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Artesanato garante renda na zona rural e ajuda a manter família. Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 7 • nº1041 Dezembro/2013 Lajes “A verdadeira arte consiste em dar moldura e técnica à matéria prima que é transformada através de mãos talentosas que trazem a beleza e sofisticação aos olhos humanos”. Maria da Conceição Marques, 37 anos, é agricultora, reside no Projeto de Assentamento 3 de Agosto, distante 22 km da sede do município de Lajes RN. Maria, uma mulher de coragem e muito batalhadora, desde jovem, ainda morando com os pais, sempre contribuía com os afazeres do sítio, em casa e na agricultura. Casou e foi morar na cidade de Lajes, teve três filhos, o casamento não deu certo ela separou. Após alguns anos casou novamente com Damião Cezar da Silva e teve mais dois filhos. Damião Cezar, é agricultor, mas nesse momento de estiagem trabalha construindo cisternas para o Programa Uma Terra e Duas Águas. Hoje, Maria é casada há nove anos, mora e trabalha no assentamento 3 de Agosto com o esposo e os cinco filhos, assumiu o assentamento há seis anos, após o falecimento do pai. Maria e seu esposo além da renda que conseguem com a agricultura e com o trabalho de pedreiro, ainda contam com o Bolsa Família para ajudar nas despesas da casa. Maria, sempre esforçada, nunca se acomodava, e em busca de uma renda extra, no ano de 2002, havia participado de um curso de artesanato oferecido pelo PRONAGER (Programa Nacional de Geração de Emprego e Renda) Trabalho, Participação e Cidadania. O curso contou com a participação de várias pessoas do município que aprenderam a fazer cestos e baús de várias formas e tamanhos. Usando materiais reaproveitados da natureza e para transformar em artesanato, como talos e o olho da carnaúba, e ainda arame, barbante, linha comum e linha náilon. O grupo formou uma cooperativa que funcionou pouco tempo, não deu e acabou, após

Artesanato garante renda na zona rural e ajuda a manter família

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Artesanato garante renda na zona

rural e ajuda a manter família.

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 7 • nº1041

Dezembro/2013

Lajes

“A verdadeira arte consiste em dar moldura e técnica à matéria prima que é transformada através de mãos talentosas que trazem a beleza e sofisticação aos olhos humanos”.

Maria da Conceição Marques, 37 anos, é agricultora, reside no Projeto de Assentamento 3 de Agosto, distante 22 km da sede do município de Lajes RN. Maria, uma mulher de coragem e muito batalhadora, desde jovem, ainda morando com os pais, sempre contribuía com os afazeres do sítio, em casa e na agricultura. Casou e foi morar na cidade de Lajes, teve três filhos, o casamento não deu certo ela separou. Após alguns anos casou novamente com Damião Cezar da Silva e teve mais dois filhos. Damião Cezar, é agricultor, mas nesse momento de estiagem trabalha construindo cisternas para o Programa Uma Terra e Duas Águas. Hoje, Maria é casada há nove anos, mora e trabalha no assentamento 3 de Agosto com o esposo e os cinco filhos, assumiu o assentamento há seis anos, após o falecimento do pai.

Maria e seu esposo além da renda que conseguem com a agricultura e com o trabalho de pedreiro, ainda contam com o Bolsa Família para ajudar nas despesas da casa. Maria, sempre esforçada, nunca se acomodava, e em busca de uma renda extra, no ano de 2002, havia participado de um curso de artesanato oferecido pelo PRONAGER (Programa Nacional de Geração de Emprego e Renda) Trabalho, Participação e Cidadania. O curso contou com a participação de várias pessoas do município que aprenderam a fazer cestos e baús de várias formas e tamanhos. Usando materiais reaproveitados da natureza e para transformar em artesanato, como talos e o olho da carnaúba, e ainda arame, barbante, linha comum e linha náilon. O grupo formou uma cooperativa que funcionou pouco tempo, não deu e acabou, após

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Realização Apoio

o fim da cooperativa, Maria resolveu continuar produzindo sozinha. Hoje na região, somente ela é conhecida como artesã com este tipo de material. Maria é inteligente, dedicada e criativa, com suas talentosas mãos, cria cestos e baús para lembranças de casamentos e aniversários, além de encomendas de certas para café da manhã.

Corajosa e trabalhadeira Maria viaja 30 km de moto, enfrentando sol e areia, para buscar o material, e lá colhe sozinha tudo que precisa para transformar em belas obras de arte. Ela conta que para construir cada peça, primeiro colhe todo material. Separa os talos, retira a parte que necessita para seu trabalho, faz as tranças, corta e moldura o arame, deixa de tudo pronto, só então começa a montar. Já com o material pronto, ela disse que consegue montar cinco ou seis peças por dia. Vende cada peca no valor entre R$ 5,00 e R$ 10,00, dependendo do tamanho e formato de cada peça e da quantidade da encomenda. Há meses em que ela consegue uma renda extra de R$ 500, 00 a R$ 550,00 reais no mês dependendo da encomenda. Trabalhando em casa ela divide os afazeres de casa com a confecção das peças artesanais. Maria trabalha por conta própria. Mesmo com pouca divulgação sua arte é bem aceita e procurada na região, já recebeu encomendas até de outras e cidades.

Com sua arte Maria consegue uma renda extra sem sair de casa. Horas de trabalho, tecendo tranças, moldando talos, cortando arame e costurando. Com carinho, dedicação e paciência sua talentosas mãos transformam matéria-prima em obras de arte.

Toda sua produção é comercializada em casa para pessoas que visitam o assentamento e gostam do seu trabalho e através de encomendas como lembranças, para aniversários, casamentos e cestas para presentes.