ARTIDO 32

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Ótimo artigo sobre a pessoa com deficiência

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  • DOCUMENTO ORIENTADOR PROGRAMA INCLUIR - ACESSIBILIDADE NA EDUCAO SUPERIOR

    SECADI/SESu2013

    LINCText Boxhttp://wp.ufpel.edu.br/cec/files/2013/06/documento_orientador_programa_incluir.pdfACESSO:29/10/15

  • SUMRIO

    I - Introduo

    II - Contexto Histrico

    III - Marcos Legais, Polticos e Pedaggicos

    IV- O direito das pessoas com deficincia educao superior

    V - Programa Incluir - acessibilidade na educao superior

    VI - Conceitos e definies

    VII - Orientaes oramentarias

    VIII - Indicadores do Programa Incluir - acessibilidade na educao superior

    ANEXO I - Recursos oramentrios alocados diretamente nas Unidades

    Oramentarias das Universidades Federais para implementao da Poltica de

    Acessibilidade

  • I - Introduo O presente documento objetiva orientar a institucionalizao da

    Poltica deAcessibilidade nas Instituies Federais de Educao Superior

    IFES, a fim de assegurar o direito da pessoa com deficincia educao

    superior, fundamentado nos princpios e diretrizes contidos na Conveno

    sobre os Direitos das Pessoas com Deficincia (ONU 2006) e nos Decretos

    n. 186/2008,6.949/2009, 5.296/2004, 5.626/2005 e 7.611/2011.

    Nesse sentido, o Ministrio da Educao apoia asIFES, por meio de

    aportecontnuo e sistemtico de recursos oramentrios para a execuo de

    aes de acessibilidade, no mbito do eixo Acesso Educao do Plano

    Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficincia Viver sem Limite.

    O Programa Incluir acessibilidade na educao superior executado

    por meio da parceria entre a Secretaria de Educao Superior - SESu e a

    Secretaria de Educao Continuada, Alfabetizao, Diversidade e Incluso

    SECADI, objetivando fomentar a criao e a consolidao de ncleos de

    acessibilidade nas universidades federais, as quais respondem pela

    organizao de aes institucionais que garantam a incluso de pessoas com

    deficincia vida acadmica, eliminando barreiras pedaggicas, arquitetnicas

    e na comunicao e informao, promovendo o cumprimento dos requisitos

    legais de acessibilidade.

    No perodo de 2005 a 2011, o Programa Incluir acessibilidade na

    educao superior efetivou-se por meio de chamadas pblicas concorrenciais,

    que, naquele momento, significaram o incio da formulao de estratgias

    para identificao das barreiras ao acesso das pessoas com deficincia

    educao superior. A partir de 2012, esta ao foi universalizada atendendo

    todas as IFES, induzindo, assim, o desenvolvimento de uma Poltica de

    Acessibilidade ampla e articulada.

    II - Contexto histrico

    A partir de meados do sculo XX, emerge, em nvel mundial, a defesa

    da concepo de uma sociedade inclusiva. No decorrer desse perodo histrico,

    fortalece-se a crtica s prticas de categorizao e segregao de estudantes

    encaminhados para ambientes especiais, que conduzem, tambm, ao

    questionamento dos modelos homogeneizadores de ensino e de aprendizagem,

    geradores de excluso nos espaos escolares.

    Visando enfrentar esse desafio e construir projetos capazes de superar

  • os processos histricos de excluso, a Conferncia Mundial de Educao para

    Todos, Jomtien/1990, chama a ateno dos pases para os altos ndices de

    crianas, adolescentes e jovens sem escolarizao, tendo como objetivo

    promover as transformaes nos sistemas de ensino para assegurar o acesso

    e a permanncia de todos na escola.

    Os principais referenciais que enfatizam a educao de qualidade para

    todos, ao constituir a agenda de discusso das polticas educacionais,

    reforam a necessidade de elaborao e a implementao de aes

    voltadas para a universalizao do acesso escola no mbito do ensino

    fundamental, mdio e superior, a oferta da educao infantil nas redes pblicas

    de ensino, a estruturao do atendimento s demandas de alfabetizao e da

    modalidade de educao de jovens e adultos, alm da construo da gesto

    democrtica da escola.

    No contexto do movimento poltico para o alcance das metas de

    educao para todos, a Conferncia Mundial de Necessidades Educativas

    Especiais: Acesso e Qualidade, realizada pela UNESCO em 1994, prope

    aprofundar a discusso, problematizando os aspectos acerca da escola no

    acessvel a todos estudantes.

    A partir desta reflexo acerca das prticas educacionais que resultam

    na desigualdade social de diversos grupos, o documento Declarao de

    Salamanca e Linha de Ao sobre Necessidades Educativas Especiais

    proclama que as escolas comuns representam o meio mais eficaz para

    combater as atitudes discriminatrias, ressaltando que: O princpio fundamental desta Linha de Ao de que as

    escolas devem acolher todas as crianas, independentemente

    de suas condies fsicas,intelectuais, sociais, emocionais,

    lingusticas ou outras. Devem acolher crianas com deficincia e

    crianas bem dotadas; crianas que vivem nas ruas e que

    trabalham; crianas de populaes distantes ou nmades;

    crianas de minorias lingusticas, tnicos ou culturais e crianas

    de outros grupos e zonas desfavorecidos ou marginalizados.

    (Brasil, 1997, p. 17 e 18).

    No paradigma da incluso, ao afirmar que todos se beneficiam quando

    as escolas promovem respostas s diferenas individuais de estudantes,

    so impulsionados os projetos de mudanas nas polticas pblicas. A partir dos

    diversos movimentos que buscam repensar o espao escolar e da

  • identificao das diferentes formas de excluso, geracional, territorial, tnico

    racial, de gnero, dentre outras, a proposta de incluso escolar comea a ser

    gestada.

    Essa perspectiva conduz o debate sobre os rumos da educao

    especial, tornando-se fundamental para a construo de polticas de formao

    docente, financiamento e gesto, necessrias para a transformao da

    estrutura educacional a fim de assegurar as condies de acesso, participao

    e aprendizagem de todosestudantes, concebendo a escola como um espao

    que reconhece e valoriza as diferenas.

    Paradoxalmente ao crescente movimento mundial pela incluso, em

    1994 o Brasil publica o documento Poltica Nacional de Educao Especial,

    alicerado no paradigma integracionista, fundamentado no princpio da

    normalizao, com foco no modelo clnico de deficincia, atribuindo s

    caractersticas fsicas, intelectuais ou sensoriais de estudantes, carter

    incapacitante que se constitui em impedimento para sua incluso educacional e

    social.

    Esse documento define como modalidades de atendimento em

    educao especial no Brasil: as escolas e classes especiais; o atendimento

    domiciliar, em classe hospitalar e em sala de recursos; o ensino itinerante, as

    oficinas pedaggicas, a estimulao essencial e as classes comuns.

    Mantendo a estrutura paralela e substitutiva da educao especial, o acesso

    de estudantes com deficincia ao ensino regular condicionado, conforme

    expressa o conceito que orienta quanto matrcula em classe comum: Ambiente dito regular de ensino/aprendizagem, no qual

    tambm, so matriculados, em processo de integrao

    instrucional, os portadores de necessidades especiais que

    possuem condies de acompanhar e desenvolver as

    atividades curriculares programadas do ensino comum, no

    mesmo ritmo que os alunos ditos normais. (Brasil,1994, p.19)

    Ao invs de promover a mudana de concepo favorecendo os

    avanos no processo de incluso escolar, essa poltica demonstra fragilidade

    perante os desafios inerentes construo do novo paradigma educacional. Ao

    conservar o modelo de organizao e classificao de estudantes,

    estabelece-se o antagonismo entre o discurso inovador de incluso e o

    conservadorismo das aes que no atingem a escola comum no sentido da

    sua ressignificao e mantm a escola especial como espao de acolhimento

  • daqueles estudantes considerados incapacitados para alcanar os objetivos

    educacionais estabelecidos.

    Sem medidas de investimento na construo e avano do processo

    de incluso escolar, surge o discurso de resistncia incluso, com nfase na

    falta de condies pedaggicas e de infra-estrutura da escola. Esse

    posicionamento no representa as prticas transformadoras capazes de

    propor alternativas e estratgias de formao docente e implantao de

    recursos nas escolas que respondam afirmativamente s demandas dos

    sistemas de ensino, resultando na continuidade das prticas arcaicas que

    justificam a segregao em razo da deficincia.

    Nesse perodo as diretrizes educacionais brasileiras respaldam o

    carter substitutivo da educao especial, embora expressem a necessidade

    de atendimento s especificidades apresentadas pelo aluno na escola

    comum. Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (1996)

    quanto a Resoluo 02 do Conselho Nacional de Educao (2001) denotam

    ambiguidade quanto organizao da Educao Especial e da escola

    comum no contexto inclusivo. Ao mesmo tempo em que orientam a matrcula

    de estudantes pblico alvo da educao especial nas escolas comuns da

    rede regular de ensino, mantm a possibilidade do atendimento educacional

    especializado substitutivo a escolarizao.

    No incio do sculo XXI, esta realidade suscita mobilizao mais

    ampla em torno do questionamento estrutura segregadora reproduzida nos

    sistemas de ensino, que mantm um alto ndice de pessoas com deficincia

    em idade escolar fora da escola e a matrcula de estudantes pblico alvo

    da educao especial, majoritariamente, em escolas e classes especiais.

    A proposta de um sistema educacional inclusivo passa, ento, a

    ser percebida na sua dimenso histrica, como processo de reflexo e

    prtica, que possibilita efetivar mudanas conceituais, poltico e pedaggicas,

    coerentes com o propsito de tornar efetivo o direito de todos educao,

    preconizado pela Constituio Federal de 1988.

  • Ill - Marcos Legais, Polticos e Pedaggicos

    Em consonncia com a legislao que assegura o direito da pessoa

    com deficincia educao; com a atual poltica de educao especial e

    com os referenciais pedaggicos da educao inclusiva, importa explicitar o

    significado destes marcos legais, polticos e pedaggicos, bem como, seu

    impacto na organizao e oferta da educao em todos os nveis e etapas.

    Com a finalidade de ressaltar as condies necessrias para o pleno

    acesso, participao e aprendizagem dos estudantes com deficincia, na

    educao superior, sublinham-se os principais aspectos da legislao vigente e

    dos referenciais polticos e pedaggicos educacionais.

    Assim, as instituies de educao superior - IES, devem assegurar o

    pleno acesso, em todas as atividades acadmicas, considerando:

    1. A Constituio Federal/88, art. 205, que garante a educao

    como umdireito de todos;

    2. A Lei n 10.436/2002, que reconhece a Lngua Brasileira de

    Sinais-Libras;

    3. O Decreto n 3.956/2001, que ratifica a Conveno Interamericana

    para aEliminao de Todas asFormas de Discriminao contra

    a PessoaPortadora de deficincia;

    4. ODecreto n 5.296/2004, que regulamenta as Leis

    10.048/2000 e10.098/2000, estabelecendo normas gerais e

    critrios bsicos para oatendimento prioritrio a acessibilidade

    de pessoas com deficincia oucom mobilidade reduzida.

    Noseu artigo 24, determina que osestabelecimentos de

    ensino de qualquer nvel, etapa ou modalidadepblico e

    privado, proporcionaro condies de acesso e utilizao de

    todos os seus ambientes ou compartimentos para pessoas

    portadoras dedeficincia ou com mobilidade reduzida

    inclusive salas de aula,bibliotecas, auditrios, ginsios

    instalaes desportivas, laboratrios,reas de lazer e sanitrios;

    5. ODecreto 5.626/2005, que regulamenta a Lei n 10.436/2002,

    quedispe sobre o uso e difuso da Lngua Brasileira de Sinais -

    LIBRAS eestabelece que os sistemas educacionais

    devem garantir,obrigatoriamente, o ensino de LIBRAS em todos

    os cursos de formao

  • de professores e de fonoaudilogos e , optativamente, nos demais cursos

    de educao superior;

    6. O Decreto n 5.773/2006, que dispe sobre regulao,

    superviso e avaliao de instituies de educao superior e

    cursos superiores nosistema federal de ensino;

    7. O Decreto n 6.949/2009, que ratifica, como Emenda

    Constitucional, aConveno sobre os Direitos das Pessoas com

    Deficincia (ONU,2006),que assegura o acesso a um sistema

    educacional inclusivo em todos osnveis;

    8. O Decreto n 7.234/2010, que dispe sobre o programa

    nacional deassistncia estudantil - PNAES;

    9. O Decreto n 7.611/2011, que dispe sobre o atendimento

    educacionalespecializado, que prev, no 2 do art. 5o: VII -estruturao de ncleos de acessibilidade nas

    instituies federais de educao superior.

    5a Os ncleos de acessibilidade nas instituies federais

    de educao superior visam eliminar barreiras fsicas, de

    comunicao e de informao que restringem a participao

    e o desenvolvimento acadmico e social de estudantes com

    deficincia;

    10. A Portarian 3.284/2003, quedispe sobre os requisitos de

    acessibilidade s pessoas com deficinciapara instruir processo de

    autorizao e reconhecimento de cursose de credenciamento de

    instituies;

    A Poltica Nacional de Educao Especial na Perspectiva da

    Educao Inclusiva (MEC/2008), que define a Educao Especial como

    modalidade transversal a todos os nveis, etapas e modalidades, tem como

    funo disponibilizar recursos e servios de acessibilidade e o atendimento

    educacional especializado, complementar a formao dos estudantes com

    deficincia, transtornos globais do desenvolvimento e altas

    habilidades/superdotao.

    O acesso a um sistema educacional inclusivo em todos os nveis

    pressupe a adoo de medidas de apoio especficas para garantir as

    condies de acessibilidade, necessrias plena participao e autonomia

    dos estudantes com deficincia, em ambientes que maximizem seu

    desenvolvimento acadmico e social.

  • "[...] a fim de possibilitar s pessoas com deficincia viver de

    forma independente e participar plenamente de todos os

    aspectos da vida, os Estados Partes tomaro as medidas

    apropriadas para assegurars pessoas com deficincia o

    acesso, em igualdade de oportunidades com as demais

    pessoas, ao meio fsico, ao transporte, informao e

    comunicao, inclusive aos sistemas e tecnologias da

    informao e comunicao, bem como a outros servios e

    instalaes abertos ao pblico ou de uso pblico, tanto na

    zona urbana como na rural. (ONU,2006) [...]"

    As Conferncias Nacionais de Educao - CONEB/2008 e

    CONAE/2010, que referendaram a implementao de uma poltica de

    educao inclusiva, o pleno acesso dos(as) estudantes pblico alvo da

    educao especial no ensino regular, formao de profissionais da educao

    para a incluso, o fortalecimento da oferta do AEE e a implantao de salas de

    recursos multifuncionais, garantindo a transformao dos sistemas

    educacionais em sistemas educacionais inclusivos.

  • IV - O direito das pessoas com deficincia educao superior

    O acesso das pessoas com deficincia educao superior vem se

    ampliando significativamente, em consequncia do desenvolvimento inclusivo

    da educao bsica.

    Essa mudana pode ser acompanhada por meio dos indicadores do

    Censo da Educao Bsica e Superior, que apontam crescimento constante

    do nmero de matrcula desta parcela da populao.

    O Censo da Educao Bsica MEC/INEP registrou, em 1998,

    337.326 matrculas de estudantes com deficincia, dentre as quais, 13% em

    classes comuns do ensino regular. Em 2012, este nmero subiu para 820.433

    matrculas, dentre as quais, 76% em classes comuns do ensino regular,

    representando crescimento de 143%. Na educao superior, observa-se que

    as matrculas passaram de 5.078 em 2003 para 23.250 em 2011,

    indicando crescimento de 358%. Vale lembrar que 72% das matrculas de

    estudantes com deficincia esto em Instituies Privadas de Educao

    Superior conforme demonstram os grficos a seguir.

    Evoluo das matrculas de estudantes pblico alvo da educao especial na educao bsica

  • Evoluo das matrculas de estudantes com deficincia na educao superior

    Este um sinal irrefutvel de que a educao brasileira vive um

    intenso processo de transformao, motivado pela concepo da educao

    inclusiva, compreendido, muito alm do acesso efetivado por meio da

    matrcula. No passado recente, a principal pauta em debate, focava-se no

    direito matrcula, negada com naturalidade, muitas vezes. Hoje, h base legal

    solidamente construda, que garante o acesso e desnaturaliza a excluso.

    Indubitavelmente, trata-se de eloquente conquista. Porm, tal

    avano significa o comeo da profunda mudana em curso. No basta estar;

    h que se fazer parte.

    De acordo com o modelo social, pessoas com deficincia so aquelas

    que tm impedimento de natureza fsica, sensorial e intelectual, que em

    interao com as barreiras atitudinais e ambientais podero ter obstruda sua

    participao em condies de igualdade com as demais pessoas. Assim, a

    deficincia no se constitui como doena ou invalidez e as polticas sociais,

    destinadas a este grupo populacional, no se restringem s aes de carter

    clnico e assistencial.

    A incluso das pessoas com deficincia na educao superior deve

    assegurar-lhes, o direito participao na comunidade com as demais

    pessoas, as oportunidades de desenvolvimento pessoal, social e profissional,

    bem como no restringir sua participao em determinados ambientes e

    atividades com base na deficincia. Igualmente, a condio de deficincia no

  • deve definir a rea de seu interesse profissional. Para a efetivao deste

    direito, as IES devem disponibilizar servios e recursos de acessibilidade que

    promovam a plena participao dos estudantes.

    A acessibilidade arquitetnica tambm deve ser garantida em todos

    os ambientes, a fim de que estudantes e demais membros da comunidade

    acadmica e da sociedade em geral tenham o direito de ir e vir com

    segurana e autonomia, de acordo com o disposto no Decreto n 5.296/2004.

    O cumprimento da norma de acessibilidade, neste caso, independe da

    matrcula de estudante com deficincia na IES.

    Dentre os recursos e servios de acessibilidade disponibilizados pelas

    IES, destacam-se o tradutor e intrprete de Lngua Brasileira de Sinais, guia

    intrprete, equipamentos de tecnologia assistiva e materiais pedaggicos

    acessveis, atendendo s necessidades especficas dos estudantes. Assim, as

    condies de acessibilidade comunicao e aos materiais pedaggicos se

    efetivam mediante demanda desses recursos e servios pelos estudantes com

    deficincia, matriculados na IES e pelos participantes nos processos de

    seleo para ingresso e atividades de extenso desenvolvidas pela instituio.

    Cabe s IES a responsabilidade pelo provimento destes servios e recursos

    em todas as atividades acadmicas e administrativas.

    Nessa perspectiva, gesto da educao superior compete o

    planejamento e a implementao das metas de acessibilidade preconizadas

    pela legislao em vigor, bem como o monitoramento das matrculas dos

    estudantes com deficincia na instituio, para provimento das condies de

    pleno acesso e permanncia. Esta obrigao no deve ser transferida aos

    estudantes com deficincia ou as suas famlias, por meio da cobrana de

    taxas ou qualquer outra forma de transferncia da atribuio.

    O financiamento das condies de acessibilidade deve integrar os

    custos gerais com o desenvolvimento do ensino, pesquisa e extenso. As

    IES devem estabelecer uma poltica de acessibilidade voltada incluso das

    pessoas com deficincia, contemplando a acessibilidade no plano de

    desenvolvimento da instituio; no planejamento e execuo oramentria; no

    planejamento e composio do quadro de profissionais; nos projetos

    pedaggicos dos cursos; nas condies de infraestrutura arquitetnica; nos

    servios de atendimento ao pblico; no stio eletrnico e demaispublicaes;

    no acervo pedaggico e cultural; e na disponbilizao de materiais

  • pedaggicos e recursos acessveis.

    Tecer o enredo da plena participao desafiar o velho paradigma em

    todas as suas manifestaes, desde as prticas pedaggicas

    homogeneizadoras, at a edificao dos prdios, organizao dos acervos

    e dos diversos ambientes acadmicos, bem como, das formas de

    comunicao.

    Consolidar polticas institucionais de acessibilidade, assegurando o

    direito de todos educao, consiste em eficaz contribuio para que o novo

    paradigma torne-se realidade na vida das pessoas. Para apoiar este

    processo de transformao, foi institudo o Programa incluir-acessibilidade na

    educao superior.

    V - Programa Incluir- acessibilidade na educao superior O Ministrio da Educao - MEC, por meio da Secretaria de Educao

    Superior/SESu e da Secretaria de Educao Continuada, Alfabetizao,

    Diversidade e Incluso/SECADI, implementa o Programa INCLUIR -

    Acessibilidade na Educao Superior, visando promover o desenvolvimento de

    polticas institucionais de acessibilidade nas IFES.

    Criado em 2005, o Programa Incluir - acessibilidade na educao

    superior foi implementado at 2011, por meio de Chamadas Pblicas,

    realizadas pela SEESP e SESU, por meio das quais, as IFES apresentaram

    projetos de criao e consolidao dos Ncleos de Acessibilidade, visando

    eliminar barreiras fsicas, pedaggicas, nas comunicaes e informaes, nos

    ambientes, instalaes, equipamentos e materiais ddticos.

    A partir de 2012, o MEC, por intermdio da SECADI e da SESu, passa

    a apoiar projetos das IFES, com aporte de recurso financeiro, diretamente,

    previsto na matriz oramentria das Instituies, com a finalidade de

    institucionalizar aes de poltica de acessibilidade na educao superior,

    por meio dos Ncleos de Acessibilidade, que se estruturam com base nos

    seguintes eixos:

    a) infra-estrutura Os projetos arquitetnicos e urbansticos das IFES so concebidos e

    implementados, atendendo os princpios do desenho universal.

    b) currculo, comunicao einformao A garantia de pleno acessso, participao e aprendizagem das

    pessoas com deficincia, d-se por meio da disponibilizao de

  • materiaisdidticos e pedaggicos acessveis; de equipamentos de tecnologia

    assistiva e de servios de guia-intrprete e de tradutores e intrpretes de

    Libras.

    c) programas de extenso A participao da comunidade nos projetos de extenso assegurada

    a todos e todas, por meio da efetivao dos requisitos de acessibilidade. Alm

    disso, disseminar conceitos e prticas de acessibilidade por intermdio de

    diversas aes extensionistas, caracteriza-se em compromisso institucional

    com a construo de uma sociedade inclusiva.

    d) programas de pesquisa O desenvolvimento de pesquisa bsica e aplicada, abrangendo as

    inmeras reas do conhecimento tem sido importante mecanismo para o

    avano da incluso social das pessoas com deficincia, quando se fundamenta

    no princpio da transversalidade, do desenho universal e no reconhecimento e

    valorizao da diferena humana, compreendendo a condio de deficincia

    como caracterstica individual. Assim, possvel, dentro das especificidades de

    cada programa de pesquisa, articular, ressignificar e aprofundaraspectos

    conceituais e promover inovao, ao relacionar as reas de pesquisa com a

    rea da tecnologia assistiva.

    No perodo de 2005 a 2010, as chamadas pblicas concorrenciais,

    contemplaram as seguintes aes de acessibilidade:

    a) Adequao arquitetnica ou estrutural de espao fsico reservado

    instalao e funcionamento na instituio;

    b) Adequao de sanitrios, alargamento de portas e vias de acesso,

    construo de rampas, instalao de corrimo e colocao de sinalizao ttil e

    visual;

    c) Aquisio de mobilirio acessvel, cadeira de rodas e demais

    recursosde tecnologia assistiva;

    d) Formao de profissionais para o desenvolvimento de

    prticaseducacionais inclusivas e para o uso dos recursos de

    tecnologiaassistiva, da Lngua Brasileira de Sinais - Libras e outros cdigos

    elinguagens.

  • VI - Conceitos e definies

    Para os fins deste Documento Orientador, considera-se:

    I. acessibilidade: condio para utilizao, com segurana e autonomia,total ou assistida, dos espaos, mobilirios e equipamentos

    urbanos, dasedificaes, dos servios de transporte e dos dispositivos,

    sistemas e meios decomunicao e informao, por pessoa portadora de

    deficincia ou commobilidade reduzida;

    II. barreiras: qualquer entrave ou obstculo que limite ou impea o acesso,a liberdade de movimento, a circulao com segurana e a

    possibilidade de aspessoas se comunicarem ou terem acesso informao,

    classificadas em:

    a) barreiras urbansticas: as existentes nas vias pblicas e nos espaos de uso pblico;

    b) barreiras nas edificaes: as existentes no entorno e interior dasedificaes de uso pblico e coletivo e no entorno e nas reas

    internas de usocomum nas edificaes de uso privado multifamiliar;

    c) barreiras nos transportes: as existentes nos servios detransportes; ebarreiras nas comunicaes e informaes: qualquer entrave

    ouobstculo que dificulte ou impossibilite a expresso ou o recebimento

    demensagens por intermdio dos dispositivos, meios ou sistemas de

    comunicao,sejam ou no de massa, bem como aqueles que dificultem

    ou impossibilitem oacesso informao;

    III. - elemento da urbanizao:qualquer componente das obras deurbanizao, tais como os referentes pavimentao, saneamento,

    distribuiode energia eltrica, iluminao pblica, abastecimento e distribuio

    de gua,paisagismo e os que materializam as indicaes do planejamento

    urbanstico;

    IV. - mobilirio urbano: o conjunto de objetos existentes nas vias eespaos pblicos, superpostos ou adicionados aos elementos da urbanizao ou da

    edificao, de forma que sua modificao ou traslado no provoquealteraes

    substanciaisnestes elementos, tais como semforos, postes desinalizao e

    similares, telefones e cabines telefnicas, fontes pblicas, lixeiras,toldos,

    marquises, quiosques e quaisquer outros de natureza anloga;

    V. - ajuda tcnica: os produtos, instrumentos, equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente projetados para melhorar a funcionalidade

  • dapessoa portadora de deficincia ou com mobilidade reduzida, favorecendo

    aautonomia pessoal, total ou assistida;

    VI. - edificaes de uso pblico: aquelas administradas por entidades daadministrao pblica, direta e indireta, ou por empresas prestadoras de

    serviospblicos e destinadas ao pblico em geral;

    VII. - edificaes de uso coletivo: aquelas destinadas s atividades denatureza comercial, hoteleira, cultural, esportiva, financeira, turstica,

    recreativa,social, religiosa, educacional, industrial e de sade, inclusive as

    edificaes deprestao de servios de atividades da mesma natureza;

    VIII. - edificaes de uso privado: aquelas destinadas habitao, quepodem ser classificadas como unifamiliar ou mutifamiliar; e

    IX. - desenho universal: concepo de espaos, artefatos e produtos quevisam atender simultaneamente todas as pessoas, com diferentes

    caractersticasantropomtricas e sensoriais, de forma autnoma, segura e

    confortvel,constituindo-se nos elementos ou solues que compem a

    acessibilidade.

  • VII - Orientaes oramentrias

    Esta seo destina-se a transmitir informaes teis referentes

    execuo oramentria e financeira do Programa Incluir acessibilidade

    na educao superior. Os recursos foram alocados diretamente nas

    Unidades Oramentrias de cada Universidade Federal na ao 4002 -

    Assistncia a Estudante de Graduao, conforme tabela em anexo, observando

    a proporo na quantidade de estudantes matriculados em cada instituio.

    Nesse sentido, recomenda-se s IFES, o registro das despesas do programa

    INCLUIR acessibilidade na educao superior, por meio da utilizao do

    Plano Interno - PI VSS21G0100N, executando-a por meio do Plano

    Oramentrio PO da Ao 4002. Ressalta-se, ainda, a importncia da

    utilizao do PI mencionado, uma vez que a ao 4002 possui recursos de

    outros programas, a exemplo do Programa Nacional de Assistncia Estudantil

    - PNAES e do Programa Milton Santos de Acesso ao Ensino Superior -

    PROMISAES.

  • VIII - indicadores do Programa Incluir - acessibilidade na

    educaosuperior > Indicador de Impacto

    Quantidade de estudantes com deficincia matriculados por ano nas

    universidades que possuem Ncleo de Acessibilidade instalados

    > Indicador de Meta Quantidade de Ncleos de Acessibilidade implantados

    > Indicadores de Processo Quantidade de recursos financeiros investidos

    Nmero de projetos elaborados.

  • Referncias BRASIL. Ministrio da Educao. Incluso - Revista da Educao Especial. Vol. 4,

    n. 1. Braslia: MEC/SEESP, 2008.

    BRASIL, Ministrio da Educao. Conferncia Nacional de Educao Bsica:

    Documento Final. Braslia,

    ORGANIZAO DAS NAES UNIDAS. Conveno sobre os Direitos das

    Pessoas com Deficincia, 2006.

    BRASIL. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Especial. Direito

    educao: subsdios para a gesto dos sistemas educacionais - orientaes

    gerais e marcos legais. Braslia: MEC/SEESP, 2006.

    BRASIL. Decreto Legislativo n 186, 09 de julho de 2008. Dirio Oficial da Unio,

    Braslia, 2008.

    BRASIL.Decreto n 6.949, de 25 de agosto de 2009, promulga a Conveno

    Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficincia - ONU. Dirio Oficial

    da Unio, Braslia, 2009. BRASIL. Ministrio da Educao/CNE. Resoluo 4/2009.

  • ANEXO I Recursos oramentrios alocados diretamente nas Unidades Oramentarias

    das Universidades Federais para implementao da Poltica de Acessibilidade

    MATRIZ INCLUIR 2013

    Recursos alocados diretamente nas Unidades Oramentarias (UO) das Universidades Federais

    UO SIGLA AlunosMatriculadosGraduao ValoresDistribudos

    TOTAL 862.142 R$ 11.000.000,00

    1 26273 FURG 8.924 R$113.860,59

    2 26352 UFABC 5.639 R$71.947,54

    3 26275 UFAC 8.840 R$112.788,84

    4 26231 UFAL 21.309 R$271.879,81

    5 26270 UFAM 22.638 R$288.836,41

    6 26232 UFBA 29.462 R$375.903,27

    7 26233 UFC 25.213 R$321.690,63

    8 26252 UFCG 15.848 R$202.203,35

    9 26284 UFCSPA 1.475 R$18.819,41

    10 26264 UFERSA 5.926 R$75.609,35

    11 26234 UFES 19.784 R$252.422,45

    12 26236 UFF 29.834 R$380.649,59

    13 26235 UFG 21.297 R$271.726,70

    14 26350 UFGD 5.435 R$69.344,73

    15 26237 UFJF 14.257 R$181.903,91

    16 26263 UFLA 6.182 R$78.875,64

    17 26272 UFMA 18.035 R$230.107,11

    18 26238 UFMG 31.248 R$398.690,70

    19 26283 UFMS 15.079 R$192.391,74

    20 26276 UFMT 19.208 R$245.073,32

    21 26277 UFOP 10.174 R$129.809,24

    22 26239 UFPA 28.584 R$364.700,94

    23 26240 UFPB 28.387 R$362.187,44

    24 26242 UFPE 29.982 R$382.537,91

    25 26278 UFPEL 13.480 R$171.990,23

    26 26279 UFPI 24.934 R$318.130,89

  • 27 26241 UFPR 25.987 R$331.566,03

    28 26253 UFRA 2.961 R$37.779,16

    29 26351 UFRB 6.945 R$88.610,69

    30 26244 UFRGS 27.391 R$349.479,55

    31 26245 UFRJ 40.197 R$512.870,27

    32 26243 UFRN 26.386 R$336.656,84

    33 26248 UFRPE 12.024 R$153.413,24

    34 26250 UFRR 5.094 R$64.993,93

    35 26249 UFRRJ 11.972 R$152.749,78

    36 26281 UFS 24.114 R$307.668,57

    37 26246 UFSC 24.536 R$313.052,84

    38 26280 UFSCAR 10.885 R$138.880,83

    39 26285 UFSJ 9.056 R$115.544,77

    40 26247 UFSM 17.632 R$224.965,26

    41 26251 UFT 11.787 R$150.389,38

    42 26254 UFTM 3.998 R$51.010,16

    43 26274 UFU 18.545 R$236.614,15

    44 26282 UFV 13.454 R$171.658,50

    45 26255 UFVJM 6.120 R$78.084,58

    46 26271 UNB 29.034 R$370.442,46

    47 26260 UNIFAL 5.253 R$67.022,60

    48 26286 UNIFAP 5.856 R$74.716,23

    49 26261 UNIFEI 3.845 R$49.058,04

    50 26262 UNIFESP 7.794 R$99.443,02

    51 26266 UNIPAMPA 8.028 R$102.428,60

    52 26268 UNIR 9.446 R$120.520,75

    53 26269 UNIRIO 8.372 R$106.817,67

    54 26230 UNIVASF 5.068 R$64.662,20

    55 26258 UTFPR 19.188 R$244.818,14

    Observao: As Universidades Federais da Fronteira Sul - UFFS, do Oeste do Par -UFOPA, da Integrao Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - UNILAB e da

    Integrao Latino-Americana - UNILA no receberam recursos por meio desta matriz.

    Recursos extras podero ser aportados mediante apresentao de Planos de

    Trabalho e Termos de Referncia, respeitando-se a proporo repassada s demais

    instituies.