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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA – FESP CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO WALTER GOMES DE CARVALHO NETO PREGÃO ELETRÔNICO: Evolução na Contratação de Bens e Serviços na Administração Pública JOÃO PESSOA 2013

Artigo Walter Gomejs

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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA – FESP

CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

WALTER GOMES DE CARVALHO NETO

PREGÃO ELETRÔNICO: Evolução na Contratação de Bens e Serviços na Administração Pública

JOÃO PESSOA

2013

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WALTER GOMES DE CARVALHO NETO

PREGÃO ELETRÔNICO: Evolução na Contratação de Bens e Serviços na Administração Pública

Trabalho de Conclusão de Curso -TCC- apresentado à Faculdade de Ensino Superior da Paraíba – FESP - Curso de Graduação em Direito para atender exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em direito. Área de Concentração: Direito Administrativo Orientadora: Profa. Luciana Villar

João Pessoa

2013

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G633p Carvalho Neto, Walter Gomes de Pregão eletrônico: evolução na contratação de bens e serviços na

administração pública./ Walter Gomes de Carvalho Neto. – João Pessoa, 2013.

14f. Orientadora: Profa. Luciana Villar Artigo (Graduação em Direito) Faculdade de Ensino Superior da

Paraíba – FESP. 1. Licitação 2. Pregão Eletrônico 3. Administração Pública I.

Título.

BC/FESP CDU: 349.6(043)

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WALTER GOMES DE CARVALHO NETO

PREGÃO ELETRÔNICO: Evolução na Contratação de Bens e Serviços na Administração Pública

Trabalho de Conclusão de Curso –TCC- apresentado à Fesp Faculdades Ensino Superior da Paraíba – Curso de Graduação em Direito para atender exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Direito.

Aprovada em: ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

__________________________________ Profa. Luciana Vilar

Orientadora

_________________________________ Membro da Banca Examinadora

_________________________________ Membro da Banca Examinadora

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PREGÃO ELETRÔNICO: Evolução na Contratação de Bens e Serviços na

Administração Pública

WALTER GOMES DE CARVALHO NETO*

RESUMO O presente trabalho tem como finalidade analisar de uma forma geral a finalidade do mecanismo de aquisição de bens e serviços, através do processo licitatório. Faremos um delineamento histórico sobre as formas já utilizadas pelo serviço público para contratar. A referida pesquisa será efetuada com base nos procedimentos metodológicos bibliográficos. No seu processo de análise será empregado o método dedutivo onde é responsável pela generalização, ou seja, para uma questão geral, as licitações, tratada particularmente (pregão). O trabalho será conduzido com ênfase na temática da contratação de bens e serviços pela administração pública, através do pregão eletrônico. Palavras-chave: Licitação. Pregão Eletrônico. Administração Pública.

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho científico tem como objetivo geral demonstrar que o pregão eletrônico é

a forma mais eficaz da Administração Pública contratar com os particulares. Para a realização

desse trabalho, a pesquisa será conduzida sob a forma bibliográfica com ênfase na temática da

contratação de serviços e bens pela administração pública, através do pregão eletrônico. A

bibliografia é arquivo de documentos, tais como, livros, leis, entre outros de um determinado

assunto ou de deliberado autor que chegue a satisfazer como fonte para consulta. Contudo,

traremos para discussão a evolução das modalidades de contratação de bens e serviços, pela

administração pública, onde o legislador, através das novas leis, tem a finalidade de criar

melhores métodos de contrair bens e serviços, buscando sempre uma maior economicidade,

eficiência e transparência nos atos administrativos.

Assim, a finalidade deste trabalho é de propor uma discussão, analisando, a forma

mais eficaz de um gestor público contratar, para que seja atingido o interesse coletivo de uma

* Concluinte do Curso de Direito da Faculdade de Ensino Superior da. E-mail: [email protected]

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forma a satisfazer todos os princípios morais, éticos e legais, previstos nos princípios

norteadores da administração pública.

Partindo do pressuposto de que a licitação, nas suas diversas modalidades é a forma

instituída por lei para que as instituições de direito público possam efetuar compras e

contratações, evitando fraudes e possibilitando que tal aquisição seja eficiente, a modalidade

de licitação, pregão eletrônico seria um dos meios mais eficientes para o serviço público

contratar, a que mais respeita os princípios da legalidade, imparcialidade, publicidade,

eficiência e moralidade.

Para analisar esse problema verificaremos teoricamente as possibilidades de desvio de

dinheiro público.

2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS

Inicialmente, importa saber que o Estado influencia sensivelmente na economia

nacional, desse modo, é preciso ser levado em consideração à dimensão e potencial de

compra, para concretização de obras públicas, bem assim, a preservação da Administração

Pública. Portanto, para existir uma melhor organização na demanda seguindo ao princípio da

moralidade e da eficiência administrativa, reclama uma normatização afunilada, razão pela

qual é exigido um processo de licitação.

A atividade da administração é de buscar sempre o interesse público. Esse interesse

será atingido, em matéria de negócios jurídicos firmados com os administrados, quando a

feitura de obras e serviços, passa pelo crivo do procedimento licitatório.

De acordo com Hely Lopes Meireles, a licitação “é um procedimento administrativo

pelo qual é selecionada a proposta mais vantajosa para a administração pública”. O princípio

da igualdade é observado durante todo o processo de licitação, uma vez que, seleciona a

melhor proposta. Todos os administrados e interessados são tratados de igual forma pela

administração pública, tendo tratamento isonômico no processo e ulterior contratação.

O legislador ao criar regras para a construção de contratos entre os particulares e a

administração pública, procurou resguardar o interesse público, velando pela legalidade, por

isto, instituiu o instituto da licitação, de modo a afastar as fraudes nas contratações públicas.

A Carta Magna em seu artigo 37 inciso XXI versa sobre a obrigação de licitar, ao

passo que reserva exceções nas hipóteses previstas na Lei 8.666/93, onde a o delinear as

regras gerais para o procedimento licitatório e os contratos da administração pública, adequa o

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princípio da competência privativa do ente União por força do art. 22 e 37, XXI da Carta

Política.

É de suma importância saber que a licitação, corresponde a um procedimento em que

o ente da administração pública, ao agir na sua função, convida todos os interessados a firmar

contrato com ele, mas, dentro dos moldes e condições traçadas no instrumento de convocação,

onde serão apresentadas propostas, dentre as quais será escolhida a mais adequada para a

formalização do negócio jurídico.

Partindo dessa simples conceituação, percebe-se que a finalidade da licitação é

garantir que qualquer ente da administração pública, possa selecionar a melhor opção de

adquirir o maior empenho em resguardar aos administrados a possibilidade de concorrer na

participação das contratações públicas.

Nesse passo, é preservado um duplo interesse público, o respeito ao patrimônio

público, uma vez que se pretende escolher a proposta mais vantajosa, por meio da

concorrência e, ainda a observância aos princípios administrativos da isonomia e da

impessoalidade, que norteiam a participação dos particulares no processo licitatório, posto

que, não se admite, por meio desses comandos, criar distinções os participantes.

A licitação tem que observar ainda três exigências:

Uma concessão decorrente de ato administrativo mais amplo, que possibilite uma

maior fruição aos particulares em se tratando de seu patrimônio;

A criação de exigências jurídicas que exija condições a serem preenchidas pelos

administrados, sendo assim, nem todos têm acesso a concorrer nos procedimentos licitatórios;

Possibilidade de concorrência, onde o processo licitatório deve ser feito por no

mínimo dois interessados.

Celso Antônio Bandeira de Melo vaticina acerca do objeto da licitação pública ao

dizer:

São licitáveis unicamente objetos que possam ser fornecidos por mais de uma pessoa,

uma vez que a licitação supõe disputa, concorrência, ao menos potencial, entre ofertantes (...).

Só se licita bens homogêneos, intercambiáveis, equivalentes. Não se licitam coisas desiguais.

Cumpre que sejam confrontáveis as características do que se pretende e que quaisquer dos

objetos em certame possam atender ao que a administração almeja. (MELO, Celso Antônio,

2004).

De acordo com as palavras mencionadas em relação ao objeto da licitação, o destacado

autor protege que não há pertinência na licitação quando o objeto é singularizado, ou ainda,

quando só existe um só ofertante, a saber, um só produtor, ou um só fornecedor.

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Em linhas gerais, o instituto da licitação é compulsório e viável, posto que, a

administração pública, em especial, seus entes, deve possibilitar aos prováveis participantes o

acesso por meio do tratamento isonômico de competirem em igualdade condições, com o fito

de ser escolhida a melhor e mais vantajosa proposta.

Igualmente, faz-se necessário expor sobre o conceito e natureza jurídica do pregão

eletrônico que constitui a espécie de pregão que faz uso dos mecanismos da tecnologia da

informação. O ambiente utilizado refere-se à internet. Há uma previsão no art. 2º, parágrafo

2º da lei 10.520/2002, que recebe regulação do Decreto 5.450/2005, diferencia-se da

modalidade presencial de pregão, posto que, o pregoeiro não se mostra fisicamente, bem

assim, todos os demais envolvidos, onde a sessão pública ocorre toda pela internet.

Para Carvalho Filho (2008, p.200) licitação refere-se ao:

O procedimento administrativo vinculado por meio do qual os entes da Administração Pública e aqueles por ela controlados selecionam a melhor proposta entre as oferecidas pelos vários interessados, com dois objetivos – a celebração de contrato, ou a obtenção do melhor trabalho técnico, artístico ou científico.

Consoante às palavras acima, a licitação possui natureza jurídica de procedimento,

constituindo um encadeamento de atos, que formam o contrato, que por sua vez é o

instrumento geralmente utilizado na celebração de negócios jurídicos.

A licitação é indispensável para que a administração pública possa contratar, sob pena

de invalidar o certame.

Com o avanço da tecnologia a administração pública também foi atingida por seus

efeitos, onde se criou uma modalidade de licitação que dispensa a presença física dos

participantes, ocorrendo todo trâmite virtualmente, mitigando assim a burocracia que é de

praxe.

Nessa esteira é importante frisar as palavras de Carvalho Filho (2008):

As modalidades licitatórias prevista na Lei 8.666/93, em muitos casos, não conseguiram dar a celeridade desejável à atividade administrativa destinada ao processo de escolha de futuros contratantes. As grandes reclamações oriundas de órgãos administrativos não tinham como alvo os contratos de grande vulto e de maior complexidade. Ao contrário, centravam-se nos contratos menores ou de mais rápida conclusão, prejudicados pela excessiva burocracia do processo regular de licitação.

Com o advento da lei 10.520/02 as contratações tornaram-se mais céleres e eficientes,

proporcionando agilidade nos certames licitatórios.

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Destarte, o decreto de nº 5.450/2005 aduz os métodos inerentes ao desenvolvimento

do pregão eletrônico, os preceitos básicos são também àqueles observados no pregão na

modalidade presencial. Discute-se, todavia, mudanças estatuídas na lei 10.520/2002 através

do decreto que regulamenta a mencionada lei.

Vaticina Justen Filho (2005, p. 221), a esse respeito:

Art. 2º, § 1º, da Lei 10.520. Esse dispositivo autoriza a utilização dos recursos da Tecnologia da Informação para o pregão, nos termos de regulamentação específica. Isso não justifica a adoção de regras jurídicas totalmente desvinculadas da Lei 10.520. Portanto, nenhuma solução inovadora da ordem jurídica pode ser produzida através do decreto regulamentar do pregão eletrônico.

Dando sequência o referido autor ressalta que:

A situação mais evidente relaciona-se com a alteração da sistemática de apresentação das propostas. A Lei nº 10.520 alude, de modo expresso, à apresentação de propostas em envelopes – solução que não é contemplada no âmbito do pregão eletrônico. Outra alteração relaciona-se com a seleção dos licitantes que passarão à etapa de lances: enquanto a Lei nº 10.520 determina que a competição se fará apenas entre os proponentes que preencham determinados requisitos, o Dec. Nº 5.450 estabelece que todos os proponentes classificados estarão autorizados a participar da fase de lances. (JUSTIN FILHO, 2005, p.221)

São inúmeras as inovações observadas para a Administração contratante mediante

aplicação do pregão eletrônico, em razão de suas características procedimentais. A menor

complexidade de seu procedimento tem duas consequências diretas a serem destacadas: uma

maior celeridade na contratação e o valor final do contrato mais vantajoso. Isso pode ser

considerado o ápice da eficácia da contratação por entidade pública.

Estudar a modalidade de pregão eletrônico garante maior respeito ao erário público e

auxilia nas atividades mercadológicas.

Por força do princípio da eficiência, essa modalidade de licitação é bastante

importante para a sociedade visto que a otimização dos gastos públicos traz vários benefícios

para a sociedade em geral e também para a Administração Pública, tornando o processo de

compras governamentais que velem pela agilidade e economicidade.

A administração pública direta e indireta de qualquer um dos poderes dos entes

federados, exceto os casos previstos na legislação pertinente ao assunto, estão obrigados a

contratar mediante processo de licitação pública. Com a chegada da versão de licitação

chamada pregão, despertam debates acerca daquilo que deve ser licitado e de quem está

submetido a sua aplicabilidade, principalmente na modalidade eletrônica.

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No dizer de Silva (2005), “Licitação é um procedimento administrativo destinado a

provocar propostas e a escolher proponentes de contratos de execução de obras, serviços e

compras ou de alienações do Poder Público”.

Por seu turno, Melo (2005), entende que “Licitação é um certame que as entidades

governamentais devem promover e no qual abrem disputa entre os interessados em com elas

travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, para escolher a proposta mais vantajosa

às conveniências públicas”.

O manuseio de meios tecnológicos diminuem o quantitativo de documentos físicos

utilizados nos concursos permitindo que o status cadastral da figura do fornecedor possa ser

visualizado eletronicamente, por meio do SICAF (Sistema de Cadastro Unificado de

Fornecedores), contribuindo para o inicio e término das sessões dentro do tempo previsto

permitindo uma diminuição considerável nas negociações. O entrosamento dos organismos

informatizados com o fim de suprir as necessidades da administração pública é indispensável

para alcançar uma maior produtividade nas atividades administrativas.

As modificações advindas da internet levaram os administradores públicos a se

preocuparem com o modelo de negócios vigentes e questionarem a competição entre as

empresas. A internet transformou a maneira de relacionamento e trabalho entre os sujeitos, ou

ainda como fazem negócios, alterando também o relacionamento entre empresas e entre

governo e sociedade.

Os efeitos revolucionários da Informação estão apenas no início. Ocorre que, não se

trata apenas da informática como causa desse desenvolvimento. O grande trunfo deve-se ao

denominado e-commerce, o despontar da internet como veículo de suma importância no

mundo dos negócios, especialmente no fornecimento de bens e serviços.

O Governo Federal trabalha no aperfeiçoamento da legislação, com a finalidade de

criar formatos novos de aquisição de bens e serviços com o escopo de racionalizar os

processos, aperfeiçoar e efetivando o resultados contratuais.

Importa ressaltar que a Medida Provisória nº 2.026/2000, foi o primeiro mecanismo de

regras a dispor sobre o Pregão Eletrônico em nosso ordenamento jurídico pátrio.

Veja-se, nessa toada, que no dia 21 de dezembro de 2000, foi editado o Decreto nº

3.697, visando regular o pregão em sua versão eletrônica, estatuindo todo o ritual normativo,

através da disposição da tecnologia da informação, para adquirir bens e serviços comuns, na

seara da União.

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Ao versar quanto ao Pregão Eletrônico, o Decreto nº 3.697/2000, não tratava

amplamente, todas as fases do rito licitatório eletrônico, constando várias referências ao

Decreto nº 3.555/2000, que trata do pregão presencial.

Classificado do tipo menor preço (art. 2º), o pregão eletrônico deve ter as propostas

julgadas com requisitos objetivos que possam avaliar o menor preço, levando em

consideração os prazos para desempenho do contrato e do fornecimento, as particularizações

técnicas, as bases mínimas de performance e de qualidade (art. 2º,§ 2º).

Essa modalidade de contratação usa recursos de tecnologia da informação, onde a

comunicação entre os agentes públicos que desenvolvem a licitação ocorre através da Internet,

ampliando a gama de envolvidos (participantes), garantindo uma notável transparência ao rito

do concurso, uma vez que, qualquer cidadão pode acompanhar a sessão pública e ter acesso a

todos os atos relacionados ao a licitação pública.

Segundo o art. 3º da Lei do Pregão Eletrônico, “Os participantes deverão ser

previamente credenciados perante o provedor do sistema eletrônico a autoridade competente

do órgão promotor da licitação, o pregoeiro, os membros da equipe de apoio e os licitantes

que participam do pregão na forma eletrônica”.

Na seara de princípios que guiam a modalidade licitatória do pregão eletrônico são

(art. 5º): a legalidade; a impessoalidade; a moralidade; a igualdade; a publicidade; a

eficiência; a probidade administrativa; a vinculação ao instrumento convocatório; o

julgamento objetivo; a razoabilidade; a competitividade; a proporcionalidade.

É preciso destacar que o Pregão Eletrônico não se refere a uma nova versão licitatória

diferente do Pregão, trata-se de uma espécie de pregão, de concurso competitivo,

entendimento reforçado por Scarpinella (2003, p. 167), que nos ensina que "[...] a forma

eletrônica do pregão não equivale a uma nova e distinta modalidade licitatória. Trata-se da

mesma modalidade licitatória criada e descrita na Lei nº 10.520/2002 [...]".

Avaliando os resultados positivos pelo uso do Pregão Eletrônico, a União passou a

utilizar amplamente essa modalidade no cenário federal, com o fito de torná-la a mais

utilizada entre as formas de aquisição de bens e serviços comuns.

O art. 5º, parágrafo único prevê que “a interpretação das normas disciplinadoras do

pregão eletrônico será feita em favor da ampliação da disputa entre os interessados, desde que

não comprometam o interesse da administração, o princípio da isonomia, a finalidade e a

segurança da contratação”. Todo procedimento licitatório compõe-se de duas fases. Bruno

(2005) diz que:

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O procedimento licitatório positivado entre nós conta com duas fases bem definidas, sendo a primeira delas uma etapa interna, realizada intramuros, quando não há participação dos futuros interessados na contratação, seguida, então, após a publicidade do instrumento do instrumento convocatório, da fase denominada pública, em que os interessados participam efetivamente de todo o processamento, restando à Administração ou ao órgão licitante o papel de atuação enquanto magistrado, no que tange á observância das regras previamente estabelecidas e à conseqüente escolha da melhor proposta.

Com a finalidade de viabilizar o uso do Pregão Eletrônico, foi editado o Decreto nº

5.450, que enfim, estatuiu a compulsoriedade do uso do pregão nas aquisições de bens e

serviços comuns, amoldando-se a evolução do próprio pregão em sede federal. A forma

eletrônica passou a ser o padrão na administração pública.

O art. 4º do mencionado Decreto (BRASIL, 2005, p. 3) versa nestes termos:

Art. 4o Nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns será obrigatória a modalidade pregão, sendo preferencial a utilização da sua forma eletrônica. § 1o O pregão deve ser utilizado na forma eletrônica, salvo nos casos de comprovada inviabilidade, a ser justificada pela autoridade competente.

As outras modalidades licitatórias: concorrência, Tomada de Preços e Convite não

foram totalmente preteridos, serão usados quando o que será contratado não se coadunar a

definição jurídica de bens e serviços comuns.

O que o Decreto nº 5.450/2005 trouxe de novo está relacionado à aplicação do Pregão

para a aquisição de bens e serviços comuns, e a assimilação da versão eletrônica com

mecanismo de preferência, se coaduna com a sua sedimentação e prioridade.

Consoante Niebuhr (2005) “Sistematizar a informação é uma das características que

mais marcaram a evolução tecnológica e reduzir distâncias, acelerar a comunicação e

aproximar pessoas, facilitando a comunicação do conhecimento. Essa novidade da informação

sistematizada chegou à licitação pública por meio da modalidade pregão na forma eletrônica”.

Gasparini (2007) denomina o pregão eletrônico como sendo:

A espécie de pregão em que a disputa pelo fornecimento de bens ou prestação de serviços comuns à Administração Pública é feita a distância, em sessão pública, por meio de proposta de preços e lances visando melhorá-las, apresentados pela internet.

Admitir o pregão e efetivá-lo na sua forma eletrônica tornou viável um eminente

incentivo à competição entre os fornecedores, no qual passaram a dar uma credibilidade maior

às contratações públicas e aos concursos licitatórios, pois nesta modalidade se reduz

sensivelmente as possibilidades de fraudes, conluios, conchavos, e todos os demais meios

duvidosos e fraudulentos.

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Assim como os outros, o procedimento do pregão eletrônico é dividido em duas fases,

sendo uma preparatória ou interna, constituída pelo conjunto de atos e atividades de caráter

preparatório a cargo do órgão administrativo e outra externa ou pregão propriamente dito,

constituída pelos atos e atividades que contam com a participação da administração e de

terceiros.

Fernandes (2006) coloca que “Na fase interna se desenvolvem os atos iniciais como a

definição do objeto, os preparatórios da convocação, as regras do desenvolvimento do

certame e da futura contratação, ou seja, trata-se da preparação para o ato convocatório”.

O termo inicial dessa fase encontra sua justificativa na necessidade da contratação e

requisição do objeto, que deve ser detalhado e especificado no termo de referência. Após,

devem ser definidas as exigências para habilitação, diferenciando-se em relação ao pregão

presencial quanto à exigência do fornecedor ter seu cadastro sempre em dia no SICAF. Em se

tratando dos critérios de aceitação das propostas, incumbe ao pregoeiro observar a relação de

pertinência entre o exigido pelo edital e o apresentado pelo licitante, bem como definir as

sanções por inadimplemento, pois existe regra própria em relação às penalidades cabíveis que

devem ser interpretadas de forma restrita.

O art. 55 da Lei Nº 8.666/93 define as regras que fixam as sanções e cláusulas

contratuais, uma vez que as normas do pregão só serão válidas até o fim do procedimento. No

término, será elaborado um edital contendo o endereçamento eletrônico no seu preâmbulo

como também, de modo objetivo, as informações conexas à participação dos licitantes no

concurso. A escolha do pregoeiro e da equipe de apoio é feita pela autoridade competente

dentre os servidores do órgão ou entidade promotora de licitação.

Quanto a fase externa, a mesma tem marco inicial com a publicação do edital, tendo as

etapas posteriores regidas de acordo com a metodologia do pregoeiro, pois não existem

especificações descritas na legislação. Segundo as regras estabelecidas na Lei nº 10.520/02, a

convocação é feita pelo aviso do edital, primando que só serão credenciados os licitantes

cadastrados no sistema específico utilizado pela contratante. As propostas serão enviadas

eletronicamente pelos licitantes até a data e hora marcada para a abertura da sessão, tendo os

participantes a prerrogativa de tirar ou colocar novamente as referidas propostas.

De acordo com o edital será aberta a sessão pública na qual ocorrerá por meio virtual,

sendo como um dos sistemas da União mais usados para contratação por pregão eletrônico, o

COMPRASNET, da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do

Planejamento. Procede-se na sequência que segue: abertura da sessão, exame de

conformidades das propostas, seleção dos lançadores, etapas de lances, condições para o

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lance, enceramento do momento de lances, negociações, discrepância do sistema, exame de

habilitação, recurso e saneamento, período limite para apresentar a documentação.

Ao final da sessão, teremos a fase recursal onde o pregoeiro não poderá adjudicar,

rechaçando primeiramente a licitação, caso haja recurso e seja dado provimento ao mesmo.

Não havendo motivação de recurso, o pregoeiro adjudicará o licitante vencedor, caso

contrário, a adjudicação será feita pela autoridade superior.

Tudo aquilo que o pregoeiro considerar importante será registrado em Ata, na qual

será elaborada pela administração, devendo estar disponível aos licitantes do concurso como

também para a sociedade. Desse modo, o processo se concluirá com a homologação, ou seja,

com a ratificação do processo pela autoridade superior e posterior convocação do licitante

vencedor para assinatura do contrato.

Destarte, não resta dúvidas de que a utilização de licitação tipo menor preço é própria

para a contratação na Gestão Pública, pois os bens e serviços previstos são comuns, sendo

recomendada a utilização da modalidade Pregão Eletrônico, pois tudo indica que tal

modalidade afigurar-se-á como a solução mais econômica, além de mais célere e ágil,

possibilitando assim a aquisição de preços mais baixos.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao chegar ao fim, conclui-se que é incontestável a eficiência e vantagens que o pregão

eletrônico oferece como forma de licitação diante das outras modalidades. É um modelo

inovador para a Administração Pública e para as empresas, visto que, para ser utilizado, as

organizações devem adaptar-se às mudanças tecnológicas para que possam participar dos

concursos virtuais e se manterem competitivas no mercado.

O processo de aquisição de bens e serviços da Administração Pública é regulado

respectivamente pela gama de leis, a saber, Lei nº. 8.666/93, Lei nº 10.520/02 e ainda pelo

Decreto 5.450/05. Vimos que a aplicabilidade da modalidade de pregão eletrônico contribuiu

sobremaneira para a administração pública nas suas contratações. Foi verificado que a

tecnologia da informação contribui por demais para as negociações com os particulares, uma

vez que, dispensa o uso exacerbado de papéis durante o procedimento licitatório, abrindo o

leque para todos os interessados, ainda que estejam em longínquos lugares, contribuindo

assim, para competitividade e melhores vantagens para o poder público.

O pregão pode ser de forma presencial ou eletrônica, sendo duas espécies do mesmo

gênero. Independente de sua forma de realização, o seu objeto será aquisição de bens e

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serviços comuns, ou seja, bens e serviços, aonde seus modelos de desenvolvimento e

qualidade venham a ser definidos por edital, com influência mercadológica.

Esta forma de licitação importa no emprego pleno do princípio da eficiência, com a

celeridade e menor rigor do processo licitatório, invertendo as etapas para assim, gerar mais

efetividade. Foi visto, que todos os participantes têm a possibilidade de verem suas propostas

serem analisadas sem os obstáculos de praxe.

Por proporcionar resultados satisfatórios tendentes a reduzir significativamente os

valores das ofertas, como assim de desencadear maior fluência nas contratações. O Pregão

Eletrônico é importante para atender o princípio da economicidade.

Vislumbra-se que a Administração Pública, em todas as suas esferas, após o

surgimento da modalidade de pregão eletrônico, passou a contratar ainda mais com as

empresas, pois se valorizou a competição isonômica e justa, ponderando que o padrão clássico

exibe maiores chances de eventos fraudulentos ou atos de corrupção, sendo exemplos disso o

favorecimento individualizado das empresas nas licitações públicas relevando o interesse dos

particulares em detrimento do interesse público.

O pregão está em perfeita consonância com o nosso hodierno momento legislativo,

que vem sedimentando uma ideia de seriedade e maior responsabilidade nos gastos com o

erário.

Importa frisar que a coletividade não admite nem tolera os atos de agentes públicos

corruptos, que desrespeitam o dinheiro público e o próprio contribuinte.

Atualmente, são inúmeras as investigações de fraudes nos processos licitatórios, com a

descoberta de favorecimentos e do privilégio dado aos interesses individuais, prejudicando a

supremacia do interesse público. Desse modo, discute-se acerca das demais modalidades

tradicionais de licitação, posto que devam adotar meios que guardem transparência no manejo

com o dinheiro público.

Importa frisar que, o Pregão Eletrônico é considerado a forma mais democrática de

licitação.

A aplicabilidade da modalidade de pregão eletrônico oxigena e dinamiza as compras,

preza por uma maior competitividade, transparência, eficiência e economia de tempo e gastos

públicos para aquisição de bens e serviços.

Resta ao final, que o pregão em seu formato eletrônico, tornou-se a melhor via para a

Administração Pública contratar com os particulares, uma vez que, salvaguarda os princípios

constitucionais que regem a atividade pública, em especial, na prestação eficaz dos serviços

públicos.

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A modalidade do pregão eletrônico constitui novidade no mundo das licitações, onde

cada vez mais substituirá as ultrapassadas formas licitatórias constantes da Lei n. 8.666/93

(Lei das Licitações Públicas).

ELECTRONIC TRADING SESSIONS: Evolution in the Contracts of Goods and

Services in Public Administration

ABSTRACT

This study aims to analyze a general purpose mechanism for acquisition of goods and services, through the bidding process. We will design history on the forms already used by the public for hire. Such a search will be performed based on bibliographic methodological procedures. In its analysis process will be employed where the deductive method is responsible for generalization, ie, to a general question, bids, particularly treated (trading). The work will be conducted with emphasis on the issue of procurement of goods and services by the government, through the electronic trading system. Keywords: Bidding. Electronic Trading. Public Administration.

REFERÊNCIAS

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