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Revista Brasileira de Meteorologia, v.12, n.1, 33-48, 1997 STMULAçÕES CLtMÁT|CAS DOEFE|TO DODESMATAMENTO NA REGtÃO AMAZÔNICA: ESTUDO DE UMCASO EM RONDÔTIIN GILBERTO FISCH Centro Técnico Aeroespacial (CTA/lAE-ACA) São José dos Campos CEP 12228-904. SP. Brasil JENNIFER LEAN Hadley Centre for Climate Prediction and Research Bracknell, RG12 2SY, Berks, Reino Unido IVAN R.WRIGHT Institute of Hydrology (lH) Wallingford, OX10 8BB, Oxford, Reino Unido CARLOS A. NOBRE Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) Cachoeira Paulista CEP 12630-000, SP,Brasil RESUMO Este trabalho analisa as modiÍicações microclimáticas provocadas pelo desmatamento da região Amazônica, utilizando-se o modelo de Circulação Geralda Atmosfera do Hadley Centre (Reino Unido). De um modo geral, a substituição de f loresta por pastagem provoca, em nívelsazonal, uma redução no saldo de radiação de ondas curtas (B%)e total (3 %), um aumento na temperatura média do ar (0,9"C), uma redução pequena na umidade especÍÍica do ar, um aumento da velocidade do vento, uma redução na evaporação e precipitação (de 20 "/" e 14 %, respectivamente) e um período de secamais prolongado (a época seca(total mensal inferior a 50 mm)estende-se de junho-julho no cenário Íloresta paramaioà agosto no casopastagem). Com a escolha de um mês tipicamente úmido (janeiro)e um mêsao finalda época seca (setembro), analisou-se a variação horária dos Íluxos de energia e dos elementos climáticos. O saldo de radiação (ondas curtas e total) é superior na f loresta em relação à pastagem, em ambas as estações . A razáo de Bowen é tipicamente de +0,3 durante a época chuvosa, aumentando para valores entre 1,0 e 3,0 durante a estação seca.No caso da temperatura do ar, a f loresta apresenta um valor máximo maior do que de pastagem (1 ,2 'C) durante o período daschuvas e é inf erior ao mínimo da temperatura da pastagem na estação seca(-2,5 'C) . Obtiveram-se valores de umidadeespecÍÍica similares na floresta e pastagem duranteà estaçãochuvosa (tipicamente 16 g.kg1), embora diÍerentes (floresta 16 g.kg'e pastagem 10 g.kg') na época seca. A veloctdade do vento é maisintensa na pastagem em relação à floresta, sendo que,no período seco, a pastagem apresenta ventos de até 3,5 m.s-l.

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Rev is ta Bras i le i ra de Meteoro log ia , v .12 , n .1 , 33-48 , 1997

STMULAçÕES CLtMÁT|CAS DO EFE|TO DO DESMATAMENTO NA REGtÃOAMAZÔNICA: ESTUDO DE UM CASO EM RONDÔTIIN

GILBERTO FISCHCentro Técnico Aeroespacial (CTA/lAE-ACA)

São José dos CamposCEP 12228-904. SP. Brasil

JENNIFER LEANHadley Centre for Cl imate Predict ion and Research

Brackne l l , RG12 2SY, Berks , Re ino Un ido

IVAN R. WRIGHTInst i tute of Hydrology ( lH)

Wal l ing ford , OX10 8BB, Oxford , Re ino Un ido

CARLOS A. NOBRECentro de Previsão do Tempo e Estudos Cl imát icos (CPTEC)

Cachoe i ra Pau l is taCEP 12630-000, SP, Bras i l

RESUMO

Este t raba lho ana l isa as mod i Í i cações mic roc l imát icas provocadas pe lo desmatamento

da região Amazônica, ut i l izando-se o modelo de Circulação Geralda Atmosfera do Hadley

Centre (Reino Unido). De um modo geral , a subst i tuição de f loresta por pastagem provoca,

em n íve lsazona l , uma redução no sa ldo de rad iação de ondas cur tas (B%)e to ta l (3 %) ,

um aumento na tempera tura méd ia do ar (0 ,9 "C) , uma redução pequena na umidade

especÍ Í i ca do ar , um aumento da ve loc idade do vento , uma redução na evaporação e

prec ip i tação (de 20 " / " e 14 %, respec t ivamente) e um per íodo de seca mais p ro longado

(a época seca (total mensal infer ior a 50 mm) estende-se de junho-julho no cenário Í loresta

para maio à agos to no caso pas tagem) . Com a esco lha de um mês t ip icamente úmido

( jane i ro )e um mês ao f ina lda época seca (se tembro) , ana l i sou-se a var iação horár ia dos

Í luxos de energ ia e dos e lementos c l imát icos . O sa ldo de rad iação (ondas cur tas e to ta l )

é superior na f loresta em relação à pastagem, em ambas as estações . A razáo de Bowen

é t ip icamente de +0,3 durante a época chuvosa, aumentando para va lo res en t re 1 ,0 e 3 ,0

durante a es tação seca. No caso da tempera tura do ar , a f lo res ta apresenta um va lo r

máx imo maior do que de pas tagem (1 ,2 'C) duran te o per íodo das chuvas e é in f e r io r ao

mínimo da temperatura da pastagem na estação seca (-2,5 'C) . Obt iveram-se valores de

umidade espec Í Í i ca s imi la res na f lo res ta e pas tagem durante à es tação chuvosa

( t i p i c a m e n t e 1 6 g . k g 1 ) , e m b o r a d i Í e r e n t e s ( f l o r e s t a 1 6 g . k g ' e p a s t a g e m 1 0 g . k g ' ) n a

época seca. A ve loc tdade do vento é mais in tensa na pas tagem em re lação à f lo res ta ,

sendo que, no per íodo seco, a pas tagem apresenta ventos de a té 3 ,5 m.s- l .

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Gilberto Fisch, JenniÍer Lean, lvan R. Wright e Carlos A. Nobre

ABSTRACT

The mìcroc\ìma\\c modìiìcaììons due \he deÍoresÌatìon oÍ the Amazon reg\on has beenstud ied us ing a Genera l C i rcu la t ion Mode l ( Í rom Had ley Cent re , UK) . The seasona l ana ly -s is has showed tha t the de Íores ta t ion causes a reduc t ion o Í ne t so la r rad ia Ì ion (B%) andnet rad ia t ion (3%) . A lso , i t has been observed an inc rease o Í a i r tempera ture (0 .9 "C) , asmal l reduc Ì ion o Í spec i Í i c humid i ty and an inc rease o Í w indspeed. The evapora t ion andprec ip i ta t ion has decreased (20 " / " and 14 %, respec t ive ly ) and the dry season (month lyr a i n Í a l l l e s s t h a n 5 0 m m ) i s l o n g e r : i n t h e Í o r e s t s c e n a r i o u s i t i s d u r i n g J u n e - J u l y a n d , Í o rpas ture , ì t i s Í rom May up to August . The hour ly aspec ts o Í th is da ta-se t has been s tud iedus ing a choosen wet (January) and a dry month (September ) . The ne t rad ia t ion (shor t andlongwaves) ts h ìgher a t Ío res t than pas ture a t bo th months . The Bowen ra t Ìo inc reasesÍ rom +0.3 a t wet season to va lues rang ing f rom 1 .0 up to 3 .0 (d ry per iod) . The max imumtempera ture a t f o res t i s h igher (1 .2 "C) than a t pas ture dur ing wet per iod and i t s min imumt e m p e r a t u r e t s l e s s ( - 2 . 5 C ) t h a n p a s Ì u r e d u r i n g d r y s e a s o n . T h e s p e c i f i c h u m i d i t y h a ss h o w e r l s i m i l a r v a i u e s ( 1 6 g . k g ' ) d u r i n g w e t s e a s o n , a l t h o u g h v e r y d i Í e r e n t a t d r y p e r i o o( 1 6 g . k g ' a t f o r e s t a n d 1 0 g . k g ' a t p a s t u r e ) . T h e w i n d f r e l d r s h i g h e r o v e r p a s t u r e , s p e -c r a l i y d u r r n g d r y m o n t h ( 3 " 5 m . s ' ) .

1. TNTRODUçAC

Na úl t ima decada, a Amazônia tenr s idciccc da atenção mundial devido a sua r iquezamrnera ! , a sua grande b iod ivers idaC€ oe espé-cres f lorestais e tambem pelos efei tos que odesrnatamento em qranoe escala pode provo-car no c i tma reg tona l e g toba i .

Conr reiação a esra assoclação f lores-ta-clrnra. o desenvolv imento da informátrca fa-cii i tou a uti l ização de Modelos Numéricos de Cir-culação Gerai cia Atmosfera (MCGAs) para seestudar o efeito dos processos de troca de ener-gia entre a supeÍ1íc ie e a atmosÍera. Como Íer-ramenta de aná l i se Oa p rob lemát i ca dociesmatamento. vár ios estudos de simulaçãonumérica do cl ima em si tuações de f loresta edesmatamento (troca de supedícies vegetadasde f loresta por pastagens) já foram real izados(por exemplo Dickinson e Henderson-Sel lers,19BB; Lean e Warr i low, '1989; Nobre et a l . , 1991,Henderson-Se l le rs e t a l . , 1993 ; Lean eRowntree, 1993; Manzi , 1993; Lean et a l . , 1996).De um modo gera l , os resu l tados ob t idosconvergem em que ocorrerá um aumento detemperatura do ar proximo a supedície (var ian-do de 0,6 a 2,0 oC), uma redução nos totais deprecipitação e evaporação (de 20 a 30 % do

valor de f loresta) e uma estação seca matsprolongada. Estas modif icações ceftamenteacarretariam implicações ecológicas impodan-tes. Recentemente, Paiva e Clarke (1995) rea-ltzaram um estudo observacional estatísticosobre a tendência temporal da distr ibuição dechuvas na região Amazônica e, embora osautores tenham encontrado desvios positivos enegat ivos na região, há uma tendência dasanomalias negativas (redução da precipitação)se concentrar em áreas a oeste e central daAmazônia, onde, pr incipalmente no estado deRondôn ia . ocor re uma a l ta taxa dedesmatamento.

O Pro je to ABRACOS (ac rôn imo de"An g lo - B Raz i l ian Amazon ian C l imateObservational Study") e um esforço conjuntoentre c ient istas br i tânicos e brasi le i ros, no sen-t ido de co le ta r e ana l i sa r dadoshidrometeorologicos que aumentem o conheci-mento do ecossistema amazônico ( de florestatropicale de áreas desmatadas para pastagem)e poss ib i l i tem a melhor ia dos Mode los deCirculação Geral da Atmosfera em simulaçõescl imát icas (Shutt lewofth et a l . , 1991, Gash eNobre , 1996) .

O objetivo deste trabalho é o de analisar

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SIMULAçÕES CLIMÁTICAS DO EFEITO DO DESMATAMENTo NA REGIÃo AMAZÔNICA: ESTUDo DE UMCASO EM RONDONIA

as pr incipais var iações nos f luxos de superf í -c ie e dos elementos c l imát icos decorrentes dedesmatamento na área de Ji-Paraná (RO),usando resul tados de um MCGA. O conjuntode dados ut i l izado foi obt ido da simulação re-alizada no Hadley Centre em 1993 e repre-senta as cond ições mais rea l i s tas do cenár ioda Amazôn ia , uma vez que as var iáve is decontrole (por exemplo, f ração de vegetaçãocobena, t ipo de solo e, d i Íusiv idade hidráuhca,e tc ) e de super f í c ie (a lbedo, compr imento derugos idade, índ ice de área fo l ia r , e tc ) , fo ramextraídos do conjunto de dados do ProjetoABRACOS. Uma descr ição em deta lhes dosvalores das var iáveis ut i l izadas, bem como dava l idação dos resu l tados encont ram-se emLean e t a l . , 1996. Nas d iscussões rea l i zadascom os dados or iundos das s imu lações c l i -mát i cas , também u t i l i zam-se aspec tosobservac iona is ob t idos por Bas tab le e t a l . ,(1993) , R ibe i ro (1994) , Cu l f e t a t . (1996) eFisch (1996) em áreas de f loresta e pastagemna região amazônica, para i lustrar se compor-tamentos característicos dos fluxos de energiae dos e lementos c l imát icos gerados pe lo mo-de lo são rea l i s tas ou não.

2. DESCRTçÂO DO MODELO

A versão do modelo de Circulação GeraldaAtmosfera do " United Kingdom MeteorologicalOffice - UKMet Off " foi descrita em detalnes porLean e Rowntree (1993) e Lean et a l . , (1996).Resumidamente, este modelo usa as equaçõesda dinâmica dos fluídos de Navier-Stokes (equa-ções primitivas) para descrever e prever a pres-são da supedície e as variáveis atmosfericas detemperatura do ar, umidade específica e compo-nentes zonal e meridional do vento em 19 níveisna vertical espaçados irregularmente da superfí-cie até o topo da atmosÍera, usando coordenadassigma. Entre a superÍície e a altitude de 750 hPa omodelo possuiu 5 níveis, A resolução honzontaldomodelo éde2,5 " de lat i tude por3,75 " de longi tu-de. A temperatura da super{ íc ie oceânica éprescrita pelo modelo, sem interação oceano-atmosfera. Estes valores são climatológicos eatualizados a cada 5 dias.

Os processos menores do que a escala

espacial são parametrizados: os processos deradiação são calculados a cada intervalo de tem-po de 3 horas (ao invés do passo de tempo de30 min. uti l izados para as outras variáveis) epermitem variações diurnas e sazonais da ra-diação solar e da part ição de energia. Os f lu-xos de ondas curtas e longas interagem comnuvens diagnosticadas pelo modelo. A precipi-tação é separada em chuvas de larga-escala econvectiva. O modelo explicitamente incorporaa interceptação de chuva pelo dosselda florestatropical , aumentando a evapotranspiração davege tação . Lean e Rownt ree (1993)demonstraram que, a inclusão deste termo nosestudos de simulação climática reduz o efeitoc io desmatamento na d im inu ição daprecipitação e evapotranspi ração. O esquemade convecção de fluxo de massa e incluído pararepresentar a convecção rasa e profunda. Onúmero de níveis do modelo na camada l imi tevar ia a té um máx imo de 4 , sendo que atransferência turbulenta dos fluxos de momentume calor na camada l imi te superf ic ia l é calculadausando a Teor ia de Mon in -Obukhov . Oescoamento super f i c ia l de água éd iagnost icado e cont ro lado pe la d renagemgravi tacional da umidacje do solo. Os proces-sos térmicos do solo são computados ut i l rzan-do um modelo de 4 camadas.

As condições de fronteira da superÍícieforam extraídas das análises do conjunto dedados do Projeto ABRACOS e possuem, comocaracterística principal, a variação sazonal daumidade do solo e do albedo. Com relação aeste úl t imo, Cul f et a l . , (1995) mostraram que oalbedo da floresta tropical também apresentaaspecto sazonal , var iando de 0,12 durante aestação chuvosa para 0,14 na epoca sece.

O cenár io da simulação de pastagem éconstruído aftif icialmente ao se considerar quetodo o domínio de Í loresta t ropical (caso deno-minado de controle) seja subst i tuído por vege-tação de gramíneas. Variações geográficas dascaracterísticas vegetacionais e do tipo de solosão consideradas no modelo, ut i l izando a c las-sif icação padronizada por Wilson e Henderson-Se l le rs (1985) , a qua l possu i 15 t ipos de so lo evegetação.

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Gilbef io Fisch, JenniÍer Lean, lvan R. Wrioht e Carlos A. Nobre

O mode lo possu iu um per íodo deintegração total de 10 anos, para ambos oscasos de f loresta t ropical e pastagem, in ic ian-do em'1 de dezembro de 1991. Os dados deinic ia i ização do modelo foram iguais, apenasdi fer indo das condições de f ronteira. As anál i -ses fo ram fe i tas no 5" ano de in tegração, dedezembro de 1995 a Íevere i ro de 1997 (15meses) . Es te per íodo fo i esco lh ido por do ismot ivos: o pr imeiro é de el iminar os t ransientesí "sp in -up" ) do mode lo que pudessem modi f i -caÍ os parâmetros c l rmát icos. O segundo mo-t i vc e o de que, apos es te per íodo, as cond i -çoes c l imát lcas 1á es tar iam em equ i l íb r io comc novo trpo de superÍ íc ie Recentemente, yange Ì a : . , (1995) mos t ra ram que o tempo neces-sanc Dara que os processos de supedíc ie es-teram em equi l ibr io (e por lanto, representandoa rnteração vegetação-atmosfera) dependemda esca ia de tempo dos dados fo rcantes dasuper f íc ie . No caso de fo rçantes c l imát icasmensats , s rmulações most ra ram que, em ce-nar ios de f lo res ta t rop ica t e pas tagem, es tetempo var ia de um mín imo de 2 meses paraum max imo de 25 meses (pas tagem duranteestação seca). Os dados extraídos do modelofo ram em um ponto de grade próx imo a J i -Paraná (10 'S , 60 "W) , onde o p ro je toABRACOS possu i seus s í t ios exper imenta isc je f lo res ta e pas tagem. Maiores de ta lhessobre os sí t ios exper imentais encontram-seern Gash e Nobre (1996) . As va r iáve isex t ra ídas do mode lo para aná l ises são:

- densidade de f luxo l íquido de ondas cuftas nasupedície (W.m') ;- densidade de f luxo l íquido de ondas longas nasupedície (W.m,);- densidade de f luxo de calor conduzido ao solo(w.m') ;- densidade de f luxo de calor sensível (W.m ,) ;- densidade de Í luxo de calor latente (W.m 2):- p rec ip i tação (mm.mês ' ) ;- evaporação total (evapotranspiração + evapo-ração do so lo ) (mm.d ia1)- temperatura do ar no 1 'nível (K);- umidade específ ica do ar no 1o nível (g,kg 1);- componente zonal do vento no 1' nível (m.s ,);- componente meridional do vento no 1. nível(m.s ' ' ) ;

O pr imeiro nível do modelo é aproxima-damente 25 m acima da super{ íc ie, var iandopoucos metros devido ao cic lo diurno da pres-são a tmosfér ica (var iáve l da coordenadasigma).

3. RESULTADOS OBTIDOS

3.1 Climatologia da região de Ji-Paraná (RO)

A ún ica fon te c je in fo rmaçõesclimatologicas na área de Ji-Paraná (RO) é umaes tação c l imato log ica convenc iona l daComissão Execut iva do P lano da LavouraCacaueira (CEPLAC), localizada em Ouro PretcD 'Oeste . Es ta pequena loca l idade s i tua-seaproximadamente a 15 km da área exper imen-tal de pastagem e aproximadamente a 50 k-da área de f loresta. Dessa maneira, para f i r^scl imatologicos, e bastante razoav el general iza :as in Ío rmações des te ún ico ponto comcabrangente de toda a área da região em estu-do.

O período de coleta de dados compre-endeu os anos de 1982 a 1992, total izando 1Oanos completos. As informações obtidas (valo-res médios mensais) foram anal isadas visandofornecer características gerais desta região.Dessa maneira, optou-se por apresentar e dis-cutir apenas as informações referentes à preci-pitação e temperatura do ar.

A d is t r ibu ição da prec ip i tação (F igura1a) apresenta uma fofie sazonalidade: duranteos meses de novembro a abr i l (per íodo chu-voso), a precipi tação mensal é super ior a 200mm.mês 1, enquanto que os meses de junho aagosto são extremamentes secos (precipi ta-ção menor que 20 mm.mês1) . Es ta var iaçãoé coerente com a distr ibuição regionalda pre-cipi tação para a área sudoeste Amazônica(F igueroa e Nobre , 1990 ; Marengo , 1992 ,Fisch et a l . , 1996) e com a descr ição eÍetuadapor Hore l e t a l . , (1989) sobre a migraçãosudeste/noroeste da convecção amazônica. Oregime de precipi tação induz o padrão davar iação da temperatura do ar.

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SIMULAçOES CLIMATICAS DO EFEITO DO DESMATAMENTO NA REGIÃo AMAzoNIcA: ESTUDo DE UMCASO EM RONDONIA

Com relação à temperatura do ar, osdados coletados mostram uma sazonalidade datemperatura media do ar, sendo que os meses- aÌs quentes e mais frios são, respectivamente,

' - 'a (25,5 "C) e ju lho (22,6"C) O mês mais. . , ;ente coincide com o f inal da época seca e omês mais f r io corresponde a inf luência de pe-netraçÕes de massas de ar f rio trazidas por sis-temas frontais. Embora esta região esteja rela-t ivamente proxima do Equador (10"S), eventu-almente ela sofre a ação de sistemas frontais,provocando o fenômeno denominado localmen-te de f r i agem. Hami l ton e Tar i Ía (197g)estudaram detalhadamente a penetraçãc cie umsistema f rontal nesta região ourante o Invernode 1972, que provocou temperaturas da ordemde 13 oC, em Cu iabá (MT) . Os va lo res detemperatura máxima do ar ern J i -paraná (RO)são aproximadamente 30 oC, apresentando umpico de 31,9 "C no mês de agosto. Os valoresde tempera tu ra mÍn ima mos t ram umasazona l idade um pouco mais p ronunc iada,sendo ju lho o mês de valor mínimo (17,7"C). NaFigura 1b são apresentados os valores mediosmensais de temperatura c jo ar máxima. médiae mínima.

3.2 - Simulações Cl imát icas

As análises dos dados foram realizadasconsiderando os aspectos de variações sazo-nais e horárias, as quais serão descritas a se-guir .

3.2.1 - Aspectos Sazonais

Os valores médios ou totais mensais desaldo de radiação (ondas cuftas e longas), Í lu-xos de calor conduzido ao solo, sensível e la-:ente, temperatura, umidade específica do ar, ve-ccidade do vento, evaporação e precipitaçãoestão apresentados na Tabela 1. Os valores me-Jios anuais anal isados foram calculados comrs meses de Janeiro a Dezembro de 1g96. NasJiscussões das análises sazonais para os com-conentes de radiação e para os elementos cli-náticos de temperatura e umidade específicaJo a r , u t i l i za -se também os resu l tados: l imatologicos medidos por Cul f et a l . (1gg6)cara áreas de floresta e pastagem em Ji-Paraná

(RO). Embora estes dados observacionais nãotenham sido obt idos s imultâneamente com osdados simulados, eles servem para mostrar queos dados resu l tan tes das s imu lações sãocomparáveis com as observaçòes.

As var iáveis extraídas do modelo paraa area de Ji-Paraná foram anal isadas atravésde va lo res méd ios cu to ta is mensa is e es tãcmost radas na F igura 2 . O sa ldo de rad iação(Figura 2a) de ondas cudas ( Í luxo de radiaçãosolar incidente menos a contr ibuição ref let idape la super f í c ie ) é super io r na f lo res ta do quena pastagem, com excessão dos meses deseca. O va lo r méd io no per íodo e de '17 ,3

MJ.m 2 .d 1 para a f io res ta e de 16 ,5 MJ.m 2 .d lpa ra a pas tagern . Os va io res ob t idos( t ip i camente en t re 13 e 2A MJ.m 2 .d ' ) sãccoerentes com as observações efetuadas por-Cu l f e t a l . , (1996) . No caso do sa ldo oeradiação total (ondas curtas e ondas longas),a Figura 2b mostra que o saldo de radiação ésuper io r no caso da f lo res ta em re lação apastagem, com excessão dos meses secosna pastagem ( junho-setembro). Neste períodoa temperatura da superf íc ie é muito maior napastagem, aumentando a emissão de ondaslongas proveniente da superJíc ie. Os valoresobt idos var iam ent re 9 e 20 MJ.m 2 .d1 , sendoque o va lo r méd io é de 13 ,9 MJ.m 2 .d , para af lo res ta e de 13 ,5 MJ.m 2 .d1para a pas tagem(redução de 3%) . Os va lo res de sa ldo deradiação medidos por Cul f et a l . (1996) var iament re 10 ,8 e 13 ,3 MJ .m2.d1para a f l o res ta eent re 7 ,4 e 11 ,1 MJ.m2.d : para a pas tagem.Com relação aos f luxos de energia turbulenta(calor sensível e latente), arazão de Bowen (b)apresen ta (F igura 2c ) va lo res s im i la res(aprox imadamente 0 ,2 ) para as áreas defloresta e pastagem, durante os meses de chu-va (veja a variação da precipitação ao finaldesteparágrafo). Somente na época seca (julho ase tembro) é que ocor re uma var iaçãoacentuada, com a pastagem part ic ionandouma maior quant idade de energ ia na fo rmade ca lo r sens íve l (b igua l a 1 ,4 ) do que ca lo rlatente. Esta var iação era esperada, uma vezque as árvores conseguem extrair água deprofundidades rnaiores (até 5-8 metros), de-vido ao seu sistema radicular (Nepstad et a l . ,

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Gilber lo Fisch, JenniÍer Lean, lvan R. Wright e Carlos A. Nobre

1994). Com isto, a fa l ta de água da chuva éatenuada, e o fluxo de calor sensível não é tãogrande quanto no caso da pastagem. A somatotal dos fluxos de calor sensível e latente paraa f loresta é de 1 4, 1 MJ. m 2.d 1 (comparável como saldo de radiação de 13,5 MJ.m'2.d 1) e paraa pastagem é de 11 ,9 MJ.m 2.d 1 (saldo de radi-ação de 12 ,8 MJ.m' .d t ) . A tempera tura do ar(Figura 2d) na área de pastagem é sempresuper ior a da f loresta, com uma di ferença mé-dia de 0,9 "C. Nos meses de seca, esta diÍe-rença e mais acentuada, podendo chegar a 3,8"C (agosto). Esta diferença está associada amaior quant idade de f luxo de calor sensívelproveniente da pastagem, uma vez que, devidoa Íal ta de chuva e pouca umidade no solo, apaftição de energia ocorre, predominantemen-te , a t ravés do f luxo de ca lo r sens íve l . Atemperatura média var ia de um valor t íp ico de23,5 "C durante a estação chuvosa em ambosos sítios, para 25,7 "C (outubro) na Íloresta e28,1 "C (setembro) na pastagem, durante aépoca seca. A temperatura média na floresta éde 23,7 'C e de 24,7 "C na pastagem. CulÍ etal., (1996) apresenta valores entre 23,2 e 25,7"C na Í loresta e entre 22,1 e 25,0 "C na pasta-gem. Em relação a umidade especíÍica entre osdo is s í t ios , não há d i fe renças nos va lo resmédios mensais (Figura 2 e) durante a épocachuvosa, com um valor t íp ico de 16 g.kg 1. Du-rante a época seca, há um decréscimo nas duasáreas, sendo este mais pronunciado na regiãode pastagem (valor mínimo de 9,5 g.kg-1 emagosto contra valores de 11 ,9 g.kg'' em julho naÍ lo res ta) . O mín imo da umidade espec í f i caocorre em julho na f loresta e em agosto napastagem, provavelmente associado com aocorrência de penetração de f riagens na flores-ta (ar frio e seco) e também devido a falta deágua no solo para evapotranspirar, no caso dapastagem. A umidade específ ica média anualé de 1 5 ,4 g .kg 1 na Í lo res ta e de 14 ,1 g .kg 1 napastagem. Culf et al. (1996) apresentam valoresvar iando en t re 13 ,4 g .kg1e 17 ,2 g .kg '1 naf loresta e entre 11,9 e 16,5 g.kg 1 na pastagem.Com relação à velocidade do vento (Figura 2f),esta é sistematicamente maior na pastagem doque na Í loresta ao longo de todo o períodoconsiderado, pr incipalmente durante a épocaseca: os valores na pastagem estão entre 4,0 a

5,0 m.s-1, ao passo que na Íloresta este valor éen t re 1 ,5 a 2 ,0 m.s1 . Es te fa to deve-se àvariação do parâmetro de rugosidade: a florestaé uma supedície bastante rugosa, ao passo quea pastagem possui características mais l isas.Os va lo res u t i l i zados do compr imento derugosidade nesta simulação foram de 2,1 mpara a floresta e 0,0026 m para o cenário depastagem. A velocidade média na floresta é de1,1 m.s ' e de 3 ,0 m.s-1 na pas tagem. A eva-poração totat (Fígura 29) na Íloresta é pratica-mente constante ao longo do ano (4,4 mm.d1).indicando que as áryores realmente conseguemextrair água de profundidades maiores, nãosofrendo o efeito de estress hídrico. No casoda pas tagem, a evaporação é levementeinfer ior (d i ferença de 0,5 mm.d1 ) aos valoresda f loresta durante o período chuvoso, mas émuito menor nos meses de seca: em setem-bro a evaporação to ta l fo i de apenas 1 ,9mm.d t .contra valor de 4,3 mm.d-1 na f loresta.Em termos de total anual , a f loresta apresen-ta um va lo r de 1590 mm, ao passo que apastagem evaporou 1275 mm, com uma re-dução de 20 % do va lo r de f lo res ta .Shutt lewofth (1988) sugere que as f lorestast rop ica is sempre t ransp i ram em sua taxamáxima (evapotranspiração potencial) , o quenão ocorre com as pastagens. Em termos deprecipi tação (Figura 2h), esta também mos-t rou um decrésc imo en t re os va lo res deÍ lo res ta (2408 ,7 mm.ano ' ' ) e pas tagem(2077,7 mm.ano 1) de 14 o/o, com uma intensi-f icação desta redução durante o período deseca . Os meses de junho- ju lho -agos tototal izam 58,0 mm de precipi tação na f lorestae apenas 5 ,6 mm na pas tagem. A lém d isso ,os meses com prec ip i tação in fe r io r à 30mm.mês-1 passam de 2 meses ( junho e ju lho)no caso Íloresta para 4 meses (maio a agosto)na pas tagem. Em s ín tese , poder íamosseparar a estação chuvosa na f loresta denovembro a abr i l e a estação seca de junho eju lho . No caso da pas tagem, a es taçãochuvosa ser ia de outubro à março e o perío-do seco de maio à agosto.

3.2.2 - Aspectos Horários

As análises realizadas para estudar a

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39SIMULAÇOES CLII ' lATICAS DO EFEITO DO DESMATAMENTO NA REGIÃo AMAZONIcA: ESTUDo DE UM

CASO EM RONDONIA

var iação horár ia foram as de calcular os f luxosde radiação (saldo de ondas curtas e total), deenergia e os elementos c l imát icos ( temperatu-ra do ar, umidade específica e velocidade dovenlo) durante um mês lípìco umido (janeiro/96). ' .o f inal da época seca (setembro/96). Estes-.aJos estão apresentados na Tabela 2 e Figura3 (mês úmido) e Tabela 3 e Figura 4(mês seco).Os dados obseruacionais disponíveis para com-paraçoes são aque les apresen tados porBastable et al., (1993) para a região de Manaus(AM), Ribeiro (1994) para a área de Marabá(PA)e por Fisch (1996) para a área de Ji-Paraná(Ro)

Durante a epoca chuvosa , o saldo deondas cuf ias (Figura 3a) é maior na f loresta doque na pastagem, sendo que esta di ferençaatinge valores de até 1 12 W.m 2 as 11 Hora Local(HL). Esta maior diÍerença deve-se ao albedomaior da pas tagem (17 ,5 %) em re lação àf loresta (12,6 7o), segundo as medidas de CulÍet al. (1995). Observacionalmente não se encon-trou nenhuma diferença significativa no fluxo deradiação solar incidente entre floresta e a pas-tagem nesta epoca do ano (Cul f et a l . , 1996). Osaldo total (ondas cuftas e longas) é apresenta-do na Figura 3b e não mostra di Íerença daFigura 3a, uma vez que a contribuição de ondaslongas é muito pequeno. Valores calculados dosaldo de ondas longas encontraram-se na faixade -30 a -40 W.m 2 (Tabela 2). Os valorescalculados darazáo de Bowen (Figura 3c) sãosimi lares para os dois sí t ios exper imentais,apresentando um valor característico de + 0,3durante o dia, indicando que os f luxos são nomesmo sentido (ambos positivos, da superÍícieDara a atmosÍera). A noite, a razao de Bowencossuivalores negat ivos (entre -0,5 e -1,8), comrma inversão dos f luxos (calor sensível daatmosfera para a supedície e calor latente orverso) , sendo s is temat i camente ma is'egat ivos na f loresta do que na pastagem. Os. alores máximos (entre 11 e 12 HL) do f luxo de:alor sensível são 166 W.m 2 para a f loresta e-10 W.m 2 para a pas tagem. A no i te es tesalores são da ordem de - 6 W.m 2 na floresta e:e - 3 W.m 2 na pastagem. A temperatura do ar=igura 3d) na pastagem é infer ior a da f lorestat ' l rante o período diurno (em torno de -1,2 'C)e

super io r no per íodo no tu rno (+0 ,6 'C) . Aampl i tude té rmica e de 6 ,4 "C na área defloresta e de 5,0 oC na pastagem (Tabela 2). Amaior temperatura na floresta está associadacom o maior saldo de radìação (ondas curlas etotal). A umidade específica é aproximadamen-te constante (valor típico de 16 g.kg ') ao longodo dia, com pequeno decréscimo por volta das14 HL (F igura 3e) . O máx imo de umidadeespecíf ica no meio da manhã pode ser devidoao efeito do entranhamento do ar acima dacamada limite, que traz ar seco e quente para acamada limite convectiva. A velocidade do vento(Figura 3f) na região da pastagem, apresentaum cic lo diurno bem característ ico, com maiorintensidade (vento de 1,8 r . r i ) no horár io demaior f luxo de radiação solar. A noite, o ventotorna-se calmo (aproximadamente 1,0 m.s1). Naárea de floresta, a velocidade do vento é apro-ximadamente constante, com valores típicos de1 ,0 m.s - t .

A época seca apresenta característicasdiferentes daquelas encontradas na época chu-vosa. O saldo de ondas curlas (Figura4a)é mai-or na f loresta do que na pastagem, sendo queesta di ferença at inge 187 W.m 2 às 11 HL. En-tretanto, de peculiar, é que a floresta apresentaseu máximo antes do caso pastagem. Cutr imet a l . , (1995) observaram que, em áreas comgrande desmatamento , como o caso de J i -Parana, imagens de satél i tes mostraram evi-dênc ias de um aumento de nebu los idade du-rante a época seca. Esta característ ica, as-sociada aos albedos di ferentes, pode provo-car esta defasagem dos valores máximos desaldo de radiação de ondas curtas. Na Figura4b é apresentado o saldo total de radiação,sendo que esta não di fere da Figura 4a. Osvalores calculados do saldo total são t ip ica-mente de -30 W.m'2 na Íloresta e - 50 W.m 2 napastagem. Com relação aos f luxos de energia(Figura 4c), a razáo de Bowen durante o diapossu i va lo res bem a l tos na á rea depastagem (en t re 1 ,0 e 3 ,0 ) , ind icando que apartição de ene rgia ocorre, prefe rencialmente,através de calor sensível. Este valor na florestaé máx imo às 9 HL (aprox imadamente 1 ,0 ) ,decrescendo este valor ao longo do dia. Estacaracteríst ica deve-se ao fato da f loresta

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q

Gilberto Fisch, JenniÍer Lean, lvan R' Wright e Carlos A' Nobre

consegu i r ex t ra i r água de p ro fund idadesmaiores do que a pas tagem e , des ta fo rma,não so f re r l im i tação de fa l ta de água paraevapot ransp i ra r . Os va lo res máx imos (as 11HL) do f l uxo de ca lo r sens íve l são 318 W.m2 para a Í l o res ta e ,344 W.m 2 Para apas tagem (Tabe la 3 ) A no i te es tes va lo ressão da o rdem de - 10 W.m 2 na f lo res ta ede - 20 W.m 2 na pas tagem. Os va lo resca lcu lados do f l uxo de ca lo r sens íve l pa raf lo res ta são re la t i vamente super io res aosobservados exper imenta lmente por F isch(1996) , sendo es ta d i fe rença na o rdem de150 W.m'2 na f l o res ta e 80 W.m-2 na pas ta -gem. A tempera tu ra do a r na pas tagem ésempre super io r a da f l o res ta (F igura 4d) ,com d i fe rença t íp i ca de 2 ,5 "C . As ma io resdi ferenças ocorrem apos o por-do-sol (entre'18 e 19 HL) , ap resen tando va lo res de a té4 ,8 'C (Tabe la 3 ) , p rovave lmente assoc ia -dos com o maior f luxo negat ivo de ca lo r sen-s íve l . A amp l i tude té rmica é de 10 ,5 "C napas tagem e de 10 ,1 "C na f lo res ta . Os re -su l tados já ob t idos em comparaçoesmicroc l imát icas de áreas de f lo res ta e pas-tagem para a época seca (Bas tab le e t a l . ,t 993 ; e R ibe i ro , 1994) ind icam que a tem-pera tura do ar é ma ior na pas tagem duranteo d ia e in fe r io r a no i te . Es ta ca rac te r ís t i canão é apresen tada nos dados o r iundosdes ta s imu lação c l imát i ca . A d i fe rença deumidade espec í f i ca en t re as áreas é bemmarcan te (F igura 4e) , com o va lo r da pas-tagem sendo da o rdem de 10 a 11 g .kg t ,ao invés dos va lo res de 14 a 17 g .kg l naf lo res ta . A ve loc idade do ven to (F igura 4 Í )na area de pas tagem é aprox imadamentecons tan te (3 ,5 m.s t ) , con t ra va lo resin Íe r io res a 1 ,0 m.s ' ' na f l o res ta .

4. CONCLUSÕES

Embora os MCGAs tenham mu i tasparametrizações e simplif icações dos proces-sos físicos que ocorrem na atmosfera, esta si-mulação climática mostra aspectos coerentescom as observações já realizadas nas áreas def lo res ta e pas tagem na reg ião Amazôn ica(Bastable et a l . , 1993; Ribeiro, 1994; Cul f et a l . ,1995 e 1996; F isch , 1996) . De modo gera l , a

substituição de floresta por pastagem provoca'em nível sazonal , uma redução no saldo deradiação de ondas curtas (8%) e total (3 %), 9mauménto na temperatura média do ar (0,9 'C),uma redução pequena na umidade específicado ar, um aumento da velocidade do vento, umaredução na evaporação e precipitação (de 20

"/ . e 14 7o, respect ivamente) e um período deseca mais prolongado (a época seca, def in idacomo os meses com precipitação total mensalin fe r io r a 50 , es tende-se de junho a ju lho nocenár io f loresta para maio a agosto no casopastagem.

Estas modif icações possuem aspectoshorários que são diferentes das epocas úmidae seca. Os saldos de radiação de ondas cur-tas e total são super iores na f loresta em rela-

ção a pastagem em ambas as estações (estadi ferença é de 17 " /" na estação chuvosa e 5o/o rrâ. epoca seca). Para o caso da partiçãode energia (razão de Bowen), durante a épocachuvosa es ta é t ip icamente de +0,3 , mod i f i -cando-se bruscamente (para valores entre 1 ,0e 3,0 ) durante a estação seca. No caso datemperatura do ar, a f loresta apresenta umva lor máx imo maior do que de pas tagem (1 ,2"C ) durante o período das chuvas e é infer iorao mínimo da temperatura da pastagem naestação seca (-2,5 'C) . Os valores calculadosde umidade especíÍ ica são simi lares duranteà es tação chuvosa (em to rno de 16 g .kg ' ) ,embora bem d i Íe ren tes ( f lo res ta 16 g .kg1 epas tagem 10 g .kg t ) na éPoca seca . Ave loc idade do ven to é ma is in tensa napastagem em relação a Í loresta, sendo queno período seco a pastagem apresenta ventosde a té 3 ,5 m.s '1 .

Como pon to f raco e de ma io rdiscordância entre o modelo e as observa-

ções, ressal ta-se o Íato do cic lo diár io da tem-peratura do ar ser di Íerente das comparaçõesobservacionais microclimáticas entre florestatropical e pastagem, pr incipalmente na épocaseca e durante o período noturno. Esta var ia-

ção tem sido uma característica de resultadosde simulações numéricas (por exemplo, Nobreet al . , 1991), que podem ser devido ao fato dosmodelos MCGAs não conseguirem representar

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41SIMULAÇOES C. t . lATICAS DO EFEITO DO DESMATAMENTO NA REGIÃo AMAZoNICA: ESTUDo DE UM

CASO EM RONDONIA

o desacoplamento da camada l imi te noturna,devido ao tamanho das grades uti l izadas (entre200 e 400 km).

5. AGRADECIMENTOS

Os autores gos tar iam de expressarseus agradec imentos a todos os co legasbr i tân icos e b ras i le i ros que par t i c ipam doPro je to ABRACOS e que permi t i ram quees te es tudo pudesse ser rea l i zado . Agra -decemos também a co laboração dos co le -gas b r i tân icos do Had ley Cen t re (p .R .Rowt ree e C.B. But ton) na rea l i zação doexerc Íc io de s imu lação c l imát ica e do es ta-g iá r io Marce lo Fernandes na preparação eed i to ração dos grá f icos . G.F isch agradeceà CAPES pe la bo lsa "sandwich" de p rogra -ma de doutorado no pa ís com es tág io noex te r io r (PDEE-2374193) , que permi t iu suaes tada no Ins t i tu te o f Hydro logy(Wal l i ng fo rd , Re ino Un ido) , onde es te t ra -ba lho fo i pa rc ia lmente rea l i zado .

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I

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StMULAÇÕES CLTMATTCAS DO EFETTO DO DESMATAMENTO NA REGrÃO AMAZONTCA: ESTUDO DE UMCASO EM RONDONIA

Tabela 1a: Valores médios e totais mensais de saldo de radiação de ondas cudas (Sn), ondas longas(Ln), total (ondas curtas e longas, Rn), f luxos de calor conduzido ao solo (FCS), sensível (H) e latente(LE), temperatura do ar (Temp), umidade específica (Umid), velocidade do vento (Vel), evaporação(Evap) e precipitação (Prec) para o cenário de floresta (período de Dezl95 a Fev/97).

florestaDezJanFevMarAbrMaiJunJu lAgoSetOutNovDezJanFev

Sn Ln Rn FCS H13,8 -2 ,4 11 ,4 -0 ,04 1 ,516,8 -2 ,4 14 ,4 0 ,04 2 ,213,8 -2 ,4 11 ,4 -0 ,04 1 ,g16,8 -2 ,4 14 ,4 0 ,04 2 ,415,6 -3 ,0 12 ,6 0 ,02 1 ,816,8 -3,6 13,2 -0,07 2,315 ,6 -4 ,2 11 ,4 -0 ,19 2 ,19 ,2 -4 ,8 14 ,4 0 ,10 3 ,019,2 -4,2 '15,0 0,09 4,519 ,8 -4 ,2 15 ,6 0 ,14 5 ,220,4 -3,6 16,8 0,09 4,918 ,6 -3 ,6 15 ,0 0 ,00 4 ,114,4 -2,4 12,O -0,05 1,513 ,8 -2 ,4 11 ,4 -0 ,07 1 ,316,2 -2 ,4 13 ,8 0 ,06 2 ,2

LE Temp Umid Vel10 ,1 23 ,2 16 ,3 0 ,812,1 24,0 16,7 1,09,6 23,0 16,7 0,411 ,6 24 ,0 16 ,7 0 ,611 ,0 24 ,0 16 ,8 0 ,911,4 23,0 14,9 2,010,2 21,5 12,6 2,O11,3 21 ,1 11 ,9 1 ,911 ,1 23 ,3 13 ,7 1 ,410,7 25,3 15,3 0,911 ,9 25 ,7 16 ,2 1 ,211 ,6 25 ,3 16 ,4 0 ,510,6 23,6 16,7 0,910,2 23,3 16,4 0,911 ,3 23 ,9 16 ,6 0 ,9

Evap Prec4,0 358,94,8 388,93,8 406,44,6 338,24,4 227,74 ,6 72 ,14 ,1 0 ,54 ,5 0 ,04 ,4 57 ,54,3 121,74 ,7 172,24 ,6 217 ,94,2 405,64 ,1 359,04 ,5 335,1

Tabela 2a: Valores médios e totais mensais de saldo de radiação de ondas cuftas (Sn), ondaslongas (Ln), total (ondas cuftas e longas, Rn), f luxos de calor conduzido ao solo (FCS), sensível (H) elatente (LE), temperatura do ar (Temp), umidade específica (Umid), velocidade do vento (Vel),evaporação (Evap) e precipitação (Prec) para o cenário de pastagem (perído de Dezi95 a Fev/97).

past. Sn LnDez 12,0 -2,4Jan 14.4 -3.0Fev 12.6 -2.4Mar 15 .6 -3 .0Abr 18 ,0 -4 ,2Mai 16 ,8 -4 .8Jun 16 ,8 -4 .8Ju f 16 .8 -4 ,2Ago 20,4 0,0Set 19.2 -0.6Out 17 ,4 -3 ,0Nov 15 .6 -3 .0Dez 13 ,8 -3 ,0Jan 14,4 -3.0Fev 12.6 -2.4

Rn FCS H9,6 -0 ,09 1 ,811,4 -0 ,01 2 ,110,2 -0 ,06 1 ,812,6 -0,01 2,313,8 -0 ,03 2 ,412,0 -0,07 1,912,0 -0 ,12 1 ,612,6 -0,02 2,020,4 0,31 5,818 ,6 0 ,06 7 ,114,4 0,02 4,312,6 -0,08 2,410,8 -0 ,09 2 ,011,4 -0 ,01 2 ,110,2 -0 ,06 1 ,8

LE Temp Umid Vel7,7 23,7 16,4 1,59 ,3 24 ,2 '16 ,5 2 ,08 ,4 23 ,8 16 ,3 1 ,29 ,9 24 ,5 16 ,6 2 ,711 ,5 24 ,9 15 ,2 4 ,110 ,0 24 ,0 13 ,6 3 ,99,8 23,0 12,1 4,4g 22 ,4 10 ,8 5 ,06 ,3 27 ,1 9 ,5 4 ,35,0 28,1 10,7 4,28,8 26,1 15,7 1,510 ,0 24 ,5 16 ,5 1 ,98,9 23,7 16,2 1,49 ,3 24 ,2 16 ,5 2 ,O9,4 23 ,8 16 ,3 1 ,2

Evap Prec3,0 395,73,7 379,83 ,9 309,33,9 272,34,5 120,53,9 29,13 ,8 0 ,43 ,6 2 ,12 ,4 3 ,11 ,9 97 ,03,5 213,33,9 326,13,5 324,33 ,7 331 ,33,3 373,0

Unidades dos f luxos de radiação e energia em MJ.m2.dia-1, de temperatura em oC, de umidadeespecíficica em g,kg'1, da velocidade em m.s'1, de evaporação em mm.dia'1 e precipitação em (mm).

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Gilberto Fisch, JenniÍer Lean, lvan R. Wright e Carlos A. Nobre

Tabela 3: Vaìores medìos horários do saldo de radiação de ondas cuftas (Sn) e total (ondas cunas Êlongas, Rn), f luxos de calor sensível (H) e latente (LE), temperatura do ar (Temp), umidade espec : 't:(Umid) e velocidade do vento (Vel) os cenários de floresta e pastagem (janeiro/96).

Íloresta Sn Rn H LE Temp Umid vel2 0 -19 ,9 -6 ,4 4 ,6 21 ,6 16 ,2 1 ,15 125,8 106,4 -5 ,2 4 ,7 21 ,4 15 ,9 1 ,18 438,1 410,0 55 ,1 232,9 24 17 ,3 1 ,211 647 ,2 605,6 1 66 ,5 399,1 26 ,9 17 ,5 1 ,314 343,3 2gg,g 64 ,3 376,3 27 ,8 16 ,1 1 ,017 12,6 -29,9 -32,5 76,2 25,9 17 0,620 0 -22 ,9 -7 ,g 5 ,6 22 ,5 16 ,9 0 ,923 0 -20 ,2 -6 ,6 4 ,1 22 16 ,5 1 ,1

Tabela 4: Valores médios horários do saldo de radiação de ondas cuftas (Sn) e total (ondas cufias elongas, Rn), f luxos de calor sensível (H) e latente (LE), temperatura do ar (Temp), umidade específica(Umid) e velocidade do vento (Vel) os cenários de Íloresta e pastagem ( setembroi96).

pastagem Sn205 1448 392,611 535 ,114 280 ,617 10 ,4200230

Rn H LE temp umid vef-20 ,6 -3 ,2 5 ,3 22 ,2 16 ,1 1 ,292,6 -3 4 ,4 21 ,8 16 1 ,4357,5 54,2 168,7 24,1 17 1,7486,3 107,7 335,7 25 ,8 16 ,8 1 ,8226,4 66 275,1 26 ,8 16 ,1 1 ,3-33,5 -15,1 65,3 26,3 15,7 0,9-22,9 -4 4,6 23,3 16,7 0,8-20,9 -3,6 5,6 22,7 16,4 1

H LE Temp Umid vel-13 10 ,4 21 ,2 15 ,5 0 ,5-9,3 4,8 20,6 15,1 0,2175,2 223,3 26,5 16,3 0,2207,6 344,2 30,2 14,3 0,4119,7 293,4 30,7 13,9 0,4-38,5 39 29 13,7 0,8-15 ,9 15 ,6 22 ,7 15 ,9 1 ,0-1 ,1 9 ,5 21 ,8 15 ,7 0 ,8

Íloresta Sn Rn2 0 -32,55 193,4 160,18 681 629,411 61 9 ,4 556,514 324,2 261,417 5 ,9 -55 ,420 0 -35,323 0 -32 ,1

pastagem Sn Rn H LE temp umid vel2 0 -53 ,1 -1 B ,B 13 ,1 23 ,9 11 ,2 3 ,55 168 ,3 119 -20 ,1 14 ,7 22 ,9 11 ,1 3 ,68 606,5 581,2 148,3 128,5 28,1 11,1 3,411 653,9 743,2 346,3 131,2 32,2 10,2 3,414 327,2 417,8 244,5 112 33 ,4 9 ,8 3 ,517 5 ,7 14 ,5 -33 ,2 43 ,3 31 ,9 9 ,8 3 ,320 0 -63 ,9 -21 ,3 13 ,6 27 ,0 10 ,9 3 ,223 0 -57 ,2 -18 ,8 11 ,5 25 ,1 11 ,3 3 ,3

Tempo em Hora Local. Unidades dos Íluxos de radiação e energia em W.m-2, de temperatura em "C,de umidade específ ica em g.kg1 e velocidade do vento em m.s- ' .

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45SIMULAÇOES CLIMATICAS DO EFEITO DO DESMATAMENTO NA REGIÃo AMAZoNIcA: ESTUDo DE UM

CASO EM RONDONIA

Figura 1 - Descr ição c l rmatológica (per Íodo 1982-1992) da região de J i -Paraná (RO): prec ip i tação (a) e temperatura do ar (b)

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Figura 2 - Valores médios mensais obt idos de saldo de radiação solar (a) , sa ldo tota l de radiação (b) , razão de Bowen (c) ,temperatura do ar (d) , umidade especÍ Í ica (e) , ve loc idade do vento ( Í ) , evaporação (g) e prec ip i tação (h) para os sí t iosexper imenta is de Í loresta ( l inha t racejada) e pastagem ( l inha cont ínua) .

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Page 15: STMULAçÕES CLtMÁT|CAS DO EFE|TO DO DESMATAMENTO NA …

47SIMULAÇOES cLIMATICAS Do EFEITo Do DESMATAMENTO NA REGtÃo AMAZoNtcA: ESTUDo DE uM

CASO EM RONDONIA

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r 3 5 7 9 1 1 1 3 1 5 1 7 1 9 2 1 2 3

I.IORA LOCAL

Figura 3 - Valores médios horários obtidos da simulação climática: saldo do balanço de ondas curtas (a), saldo total deradiação (b), razão de Bowen (c), temperatura do ar (d), umidade especíÍica (e) e velocidade do vento (Í), para os sítiosexperimentais de floresta (l inha tracejada) e pastagem (linha contínua), no mês de janeiro de 1996 (época chuvosa).

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Figura 4 - Valores médios horários obtidos da simulação climática: saldo do balanço de ondas curtas (a), saldo total deradiação (b), razão de Bowen (c), temperatura do ar (d), umidade especÍÍica (e) e velocidade do vento (Í), para os sítiosexperimentais de floresta (l inha tracejada) e pastagem (linha contínua), no mês de setembro de 1996 (época seca).

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