Assim como os descobrimentos marítimos representaram uma revoluçãoeconômica e .0 Renascimento, uma revolução intelectual e artística, a Re-forma correspondeu a uma revolução no terreno religioso. Da Idade Mé-dia até o Renascimento, a importância da Igreja Católica na vida econô-

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Reforma Protestante e reação católica nos fins do século XV I.

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mica, social e política foi extraordinária - constituía-se na base sobre aqual se apoiava o Estado, chegando até a superá-Io em certos momentos.Foi a Reforma que pela primeira vez questionou a autoridade do papa (e,por conseguinte, toda a hierarquia eclesiástica), pôs em dúvida os dogmase rompeu a unidade religiosa da Europa Ocidental:

Fatores da Reforma

O desenvolvimento cultural e econômico dos séculos XV e XVI facilitoua divulgação dos conhecimentos religiosos e dos anseios dos homens daépoca. Esses anseios é que tornaram possível a Reforma. Conscientes, de-pois de um longo processo de cristianização que durou boa parte da IdadeMédia, da doutrina e da moral de sua religião, os cristãos passaram a ob-servar o comportamento do clero e verificaram que ele não estava de acor-do com os ensinamentos de Cristo. Acharam, então, que não adiantavase reformarem interiormente, se o clero - que servia de intermediário entreeles e Deus - não mudasse também. O que desejavam era mudar a es-trutura da Igreja, não a sua doutrina. Não havia propriamente uma crisede fé: a construção de igrejas, as numerosas peregrinações, a fundação deirmandades leigas e o aparecimento das heresias o provam.

Já havia uma crise na organização eclesiástica, independentementedos abusos. O problema vinha das origens da Igreja e principalmente daIdade Média, quando os chefes da Igreja eram também homens do mundo,isto é, grandes senhores sem preocupações religiosas. Eis por que os pa-pas do início do século XVI protegiam os artistas, formavam alianças po-líticas com príncipes e imperadores, guerreavam, viviam em cortes luxuo-,sas (cujas despesas eram cobertas pelas contribuições dos fiéis) e procura-vam aumentar suas rendas pela acumulação de cargos religiosos. As elei-ções do papa chegaram a' provocar verdadeiros conflitos políticos entre asgrandes famílias italianas. Com tudo isso, a autoridade papal ficou des-moralizada, Para superar tal situação, o Concílio tomou a si a supremacianas decisões dentro da Igreja.' .

Vários humanistas cristãos (Erasmo, por exemplo, autor de uma novaedição dos Evangelhos) tiveram consciência da necessidade de reformar oclero. Procuravam o verdadeiro cristianismo na leitura e comentário daBíblia e no estudo dos grandes escritores cristãos antigos. Na França, umgrupo importante de humanistas, radicado na cidade de Meaux, publicouuma coleção de Salmos e as Cartas de São Paulo, e traduziu para o fran-cês o Novo Testamento (1521), Nem mesmo os humanistas mais ligadosao papa conseguiram fazer alguma coisa, porque, depois de ter ficadore-solvido que qualquer transformação maior 'na Igreja só poderia ser deci-dida por um concílio, os papas, receosos de que isso diminuísse o seu po-der, nunca mais quiseram convocá-Io. Só quando Lutero rompeu com a

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Igreja, um concílio tornou-se indispensável. Realizou-se então o Concíliode Trento (cidade da Itália de hoje), para que os bispos se pronunciassema respeito da crise e tomassem as medidas necessárias. .

Tradicionalmente se diz que foram os abusos do clero uma das cau-sas da separação entre os cristãos. Essa afirmação não é muito correta,pois só depois da Reforma é que se passou a falar desses abusos para justi-ficá-Ia. Na Alemanha, por exemplo, as indulgências eram vendidas e cobra-das, em nome do papada, pelo bispo de Brandemburgo e os lucros eramrepartidos com os banqueiros Függers, que financiavam o papa na constru-ção da Basílica de São Pedra, em Roma.

A Reforma de'" Lufero

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Monge alemão, professor de Teologia, Lutero aproveitou os abusos prati-cados nas vendas de indulgências para denunciar publicamente as irregu-laridades que o clero vinha cometendo. Lutero afixou 95 teses que con-denavam os abusos do clero na porta da Catedral de Wittenberg (cidadeonde morava), mas só mais tarde é que percebeu o alcance de suas acusa-ções: elas atingiam dogmas da Igreja, pois declaravam que a salvação de-pende só da fé. e não das obras - as boas ou más ações dos fiéis. O papaa princípio não deu muita importância ao caso, mas três anos depois(1520), como Lutero se negasse a retratar o que tinha afirmado, excomun-gou-o. Condenado também pelos partidários do Imperador Carlos V, naDieta de Worms, Lutero refugiou-se no castelo de Wartburg, onde escre-veu panfletos e traduziu a Bíblia para o alemão. Muitos príncipes alemãeso apoiaram porque desejavam libertar-se em seus domínios da influênciado papa e do imperador, que era católico. Tal apoio foi decisivo na vi-tória do luteranismo.

Esses príncipes tomaram as terras pertencentes à Igreja Católica, quepassaram a ser consideradas propriedades do Estado. A pequena nobrezaalemã aproveitou a oportunidade para tentar a unificação da Alemanha,sob a liderança de Von Hutten e Von Sickingen. Os camponeses tambémaproveitaram a ocasião, mas para se revoltarem, em ]524. O líder deles,Thomas Müntzer, foi capturado no ano seguinte, porém a revolta conti-nuou, com algumas interrupções, até 1536. Lutero, que era sustentado pe-los príncipes, condenou os revoltosos.

Em ]529 reuniu-se a segunda Dieta de Spira (a primeira realizara-seem 1526), na qual tentou-se impor o catolicismo aos príncipes luteranos.Como estes se rebelassem, passaram a ser chamados "protestantes". Emseguida, organizaram a liga militar de Smalkalde contra o imperador eseus partidários católicos. Em 1555, a questão foi finalmente resolvidapela Dieta de Augsburgo: cada príncipe decidiria que religião adotar emsuas terras.

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Crítica à venda de indulgências.

Na Dieta de Augsburgo, Melanchtonexpõe os princípios da doutrina luterana.

Na Confissão de Augsburgo, exposta por Melanchton - que foramonge junto com Lutero - em 1530, encontram-se os fundamentos doluteranismo: a salvação não se alcança pelas obras mas sim pela fé, pelaconfiança na bondade de Deus, pelo sofrimento interior. O culto religio-so, muito simples - somente salmos e leitura da Bíblia -, é consideradocontato direto entre Deus e o fiel, sendo dispensável o clero como "inter-mediário". Lutero conservou apenas dois dos sete sacramentos da religiãocatólica: batismo e eucaristia ou comunhão. Mesmo assim, na eucaristiaacreditava apenas na presença de Jesus no pão e no vinho, e não na trans-formação do pão e do vinho no corpo e no sangue de Cristo, como oscatólicos acreditam.

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Quando, por volta de 1534,Calvino começou a se preo-cupar com os problemas reli-giosos na França, já havia nopaís numerosos adeptos deuma reformf dentro da pró-pria Igreja, tanto da parte dosluteranos como dos huma-nistas, 'que eram muito im-portantes na França.

Obrigado a refugiar-sepor causa do que pregava,Calvino foi convidado a mo-rar na cidade de Genebra, naSuíça. Lá implantou as Or-denações Eclesiásticas, leisrígidas e intolerantes basea-das na sua crença. Organi-zou a Igreja Calvinista emtermos de fiéis, pastores (di-rigentes do culto) e um con-selho de anciãos (grupo defiéis idosos que orientava aprática da religião). Suasidéias difundiram-se com ra-pidez: Teodoro de Beza, quedirigia em Genebra a Aca-demia Teológica, levou-as pa-ra Gênova (na Itália). Logo alcançaram também a França, a Holanda, aInglaterra (país em que o calvinismo se chamou puritanismo) e a Escócia(onde foi introduzido por João Knox, por motivos políticos).

Calvino assimilou a princípio os ensinamentos luteranos, mas depois,na Instituição da Religião Cristã, propôs reformas mais radicais que as deLutero. Também acreditava que a salvação é consegui da pela fé, mas,dizia ele, ter fé não depende dos homens e sim de Deus, que a dá aos seuseleitos. Para Calvino , somente as Sagradas Escrituras são bases da crença(ao contrário dós católicos, que acreditam também na tradição deixadapelos seus mestres). O calvinismo simplificou ainda mais o culto: apenascomentários da Bíblia, feitos por sacerdotes sem paramentos, em igrejassem imagens. Só os sacramentos do batismo e da comunhão foram con-servados, sendo que para os calvinistas Cristo se encontra presente apenasespiritualmente na eucaristia. Como os luteranos, Calvino considerava aIgreja útil à salvação.

A Reforma de Calvino

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A Reforma Anglicana

l lcnriquc VIII, rei da Inglaterra, no começo foi contra a Reforma, masquando o papa se recusou a anular seu casamento, rompeu com a Igrejac declarou-se chefe da nova Igreja. Desde essa data - 1534 - o rei daInglaterra passou a ser também o chefe da Igreja Anglicana.

A anulação do casamento do rei foi só um pretexto para separar aInglaterra da Igreja Católica, pois os verdadeiros motivos dessa atitude deHenrique VIII não foram religiosos, mas sim políticos (escapar à influên-cia do papa) e econômicos (tomar as terras e os bens da Igreja Católica).

Nada foi mudado na doutrina nem no culto e o rei perseguiu tanto osoutros protestantes quanto os católicos. Os sucessores de Henrique VIIItentaram primeiro transformar a Inglaterra num país calvinista, depois fa-zê-Ia voltar ao catolicismo. Só mais tarde, sob o reinado da Rainha Eliza-beth I (1558-1603), estabeleceu-se definitivamente a Reforma Anglicanana Inglaterra. Completou-se o livro de orações comum a todos os fiéis e_houve uma aproximação às idéias calvinistas (salvação pela fé, apoio nasSagradas Escrituras, presença espiritual de Cristo na eucaristia, permissãopara o casamento dos padres).

Reação da Igreja Católica

Destruição das imagens em Genebra.

V árias foram as iniciativas tomadas pelos católicos para fazer frente à Re-forma. Novas ordens religiosas surgiram e a espiritualidade foi renovadapelos místicos Santa Teresa d'Avila e São João da Cruz. Os principais ins-trumentos da reforma da Igreja Católica, no entanto; foram o Concílio deTrento e os padres jesuítas, cuja ordem foi fundada nessa época. Graçasà sua ação a autoridade do papa foi reforçada, a doutrina tradicional man-tida e os protestantes perseguidos.

O Concílio tomou, também, medidas reformistas: organizou a Congre-gação do Index, para censurar os livros contrários à doutrina católica; res-taurou a Ínquisição, cujos tribunais, com representantes em todos os paí-ses, julgavam os cristãos acusados de não seguirem a doutrina católica; res-tabeleceu a disciplina na Igreja, fixando condições e idade mínima paraexercer funções nela, proibindo a acumulação de paróquias e bispados pe-lo mesmo eclesiástico, tornando obrigatória a formação dos padres em se-minários.

Os católicos procuravam, ainda, reconquistar as regiões dominadaspelo protestantismo, através da educação, e difundir a sua fé no resto domundo, enviando missionários a todos os países não-católicos. Com a In~quisição, impediu-se que a Reforma Protestante se difundisse pelos paísesnão atingidos pela Reforma, Espanha e Portugal, por exemplo. Graças aessas providências, a Igreja Católica logo recuperou a sua influência.

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Datas 1517: Começa a Reforma luterana.

e fatos 1521: Condenação de Lutéro na Dieta de Worms,essenciais 1522: Início da revolta dos Cavaleiros.

1524: Eclode a revolta camponesa.

1526: Primeira Dieta de Spira.

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A reforma dos costumes eclesiásticos pelo Concílio deTrento:

"o. sagrado Concílio de Trento, juridicamente reunido peloEspírito Santo ( ... ) exorta os bispos e todas as pessoasda Igreja aqui reunidas a celebrar o concílio universal, quepretende louvar sempre a Deus, oferecer-lhe sacrifícios, gló-rias e preces, e a realizar o sacrifício da missa pelo menosaos domingos: naquele dia Deus havia criado o mundo,ressuscitado os mortos e manifestado o Espírito Santo emseus discípulos ( ... )Nós os exortamos ainda a jejuar pelo menos cada sexta--feira, em memória da paixão de Nosso Senhor, e a daresmolas aos pobres; e que na catedral todos os domingoscelebre-se a missa do Espírito Santo com ladainhas e outrasorações compostas para esse uso ( ... )E que enquanto o serviço da missa se faça, não Se con-verse, não se fale nada: mas que se assista com espíritode oração.Os bispos devem ser irrepreensíveis, sábios, castos e bonsdirigentes de seus bispados; o concílio pede que cada umseja sóbrio em sua mesa e coma pouca carne. E tambémpreciso que se acostumem a não falar de assuntos ociososdurante as refeições: o concílio ordena leituras santas eque cada um instrua seus empregados a não semearem adiscórdia, não beberem e não 'serem imorais, cobiçosos, arro-gantes ou blasfemadores. Que logo abandonem os víciose sigam as virtudes; que nas roupas e no vestuário e emtodos os atos' eles sejam honestos, como convém a umministro de Deus."

Decreto publicado pela segunda sessãodo Concílio, no sétimo dia .de ja-neiro de 1546. Citado por J. Mon-nier, Histoire, vol. IV, pág. 176 .

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i529: Segunda Dieta de Spira.

1530: Primeira Dieta de Augsburgo - Confissão. de Augs-burgo.

1531: Liga de Smalkalde.

1534: Henrique VIII implanta oanglicanismo na Ingla-terra.

1536: João Calvino começa a Reforma em Genebra.

1545: O Concílio de Trento dá início à Reforma Católica.

1555: Segunda Dieta de Augsburgo - Paz de Augsburgo.~

Resumo 1. A Reforma foi o movimento de transformação da Igrejaverificado nos fins do século. XV e inícios do séculoXVI. Representou uma verdadeira revolução religiosa.

a) Basicamente. a Reforma resultou da inadequaçãoda estrutura eclesiástica às necessidades espirituaisdos fiéis.

b) A vida mundana do clero contrastava com a espi-ritualidade profunda dos fiéis.

c) Dentro da própria Igreja, surgiu um movimentoreformista que não foi levado avante devido aochoque entre o papa e o concílio.

d) Os abusos do clero são mais uma justificativa doque propriamente uma causa da Reforma.

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2. A Reforma' Luteranasurgiu em virtude de problemasespecíficos da Igreja alemã.

a) A venda de indulgências pelos dominicanos, liga-dos aos banqueiros Függers, foi o motivo inicialda ruptura entre Lutero e a Igreja.

b) As 95 teses de Lutero atacavam não só os abusoscomo também os dogmas da Igreja.

c) O apoio dos príncipes alemães foi decisivo paraa vitória de Lutero.

d) A quebra da estabilidade provocou a revolta dapequena nobreza e dos camponeses.

e) Lutero foi condenado pela Dieta de Worms e oluteranismo pela Segunda Dieta de Spira.,

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f) A Confissão de Augsburgo estabeleceu as basesdo credo protestante.

g) A Dieta de Augsburgo (1555) pôs fim à questão,ao determinar que cada príncipe decidiria que re-ligião adotar em seus domínios.

h) A doutrina luterana propunha: salvação pela fé,batismo e comunhão (presença de Cristo semtransubstanciação no pão e no vinho).

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*-,L3. Em 1536, João Calvino começou a Reforma Calvinista

em Genebra.'

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a) Governou a cidade de Genebra de acordo com asOrdenações Eclesiásticas.

b) A sua Igreja era constituída de fiéis, pastores econselho dos anciãos.

c) A ortodoxia calvinista era mais radical do que aIuterana: salvação dos eleitos predestinados porDeus; culto muito simples, batismo e comunhão(presença espiritual de Cristo na eucaristia).

4. Na Inglaterra, o Rei Henrique VIII implantou o angli-canismo, misto de calvinismo e catolicismo.

a) Em 1534, Henrique VIII rompeu com a IgrejaCatólica.

b) A Rainha EJizabeth I (1558-1603) conseguiu afir-mar o 'anglicanismo definitivamente.

c) A doutrina anglicana ensinava: salvação pela fé,presença espiritual de Cristo na eucaristia, liturgia(mas sem o sacrifício da missa) e conservação dahierarquia eclesiástica.

d) , O rei era considerado o chefe espiritual da Igreja.

5. A reação católica contra a Reforma Protestante nãotardou a aparecer.

a) O misticismo fói uma forma inicial de combate.

b) Os tribunais da Inquisição impediram a difusãodo protestantismo pelas regiões não atingidas pela,Reforma.

c) à Concílio de Trento e a Companhia de Jesusprocuraram reorganizar o clero e recuperar as re-giões perdidas para o protestantismo.

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Vocabulário Clero: conjunto dos padres de uma religião.Concílio: reunião de bispos.Dieta: assembléia política em alguns Estados.Dogma: verdade religiosa importante e indiscutível para

os fiéis.Doutrina: conjunto dos dogmas e ensinamentos de uma

religião.Eclesiástico: pertencente ou relativo à Igreja.Excomungar: expulsar da Igreja Católica.Heresia: doutrina contrária aos dogmas.Hierarquia eclesiástica: graduação dos títulos (e corres-

pondente autoridade) na Igreja (papa, cardeal, bispo etc.)Igreja x igreja: Igreja - conjunto de pessoas ligadas pela

mesma fé e sujeitas à mesma autoridade espiritual; igreja- edifício onde essas pessoas se reúnem para celebrarseu culto.

Indulgência: garantia dada pela Igreja a um fiel de queele entraria no Paraíso sem pagar a pena temporária (noPurgatório) devido aos seus pecados já perdoados.

Liturgia: conjunto das cerimônias e orações eclesiásticas.Ordem religiosa: sociedade religiosa cujos membros pro-

metem viver de acordo com certas regras (exemplo:jesuítas, dominicanos, beneditinos, franciscanos etc.)

Salmo: cântico religioso dos hebreus e cristãos; os salmosfazem parte da Bíblia.

Tese: proposição fundamentada.Tradição da Igreja: verdades de fé e moral transmitidas

à Igreja desde as origens do Cristianismo. Tais verdadesconstituem para os católicos uma das fontes da doutrinarevelada, apesar de não constarem nos livros canônicos,

Transubstanciação: mudança do pão e do vinho em carnee sangue de Cristo.

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Iníciodos Tempos

Modernos / As

Monarguias

Nacionais

Introdução

Em Portugal, Espanha, França e Inglaterra, a tendência à centralização co-incidiu com a própria formação da nação; na Itália e na Alemanha a cen-tralização foi feita em âmbito local, não nacional - os povos de mesmalíngua e costumes não formaram um único país, mas vários, com governosdiferentes.

Como na França esse processo foi típico - o país passou do poderpolítico mais disperso à sua forma mais centralizada, o absolutismo - nóso tomaremos como exemplo.

Condições da centralização política

"I Houve muita relação entre o desenvolvimento comercial e econormco eu-ropeu e a centralização do poder real. A economia mercantil, além de criarnovas classes sociais em condições de disputar com os nobres o poder po-lítico, obrigou o feudalismo a mudar de organização, pois a terra não eramais suficiente para garantir a riqueza. Essa diminuição do poder dos no-bres foi vantajosa para o rei. O interesse dos comerciantes em adotar em

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