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8/16/2019 Artigo Capsulite Adesiva Ombro
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CAPSULITE
ADESIVA
DO
OMBRO
Artigo: Dr. Ronaldo Roncetti
1 – Introdução
A Capsulite
Adesiva
do
Ombro
(CAO)
foi
descrita
pela
primeira
vez
em
1872
por
DUPLAY,
e
denominando‐a Duplay (1) (1872). Descreve a rigidez dolorosa do ombro que chama de ankylose
fibreuse
de
l’épaule
(anquilose fibrosa do ombro). Desde então, vários autores descreveram e
denominaram essa afecção do ombro, mencionando várias etiologias, entre elas a desconhecida, bem
como a associando com outras patologias. Desde que foi descrita pela primeira vez, diversas teorias vem
sendo propostas com relação à sua etiologia:
Codman EA cria a expressão “Ombro Congelado”, e afirma “uma classe de casos difícil de definir, difícil
de tratar e de explicar anatomopatologicamente”.
Neviaser JS denomina “Capsulite Adesiva”, caracterizando como alterações inflamatórias e fibrosas da
cápsula articular. Essas alterações provocam retração da cápsula com diminuição drástica da sua
capacidade volumétrica e rigidez articular. Cria‐se, então, a expressão Capsulite Adesiva (CA) para
nomear exclusivamente ombros rígidos e dolorosos que apresentem aquelas alterações.
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Steinbrocker O. refere‐se à doença como alterações do sistema nervoso autônomo e relaciona a
Capsulite Adesiva do Ombro à síndrome ombro‐mão e à distrofia simpático‐reflexa.
Quigley TB. considera o termo “ombro congelado”, impreciso, errôneo e de causa desconhecidas.
Grey RS. definiu como uma doença autolimitante, em face das peculiaridades da história natural, ao
caráter autolimitante e possível cura espontânea em tempo variável observados no OC chamado
primário ou idiopático, afirma ser sua evolução de “difícil previsão e possível a cura espontânea em um a
dois anos”.
Neer CR. afirma que “ombro congelado” é um sintoma ou uma síndrome, e não um diagnóstico.
2 – Etiopatologia e Fisiopatologia
Pelas as variações clínicas, Etiopatogenia e Fisiopatologia, da Capsulite Adesiva do Ombro, há uma
grande margem de discordâncias e controvérsias entre os autores que a estudam, desde causas
idiopáticas ou secundárias, sistêmicas (intrínsecas ou extrínsecas), de origens inflamatórias, fibróticas ou
desconhecidas, associadas ou não com outras moléstias.
3 – Epidemiologia
Sua incidência está entre 2% e 5% da população entre 40 e 60 anos de idade e o sexo feminino é mais
acometido, lembrando que quanto ao lado acometido existem divergências entre os autores quanto ao
lado dominante e não dominante.
4
–
Quando
Clínico
O quadro clínico apresenta três fases, e cada uma das fases deverá ser considerada para avaliar o
estágio da doença.
Primeira fase: hiperalgica inflamatória com duração, segundo Reeves, de dois a nove meses.
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Segunda fase: entre dois e nove meses, enrijecimento da articulação, dores atípica, noturnas,
irradiadas, distúrbios associados como: irritação, noites mal dormidas, agressividades e
incapacidade funcional plena.
Terceira fase:
fase
de
resolução
da
doença;
descongelamento,
melhora
da
dor,
da
Amplitude
De
Movimentos (ADM), da satisfação e da qualidade de vida do paciente.
Roteiro Clínico da síndrome segundo NEER: limitações de (AMD) do ombro, rigidez em vários estágios
de intensidade, dor aos movimentos, ausência de dor à palpação, radiografias normais, exames
laboratoriais normais. A melhora da dor está diretamente relacionada com os movimentos da
articulação glenoumeral.
5 – Diagnóstico
RX simples, importante para descartar deformidades, calcificações, formato acromial e/ou outras
imagens rádio diagnósticas, além de avaliar a integridade articulação glenoumeral;
A Ultrassonografia permite avaliar estática e dinamicamente a elasticidade do ligamento coraco‐umeral
além
de
lesões
do
manguito
rotador
e
tendão
do
bíceps.
(quando
presentes)
A Artografia também é de grande importância para o diagnóstico da Capsulite Adesiva do Ombro, pois
pode evidenciar a redução do volume articular e do recesso articular. Por fim, a Artro Ressonância
Magnética pode ser exame de escolha, pois além de mostrar a redução do espaço articular também
evidencia lesões associadas.
6
–
Classificação
A classificação proposta por Zuckerman et al, é a mais abrangente;
a) PRIMÁRIA OU IDIOPÁTICA
b) SECUNDÁRIA:
Intrínseca
Extrínseca
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Sistêmica
7 – Tratamentos
O único consenso entre os métodos de tratamentos é o combate à dor e a mobilização precoce do
ombro com os seguintes procedimentos:
Fisioterápico;
Medicamentoso;
Respeita sua história natural (autolimitante);
Manipulações (com
anestesia);
Bloqueio seriados do nervo supraescapular;
Ondas de choques;
Uso de corticóide (infiltrações ou sistêmico);
Acupuntura;
Cirúrgico aberta;
Cirúrgico artroscópico;
Outros.
8 – Conclusões
Como se trata de uma patologia caracterizada por divergências desde sua fisiopatologia, diferentes
estágios de evolução e vários métodos de tratamentos, a Capsulite Adesiva do Ombro ainda
apresenta um leque de dúvidas. Estudos continuados nos levaram a entendimentos dessa patologia
e, assim,
selecionamos
os
diversos
tipos
de
tratamentos
para
definir
qual
o melhor
resultado
e o
melhor método de tratamento da Capsulite Adesiva do Ombro que dará uma recuperação no menor
tempo, utilizando técnicas efetivas e menos agressivas.
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Este artigo é um relato de nossa experiência pautado no trabalho clássico sobre Capsulite Adesiva do
Ombro, de Autoria do Dr. Arnaldo Amado Ferreira Filho. RBO
Capsulite Adesiva
Adhesive Capsulitis
ARNALDO AMADO FERREIRA FILHO
1. Doutor em Ortopedia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP – São Paulo
(SP) – Brasil.
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Esboço
sobre
a
Técnica
da
Crochetagem
na
Capsulite
Adesiva
(ombro
congelado)
Definção de Capsulite: A Capsulite Adesiva do Ombro ocorre na cápsula articular da glenoumeral, onde
ela se encontra espessa, inelástica e friável, com perda de movimentos ativos e passivos do ombro. A
incidência da capsulite atinge cerca de 3 a 5% da população em geral, sendo mais frequente em
indivíduos do sexo feminino, em grande parte durante a quarta e a sexta década de vida, associadas ou
não com outras moléstias, com maior probabilidade em indivíduos que sofrem de diabetes.
Sintomas
Caracteriza‐se por dor mal localizada no ombro, com início espontâneo, geralmente sem qualquer
história de trauma. A dor torna‐se muito intensa, mesmo em repouso, e à noite sua intensidade
costuma diminuir em algumas semanas. A mobilidade do ombro torna‐se limitada em todas as direções.
Como ocorre e o que acontece na Capsulite Adesiva do Ombro?
A
Capsulite
Adesiva
inicia‐
se
com
uma
inflamação,
mas
diferentemente
das
bursites
e
tendinites,
ocorre
na cápsula articular, que é o tecido que reveste toda a articulação. Pode existir algum "gatilho" para o
desenvolvimento da Capsulite, como um pequeno trauma ou um esforço repetitivo. Mas ela pode
ocorrer sem nenhuma causa aparente.
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Crochetagem
Definição: é um método de tratamento das algias mecânicas do aparelho locomotor, pela destruição das
aderências e dos corpúsculos irritativos Inter‐Aponeuróticos ou Mio‐Aponeuróticos através de ganchos
colocados e mobilizados sobre a pele.
Fibrólise: alongamentos e ruptura das fibras
Percutânea: projeção das estruturas anatômicas sobre a pele.
Instrumental
Os efeitos da Crochetagem
1.
Efeito
mecânico
Nas aderências fibrosas que limitam o movimento entre os planos de deslizamento tissulares.
Nos corpúsculos fibrosos (depósito úricos ou cálcios) localizados geralmente nos lugares de
estases circulatório
e próximo
ás
articulações.
Nas cicatrizes e hematomas, que geram progressivamente aderências entre os planos de
deslizamento.
Nas proeminências ou descolamentos periósteos.
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2. Efeito circulatório
A observação clínica dos efeitos da diafibrólise percutânea parece demonstrar um aumento da
circulação sangüínea e provavelmente da circulação linfática. Ainda, o rubor cutâneo que segue
uma sessão
de
crochetagem
parece
sugerir
uma
reação
histámica.
3. Efeito reflexo
A rapidez dos efeitos da Crochetagem, principalmente durante a aplicação ao nível dos trigger
points (gatilho, de inibição, do tipo Knapp, Jones, Travell e etc.) sugere a presença de um efeito
reflexo.
Indicações
Nas aderências consecutivas a um traumatismo levando a um derrame tecidual.
Nas aderências consecutivas a uma fibrose cicatricial iatrogênica cirúrgica.
Nas algias inflamatórias ou não inflamatórias do aparelho locomotor: miosite, epicondilites,
tendinites, periartrites, pubalgia, lombalgia, capsulites.
Nas nevralgias consecutivas a uma irritação mecânica dos nervos periféricos, occipitalgia do
nervo de Arnold, nevralgia cervico‐braquial, nevralgias intercostais, ciatalgias.
Nas síndromes tróficas dos membros: algoneurodistrofia, canal do carpo.
Descrição do Método
O princípio do tratamento se basea numa abordagem tipo “centrípeta”. Na presença de uma dor
localizada em um local específico, o fisioterapeuta inicia sua busca palpatória manual nas regiões
afastadas(proximais e distais) do foco doloroso.
Esta busca palapatória segue cadeias lesionais qu estão em relação anatômica (mecânica, circulatória e
neurológica) com a lesão. Esta concepção permite evitar o aumento da dor, chamado de efeito rebote,
consequência de
um
tratamento
exclusivamente
sintomático.
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A técnica de diafibrólise percutânea comporta tresfases sucessivas: palpação digital, palpação
instrumental e fibrólise.
Procedimentos
Dr.Adriano
Campos
Agostini
Fisioterapeuta – Crefito‐236595‐F
Especialista em Traumatortopedia Funcional e Desportiva