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Universidade de Brasília - UnB Universidade Aberta do Brasil UAB Curso de Licenciatura em Educação Física A EDUCAÇÃO FÍSICA COMO ELEMENTO ESTRUTURANTE DO PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL TEANA QUEIROZ DA SILVA PIRITIBA-BA 2014 Universidade de Brasília

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Artigo de educação física

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  • 0

    Universidade de Braslia - UnB

    Universidade Aberta do Brasil UAB

    Curso de Licenciatura em Educao Fsica

    A EDUCAO FSICA COMO ELEMENTO ESTRUTURANTE

    DO PROCESSO DE ESCOLARIZAO NA EDUCAO

    INFANTIL

    TEANA QUEIROZ DA SILVA

    PIRITIBA-BA

    2014

    Universidade de Braslia

  • 1

    TEANA QUEIROZ DA SILVA

    A EDUCAO FSICA COMO ELEMENTO ESTRUTURANTE

    DO PROCESSO DE ESCOLARIZAO NA EDUCAO

    INFANTIL

    Trabalho Monogrfico apresentado como requisito final para aprovao na disciplina Trabalho de Concluso de Curso II do Curso de Licenciatura em Educao Fsica a distncia da Universidade de Braslia Plo- Piritiba-Bahia Orientador(a): JANANA TEIXEIRA

    PIRITIBA-BA

    2014

  • 2

    TERMO DE APROVAO

    TEANA QUEIROZ DA SILVA

    A EDUCAO FSICA COMO ELEMENTO ESTRUTURANTE DO

    PROCESSO DE ESCOLARIZAO NA EDUCAO INFANTIL

    Trabalho Monogrfico defendido e aprovado como requisito final para aprovao na disciplina Trabalho de Concluso de Curso II e no Curso de Licenciatura em Educao Fsica a distncia da Universidade de Braslia FEF EAD/UNB do plo de Piritiba-Bahia.

    _________________________________________________________ Professor...

    ________________________________________________ Professor

    _____________________________________________ Professor...

    CONCEITO FINAL:

    PIRITIBA-BA

    2014

  • 3

    DEDICATRIA

    Dedico este Trabalho Final todos que direta ou indiretamente me apoiaram

    em mais esta jornada. Principalmente a Deus, Soberano e Eterno Pai que nunca me

    abandonou em nenhum momento e ao Meu Filho Valnei Sousa Conceio Filho e

    meus alunos do Instituto Presbiteriano de Educao em Piritiba-Bahia, que foram a

    inspirao para suportar tantas lutas e obstculos vividos durante todos estes anos.

  • 4

    AGRADECIMENTOS

    Gostaria de agradecer a todos aqueles que fizeram parte deste perodo da

    minha vida, que acompanharam os momentos de alegria e dificuldade e que

    contriburam me incentivando a seguir estudando.

    Agradeo primeiramente a Deus, Senhor da minha vida e da minha histria,

    que me ama incondicionalmente e providencia tudo aquilo que preciso. Sem Ti

    Senhor, nada posso!

    Ao Filho Valnei que esteve sempre ao meu lado, sacrificando muitos finais de

    semana em prol dos meus estudos, compreendendo o meu cansao e indisposio

    para os momentos de lazer e em alguns casos abrindo mo das horas que queria

    ficar em frente ao computador para que eu pudesse cumprir as atividades no prazo

    determinado.

    Agradeo muito a minha cunhada Priscilla Coelho, por todos os cuidados

    com meu filho nos dias de aula. Agradeo de forma especial a minha colega e amiga

    Lucia Do Carmo Souza Lima pelo seu apoio e ajuda. Minha Amiga Silvania

    (Nana), no tenho palavras para te agradecer por todos os sins dados a mim cada

    vez que te procurava.

    Agradeo a todos aqueles que me mostraram que eu tinha potencial, que me

    ensinaram a reconstruir, a olhar o lado bom de tudo e a no ser acomodada.

    Professora Janana, esteve comigo desde o incio de tudo. Quanto trabalho te dei.

    Voc foi pea fundamental nesta jornada do curso, me orientando e oportunizando a

    mim a concluso desse trabalho.

    Agradeo aos colegas e amigos, e ao nosso tutor Ricardo Lopes Reis que

    sempre esteve disposto a nos ajudar no que fosse preciso. Agradeo tambm ao

    Meu Colega Jonilson Avelino pelos momentos de conversa que muito me ajudou

    compartilhando comigo seus conhecimentos. E vocs Eriam, Jaci e Marina sou

    muito grata tambm. Obrigada pelo apoio e suporte nos dias mais complicados do

    curso.

    O meu muito obrigado. Sem o auxlio de vocs ficaria tudo mais difcil!

  • 5

    SUMRIO

    1. INTRODUO................................................................................................. 09

    1.1 Objetivo geral............................................................................................ 12

    1.2 Objetivos especficos ou intermedirios.................................................... 12

    2. REFERENCIAL TERICO.............................................................................. 13

    2.1 Desenvolvimento Motor ............................................................................ 13

    2.2 Educao Infantil....................................................................................... 16

    2.3 A Infncia e as Brincadeiras...................................................................... 18

    2.4 Ludicidade................................................................................................. 21

    2.5 Planejamento Pedaggico e Contedos da Educao Infantil ................ 24

    2.6 Educao Fsica Escolar........................................................................... 27

    3. MATERIAL E MTODO .................................................................................. 30

    3.1 Delineamento do Estudo ........................................................................ 30

    3.2 Populao do Estudo .............................................................................. 30

    3.3 Seleo da Amostra do Estudo ............................................................... 31

    3.4 Aspectos ticos em Pesquisa .................................................................. 32

    3.5 Instrumentos para Coleta de Dados ......................................................... 32

    3.6 Procedimentos de Estudo ........................................................................ 33

    3.7 Tratamento Estatstico.............................................................................. 35

    4. ANLISE E DISCUSSO DE DADOS ........................................................... 36

    5. CONSIDERAES FINAIS ........................................................................... 45

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..................................................................... 47

    LISTA DE APNCICES........................................................................................ 49

    LISTA DE ANEXOS............................................................................................. 53

  • 6

    LISTA DE TABELAS

    TABELA 01 - Quadro comparativo e descritivo da aprendizagem do professor

    sobre os contedos que envolvem o desenvolvimento infantil atravs da ludicidade.

    36

    TABELA 02 - Quadro comparativo e descritivo,sobre como acontece o desenvolvimento dos alunos ao participarem das atividades ldicas na escola...............................................................................

    37

    TABELA 03 - Quadro comparativo de quantas vezes por semana o professor trabalha com atividades ldicas com seus alunos.............................

    38

    TABELA 04 - Quadro comparativo e descritivo da dificuldade de planejamento e execuo das atividades ldicas.......................................................

    39

    TABELA 05 - Quadro comparativo e descritivo dos objetivos trabalhados com a ludicidade em sala de aula...............................................................

    40

    TABELA 06 - Quadro comparativo e descritivo sobre como as atividades ldicas influenciam no desenvolvimento psicomotor do aluno dentro da sala de aula.......................................................................................

    41

    TABELA 07 - Quadro comparativo e descritivo sobre o comportamento dos alunos nos dias no trabalhados com a ludicidade...........................

    42

    TABELA08 - Quadro comparativo e descritivo sobre as atividades ldicas adequadas para a idade dos alunos..................................................

    43

    TABELA09 - Quadro comparativo e descritivo sobre as aulas com contedo ldico na educao infantil................................................................

    44

  • 7

    LISTA DE ABREVIATURAS

    APASE- Associao Presbiteriana de Ao Social e Educao.

    EF- Educao Fsica.

    FEF- Faculdade de Educao Fsica.

    FTC- EaD- Faculdade de Tecnologia e Cincias- Ensino Distncia.

    IPE-Instituto Presbiteriano de Educao.

    LDB- Lei de Diretrizes e Bases.

    PCNs- Parmetros Curriculares Nacionais.

    RCNEI- Referenciais Curriculares Nacionais para aEducao Infantil.

    TCLE-Termo de Consentimento Livre Escalrecido.

    UNEB-EaD- Universidade do Estado da Bahia-Ensino Distncia.

    UnB- Universidade de Braslia

    UNOPAR- Universidade Norte do Paran.

  • 8

    RESUMO

    Este trabalho visa abordar a seriedade da disciplina Educao Fsica no

    contexto escolar, contudo visando sua importncia na Educao Infantil, trazendo

    em seu bojo discusses pertinentes de maneira a elucidar o quanto o Ldico, jogos

    e brincadeiras podem favorecer no desenvolvimento motor das crianas, assim

    como auxiliar no desenvolvimento integral das mesmas, uma vez que apresenta

    sentido e significado ao processo educativo. Trataremos tambm a respeito de como

    desenvolvido essas aulas e o quanto essa prtica precisa ser notria na Educao

    Infantil, uma vez que a sua escassez muito presente nesse contexto.

    Assim, este trabalho monogrfico tem como objetivo analisar as condies em

    que so desenvolvidas as aulas ldicas da Educao Infantil do Instituto

    Presbiteriano de Educao da cidade de Piritiba- Bahia.

    Entendemos que as discusses tratadas aqui, sero pertinentes para que

    gestores e professores possam compreender e incluir de maneira expressiva

    prticas pedaggicas que favoream no desenvolvimento das crianas. O presente

    estudo fundamentado em um estudo de caso, em pesquisas bibliogrficas, autores

    e estudiosos do assunto.

    De acordo com os resultados da pesquisa podemos verificar que a criana da

    Educao Infantil pode ser beneficiada com as vivencias corporais que a Educao

    Fsica proporciona, desenvolvendo e aperfeioando suas capacidades fsicas e

    motoras com mais segurana.

    Palavras Chaves: Desenvolvimento Motor, Educao Infantil, brincadeiras,

    Ludicidade, Prticas Pdaggicas , Educaco Fsica

  • 9

    1. INTRODUO

    De acordo os PCNs da Educao Infantil (2007) as brincadeiras de faz-de-

    conta, os jogos de construo e aqueles que possuem regras, como os jogos de

    sociedade, jogos tradicionais, didticos, corporais, etc., propiciam a ampliao dos

    conhecimentos infantis por meio da atividade ldica. A ludicidade no contexto da

    Educao Infantil deve estar presente no cotidiano da criana. O brincar permite,

    ainda, aprender a lidar com as emoes. Pelo brincar, a criana equilibra as tenses

    provenientes de seu mundo cultural, construindo sua individualidade, sua marca

    pessoal e sua personalidade. Segundo Piaget (1998) o brincar, implica uma

    dimenso evolutiva com as crianas de diferentes idades, apresentando

    caractersticas especificas, apresentando formas diferenciadas de brincar. Na

    Educao Infantil deve-se facilitar a aprendizagem utilizando-se de atividades

    ldicas que criem um ambiente agradvel para favorecer o processo de aquisio de

    autonomia de aprendizagem. Para tanto, o saber escolar deve ser valorizado

    socialmente e a aprendizagem e a interao devem ser processos dinmicos e

    criativos atravs de jogos, brinquedos e brincadeiras e musicalidade.

    Por meio das atividades ldicas, espera-se que a criana desenvolva a

    coordenao motora, a ateno, o movimento ritmado, conhecimento quanto

    posio do corpo, direo a seguir e outros; participando do desenvolvimento em

    seus aspectos biopsicolgicos e sociais; desenvolva livremente a expresso corporal

    que favorece a criatividade, adquira hbitos de prticas recreativas para serem

    empregados adequadamente nas horas de lazer, adquira hbitos de boa atividade

    corporal, seja estimulada em suas funes orgnicas, visando ao equilbrio da sade

    dinmica e desenvolva o esprito. A Educao Fsica tem um papel fundamental na

    Educao Infantil, pela possibilidade de proporcionar s crianas uma diversidade

    de experincias atravs de situaes nas quais elas possam criar inventar, descobrir

    movimentos novos, reelaborarem conceitos e idias sobre o movimento e suas

    aes. Alm disso, um espao para que, atravs de situaes de experincias

    com o corpo, com materiais e de interao social as crianas descubram os

    prprios limites, enfrentem desafios, conheam e valorizem o prprio corpo,

    relacionem-se com outras pessoas, percebam a origem do movimento, expressem

    sentimentos, utilizando a linguagem corporal, localizem-se no espao, entre outras

    situaes voltadas ao desenvolvimento de suas capacidades intelectuais e afetivas,

  • 10

    numa atuao consciente e crtica de iniciativa, tornando-se capaz de resolver

    eficazmente situaes imprevistas.

    "O brincar uma necessidade bsica e um direito de todos. O brincar uma experincia

    humana, rica e complexa." (ALMEIDA, M. T. P, 2000)

    A funo da Educao Fsica Escolar levar os alunos a um ambiente

    diferente sem sair da escola. As aulas das outras matrias, como portugus,

    matemtica, cincias dentre outras, so caracterizadas pelo teste mental, por

    desenvolverem mais a parte cognitiva das crianas. O objetivo da Educao Fsica

    despertar tanto a parte cognitiva quanto a motora, pois a mesma no se

    representa apenas por brincadeiras.

    So nos primeiros anos da criana na escola que ela aprende as vogais, os

    primeiros nmeros, e tambm so apresentadas disciplina e ordem. Isso pode

    provocar uma distoro no desenvolvimento da criana. A escola um lugar feito

    para o estudo, o aprendizado, mas no podemos esquecer que crianas so

    especialistas nas brincadeiras e diverso. Sendo assim a escola no pode deixar

    de lado essa parte e sim trabalhar em conjunto com isso. justamente na fase

    infantil que a pessoa aprende a lhe dar com muitas coisas, por conta disso, a

    insero da Educao Fsica na Educao Infantil influenciaria no s na

    comunidade escolar, mas em toda a sociedade.

    Estas formas de expresso, vividas e percebidas pelo brincar, representam

    a totalidade do ser criana e precisariam estar garantidas na organizao

    curricular da sua educao (...) e no enquadradas em reas do

    conhecimento e alocadas em disciplinas (Sayo,1999, p.234; grifos meus).

    Seria um grande avano para a sociedade de maneira geral se a Educao

    Fsica estivesse presente na Educao Infantil. Partindo deste princpio surgiu a

    ideia tema: A Educao Fsica como elemento estruturante do processo de

    escolarizao na Educao infantil. Diante do tema, surge o questionamento:

    Como a escassez de estmulos nas aulas ldicas prejudica a aprendizagem e o

    desenvolvimento global de crianas vinculadas Educao Infantil do Instituto

    Presbiteriano de Educao na cidade de Piritiba-Bahia.

    muito importante considerar o desenvolvimento motor infantil, pois atrasos

    motores acarretam prejuzos que podem se estender at a fase adulta.Sendo assim,

    os fatores de risco para atrasos no desenvolvimento devem ser eliminados sempre

    que possvel. Atravs de uma interveno adequada pode influenciar a seqncia

  • 11

    tpica do desenvolvimento motor da criana. Desta forma o projeto foi elaborado

    diante da falta de aula de Educao Fsica para faixa etria entre 3 e 6 anos de

    uma escola particular de nome Instituto Presbiteriano de Educao, no municpio

    Piritiba-Bahia.

  • 12

    1.1 Objetivo Geral

    Analisar de que forma so desenvolvidas as aulas ldicas da Educao

    Infantil do Instituto Presbiteriano de Educao da cidade de Piritiba- Bahia

    1.2 Objetivos Especficos

    Identificar os aspectos positivos ou aspectos de escassez de estmulos nas

    aulas ldicas da educao infantil do Instituto Presbiteriano de Educao da

    cidade de Piritiba-Bahia

    Relatar o processo de interveno pedaggica e a adequao de estmulos

    ldicos para o desenvolvimento motor nas aulas de Educao Fsica na

    Educao Infantil,

    Indicar os aspectos do desenvolvimento corporal e psquico das crianas,

    elencados a partir da interveno pedaggica ldica;

  • 13

    2. REFERENCIAL TERICO

    2.1 DESENVOLVIMENTO MOTOR.

    O desenvolvimento motor um processo contnuo e demorado e, pelo fato

    das mudanas mais acentuadas ocorrerem nos primeiros anos de vida, existe a

    tendncia em se considerar o estudo do desenvolvimento motor como sendo apenas

    o estudo da criana. necessrio enfocar a criana, pois, enquanto so necessrios

    cerca de vinte anos para que o organismo se torne maduro, autoridades em

    desenvolvimento da criana concordam que os primeiros anos de vida, do

    nascimento aos seis anos, so anos cruciais para o indivduo (TANI et al.,1988). As

    experincias que a criana tem durante este perodo determinaro, por grande

    extenso, que tipo de adulto a pessoa se tornar (HOTTINGER apud TANI et al. ,

    1988). Mas no se pode deixar de lado o fato de que o desenvolvimento um

    processo contnuo que ocorre ao longo de toda a vida do ser humano.

    A organizao do desenvolvimento se inicia na concepo, o domnio motor,

    afetivo-social (conduta pessoal-social) e cognitivo (conduta adaptativa e linguagem)

    vo se diferenciando gradualmente. Mas no incio da seqncia, o comportamento

    motor uma expresso de integrao de todos os domnios. Este carter do

    movimento indica o importante papel do domnio motor na seqncia de

    desenvolvimento do ser humano, mas isto leva s vezes concepo de que o

    movimento apenas um ndice para medir outros domnios de comportamento

    (TANI et al,1988).

    O desenvolvimento motor pode ser visto pelo desenvolvimento progressivo

    das habilidades de movimento, ou seja, a abertura para o desenvolvimento motor

    dada atravs do comportamento de movimento observvel do sujeito ( GALLAHUE

    & OZMUN, 1995; 2001). Em seu modelo terico, Gallahue (1989), apresenta o

    desenvolvimento da transacionalidade, a interao indivduo, ambiente e tarefa.

    Com os domnios, cognitivo, afetivo e motor, o autor descreve seu modelo desde a

    fase dos movimentos reflexos at a fase dos movimentos especializados. O

    processo de desenvolvimento motor apresentado atravs das fases dos

    movimentos reflexos, rudimentares, fundamentais e especializados. Para cada fase

  • 14

    do processo de desenvolvimento motor so indicados estgios com idades

    cronolgicas correspondentes. O desenvolvimento motor na educao infantil

    caracterizando, abaixo, (GALLAHUE E OZMUN (2001)) como a fase do desenvolvimento

    na idade pr-escolar.

    Fase motora reflexiva: os reflexos so as primeiras formas de movimento

    humano. Os mesmos so movimentos involuntrios, que formam a base para

    as fases do desenvolvimento motor. A partir da atividade de reflexos, o beb

    obtm informaes sobre o ambiente.

    Fase de movimentos rudimentares: os movimentos rudimentares so

    determinados de forma maturacional e caracterizam-se por uma sequncia de

    aparecimento previsvel. Esta sequncia resistente a alteraes em

    condies normais. Elas envolvem movimentos estabilizadores, como obter o

    controle da cabea, pescoo e msculos do tronco; as tarefas manipulativas

    de alcanar, agarrar e soltar, e os movimentos locomotores de arrastar-se,

    engatinhar e caminhar.

    Fase de movimentos fundamentais: as habilidades motoras fundamentais da

    primeira infncia so consequncias da fase de movimentos rudimentares do

    perodo neonatal. Esta fase do desenvolvimento motor representa um perodo

    na qual as crianas pequenas esto envolvidas ativamente na explorao e

    na experimentao das capacidades motoras de seus corpos.

    Fase de movimentos especializados: esse um perodo em que as

    habilidades estabilizadoras, locomotoras e manipulativas fundamentais so

    progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas para o uso em

    situaes crescentemente exigentes.

    Os estudos do desenvolvimento motor, segundo Tani e colaboradores (1988),

    tende a ser considerados como sendo apenas estudos de crianas, pelo fato do

    desenvolvimento motor ser um processo contnuo e demorado e, as mudanas mais

    acentuadas ocorrerem nos primeiros anos de vida.

    Paim (2003) considera a idade pr-escolar como sendo uma fase urea da

    vida, pois a criana se torna estruturalmente capacitada a desenvolver tarefas

    psicolgicas mais complexas.

  • 15

    Segundo Garcia, citada por Gallahue e Ozmun (2001), nesse perodo da vida

    a infncia o movimento passa a ser um dos meios mais importantes do

    aprendizado e um aspecto muito valioso na vida da criana. Esse o momento em

    que as crianas comeam a explorar seu ambiente e suas habilidades corporais, o

    que representa o comeo do aprendizado.

    O desenvolvimento pelo movimento compreende, para Mattos e Neira (2003)

    na realizao de atividades motoras que visam o desenvolvimento das habilidades

    motoras bsicas (andar, correr, saltar, correr, arremessar, receber, empurrar, puxar,

    subir, descer).

    As experincias motoras esto presentes no dia-a-dia das crianas e

    representam toda e qualquer atividade corporal realizada em casa, na escola e nas

    brincadeiras. As experincia antes vivenciadas pelas crianas e suas atividades

    dirias eram suficientes para que se adquirissem as habilidades motoras e formasse

    uma base para o aprendizado de habilidades mais complexas. Seu desenvolvimento

    motor era aprimorado e explorado na disposio de grandes reas livres para

    brincar, como: praa, rua e quintal (NETO et al, 2004).

    A evoluo infantil obedece a uma seqncia motora, cognitiva, e afetiva-

    social que ocorrer de forma mais lenta ou mais acelerada, de acordo com os

    estmulos recebidos. A criana entre de 1 ano e meio e os dois anos de idade age

    sem refletir. O ato precede o pensamento. A partir dessa fase, a criana j adquire

    duas funes importantssimas: o andar e a linguagem. O pensamento passa a ser

    projetado no exterior pelos movimentos e pela linguagem. Isto permitir uma maior

    participao na sua relao com o meio. A ao da criana sobre o meio estimular

    sua atividade mental. A partir da, a criana comea a ter maior conscincia sobre

    sua prpria pessoa, iniciando a formao da sua auto-imagem. Em seguida, a

    criana vai iniciando a sua vida social ao formar pequenos grupos, porm ocorre

    uma troca constante de amizades e de grupos (escola, clubes,etc.). Esse

    intercmbio social essencial, pois leva a criana a se adaptar a diferentes papis,

    reconhecendo-se como pessoa.

  • 16

    2.2. EDUCAO INFANTIL.

    A Educao Infantil uma etapa relevante na medida em que proporciona na

    criana desenvolver-se integralmente em seus aspectos fsico, psicolgico,

    intelectual e social. A princpio, a educao infantil desempenhou um papel mais de

    assistencialismo, como afirma Heidrich (2010, p. 01), dizendo que no Brasil esse

    perodo "perdurou por quase um sculo e s perdeu fora quando a Constituio de

    1988 tornou o segmento um dever do Estado e fortaleceu seu carter educativo",

    no s no Brasil, mas em todo o mundo a ideia de assistencialismo ganhava fora,

    como salienta Kuhlmann Jr. (2000, p. 14):

    A concepo da assistncia cientfica, formulada no incio do sculo XX, em consonncia com as propostas das instituies de educao popular difundidas nos congressos e nas exposies internacionais, j previa que o atendimento da pobreza no deveria ser feito com grandes investimentos. A educao assistencialista promovia uma pedagogia da submisso, que pretendia preparar os pobres para aceitar a explorao social. O Estado no deveria gerir diretamente as instituies, repassando recursos para as entidades.

    Assim, as primeiras escolas j surgiam com o objetivo de manter as classes

    subordinadas no patamar em que estavam recebendo apenas assistncia bsica

    para que os pais das crianas pobres pudessem continuar trabalhando para manter

    o alto nvel econmico da classe dominante.

    No sculo seguinte, devido a mudanas estruturais na sociedade ocasionadas

    pela Revoluo Industrial, a mulher passou a compor o mercado de trabalho, e desta

    forma houve uma crescente necessidade de se aumentar o nmero de escolas j

    que as mes no mais poderiam cuidar de seus filhos em tempo integral,

    necessitando assim de um auxlio do governo para contar com escolas que

    cuidassem bem de seus filhos, dessa forma Kuhlmann Jr. (2000, p. 11) expem que

    As instituies de educao infantil tanto eram propostas como

    meio agregador da famlia para apaziguar os conflitos sociais,

    quanto eram vistas como meio de educao para uma

    sociedade igualitria, como instrumento para a libertao da

    mulher do jugo das obrigaes domsticas, como superao

    dos limites da estrutura familiar. As idias socialistas e

    feministas, nesse caso, redirecionavam a questo do

    atendimento pobreza para se pensar a educao da criana

  • 17

    em equipamentos coletivos, como uma forma de se garantir s

    mes o direito ao trabalho. A luta pela pr-escola pblica,

    democrtica e popular se confundia com a luta pela

    transformao poltica e social mais ampla.

    No Brasil est havendo uma preocupao crescente com a educao infantil.

    Isso pode ser identificado em vrios nveis, dentre os quais se inclui o legislativo. De

    acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional LDB- (Brasil, 1996),

    a educao infantil passa a ser parte da educao bsica, constituindo sua primeira

    etapa. Ela deve ser oferecida em creches e pr-escolas, com a finalidade de

    promover o desenvolvimento integral da criana at seis anos de idade. Esta mesma

    lei defende o pluralismo das idias e das concepes pedaggicas, a fim de garantir

    excelncia na educao.

    J nos Referenciais Curriculares Nacionais para a Educao Infantil RCNEI

    (Brasil, 1998) h uma preocupao em sensibilizar os educadores para a

    importncia do brincar tanto em situaes formais quanto em informais. Neles,

    brincadeira definida como a linguagem infantil que vincula o simblico e a

    realidade imediata da criana. No Estatuto da Criana e do Adolescente (Brasil,

    1990) explicitado o direito ao lazer, diverso e a servios que respeitem a

    condio peculiar da criana e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.

    Verifica-se, com base nestes documentos, que de fato h uma preocupao legtima

    em promover melhores condies de desenvolvimento por meio da educao.

    O modo que a criana se desenvolve na fase pr-escolar determinante para

    o seu futuro desempenho. A presena da Educao Fsica nessa fase importante,

    pois altera a capacidade de habilidades, assim as desenvolvendo mais rpido. A

    escola um ambiente favorvel para isso. Nela, as crianas alm de desenvolver a

    parte motora, aprendem tambm a viver em sociedade. H uma rotina pertencente

    escola com relao atividade motora das crianas. Por mais que no seja o

    objetivo, as atividades escolares restringem o modo de ser e agir dos alunos, pois

    entendido que aluno bom aquele que fique sentadinho e comportado na sala de

    aula.

    O espao da atividade infantil fica circunscrito viso estreita em que o

    movimento considerado de forma unilateral, isto , destacado de qualquer outra

    esfera do desenvolvimento humano (a inteligncia, a afetividade, a socializao e o

  • 18

    conhecimento). Atentar para isso importante, pois a escola precisa dar a criana

    espao para que suas habilidades possam ser apresentadas e compartilhadas com

    os outros alunos. A Educao Fsica na Educao Infantil, vai alm de um momento

    de recreao. Quando as atividades forem escolhidas de maneira correta, podem

    ser usufruda uma enorme diversidade de qualidades. Reparamos tambm, que em

    momento nenhum reprimimos a capacidade e habilidade de cada criana, pelo

    contrrio, ampliamos seu campo motor e trabalhamos para que suas caractersticas

    pudessem ser mais acentuadas.

    Nos dias atuais o papel do educador ampliar o conhecimento dos alunos

    cada vez mais, fazer com que as crianas se desenvolvam entendendo o que

    realmente necessrio para a sua vida. preciso incentivar e ouvir, cuidar e

    disciplinar, amar e corrigir. As crianas que j crescerem ouvindo que a Educao

    Fsica um benefcio para a sade, tero mais facilidade em ter uma prtica

    constante de exerccios. Aprendem a preservar a sade atravs do conhecimento do

    seu corpo e dos seus limites motores e fisiolgicos. A educao fsica infantil de

    suma importncia para o desenvolvimento das crianas, alm de proporcionar uma

    melhor adaptao da criana na sociedade.

    2.3. A INFNCIA E AS BRINCADEIRAS

    A infncia uma fase de aprendizado. nela que a criana tem a

    oportunidade de definir quem realmente , e aprender o que precisa carregar para a

    vida. Aprendem a definir aes, e a respeitar os movimentos e limites do corpo.

    Geralmente, crianas expressam atravs de gestos os sentimentos. At

    aprenderem a controlar seus impulsos sempre que sentirem raiva vo avanar em

    cima das pessoas para bater, chorar, espernear, brigar. Isto precisa ser trabalhado

    ao passo que a criana vai crescendo. Para que as crianas possam compreender e

    descobrir os prprios limites, enfrentar desafios, conhecer e valorizar o prprio

    corpo, e passem a se relacionar com outras pessoas fora do convvio familiar.

    necessrio propor situaes didticas que possibilitem a expresso de seus

    sentimentos utilizando o seu corpo, entre outras aes.

    Outra caracterstica da infncia que o desenvolvimento mental e motor

    ocorrem juntos. A criana alia a ao ao pensamento isso faz com que o movimento

  • 19

    corporal ganhe destaque nas fases iniciais do desenvolvimento infantil. Wallon apud

    Galvo concorda com isso.

    Para alcanar esses fins na Educao Infantil, as atividades devem ser

    pedagogicamente estruturadas para proporcionar experincias corporais

    realmente significativas para as crianas, contendo em seu bojo uma

    intencionalidade pedaggica que legitime o fazer pedaggico nas aulas de

    Educao Fsica.

    (FUNKE-WIENEKE)(1983, apud BASSEI, 2008)

    A criana especialista no brincar, portanto da sua cultura essa prtica, se

    isto for bloqueado, tirado das crianas, o seu desenvolvimento no ser completo.

    Ao brincar, a criana representa papis, comunica-se, interage com o outro e com o

    meio, conhece, reconhece, cria e recria valores, desenvolve sua imaginao. A

    conscincia corporal, isto , reconhecer-se por meio de interaes, fundamental

    para a construo da identidade (ARANTES, 2003, p.14). Brincar est diretamente

    relacionado com o desenvolvimento de capacidades importantes, como a ateno, a

    imitao, a memria, a imaginao, a criatividade, a soluo de problemas, alm da

    experimentao de regras, valores e papis sociais, ou seja, a socializao

    incorporada por meio de atividades significativas, pois partem das experincias

    sociais da prpria criana. (BRASIL, 1998).

    Brincando, a criana desenvolve a capacidade de domnio da linguagem

    simblica, uma vez que o brincar implica discernir entre a brincadeira e a realidade

    que oferece contedo para seu desenvolvimento, entre aquilo que imaginao e

    aquilo que imitao da realidade. Ao brincar de faz de conta a criana est

    aprendendo a criar smbolos (KISHIMOTO, 1999, p.40). As concepes da

    atividade de brincar podem ser categorizadas em quatro aspectos: recreao,

    criatividade, natureza infantil e desenvolvimento e socializao. Como recreao

    percebe-se o brincar como uma atividade prazerosa, divertida, em que a criana tem

    a possibilidade de expressar seus sentimentos e seus desejos.

    Estas formas de expresso, vividas e percebidas pelo brincar, representam a

    totalidade do ser criana e precisariam estar garantidas na organizao

    curricular da sua educao (...) e no enquadradas em reas do conhecimento

    e alocadas em disciplinas (SAYO,1999, p.234; grifos meus).

  • 20

    Pela importncia que a infncia representa na formao da personalidade do

    indivduo, esses estudos devem estar respaldados por uma prxis pedaggica que

    leve a uma organizao didtica, modificando a viso de aulas de educao fsica

    de embasamentos estritamente empricos, para uma viso mais cientfica, evitando-

    se um choque entre teoria e prtica o que poder refletir negativamente na formao

    de nossos jovens.

    Segundo Oliveira (2000) o brincar no significa apenas recrear, muito mais,

    caracterizando-se como uma das formas mais complexas que a criana tem de

    comunicar-se consigo mesma e com o mundo, ou seja, o desenvolvimento acontece

    atravs de trocas recprocas que se estabelecem durante toda sua vida. Assim,

    atravs do brincar a criana pode desenvolver capacidades importantes como a

    ateno, a memria, a imitao, a imaginao, ainda propiciando criana o

    desenvolvimento de reas da personalidade como afetividade, motricidade,

    inteligncia, sociabilidade e criatividade.

    Vygotsky (1998), um dos representantes mais importantes da psicologia

    histrico-cultural, partiu do princpio que o sujeito se constitui nas relaes com os

    outros, por meio de atividades caracteristicamente humanas, que so mediadas por

    ferramentas tcnicas e semiticas. Nesta perspectiva, a brincadeira infantil assume

    uma posio privilegiada para a anlise do processo de constituio do sujeito,

    rompendo com a viso tradicional de que ela uma atividade natural de satisfao

    de instintos infantis. Ainda, o autor refere-se brincadeira como uma maneira de

    expresso e apropriao do mundo das relaes, das atividades e dos papis dos

    adultos. A capacidade para imaginar, fazer planos, apropriar-se de novos

    conhecimentos surge, nas crianas, atravs do brincar. A criana por intermdio da

    brincadeira, das atividades ldicas, atua, mesmo que simbolicamente, nas diferentes

    situaes vividas pelo ser humano, reelaborando sentimentos, conhecimentos,

    significados e atitudes. De acordo com o Referencial Curricular Nacional da

    Educao Infantil (BRASIL, 1998, p. 27, v.01):

    O principal indicador da brincadeira, entre as crianas, o papel que

    assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papis na brincadeira,

    as crianas agem frente realidade de maneira no-literal,

    transferindo e substituindo suas aes cotidianas pelas aes e

  • 21

    caractersticas do papel assumido, utilizando-se de objetos

    substitutos.

    Zanluchi (2005, p. 89) reafirma que:

    Quando brinca, a criana prepara-se a vida, pois atravs de sua

    atividade ldica que ela vai tendo contato com o mundo fsico e

    social, bem como vai compreendendo como so e como funcionam

    as coisas.

    Assim, destacamos que quando a criana brinca, parece mais madura, pois

    entra, mesmo que de forma simblica, no mundo adulto que cada vez se abre para

    que ela lide com as diversas situaes. Portanto, a brincadeira de fundamental

    importncia para o desenvolvimento infantil na medida em que a criana pode

    transformar e produzir novos significados. Nas situaes em que a criana

    estimulada, possvel observar que rompe com a relao de subordinao ao

    objeto, atribuindo-lhe um novo significado, o que expressa seu carter ativo, no

    curso de seu prprio desenvolvimento.

    2.4 Ludicidade

    A palavra ludicidade tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer

    "jogo". Se achasse confinada a sua origem, o termo ldico estaria se referindo

    apenas ao jogo, ao brincar, ao movimento espontneo, mas passou a ser

    reconhecido como trao essencialmente psicofisiolgico, ou seja, uma necessidade

    bsica da personalidade do corpo e da mente no comportamento humano, as

    implicaes das necessidades ldicas extrapolaram as demarcaes do brincar

    espontneo de modo que a definio deixou de ser o simples sinnimo de jogo. O

    ldico faz parte das atividades essenciais da dinmica humana, trabalhando com a

    cultura corporal, movimento e expresso (ALMEIDA, 2006).

    Os jogos e as brincadeiras esto presentes em todos as fazes da vida dos

    seres humanos, tornando especial a sua existncia, o ldico acrescenta um

  • 22

    ingrediente indispensvel no relacionamento entre as pessoas, possibilitando que a

    criatividade aflore. Sabendo que o jogo reconhecido como meio de fornecer

    criana um ambiente agradvel, motivador, planejado e enriquecido, que possibilita

    a aprendizagem de vrias habilidades, trabalhando tambm o desempenho dentro e

    fora da sala de aula, enfocamos neste trabalho sua importncia para a Educao

    Fsica (EF) Escolar.

    Para que o ldico traga esse benefcio, preciso que o professor de EF

    trabalhe junto com os professores de outras disciplinas, apresentando um ensino

    com aplicao na realidade. Baseado nisto, Antunes (2002, p. 155-156) afirma que:

    fundamental enfatizarmos a importncia do professor literalmente "trazer

    a rua e a vida" para a sala de aula, fazendo com que seus alunos percebam

    os fundamentos da matria que ensina na aplicao da realidade. Usar uma

    construo em argila, mbiles ou montagens para estudar o movimento ou

    perceber o deslocamento do ar, tudo uma serie de atividade, se refletidas

    e depois idealizadas por uma equipe docente verdadeiramente empenhada,

    transposta para uma estruturao de projetos pedaggicos, podem

    facilmente se traduzir em inmeros recursos que associam a inteligncia

    cinestsico-corporal e outras ao fantstico mundo da cincia, o delicioso

    xtase pelo mundo do saber.

    Para Kishimoto (2001), existe uma diferena do brinquedo para o material

    pedaggico baseado na natureza dos objetivos da ao educativa, apresentando

    seu interesse sobre o jogo pedaggico, quando afirma:

    Ao permitir a manifestao do imaginrio infantil, por meio de objetos

    simblicos dispostos intencionalmente, funo pedaggica subsidia o

    desenvolvimento integral da criana. Neste sentido, qualquer jogo

    empregado na escola, desde que respeite a natureza do ato ldico,

    apresenta carter educativo e pode receber tambm a denominao geral

    de jogo educativo (KISHIMOTO, 2001, p.83).

    O jogo na escola apresenta benefcio a toda criana, um desenvolvimento

    completo do corpo e da mente por inteiro. Por isso, na atividade ldica, o que

    importa no apenas o produto da atividade que dela resulta, mas a prpria ao,

    momentos de fantasia que so transformados em realidade, momentos de

    percepo, de conhecimentos, momentos de vida. Este jogo permite tambm o

  • 23

    surgimento da afetividade cujo territrio o dos sentimentos, das paixes, das

    emoes, por onde transitam medos, sofrimentos, interesses e alegrias. Uma

    relao educativa que pressupe o conhecimento de sentimentos prprios e alheios

    que requerem do educador uma ateno mais profunda e um interesse em querer

    conhecer mais e conviver com o aluno; o envolvimento afetivo, como tambm o

    cognitivo de todo o processo de criatividade que envolve o sujeito-ser-criana

    (ALMEIDA, 2006).

    por todos estes motivos que a ludicidade uma necessidade do ser

    humano em qualquer idade e no pode ser vista apenas como diverso, mas como

    um aprendizado. Os desenvolvimentos pessoais que a ludicidade proporciona,

    associados aos fatores sociais e culturais, colaboram para uma boa sade fsica e

    mental, facilitando o processo de socializao, comunicao, construo de

    conhecimento, alm de um desenvolvimento pleno e integral dos indivduos

    envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.

    O desenvolvimento da Educao Fsica na educao infantil dever estar

    pautada em uma proposta pedaggica na qual a atividade ldica o principal agente

    na construo do conhecimento, utilizando a recreao como veculo para o

    desenvolvimento do ser humano.

    A criana pode brincar livre e permanentemente, o que no significa que isso

    seja banal. De to importante, a brincadeira ganhou lugar prprio e pedaggico

    para sua manuteno: a escola e, principalmente, as aulas de Educao Fsica! Um

    espao preparado para estimular a criana a brincar, possibilitando o acesso a uma

    grande variedade de brinquedos (objetos) e o brincar (ao), dentro de um ambiente

    especialmente ldico. um lugar onde tudo convida a explorar, a sentir, a

    experimentar e a estar junto. Ao mesmo tempo em que a criana percebe o outro,

    aprende que no est sozinha no mundo, pois ali o espao da partilha, da

    cooperao e tambm da competio, atitudes que surgem e so negociadas

    naturalmente durante a atividade ldica.

    A Educao Fsica deve propiciar aos estudantes a aprendizagem dos

    movimentos fundamentais e possuir caractersticas ldicas, sem contudo assumir

    caracterstica de recreio. O ludismo que caracteriza as atividades de Educao

  • 24

    Fsica possibilita que o professor oportunize criana um programa educativo de

    atividades motoras ( jogos, exerccios e atividades rtmicas) que aumentem cada

    vez mais suas habilidades , melhorando seu desempenho em todas as atividades,

    quer esportivas, quer cotidiano.

    Uma criana com possibilidades ldicas variadas ter mais riqueza de

    criatividade, relacionamentos, capacidade critica de opinar. O contato, a explorao

    do meio ambiente, os brinquedos, a expresso musical, as artes, a dana, o teatro e

    as vivncias corporais, por mais simples que sejam, ampliam sua viso de mundo na

    medida em ela interagem.

    importante valorizar as vivncias e o mundo das crianas por meio de

    atividades ldicas e imaginativas, prprias da cultura infantil, e de contedos

    pedaggicos facilitadores, como jogos, brincadeiras e brinquedos, que garantam o

    interesse e a motivao das crianas.

    2.5. PLANEJAMENTO PEDAGGICO E CONTEDOS NA EDUCAO INFANTIL.

    Apesar de os educadores em geral utilizarem, no cotidiano escolar, os termos

    "planejamento" e "plano" como sinnimos, estes no o so. preciso, portanto,

    apontar as diferenas entre os dois conceitos, bem como a relao entre eles.

    Enquanto o planejamento o processo que abrange "a atuao concreta dos

    educadores no cotidiano do seu trabalho pedaggico, envolvendo todas as suas

    aes e situaes, o tempo todo, envolvendo a permanente interao entre os

    educadores e entre os prprios educandos" (FUSARI, 1989, p.10), o plano um

    momento de documentao do processo educacional escolar como um todo. ,

    portanto, um documento elaborado pelo docente, contendo suas propostas de

    trabalho, numa rea e/ou disciplina especfica.

    Este documento utilizado para o registro de decises do tipo: o que se

    pensa fazer, como, quando, com que e com quem fazer. E para que exista um plano

    necessria a discusso sobre seus fins e seus objetivos, culminando com a

    definio dos mesmos, pois somente desse modo que se podem responder as

    questes indicadas acima. Um plano considerado um guia, tendo a funo de

    orientar a prtica, partindo da prpria prtica e, por isso, no pode ser um

  • 25

    documento rgido e absoluto. Ele a formalizao dos diferentes momentos do

    processo de planejar que envolve desafios e contradies.

    A ao consciente, competente e crtica do educador que transforma a

    realidade, a partir das reflexes vivenciadas no planejamento e,consequentemente,

    do que foi proposto no plano de ensino. A ausncia de um processo de

    planejamento do ensino nas escolas, aliada s demais dificuldades enfrentadas

    pelos docentes no exerccio do seu trabalho, tem levado a uma contnua

    improvisao pedaggica nas aulas.

    Em outras palavras, aquilo que deveria ser uma prtica eventual acaba sendo

    uma "regra", prejudicando, assim, a aprendizagem dos alunos e o prprio trabalho

    escolar como um todo.

    O planejamento para a Educao Infantil deve apresentar uma estrutura que

    contenha:

    Objetivos gerais da Educao Infantil que apontamos que se espera que a criana

    domine em longo prazo;

    Objetivos especficos de cada eixo de trabalho;

    Contedos dos eixos de trabalho, distribudos em trs categorias:

    - Contedos Conceituais: que dizem respeito ao conhecimento de conceitos, fatos e

    princpios;

    - Contedos Procedimentais: referem-se ao saber fazer;

    - Contedos Atitudinais: que esto associados a valores, atitudes e normas.

    A Educao Infantil apresentada na atual Legislao Brasileira como a

    primeira etapa da educao bsica, onde a prtica pedaggica deve favorecer a

    construo do conhecimento das crianas de 0 a 6 anos de idade. O trabalho na

    Educao Infantil est centralizado em contedos procedimentais devido s

    especificidades da faixa etria; portanto, depende muito da postura e das situaes

    didticas utilizadas pelo professor para que as competncias infantis sejam

    estimuladas e as habilidades desenvolvidas. Um elemento que merece destaque o

    aspecto ldico, to presente e necessrio no universo infantil.

    Uma prtica pedaggica que muito favorece o referido desenvolvimento o

    brincar, pois se trata de um instrumento pedaggico que atende as necessidades

    tanto de aprendizagem como de ensino.

  • 26

    O brincar o principal modo de expresso da infncia. uma

    linguagem, por excelncia, para a criana aprender, se desenvolver,

    explorar o mundo, ampliar a percepo sobre ele e sobre si mesma,

    organizar seu pensamento, trabalhar suas emoes, sua capacidade

    de iniciativa e de criar e se apropriar da cultura. Assim, garantir na

    Educao Infantil um espao de brincar assegurar uma educao

    numa perspectiva criadora e que respeita a criana e seus modos de

    estar no mundo. (p.17)

    Cabe ainda colocar que, em razo dos contedos conceituais, deve-se

    manter a diviso por eixos de trabalho, o que, no entanto, no invalida a abordagem

    interdisciplinar do trabalho em sala de aula. Resguardadas as especificidades de

    cada rea do conhecimento, o que, em sua maioria, constri-se por meio dos

    contedos conceituais, por intermdio da aprendizagem dos outros contedos os

    procedimentais e os atitudinais que a interdisciplinaridade ocorre. Para que essa

    estrutura do plano de curso seja mais bem compreendida, deve-se recorrer ao

    REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAO INFANTIL, onde

    se destaca os objetivos gerais da educao infantil afirmando que:

    A prtica da educao infantil deve se organizar de modo que as

    crianas desenvolvam as seguintes capacidades:

    desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada

    vez mais independente, com confiana em suas capacidades e

    percepo de suas limitaes;

    descobrir e conhecer progressivamente seu prprio corpo, suas

    potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hbitos

    de cuidado com a prpria sade e bem-estar;

    estabelecer vnculos afetivos e de troca com adultos e crianas,

    fortalecendo sua auto-estima e ampliando gradativamente suas

    possibilidades de comunicao e interao social;

    estabelecer e ampliar cada vez mais as relaes sociais,

    aprendendo aos poucos a articular seus interesses e pontos de vista

  • 27

    com os demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes

    de ajuda e colaborao;

    observar e explorar o ambiente com atitude de

    curiosidade,percebendo-se cada vez mais como integrante,

    dependente e agente transformador do meio ambiente e valorizando

    atitudes que contribuam para sua conservao;

    brincar, expressando emoes, sentimentos, pensamentos,

    desejos e necessidades;

    utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plstica, oral e

    escrita) ajustadas s diferentes intenes e situaes de

    comunicao, de forma a compreender e ser compreendido,

    expressar suas idias, sentimentos, necessidades e desejos e

    avanar no seu processo de construo de significados,

    enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva;

    conhecer algumas manifestaes culturais, demonstrando atitudes

    de interesse, respeito e participao frente a elas e valorizando a

    diversidade. (p.63)

    A partir do planejamento que o professor, o orientador, o coordenador, o

    educador podem pensar em sua atuao e possibilitar ao aluno um resultado eficaz

    e eficiente, e que esse planejamento deve ser realizado tambm na educao

    infantil e precisa ser entendido como o primeiro passo do processo ensino-

    aprendizagem.

    2.6 EDUCAO FSICA ESCOLAR.

    O termo Educao Fsica pressupe a ideia de controle do corpo ou, ainda,

    de controle do fsico. Educar, desde o sculo XVII, uma ao que est intimamente

    relacionada disciplina corporal: a separao proposta por Descartes, entre corpo e

    mente, torna-se base de todo o processo educacional ocidental. Fato bastante

    visvel nas salas de aula: o corpo fica sentado e parado, sem atrapalhar o exerccio

    de raciocnio e de aprendizado feito pela mente.

    A Educao Fsica passou a evoluir ao passo que o ser humano tambm

    evolua. Portanto est sincronizada com os sistemas polticos, sociais, econmicos

  • 28

    e cientficos presentes nas comunidades humanas. Na pr-histria a preocupao

    era com a fora bruta. Na antiguidade, dando destaque aos gregos, visavam o

    fsico e o moral do homem. Vale ressaltar que nos tempos antigos o homem que

    tinha o fsico mais bem estruturado era considerado o mais belo, isso ocorria, pois

    havia todo um preparo para que fosse dessa forma. Entende-se ento que a

    Educao Fsica existe desde os tempos antigos, mas era promovida a uma

    pequena parte da populao.

    J a Educao Fsica Escolar vem quebrando barreiras com o passar dos

    anos. Ao olhar para trs vemos o quanto progredimos. Antigamente no havia

    aulas de Educao Fsica nas escolas e eram poucos os que tinham acesso aestas

    aulas. Segundo Sayo a ideia de Educao Fsica surge, num primeiro momento,

    muito mais ativa no setor privado do que no setor pblico, onde atividades como

    pratica de esportes, ballet, dana, so atrativos para pais que podem pagar por por

    estas atividades. Porm, muito ainda precisa ser feito, pois a batalha para o

    reconhecimento da Educao Fsica ainda continua. Atualmente a maioria das

    escolas entende que precisamos de aulas dessa matria, mas nem todas as

    exercem de maneira correta. A falta de professores capacitados na rea uma

    extrema dificuldade. Como cita Eliana Ayoub na Revista Paulista de Educao

    Fsica, que em sala de aula preciso haver um professor especfico para que o

    trabalho seja realizado de maneira correta em cada rea.

    A princpio, a Educao Fsica, quando inserida no currculo escolar, era tida

    como um momento para a prtica da ginstica, com a finalidade de deixar o corpo

    saudvel. Aps muitas reformas na prpria ideia de Educao Fsica, atualmente ela

    uma disciplina complexa que deve, ao mesmo tempo, trabalhar as suas prprias

    especificidades e se inter-relacionar com os outros componentes curriculares. De

    acordo com a publicao da Lei das Diretrizes e Bases da Educao Nacional no

    Art.26, 3.: A educao fsica, integrada proposta pedaggica da escola,

    componente curricular da Educao Bsica, ajustando-se s faixas etrias e s

    condies da populao escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos.

    De acordo com os Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs), documento

    oficial do Ministrio da Educao, a Educao Fsica na escola deve ser constituda

    de trs blocos:

  • 29

    Jogos, Ginsticas, Esportes e

    Lutas

    Atividades rtmicas e

    expressivas

    Conhecimentos sobre o corpo

    Segundo o documento, essas trs partes so relacionadas entre si e podem

    ou no ser trabalhadas em uma mesma aula. O primeiro bloco, jogos, ginsticas,

    esportes e lutas, compreende atividades como ginstica artstica, ginstica rtmica,

    voleibol, basquetebol, salto em altura, natao, capoeira e jud. O segundo bloco

    abrange atividades relacionadas expresso corporal, como a dana, por exemplo.

    J o terceiro bloco prope ensinar ao aluno conceitos bsicos sobre o prprio corpo,

    que se estendem desde a noo estrutural anatmica, at a reflexo sobre como as

    diferentes culturas lidam com esse instrumento. A Educao Fsica tem uma

    vantagem educacional que poucas disciplinas tm: o poder de adequao do

    contedo ao grupo social em que ser trabalhada. Esse fato permite uma liberdade

    de trabalho, bem como uma liberdade de avaliao do grupo e do indivduo por

    parte do professor, que pode ser bastante benfica ao processo geral educacional

    do aluno.

    O objetivo da Educao Fsica escolar hoje o mesmo da escola: colaborar na

    formao das pessoas para que elas possam ler criticamente a sociedade e

    participar dela atuando para melhor-la. Dentro dessa misso, cada disciplina

    estuda e aprofunda uma pequena parcela da cultura. O que a Educao Fsica

    analisa o chamado patrimnio corporal. Nosso papel investigar como os

    grupos sociais se expressam pelos movimentos, criando esportes, jogos, lutas,

    ginsticas, brincadeiras e danas, entender as condies que expiram essas

    criaes e experiment-las, refletindo sobre quais alternativas e alteraes so

    necessrias para vivenci-las no espao escolar.

    NEIRA, 2009

    Atualmente a maioria das escolas entende que precisamos de aulas dessa

    matria, mas nem todas as exercem de maneira correta. A falta de professores

    capacitados na rea uma extrema dificuldade.

  • 30

    3. MATERIAL E MTODO

    3.1. Delineamento do Estudo

    Com a perspectiva de ampliar a viso da Educao Fsica atravs do

    conhecimento e prtica, a metodologia desse trabalho ser baseada no Estudo de

    Caso.O mesmo busca explorar, descrever, defender e aprofundar um fenmeno que

    muito amplo e complexo, assim contribuindo para compreendermos melhor os

    fenmenos individuais, os processos organizacionais e polticos de uma sociedade.

    Segundo Yin (2001), o estudo de caso uma estratgia de pesquisa que

    compreende um mtodo que abrange tudo em abordagens especficas de coletas e

    analise de dados.

    Sendo assim, entende-se que o mtodo mais eficaz para o projeto o estudo

    de caso j que com ele pode ser trabalhado tcnicas de coleta que se identificam

    com o trabalho de campo, porm mais versteis onde se inclui vias de regras,

    observao, fotografias, gravaes, documentos, anotaes de campo entrevistas e

    negociaes com os participantes do estudo.

    A pesquisa foi qualitativa, sendo a mesma utilizada em busca de novas

    percepes e entendimento por parte dos entrevistados a cerca da temtica

    trabalhada, abrindo espao para uma nova interpretao. Ela uma pesquisa

    indutiva, isto , o pesquisador desenvolve conceitos, idias e entendimentos a partir

    de padres encontrados nos dados, ao invs de coletar dados para comprovar

    teorias, hipteses e modelos pr-concebidos. A pesquisa foi realizada em uma rede

    de ensino privada, que tem por nome Instituto Presbiteriano de Educao. O estudo

    aconteceu com as crianas da Educao Infantil, com idade entre 3 e 6 anos. Esse

    pblico atendeu a pesquisa, visto que o projeto baseado na falta de aulas de

    Educao Fsica para esta faixa etria.

    3.2. Populao de Estudo

    Este estudo limita-se populao de professores e alunos da educao

    Infantil do Instituto Presbiteriano de Educao. O Instituto Presbiteriano de

    Educao, fica localizado no centro da cidade de Piritiba/Ba. O Municpio de Piritiba,

    est localizado no Piemonte da Chapada Diamantina, no centro do interior baiano.

    Possui clima ameno, (temperatura mdia de 25 C), devido a sua altitude. A regio

    foi desbravada em 1883, e tudo comeou na Fazenda Cinco Vrzeas de propriedade

  • 31

    do Coronel Joo Damasceno Sampaio, que era totalmente coberta pela Mata

    Atlntica. Possui um bom nmero de rios e riachos, quase todos temporrios, com

    exceo do Rio Jacupe que corre o ano todo. Seu relevo bastante ondulado, e em

    suas terras como j disse Pero Vaz de Caminha, quando do descobrimento do

    Brasil, tudo que se planta, d.

    A escola fica situada Rua Alameda Sampaio, s/n, prximo da Praa

    Getlio Vargas, Praa Principal da cidade. Prximo dela tm academias,

    supermercados, lojas e residncias tambm. A Escola bem localizada, sendo

    assim, de fcil acesso. uma escola particular, vinculada a Igreja Presbiteriana de

    Piritiba. O IPE possui uma associao que lhe d suporte a APASE (Associao

    Presbiteriana de Ao Social e Educao) que regulamenta e supervisiona todo o

    funcionamento da escola. uma instituio sem fins lucrativos, onde os recursos

    adquiridos servem somente para pagar os funcionrios e professores. Seu pblico

    de alunos de todas as classes sociais. O IPE tambm tem um programa de

    apadrinhamento para as crianas que no podem pagar as mensalidades, sendo

    patrocinadas pela Igreja Presbiteriana ou pessoas da comunidade local. O IPE a

    nica escola da cidade e da regio que conveniada com o Sistema Positivo de

    Ensino.

    Seu espao fsico atualmente est em reforma. A estrutura possui 8 salas

    de aula, uma videoteca, sala de professores, direo, ptio e cantina. Com a

    reforma a escola passar a ter 12 salas de aulas, alm de uma biblioteca, quadra

    poliesportiva e parquinho infantil. As aulas de Educao Fsica do Ensino

    Fundamental I e II e Ensino Mdio esto acontecendo num ptio coberto. O

    Professor de Educao Fsica graduado pela UnB. Na escola no h aulas de

    Educao Fsica para educao infantil. Por esta razo o projeto foi aplicado nas

    sries iniciais desta escola.

    3.3. Seleo da Amostra de Estudo

    Critrios de incluso:

    O questionrio foi aplicado com professores da educao infantil por tratar de

    turmas que no possuem aulas dirigidas de educao fsica. Os quais responderam

    o questionrio fora do horrio de trabalho e em suas residncias e assinaram o

  • 32

    Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. (anexo A). Alm dos professores

    voluntrios, 8 alunos foram observados, sendo eles do grupo 5 (crianas de 5 anos).

    As demais crianas das outras turmas no entregaram o Termo de consentimento

    Livre e esclarecido, assinado pelos responsveis (anexo B).

    Critrios de excluso:

    Alguns alunos no foram analisados, pois no houve o consentimento por

    parte dos responsveis.

    3.4. Aspectos ticos em Pesquisa

    Todos os indivduos que participaram do estudo foram informados atravs de

    um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, sobre os procedimentos e

    objetivos do estudo.

    Os responsveis pela Instituio: Instituto Presbiteriano de Educao,

    receberam uma cpia do projeto de pesquisa e, bem como assinaram uma

    Declarao de Cincia Institucional (anexo C).

    3.5. Instrumentos para coleta dos dados

    O instrumento utilizado no presente trabalho foi um questionrio qualitativo,

    com questes abertas e fechadas. A razo da escolha deste instrumento foi a busca

    de resposta para o questionamento principal da pesquisa. Como a escassez de

    estmulos nas aulas ldicas prejudica a aprendizagem e o desenvolvimento global

    de crianas vinculadas Educao Infantil do Instituto Presbiteriano de Educao na

    cidade de Piritiba-Bahia.

    O projeto foi elaborado na falta de aulas de Educao Fsica para faixa etria

    entre 3 e 6 anos de uma escola particular de nome Instituto Presbiteriano de

    Educao, no municpio acima citado.

    O questionrio foi formulado com 10 questes (anexo 4), que tinha como

    objetivo analisar o desenvolvimento motor de crianas e o uso da ludicidade nas

    aulas com crianas na faixa etria de 3 a 6 anos, que no possuem aulas de

    Educao Fsica. O questionrio foi respondido pelos professores dos grupos 3, 4 e

    5 do Instituto Presbiteriano de Educao.

  • 33

    3.6. Procedimentos de Estudo

    A instituio foi visitada para o esclarecimento da pesquisa (objetivos,

    metodologias, procedimentos para a realizao dos exames). Os participantes e a

    gestora da instituio j tinham cincia do projeto, visto que se adequaram aos

    critrios da pesquisa, deram seu consentimento livre e esclarecido e posteriormente

    foram encaminhados a Faculdade de Educao Fsica- FEF para a realizao das

    avaliaes.

    As avaliaes foram realizadas dentro e fora das salas de aula do Instituto

    Presbiteriano de Educao, atravs de observaes do pesquisador e das respostas

    dos questionrios dos professores regentes das classes acima.

    Na primeira semana de observao a professora regente do grupo 5 fez uma

    atividade onde as crianas andavam sobre cordas no cho depois que todos

    passaram por cima das cordas que tinham a forma de ondas, reta, encaracoladas

    e at em movimentos. A professora fez em seguida as formas geomtricas e no

    ptio mesmo ela deu continuidade a sua aula sobre as formas geomtricas.

    Mostrando de forma ldica o contedo. As crianas ficavam ansiosas para

    caminharem por cima das cordas. Com esta atividade a professora disse que alm

    de trabalhar as formas geomtricas ela tambm trabalha equilbrio, coordenao

    motora, ateno.

    Na segunda semana de observao, a professora fez atividades motoras no

    momento do recreio como: Coelhinho sai da toca cooperativo com bambols.

    Esta brincadeira aconteceu desta forma: A professora espalhou diversos bambols

    no ptio e falou como era a brincadeira. Cada vez que ela dissesse coelhinho sai da

    toca eles deveriam sai da sua toca e correr para outra. Ningum podia ficar de fora.

    Cada vez que reiniciava a brincadeira ela tirava um bambol. A brincadeira acabou

    com 4 crianas dentro do bambol.

    Corre cutia. Todas as crianas se sentaram no cho e um ficava com um

    lencinho na mo enquanto os outros cantavam: Corre cutia na casa da tia, corre

    cip na casa da av, lencinho na mo caiu no cho, menino (a) do meu corao. O

    aluno deixava o lencinho cair no cho atrs de um coleguinha que comeava a

    correr atrs do outro at ele chegar no lugar que ficou vazio. A brincadeira continuou

    at que todos participaram.

  • 34

    Corrida do velotrol. A escola tem muitos velotrois e a pr fez com um giz

    uma pista e determinou a largada e a chegada. Mais a pista tinha um percurso bem

    grande e eles se divertiram muito quando um chegava outro saia. Eles curtiram

    demais esta corrida.

    Pega-pega. Quem fosse pego deveria ficar esttua e quando todos fossem

    pegos o ltimo seria o pegador. No demorou muito, pois os pais logo foram busc-

    los. Mesmo assim quem estava l curtiu a atividade.

    Arremesso. A pr pegou objetos leves e pesados, pediu a eles que primeiro

    pegassem nos objetos para sentir o peso e depois explicou a eles como seria a

    brincadeira. Todos deveriam arremessar o objeto e em seguida a pr media a

    distncia entre a faixa e o objeto arremessado. Ao final a pr conversou com eles e

    perguntou qual o momento que eles tiveram dificuldades. E a maioria respondeu que

    foi quando pegou o objeto pesado. Foi bem divertido. Mais algumas crianas no

    quiseram jogar o objeto pesado.

    Na semana seguinte, houve tambm brincadeiras como: Passa Anel.

    Acontece assim: Em p as crianas uma ao lado da outra, ficam com as duas

    palmas das mos unidas, uma das crianas segura um anel. A criana que est com

    o anel passa suas mos por dentro das mos das outras e deixa o objeto com um

    dos participantes, sem que os outros percebam. Depois de mostrar as mos vazias,

    ela pergunta a um colega que foi previamente escolhido para tentar encontrar o anel.

    Meu combucu meu combucu eu vim de longe e no sei onde deixei o meu anel

    voc pode me ajudar a encontrar onde est? Se este colega acertar, vira o

    passador de anel. Se no, a brincadeira segue com o mesmo passador at que

    algum acerte.

    A professora do grupo 4, fez uma brincadeira chamada bola ao tnel coletivo.

    Ela colocou as crianas dispersas no ptio coberto e fez um tnel de cadeiras.

    Uma criana corria e se dirigia para outra e todas receberam a bola e a ltima

    criana, jogava a bola no tnel. A ajudante da pr ficava l no final do tnel

    aguardando a bola para entregar a outra criana e a ltima sempre trocava, indo

    para a frente. Eles se atrapalharam um pouco, mais depois a pr fez uma

    demonstrao e foram acertando.

  • 35

    No dia que de observao de 3 anos, a professora estava trabalhando com

    cores. Ela colocou bambols de vrias cores no ptio e solicitou que as crianas

    entrassem no bambol da cor que ela falasse. Depois ela foi pedindo que eles

    entrassem sozinhos nos bambols e a ultima atividade proposta por ela foi,

    separando objetos de cores iguais e que iam colocando dentro dos bambols que

    possuam a mesma cor. Foi engraado, pois todos queriam fazer juntos e alguns

    deles no esperavam os outros.

    Em um dos dias de observao do grupo 5 houve um ensaio da apresentao

    de uma msica que ser apresentada no final do projeto de leitura proposto pela

    escola. A professora fez uma brincadeira no final chamada boca de forno. A pr

    iniciou a brincadeira colocando os meninos juntos e explicou a brincadeira. Dizendo

    que eles tinham que cumprir as atividades que ela iria pedir. E assim comeou.

    Imitaram animais, pegaram objetos, abraaram colegas, danaram e outras aes.

    Dadas as caractersticas funcionais e fisiolgicas, avalia-se que os dados

    obtidos no tiveram impacto negativo sobre os participantes, a famlia, ou meio em

    que vive. Os dados coletados tm carter confidencial, com acesso restrito ao

    pesquisador responsvel e ao prprio indivduo, podendo este retirar seus dados a

    qualquer momento.

    3.7. Tratamento Estatstico

    Para as anlises estatsticas foram realizadas analises das frequncias,

    grficos e/ ou tabulaes dos dados qualitativos.

  • 36

    4. ANLISE E DISCUSSO DOS DADOS

    Professor I (P1): do sexo feminino, possui graduao em Biologia pela

    FTC-EaD. A referida professora leciona h 10 anos na rede privada de

    ensino,Instituto Presbiteriano de Educao, com crianas de 4 anos.

    Professor II (P2): do sexo feminino, possui graduao em Pedagogia, pela

    UNEB-EaD. A referida professora leciona h 3 anos na rede privada de ensino,

    Instituto Presbiteriano de Educao, com crianas de 3 anos.

    Professor III (P3): do sexo feminino, possui graduao em Pedagogia, pela

    UNOPAR. Concluindo a ps graduao em Psicopedagogia ainda este ano. A

    referida professora leciona h 5 anos na rede privada de ensino, Instituto

    Presbiteriano de Educao e na rede pblica h 6 anos como coordenadora

    municipal.

    Anlise de contedo uma tcnica de pesquisa para a descrio objetiva,

    sistemtica, e quantitativa do contedo evidente da comunicao (LAKATOS &

    MARCONI, 1999).

    Inicialmente foram tabulados os dados coletados para maior compreenso da

    pesquisa e interpretao da realidade.

    Tabela 01.

    Em sua formao acadmica voc teve a oportunidade de aprender sobre os

    contedos que envolviam o desenvolvimento infantil atravs da ludicidade?

    Voluntrio P1 P2 P3 Freqncia

    Sim X X 80%

    No 0%

    Tem pouco conhecimento

    sobre o tema

    X 20%

    De acordo com a tabela acima, dois dos voluntrios afirmaram que j tiveram

    oportunidade de aprender sobre os contedos que envolvem o desenvolvimento

    infantil atravs da ludicidade. E apenas um diz que tem pouco conhecimento sobre o

    tema.

  • 37

    Acredito que todos ns professores precisamos ter conhecimento sobre a

    importncia do ldico dentro e fora da sala de aula entendendo o ldico como toda

    atividade que desperte nos alunos o prazer e a vontade de aprender, participar,

    comentar e se expressar.

    A palavra ludicidade tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer

    "jogo". Se achasse confinada a sua origem, o termo ldico estaria se referindo

    apenas ao jogo, ao brincar, ao movimento espontneo, mas passou a ser

    reconhecido como trao essencialmente psicofisiolgico, ou seja, uma necessidade

    bsica da personalidade do corpo e da mente no comportamento humano, as

    implicaes das necessidades ldicas extrapolaram as demarcaes do brincar

    espontneo de modo que a definio deixou de ser o simples sinnimo de jogo. O

    ldico faz parte das atividades essenciais da dinmica humana, trabalhando com a

    cultura corporal, movimento e expresso (ALMEIDA, 2006).

    Tabela 02.

    Em sua opinio, como acontece o desenvolvimento dos alunos ao

    participarem das atividades ldicas na escola?

    Professores Respostas.

    P1 De forma progressiva e prazerosa.

    P2 As atividades ldicas despertam nos alunos o

    prazer e a vontade de aprender, participar,

    comentar e se expressar.

    P3 A ludicidade possibilita maior envolvimento dos

    alunos com as atividades, tornando o aprendizado

    mais produtivo.

    Analisando o quadro acima, cada um dos voluntrios respondeu de acordo

    com seus conhecimentos sobre o assunto o questionamento acima. Ao ler cada

    uma das respostas podemos chegar a concluso que ambos concordam que

    atravs da ludicidade os alunos se desenvolvem de forma prazerosa e participativa.

    Concordo com a resposta dos voluntrios acima, pois atravs do ldico as

    crianas aprendem e se desenvolvem com mais prazer e envolvimento.

  • 38

    Para que o ldico traga benefcio, preciso que o professor de EF trabalhe

    junto com os professores de outras disciplinas, apresentando um ensino com

    aplicao na realidade. Baseado nisto, Antunes (2002, p. 155-156) afirma que:

    fundamental enfatizarmos a importncia do professor literalmente

    "trazer a rua e a vida" para a sala de aula, fazendo com que seus alunos

    percebam os fundamentos da matria que ensina na aplicao da realidade.

    Usar uma construo em argila, mbiles ou montagens para estudar o

    movimento ou perceber o deslocamento do ar, tudo uma serie de

    atividade, se refletidas e depois idealizadas por uma equipe docente

    verdadeiramente empenhada, transposta para uma estruturao de projetos

    pedaggicos, podem facilmente se traduzir em inmeros recursos que

    associam a inteligncia cinestsico-corporal e outras ao fantstico mundo

    da cincia, o delicioso xtase pelo mundo do saber.

    Tabela 03.

    Quantas vezes por semana voc trabalha com atividades ldicas com seus

    alunos?

    Voluntrios Freqncia

    Uma vez 0%

    Duas vezes 0%

    Trs vezes ou

    mais

    X X X 100%

    Referente ao quadro 4, todos os voluntrios,responderam que trabalham com

    atividades ldicas de trs ou mais vezes na semana, entendendo assim cada uma

    das respostas da questo anterior.

    Seria invivel fazer um planejamento para alunos da educao infantil, sem a

    presena do ldico, at porque esta fase as crianas vivem em um mundo de

    fantasias e o ldico ajudar a manter este mundo de fantasia.

    Conforme Winnicott (1995), o ldico considerado prazeroso, devido a sua

    capacidade de absorver o indivduo de forma intensa e total, criando um clima de

    entusiasmo.

  • 39

    Tabela 04.

    Voc possui alguma dificuldade para planejar ou executar atividades que

    envolvem atividades ldicas?

    Voluntrios P1 P2 P3 Freqncia

    Sim 0%

    No X X 80%

    Em parte X 20%

    Ao realizar a pergunta referente do quadro 5, dois dos voluntrios

    responderam que no possuem dificuldades em planejar ou executar atividades que

    envolvem a ludicidade. Apenas o voluntrio P1 disse ter dificuldade em parte.

    Fazer um planejamento sempre algo muito complexo e um planejamento de

    atividades ldicas tambm. Apesar de o uso de atividades ldicas ser um recurso

    pedaggico que facilita o desenvolvimento, alm de propiciar as crianas no s o

    prazer de brincar e se divertir mais tambm o aprendizado, alguns professores

    possuem dificuldade no de planejar, mais de ter que acabar a atividade para fazer

    atividades escritas, quebrando assim todo o clima.

    Jamais pense em usar os jogos pedaggicos sem um rigoroso e cuidadoso

    planejamento, marcando por etapas muito ntidas e que efetivamente

    acompanhem o progresso dos alunos (ANTUNES, 2002, p.37).

    Os jogos pedaggicos tm que ser planejados pelo professor

    cuidadosamente, para saber o objetivo da aula. "Os jogos ou brinquedos

    pedaggicos so desenvolvidos com a inteno explcita de provocar uma

    aprendizagem significativa, estimular a construo de um novo conhecimento"

    (ANTUNES, 2002, p.38). O professor deve preparar seus alunos para o momento

    especial a ser propiciado pelo jogo e explicar a razo pela qual est adotando o jogo

    naquele momento da aula.

  • 40

    Tabela 05.

    Com qual objetivo voc trabalha com a ludicidade em suas aulas?

    Voluntrios Respostas

    P1 Desenvolver habilidades

    psicomotoras como esquema

    corporal, lateralidade, equilbrio,

    coordenao motora entre outros.

    P2 Como professora de educao

    infantil devo usar a ludicidade em

    meus planejamentos, pois, atravs

    dela possibilito ao aluno aulas

    dinmicas e prazerosas. O ldico j

    parte do universo infantil no posso

    deixar de t-lo em minhas aulas.

    P3 Tornar as aulas mais atrativas.

    Despertar o interesse dos alunos de

    forma prazerosa.

    Em relao s respostas do quadro 6, percebemos que cada um dos

    voluntrios exps um objetivo para a utilizao da ludicidade na sala de aula. Ao

    comparamos as respostas, podemos ver que ambos falam que as aulas se tornam

    mais prazerosas, alm do desenvolvimento psquico, motor e afetivo que

    desenvolvido na criana.

    Acredito que um dos maiores objetivos da ludicidade ensinar de forma

    prazerosa os mais variados contedos, contribuindo assim para um melhor

    desenvolvimento motor, afetivo e psquico. O ldico deve mexer com o imaginrio

    da criana.

    Partindo da considerao de que as atividades ldicas podem contribuir para

    o desenvolvimento Intelectual da criana, Plato ensinava matemtica s crianas

    em forma de jogo e preconizava que os primeiros anos da criana deveriam ser

    ocupados por jogos educativos (AGUIAR, 1998, p. 36).

    Desta maneira, a criana aprende com mais facilidade; e dificilmente ir

    esquecer o contedo que foi passado, guardar em sua memria para o resto da

  • 41

    vida e tambm ter incentivo em ensinar aos seus colegas, aprendendo cada vez

    mais, conseguindo se socializar com o prximo.

    Tabela 06.

    Em sua opinio, de que forma as atividades ldicas influenciam no

    desenvolvimento psicomotor do aluno dentro da sala de aula?

    Voluntrios Respostas

    P1 Tenho observado que aps as intervenes psicomotoras os

    alunos vem apresentando um melhor rendimento. Acredito

    que medida que o corpo vai trabalhando o movimento, o grau

    de raciocnio vai ganhando estmulos para movimentar-se

    melhor, assim como tambm para agir, respeitando as

    limitaes dentro de cada regra.

    P2 Planejando atividades que possam incentivar os alunos a

    explorar suas capacidades motoras e cognitivas.

    P3 Acredito que as atividades ldicas aguam a sensibilidade,

    para ver, ouvir, tocar, enfim. Influenciam no hbito de

    investigar, levantar hipteses e pesquisar.

    Percebemos que no quadro 8, ambos os voluntrios concordam que atravs

    das atividade ldicas, as crianas desenvolvem no s as capacidades motoras

    como tambm as sociais e cognitivas.

    Sabemos que o ldico tem funo motivadora: brincando, a criana descobre,

    experimenta, inventa, aprende e confere habilidades. Atravs da brincadeira a

    criana no s tem o estmulo realizao motora, como tambm descobre regras,

    socializa-se e desenvolve aptides cognitivas. Medidas simples, mas que podem

    facilitar o desenvolvimento infantil quando uma deficincia se faz presente.

    Segundo Santin (1996) apud Jnior (2005), a prtica da ludicidade deveria

    estar desprendida de regras, interesses, doutrinaes, imposies feitas pela

    sociedade funcionalista e mecanicista em que vivemos.

  • 42

    Tabela 07.

    Nos dias ou na semana em que voc no trabalha com a ludicidade como

    contedo pedaggico como os alunos se comportam ou reagem?

    Voluntrios Respostas.

    P1 Eles ficam mais ansiosos e s vezes apresenta grau de

    agressividade contra o coleguinha.

    P2 Os alunos reagem positivamente de acordo com o

    esperado.

    P3 As aulas se tornam montonas. mais difcil atrair a

    ateno dos alunos.

    Percebe-se que no quadro 8, cada voluntrio tem uma resposta diferente o

    voluntrio P1 disse que as crianas ficam agressivas com os demais colegas

    quando no h atividades ldicas na aula o voluntrio P2 diz no perceber nenhuma

    modificao no comportamento dos alunos. O voluntrio P3 diz que as aulas se

    tornam montonas e os alunos ficam dispersos na aula. Diante das respostas acima

    percebe-se que a ludicidade muito importante para o desenvolvimento infantil.

    evidente que a ausncia do ldico nas aulas da educao infantil com

    certeza trar comportamentos negativos, pois, ldico faz parte do mundo infantil.

    Pudemos observar que a ludicidade, apesar de diverso e prazer, uma

    possibilidade muito rica de aprendizado, com inmeras potencialidades para se

    desenvolver habilidades, competncias (PERRENOUD, 2000) e produtos

    culturalmente valorizados atribudos resoluo de problemas e situaes reais ou

    simulativas.

    Consequentemente, estas situaes estimulariam momentos de criatividade

    espontneos e individualidades; crescimento intelectual e continuidade para o

    desenvolvimento das inteligncias mltiplas.

  • 43

    Tabela 08.

    Em sua opinio, voc acha as atividades ldicas que so ofertadas aos alunos

    adequadas para a idade e favorecem o desenvolvimento dos mesmos?

    Voluntrio Freqncia

    Sim X X X 100%

    No 0%

    Nem favorece e

    nem prejudica o

    desenvolvimento

    dos alunos

    0%

    No quadro acima, ambos os voluntrios respondem que planejam as aulas

    com atividades ldicas para que as crianas aprendam e se desenvolvam de forma

    prazerosa.

    Todo professor deve planejar suas aulas de acordo com a faixa etria dos

    seus alunos para que a aula seja agradvel, prazerosa e participativa. Promovendo

    assim o desenvolvimento das crianas.

    O jogo na escola apresenta benefcio a toda criana, um desenvolvimento

    completo do corpo e da mente por inteiro. Por isso, na atividade ldica, o que

    importa no apenas o produto da atividade que dela resulta, mas a prpria ao,

    momentos de fantasia que so transformados em realidade, momentos de

    percepo, de conhecimentos, momentos de vida. Este jogo permite tambm o

    surgimento da afetividade cujo territrio o dos sentimentos, das paixes, das

    emoes, por onde transitam medos, sofrimentos, interesses e alegrias. Uma

    relao educativa que pressupe o conhecimento de sentimentos prprios e alheios

    que requerem do educador uma ateno mais profunda e um interesse em querer

    conhecer mais e conviver com o aluno; o envolvimento afetivo, como tambm o

    cognitivo de todo o processo de criatividade que envolve o sujeito-ser-criana

    (ALMEIDA, 2006).

  • 44

    Tabela 09.

    Gostaria que usasse este espao para comentar sobre as aulas com contedo

    ldico na educao infantil.

    Voluntrios Respostas

    P1 As atividades recreativas dirigidas exigem regras e tudo

    que tem regras tem um objetivo especfico e ao elaborar os

    planos de aula necessrio analisar que tipo de

    brincadeira cabe aos meus alunos e o que ele precisa

    desenvolver, que habilidade e competncia dentro dos

    critrios estabelecidos

    P2 O ldico a ferramenta mais poderosa que o professor

    possa usar para desenvolver o conhecimento de forma

    prazerosa.

    P3 A aula com contedos ldicos uma importante e

    essencial ferramenta para as aulas na educao infantil.

    Atravs deles, torna-se possvel inserir os alunos num

    universo de aprendizagem prazerosa, possibilitando o

    contato, a visualizao, o manuseio, a criao, o

    movimento, enfim, diversos recursos que podem ser

    includos numa aula ldica.

    Ao analisar as respostas do quadro 10, percebemos que os trs voluntrios,

    falaram sobre a importncia do ldico nas aulas para o desenvolvimento dos alunos

    e para terem uma aula prazerosa.

    As aulas com contedos ldicos tendem a colaborar com muito mais

    facilidade o aprendizado e desenvolvimento dos alunos de forma prazerosa e

    fantasiosa.

    As habilidades motoras podem ser desenvolvidas num contexto de

    brincadeiras e jogos, no universo da cultura infantil, de acordo com o conhecimento

    que a criana j possui, sem precisar impor uma linguagem corporal que lhes

    estranha. Nesse sentido, Freire (1997) sinaliza a adoo de atividades da cultura

    infantil como contedos pedaggicos uma vez que facilita o trabalho de professores

    das escolas de primeira infncia, garantindo o interesse e a motivao das crianas.

  • 45

    5. CONSIDERAES FINAIS

    De acordo os PCNs da Educao Infantil (2007) as brincadeiras de faz-de-

    conta, os jogos de construo e aqueles que possuem regras, como os jogos de

    sociedade, jogos tradicionais, didticos, corporais, etc., propiciam a ampliao dos

    conhecimentos infantis por meio da atividade ldica.

    A ludicidade no contexto da Educao Infantil deve estar presente no

    cotidiano da criana. Nessa monografia buscou-se analisar atravs de observaes

    dos alunos e entrevistas com professores das classes de Educao Infantil, como a

    escassez de estmulos nas aulas ldicas prejudicaria a aprendizagem e o

    desenvolvimento global de crianas vinculadas Educao Infantil do Instituto

    Presbiteriano de Educao na cidade de Piritiba-Bahia.

    No entanto, cabe ressaltar que apesar dos professores saberem o que

    ludicidade, em alguns casos deixam o ldico de fora do processo de ensino-

    aprendizagem, usando-o apenas em alguns momentos e de maneira limitada,

    fazendo uma separao rgida entre prazer e conhecimento para que haja o

    processo de aprendizado.

    Com o perodo de observao, percebeu-se que no somente atravs das

    aulas de educao fsica que as crianas desenvolvem habilidades e competncias

    motoras pois, elas fazem os movimentos bsicos naturalmente em atividades

    cotidianas.

    Os educadores, devem ser mediadores do conhecimento, e oportunizar o

    crescimento da criana de acordo com seu nvel de desenvolvimento, oferecendo

    um ambiente de qualidade que estimule as interaes sociais, um ambiente

    enriquecedor de imaginao, onde a criana possa atuar de forma autnoma e ativa,

    fazendo com que venha a construir o seu prprio processo de aprendizagem.

    A Educao Fsica escolar tem um papel fundamental na Educao Infantil,

    pela possibilidade de proporcionar s crianas uma diversidade de experincias

    atravs de situaes nas quais elas possam criar, inventar, descobrir movimentos

    novos, reelaborarem conceitos e idias sobre o movimento e suas aes.

    Alm disso, um espao para que, atravs de situaes de experincias

    com o corpo e com atividades ldicas - as crianas descubram os prprios limites,

    enfrentem desafios, conheam e valorizem o prprio corpo, relacionem-se com

    outras pessoas, percebam a origem do movimento, expressem sentimentos,

  • 46

    utilizando a linguagem corporal, localizem-se no espao, entre outras situaes

    voltadas ao desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, afetivas e motoras,

    numa atuao consciente e crtica.

    O ambiente positivo age como facilitador do desenvolvimento normal, pois

    possibilita a interao e a explorao com o meio. De acordo com os resultados da

    pesquisa podemos verificar que a criana da Educao Infantil pode ser beneficiada

    com as vivencias corporais que a Educao Fsica proporciona, desenvolvendo e

    aperfeioando suas capacidades fsicas e motoras com mais segurana.

    Sendo assim, o presente estudo no esgota as possibilidades de analisar a

    incluso da ludicidade no planejamento escolar e no desenvolvimento de atividades

    na sala de aula, acarretando a propagao de uma educao flexvel direcionada

    para a qualidade e a significao de todo o processo educativo, norteando aspectos

    e caractersticas que sero a chave principal para o aprendizado do educando.

    As intervenes na faixa etria analisada podem auxiliar os ganhos do

    desenvolvimento humano e prevenir o atraso no desenvolvimento motor.

  • 47

    6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    1. A EDUCAO FSICA E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL. Disponvel:. http://www.educacaofisica.com.br/index.php/escola/canais-escola/educacao-fisica-escolar/27687-a-educacao-fisica-e-o-desenvolvimento-infantil Acesso em 04 de novembro 2014 2. ANTUNES, Denise Dalpiaz; HAUSCHILD, Jussara Bernardi. O PLANEJAMENTO PEDAGGICO NA EDUCAO INFANTIL. Disponvel em:. http://www.pucrs.br/edipucrs/online/vsemanaletras/Artigos%20e%20Notas_PDF/Denise%20Dalpiaz%20Antunes.pdf Acesso em 28 de novembro 2014 3. ARAUJO, Fabola Pacheco. PLANEJAMENTO PEDAGGICO NA EDUCAO INFANTIL. 2010. 35 f. Monografia ( Ps-Graduao Lato sensu Curso de Orientao Educacional e Pedaggica) Universidade Candido Mendes,2010. Disponvel em:. http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/t205692.pdf Acesso em 28 de novembro 2014 4. BRASIL, ministrio da Educao. Secretaria de Educa