1
Por Gilson Leão FILMES MUDOS- O ARTISTA Chaplin teve sérias crises artísticas e financeiras durante a transição do cinema mudo para o sonoro..... E streiou no Brasil “O artista”, favorito a Melhor Filme no Oscar 2012. Produção francesa em preto e branco, o filme recria Hollywood dos anos 20 para contar a história de George Valentin, interpretado por Jean Dujar- din, um artista do cinema mudo, cuja carreira é abalada pelo início dos filmes falados. O longa de 100 minutos, em coerência com o enredo, é mudo. A produção está sendo consagrada em todos os países em que foi exibido. Três Globos de Ouro (Melhor filme de co- média, Melhor ator em comédia para Dujardin e Melhor trilha sonora, foi indicado a 11 Oscars, 10 Cesars (o Oscar francês), 12 Baftas (o Oscar britânico) e rendeu o prêmio de melhor ator para Dujardin em Cannes, onde também foi indicado a Palma de Ouro). Durante a era de ouro dos filmes mudos ainda não existia o Oscar, mas algumas das produções da época merecem ser lembradas e vistas mesmo quase um século depois. Chaplin, o maior cineasta da época teve sérias crises artís- ticas e financeiras por não querer se render a nova tecno- logia. Seu último filme teve de ser praticamente refilmado, quando sentiu-se a rejeição pública as primeiras prévias do copião. Segue ao lado uma seleção dos 03 dos mais influentes filmes mudos das décadas de 20 e 30 . “O encouraçado Potemkin” (1925), de Sergei Eisenstein Encomendado pelo regime soviético conta a história do levante de 1905, con- siderado um ensaio para a revolução que derrubou a monarquia em 1917. Ser- gei Eisenstein, um dos maiores nomes do cinema russo, se foca na revolta dos marinheiros no en- couraçado Potemkin. Sob condições cruéis, eles or- ganizam um motim contra o comando que dá origem a primeira grande revolta contra o regime czarista. A famosa cena do carrinho de bebê caindo na escadaria de Odessa é citada em “Os intocáveis”, de Brian de Pal- ma. “As luzes da cidade” (1931), de Charlie Chaplin City Lights, estrelado, pro- duzido e dirigido pelo gênio inglês, foi seu último filme mudo. Quando Chaplin estava pro- duzindo o longa, começava a revolução do som no cin- ema. Ainda assim, o cine- asta decidiu terminar a obra como havia concebido desde o início. Nesse filme, o vaga- bundo interpretado pelo ator se apaixona por uma florista cega, que pensa que ele é um milionário. Apesar da transição que veio logo em seguida, sepultando o cinema mudo, este é con- siderado por muitos dire- tores e cinéfilos como seu melhor filme, e seu final é aclamado como um dos mais emocionantes de todos os tempos. CHAPLIN LANG EISENSTEIN Yazigi, nosso mais novo parceiro pro- move Grito de Car- naval para a garo- tada de até 12 anos, na quarta feira, dia 15.02.2011, com várias atrações, como desfiles de fantasias e brinca- deiras de salão. O Yazigi está dis- ponibilizando este ano seu es- paço privilegiado, na rua Barão de Itapemirim, para atividades culturais e cineclubísticas. Metrópolis (título origi- nal: Metropolis) é um filme alemão de ficção científica produzido em 1927, reali- zado pelo cineasta austríaco Fritz Lang. Foi, à época, a mais cara produção até en- tão filmada na Europa, e é considerado por especial- istas um dos grandes ex- poentes do expressionismo alemão. O roteiro, baseado em romance de ea von Harbou, foi escrito por ela, em parceria com Lang. Em 2008 foram reencontrados, na Argentina, 30 minutos de metragem deste clássico. Tal parte será restaurada e acrescentada à versão con- hecida. Na Berlinale 2010, o filme teve, 83 anos depois, a sua segunda estreia mun- dial.

artes na tela

Embed Size (px)

DESCRIPTION

coluna cineclube folha es

Citation preview

Page 1: artes na tela

Por Gilson Leão FILMES MUDOS- O ARTISTA

Chaplin teve sérias crises artísticas e financeiras durante a transição docinema mudo para o sonoro.....

Estreiou no Brasil “O artista”, favorito a Melhor Filme no Oscar 2012. Produção francesa em preto e branco, o filme recria Hollywood dos anos 20 para contar a

história de George Valentin, interpretado por Jean Dujar-din, um artista do cinema mudo, cuja carreira é abalada pelo início dos filmes falados. O longa de 100 minutos, em coerência com o enredo, é mudo. A produção está sendo consagrada em todos os países em que foi exibido. Três Globos de Ouro (Melhor filme de co-média, Melhor ator em comédia para Dujardin e Melhor trilha sonora, foi indicado a 11 Oscars, 10 Cesars (o Oscar francês), 12 Baftas (o Oscar britânico) e rendeu o prêmio de melhor ator para Dujardin em Cannes, onde também foi indicado a Palma de Ouro).Durante a era de ouro dos filmes mudos ainda não existia o Oscar, mas algumas das produções da época merecem ser lembradas e vistas mesmo quase um século depois. Chaplin, o maior cineasta da época teve sérias crises artís-ticas e financeiras por não querer se render a nova tecno-logia. Seu último filme teve de ser praticamente refilmado, quando sentiu-se a rejeição pública as primeiras prévias do copião. Segue ao lado uma seleção dos 03 dos mais influentes filmes mudos das décadas de 20 e 30 .

“O encouraçado Potemkin” (1925), de Sergei Eisenstein

Encomendado pelo regime soviético conta a história do levante de 1905, con-siderado um ensaio para a revolução que derrubou a monarquia em 1917. Ser-gei Eisenstein, um dos maiores nomes do cinema russo, se foca na revolta dos marinheiros no en-couraçado Potemkin. Sob condições cruéis, eles or-ganizam um motim contra o comando que dá origem a primeira grande revolta contra o regime czarista. A famosa cena do carrinho de bebê caindo na escadaria de Odessa é citada em “Os intocáveis”, de Brian de Pal-ma.

“As luzes da cidade” (1931), de Charlie ChaplinCity Lights, estrelado, pro-duzido e dirigido pelo gênio inglês, foi seu último filme mudo. Quando Chaplin estava pro-duzindo o longa, começava a revolução do som no cin-ema. Ainda assim, o cine-asta decidiu terminar a obra como havia concebido desde o início. Nesse filme, o vaga-bundo interpretado pelo ator se apaixona por uma florista cega, que pensa que ele é um milionário.Apesar da transição que veio logo em seguida, sepultando o cinema mudo, este é con-siderado por muitos dire-tores e cinéfilos como seu melhor filme, e seu final é aclamado como um dos mais emocionantes de todos os tempos.

CHAPLIN LANG EISENSTEIN

Yazigi, nosso mais novo parceiro pro-move Grito de Car-naval para a garo-tada de até 12 anos, na quarta feira, dia 15.02.2011, com várias atrações, como desfiles de fantasias e brinca-deiras de salão. O Yazigi está dis-p o n i b i l i z a n d o este ano seu es-paço privilegiado, na rua Barão de Itapemirim, para atividades culturais e cineclubísticas.

Metrópolis (título origi-nal: Metropolis) é um filme alemão de ficção científica produzido em 1927, reali-zado pelo cineasta austríaco Fritz Lang. Foi, à época, a mais cara produção até en-tão filmada na Europa, e é considerado por especial-istas um dos grandes ex-poentes do expressionismo alemão. O roteiro, baseado em romance de Thea von Harbou, foi escrito por ela, em parceria com Lang. Em 2008 foram reencontrados, na Argentina, 30 minutos de metragem deste clássico. Tal parte será restaurada e acrescentada à versão con-hecida. Na Berlinale 2010, o filme teve, 83 anos depois, a sua segunda estreia mun-dial.