10
Artigo: VALLADARES, A. C. A. et al. “Arteterapia na saúde mental”. In: JORNADA GOIANA DE ARTETERAPIA, 2., 2008, Goiânia. Anais... Goiânia: FEN/UFG/ABCA, 2008. p.114-122. Cap.13. (ISBN: 978-85-61789-00-8). 13 – ARTETERAPIA NA SAÚDE MENTAL 1 Ana Cláudia Afonso Valladares 2 Luma Fonseca Apolinário Coelho 3 Carolina Costa e Silva 4 Daniella Evangelista Sales 61 Maryana Freire Rodrigues da Cruz 61 Cíntya Rocha de Oliveira Lima 61 Resumo: Objetivos : descrever e analisar o processo arteterapêutico desenvolvido por pessoas em sofrimento mental. Métodos: para análise geral dos dados, voltou-se à análise qualitativa, tendo seguido os parâmetros estabelecidos pela dimensão afetivo-cognitiva da análise micro genética, desenvolvida por Allessandrini (2004) dentro do contexto da Arteterapia, a partir do acompanhamento grupal das sessões de Arteterapia realizada com usuários do CAPS de Ribeirão Preto/SP, experiência que teve a duração de um semestre. A clientela foi composta no total por 50 usuários psiquiátricos adultos, de ambos os sexos, por grupos rotativos. Resultados : a análise micro genética possibilitou acompanhar a trajetória da experiência vivida pelo grupo e a qualidade de suas ações no decorrer do processo e houveram mudanças positivas nos aspectos das relações intrapessoais, interpessoais, com o objeto e na realização da tarefa. Observou-se que os participantes muito se beneficiaram com a aplicação da Arteterapia, porque, tendo danos no plano psicológico, precisavam desenvolver seu potencial criativo, sua auto- expressão, imaginação, espontaneidade e autonomia. As sessões de Arteterapia aplicadas a usuários psiquiátricos permitiram a manifestação da exploração do sentido criativo, a facilitação do processo de expressão e de novas formas de linguagem, pela comunicação não-verbal. Conclusões : trabalhar com portadores de transtornos mentais, utilizando a Arteterapia, possibilita o resgate da cidadania, ultrapassar a exclusão, a rejeição, o isolamento e o preconceito; a troca com o outro que possui características 1 Pesquisa inserida no Grupo de Pesquisas em Paradigmas Assistenciais em Terapias Alternativas (NEPATA) da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (UFG). 2 Arteterapeuta, Profª Drª da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (FEN/UFG), Presidente da Associação Brasil Central de Arteterapia (ABCA), membro do conselho diretor da UBAAT, integrante da rede PsicoArte. E-mail: [email protected] 3 Graduanda de Enfermagem da UFG e relatora do trabalho 4 Graduanda de Enfermagem da UFG

Arteterapia na saúde mental

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Material enviado ao Portal Banco Cultural pela Profª Ana Cláudia Afonso Valladares (FEN-UFG) - Coordenadora do Conselho Editorial da Revista Científica de Arteterapia Cores da Vida e presidente da Associação Brasil Central de Arteterapia (ABCA)

Citation preview

Page 1: Arteterapia na saúde mental

Artigo: VALLADARES, A. C. A. et al. “Arteterapia na saúde mental”. In: JORNADA

GOIANA DE ARTETERAPIA, 2., 2008, Goiânia. Anais... Goiânia: FEN/UFG/ABCA,

2008. p.114-122. Cap.13. (ISBN: 978-85-61789-00-8).

13 – ARTETERAPIA NA SAÚDE MENTAL1

Ana Cláudia Afonso Valladares2 Luma Fonseca Apolinário Coelho3

Carolina Costa e Silva4 Daniella Evangelista Sales61

Maryana Freire Rodrigues da Cruz61 Cíntya Rocha de Oliveira Lima61

Resumo: Objetivos: descrever e analisar o processo arteterapêutico desenvolvido por pessoas em sofrimento mental. Métodos: para análise geral dos dados, voltou-se à análise qualitativa, tendo seguido os parâmetros estabelecidos pela dimensão afetivo-cognitiva da análise micro genética, desenvolvida por Allessandrini (2004) dentro do contexto da Arteterapia, a partir do acompanhamento grupal das sessões de Arteterapia realizada com usuários do CAPS de Ribeirão Preto/SP, experiência que teve a duração de um semestre. A clientela foi composta no total por 50 usuários psiquiátricos adultos, de ambos os sexos, por grupos rotativos. Resultados: a análise micro genética possibilitou acompanhar a trajetória da experiência vivida pelo grupo e a qualidade de suas ações no decorrer do processo e houveram mudanças positivas nos aspectos das relações intrapessoais, interpessoais, com o objeto e na realização da tarefa. Observou-se que os participantes muito se beneficiaram com a aplicação da Arteterapia, porque, tendo danos no plano psicológico, precisavam desenvolver seu potencial criativo, sua auto-expressão, imaginação, espontaneidade e autonomia. As sessões de Arteterapia aplicadas a usuários psiquiátricos permitiram a manifestação da exploração do sentido criativo, a facilitação do processo de expressão e de novas formas de linguagem, pela comunicação não-verbal. Conclusões: trabalhar com portadores de transtornos mentais, utilizando a Arteterapia, possibilita o resgate da cidadania, ultrapassar a exclusão, a rejeição, o isolamento e o preconceito; a troca com o outro que possui características

1 Pesquisa inserida no Grupo de Pesquisas em Paradigmas Assistenciais em Terapias Alternativas (NEPATA) da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (UFG). 2 Arteterapeuta, Profª Drª da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (FEN/UFG), Presidente da Associação Brasil Central de Arteterapia (ABCA), membro do conselho diretor da UBAAT, integrante da rede PsicoArte. E-mail: [email protected] 3 Graduanda de Enfermagem da UFG e relatora do trabalho 4 Graduanda de Enfermagem da UFG

Page 2: Arteterapia na saúde mental

semelhantes às suas e, ainda, compartilhar dificuldades e anseios relacionados ao próprio transtorno mental. Palavras-chave: Arteterapia; Saúde mental; Análise Microgenética; Enfermagem psiquiátrica; Processo de cuidar em Saúde e Enfermagem; Transtorno mental.

Fig.1 – Personagens produzidos a partir de máscaras de papel e confeccionados por usuários do CAPS em sessões de Arteterapia.

Considerações Iniciais

As pessoas portadoras de transtornos mentais são pessoas consideradas

diferentes dos ditos “normais” pelas suas dificuldades em lidar com sua

subjetividade e os relacionamentos e por terem idéias, valores, concepções

sobre a vida, que nem sempre são os esperados pela sociedade

(VALLADARES, 2006a, b. c e d; VALLADARES & FUSSI, 2003; VALLADARES

et al, 2003).

Os doentes mentais são seres humanos que possuem certa instabilidade

emocional nas suas relações mais próximas e sofrem, no decorrer da vida,

várias perdas relacionadas ao padrão de normalidade, à capacidade produtiva,

aos padrões sociais, às regras e normas sociais.

Os transtornos mentais constituem de desordens de origem psíquica,

gerando, muitas vezes, desvitalização e experiências estressantes e

Page 3: Arteterapia na saúde mental

traumáticas no paciente, família e comunidade. E para amenizar estes fatores,

o arteterapeuta poderá estimular o paciente a lidar com materiais lúdicos com a

finalidade de transformá-los criativamente, em objetos que darão nova forma e

novo “sentido” à sua vida (VALLADARES, 2004b; VALLADARES, 2006a, b. c e

d).

A Arteterapia é um processo terapêutico predominantemente não-verbal,

por meio das artes plásticas e da dramatização, que acolhe o ser humano com

toda sua complexidade e dinamicidade. A Arteterapia também procura respeitar

os diversos aspectos dos pacientes, como os afetivos, culturais, cognitivos,

motores, sociais entre outros, aspectos tão importantes na saúde mental

(VALLADARES, 2004a).

Com este estudo procurou-se fazer uma análise geral do processo

arteterapêutico desenvolvido com pessoas em sofrimento mental, seguindo os

parâmetros estabelecidos pela dimensão afetivo-cognitiva da análise

microgenética.

Percurso Metodológico

Utilizou-se neste estudo a abordagem qualitativa, tanto a exploratória

como a descritiva, a partir do acompanhamento das sessões de Arteterapia e

análise das produções artísticas efetuadas no período.

A clientela foi composta por 50 pacientes psiquiátricos adultos, de ambos

os sexos. As sessões de Arteterapia foram realizadas numa instituição pública,

sem internação, especializada em saúde mental no interior do estado de São

Paulo (Ribeirão Preto/SP).

O grupo foi formado por pessoas aquiescentes ao processo, o que tornou

rotativa, isto é, a clientela era livre para entrar e sair do grupo e das sessões

quando quisesse.

Foi desenvolvida durante seis meses no ano de 2005. Os usuários

incluídos no estudo apresentaram oscilação no diagnóstico clínico, com maior

prevalência de transtornos de pensamento (esquizofrenia) e de

humor/ansiedade (transtorno bipolar).

Levou-se à unidade um Projeto de atendimento com base na Arteterapia.

Após sua aprovação, iniciaram-se as intervenções de Arteterapia, que

consistiram de acompanhamento grupal em oito sessões, com duração

Page 4: Arteterapia na saúde mental

aproximada de uma hora e meia a duas horas cada uma, cujos objetivos foram:

permitir a exteriorização de sentimentos, tensões e angústias; trabalhar a

reorganização do meio interno do usuário; estimular sua imaginação, a

criatividade, o autoconhecimento e a auto-estima, bem como a inter-relação e a

socialização do indivíduo no grupo e ainda resgatar seus potenciais

desconhecidos ou inativados sobre a arte.

Inicialmente, procurou-se estabelecer uma relação de confiança com o

grupo de usuários da instituição, por meio de contato individual e coletivo,

como também despertar sua curiosidade, a fim de permitir que aqueles que

não conhecessem o processo arteterapêutico tivessem a oportunidade de

conhecê-lo, mas de forma livre, sem imposições, para, em seguida, aderirem

ao grupo de trabalho espontaneamente.

Durante as intervenções de Arteterapia trabalhou-se vários tipos de

modalidades de arte apoiadas às necessidades dos usuários, tendo as

intervenções favorecido as condutas focal e imediata, isto é, as necessidades

emergentes conflitantes dos usuários e reforçado o vínculo do usuário tanto

com a arteterapeuta como com a instituição.

Esta proposta terapêutica focal transcorreu de forma simples, pertinente

com a temática predominante naquele momento específico, ou seja, estimulou

a busca e o encontro de significados por meio da relação do usuário com o

objeto e com as diferentes dinâmicas propostas. As intervenções consistiram

de técnicas lúdicas e de atividades artísticas, com condução espontânea das

dinâmicas, favorecendo, assim, a exteriorização da subjetividade do usuário.

Durante as sessões de Arteterapia utilizou-se músicas instrumentais de

fundo, a fim de favorecer a introspecção e o aprofundamento emocional dos

usuários. Nas intervenções, utilizou os seguintes tipos de modalidades

terapêuticas: desenho, pintura, colagem e recorte, construção, dramatização,

livros de histórias e escrita criativa.

Na coleta dos dados, fez o uso de técnicas de observação direta e

participante, objetivando, no processo como um todo, o desenvolvimento e o

produto final, bem como analisar a relação que o usuário estabeleceu com o

material ao utilizá-lo como forma de expressão dos seus conteúdos internos.

Page 5: Arteterapia na saúde mental

Registrou-se com fotografias a produção dos usuários, sendo estas

previamente autorizadas tanto por eles como pela Instituição e ainda anotou

todas as observações ocorridas no processo logo após o término das sessões.

Para análise dos dados, voltou-se à análise qualitativa, tendo seguido os

parâmetros estabelecidos pela dimensão afetivo-cognitiva da análise

microgenética, desenvolvida por Allessandrini (2004) dentro do contexto da

Arteterapia.

Apresentação e Discussão dos Resultados

As sessões de Arteterapia transcorreram de forma tranqüila, algumas

mais profundas e outras menos, mas permitiram que os usuários, de forma

lúdica, se expressassem e criassem suas imagens, estabelecendo um outro

canal de comunicação entre eles.

Pela análise dos trabalhos, constatou-se que, ao se expressarem pela

arte, os autores-usuários projetaram elementos vitais, e assim evidenciaram a

si mesmos. Percebeu-se, também, que a confecção de um simples

personagem desvelou conteúdos e conflitos internos e inconscientes dos

participantes, o que valoriza o trabalho arteterapêutico desenvolvido junto a

essa clientela.

A seguir encontram-se as mudanças percebidas no grupo durante o

processo, separadas de acordo com os parâmetros estabelecidos pela

dimensão afetivo-cognitiva de análise microgenética desenvolvida por

Allessandrini (2004) dentro do contexto da Arteterapia:

*Na relação intrapessoal (do usuário consigo mesmo): os doentes mentais

apresentaram-se progressivamente mais envolvidos, interessados,

concentrados, independentes, ativos e menos resistentes ao processo.

Manifestaram criatividade na produção expressiva e mais engajamento, o que

os fez aderir ao trabalho, no decorrer do processo. Assim, aos poucos, a

rigidez e inibição para desenvolver os temas foram se diluindo e isso favoreceu

a liberdade de expressão, uma vez que passaram a relacionar a produção aos

fatos de sua vida cotidiana.

*Na relação interpessoal (do usuário com os colegas do grupo):

anteriormente, os usuários mostraram-se mais rígidos ao processo. Mas, com o

tempo, tornaram-se mais integrados, flexíveis, objetivos, criativos e

Page 6: Arteterapia na saúde mental

participativos, isto é, sua verbalização passou a ser mais espontânea e assim

interagiram melhor com o processo, demonstrando autonomia para

desenvolver idéias, maior ação e cooperação com os colegas. Observou-se,

também, maior disponibilidade e receptividade em relação ao processo em

questão.

*Na relação com o objeto (com os trabalhos plásticos): as imagens e

temas que inicialmente tinham abordagens mais genéricas e superficiais (como

os desenhos da 1ª sessão e as mandalas), passaram a construir imagens e

temas que externavam conteúdos internos mais profundos, seus medos e

angústias. Alguns participantes até conseguiram verbalizá-los e isso promoveu

maior contato e liberdade entre os colegas do grupo. Assim, com o

aprimoramento e aprofundamento da temática explorada, no transcorrer das

sessões o processo adquiriu um novo e significativo vínculo terapêutico. Os

trabalhos também sofreram alterações significativas quanto à expressividade e

riqueza de detalhes, o tom das cores se intensificou no decorrer do tempo e as

imagens tornaram-se melhor configuradas, retratando algo mais pessoal e

espontâneo e houve um aumentou da produção artística.

*Na realização da tarefa (dinâmicas oferecidas): os usuários mostraram

maior interesse e concentração nas atividades propostas, verbalizaram sua

satisfação por estarem trabalhando e mantiveram-se mais concentrados.

Ademais, mostraram-se mais curiosos, interativos quanto às dinâmicas

apresentadas, o que fez aumentar a adesão de usuários, tornando as

atividades mais construtivas e profundas.

Pelo exposto, observa-se que os participantes muito se beneficiaram com

a aplicação da Arteterapia, porque, tendo danos no plano psicológico,

precisavam desenvolver seu potencial criativo, sua auto-expressão,

imaginação, espontaneidade e autonomia.

Necessitavam, também, canalizar tensões, exteriorizar seus sentimentos e

emoções e comunicar o que pensavam e sentiam (pelo processo não-verbal).

A análise microgenética possibilitou acompanhar a trajetória da experiência

vivida pelo grupo e a qualidade de suas ações no decorrer do processo e

houveram mudanças positivas nos aspectos das relações intrapessoais,

interpessoais, com o objeto e na realização da tarefa.

Page 7: Arteterapia na saúde mental

Analisando os dados coletados, deduz-se que as sessões de Arteterapia

aplicadas a usuários psiquiátricos permitiram a manifestação da exploração do

sentido criativo, a facilitação do processo de expressão e de novas formas de

linguagem, pela comunicação não-verbal.

Segundo Allessandrini (2004) e Valladares & Fussi (2003), pesquisas

sobre o processo arteterapêutico têm demonstrado que a criatividade é um dos

maiores benefícios desse empreendimento e, a esse respeito, Urrutigaray

(2003) complementa: ao reciclar e vivenciar a sua transformação, a pessoa vai

além daquela experiência externa objetiva, pois visualiza as atividades na sua

totalidade e essa experiência favorece a transformações internas

simultaneamente.

Assim, conclui-se que, ao criarem e transformarem materiais expressivos,

os usuários psiquiátricos vivenciam sensações, idéias, sonhos, desejos e

fantasias e ao se relacionarem de uma outra forma com o material, a atividade

pode despertar neles a identificação de sentimentos, atitudes e dificuldades até

então não expressos nem modificados, e como a comunicação não-verbal fala

por si só, não há necessidade de expressarem tais sentimentos de maneira

verbal.

Percebeu-se, ainda, que as produções artísticas favoreceram a

exteriorização da subjetividade do ser humano, o alívio de tensões, angústias,

medos, expectativas e ansiedades, bem como a integração do grupo, fatos

demonstrados pelos participantes deste estudo que, ao fazerem uso de

materiais artísticos, criaram imagens diversas, de acordo com sua percepção,

sentimentos e fantasias internas e individuais.

As produções de arte são projeções internas das pessoas e

manifestações do seu “eu” interno, por isso elas dão oportunidade ao usuário

de se expressarem de forma mais espontânea, o que gera um novo “sentido” à

sua própria vida.

Considerações Finais

A experiência psicótica (agressividade e sofrimento) projeta-se na vida

cotidiana do doente mental, desvitalizando-a, por este motivo, cabe aos

profissionais de saúde, aos serviços e em especial aos arteterapeutas, a

Page 8: Arteterapia na saúde mental

responsabilidade pela inserção de usuários no novo modelo de atenção à

saúde mental, a fim de promover a reorganização de sua vida.

As artes, no âmbito da saúde mental, proporcionam mudanças de atitudes

e de comportamentos aos clientes, aspectos que vividos positivamente

promovem melhoria na qualidade de vida desses indivíduos (VALLADARES et

al., 2003; VALLADARES, 2004a).

Concluindo, trabalhar com portadores de transtornos mentais, utilizando a

Arteterapia, possibilita o resgate da cidadania, ultrapassar a exclusão, a

rejeição, o isolamento e o preconceito; a troca com o outro que possui

características semelhantes às suas e ainda, compartilhar dificuldades e

anseios relacionados ao próprio transtorno mental.

A Arteterapia também auxilia os personagens a expressarem e lidarem de

uma forma mais natural com a doença.

Este trabalho pode trazer contribuições relevantes para a área de saúde

mental, por ser a Arteterapia uma prática acessível ao tratamento de doentes

mentais por isso pode-se constituir num suporte importante para esta clientela,

devido aos resultados satisfatórios obtidos.

Este estudo também poderá ser aplicado em outros contextos de

Arteterapia clínica ou institucional, tendo em vista o valor e a eficácia do

trabalho arteterapêutico.

Enfim, este estudo foi o início de um caminhar do arteterapeuta em

direção à construção de um trabalho sólido voltado à saúde mental, no

atendimento às pessoas com transtorno mental, visando à valorização da

subjetividade, singularidade, afetividade e respeito ético e solidário ao ser

humano que precisa e quer ser ajudado.

Referências

ALLESSANDRINI, C. D. Análise microgenética da oficina criativa: projeto de

modelagem em argila. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.

URRUTIGARAY, M. C. Arteterapia: a transformação pessoal pelas imagens.

Rio de Janeiro: WAK, 2003.

Page 9: Arteterapia na saúde mental

VALLADARES, A. C. A. A Arteterapia e a reabilitação psicossocial das pessoas

em sofrimento psíquico. In: ______. (Org.) Arteterapia no novo paradigma de

atenção em saúde mental. São Paulo: Vetor, 2004a. p.11-13.

______. Arteterapia, criatividade e saúde mental. In: CONGRESSO

BRASILEIRO DE ARTETERAPIA, 7., 2006a, Recife/PE. Anais... Recife/PE:

Associação Pernambucana de Arteterapia, 2006a, 9p. CD-ROM.

______. Arteterapia, doente mental e família: um cuidado integrado e possível

em saúde mental na nossa atualidade? Revista Arteterapia: Imagens da

Transformação, Rio de Janeiro, v. 12, n. 12, p. 9-32, 2006b.

______. O vínculo da Arteterapia e da reforma psiquiátrica no Brasil. In:

CONGRESSO BRASILEIRO DE ARTETERAPIA, 6., 2004b. Vitória/ES.

Anais... Vitória/ES: UFES/Espaço Fênix, 2004b, 3 p. CD-ROM.

______. Saúde mental: um lugar de fazer arte, tecer histórias e fortalecer

grupos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARTETERAPIA, 7., 2006c,

Recife/PE. Anais... Recife/PE: Associação Pernambucana de Arteterapia,

2006c, 9p. CD-ROM.

______. Vivências de Arteterapia grupal na psiquiatria sob enfoque junguiano.

In: CONGRESSO SUL AMERICANO DE CRIATIVIDADE, JORNADA GAÚCHA

DE ARTETERAPIA E ENCONTRO DE TERAPIAS EXPRESSIVAS, 5/10/8.,

2006d, Porto Alegre/RS. Anais... Porto Alegre/RS: Centrarte, 2006d, 4p. CD-

ROM.

VALLADARES, A. C. A.; FUSSI, F. E. C. A Arteterapia e a reforma psiquiátrica

no Brasil. Rev. Arteterapia: Imagens da Transformação. Rio de Janeiro:

Clínica Pomar, v.10, n.10, p.5-13, 2003.

Page 10: Arteterapia na saúde mental

VALLADARES, A. C. A. et al. Reabilitação psicossocial através das oficinas

terapêuticas e/ou cooperativas sociais. Rev. Eletrônica de Enfermagem, v. 5

n. 1, 2003. Disponível em http:/www.fen.ufg.br/revista