Upload
others
View
0
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Trabalhar com a educação infantil exige do professor (a) habilidades e competências em elaborar
e propor atividades que abrangem desde cuidados básicos até aos conhecimentos específicos.
Ou seja, que cumpram a legislação nacional, buscando a qualidade prescrita nesses documentos,
considerando as crianças, a partir de seus nascimentos: “cidadãos de direitos; indivíduos únicos,
singulares; seres sociais e históricos; seres competentes, produtores de cultura; indivíduos
humanos, parte da natureza animal, vegetal e mineral.” (BRASIL, 2006, p.18).
As leis federais 11.114 de 2005 e 11.274 de 2006 trouxeram mudanças no cenário educacional,
pois a primeira alterou a idade da matricula das crianças no ensino fundamental e a segunda
alterou a duração do ensino fundamental de oito para nove anos. Sendo assim o último ano da
educação infantil passa a ser o primeiro ano do ensino fundamental.
Dessa forma, seria importante pensar que, conforme a Lei 11.114/2005 e a Lei 11.274/2006, a
Educação Infantil, sendo a primeira etapa da educação básica tem por objetivo o desenvolvimento
integral da criança, em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e social e por isso deve
oportunizar experiências sensoriais e contextualizadas a partir de elementos presentes no
processo de desenvolvimento infantil, com isso deva constituir-se em um espaço privilegiado para
interação e aprendizagem significativas, onde o lúdico é o foco principal. (BRASIL, 2006a).
A transição para o ensino fundamental, com a inserção de crianças de seis anos (Lei n°
11.114/ 2005), passou a levar em conta particularidades presentes no cotidiano da
educação infantil a fim de garantir o brincar em suas práticas pedagógicas. Como direito
previsto em lei, a educação deve visar o pleno desenvolvimento da pessoa, portanto, a
criança que sai da educação infantil em que espaços para o brincar são garantidos, deve
ter no processo de inserção a preocupação em garantir a brincadeira como elemento para
o desenvolvimento infantil.
Promover um espaço adequado ou um currículo significativo.
A Educação Infantil é uma conquista dos direitos pleiteados pelos movimentos sociais no
Brasil desde a década de 1960. E como direito garantido na Constituição de 1988, versa a
necessidade de políticas públicas. (CARDOSO, 2003). Com a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, Lei n/ 9394/1996, a educação infantil assume a primeira etapa da
educação básica e nesse sentido, prevê em seu artigo 29 que: “tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.
Compreender as crianças, ouvi-las e considerar suas especificidades, é imprescindível para a
organização do trabalho pedagógico, por isso é relevante que os profissionais da área entendam a
necessidade de agregar conhecimentos sobre a infância e as crianças, adquirindo na sua formação
os conhecimentos por meio de dialogo, deixando a vontade e sem um estranhamento muito brusco.
Sendo assim, há a necessidade de mudanças significativas no processo no primeiro ano do ensino
fundamental, como também nos demais anos subsequentes. É importante que cada vez as crianças
que ingressem no Ensino Fundamental se apropriem de seu novo ambiente sem serem limitados da
possibilidade de explorar o universo infantil. Entende-se que essa é a etapa que dá suporte a todas
as crianças que entrarão em novo processo de ensino.
É preciso que os docentes e todos os envolvidos valorizem o lúdico, as manifestações das culturas
infantis, no currículo e no espaço educativo, considerando esses elementos como aspectos de um
direito. A criança de seis anos que frequenta o primeiro ano do Ensino Fundamental também
precisa do brincar. Não se pode permitir que permaneça sentada durante quatro horas
individualmente e com uma série de atividades a ser cumprida. Além disso, uma aprendizagem não
se dá apenas por meio de livro, caderno e lápis.
A TRANSIÇÃO NA BNCC
Processo que precisa
garantir: integração e
continuidade dos
processos de
aprendizagens das
crianças
Respeito as suas
singularidades e as
diferentes relações que
elas estabelecem com os
conhecimentos, assim
como a natureza das
mediações de cada etapa
Estratégias de acolhimento
e adaptação tanto para as
crianças quanto para os
professores, de modo que
a nova etapa se construa
com base no que a criança
sabe e é capaz de fazer em
uma perspectiva
de continuidade de seu
percurso educativo.
• Para que as crianças superem com sucesso os desafios da transição, é indispensável:
• Equilíbrio entre as mudanças introduzidas;
• Continuidade das aprendizagens;
• Acolhimento afetivo.
Nova etapa se construa com base no que os educandos sabem e são
capazes de fazer, evitando a fragmentação e a descontinuidade do
trabalho pedagógico.
Elemento balizador e indicativo
de objetivos a ser explorados
em todo o segmento da
Educação Infantil
SÍNTESE DAS
APRENDIZAGENS
TRANSIÇÃO EDUCAÇÃO
INFANTIL
INTEGRAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DE
ESCOLARIDADE
ENSINO
FUNDAMENTAL
ARTICULAÇÃO
PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO E
APRENDIZADO - CONFLITO
REGISTROS DE
DESENVOLVIMENTO
Para que haja a compreensão do processo de
transição, é necessário o estudo e reflexão de conceitos
inerentes às ações que envolvem a alfabetização.
FORMAÇÃO DE CONCEITOS
PERIODIZAÇÃO JOGOS DE
PAPÉIS
ATIVIDADE
ORIENTADORA
DE ESTUDO
ATIVIDADE
GUIA
CAPACIDADES
FUNÇÕES
PSIQUÍCAS
SUPERIORES
PSIQUISMO
TRABALHO DIALÉTICA
PRÁXIS
PEDAGÓGICA RELAÇÕES
SOCIAIS
PRÁXIS PEDAGÓGICA
Ensinar para que?
Ensinar a quem?
Ensino sobre quais
condições?
O que ensina?
Como ensina?
Finalidade do projeto
Destinatário
Conteúdo / currículo
Forma / didática
TRÍADE: CONTEÚDO - FORMA -DESTINATÁRIO
conteúdo - objeto de ensino
forma - os encaminhamentos metodológicos
destinatário - o sujeito que aprende
PRÁXIS
• AÇÃO INTENCIONAL E CONSCIENTE PARA TRANSFORMAR A REALIDADE
Pedagogia Histórico-Crítica
A pedagogia histórico-crítica “enquanto método pedagógico”
não está reduzida aos procedimentos, técnicas, instrumentos e
estratégias pedagógicas que orientam o ato de ensinar.
Para além disso, e incorporando esses procedimentos, trata-se de um
método pedagógico que fundamenta e orienta os procedimentos
teóricos e práticos – práxis - do ato de ensinar na educação escolar.
Promove o desenvolvimento da autonomia no(a) aluno(a).
Constituição do ser social do professor e do aluno
Relacionado à prática social
o desenvolvimento psíquico não constitui um
processo quantitativo/evolutivo, mas
caracteriza-se por rupturas e saltos qualitativos.
Uma proposição Fundamental da Teoria de
Vigotski
A cada novo período do desenvolvimento
psíquico, muda a lógica de funcionamento do
psiquismo infantil, muda a forma pela qual a
criança se relaciona com a realidade.
O que é o psiquismo? Imagem subjetiva da realidade objetiva.
Fidedignidade na captação da realidade depende das
relações sociais estabelecidas e da ação com o objeto –
conhecimento empírico e científico.
subjetivação objetivação sentido pessoal significado social
Relações sociais
Toda função psíquica superior existe antes no plano
externo, interpsíquico, como relação social, para então
converter-se em “órgão da individualidade da criança” -
subjetividade, ou seja, firmar-se como conquista interna
do seu psiquismo.
internalização
interpsíquico intrapsíquico
inter = entre
na relação com o
outro/educador
intra = dentro
como conquista da
individualidade da
criança
Desenvolvimento humano Educação – atuar na formação do psiquismo.
Formação do conceito e da própria consciência
humana, por meio da interiorização do signo.
Papel do professor – compreender como se constitui a
formação da consciência para se desenvolver uma
concepção materialista e dialética do mundo.
APROPRIAÇÃO OBJETIVAÇÃO
PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO
FUNÇÕES PSÍQUICAS SUPERIORES
SENSAÇÃO:
Reflete as qualidades
isoladas dos objetos e
fenômenos do mundo
material as quais atuam
diretamente sobre os
órgãos dos sentidos.
ATENÇÃO E PERCEPÇÃO
Condicionalidade
Institui a dinâmica
figura/fundo
Figura(estímulos emergem
como dominantes)
Fundo(estímulos
simultaneamente presentes
retidos na consciência).
ATENÇÃO E PERCEPÇÃO
A figura/fundo constitui o
campo perceptual do qual
emerge o comportamento
e pelo qual se orienta. A
eleição da figura sobre o
fundo corresponde à
instituição do foco da
atenção.
MEMÓRIA:
Primeira infância e época pré-escolar – involuntária e sem fim determinado.
A criança ainda não planeja a tarefa de fixar algo e depois recordar.
Significação: relacionadas as necessidades imediatas ou interesses.
Apenas na idade pré-escolar média (4 ou 5 anos), memória voluntária.
Transição: redução dos processos mnêmicos
referentes à capacidade de memorização figurativa
direta, dado que resulta dos domínios já conquistados
pela criança a cerca da linguagem.
Prevalência dos fenômenos concretos sobre os
abstratos.
Idade escolar: educação sistematizada,
transformações decisivas em direção à
conquista da memorização mediada,
conversão em memória objetiva e em
memória lógica.
Organização intencional da atividade.
Atitude ativa por parte do indivíduo.
Vídeo: Lev Vigotski - Desenvolvimento da
linguagem
Construção da imagem do objeto em
suas vinculações internas abstratas
PENSAMENTO
Formação da imagem subjetiva da
realidade.
Construção do conhecimento =
sensações e percepções.
IMAGINAÇÃO
Designa qualquer processo que se desenvolve por meios de imagens.
Processos funcionais = processos imaginativos.
Sistema psíquico = inclui as demais funções.
Imaginação ativa, impulsiona à ação, subsidiando suas manifestações
reprodutivas e criadoras (inovação).
EMOÇÃO E SENTIMENTOS
Unidade afetivo-cognitiva que sustenta a atividade humana
demanda a afirmação da emoção como dado inerente ao ato
cognitivo, uma vez que nenhuma emoção ou sentimento e,
igualmente, nenhum ato de pensamento, podem se
expressar como conteúdos puros, isentos um do outro.
A proposição da atividade humana como
unidade afetivo-cognitivo, questões que
subsidiam a compreensão dos conceitos
afeto, emoção e sentimento.
COMO SE DESENVOLVEM?
Na categoria da atividade: ação, tarefas,
desafios, problemas.
Todo homem desenvolverá funções psíquicas
superiores se viver sob condições de socialização
humana.
do controle da própria conduta;
formação da identidade;
socialização;
O que se espera da educação na Perspectiva
Histórico Cultural?
Qual é o trabalho do professor?
Criar, em nível
individual, novas
estruturas mentais
evolutivas.
Para Saviani: passar do senso comum à consciência filosófica. Cabe ao professor partir da prática social buscando alterar,
qualitativamente, a prática de seus alunos, para que possam ser agentes de
transformação social.
O professor é aquele que ensina, que direciona, que tem intencionalidade em sua
prática pedagógica.
Porque o ensino gera o desenvolvimento e não o contrário.
O papel da escola
A escola é um dos espaços privilegiados de humanização e tem, como
especificidade, garantir que os estudantes, desde a mais tenra infância, apropriem-se
das formas mais desenvolvidas de consciência social.
Principais conquistas na educação infantil como condição para
o desenvolvimento psíquico
- autodomínio da conduta;
- unidade afetivo-cognitiva, que envolve o desenvolvimento de capacidades para: observar, escutar, atentar, memorizar e recordar, compreender as instruções e os significados das tarefas, se autoavaliar.
Como o ser humano se
desenvolve?
Período: Idade Pré-escolar
crise crise crise
No Período Pré-escolar as necessidades básicas
da criança são supridas pelos adultos, e as crianças
sentem sua dependência com relação a eles.
O mundo divide-se em dois círculos:
Um mundo
criado pelos pais
ou pessoas que
convivem com
elas
Outro mundo,
formado
pelos demais
membros da
sociedade
A atividade objetal vai se esgotando como fonte de
desenvolvimento não basta mais à criança apropriar-se
dos procedimentos sociais de ação com o objeto.
Ela passa a interessar-se pelo sentido social das ações
com os objetos, pelas relações sociais no interior das
quais os objetos da cultura são utilizados pelos adultos.
• Assim, o foco volta-se novamente para o mundo das
pessoas: fazer o que o adulto faz será o ponto
fundamental da brincadeira de papéis, atividade que
desponta como guia na transição à idade pré-escolar.
O brincar de faz de conta é com grande frequência
pensado como algo natural da criança, como uma
expressão de sua natureza imaginativa. Costuma-se
pensar que a criança “tem muita imaginação”, e por essa
razão gosta tanto de brincar.
O que você pensa
sobre essa
afirmação??
Vigotski (2002) demonstrou com clareza que isso é
uma inversão. A imaginação não é a causa da
brincadeira, ao contrário, a brincadeira é uma
atividade que, por sua própria estrutura e finalidade,
demanda a criação da situação imaginária pela
criança.
Por um lado, a
necessidade que ela
experimenta de fazer o que
o adulto faz, de agir com
os objetos como o adulto
age. Por outro, seus limites
operacionais e técnicos, ou
seja, a impossibilidade
de executar as
operações exigidas pelas
ações.
A brincadeira de
papéis é uma
atividade que
emerge como
resultado de uma
contradição que
se apresenta à
criança na
transição à idade
pré-escolar
Conhecimento e realidade Para conhecer a realidade podemos nos utilizar de
conhecimentos cotidianos e não cotidianos.
Conhecimentos cotidianos Conhecimentos científicos
anéis – idade das árvores células
preservação arte
Conhecimento e realidade
CONCEITOS ESPONTÂNEOS
CONCEITOS CIENTÍFICOS
1. formas rudimentares de construção de significados;
2. assimilados na vida cotidiana do indivíduo;
3. se caracterizam pela ausência de uma percepção consciente de suas relações, são orientados pelas semelhanças concretas e por generalizações isoladas;
4. são a base dos conceitos científicos.
1. formas de categorização e
generalização avançadas; 2. assimilados por meio da
colaboração sistemática, organizada entre o professor e a criança;
3. ensinados com a formalização
de regras lógicas, sua assimilação envolve análise, que se inicia com uma definição verbal, operações mentais de abstração e generalização;
4. apoiam-se em conceitos
espontâneos já apropriados.
O conhecimento científico contribui para a formação da
consciência e da personalidade humana
Ao ter contato com os conteúdos científicos é possível
desenvolver a capacidade de generalização e operar com
conceitos abstratos, havendo a superação das propriedades
naturais, “elementares”, das funções psíquicas, em direção à
conquista de propriedades “superiores”, culturalmente
formadas papel da educação escolar!!!
Como você agruparia estes animais?
Provavelmente uma criança agruparia da seguinte forma: por
cor, por tamanho ou porque tem um elemento comum
O tipo mais simples de abstração compreende em
comparar dois objetos e determinar uma
semelhança entre eles. Isso implica a capacidade
de abstrair uma característica comum aos dois
objetos como base de comparação.
bichos
“Prontidão” ou desenvolvimento?
- Desenvolvimento da consciência e das habilidades ocorre na
participação das atividades escolares e na interação com o
professor e outras crianças;
- Gestação de pré-condições (criação de bases) para a
formação da necessidade de conhecimento na criança;
- Formação de interesses estáveis pela aprendizagem sobre
os fenômenos do mundo circundante.
Nesse sentido, não é prontidão – é promoção do
desenvolvimento.
Agora vamos entender o Jogo de Papéis...
Na primeira infância a criança começa por examinar
os objetos, manipulam-no individualmente e não se
interessam pela brincadeira de outras crianças.
Objeto – ação – palavra
Com as crianças menores, o objeto em si
determina o seu uso.
Quando a criança começa a identificar-se com
alguém e imita uma ação realizada pelos adultos,
são os primeiros indícios para a preparação para o
jogo de papéis.
palavra – objeto – ação
Há um nexo entre a palavra e o sistema de ações nela
implícitas.
Significado social e sentido lúdico
Significado social – propriedade conhecida, modo de
possível uso e da possível ação a ser executada com
ele.
Sentido lúdico – ações com os objetos diferentes de
seu significado social.
Busca controlar o seu próprio
comportamento, subordinado a um
propósito definido.
Jogo de papéis e as regras
O brinquedo evolui para uma situação em que a regra torna-se explícita
e a situação imaginária e o papel, latentes. Os jogos simbólicos
transformam-se em jogos de regra.
A motivação para o jogo muda. Não descobre somente a relação do
adulto com o objeto, mas descobre também a relação das pessoas
entre si.
Portanto...
Temos que quebrar a crença de que o jogo é somente fonte de
liberdade e prazer para a criança, uma atividade na qual exercita
livremente sua imaginação e deixa fluir sua fantasia.
O jogos de papéis são somente fonte de liberdade e prazer para
a criança?
O jogo satisfaz certas necessidades infantis e motivações que
se encontram na esfera afetiva.
Por meio do jogos de papéis a criança realiza desejos
impossíveis de serem atendidos. Para tanto, ela recorre a uma
situação imaginária.
Esta situação imaginária contém regras implícitas para a sua
realização. É uma liberdade ilusória!
Qual a relação do Jogo de Papéis com o desenvolvimento?
“O que determina diretamente o desenvolvimento da
psiquê de uma criança é sua própria vida e o
desenvolvimento dos processos reais desta vida
– em outras palavras: o desenvolvimento da
atividade da criança, quer a atividade aparente, quer
a atividade interna. Mas seu desenvolvimento, por
sua vez, depende de suas condições reais de vida.”
(LEONTIEV, 2001, p.63).
Dessa forma, o Jogo de Papéis possibilita:
desenvolvimento da consciência das regras fixas em
determinados tipos de jogos;
desenvolvimento da autoavaliação e seu
desenvolvimento moral;
desenvolvimento de atividades cognitivas relevantes
para atividades escolares.
O principal na atividade de jogo de papéis é se
apropriar das relações humanas ao reproduzi-las.
1º nível – ação com o objeto
2º nível – ação com o objeto dentro do papel
3º nível - o papel nas relações com outras pessoas
4º nível – atitudes em relação a outras pessoas
Níveis de desenvolvimento do jogo
1º Nível
Conteúdo central do jogo: ações com os objetos
Não se atribuem os nomes das pessoas cujos papéis assumem – foco no objeto
Atos repetitivos
Exemplo: dar de comer a alguém
2º nível
Conteúdo central do jogo: ação com o objeto.
Ampliação do número de ações. Lógica das ações determinadas pela sucessão
observada na vida real.
Exemplo: a ação de cozinhar a refeição e servi-la à mesa.
3º nível
Conteúdo central do jogo: interpretação do papel e a execução das ações dele provenientes.
Papéis bem delineados e destacados. Os papéis determinam e encaminham o comportamento da
criança.
Torna-se mais consciente de que está brincando. Começa a aparecer a fala teatral (colocar-se no
papel do outro). As crianças se submetem às regras de conduta.
Ações adquirem variedade.
Exemplo: brincar de ser mãe: não é só dar propriamente de comer, mas também ler histórias às
crianças, deitá-las para dormir, etc.
Transição para o 4º nível: Aparecimento do signo = representações = correspondência cada vez maior
entre as relações lúdicas e as relações reais – gestualidade e o faz de conta.
4º nível
Conteúdo central do jogo: execução de ações relacionadas com a atitude adotada em face de outras
pessoas cujos papéis são interpretados por outras crianças. Acentuam-se as regras, obedecendo à
lógica real.
Papéis bem definidos.
Exemplo: ao interpretar o papel de médico, ressaltam as instruções sobre o comportamento
apropriado do paciente: “ponha o braço assim”; “não chore, isto não vai doer nada!”
Jogos com regras
O que são?
São jogos cujo conteúdo fixo não é mais o papel e a situação lúdica, mas a regra e
o objetivo.
intermediário entre o processo e a criança
Ex: Amarelinha
Como surgem?
Surgem do desenvolvimento dos jogos de papéis, cujo elemento mais importante é a
subordinação do comportamento da criança durante o jogo a certas regras
reconhecidas de ação.
pré-condição para o surgimento da
consciência do princípio da
própria regra do brinquedo.
Dominar as regras – significa dominar seu próprio
comportamento, aprendendo a controlá-lo, aprendendo
a subordiná-lo a um propósito definido.
Por que são psicologicamente importantes os
jogos com objetivos/regras?
- surge a autoavaliação;
- introduz um elemento moral em sua atividade – na prática – e não
sob forma de uma máxima moral abstrata que ela tenha ouvido;
- formação da personalidade
Jogos limítrofes
Constituem uma forma de jogos de transição para a atividade
de estudo.
Exemplos:
Jogos didáticos: treinam o desenvolvimento das operações
cognitivas para a aprendizagem escolar subsequente.
jogos de dramatização
esportes e jogos de improvisação
jogo de fantasia
Cada período do desenvolvimento da criança é
caracterizado por uma relação determinada, por uma
atividade principal, que guia o desenvolvimento
psíquico.
Então:
Cada período é marcado por uma
determinada atividade dominante
O desenvolvimento
ocorre?
Esse processo se dá
pela Atividade.
E o que é atividade?
Atividade, segundo Leontiev,
não é sinônimo de
comportamento, mas o modo
pelo qual o homem se relaciona
com a realidade a fim de
assegurar sua sobrevivência.
A atividade é
orientada
por motivos.
Atividade-principal
Sabendo-se da importância da atividade-principal na promoção do
desenvolvimento, uma que faz parte da infância que é:
Jogo de papéis
Como é a atividade da criança no jogo de papéis?
Passa a ver o adulto, sobretudo, pelo lado de suas
funções.
Há uma necessidade da criança em agir não somente
sobre os objetos, mas também no mundo do adulto, em
suas relações.
O conteúdo do processo da brincadeira é a ação real –
tirada da vida real, mas que necessita de uma situação
imaginária.
Embora contenha uma situação imaginária, a situação
desencadeadora está na realidade.
O papel do professor é o de interventor no brincar
Planejar
Observar
Intervir
Propor
Questionar
Apresentar novas possibilidades
A atividade é o elo que liga o sujeito ao mundo
A atividade constitui a
categoria nuclear para a
explicação do psiquismo
É a mudança de atividade dominante, principal ou atividade-
guia que marca a transição a um novo período do
desenvolvimento.
A atividade principal é então...
A atividade cujo desenvolvimento governa as mudanças
mais importantes nos processos psíquicos e nos traços
psicológicos da personalidade da criança, em um certo
estágio de seu desenvolvimento.
Em poucas palavras...
É aquela por meio da qual ela entra em contato com o
mundo que a rodeia, aprende e se desenvolve.
Na idade escolar inicial, as crianças realizam outros tipos de atividades, mas a
principal
e que governa o desenvolvimento é a de estudo.
VIGOTSKI
A atividade guia neste momento é a
ATIVIDADE DE ESTUDO
O que é Atividade de Estudo?
É um tipo específico de atividade com:
a) conteúdos – conhecimentos teóricos
b) estrutura própria – compreensão das tarefas de estudo;
realização de ações de estudo, de controle e avaliação.
Professor possui papel central na atividade de estudo, pois:
Organiza as tarefas de estudo;
Cria situações que proporcionam aos estudantes autonomia na resolução das tarefas de
estudo e formação da capacidade de estudar.
A Atividade de Ensino e a Atividade de Estudo
O processo educativo que gera desenvolvimento psíquico é
aquele que coloca o sujeito em atividade, ou seja, gera no
indivíduo motivos, ações, finalidades e operações para aprender.
Para que o estudante entre em atividade, a intervenção do
professor é essencial, e este também deve estar em atividade,
nesse caso de ensino.
ATIVIDADE DE ENSINO E DE ESTUDO
unidade dialética
atividade-guia (ou atividade principal)
Mas... Toda atividade tem a mesma importância para o
desenvolvimento?
Não, em cada período do desenvolvimento humano uma
determinada atividade assume primazia como
força motriz do desenvolvimento psíquico e da
personalidade:
Quais as implicações da Atividade de Estudo?
Por meio da ATIVIDADE DE ESTUDO, as crianças
reproduzem os conhecimentos e habilidades presentes
nas formas de consciência social e, também, as
capacidades que estão na base da formação do
pensamento teórico: reflexão, análise e experimento
mental.
Atividades produtivas
São aquelas que têm um produto final: desenho, construção,
modelagem, recorte e colagem.
São importantes para desenvolver a ação de planejamento,
habilidade importante para a Atividade de Estudo.
Mas... Como se desenvolve o Pensamento Teórico?
Destacamos que, o processo de formação do pensamento teórico
deve, de forma intencional e planejada, se iniciar na educação infantil,
porém esse processo só se desenvolve plenamente na adolescência.
O pensamento teórico se expressa por conceitos e os mesmos são
apropriados por meio do ensino, pois não se desenvolvem
espontaneamente ou pelas simples representações advindas da
sensorialidade.
A qualidade do ensino dos conceitos
sistematizados histórico-socialmente é,
portanto, o requisito fundante
do desenvolvimento do pensamento teórico.
Para a formação do pensamento teórico é necessário que a
atividade de estudo seja planejada e organizada, que tenha
como finalidade a apropriação do conhecimento teórico.
No início da vida escolar, a criança não tem a necessidade específica
de assimilar conhecimentos teóricos, tal necessidade surge no
processo real de apropriação desses conhecimentos.
Exemplificando: se perguntarmos a uma
criança pequena o que ela tem dentro do
corpo, as respostas frequentes são:
- osso; - tem comida, sangue e bichinhos(vermes); - tem o coração.
Na escola: aprendizagem
dos órgãos internos do
corpo humano.
O ponto de partida da assimilação conceitual é, portanto, o enfrentamento
de uma situação-problema.
O papel do professor, nesse processo, é propor tarefas de estudo que
possibilitem aos estudantes a reconstrução do movimento dialético do
pensamento, ou seja, a reprodução do caminho histórico de elaboração
do conceito, como se fossem “co-participantes da busca científica”.
A capacidade ilimitada de aprender, e nesse processo,
desenvolve sua inteligência e sua personalidade:
com as gerações adultas e com as crianças mais
velhas;
com as situações no momento histórico em que vive;
com a cultura a que tem acesso.
Para a teoria histórico-cultural, a criança
nasce com uma única capacidade:
A tarefa do educador é garantir a reprodução, em cada
criança, das aptidões humanas que são produzidas pelo
conjunto dos homens, que sem a transmissão da cultura, não
aconteceria.
Ao mesmo tempo, o educador precisa identificar as formas mais
adequadas para atingir este objetivo.
“Todo o conhecimento transmitido no processo de
escolarização, só faz sentido se levar o aluno a ler nas
entrelinhas, a perceber as contradições históricas que geraram
esse próprio conhecimento e mesmo sua vinculação com o
contexto em que está inserido, de forma a buscar
transformação não somente na sua vida particular, mas na
prática social.” (Facci, 2006).
E saber disso tudo, o que muda na prática do professor???
O OLHAR
Com esse novo olhar...
O professor deve compreender o seu objeto de estudo e trabalho
ensino de conceitos
para a formação do pensamento teórico e da constituição da
consciência do estudante.
“Antes a criança sentia a necessidade de fazer
o que o adulto faz, neste momento ela quer
saber o que o adulto sabe”
APROPRIAÇÃO DO CONHECIMENTO