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ISSN: 1984-3151
ANÁLISE DE RUÍDO AMBIENTAL CAUSADO POR UMA
VÁLVULA PNEUMÁTICA DE LOCOMOTIVA
Daniel Felipe Soares de Oliveira1; Leandro Antonio da Silva1; Maria Eugênia da Costa
Machado²; Euzébio da Silva3.
RESUMO: O trabalho em questão busca, através de pesquisas e estudo, discutir e identificar possíveis soluções a serem implantadas às válvulas de dreno pneumático das locomotivas, a fim de amenizar o ruído ambiental causado pelo seu funcionamento. A metodologia foi baseada em pesquisas literária referentes aos temas ruído ambiental, válvula de dreno utilizadas em locomotivas e ergonomia, busca por aquisição de material teórico específico sobre válvulas de dreno e elaboração de questionário, confecção de vídeos – comentário e por último, foi elaborado um vídeo mostrando o funcionamento da válvula, com a finalidade de ponderar a análise estudada no trabalho em questão, de que é possível minimização do ruído gerado pela mesma.
PALAVRAS-CHAVE: Artigo. Válvula de dreno pneumático. Revista e-xacta.
ABSTRACT: The work in question seeks through research and study discuss and identify possible solutions to be deployed to the drain valves pneumatic locomotives in order to minimize environmental noise caused by its operation.
KEYWORDS: Article. pneumatic drain valve. Revista e-xacta.
____________________________________________________________________________
1 INTRODUÇÃO
Por constituir uma preocupação há cerca de 2.500
anos confirmada por relatos históricos de vários
pesquisadores e tendo em vista o crescente aumento
de agentes desencadeadores, o ruído assume um
interesse significativo na área científica, na elaboração
de estudos e propostas para o controle desse inimigo
silencioso e sorrateiro.
Definido como o som capaz de provocar dano ao
Sistema Auditivo, que interfere no equilíbrio
bioquímico do organismo, comprovado especialmente
na indústria, o ruído representa um problema sério,
causando danos auditivos em milhares de
trabalhadores, influenciando na capacidade de
atenção e reduzindo o desempenho de suas
atividades, tanto intelectuais como físicas.
O desenvolvimento tecnológico das indústrias e o
crescimento dos grandes centros urbanos submetem
e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponível em: www.unibh.br/revistas/exacta/
1 Estudantes do curso de Engenharia de Produção. No
Centro Universitário de Belo Horizonte - UniBH. Belo
Horizonte, MG. [email protected];
2 Orientadora: Prof.ª. MSc. da disciplina Trabalho
Interdisciplinar de Graduação III do curso de Engenharia de
Produção no Centro Universitário de Belo Horizonte -
UNIBH. Belo Horizonte, [email protected].
3 Euzébio da Silva: Prof. MSc. Da disciplina Ergonomia e
segurança do trabalho do curso de Engenharia de
Produção no Centro Universitário de Belo Horizonte –
UNIBH. Belo Horizonte, MG.
o indivíduo ao convívio permanente do ruído, não
respeitando convenções e nem classes sociais.
Pesquisas de Souza F.(1992a) revelam que a poluição
sonora ocupa a terceira posição entre as doenças
ocupacionais, motivo pelo qual conduziu o interesse
pelo tema proposto.
O presente trabalho objetivou mostrar as influências e
manifestações do ruído em válvulas de dreno nos
reservatórios de ar nas locomotivas.
Para a realização deste estudo foi utilizado um
referencial teórico sobre locomotivas, o funcionamento
das válvulas de dreno nas locomotivas e sobre o ruído
e seus efeitos.
Desta maneira, este estudo pretende apontar o ruído
gerado por esses drenos nas locomotivas e relatos da
comunidade que vive em torno desse ruído ambiental.
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA
De que modo é possível amenizar os ruídos causados
pelo expurgo das válvulas pneumáticas?
1.1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA
Segundo Lida (1990), existe diversas conceituações
de ruído. Aquela mais usual é que considera o ruído
como um “som indesejável”. Seja em casa, no
trabalho, no trânsito, o tempo todo estamos expostos
ao ruído ambiental, principalmente quando vivemos
nos grandes centros urbanos. O grande problema da
exposição ao ruído é que as pessoas ainda não
percebem o impacto deste (que é considerado a
terceira maior causa de poluição ambiental) em sua
qualidade de vida. Esta pesquisa buscou novas
alternativas para o controle do ruído das válvulas
pneumáticas encontradas nas locomotivas, já que este
tema assume uma dimensão maior, por se referir à
saúde pública.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 OBJETIVO GERAL
Pesquisar soluções capazes de reduzir o ruído
ambiental gerado pelas válvulas de dreno das
locomotivas.
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apresentar os tipos de válvulas de dreno
utilizados na locomotiva.
Estudar o mecanismo da válvula de dreno das
locomotivas.
Pesquisar sobre os ruídos ambientais e seus
efeitos, contextualizando na ferrovia.
Elaborar um vídeo demonstrando o
funcionamento das válvulas e consequências.
1.3 JUSTIFICATIVA
Segundo a ABEBRO, duas das áreas de atuação do
engenheiro de produção, foca a segurança do trabalho
e a otimização de processos e produtos para adequar
o ambiente de trabalho com as atividades realizadas,
proporcionando uma redução nos prejuízos através da
minimização de riscos físicos e de erros nos
processos de produção. Por isso de acordo com as
áreas de atuação do engenheiro de produção
definidas pela ABEPRO, Justificamos a necessidade
do trabalho em questão, pelo fato de que ele
demonstra a necessidade de elaborar um produto,
capaz de minimizar o ruído ambiental existente no
ambiente de trabalho analisado, ruído que vem
afetando a comunidade local e com isso gerando
entraves judiciais e sociais entre empresa, moradores
e comerciantes locais.
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Hoje, um dos grandes problemas do meio urbano é o
ruído ambiental, fator que gera grandes transtornos
para a sociedade e também causam doenças
ocupacionais em empresas.
Uma empresa de transporte ferroviário utiliza em seu
meio de produção locomotivas como uma das
principais ferramentas de trabalho, sendo que tais
locomotivas geram uma grande variedade de ruídos.
Um desses ruídos, de grande potencial sonoro, é o
gerado pelo sistema pneumático da locomotiva
através das válvulas de expurgo, que através do seu
funcionamento ejetam ar com uma intensidade de
ruído considerável.
Apesar de existirem leis ambientais obrigatórias, que
enquadram empresas protegendo seus funcionários
de danos ocupacionais com uso dos EPI´s, a
comunidade em torno da empresa acaba tendo que
conviver com o mesmo ruído produzido, porém sem a
mesma proteção. Dessa forma, faz-se necessário uma
investigação acerca desse contexto para que se
apresente possibilidades de minimização de tal
impacto sonoro.
Assim, esse trabalho se justifica pelo fato de criar um
produto ou processo capaz de minimizar o ruído
produzido pelas válvulas de expurgo e
consequentemente os transtornos na sociedade em
torno visando extinguir intervenções judiciais nas
empresas por um órgão público.
1.4 DISCUSSÕES COM AS DISCIPLINAS
Um Engenheiro de Produção necessita de
conhecimentos básicos, adquiridos em sua formação,
para desenvolver seu trabalho de forma correta e
precisa.
A disciplina de Ergonomia auxilia o Engenheiro de
Produção no estudo da melhor adequação do produto
e processos para melhor atender as especificações
técnicas e normativas de órgãos fiscalizadores a fim
de evitar prejuízo físico e consequentemente
financeiro das empresas por onde o profissional atua.
A disciplina foi utilizada com o auxílio do professor e
coorientador Euzébio de Queiroz, de forma a estudar
a definição de ruído ambiental existente no setor
ferroviário para através desse estudo identificar os
ruídos existentes na área e desenvolver mecanismos
capazes de minimiza-los.
Utilizamos conhecimentos adquiridos na disciplina de
Cálculo de Várias Variáveis para desenvolver o
desenho do protótipo, onde foi preciso calcular as
áreas e dimensão da câmara de expansão do modelo,
que ao ser confeccionado será acoplado à válvula
pneumática, de forma a amenizando o ruído.
Utilizou-se dos conhecimentos adquiridos na disciplina
de circuitos elétricos e eletrônicos, para discutir sobre
a necessidade de implantar um circuito elétrico, que
informe através de uma luz de led acesa, toda vez que
o equipamento estiver entupido e com excesso de
água para ser drenado.
A disciplina de algoritmos e programação de dados c+
+, foi utilizada na criação de um algoritmo traduzido
em código, com a função de ler os dados resultantes
do questionário aplicado na região, para saber o grau
de incomodo de moradores e comerciantes locais.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 LOCOMOTIVA
A discussão sobre a locomotiva, sua evolução e
importância do seu sistema de freio pneumático
e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponível em: www.unibh.br/revistas/exacta/
encontra-se baseada no ROF-MRS (Regulamento
Operacional Ferroviário da MRS Logística, 2011).
Locomotiva é um veículo de transporte tanto de
passageiros como de carga, conduzida por um
profissional habilitado e que trafega sozinha em linhas
férreas, também conhecida como escoteira, em
grupos formados por mais de uma locomotiva,
denominados de w ou puxando variados tipos de
vagões que juntos determinam uma composição ou
um trem.
Com a evolução das locomotivas, a tecnologia vem
acompanhando o desenvolvimento de novos modelos
e o que anteriormente era utilizado como método
básico deixou de existir efetivamente, como o caso
das locomotivas a vapor, a qual tirando os casos
isolados de conservação da cultura local, já não são
mais úteis para os transportes atuais. Com a evolução
das locomotivas é possível hoje transportar uma maior
quantidade de carga com maior segurança, processo
que se tornou extremamente necessário nos tempos
globalizados principalmente no Brasil, que vem
crescendo significantemente no setor de exportação
de produtos como o minério de ferro. Além de essa
evolução proporcionar uma melhora na qualidade do
transporte ferroviário, trouxe também mais segurança
e desempenho para os condutores, através de
inúmeros mecanismos eletrônicos que garantem uma
condução eficiente e segura.
O sistema de freios de uma locomotiva é entre outros
presentes, um grande responsável pela segurança de
uma condução e para garantir o desempenho eficaz
desse sistema não se pode permitir a presença de
acúmulo de umidades que na ferrovia é denominado
como veneno para o sistema de freio e para evitar que
esse mal ocorra, mecanismos foram instalados nas
locomotivas. Dente eles, destacam-se as válvulas de
drenagem que permitem manter o sistema seco e
seguro, ao passo que agem retirando a umidade
acumulada pela pressão nos encanamentos. Por isso,
falaremos mais detalhadamente sobre esse sistema e
sobre a válvula responsável pela drenagem dos
reservatórios pneumáticos de uma locomotiva.
2.2 SISTEMAS PNEUMÁTICO DE UMA LOCOMOTIVA
A discussão a seguir, sobre o sistema pneumático e
os tipos diferentes de sistema durante a evolução,
foram retirados do site Fiemg.
Define-se como sistema de freio ferroviário a base que
os veículos ferroviários usam para acionar os freios,
por meio do atrito entre a sapata, a roda e o trilho,
retardando ou parando o trem.
Após a chegada do sistema de freio a ar comprimido
automático, os sistemas anteriores a este caíram em
desuso. Abaixo encontra-se a evolução de tal sistema.
2.2.1 FREIO A VAPOR
O freio a vapor foi desenvolvido por George
Stemphenson entre os anos 1833 e 1834 que
consistia em transformar em energia mecânica o
vapor gerado pela caldeira localizada dentro das
cabines das locomotivas. As locomotivas providas de
cilindro de freio atuado a vapor, apesar de serem
vistas como um progresso, não eram eficientes em
temperaturas mais baixas.
2.2.2 FREIO A VÁCUO
O freio a vácuo foi criado por Nehemiah Hodge em
1860. É constituído por um cilindro de freio alojado em
cada veículo e ligado ao encanamento geral, que tem
a finalidade de assegurar o meio por onde se faz a
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evacuação de todos os cilindros da composição
(alívio) e por onde, mediante a diminuição do grau de
vácuo inicial nele existente, controla-se a formação da
pressão nos cilindros de freio da composição
(aplicação). (FIENG, 2013).
Nesse sistema de freio, a pressão de ar atmosférico é
utilizada para criar uma força que faça as sapatas de
freio atuarem contra as rodas.
A baixa pressão obtida com o uso desse tipo de
equipamento fazia com que as câmaras ou cilindros
de freio a vácuo fossem grandes e pesados de forma
excessiva, para que se pudesse atingir a força de
frenagem suficiente.
De acordo com Darigo, citado por IME (2006), a
pressão máxima que se pode obter para acionar o
êmbolo dos cilindros de freio a vácuo fica limitada ao
valor da pressão atmosférica, supondo-se que seja
possível se obter o vácuo perfeito no sistema.
Outro inconveniente do freio a vácuo era a perda de
sua eficiência à medida que passava a operar em
locais mais elevados.
2.2.3 FREIO A AR DIREITO
Apesar de o modelo de ferrovia que conhecemos hoje
ter surgido no início do século XIX, a primeira
locomotiva bem-sucedida adveio em 1829. Mas ainda
assim, em 1969 sua velocidade ainda era restrita, já
que ainda não havia segurança para frear os trens.
Então, George Westinghouse inventou o primeiro
equipamento de freio a ar comprimido, composto
pelos seguintes elementos:
Um compressor acionado pelo vapor da locomotiva;
Um reservatório de ar;
Uma torneira de três vias;
Um cilindro de freio em cada veículo;
Mangueiras de intercomunicação.
Essa foi a base para o desenvolvimento de um
sistema que veio contribuir notoriamente não só com o
desenvolvimento da ferrovia, como também com o
progresso da indústria mundial.
Abaixo encontram-se os esquemas desse tipo de
sistema de freio:
FIGURA 1: Sistema pneumático de uma locomotiva.FONTE: Apostila Teach – treinamentos especiais
Ltda.
Esse equipamento foi batizado como Sistema de Freio
a Ar Direto. O sistema funcionava basicamente da
seguinte forma:
Em caso de ruptura de alguma mangueira de
intercomunicação em uma rampa ascendente, a parte
dianteira até poderia parar pela ação contravapor da
locomotiva, mas a parte traseira ficava sem freio, pois
o ar, como todo fluido, escapava para a atmosfera,
despressurizando os cilindros de freio;
O ar comprimido era usado como agente gerador da
força necessária para aplicar as sapatas de freio
contra as rodas;
O compressor, que funcionava com vapor, fornecia o
ar comprimido para a operação do sistema de freio;
e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponível em: www.unibh.br/revistas/exacta/
Para aplicar os freios, introduzia-se no encanamento
geral o ar comprimido contido no reservatório
principal. Para isso, bastava girar o punho da válvula
de três vias para a posição de aplicação, em que o ar
alcançaria os cilindros de freio em cada veículo da
composição e venceria a pressão da mola existente
no seu lado sem pressão, deslocando o pistão e
aplicando as sapatas contra as rodas;
Para aliviar os freios, o maquinista colocava o punho
da torneira de três vias na posição de alívio, a fim de
promover a descarga de todo o encanamento geral
para a atmosfera, esgotando a pressão de todos os
cilindros de freio. Sob ação de suas molas, os pistões
dos cilindros voltavam à posição original, aliviando os
freios de todo o trem;
Durante o alívio, a torneira de três vias isolava o
sistema de abastecimento de ar comprimido do
encanamento geral do trem.
Apesar de restringir o tamanho das composições e
dos problemas de choque entre os vagões
decorrentes dos altos tempos de aplicação e alívio dos
freios, esse sistema ainda não era seguro. Caso o
encanamento geral do trem se rompesse, a aplicação
dos freios não se efetuava em toda a composição.
2.2.3 FREIO DE AR AUTOMÁTICO
Na tentativa de suprimir as deficiências do freio a ar
direto, George Westinghouse desenvolveu e
patenteou em 1872 o primeiro equipamento de freio a
ar automático.
Além dos equipamentos do freio a ar direto, esse
sistema inclui mais uma válvula tríplice, que recebe
esse nome porque dá conta de três funções:
Aplicação e alívio;
Reservatório de ar (reservatório auxiliar);
Tubulação de controle (encanamento geral).
Westinghouse batizou sua invenção como Sistema de
Freio Automático porque, quando há ruptura de
mangueira do encanamento geral, o freio é aplicado
automaticamente.
2.3 DISPOSITIVOS DE TRATAMENTO DO AR DE UMA
LOCOMOTIVA
2.3.1 FILTROS E SECADOR DE AR
As discussões sobre os dispositivos de tratamento do
ar de uma locomotiva foram retirados das apostilas de
treinamento especiais, elaborada pela empresa Teach
em 2010.
Em uma locomotiva podem ser usados vários tipos de
dispositivos para tratamento do ar comprimido, dentre
eles os filtros centrífugos, filtros coalescentes e
secadores de ar que servem para retirar a umidade do
sistema de freio pneumático.
2.3.2 VÁLVULA DE DRENO AUTOMÁTICO E MANUAL 580 –
H
Sua função é de drenar umidade dos reservatórios
principais deixando o sistema de freio sempre seco e
livre de possíveis acúmulos de água.
Possuem três posições reguladas no próprio punho,
posição normal de operação girando o punho no
sentido anti - horário até travar, posicionando em
modo automático e com a extremidade da haste
salientada no centro do corpo do punho. Drenagem
manual girando o punho algumas voltas no sentido
horário, controlando manualmente o fluxo de saída do
ar e isolamento girando o punho sentido horário até
e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponível em: www.unibh.br/revistas/exacta/
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que ele se fixe na base e a extremidade da haste
desapareça do centro do corpo do punho.
2.3.3 VÁLVULA DE DRENO AUTOMÁTICO E MANUAL SALEM
686
Esta válvula de dreno, também conhecida como
“purgador”, possui sistema de regulagem semelhante
ao da válvula de dreno 580 – h. Permite ajuste para
funcionamento automático (girando o punho no
sentido anti – horário), drenagem manual ou
isolamento no próprio punho (girando o punho no
sentido horário).
Seu funcionamento, no entanto, difere do
funcionamento do dreno 580 – h, pois seu sistema de
drenagem é acionado de forma constante, enquanto
houver pressão de ar nos reservatórios principais.
Em algumas locomotivas esses drenos são instalados
tanto nos reservatórios principais quanto nos filtros de
ar. (SIQUEIRA, 2008).
2.4 RUÍDO AMBIENTAL
As discussões e definições de ruído ambiental foram
retiradas do “PORTAL EDUCAÇÃO” Cursos Online,
2010, e foram discutidas por Moreira (2012).
O ar condicionado, o telefone que toca, a conversa
entre os colegas de trabalho, a televisão ligada, o
rádio do carro, o barulho do trânsito, a obra no prédio
ao lado, o comércio... Seja em casa, no escritório, no
trânsito, o tempo todo estamos expostos ao ruído
ambiental, principalmente quando vivemos nos
grandes centros urbanos.
O grande problema da exposição ao ruído é que as
pessoas ainda não percebem o impacto deste (que é
considerado a terceira maior causa de poluição
ambiental) em sua qualidade de vida. Elevação das
taxas de colesterol e da pressão arterial, insônia,
vertigens, tremores, irritabilidade, baixa concentração,
menor desempenho em atividades físicas e
intelectuais, ansiedade, depressão, cansaço, dores de
cabeça, intolerância a sons de forte intensidade,
zumbido, dificuldade de compreender o que as
pessoas dizem, perda auditiva. Estes são alguns
sintomas que podem surgir quando estamos
continuamente expostos ao ruído. O ruído é um
agente potencialmente estressor e seu impacto será
variável de um indivíduo para outro, assim,
determinadas pessoas terão como impacto dessa
exposição o menor rendimento no trabalho e
atividades escolares, por exemplo, enquanto outros
apresentarão complicações clínicas o aumento das
chances de desenvolver quadros crônicos como a
hipertensão, diabetes, elevação do colesterol,
aumentando as chances de derrame cerebral e
infartos por exemplo.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde,
quando estamos expostos a intensidades de até 50dB
nosso organismo é capaz de se adaptar a este
estímulo. A partir de 55db já se inicia a situação de
estresse auditivo e a partir dos 65dB tem início um
desequilíbrio bioquímico com elevação de taxas
hormonais relacionadas ao estresse (reação de fuga
ou luta, reação do organismo a uma situação de
perigo) que acarretarão o aumento da pressão
sanguínea, da frequência cardíaca e respiratória,
elevando os riscos de infarto, derrame cerebral,
infecções, osteoporose, entre outros.
Quando esta exposição é duradoura, ocorre a
segunda fase do estresse, a reação de resistência,
caracterizada pelo cansaço, ansiedade, problemas de
memória e surgimento de doenças agudas como as
gripes. A terceira fase representa o estresse crônico, é
a exaustão, quando surgem os quadros de insônia,
erros de julgamento, mudança de personalidade,
e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponível em: www.unibh.br/revistas/exacta/
doenças crônicas coronarianas, respiratórias,
digestivas, mentais entre outras.
Estas alterações surgem lentamente e dependem do
tempo de exposição, da susceptibilidade deste
indivíduo a estas alterações e da continuidade desta
exposição. A exposição frequente da população a
ruídos de aparelhos eletrônicos como celulares e
tocadores de MP3, sons de carro, trios elétricos,
shows, bares, ou mesmo em casa e no escritório
podem acarretar, além dos sintomas acima, perdas
auditivas induzidas por ruído e vem se caracterizando
como um importante problema de saúde pública.
Existem alguns equipamentos em uma locomotiva
capazes de gerar ruído ambiental, de forma que o
trabalho em questão foca em um específico, que é o
ruído gerado pelas válvulas de dreno dos
reservatórios principais e secadores de ar das
locomotivas.
O ruído gerado por essas válvulas são comuns em
pátios de manobras e oficinas, visto que estes pátios
contém a presença de um número considerável de
locomotivas, porém dentro dos pátios de manobras e
oficinas, os funcionários estão protegidos pelos Epi`s
(equipamentos de proteção individual), que são de uso
obrigatório e que eliminam o risco de uma perda
auditiva, amenizando o ruído presente no ambiente de
trabalho.
No ambiente em torno de pátios ferroviários de
manobra e de oficinas de locomotivas é fácil perceber
os ruídos ambientais quando se aproxima e as
reclamações da comunidade local são constantes,
referentes ao barulho gerado pelas locomotivas e
principalmente pelas válvulas de expurgo.
O trabalho apresentado tende a estudar maneiras de
amenizar ou até mesmo extinguir o ruído gerado pelas
válvulas de expurgo dos reservatórios principais, de
forma a reduzir as reclamações da população
residente em torno dos pátios de manobra e oficinas
de locos, evitando como isso possíveis processos
judiciais referentes ao ruído ambiental presente no
local.
3. METODOLOGIA
A metodologia foi baseada em pesquisas literária
referentes aos temas ruído ambiental, válvula de
dreno utilizadas em locomotivas e ergonomia, assim
como a busca por aquisição de material teórico
específico sobre válvulas de dreno e elaboração de
questionário, para a confecção de vídeos – comentário
contendo o ponto de vista de moradores da região
analisada a respeito de possíveis problemas locais
que os incomodam. Por último, foi elaborado um vídeo
mostrando o funcionamento da válvula, com a
finalidade de ponderar a análise estudada no trabalho
em questão, de que é possível minimização do ruído
gerado pela mesma.
Vale ressaltar que a proposta final do presente
trabalho perpassa pela adaptação da válvula
pneumática do dreno dos reservatórios e do secador
de ar. Desse modo, não será possível desenvolver a
mesma em apenas um semestre, por isso, o projeto
será continuado nos próximos semestres.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através de um questionário, elaborado para verificar o
grau de incômodo de moradores e comerciantes da
região em torno da estação ferroviária no Barreiro,
foram obtidos resultados satisfatórios, de forma que a
maioria dos pesquisados se dizem extremamente
incomodados com o ruído provindo da ferrovia local.
Estes resultados foram demonstrados em um
programa de código c++, criado para ler os dados
e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponível em: www.unibh.br/revistas/exacta/
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obtidos e apresentar os resultados em quantidade de
pessoas incomodadas ou não e a porcentagem
relativa ao grau de insatisfação de cada entrevistado
incomodado.
Junto com o questionário foi elaborado na região
pesquisada, vídeos-entrevista com moradores e
comerciantes relatando o incômodo com o ruído local.
Estes vídeos foram editados e inseridos na
apresentação final.
Para iniciar o estudo visando a próxima etapa do
projeto, foi criado um desenho de protótipo através do
programa auto CAD 2010, a fim de esboçar o produto
a ser desenvolvido no próximo semestre. Este
desenho será inserido na apresentação junto com um
vídeo mostrando a válvula estudada em
funcionamento e através deste vídeo, será possível
demonstrar como o protótipo pode ser acoplado a ela,
de forma a gerar o resultado proposto neste trabalho.
5. Conclusão
Chegamos totalmente ao objetivo da primeira etapa do
trabalho, de forma satisfatória, através dos dados
adquiridos no questionário elaborado e os vídeos
produzidos, chegamos a conclusão que 70% dos
pesquisados estão incomodados com o ruído da
ferrovia no local e dentre esses 70%, 85,72% estão
extremamente incomodados, de forma a demonstrar a
importância de se minimizar o ruído gerado pela
ferrovia local.
De acordo com as pesquisas bibliográficas e técnicas,
concluímos que há uma possibilidade viável de reduzir
o ruído produzido pela válvula de dreno das
locomotivas, através da criação de um silenciador, que
acoplado à válvula, reduzi o ruído dos expurgos
pneumáticos gerados por ela.
REFERÊNCIAS
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Engenharia de Produção. Disponível em:
http://www.abepro.org.br/ Acesso em: abril 2013
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
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26.
SIQUEIRA, ALINE PAULO; PALHANO,
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Sistema Pneumático de Freio de Locomotiva - 2011
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APÊNDICE – Questionário de Clima Regional
e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponível em: www.unibh.br/revistas/exacta/
11
1. EXISTE ALGO NA REGIÃO QUE TE INCOMODE? SIM NÃO
2. SE A RESPOSTA ANTERIOR FOR SIM DESCREVA ABAIXO ESTES INCOMODOS.________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. ESCOLHA DE A NUMERAÇÃO DE 1 A 4, PARA IDENTIFICAR O GRAU DE INCOMODO COM OS PROBLEMAS DESCRITOS.
1. PARA INDIFERENTE;2. PARA POUCO INCOMODADO;3. PARA MUITO INCOMODADO;4. PARA EXTREMAENTE INCOMODADO;
ESCOLHA:
APÊNDICE – Código C++ sobre Questionário de Clima Regional
#include<iostream>#include<iomanip>using namespace std;
e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponível em: www.unibh.br/revistas/exacta/
int main (){ char resp1; int cont1, cont2, cont3, cont4, controle, conts=0, contn=0, resp3; double perc1, perc2, perc3, perc4; cont1=0; cont2=0; cont3=0; cont4=0; system ("chcp 1252>nul"); do { cout<<"Existe algo na região que te encomode? \n Digite s ou n"<<endl; cin>>resp1; if((resp1=='s') || (resp1=='S')) { conts++; cout<<"Escolha uma opção para identificar o grau de incômodo com os problemas descritos"<<endl; cout<<"\n 1 para indiferente;\n 2 para pouco incomodado;\n 3 para muito incomodado;\n 4 para extremamente incomodado;"<<endl; cin>>resp3; switch (resp3) { case 1: cont1++; break; case 2: cont2++; break; case 3: cont3++; break; case 4: cont4++; break; default: cout<<"Código inválido"<<endl; return 0; } } else contn++; cout<<"Digite 3 para continuar ou 0 para finalizar"<<endl; cin>>controle; } while (controle != 0); perc1=(100*cont1)/10; perc2=(100*cont2)/10; perc3=(100*cont3)/10; perc4=(100*cont4)/10; cout<<conts<<" Pessoas responderam sim"<<endl; cout<<contn<<" Pessoas responderam não"<<endl; cout<<std::setprecision(4)<<perc1<<" porcento acham o grau de incomodo indiferente"<<endl; cout<<std::setprecision(4)<<perc2<<" porcento acham o grau de incomodo pouco"<<endl; cout<<std::setprecision(4)<<perc3<<" porcento acham o grau de incomodo muito"<<endl; cout<<std::setprecision(4)<<perc4<<" porcento acham o grau de incomodo extremamente"<<endl; system ("pause");
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