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ISSN: 1984-3151 ANÁLISE DE RUÍDO AMBIENTAL CAUSADO POR UMA VÁLVULA PNEUMÁTICA DE LOCOMOTIVA Daniel Felipe Soares de Oliveira 1 ; Leandro Antonio da Silva 1 ; Maria Eugênia da Costa Machado²; Euzébio da Silva 3 . RESUMO: O trabalho em questão busca, através de pesquisas e estudo, discutir e identificar possíveis soluções a serem implantadas às válvulas de dreno pneumático das locomotivas, a fim de amenizar o ruído ambiental causado pelo seu funcionamento. A metodologia foi baseada em pesquisas literária referentes aos temas ruído ambiental, válvula de dreno utilizadas em locomotivas e ergonomia, busca por aquisição de material teórico específico sobre válvulas de dreno e elaboração de questionário, confecção de vídeos – comentário e por último, foi elaborado um vídeo mostrando o funcionamento da válvula, com a finalidade de ponderar a análise estudada no trabalho em questão, de que é possível minimização do ruído gerado pela mesma. PALAVRAS-CHAVE: Artigo. Válvula de dreno pneumático. Revista e-xacta. ABSTRACT: The work in question seeks through research and study discuss and identify possible solutions to be deployed to the drain valves pneumatic locomotives in order to minimize environmental noise caused by its operation. KEYWORDS: Article. pneumatic drain valve. Revista e-xacta. ______________________________________________________________________ ______ 1 INTRODUÇÃO Por constituir uma preocupação há cerca de 2.500 anos confirmada por relatos históricos de vários pesquisadores e tendo em vista o crescente aumento de agentes desencadeadores, o ruído assume um interesse significativo na área científica, na elaboração de estudos e e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponível em: www.unibh.br/revistas/exacta/ 1 Estudantes do curso de Engenharia de Produção. No Centro Universitário de Belo Horizonte - UniBH. Belo Horizonte, MG. [email protected] ; [email protected]. 2 Orientadora: Prof.ª. MSc. da disciplina Trabalho Interdisciplinar de Graduação III do curso de Engenharia de Produção no Centro Universitário de Belo Horizonte - UNIBH. Belo Horizonte, [email protected].

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ISSN: 1984-3151

ANÁLISE DE RUÍDO AMBIENTAL CAUSADO POR UMA

VÁLVULA PNEUMÁTICA DE LOCOMOTIVA

Daniel Felipe Soares de Oliveira1; Leandro Antonio da Silva1; Maria Eugênia da Costa

Machado²; Euzébio da Silva3.

RESUMO: O trabalho em questão busca, através de pesquisas e estudo, discutir e identificar possíveis soluções a serem implantadas às válvulas de dreno pneumático das locomotivas, a fim de amenizar o ruído ambiental causado pelo seu funcionamento. A metodologia foi baseada em pesquisas literária referentes aos temas ruído ambiental, válvula de dreno utilizadas em locomotivas e ergonomia, busca por aquisição de material teórico específico sobre válvulas de dreno e elaboração de questionário, confecção de vídeos – comentário e por último, foi elaborado um vídeo mostrando o funcionamento da válvula, com a finalidade de ponderar a análise estudada no trabalho em questão, de que é possível minimização do ruído gerado pela mesma.

PALAVRAS-CHAVE: Artigo. Válvula de dreno pneumático. Revista e-xacta.

ABSTRACT: The work in question seeks through research and study discuss and identify possible solutions to be deployed to the drain valves pneumatic locomotives in order to minimize environmental noise caused by its operation.

KEYWORDS: Article. pneumatic drain valve. Revista e-xacta.

____________________________________________________________________________

1 INTRODUÇÃO

Por constituir uma preocupação há cerca de 2.500

anos confirmada por relatos históricos de vários

pesquisadores e tendo em vista o crescente aumento

de agentes desencadeadores, o ruído assume um

interesse significativo na área científica, na elaboração

de estudos e propostas para o controle desse inimigo

silencioso e sorrateiro.

Definido como o som capaz de provocar dano ao

Sistema Auditivo, que interfere no equilíbrio

bioquímico do organismo, comprovado especialmente

na indústria, o ruído representa um problema sério,

causando danos auditivos em milhares de

trabalhadores, influenciando na capacidade de

atenção e reduzindo o desempenho de suas

atividades, tanto intelectuais como físicas.

O desenvolvimento tecnológico das indústrias e o

crescimento dos grandes centros urbanos submetem

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponível em: www.unibh.br/revistas/exacta/

1 Estudantes do curso de Engenharia de Produção. No

Centro Universitário de Belo Horizonte - UniBH. Belo

Horizonte, MG. [email protected];

[email protected].

2 Orientadora: Prof.ª. MSc. da disciplina Trabalho

Interdisciplinar de Graduação III do curso de Engenharia de

Produção no Centro Universitário de Belo Horizonte -

UNIBH. Belo Horizonte, [email protected].

3 Euzébio da Silva: Prof. MSc. Da disciplina Ergonomia e

segurança do trabalho do curso de Engenharia de

Produção no Centro Universitário de Belo Horizonte –

UNIBH. Belo Horizonte, MG.

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o indivíduo ao convívio permanente do ruído, não

respeitando convenções e nem classes sociais.

Pesquisas de Souza F.(1992a) revelam que a poluição

sonora ocupa a terceira posição entre as doenças

ocupacionais, motivo pelo qual conduziu o interesse

pelo tema proposto.

O presente trabalho objetivou mostrar as influências e

manifestações do ruído em válvulas de dreno nos

reservatórios de ar nas locomotivas.

Para a realização deste estudo foi utilizado um

referencial teórico sobre locomotivas, o funcionamento

das válvulas de dreno nas locomotivas e sobre o ruído

e seus efeitos.

Desta maneira, este estudo pretende apontar o ruído

gerado por esses drenos nas locomotivas e relatos da

comunidade que vive em torno desse ruído ambiental.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

De que modo é possível amenizar os ruídos causados

pelo expurgo das válvulas pneumáticas?

1.1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA

Segundo Lida (1990), existe diversas conceituações

de ruído. Aquela mais usual é que considera o ruído

como um “som indesejável”. Seja em casa, no

trabalho, no trânsito, o tempo todo estamos expostos

ao ruído ambiental, principalmente quando vivemos

nos grandes centros urbanos. O grande problema da

exposição ao ruído é que as pessoas ainda não

percebem o impacto deste (que é considerado a

terceira maior causa de poluição ambiental) em sua

qualidade de vida. Esta pesquisa buscou novas

alternativas para o controle do ruído das válvulas

pneumáticas encontradas nas locomotivas, já que este

tema assume uma dimensão maior, por se referir à

saúde pública.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

Pesquisar soluções capazes de reduzir o ruído

ambiental gerado pelas válvulas de dreno das

locomotivas.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Apresentar os tipos de válvulas de dreno

utilizados na locomotiva.

Estudar o mecanismo da válvula de dreno das

locomotivas.

Pesquisar sobre os ruídos ambientais e seus

efeitos, contextualizando na ferrovia.

Elaborar um vídeo demonstrando o

funcionamento das válvulas e consequências.

1.3 JUSTIFICATIVA

Segundo a ABEBRO, duas das áreas de atuação do

engenheiro de produção, foca a segurança do trabalho

e a otimização de processos e produtos para adequar

o ambiente de trabalho com as atividades realizadas,

proporcionando uma redução nos prejuízos através da

minimização de riscos físicos e de erros nos

processos de produção. Por isso de acordo com as

áreas de atuação do engenheiro de produção

definidas pela ABEPRO, Justificamos a necessidade

do trabalho em questão, pelo fato de que ele

demonstra a necessidade de elaborar um produto,

capaz de minimizar o ruído ambiental existente no

ambiente de trabalho analisado, ruído que vem

afetando a comunidade local e com isso gerando

entraves judiciais e sociais entre empresa, moradores

e comerciantes locais.

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Hoje, um dos grandes problemas do meio urbano é o

ruído ambiental, fator que gera grandes transtornos

para a sociedade e também causam doenças

ocupacionais em empresas.

Uma empresa de transporte ferroviário utiliza em seu

meio de produção locomotivas como uma das

principais ferramentas de trabalho, sendo que tais

locomotivas geram uma grande variedade de ruídos.

Um desses ruídos, de grande potencial sonoro, é o

gerado pelo sistema pneumático da locomotiva

através das válvulas de expurgo, que através do seu

funcionamento ejetam ar com uma intensidade de

ruído considerável.

Apesar de existirem leis ambientais obrigatórias, que

enquadram empresas protegendo seus funcionários

de danos ocupacionais com uso dos EPI´s, a

comunidade em torno da empresa acaba tendo que

conviver com o mesmo ruído produzido, porém sem a

mesma proteção. Dessa forma, faz-se necessário uma

investigação acerca desse contexto para que se

apresente possibilidades de minimização de tal

impacto sonoro.

Assim, esse trabalho se justifica pelo fato de criar um

produto ou processo capaz de minimizar o ruído

produzido pelas válvulas de expurgo e

consequentemente os transtornos na sociedade em

torno visando extinguir intervenções judiciais nas

empresas por um órgão público.

1.4 DISCUSSÕES COM AS DISCIPLINAS

Um Engenheiro de Produção necessita de

conhecimentos básicos, adquiridos em sua formação,

para desenvolver seu trabalho de forma correta e

precisa.

A disciplina de Ergonomia auxilia o Engenheiro de

Produção no estudo da melhor adequação do produto

e processos para melhor atender as especificações

técnicas e normativas de órgãos fiscalizadores a fim

de evitar prejuízo físico e consequentemente

financeiro das empresas por onde o profissional atua.

A disciplina foi utilizada com o auxílio do professor e

coorientador Euzébio de Queiroz, de forma a estudar

a definição de ruído ambiental existente no setor

ferroviário para através desse estudo identificar os

ruídos existentes na área e desenvolver mecanismos

capazes de minimiza-los.

Utilizamos conhecimentos adquiridos na disciplina de

Cálculo de Várias Variáveis para desenvolver o

desenho do protótipo, onde foi preciso calcular as

áreas e dimensão da câmara de expansão do modelo,

que ao ser confeccionado será acoplado à válvula

pneumática, de forma a amenizando o ruído.

Utilizou-se dos conhecimentos adquiridos na disciplina

de circuitos elétricos e eletrônicos, para discutir sobre

a necessidade de implantar um circuito elétrico, que

informe através de uma luz de led acesa, toda vez que

o equipamento estiver entupido e com excesso de

água para ser drenado.

A disciplina de algoritmos e programação de dados c+

+, foi utilizada na criação de um algoritmo traduzido

em código, com a função de ler os dados resultantes

do questionário aplicado na região, para saber o grau

de incomodo de moradores e comerciantes locais.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 LOCOMOTIVA

A discussão sobre a locomotiva, sua evolução e

importância do seu sistema de freio pneumático

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encontra-se baseada no ROF-MRS (Regulamento

Operacional Ferroviário da MRS Logística, 2011).

Locomotiva é um veículo de transporte tanto de

passageiros como de carga, conduzida por um

profissional habilitado e que trafega sozinha em linhas

férreas, também conhecida como escoteira, em

grupos formados por mais de uma locomotiva,

denominados de w ou puxando variados tipos de

vagões que juntos determinam uma composição ou

um trem.

Com a evolução das locomotivas, a tecnologia vem

acompanhando o desenvolvimento de novos modelos

e o que anteriormente era utilizado como método

básico deixou de existir efetivamente, como o caso

das locomotivas a vapor, a qual tirando os casos

isolados de conservação da cultura local, já não são

mais úteis para os transportes atuais. Com a evolução

das locomotivas é possível hoje transportar uma maior

quantidade de carga com maior segurança, processo

que se tornou extremamente necessário nos tempos

globalizados principalmente no Brasil, que vem

crescendo significantemente no setor de exportação

de produtos como o minério de ferro. Além de essa

evolução proporcionar uma melhora na qualidade do

transporte ferroviário, trouxe também mais segurança

e desempenho para os condutores, através de

inúmeros mecanismos eletrônicos que garantem uma

condução eficiente e segura.

O sistema de freios de uma locomotiva é entre outros

presentes, um grande responsável pela segurança de

uma condução e para garantir o desempenho eficaz

desse sistema não se pode permitir a presença de

acúmulo de umidades que na ferrovia é denominado

como veneno para o sistema de freio e para evitar que

esse mal ocorra, mecanismos foram instalados nas

locomotivas. Dente eles, destacam-se as válvulas de

drenagem que permitem manter o sistema seco e

seguro, ao passo que agem retirando a umidade

acumulada pela pressão nos encanamentos. Por isso,

falaremos mais detalhadamente sobre esse sistema e

sobre a válvula responsável pela drenagem dos

reservatórios pneumáticos de uma locomotiva.

2.2 SISTEMAS PNEUMÁTICO DE UMA LOCOMOTIVA

A discussão a seguir, sobre o sistema pneumático e

os tipos diferentes de sistema durante a evolução,

foram retirados do site Fiemg.

Define-se como sistema de freio ferroviário a base que

os veículos ferroviários usam para acionar os freios,

por meio do atrito entre a sapata, a roda e o trilho,

retardando ou parando o trem.

Após a chegada do sistema de freio a ar comprimido

automático, os sistemas anteriores a este caíram em

desuso. Abaixo encontra-se a evolução de tal sistema.

2.2.1 FREIO A VAPOR

O freio a vapor foi desenvolvido por George

Stemphenson entre os anos 1833 e 1834 que

consistia em transformar em energia mecânica o

vapor gerado pela caldeira localizada dentro das

cabines das locomotivas. As locomotivas providas de

cilindro de freio atuado a vapor, apesar de serem

vistas como um progresso, não eram eficientes em

temperaturas mais baixas.

2.2.2 FREIO A VÁCUO

O freio a vácuo foi criado por Nehemiah Hodge em

1860. É constituído por um cilindro de freio alojado em

cada veículo e ligado ao encanamento geral, que tem

a finalidade de assegurar o meio por onde se faz a

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evacuação de todos os cilindros da composição

(alívio) e por onde, mediante a diminuição do grau de

vácuo inicial nele existente, controla-se a formação da

pressão nos cilindros de freio da composição

(aplicação). (FIENG, 2013).

Nesse sistema de freio, a pressão de ar atmosférico é

utilizada para criar uma força que faça as sapatas de

freio atuarem contra as rodas.

A baixa pressão obtida com o uso desse tipo de

equipamento fazia com que as câmaras ou cilindros

de freio a vácuo fossem grandes e pesados de forma

excessiva, para que se pudesse atingir a força de

frenagem suficiente.

De acordo com Darigo, citado por IME (2006), a

pressão máxima que se pode obter para acionar o

êmbolo dos cilindros de freio a vácuo fica limitada ao

valor da pressão atmosférica, supondo-se que seja

possível se obter o vácuo perfeito no sistema.

Outro inconveniente do freio a vácuo era a perda de

sua eficiência à medida que passava a operar em

locais mais elevados.

2.2.3 FREIO A AR DIREITO

Apesar de o modelo de ferrovia que conhecemos hoje

ter surgido no início do século XIX, a primeira

locomotiva bem-sucedida adveio em 1829. Mas ainda

assim, em 1969 sua velocidade ainda era restrita, já

que ainda não havia segurança para frear os trens.

Então, George Westinghouse inventou o primeiro

equipamento de freio a ar comprimido, composto

pelos seguintes elementos:

Um compressor acionado pelo vapor da locomotiva;

Um reservatório de ar;

Uma torneira de três vias;

Um cilindro de freio em cada veículo;

Mangueiras de intercomunicação.

Essa foi a base para o desenvolvimento de um

sistema que veio contribuir notoriamente não só com o

desenvolvimento da ferrovia, como também com o

progresso da indústria mundial.

Abaixo encontram-se os esquemas desse tipo de

sistema de freio:

FIGURA 1: Sistema pneumático de uma locomotiva.FONTE: Apostila Teach – treinamentos especiais

Ltda.

Esse equipamento foi batizado como Sistema de Freio

a Ar Direto. O sistema funcionava basicamente da

seguinte forma:

Em caso de ruptura de alguma mangueira de

intercomunicação em uma rampa ascendente, a parte

dianteira até poderia parar pela ação contravapor da

locomotiva, mas a parte traseira ficava sem freio, pois

o ar, como todo fluido, escapava para a atmosfera,

despressurizando os cilindros de freio;

O ar comprimido era usado como agente gerador da

força necessária para aplicar as sapatas de freio

contra as rodas;

O compressor, que funcionava com vapor, fornecia o

ar comprimido para a operação do sistema de freio;

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Para aplicar os freios, introduzia-se no encanamento

geral o ar comprimido contido no reservatório

principal. Para isso, bastava girar o punho da válvula

de três vias para a posição de aplicação, em que o ar

alcançaria os cilindros de freio em cada veículo da

composição e venceria a pressão da mola existente

no seu lado sem pressão, deslocando o pistão e

aplicando as sapatas contra as rodas;

Para aliviar os freios, o maquinista colocava o punho

da torneira de três vias na posição de alívio, a fim de

promover a descarga de todo o encanamento geral

para a atmosfera, esgotando a pressão de todos os

cilindros de freio. Sob ação de suas molas, os pistões

dos cilindros voltavam à posição original, aliviando os

freios de todo o trem;

Durante o alívio, a torneira de três vias isolava o

sistema de abastecimento de ar comprimido do

encanamento geral do trem.

Apesar de restringir o tamanho das composições e

dos problemas de choque entre os vagões

decorrentes dos altos tempos de aplicação e alívio dos

freios, esse sistema ainda não era seguro. Caso o

encanamento geral do trem se rompesse, a aplicação

dos freios não se efetuava em toda a composição.

2.2.3 FREIO DE AR AUTOMÁTICO

Na tentativa de suprimir as deficiências do freio a ar

direto, George Westinghouse desenvolveu e

patenteou em 1872 o primeiro equipamento de freio a

ar automático.

Além dos equipamentos do freio a ar direto, esse

sistema inclui mais uma válvula tríplice, que recebe

esse nome porque dá conta de três funções:

Aplicação e alívio;

Reservatório de ar (reservatório auxiliar);

Tubulação de controle (encanamento geral).

Westinghouse batizou sua invenção como Sistema de

Freio Automático porque, quando há ruptura de

mangueira do encanamento geral, o freio é aplicado

automaticamente.

2.3 DISPOSITIVOS DE TRATAMENTO DO AR DE UMA

LOCOMOTIVA

2.3.1 FILTROS E SECADOR DE AR

As discussões sobre os dispositivos de tratamento do

ar de uma locomotiva foram retirados das apostilas de

treinamento especiais, elaborada pela empresa Teach

em 2010.

Em uma locomotiva podem ser usados vários tipos de

dispositivos para tratamento do ar comprimido, dentre

eles os filtros centrífugos, filtros coalescentes e

secadores de ar que servem para retirar a umidade do

sistema de freio pneumático.

2.3.2 VÁLVULA DE DRENO AUTOMÁTICO E MANUAL 580 –

H

Sua função é de drenar umidade dos reservatórios

principais deixando o sistema de freio sempre seco e

livre de possíveis acúmulos de água.

Possuem três posições reguladas no próprio punho,

posição normal de operação girando o punho no

sentido anti - horário até travar, posicionando em

modo automático e com a extremidade da haste

salientada no centro do corpo do punho. Drenagem

manual girando o punho algumas voltas no sentido

horário, controlando manualmente o fluxo de saída do

ar e isolamento girando o punho sentido horário até

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que ele se fixe na base e a extremidade da haste

desapareça do centro do corpo do punho.

2.3.3 VÁLVULA DE DRENO AUTOMÁTICO E MANUAL SALEM

686

Esta válvula de dreno, também conhecida como

“purgador”, possui sistema de regulagem semelhante

ao da válvula de dreno 580 – h. Permite ajuste para

funcionamento automático (girando o punho no

sentido anti – horário), drenagem manual ou

isolamento no próprio punho (girando o punho no

sentido horário).

Seu funcionamento, no entanto, difere do

funcionamento do dreno 580 – h, pois seu sistema de

drenagem é acionado de forma constante, enquanto

houver pressão de ar nos reservatórios principais.

Em algumas locomotivas esses drenos são instalados

tanto nos reservatórios principais quanto nos filtros de

ar. (SIQUEIRA, 2008).

2.4 RUÍDO AMBIENTAL

As discussões e definições de ruído ambiental foram

retiradas do “PORTAL EDUCAÇÃO” Cursos Online,

2010, e foram discutidas por Moreira (2012).

O ar condicionado, o telefone que toca, a conversa

entre os colegas de trabalho, a televisão ligada, o

rádio do carro, o barulho do trânsito, a obra no prédio

ao lado, o comércio... Seja em casa, no escritório, no

trânsito, o tempo todo estamos expostos ao ruído

ambiental, principalmente quando vivemos nos

grandes centros urbanos.

O grande problema da exposição ao ruído é que as

pessoas ainda não percebem o impacto deste (que é

considerado a terceira maior causa de poluição

ambiental) em sua qualidade de vida. Elevação das

taxas de colesterol e da pressão arterial, insônia,

vertigens, tremores, irritabilidade, baixa concentração,

menor desempenho em atividades físicas e

intelectuais, ansiedade, depressão, cansaço, dores de

cabeça, intolerância a sons de forte intensidade,

zumbido, dificuldade de compreender o que as

pessoas dizem, perda auditiva. Estes são alguns

sintomas que podem surgir quando estamos

continuamente expostos ao ruído. O ruído é um

agente potencialmente estressor e seu impacto será

variável de um indivíduo para outro, assim,

determinadas pessoas terão como impacto dessa

exposição o menor rendimento no trabalho e

atividades escolares, por exemplo, enquanto outros

apresentarão complicações clínicas o aumento das

chances de desenvolver quadros crônicos como a

hipertensão, diabetes, elevação do colesterol,

aumentando as chances de derrame cerebral e

infartos por exemplo.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde,

quando estamos expostos a intensidades de até 50dB

nosso organismo é capaz de se adaptar a este

estímulo. A partir de 55db já se inicia a situação de

estresse auditivo e a partir dos 65dB tem início um

desequilíbrio bioquímico com elevação de taxas

hormonais relacionadas ao estresse (reação de fuga

ou luta, reação do organismo a uma situação de

perigo) que acarretarão o aumento da pressão

sanguínea, da frequência cardíaca e respiratória,

elevando os riscos de infarto, derrame cerebral,

infecções, osteoporose, entre outros.

Quando esta exposição é duradoura, ocorre a

segunda fase do estresse, a reação de resistência,

caracterizada pelo cansaço, ansiedade, problemas de

memória e surgimento de doenças agudas como as

gripes. A terceira fase representa o estresse crônico, é

a exaustão, quando surgem os quadros de insônia,

erros de julgamento, mudança de personalidade,

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doenças crônicas coronarianas, respiratórias,

digestivas, mentais entre outras.

Estas alterações surgem lentamente e dependem do

tempo de exposição, da susceptibilidade deste

indivíduo a estas alterações e da continuidade desta

exposição. A exposição frequente da população a

ruídos de aparelhos eletrônicos como celulares e

tocadores de MP3, sons de carro, trios elétricos,

shows, bares, ou mesmo em casa e no escritório

podem acarretar, além dos sintomas acima, perdas

auditivas induzidas por ruído e vem se caracterizando

como um importante problema de saúde pública.

Existem alguns equipamentos em uma locomotiva

capazes de gerar ruído ambiental, de forma que o

trabalho em questão foca em um específico, que é o

ruído gerado pelas válvulas de dreno dos

reservatórios principais e secadores de ar das

locomotivas.

O ruído gerado por essas válvulas são comuns em

pátios de manobras e oficinas, visto que estes pátios

contém a presença de um número considerável de

locomotivas, porém dentro dos pátios de manobras e

oficinas, os funcionários estão protegidos pelos Epi`s

(equipamentos de proteção individual), que são de uso

obrigatório e que eliminam o risco de uma perda

auditiva, amenizando o ruído presente no ambiente de

trabalho.

No ambiente em torno de pátios ferroviários de

manobra e de oficinas de locomotivas é fácil perceber

os ruídos ambientais quando se aproxima e as

reclamações da comunidade local são constantes,

referentes ao barulho gerado pelas locomotivas e

principalmente pelas válvulas de expurgo.

O trabalho apresentado tende a estudar maneiras de

amenizar ou até mesmo extinguir o ruído gerado pelas

válvulas de expurgo dos reservatórios principais, de

forma a reduzir as reclamações da população

residente em torno dos pátios de manobra e oficinas

de locos, evitando como isso possíveis processos

judiciais referentes ao ruído ambiental presente no

local.

3. METODOLOGIA

A metodologia foi baseada em pesquisas literária

referentes aos temas ruído ambiental, válvula de

dreno utilizadas em locomotivas e ergonomia, assim

como a busca por aquisição de material teórico

específico sobre válvulas de dreno e elaboração de

questionário, para a confecção de vídeos – comentário

contendo o ponto de vista de moradores da região

analisada a respeito de possíveis problemas locais

que os incomodam. Por último, foi elaborado um vídeo

mostrando o funcionamento da válvula, com a

finalidade de ponderar a análise estudada no trabalho

em questão, de que é possível minimização do ruído

gerado pela mesma.

Vale ressaltar que a proposta final do presente

trabalho perpassa pela adaptação da válvula

pneumática do dreno dos reservatórios e do secador

de ar. Desse modo, não será possível desenvolver a

mesma em apenas um semestre, por isso, o projeto

será continuado nos próximos semestres.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através de um questionário, elaborado para verificar o

grau de incômodo de moradores e comerciantes da

região em torno da estação ferroviária no Barreiro,

foram obtidos resultados satisfatórios, de forma que a

maioria dos pesquisados se dizem extremamente

incomodados com o ruído provindo da ferrovia local.

Estes resultados foram demonstrados em um

programa de código c++, criado para ler os dados

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obtidos e apresentar os resultados em quantidade de

pessoas incomodadas ou não e a porcentagem

relativa ao grau de insatisfação de cada entrevistado

incomodado.

Junto com o questionário foi elaborado na região

pesquisada, vídeos-entrevista com moradores e

comerciantes relatando o incômodo com o ruído local.

Estes vídeos foram editados e inseridos na

apresentação final.

Para iniciar o estudo visando a próxima etapa do

projeto, foi criado um desenho de protótipo através do

programa auto CAD 2010, a fim de esboçar o produto

a ser desenvolvido no próximo semestre. Este

desenho será inserido na apresentação junto com um

vídeo mostrando a válvula estudada em

funcionamento e através deste vídeo, será possível

demonstrar como o protótipo pode ser acoplado a ela,

de forma a gerar o resultado proposto neste trabalho.

5. Conclusão

Chegamos totalmente ao objetivo da primeira etapa do

trabalho, de forma satisfatória, através dos dados

adquiridos no questionário elaborado e os vídeos

produzidos, chegamos a conclusão que 70% dos

pesquisados estão incomodados com o ruído da

ferrovia no local e dentre esses 70%, 85,72% estão

extremamente incomodados, de forma a demonstrar a

importância de se minimizar o ruído gerado pela

ferrovia local.

De acordo com as pesquisas bibliográficas e técnicas,

concluímos que há uma possibilidade viável de reduzir

o ruído produzido pela válvula de dreno das

locomotivas, através da criação de um silenciador, que

acoplado à válvula, reduzi o ruído dos expurgos

pneumáticos gerados por ela.

REFERÊNCIAS

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Engenharia de Produção. Disponível em:

http://www.abepro.org.br/ Acesso em: abril 2013

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26.

SIQUEIRA, ALINE PAULO; PALHANO,

ANAXÍMENES; PAGOTTO, DÉRIO; QUINTINO,

ERNANI; ANTONIO, MAURO BERGANTINI; SILVA,

WASHINGTON. Vitória: Sistema de locomotivas e

vagões vol. 1. 2008. Curso – Valer, Universidade

Corporativa Vale de Vitória, Espirito Santo.

JERÔNYMO, O.P.; FERREIRA, P.R.O.; PAULO,

P.S.M.; ALMEIDA, R.M.; JORDÂO, R.S.;

RAYMUNDO, R.D.; SÉRGIO, R.B.; FLORIANO, S.S.;

SANTOS, V.; MAURO, V.S.; CUNHA, V.C.;

REGINALDO, W.L. Participantes da Comissão ROF.

Regulamento de ROF. Regulamento de Operação

Ferroviária - 2012

Sistema Pneumático de Freio de Locomotiva - 2011

Disponível em: www.fieng.com.br.

APÊNDICE – Questionário de Clima Regional

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1. EXISTE ALGO NA REGIÃO QUE TE INCOMODE? SIM NÃO

2. SE A RESPOSTA ANTERIOR FOR SIM DESCREVA ABAIXO ESTES INCOMODOS.________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. ESCOLHA DE A NUMERAÇÃO DE 1 A 4, PARA IDENTIFICAR O GRAU DE INCOMODO COM OS PROBLEMAS DESCRITOS.

1. PARA INDIFERENTE;2. PARA POUCO INCOMODADO;3. PARA MUITO INCOMODADO;4. PARA EXTREMAENTE INCOMODADO;

ESCOLHA:

APÊNDICE – Código C++ sobre Questionário de Clima Regional

#include<iostream>#include<iomanip>using namespace std;

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int main (){ char resp1; int cont1, cont2, cont3, cont4, controle, conts=0, contn=0, resp3; double perc1, perc2, perc3, perc4; cont1=0; cont2=0; cont3=0; cont4=0; system ("chcp 1252>nul"); do { cout<<"Existe algo na região que te encomode? \n Digite s ou n"<<endl; cin>>resp1; if((resp1=='s') || (resp1=='S')) { conts++; cout<<"Escolha uma opção para identificar o grau de incômodo com os problemas descritos"<<endl; cout<<"\n 1 para indiferente;\n 2 para pouco incomodado;\n 3 para muito incomodado;\n 4 para extremamente incomodado;"<<endl; cin>>resp3; switch (resp3) { case 1: cont1++; break; case 2: cont2++; break; case 3: cont3++; break; case 4: cont4++; break; default: cout<<"Código inválido"<<endl; return 0; } } else contn++; cout<<"Digite 3 para continuar ou 0 para finalizar"<<endl; cin>>controle; } while (controle != 0); perc1=(100*cont1)/10; perc2=(100*cont2)/10; perc3=(100*cont3)/10; perc4=(100*cont4)/10; cout<<conts<<" Pessoas responderam sim"<<endl; cout<<contn<<" Pessoas responderam não"<<endl; cout<<std::setprecision(4)<<perc1<<" porcento acham o grau de incomodo indiferente"<<endl; cout<<std::setprecision(4)<<perc2<<" porcento acham o grau de incomodo pouco"<<endl; cout<<std::setprecision(4)<<perc3<<" porcento acham o grau de incomodo muito"<<endl; cout<<std::setprecision(4)<<perc4<<" porcento acham o grau de incomodo extremamente"<<endl; system ("pause");

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