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Artigos - Alegoria de Merlin

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Artigos - ALEGORIA DE MERLIN

http://www.hermanubis.com.br/artigos/BR/aAARBR020asoperacoesteurgicasnotaspreliminares.htm[19/9/2011 15:25:59]

AS OPERAÇÕES TEURGICAS

Notas PreliminaresIntrodução ao estudo da Kabala mística e prática,

e a operatividade de suas Tradições e seus Símbolos, visando a Teurgia

Robert Ambelain

Robert Ambelain nasceu no dia 2 de setembro de 1907, na cidade de Paris. No mundo profano, foi historiador, membro da Academia Nacionalde História e da Associação dos Escritores de Língua Francesa.´ Foi iniciado nos Augustos Mistérios da Maçonaria em 26 de março (oDictionnaire des Franc-Maçons Français, de Michel Gaudart de Soulages e de Hubert Lamant, não diz o ano da iniciação, apenas o dia e omês), na Loja La Jérusalem des Vallés Égyptiennes, do Rito de Memphis-Misraïm. Em 24 de junho de 1941, Robert Ambelain foi elevado aoGrau de Companheiro e, em seguida, exaltado ao de Mestre. Logo depois, com outros maçons pertencentes à Resistência, funda a LojaAlexandria do Egito e o Capítulo respectivo. Para que pudesse manter a Maçonaria trabalhando durante a Ocupação, Robert Ambelain recebeutodos os graus do Rito Escocês Antigo e Aceito, até o 33º, todos os graus do Rito Escocês Retificado, incluindo o de Cavaleiro Benfeitor daCidade Santa e o de Professo, todos os graus do Rito de Memphis-Misraïm e todos os graus do Rito Sueco, incluindo o de Cavaleiro doTemplo. Robert Ambelain foi, também, Grão-Mestre ad vitam para a França e Grão-Mestre substituto mundial do Rito de Memphis-Misraïm,entre os anos de 1942 e 1944. Em 1962, foi alçado ao Grão-Mestrado mundial do Rito de Memphis-Misraïm. Em 1985, foi promovido a Grão-Mestre Mundial de Honra do Rito de Memphis-Misraïm. Foi agraciado, ainda, com os títulos de Grão-Mestre de Honra do Grande Oriente Mistodo Brasil, Grão-Mestre de Honra do antigo Grande Oriente do Chile, Presidente do Supremo Conselho dos Ritos Confederados para a França,Grão-Mestre da França - do Rito Escocês Primitivo e Companheiro ymagier do Tour de France - da Union Compagnonnique dês Devoirs Unis,onde recebeu o nome de Parisien-la-Liberté.

A Alma vai poder meditar graças a ciênciaa ciência da combinação das Letras santas

ABRAHAM ABULÁFIA

Notas Preliminares

Segundo a Tradição, o "Livro da Sabedoria", atribuído a Salomão é em realidade obra de judeus helenizados daépoca de Alexandria é um livro particularmente revelador. A Invocação de Salomão a SABEDORIA divina écheia de ensinamentos esotéricos.De acordo com Henry Kunrath, em seu "Amphiteatro da Eterna Sabedoria", o "Cântico dos Cânticos" encerrariaos mistérios da Via Unitiva; o "Livro dos Provérbios", atribuído a Salomão, conteria os mistérios da ViaPurificadora; o "Eclesiastes", que teria por autor Jesus-ben-Sirach, revelaria aqueles da Via Iluminativa.

Para a invocação interior da SABEDORIA divina [Hohmahel, espírito divino da Sephirah] estudar a prancha deKunrath "em seu Amphiteatro da Eterna Sabedoria", intitulada o "Laboratório". Onde se vê o alquimistaespeculativo, na busca do Ergon, ajoelhado diante do "Livro", o Pentagrama e um outro Pantáculo. A luz que dáuma lâmpada de sete braços está atrás dele, e ele ajoelhado com os braços em cruz, e sua sombra formaassim o sinal da Redenção ["In Cruce Salus"]... As palavras da sua prece são aquelas do Salmo XV da Vulgata.De acordo com certos comentaristas, o Anjo Hokmael é então enviado por Elohim. O perfume empregado é oIncenso puro.

O repertório das "chaves" rosacrucianas da Alquimia Espiritual é dado na obra de Sédir "Os Rosa Cruz", Pg. 196e seguinte, conforme os trabalhos de Frantz Hartmann.

Em sua obra sobre a Kabala, Papus nos diz o seguinte, citando Kircher:

"Os 32 Caminhos da Sabedoria" são os caminhos [cinneroth] luminosos pelos quais os Santos Homens de Deuspensam, por um longo uso. Uma longa experiência das coisas divinas e uma longa e profunda meditação sobreEles, chegar aos centros ocultos. Quando os Kabalistas querem interrogar Deus por uma Via qualquer dascoisas naturais, eles fazem assim:

1°) - Eles consultam, em uma preparação anterior, as 32 passagens do capítulo primeiro do Gênese [SepherBerschit], quer dizer os "Caminhos das Coisas Criadas" exercitando sobre eles seu estudo;2°) - Depois, por meio de certas Orações, tiradas do Nome hebraico de ELOHIM [e de seus derivados], elespedem a Deus de lhes dar a Luz necessária a Via buscada, eles se convencem, por Cerimônias Convenientes,que eles são Adeptos [adeptus: o que adquiriu] a Luz da SABEDORIA [Hokmah], se bem que eles semantenham, por sua fé inquebrantável, no Coração do Mundo para interroga-lo".

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Para que a Oração tenha desde então uma maior potência, eles se servem do NOME de Quarenta e DuasLetras, e, por Ele, pensam que obterão o que pedem. "[NOTA: O Nome de 72 Letra é indicado na ÁrvoreKabalística de Kircher, dando os 72 Nomes, é reproduzido após a página da capa da obra de Papus, A Cabala]".De fato se trata, de uma verdadeira litania.

Há 22 Nomes Divinos de três letras cada um, composto do iod e do hé, precedido de uma das 32 letras doalfabeto hebreu.Acrescentando as cinco letras terminais [kaph, mem, noun, phé e tsade], se tem assim uma série de 27Nomes Divinos, equivalendo as 28 Casas lunares.Por outro lado temos que notar que se o alfabeto hebraico compreende 22 Consoantes, ele também tem 5pontos vocálicos principais [não levando em conta suas diversas nuâncias : longos, meio-longos, e breves, quenão são mais que "finezas" variáveis com os diferentes ramos hebraicos, muito provavelmente].O Alfabeto Hebraico é na realidade - assim como todos os alfabetos orientais - puramente lunar, pois quesubmisso ao número 27:22 caracteres consonantais5 caracteres vocálicos [vogais]27 caracteres

Essas cinco vogais são: A, E, I, O, U [ou].Se as classificamos por ordem decrescente, indo da mais aguda a mais grave obteremos esta ordem : I, E, O,U, A [Iéo-oua].Então as cordas vocálicas exteriorizam naturalmente os sons vocálicos, os sons consonantais sãonecessáriamente articulados com o auxílio da língua, dos dentes e do palato.[Sobre o Nome de Quatro Letras, ver "História das Doutrinas Esotéricas, de J. Marquès-Rivière].

A Kabala ensina que o Homem representa exatamente nele a constituição do Universo inteiro. De onde seunome de Microcosmo.A Kabala ensina igualmente que a Matéria é uma adjunção, criada posteriormente a todos os Seres,consequência da Queda de Adão.O Homem se compõe de :Neschamah = A Centelha Divina [letra Schin]Ruach = O Mediador [letra Aleph]Nephesch = A forma, princípio inferior [letra Mem]

Como Neschamah o Homem foi emanado. Mas essa "Centelha Divina" era polarizada, havia um "Neschamah-macho" e um "Neschamah-fêmea". O Gênesis nos diz que "Deus fez o Homem a sua imagem, macho e fêmeao criou. Somos então conduzidos a ver em Adam Kadmon a presença de uma associação "Hokmah-Binah".Depois ele se submultiplicou, dividido em uma série de seres igualmente andróginos [provavelmente a Kabalanos dá aí a origem das Almas humanas andróginas, os Iszchim do "Reino" de Malkuth].Depois, após a Queda, essas Almas se materializaram e se desuniram, dando nascimento aos indivíduos,machos e fêmeas, da Humanidade carnal. Sua coletividade forma, o Ser Humano terrestre, "O HomemCósmico" animando o Mundo Material, em quem, por essa polarização, mora a contradição, a dualidade. AKabala conclui pois a Pré-existência e a Reencarnação.Observemos que a Forma de Adam Kadmon [Nephesh] não é a Matéria que os nosso sentidos captam.

O mais alto grau de existência suscetível de ser alcançado [há sete, que se chamam no Zohar, os "seteTabernáculos"], é o "Santo dos Santos" onde as almas vão se reunir com a Alma Suprema e se completarumas pelas outras. Lá, tudo reentra na Unidade e na Perfeição, tudo o preenche inteiramente. [Se trata doUniverso total e não somente o Universo material que os nossos sentidos controlam].Mas no fundo desse "pensamento", a luz que se oculta nele, não pode ser nem aprisionada nem conhecida; oque se consegue agarrar é o "pensamento" que daí emana. Por fim, nesse estado, a Criatura não pode mais sedistinguir do criador, pois o mesmo "pensamento" os ilumina; a mesma vontade os anima. A Alma [coletiva ?],tanto quanto Deus, comanda pois ao Universo [visível e invisível], e o que ela ordena, Deus [o Deus "noMundo", quer dizer manifestado], Deus o faz.

O nome de Três Letras Emesh [formado das três letras mães: Aleph, Mem e Schin], dá a Trindade dosKabalistas :Schin = Deus-Espírito = NeschamahAleph = Deus-Mediador = Ruach = Adam KadmonMem = Deus-Universo = Nephesch

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A Árvore Sephirótica é pois ao mesmo tempo :- A manifestação do próprio Deus, ou SCHEKINAH,- Adam-Kadmon, primeira emanação de Deus-Manifestado,- O conjunto das Almas andróginas ["Reino" dos Iszchim] [1].

Os três Pilares da Árvore eqüivalem as três manifestações desses diversos estados : macho, neutro, fêmea.

As "Cinqüenta Portas da Inteligência" nascem dos cinco Sephiroth médios, enquadrando Thiphereth e se unindoa este.Elas nascem pois de Netzah, de Hod, de Geburah, de Chesed [Gedulah] e de Tiphereth, para terminarem emNetzah.Cada uma delas vê se refletir em si a Árvore inteira. Há pois cinqüenta combinações, formadas de uma dascinco com cada uma das dez outras.Uma outra série sephirótica gera as "Cinqüenta Portas". São as sete primeiras, partindo de baixo da Árvore.Ela é formada da combinação dos sete Sephiroth em questão com eles mesmos. Essa segunda série parte deMalkuth, para terminar ainda em Binah, atravessando : Yesod - Netzah - Hod - Tiphereth - Geburah - Chesed.É assim que 7x7 Sephiroth = 49 "Portas", a 50° sendo Binah.Cada uma dessas sete corresponde a cada uma das sete artes liberais [ver Escada simbólica das "CavaleirosKadosch", da Franco-Maçonaria].

Os dois nomes de Ieovah e de Adonai exprimem, o primeiro a Misericórdia e o segundo a Potência. Elesformam a combinação Yahadonai [aleph - hé - daleth - vau - noun - iod]. É o nome de sete letras. Esse Nomede poder exprime o desejo do homem piedoso de estar em união com Deus, e ao mesmo tempo a UnidadeDivina. Ele é a afirmação da fé [Amon ou Omon]. Em todas as circunstâncias da Vida, o místico pronuncia esseconjunto de letras, operando assim a ligação dos dois Nomes Sagrados.

Um piedoso silêncio constitui também a suprema adoração de Deus. Entretanto é um erro acreditar que essepiedoso silêncio seja vazio de todo intelectualismo, a maneira dos pseudo místicos cristãos modernos.

"Aquele que ora deve se esforçar de ligar os Nomes por todos os laços de uma meditação harmoniosa para seuobjetivo. Todos seus desejos são então alcançados, principalmente aqueles da Assembléia mas também osindividuais. O pedido que se deve[1] - Os Iszchim, coro dos seres celestes, equivale as almas humanas glorificadas. É o segundo dos corosangélicos.

dirigir ao Senhor é comumente composto de nove maneiras. Ele é feito alfabeticamente ou pela evocação dosAtributos de Deus, que são : o Misericordioso, o Generoso, etc... [ver os Nomes divinos do Korão, em paralelo].Esses nomes são aqueles da década: Ehié, Yah, Yod - Hé - Vau - He, Elohim, Jeovah Sabaoth, Shadai, Adonai .Ou ainda pela evocação dos dez Sephiroth, começando por Malkuth, Yesod, Hod, Netzah, Tiphereth, Ghbourah,Hesed, Binah, Hokmah, e terminado por Kether. Ou ainda pela Evocação dos Justos, que são os Patriarcas, osProfetas e os Reis. Ou pelos Cânticos e as Louvanças, nas quais se encontra a verdadeira Tradição, ou"Kabala"."A Prece se faz melhor ainda se sabe-se dispor as "formas" de seu Senhor como convém, ou ainda se conhece-se a subida de baixo ao alto, ou se sabe-se fazer descer o influxo do alto a baixo. Qualquer que seja, em todasas "Nove Maneiras de proceder", uma grande atenção ["kavannah"] é necessária. Pois a propósito daquelesque não oram de maneira correta, é dito : "aqueles que me desprezam serão escarnecidos". [I Sam. II -30]".[o Sepher Tzeniutha].

Observemos que os Reis que se menciona aqui não são aqueles do Antigo Testamento, personagens históricase políticas !... Se trata do que o Sepher entende sob essa palavra e que vamos analisar.Essa expressão de Reis é em efeito simbólica. É dito no Sepher Tzeniutha que houve sete Reis que nãopuderam subsistir. Os "Treze Reis" representam o atributo das misericórdias, oposto ao atributo dos Rigores,designado sob o nome de Sete Reis de Edom. Os Treze Reis correspondem por uma parte ao Tetragrama [YodHé Vav Hé] e a suas doze transposições.Conforme o princípio que cada transposição [sirouph] dos 13 Havaioth contém grande maravilhas e encerrasegredos profundos, os Kabalistas estabeleceram certas deduções de versículos, ou antes de fragmentos deversículos, cujas palavras são compostas por letras, que primeiras ou últimas, reproduzem sempre oTetragrama sagrado.É assim que a combinação Yod Hé Vau Hé contém misteriosamente as palavras: "Ithallel Hamitallel Haçeketh

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v'iadeah" significando "que ele glorifique, Aquele que me glorificou porque Ele tem a Inteligência e Ele meconhece...". As 4 primeiras letras dessas palavras formam o Tetragrama.Os Kabalistas observam que na Benção sacerdotal, relatada nos versículos 24,25,26 do quarto capítulo de"Números", há treze yod. Eles simbolizam as "treze gotas de bálsamo", noção imaginada relativa às qualidadesda Misericórdia , exprimida pelos Treze Reis.

Assim a respeito desse Reis simbólicos é dito: "Quatro Reis vão ao encontro de quatro Reis", quer dizer que asquatro letras do sagrado Tetragrama, Yod Hé Vau Hé se entrelaçam com as quatro letras do nome sagrado deAdonai : Aleph Daleth Noun Yod.Essas Oito Letras formam o Nome sagrado Yahadonai. Dispostas sobre o octenário de maneira a formar umacruz latina e uma cruz de Santo André postas uma sobre a outra. Elas constituem então um Talismã ouPantáculo de Benção Universal:Por exemplo:

YodAleph DalethVau HéYod NounHé

Os Nomes Divinos se reencontram nessa disposição.

No Tetragrama, se encontram as duas grandes Duplas Divinas: Yod : o Pai e Hé: a Mãe, as quais corresponde:Vau: o Filho, saído dos dois, e Hé: a Filha, reflexo de sua Mãe. O Filho e a Filha são também o Rei e a Rainha,o Noivo e a Noiva [Tiphereth e Malkuth].

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