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GRATÃO, Verônica: MARTINS, Douglas L. Rodrigues. A IMPORTÂNCIA DO
GERENCIAMENTO DE RISCO PARA EFETIVAR A SEGURANÇA DO
TRABALHO – INDÚSTRIA FRIGORÍFICA. Trabalho de Conclusão de Curso
(Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) – IMP – Institucional MT de Pós
Graduação 2014 – Cuiabá – MT.
RESUMO
Os riscos existentes nas organizações se não controlados ou eliminados, poderá ocasionar
inúmeros índices de acidentes de trabalho, prejudicando assim os trabalhadores e afetando o
patrimônio da empresa. Desta forma, constata que, uma das ferramentas que poderá
minimizar ou eliminar os riscos presentes no local de trabalho é o gerenciamento de risco. O
objetivo deste estudo é apresentar a ferramenta do gerenciamento de risco, e sua importância
nas organizações. Empresas do setor frigorífico são as que mais destacam em questão de
acidentes de trabalho, pois proporciona diversos riscos aos seus colaboradores, devido às
atividades desempenhadas e as condições gerais de trabalho. Verificou-se que os riscos
ambientais estão presentes no ambiente pesquisado, e conclui que, a adoção da ferramenta do
gerenciamento de risco poderá ser uma das opções para tentar solucionar este caso, pois a
mesma tem por objetivo realizar um planejamento para identificar as áreas de riscos, e propor
medidas para eliminá-los ou tratá-los, ressalvando ainda que, a mesma proporciona inúmeros
benefícios para as empresas, como a redução dos riscos de acidentes de trabalho, previne os
trabalhadores e os recursos materiais das empresas, e contribui para melhoria das condições
de trabalho. Diante do contexto, finaliza que, esta ferramenta é de suma importância para as
organizações.
Palavras Chave: Gerenciamento de riscos, risco ambiental, acidentes de trabalho.
ABSTRACT
The risks in organizations is not controlled or eliminated , can cause numerous indices of
occupational accidents and ruining workers and affecting the company's assets . Thus , notes
that one of the tools that can minimize or eliminate the risks present in the workplace is risk
management . The objective of this study is to present the tool of risk management and its
importance in organizations . Companies in the fridge industry are those that stand out in a
matter of more accidents, it provides several risks to its employees due to work activities and
general working conditions. It was found that the environmental risks are present in the
environment studied , and concludes that the adoption of the tool of risk management can be
one of the options to try and solve this case , because it aims to carry out a plan to identify
areas of risks , and to propose measures to eliminate them or treat them , even pointing out
that , it provides numerous benefits to businesses , such as reducing the risk of accidents,
prevents workers and material resources of the companies , and contributes to improvement of
working conditions . Given the context, concludes that this tool is of paramount importance to
organizations.
Key words: Risk management, environmental risk accidents.
1. INTRODUÇÃO
Desde épocas remotas que se antecedem a Revolução Industrial, observava-se durante
a execução do trabalho, problemas de saúde e segurança relacionados à integridade do
trabalhador. Neste período, as atividades de trabalho eram propriamente artesanais, o que
exigia maior tempo e esforço físico para a realização das tarefas. Considerando ainda, que não
havia a preocupação de registrar ou pautar os riscos que expunha os trabalhadores, ou buscar
soluções que visassem à integridade deste, uma vez que, a preocupação existencial
relacionava-se apenas a concretização do trabalho (QUEIROZ, [2013?]).
De acordo com Bitencourt e Quelhas (2002) enfatiza que, somente com o início da
automatização industrial e a substituição do homem pelas máquinas a vapor, verificavam-se
na sociedade amplas transformações nos ambientes de trabalho no qual expunha os operários
aos mais diversos riscos e péssimas condições de trabalho.
Visando a necessidade de modificar o ambiente de trabalho e oferecer ao trabalhador
melhores condições para a realização do seu oficio, garantindo a este integridade física e
moral, surge à primeira Lei de proteção ao trabalhador “Lei de Saúde e Moral de Aprendizes”,
que com o passar do tempo foi sendo aprimorada, passando por uma série de modificações, o
que resultou no desenvolvimento da Segurança do Trabalho, que segundo JR (2013) pode ser
definido por, um conjunto de avaliações e políticas delimitadas que visam à proteção do
trabalhador em seu ambiente de trabalho.
A Segurança do Trabalho abrange uma série de normas e especificações que visam à
integridade do trabalhador e do ambiente do trabalho, no que se pode destacar o
Gerenciamento de Risco, como sendo uma ciência que constitui na identificação, no
planejamento e no controle dos prováveis fatores de risco, na finalidade de propor técnicas,
análise, avaliação e tratamento do risco, objetivando minimizar e eliminá-los, antes que
possam prejudicar os recursos humanos e materiais da organização (LAUREANO [2014?]).
Sendo assim, o gerenciamento de risco será a ferramenta adotada como princípio para
efetivação da segurança do trabalho. Foi tomado como alvo a indústria frigorífico sabido que,
as empresas frigoríficas abrangem um arranjo de trabalho composto por máquinas,
equipamentos e aparelhos de cortes. Sendo que, os trabalhadores deste segmento estão
expostos a ruídos, materiais em suspensão, pouca iluminação, exposição a baixas
temperaturas, fazem uso de facas e objetos talhantes, corroborando para que ambientes deste
segmento sejam propícios a inúmeros acidentes de trabalhos (CAMPOAMOR 2006).
De acordo com Campbell (1999 apud Campoamor 2006) consideram que, os
trabalhadores deste ramo de atividade estão expostos a inúmeros riscos, como, os riscos
químicos (produtos químicos utilizados no processo como tóxicos, corrosivos, alérgicos,
ácidos), de acidente (devido ao uso de facas para realizar o corte das carnes, peças de
maquinaria em oscilação, superfícies abrasivas), físicos (ruídos, temperaturas altas ou baixas,
vibrações), biológico (exposição de agentes biológicos como bactérias, vírus, protozoários,
fungos), ergonômicos (posturas inadequadas, carregamentos de pesos, etc.). O que colabora
para que as condições de trabalho possam ser exaustivas e perigosas podendo comprometer a
vida do trabalhador.
Uma vez que, a segurança do trabalhador é essencial para o desenvolvimento de
relações harmônicas entre colaboradores, aumento da produtividade e organização
operacional. Sendo a ferramenta de Gerenciamento de Risco uma grande aliada para as
organizações que estão comprometidas com a integridade do colaborador, o que contribui
para fortalecer a imagem da empresa.
De acordo com Vasconcellos e Pignatti (2009) afirma que o setor frigorifico ocupou a
segunda posição na estatística de acidentes de trabalho e doença ocupacional, registrado no
Estado de Mato Grosso, apresentando crescimento de 41,2 para 46,5 acidentes de trabalho por
mil trabalhadores, sendo a maior incidência na faixa etária dos 18 aos 24 anos com 49,8
acidentes/mil trabalhadores.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Acidente de trabalho
Acidente de trabalho pode ser conceituado como um episódio danoso em decorrência do
exercício do trabalho a serviço da empresa, podendo ocasionar avarias no empregado como
perturbação funcional, lesão, ou até mesmo a morte, e, além disso, causa diversos aspectos
negativos para as empresa como prejuízos materiais e econômicos (GONÇALVES; STEFANO;
FRANÇA, [2012?]).
Segundo Silva (1989 apud FREITAS, 2011) acidente pode ser apresentado como:
Ato involuntário, isto é, que se realizou ou ocorreu independentemente da vontade
do agente e pela ausência de dolo ou de mau desígnio de sua parte. Confundindo-se
com o acaso. Distingue-se como acidente do trabalho todo e qualquer acontecimento
infeliz que advém fortuitamente ou atinge o operário, quando no exercício normal
do seu ofício ou de suas atividades profissionais.
De acordo com Ministério do Trabalho (1992) define:
Acidente de trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da
empresa, ou ainda, pelo serviço de trabalho de segurados especiais, provocando
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução da
capacidade para o trabalho, permanente ou temporária.
Segundo o Ministério da Previdência Social (2006) os acidentes de trabalho são
rotulados em 3 tipos:
- Acidente típico: aquele decorrente da distinção da atividade profissional exercida
pelo funcionário;
- Acidente de trajeto: aquele que advém no caminho entre a casa do trabalhador e o
local de trabalho, e vice-versa.
- Doença Profissional ou do Trabalho: causada ou desencadeada pelo exercício de
determinada função, característica de um emprego específico.
Os acidentes de trabalho têm como base duas causas, sendo elas:
inconscientemente, a riscos de acidentes. São esses os atos responsáveis por muitos dos acidentes
de trabalho e que estão presentes na maioria dos casos em que há alguém ferido” (OLIVEIRA,
2012).
a saúde e integridade física do trabalhador, podendo ser, a falta de sinalização, ruído excessivo,
arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos com defeito (SILVA, 2008).
As consequências provenientes desses acidentes englobam três principais alvos, os
acidentes de trabalho não traz nenhum benefício pelo contrario só proporciona prejuízos.
Essas consequências podem ser descritas da seguinte forma:
- Para o trabalhador: “Sofrimento físico como dor, ferimentos, incapacidade para o
trabalho, redução do seu salário, desamparo da família, invalidez, traumas, prejuízos morais,
morte, desemprego, depressão, dificuldade de conseguir um novo emprego compatível com a
sua eficiência” (HENRIQUE, 2010).
- Para a empresa: Envolvem diversos custos, como a perda da mão-de-obra, transporte
dos funcionários e assistência médica, gastos com primeiros socorros, interrupção de setor,
máquinas, suspensão da produção, elevação dos custos operacionais, prejuízos na reputação e
na imagem da empresa (ZOCCHIO, 2002).
- Para a sociedade: Encargos pela Previdência Social, alto gasto com médicos,
hospitais, remédios, perda provisória ou constante do trabalhador, remuneração de benefícios
ao funcionário acidentado, redução da população economicamente ativa (CESTARI, 2012).
2.1.2 Prevenção de acidentes de trabalho
Para que ocorra a prevenção de acidentes no local de trabalho é necessária por parte
das empresas à adoção de políticas de segurança, sendo elas programas que tem como
objetivo a prevenção de acidentes, e oferecer aos trabalhadores equipamentos de proteção
individual (FILHO, 1999).
Uma forma de perpetrar a prevenção de acidentes de trabalho é a conscientização dos
trabalhadores, ou seja, manter o mesmo ciente sobre os riscos a saúde e os presumíveis efeitos
causados deste risco e as formas de como serem evitados, torna se um fator categórico na
prevenção de acidentes.
Outro método para que sobrevenha a prevenção de acidentes de trabalho é o
levantamento das condições do ambiente do trabalho, detectando prováveis falhas que derive
a oferecer riscos ao trabalhador, bem como identificar fontes geradoras de acidentes. Ainda
mencionando sobre a prevenção de acidentes, outro instrumento a ser destacado é a adoção de
equipamentos de proteção individual a todos os funcionários. De acordo com Pedro (2002) "a
função do E.P.I, é neutralizar ou atenuar a ação do agente agressivo contra o corpo da pessoa
que o usa, e ainda evitam lesões ou atenuam sua gravidade e, também, protegem o corpo e o
organismo contra os efeitos de substâncias com características tóxicas”.
De acordo com Henrique (2010) existem dois tipos de prevenção: a ativa que é aquela
que prevê antes que qualquer acidente aconteça, e a passiva também conhecida como
prevenção de repetição, ou seja, aquela que depois de algum acaso (lesão, perda, danos
matérias) buscam avaliações para impedir.
2.1.3 Acidentes em empresas frigoríficas
De acordo com Pigatto e Santini (2009) “O Brasil é o quarto maior produtor mundial
de carne bovina, representando 10% de toda a produção, e o maior exportador mundial, com
participação de 25% do mercado”.
Com esta alta produção e crescimento neste segmento, suscita um acréscimo na
capacidade de abate de empresas frigoríficas, e com isso expande a contratação de
trabalhadores de dessemelhantes níveis de qualificação. E com esta ampliação de empregos
formais nestas indústrias, faz com que aumente o número de notificações de acidentes de
trabalho (VASCONCELLOS; PIGNATI, 2009).
Segundo Macedo e Pereira, (2009) as empresas de abate e processamento de carnes
(aves, suínos e bovinos) tem seu arranjo de processo e métodos de atividades de tal modo que
acaba proporcionando riscos a saúde e segurança do trabalhador, pois devido às ações
desenvolvidas e a organização da produção faz com que os trabalhadores não tenham
autoridade sobre seu trabalho.
De acordo com Ministério do Trabalho e Emprego (2004), relata que o processo
produtivo de carnes, que vai desde a recepção da matéria prima até a expedição do produto ao
consumidor final é um dos setores que mais oferece riscos a saúde e segurança do trabalhador,
carecido de diversas causas sendo elas:
associadas e implexas que proporciona múltiplos tipos de riscos;
inadequadas;
s biológicos devido ao contanto de peles, excreções, vísceras durante o abate;
músculos;
curtos;
nos setores do corte de bovinos, devido a grande força nos membros superiores.
Constata que são inúmeras causas que este tipo de trabalho proporciona a ocorrência
de acidentes, sendo, portanto indispensáveis que estas empresas frigoríficas implante e
executa um rigoroso sistema de segurança no local de trabalho.
“A distribuição de acidentes de trabalho no setor frigorífico [...] indica que 92 %
foram classificados de acidente típico, 4,8% relacionaram-se a acidentes de trajeto e 2,8%
corresponderam às doenças relacionadas ao trabalho” (VASCONCELLOS; PIGNATI, 2009).
Os autores ainda relatam que os agentes causadores de acidentes de trabalho em
frigoríficos sendo:
A ferramenta de trabalho (faca) como responsável por 43,3% dos acidentes de
trabalho registrados nas ocupações predominantes descritas acima. Outras causas
apontadas, em ordem decrescente, foram: peças de carne (6,2%), água (4,2%),
embalagens e caixas (2,4%), máquinas (2,2%) e animal vivo (2,0%).
Segundo os autores as partes mais atingidas do corpo podem destacar:
Os dedos, mão (exceto punho e dedos), antebraço e braço foram às partes do corpo
mais atingidas no universo de acidentes do trabalho analisados, representando 59,7%
do total de ocorrências com membros superiores. Outras partes lesionadas nos
acidentes foram: 5,5% atingindo o dorso (inclusive coluna e medula espinhal), 5,0%
lesionaram os ombros e 4,9% dos acidentes atingiram o pé dos trabalhadores que
ocupam as funções predominantes descritas.
Outro fator que vem se sobressaindo de acidentes de trabalho são as doenças de
trabalho, porém com menor frequência com os demais acidentes, mas que requer uma devida
atenção por parte das organizações.
2.2 Segurança do Trabalho
A segurança do trabalho é compreendida como uma filosofia que tem como foco
principal prevenir acidentes, através da implantação de medidas que irão extinguir as
condições inseguras no contexto do trabalho, assim protegendo a integridade física e mental
dos trabalhadores (VIEIRA et al, 2009).
A segurança do trabalho é de suma importância dentro das organizações, pois a
existência desta prestigiosa ferramenta no local de trabalho faz com que as empresas tenham
maior produtividade, qualidade dos produtos e serviços prestados, bom relacionamento
humano, aumento da receita das empresas, enfim são abundantes benefícios que a mesma
proporciona (GROHMANN, 2010?).
As empresas que almejam abranger uma maior fatia de mercado tem que investir
também em segurança do trabalho, pois adotar medidas preventivas de segurança e gestão
ambiental proporciona benefícios aos funcionários, e a para a própria empresa.
2.3 Risco Ambiental
Os riscos ambientais são aqueles capazes de acarretar agravos na saúde e integridade
do trabalhador, carecido da sua natureza, concentração, intensidade de exposição. São
ponderados elementos de risco ambientais os agentes, físicos, químicos, biológico,
ergonômico e mecânico (GOMES, 2007).
De acordo com o Ministério do Trabalho, portaria nº 3.21 (1978) rotula os riscos
ambientais em cinco tipos sendo:
diferentes formas de energia que podem vim a inutilizar a saúde dos trabalhadores. Exemplos:
temperaturas altas ou baixas, ruído, vibrações, radiações, pressão anormal.
adentra em contato com substancias químicas, as mesmas podem ser nos estados líquido,
sólido e gasoso, podendo penetrar no organismo através das vias respiratórias, cutânea ou via
digestivas. Exemplo: poeira, neblinas, nevoas, substancias toxicas, ácidos, gases.
microrganismo, como bactérias, vírus, fungos, protozoários, cujas suas características
provocam doenças ocupacionais ao homem como tuberculose, brucelose, febre amarela, entre
outras.
judicar a
integridade física ou mental do trabalhador. Exemplo: levantamento de peso, esforço físico,
postura inadequada, estresse, repetitividade, jornada de trabalho prolongada.
loca
em perigo a vida do trabalhador, ou que possa afetar sua integridade física ou moral. São
exemplos deste risco o arranjo físico inadequado das indústrias, superfícies abrasivas, arestas
cortantes, probabilidade de incêndio e explosão, ausência de ordem e limpeza, iluminação
imprópria.
2.4 O Gerenciamento de Risco
O gerenciamento de risco pode ser deliberado como uma ferramenta que tem objetivo
planejar, organizar e controlar, qualquer episódio improvável que venha afetar os recursos
humanos e materiais de uma determinada organização, com o intuito de promover a
eliminação ou minimização dos riscos presente no local de trabalho (LAUREANO, [2014?]).
Segundo Security (2011) “O gerenciamento de risco é um conjunto de técnicas que
visa reduzir ao mínimo os efeitos das perdas acidentais, enfocando o tratamento aos riscos que
possam causar danos pessoais ao meio ambiente e à imagem da empresa”.
O gerenciamento de risco começou a ter importância a partir da Segunda Guerra
Mundial, nos países dos Estados Unidos e na Europa. O que levou a extensão deste estudo foi
à precisão de examinar formas para diminuir os prêmios de seguros por acidentes, com o
principal objetivo de proteger o patrimônio da empresa.
De acordo com Sell (1995), afirma que:
O gerenciamento de riscos é feito a partir do levantamento, da avaliação e do
domínio sistemáticos dos riscos da organização fundamentados em princípios
econômicos. Salienta também a importância do domínio dos riscos pela direção da
empresa, de forma que seu gerenciamento garanta os objetivos da organização,
minimizando a possibilidade de eventos que ameacem a normalidade de seu
funcionamento.
2.4.1 Princípio do Gerenciamento de Risco
De acordo com Souza [2005?] o gerenciamento de risco parte dos seguintes princípios:
Risco: É definido como uma ou mais conjuntos que acarreta danos. E danos podem ser
classificados como lesões a pessoas, perda de material em processo, danos a equipamento ou
estruturas de uma organização, enfim se existir risco pode haver possibilidade de ocorrências
incertas.
Perigo: “Uma ou mais condições de uma variável com o potencial necessário para causar
danos”.
Segurança: É conceituada como “isenção de risco”, ou seja, estar livre de perigos, riscos,
perdas.
Probabilidade: É a chance de ocorrer uma falha que venha posteriormente ocasionar um
possível acidente.
Dano: “É definido como o resultado de um acidente de trabalho, sendo a gravidade da
perda humana, material ou financeira, ou a redução da capacidade de desempenho de uma função
pré-determinada”.
Causa: É a origem podendo ser de caráter humano ou material, relacionada com o
episódio (acidente), que resulta de um risco que provoca avarias.
Incidente: É deliberado como qualquer acontecimento não programado que provoca
danos. É conhecido também como “quase acidente”.
Sinistro: É o prejuízo sofrido por uma organização, com garantia de recebimentos de
seguros.
2.4.2 Como Gerenciar os Riscos
Segundo a Norma AS/NZS 4360 (1990) os elementos principais que fazem parte do
processo de gerenciamento de risco são:
Estabelecer o contexto: Inclui etapas como estabelecer o contexto estratégico,
organizacional e o de gerenciamento de risco. Através disso é que vai relacionar os objetivos
da organização no ambiente as quais estão inseridas, apontar o porquê da precisão do processo
e os critérios que será empregado na análise de riscos.
a) Contexto Estratégico: Define em qual o ambiente a organização está inserida e a
relação entre ambos, através da identificação dos pontos forte, fraco, ameaça e oportunidade.
b) Contexto organizacional: É realizado o estudo do funcionamento da organização, ou
seja, conhecer sua cultura, estrutura, capacidade, metas e objetivos.
c) Contexto do gerenciamento de risco: Estabelecer as metas, objetivos, estratégias,
escopo e parâmetros das atividades onde o processo de gerenciamento de risco vai ser
aplicado. E ainda devem-se comparar os custos, benefícios e as oportunidades.
Identificar os riscos: É considerada como uma das etapas mais crítica do processo, pois se
não identificado os riscos consequentemente não serão analisados e muito menos tratados. A
identificação de riscos inclui todos os riscos, mesmo se estiver sob controle ou não.
Analisar de riscos: Na análise são consideradas as fontes de riscos, as consequências que o
mesmo proporciona e a probabilidade que estas poderão ocorrer, e ainda os fatores que
comprometem as consequências e as probabilidades podem ser identificados. A análise de risco é
feita por meio da combinação das consequências e das probabilidades de acordo com as
avaliações existentes de controle.
Avaliar os riscos: Esta avaliação de risco é realizada de acordo com a comparação do nível
de risco descoberto com o critério estabelecido de risco. A correta avaliação de risco consente as
organizações deliberar quais as melhores estratégias para serem adotadas, para que os riscos sejam
eliminados, tratados, tolerados ou transferidos. Se na avaliação, aparecerem riscos aceitáveis eles
podem ser aceitos, mas com adicional de tratamento mínimo, aqueles que não estiverem dentro
desta categoria, devem ser tratados.
Tratar dos riscos: Diagnosticar quais as opções de tratamento de risco como aceitar, evitar,
reduzir a probabilidade de ocorrência, reduzir as consequências, reter os riscos, e ponderar qual a
melhor opção para cada caso. Avaliar-se as opções de tratamento de risco conforme a redução dos
riscos que o mesmo proporciona, e/ou benefícios adicionais. Para preparar o plano de tratamento é
necessário definir qual a maneira que as opções serão implementadas, e o mesmo deve conter
critérios como identificar responsabilidade, programas, ou resultados esperados pelo tratamento,
medidas de desempenho.
Monitorar e revisar: Monitorar os riscos, a efetividade do plano de tratamento, e o sistema
de gerenciamento de risco. Necessita-se esta monitoração para assegurar se o processo de
gerenciamento de risco está de acordo com os objetivos propostos inicialmente.
Comunicar e Consultar: A comunicação e consulta é considerada fundamental dentro de
um processo de gerenciamento de risco. Esta comunicação e consulta ocorre tanto da parte interna
como da externas, e deverá ocorrer em todas as fases do processo.
2.4.3 Importância e benefício da ferramenta
O gerenciamento de risco é de suma importância para as organizações, pois o mesmo
proporciona uma proteção aos seus patrimônios, eliminando ou reduzindo os riscos presentes
no ambiente de trabalho. E ainda auxilia as empresas na escolha das melhores opções para o
tratamento dos plausíveis riscos que venha a afetar os objetivos das organizações (ISEGNET,
[2010?]).
O autor ainda aponta que, o gerenciamento de risco proporciona inúmeros benefícios,
como:
-Seguros amoldados;
-Redução de riscos no ambiente de trabalho;
-Retenções conscientes de riscos;
-Bens materiais e vidas humanas conservadas;
-Funcionários motivados;
-Aumento da produção e competitividade.
3. DISCUSSÕES
Quando se analisa a indústria frigorífica, constata-se a presença dos riscos ambientais,
que são causados por agentes físico, químico, biológico, ergonômico e por acidentes, sendo
que, grandes partes dos trabalhadores estão expostos a eles. Segundo Queiroz [2013?], os
riscos ambientais quando não controlados ou extintos, podem prejudicar a saúde e a
integridade física do trabalhador no curto, médio ou longo prazo, e ainda há possibilidade de
gerar acidentes de trabalho com lesões imediatas ou doenças profissionais.
Outros autores também compartilham desta opinião, ressaltando que os riscos
ambientais não escolhem a profissão, estes agridem os trabalhadores de qualquer área
ocupacional, de modo sutil e imperceptível (ZOCCHIO, 2002).
Em relação a medidas de proteção contra queda, que é um grande problema para o
segmento, pois grande parte da atividade ocorre em plataformas, Vieira et al (2009) afirma
que um dos sistemas que visa a proteção contra riscos de quedas de pessoas, materiais e
ferramentas, é o guarda-corpo-rodapé, que é um amparo fixado e instalado em locais onde
existe risco de queda de pessoas e materiais..
Um grande vilão das indústrias no geral é a prevenção de incêndio, Souza (2005),
considera que, “incêndio se apaga no projeto”, sendo o planejamento essencial nesta área,
pois ele visa garantir a vida e a preservação do patrimônio da empresa. De acordo com
Oliveira (2012) destaca que um dos meios para prevenir contra incêndio é realizar ações de
manutenção em instalações elétricas, pois sendo ela uma das maiores causas de incêndio em
empresas, e realizar um apropriado armazenamento de materiais principalmente se for de
origem inflamáveis e combustíveis, e o autor ainda ressalta que, uma das formas de proteção
contra incêndio inclui sistemas de paredes e porta corta fogo e sistemas de para-raios.
Em referência a sinalização de segurança, Grohmann (2010) afirma sua importância,
uma vez que esta tem a função de manter os trabalhadores informados dos tipos de riscos
existentes em suas atividades, proporcionando assim que os mesmos tenham atitudes
preventivas e de proteção.
A ordem e limpeza no ambiente de trabalho são importantíssima nesse contexto,
Mineiro (2010) pondera que, os ambientes aonde não existem ordem e limpeza são os mais
vulneráveis para ocorrer prováveis acidentes de trabalho.
Em relação a atividades e operações perigosas, Queiroz (2013) enfatiza que no
trabalho frigorífico os riscos são mais aguçados, e os seus agentes age de modo imediato,
ocasionando assim efeitos lesivos, que consequentemente pode levar a incapacidade ou morte
súbita.
Referente à edificação, máquinas e equipamentos, caldeira e EPI, todos esses
elementos são regularizados pelas Normas Regulamentadoras – NR (2014), que Segundo a
NR 8, afirma que qualquer edificação deve constituir requisitos técnicos mínimos que devem
ser observados, garantindo assim a comodidade e o bem estar das pessoas que nelas
trabalham. A NR 12 aborda em relação a máquinas e equipamentos, onde define as normas de
segurança que devem ser seguidas, assim como sua manutenção, operação, e constituem
critérios que deve ser observados na fabricação, importação e venda. Em relação à caldeira, a
NR 13, é que estabelece as normas de segurança relativas à instalação, documentação,
manutenção, inspeção, e habilitação do operador da caldeira. A NR 06 conceitua em relação
ao EPI, que é todo dispositivo individual utilizado pelo trabalho, que destina a proteção contra
os riscos capazes de afetar a segurança e a saúde do trabalhador.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O gerenciamento de risco é uma indispensável ferramenta da segurança do trabalho,
pois esta identifica, analisa, avalia e trata os riscos no ambiente de trabalho, e ainda é capaz de
erradicar ou diminuir qualquer elemento que prejudique a saúde e a segurança do trabalhador.
A indústria frigorifica oferece - devido seu contexto produtivo - inúmeros riscos aos
seus trabalhadores. Deste modo, constatam que, a adoção da ferramenta do gerenciamento de
risco seria ideal para eliminar ou minimizar estes plausíveis riscos existentes no ambiente
exposto, através da elaboração de um planejamento adequado com os profissionais
especializados na prevenção de acidentes (engenheiros, técnicos, médicos da segurança do
trabalho), e a alta gerência da empresa, com o intuito de realizar a identificação das áreas do
frigorifico que oferecem riscos aos seus trabalhadores, e com isso investigar quais as
melhores medidas para tentar eliminá-los ou tratá-los, de forma prevenir os trabalhadores e o
patrimônio da empresa. Além deste planejamento, é necessário efetuar a implantação de um
programa de treinamento a todos os colaboradores da empresa, com o objetivo de apresentar a
importância do gerenciamento de risco, na prevenção de acidentes no local de trabalho.
Diante do contexto, conclui que, o gerenciamento de risco é de suma importância para
qualquer organização como forma de diminuir os riscos de acidentes de trabalho, prevenir os
colaboradores de acidentes e contribuir para a melhoria das condições gerais de trabalho.
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