Artigo Deficiencia Nata

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DEFICINCIA NATA E A INCLUSO DOS DEFICIENTES NA AULA DE EDUCAO FSICA

Andr Raimundo M. de OliveiraMriam Claudine dos S. Ferreira

RESUMOEsse trabalho consiste em relatar a Educao Fsica escolar, abordando assim a temtica a incluso, fazendo uma reflexo sobre as reais necessidades de inclu-los tanto nas escolas como na sociedade. A incluso sendo um dos relevantes temas abordados no momento dentro da educao, faz com que a Educao Fsica escolar no fique de fora desse processo, e se adapte as necessidades de todos os seus alunos deficientes juntamente com a escola, podendo assim trabalhar da melhor forma possvel respeitando os limites individuais dos seus alunos. A proposta ofertar um despertar para novos programas de incluso para as pessoas com deficincia, a fim de modificar a maneira de abordagem dentro da escola alm de demonstrar como se trabalhar a incluso nas aulas de Educao Fsica.

PALAVRAS-CHAVE: Pessoa com deficincia. Diferenas. Incluso. Educao fsica escolar.

INTRODUOO trabalho surgiu a partir da necessidade de conhecer a incluso dos alunos portadores de necessidades especiais na educao regular em especial nas aulas de Educao Fsica. A incluso tem crescido anos aps anos e o desafio de garantir uma educao para todos tambm, esse processo possvel basta somente acreditarmos na capacidade de respeitar as diferenas e a diversidade das crianas especiais, estabelecendo um vnculo afetivo entre os integrantes desse processo, assim os demais alunos aprendem a conviver com as diferenas e se tornam pessoas solidrias. O conceito de educao inclusiva se d por alguns aspectos como, compartilhar o mesmo espao fsico, integrao na sociedade, adaptaes no ensino, participao de todos nas aulas e o direito a educao (SANTANA, 2005). A educao inclusiva, no pode ser apenas uma legislao, so necessrias aes que permitam uma incluso gradativa e continua de pessoas portadoras de necessidades especiais aos sistemas de ensino, mesmo com desafios a serem enfrentados cabe aos profissionais envolvidos novas habilidades e competncias. Com o surgimento de diversas legislaes impondo as escolas a incluir os alunos portadores de necessidades especiais no ensino regular, houve um grande aumento de pesquisas e estudos sobre essa temtica, demonstrando que esses alunos j esto inclusos ao cotidiano escolar e que as escolas precisam estar preparadas oferecendo o devido suporte para garantir a todos um ensino de qualidade, assim como a participao nas aulas de Educao Fsica, tal disciplina como componente da grade curricular no pode permanecer neutra quando se trata da incluso de pessoas com deficincia, j que faz parte do currculo oferecido pela escola, a mesma deve atuar na superao dos obstculos. Contudo o presente estudo visa descrever de maneira objetiva a incluso de alunos deficientes no ensino regular e em particular nas aulas de Educao Fsica. Tal incluso um desafio para o professor que no se encontra preparado e desconhece a tamanha importncia dessa aula para esses alunos, na maioria das vezes deixam os alunos de lado sem direito a participao sendo eles realmente carentes de atividade fsica para melhorarem sua qualidade de vida. Esse trabalho objetiva ento, contribuir na abordagem metodolgica da temtica sobre a incluso da pessoa com deficincia nas aulas de Educao Fsica, buscando uma melhor reflexo diante da necessidade de incluso desses sujeitos na sociedade.

A CONSTRUO SOCIAL DO DEFICIENTE FSICOComeando pela Antiguidade, as crianas eram mortas quando nasciam com m-formao ou doentes, as que chegavam a sobreviver eram abandonadas e viviam da sorte, em outros casos eram utilizadas pelas pessoas mais pobres para pedir esmolas, j em outros locais os deficientes eram vistos como possudos pelo demnio e que precisavam ser purificadas. A diversidade entre o tratamento relacionado s pessoas com deficincia, modificava conforme as crenas e mitos de uma cultura ou poca. Essa viso s veio mudar com o Cristianismo, pois considerava que todos os homens so filhos de Deus com deficincia ou no. Portanto apenas Deus pode dar ou tirar a vida de algum, a igreja mostrava ter uma maior preocupao para com essa populao, tornando assim pecado o ato de matar ou abandonar os deficientes. Mas de qualquer forma os deficientes eram vistos com repugnncia, piedade e eram isolados das demais pessoas, fortalecendo assim os preconceitos que so vistos at nos dias atuais. Foi aproximadamente no final do sculo XIV a partir do perodo renascentista, que os assuntos relacionados ao deficiente comearam a ganhar ares de soluo, mesmo que devagar, foi a partir dessa poca que surgiram pesquisas relacionadas a esse publico, alm de surgir instituies com atendimento voltado aos deficientes. ROMPENDO A EXCLUSO E INSTITUIDO A INCLUSOSer portador de alguma deficincia requer sem dvida de uma ateno especial, seja no campo familiar, escolar ou social. Quando a escola trabalha com a prtica de esporte, para o deficiente pode ser uma forma de evidenciar suas deficincias, retirando-o da convivncia com os outros, significando sacrifcio ou excluso. Por outro lado, deve-se mostrar ao deficiente melhoria na sua qualidade de vida, proporcionando assim prazer em praticar.No mbito escolar nem todas conseguem uma vaga em uma instituio de ensino com servio educacional adequado, necessrio o acesso escola com servios especializados para todos, com o intuito de prepara-los para a vida autnoma como membros plenos da sociedade. A escola deve ser uma comunidade crtica e apoiadora, para que ela se transforme nesse ideal necessrio que os objetivos educacionais sejam desenvolvidos num processo que valoriza as experincias, as criaes e as inovaes. Eles at tm seus direitos reservados pela legislao, mas esses direitos se esvaem perante tantos desafios e isso os desanima nas buscas pelos seus direitos. Assim o preconceito e a descriminao se fazem concretos, pois a sociedade desconhece como tratar tal deficincia.H vrios direitos que beneficiam pessoas com necessidades especiais e esses direitos vm ganhado destaque apesar do lento processo para se conquistar o acesso educao dessas pessoas (MENDES, 2006).Na perspectiva inclusiva da educao imprescindvel que as escolas estejam preparadas para lidar no seu interior com as muitas diferenas. A partir da proposta Educao para todos, passou-se a discutir a incluso e o desafio da universalizao de uma escola de qualidade que no expulse os alunos deficientes e sim uma escola que enfrente os desafios. Afinal a incluso um processo que exige transformaes sejam elas pequenas ou grandes nos ambientes fsicos e na mentalidade de todas as pessoas, incluindo o portador de necessidades especiais, com o objetivo de se alcanar uma sociedade que no s o aceite e valorize, mas aprenda a conviver com a diversidade humana por meio da compreenso e da cooperao. H uma violncia simblica na escola na qual a distancia da sociedade, caracterizada por inmeras contradies, no caso dos alunos deficientes inseridos na escola regular de fato isso que acontece necessrio que a escola deixe de dar as costas e de fechar os ouvidos aos conflitos e desenvolva uma educao que enfrente com determinao e coragem os desafios de implantar uma sociedade mais justa.HISTRICO DA EDUCAO FSICA INCLUSIVAA Educao Fsica adaptada surgiu na China, os povos chineses naquela poca acreditavam que as atividades realizadas iam servir de exerccio teraputico, ou uma forma de cura da deficincia, banhos e massagens serviam tambm como uma forma de trazer uma sensao de alivio e esperana de uma evoluo da deficincia. Mas s na Grcia e em Roma que foram encontrados relatos escritos na poca que foi utilizada a ginstica para a correo das fraquezas de alguns alunos.Com o passar do tempo houve uma grande evoluo para que possamos ter aulas adaptadas para crianas com limitaes motoras, cognitivas, sensrias e fsicas, dando acesso para o esporte e ao lazer, trazendo muitos benficos para esta criana, deixando ela se sentir til perante aos seus colegas, que pode ou no ter algum tipo de deficincia.No Brasil na dcada de 30, vivia em uma doutrina militar, e o curso de Educao Fsica, tinha como objetivo formar professores com viso de ser humano padro, no era levado a diversidade das outras pessoa. No era permitido a matricula de alunos portadores de algum tipo de deficincia, por no poder participar das aulas de Educao Fsica.Mas somente na dcada de 50 que foi oficializada a Educao Fsica adaptada, sendo que foram adaptados jogos e atividades para as pessoas na qual elas tinham interesse em estar praticando, sempre respeitando as limitaes dos alunos, para que ele pudesse esta praticando sua atividade fsica com prazer e fosse algo satisfatrio em todos os sentidos.Para que essa incluso ocorresse, foram feitas bastantes manifestaes, a nvel mundial, para que as pessoas pudessem olhar para os deficientes como um ser humano que capaz de fazer uma atividade fsica, dentro de suas limitaes, e em 1981 foram discutidos os direitos de igualdade de oportunidade, a educao e participao de deficientes.Nesse mesmo ano de 1981, a Organizao das Naes Unidas (ONU), declarou como o ano Internacional das Pessoas Deficientes, foi relatado aes estratgicas na qual previa uma educao que integre as pessoas deficientes.Diante algumas situaes, as crianas portadoras de alguma deficincia, eram marginalizadas na sociedade, contudo a Constituio Federal de 1988, garantiu ensino Fundamental e gratuito e obrigatrio para todos, inclusive a educao para os portadores de necessidades especiais, isso incluiria tambm a obrigatoriedade da Educao Fsica, dentro das limitaes de cada individuo.Segundo Oliveira a Educao Fsica proporciona atravs das atividades fsicas, uma melhora no desenvolvimento das habilidades humanas, melhor conhecimento do prprio corpo e melhora na qualidade de vida do indivduo, em todas as faixas etrias. O autor relata ainda, que as aulas de Educao Fsica so essenciais na incluso de alunos portadores de necessidades especiais, pois contribuem para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor do aluno, o autor tambm ressalta que para acontecer esta incluso ser necessrio que as aulas de Educao Fsica sejam preparadas de acordo com as necessidades dos alunos.A partir da dcada de 90 no Brasil, as discusses para haver a incluso dos alunos com necessidades especiais no ensino regular, com a responsabilidade de combater qualquer tipo de preconceito que essa criana viesse sofrer dentro do ambiente educacional.De acordo com as Leis, as escolas devem garantir aos seus alunos com deficincia: currculo, mtodos, tcnicas, recursos educativos e organizaes especificas para sua necessidades. E devem tambm oferecer professores capacitados para atender as suas necessidades.O objetivo da incluso trabalhar com as diferenas, com a diversidade de ritmos do aluno, diferencias de capacidades fsicas e motoras, afligir interesses motivacionais de maneiras distintas de construir o desenvolvimento, levando em conta que todas as diferenas so normais, que toda metodologia deve ser de uma forma na qual os alunos no possa ser prejudicado.EDUCAO FSICA ADAPTADA NAS ESCOLASA incluso da Educao Fsica adaptada nas escolas infantis, tem um valor de grande impacto social, faz com que as crianas aprendam a lhe dar com as diferenas e limitaes de cada pessoa, desde o comeo da sua vida, trazendo uma valorizao da individualidade de cada ser humano, e o respeito com a diferena de cada um.A participao dos alunos deficientes na aula de Educao Fsica traz benefcios claros a esses alunos, principalmente no desenvolvimento das capacidades afetivas, de integrao e insero social. Relata tambm que, para ocorrer esses benefcios, o professor da disciplina deve conhecer a necessidade que o aluno possui, para desenvolver uma aula com as adaptaes necessrias que contemple a participao de todos.A Educao Fsica dar aos alunos com deficincia, uma elevao no nvel funcional de suas capacidades coordenativas e condicionais, como, a resistncia, flexibilidade, velocidade, equilbrio, controle da postura, ritmo e agilidade permitindo tambm que os alunos desenvolvam a confiana, o respeito, a cooperao, a compreenso, a cordialidade e a solidariedade entre todos os envolvidos na atividade, ou seja, os alunos se ajudam na realizao das atividades fsicas, havendo uma aprendizagem mltipla. Na Educao Fsica Adaptada os exerccios fsicos so extraordinrios, uma vez que harmonizam a aquisio de aptido fsica e motora e tambm as habilidades e padres motores fundamentais, a prtica dessas atividades supri as necessidades individuais de cada aluno, ou seja, o exerccio fsico tem sido uma ferramenta capaz de corrigir, as habilidades ou diminuir limitaes que causa atraso no desenvolvimento dos alunos.A incluso do aluno com necessidade especial na aula de Educao Fsica, uma barreira a ser quebrada pela escola e a sociedade, porque alm da integrao e socializao desse aluno, promove tambm que suas diferenas sejam respeitadas, ou seja, no basta apenas incluir os alunos no ensino regular, tem que de fato colocar esse indivduo na sociedade apesar de suas limitaes. A incluso na aula prtica de Educao Fsica dar oportunidade que todos os alunos participem das atividades sugeridas, cabendo ao professor ser o intermedirio no processo de ensino aprendizagem das prticas esportivas e das habilidades motoras dos alunos portadores ou no de deficincia. As aulas de Educao Fsica so respeitveis na constituio de uma Educao inclusiva, pois os contedos ensinados tem uma menor severidade, comparada as demais disciplinas, e o professor de Educao Fsica tem uma maior liberdade na organizao dos contedos que sero trabalhados, dando uma oportunidade aos alunos uma maior vivencia nas aulas, com isso eles tero uma melhor aprendizagem, ou seja, a flexibilidade das aulas de Educao Fsica, facilita a incluso dos alunos portadores de necessidades.O ldico coopera na formao individual do aluno, sendo um instrumento que a escola deve usar para tornar as aulas mais dinmicas. Toda criana ao entrar na escola j tem conhecimento do brincar, e compete escola transformar isso em aes pedaggicas que propicie a criana a aprender fazer, assim sendo, possvel originar atividades como o jogo, as brincadeiras, o teatro e o lazer. Atravs do ldico os alunos deficientes tem a oportunidade de ampliar seus conhecimentos e de interagir com os colegas e professores. Deve ser garantida a toda criana o direito de brincar, independente de sua raa, gnero, habilidades motoras, inteligncia, comunicao, entre outros, pois o simples fato da criana ter contato com outras, desenvolve sua sensibilidade, a compreenso e o respeito mltiplo, levando a aprendizagem com as diferenas e com as semelhanas. aceitvel aprender brincando, cabe ao professor aproveitar as brincadeiras que os alunos trazem de suas vivncias do dia a dia e trabalhar pedagogicamente esse ato de brincar e de maneira criativa e natural.Uma restrio que deve ocorrer com o aluno que possui alguma deficincia, ter o cuidado para alguma atividade que seja competitiva, na qual ainda que seja adaptado, ele pode no ter o desempenho dos demais colegas, deixando clara a diferena de limitaes dele para os demais.CONCLUSOAtravs das informaes dadas aqui tendo como tema incluso de crianas especiais na prtica pedaggica de atividade inclusiva da educao fsica da escola regular, percebeu que possvel uma educao fsica especial. A educao fsica no trabalha apenas com pessoas consideradas normais, passou desenvolver assim atividades para todas, respeitando limitaes e dificuldades de cada indivduo, vimos importncia e os desafios da incluso na educao fsica no ensino regular. Vimos tambm que no suficiente apenas incluir esse aluno, mas sim fazer com que ele participe ativamente desse meio, para isso torna se necessrio que os profissionais de educao fsica busquem conhecimentos, adaptaes a suas atividades de acordo com as limitaes dos seus alunos, proporcionando assim caminhos iguais a quem a vida deu caminho diferente.

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