Artigo Tecnico Em Seguranca Publica

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Trabalho de TIG - Jornalismo - 1º/2º períodos - UNI-BH - 2 sem de 2011.

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Tcnico em Segurana Pblica A tica na profisso do policial militar

Ione Caetano Juara Moreira Junio Santos Letcia Faria Paula Vieira Paola Gomes

Resumo Nos dias atuais, nos deparamos com situaes nas quais temos a oportunidade de observar a conduta dos agentes policiais e os preceitos ticos fundamentais na doutrina militar. Essas condutas deveriam colocar em evidncia o modo como estes policiais foram capacitados em sua formao. Porm, na prtica podemos perceber que as condutas aprendidas nas instituies militares no momento da aprendizagem, nem sempre so aplicadas, o que gera conflitos polticos e sociais. Palavras- chave: tica, Polcia Militar, PM, Cidado e Conduta.

Introduo Este trabalho ir abordar as contradies observadas na conduta da polcia militar partindo dos princpios ticos que a profisso dispe e que puderam ser observadas por meio de pesquisas de campo e laboratoriais. E explorando de que maneira a deontologia trabalhada durante o dia-a-dia desses profissionais de segurana pblica. Tendo como

fonte de pesquisa artigos acadmicos que se baseiam na tica militar, o cdigo de tica e Disciplina dos Militares da Polcia Militar de Minas Gerais e entrevistas, que tambm foram utilizados como fonte de pesquisa.

tica Militar tica uma palavra de origem grega (Ethos), caracterizada como um conjunto de valores que a sociedade compartilha. Uma filosofia moral, em torno do que pode ser moralmente bom ou ruim. nesse sentido que as concluses sistemticas levam a sistemas ticos especficos (deontolgicos), sobre o que deve e o que no deve ser feito. Pressupe-se que a tica profissional seja tambm regida pelos mesmos conceitos da tica social, acerca do respeito, das normas e valores, que mantm a formao de conduta desses profissionais. Muitas profisses, tais como as dos mdicos, advogados, engenheiros, usam cdigo de tica como uma forma de auto-regulamentao. Algumas organizaes policiais possuem cdigo de tica. Na realidade, o comportamento tico est implcito na polcia h muitos anos. Entretanto, as complexidades de uma sociedade pluralstica com valores flutuantes ditam mais do que cdigos de tica.

A institucionalizao da tica significa tambm a integrao da tica com a tomada de decises e prticas laborais para todos os servidores. Um cdigo de tica tem vantagens distintas. Ele proporciona um estvel guia permanente de condutas aceitveis e noaceitveis; oferece diretrizes para a soluo de situaes eticamente ambguas; e age como um aferidor sobre os poderes autocrticos dos servidores. A integrao da tica um lento e contnuo processo. (SPER, 2008, Revista da CONDEPOL/BRASIL - Confederao dos Delegados de Polcia do Brasil).

A polcia Militar de Minas Gerais possui um cdigo de tica utilizado para orientar a conduta do militar e a ao dos seus comandantes, durante as aes e

operaes policiais. Essas orientaes so encontradas no captulo III do Cdigo de tica e Disciplina da Polcia Militar de Minas Gerais, que rege os valores e objetivos da instituio.

tica Militar Captulo III Ar t. 9 A honra, o sentimento do dever militar e a correo de atitudes impem conduta moral e profissional irrepreensveis a todo integrante das IMEs, o qual deve observar os seguintes princpios de tica militar: I amar a verdade e a responsabilidade como fundamentos da dignidade profissional; II observar os princpios da Administrao Pblica, no exerccio das atribuies que lhe couberem em decorrncia do cargo; III respeitar a dignidade da pessoa humana; IV cumprir e fazer cumprir as leis, cdigos, resolues, instrues e ordens das autoridades competentes; V ser justo e imparcial na apreciao e avaliao dos atos praticados por integrantes das IMEs; VI zelar pelo seu prprio preparo profissional e incentivar a mesma prtica nos companheiros, em prol do cumprimento da misso comum; VII praticar a camaradagem e desenvolver o esprito de cooperao; VIII ser discreto e corts em suas atitudes, maneiras e linguagem e observar as normas da boa educao;

IX abster-se de tratar, fora do mbito apropriado, de assuntos internos das IMEs ou de matria sigilosa; X cumprir seus deveres de cidado; XI respeitar as autoridades civis e militares; XII garantir assistncia moral e material famlia ou contribuir para ela; XIII preservar e praticar, mesmo fora do servio ou quando j na reserva remunerada, os preceitos da tica militar; XIV exercitar a proatividade no desempenho profissional; XV abster-se de fazer uso do posto ou da graduao para obter facilidade pessoal de qualquer natureza ou encaminhar negcios particulares ou de terceiros; XVI abster-se, mesmo na reserva remunerada, do uso das designaes hierrquicas:

a) em atividades liberais, comerciais ou industriais; b) para discutir ou provocar discusso pela imprensa a respeito de assuntos institucionais; c) no exerccio de cargo de natureza civil, na iniciativa privada; d) em atividades religiosas; e) em circunstncias prejudiciais imagem das IMEs.

A Conduta do Militar A tica militar, presente doutrinariamente nos seios da instituio, so criadas por meios de atos legislativos, regulando e disciplinando as condutas dos seus agentes

no decorrer de sua misso pblica. A fim de manter o equilbrio e a ordem na gesto da corporao militar. A polcia militar age com um comportamento que na maioria das vezes foge s colocaes do cdigo de conduta. Assim, ecoa sistematicamente o senso comum, que contesta os direitos humanos dos bandidos sempre que algum acusa alguma arbitrariedade policial e lembra-se da necessidade de se respeitarem as garantias legais de todo cidado (MORETZSOHN, 2009, PGINA 6). Quanto ao agir corretamente com uma postura adequada de um representante do Estado, numa conduta sria e honesta dos que "tm o dever constitucional de preservar a ordem pblica e a segurana das pessoas" (MORETZSOHN 2009, PGINA8) podemos observar vrias divergncias na conduta militar. H policiais que ao se depararem com a prpria ignorncia no decorrer de uma ao ou no contato dirio com o cidado, no fazem presente e revestido em si, o real valor da tica para justificar suas condutas. Isso um dos principais motivos que geram um choque entre a instituio policial e a sociedade. O que se espera destes profissionais uma conduta tica durante esse contato, o que nem sempre ocorre.

A abordagem dos veculos de comunicao Vrias situaes j causaram polmica, divergindo opinies, no que diz respeito s aes policiais. Assassinatos de suspeitos que em algumas situaes, no condizentes com a suspeio podem ser apontados como exemplos que correspondem a estas situaes. O ponto de partida para reverter esse quadro, est primeiramente ligado ao processo dos atos praticados por aqueles que so as mentes-pensantes da instituio, tomando conscincia de suas aes, durante a construo de sua conduta. Com relao a isso, deve-se procurar manter constantemente nos seios da instituio, no s durante os cursos de formaes como tambm no dia-a-dia no decorrer da vida e rotina policial a mesma conduta ensinada nas academias de formao.

A sociedade por meio de cada cidado capaz de influenciar ou orientar as diferentes abordagens que ocasionalmente a mdia venha a produzir. O comportamento antitico por parte daqueles que tm o dever de orientar deve ser observado com mais afinco, pois, os preceitos ticos esquecidos em sua essncia, no momento em que seja necessrio seu emprego nos primeiros passos do agente em formao, ou seja, na construo do saber daqueles que iro lhe dar com a sociedade, ocasionar, como j se evidencia no momento atual, pela conduta no correta desses agentes de segurana, crises polticas e sociais. A mdia em muito deve se preocupar pela capacidade que possui de orientar a opinio pblica e disseminar concluses. Exemplo disso o caso do ex-goleiro do Flamengo, o jogador Bruno Souza. Que foi acusado e condenado pela mdia que acabou interferindo na formao da opinio pblica, antes mesmo que a polcia pudesse abrir o inqurito que faria as investigaes referentes ao caso. Devidas providncias A representao do trabalho da polcia perante o olhar da imprensa, nem sempre abordado e apresentado a populao de maneira correta e devida, seguindo os valores e princpios ticos que se orientam. O comportamento antitico por parte daqueles que tm o dever de orientar e informar de maneira mais transparente e clara possvel acaba na maioria das vezes deturpando em alguns casos, as reais informaes, fotos e notcias relacionadas ao trabalho da polcia militar, com o intuito de se privilegiar das mesmas. Dessa maneira, a mdia capaz de desestruturar todo o trabalho e credibilidade de uma instituio das mais respeitosas do pas, sendo que vale ressaltar que os erros existem nas aes dirias da corporao, mas que de acordo com o assessor de imprensa da (UFMG) Universidade Federal de Minas Gerais, Luiz Felipe Zilli, e coordenador do CRISP (Centro de Estudos de Criminalidade e Segurana Pblica), os acertos so maiores que as falhas cometidas por estes profissionais de segurana pblica.

Referncias: SPER, Kleiber Joo. tica Policial; Uma necessidade institucional. Distrito Federal, 2008.

MORETZSOHN, Sylvia. tica, mdia, Estado policial e senso comum. O combate ao que est fora de ordem, Rio de janeiro, 2009. BEATO FILHO, Cludio. Polticas pblicas de segurana e a questo policial. So Paulo em perspectiva. Belo Horizonte. 1999. Cdigo de tica e Disciplina dos Militares do Estado de Minas Gerais. Promulgado da lei n. 14.310, de 19 de junho de 2002.