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Direito Trabalho, artigos enviados ao JurisWay. Autores distintos
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7/17/2019 Artigos (Por Rodrigo Gonçalves Alves – OAB/RJ 132.866) e A Falácia do Jus Postulandi e os Honorários de Advogado na Justiça do Trabalho sobretudo em …
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Honorários advocatícios e sucumbenciais na Justiça do Trabalho
Resumo:
Reflexão fundamentada sobre a questão controversa sobre os profissionais do direito que
atuam na Justiça do Trabalho e que merecem ver acolhido o pleito sobre os honoráriosadvocatícios e de sucumbência nos processos trabalhistas.
Texto enviado ao JurisWay em 21/12/2007.
Última edição/atualização em 24/01/2008.
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Considerações acerca dos honorários advocatícios e sucumbenciais no patrocínio de Empresas
na Justiça do Trabalho
(Por Rodrigo Gonçalves Alves – OAB/RJ 132.866)
Primeiramente, é necessário desmistificar o teor do art. 791 da Consolidação das Leis do
Trabalho, tomando o ponto de vista eminentemente empresarial.
A questão do Jus Postulandi foi incorporada à legislação obreira, tendo em vista a parte
hipossuficiente, tanto material quanto tecnicamente, ter possibilidade postulatória contra o
empregador, na maioria esmagadora das vezes, como se nota nos milhões de processos
trabalhistas que são intentados anualmente, no entanto, tal regramento, inserido na
Consolidação das Leis do Trabalho, que fora promulgada em 1º de maio de 1943, não teria
como prever a imensa complexidade que estaria inserida no processo do trabalho, hoje, já
estudado como ciência jurídica autônoma.
No entanto, com o advento da Emenda Constitucional n° 45/2004, que dentre outras
inovações, trouxe a ampliação da competência da Justiça do Trabalho, existe a necessidade de
desenvolvimento de raciocínios voltados aos pleitos das Reclamadas - Empresas, contra o
Empregado, questões bastante verossímeis, quando pontuamos, por exemplo, Ação de
Consignação em pagamento, muito utilizada quando da dispensa por justa causa, quando o
empregado se recusa a receber suas verbas rescisórias, Ações Monitórias, para cobranças
por títulos que comprovem a dívida sem força de título executivo como quantias que restaram
devidas à empresa quando da rescisão contratual, dentre outras.
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Vale ressaltar que o jus postulandi e a capacidade postulatória possuem noções diferentes. A
capacidade postulatória é atributo do sujeito, já o jus postulandi é o exercício de direito que
este atributo possibilita, como brilhantemente definido por João Alves de Almeida Neto.
Em conformidade com o entendimento da nobre jurista, Regina Brevidelli, trazemos algumas
colocações sobre o tema, de sua autoria:
“Analisando o hermético e erudito discurso jurídico, com o qual se articula atualmente o
direito, e a classe social que é normalmente a usuária da Justiça do Trabalho (também
conhecida como Justiça dos Pobres), percebe-se que o "jus postulandi" é uma falácia e uma
afronta a princípios constitucionais de contraditório, isonomia e paridade de armas entre as
partes.
Como um leigo poderá redigir uma petição inicial obedecendo aos requisitos do art. 282 do
CPC, como poderá contra-arrazoar um recurso, obedecendo aos prazos processuais
rigorosamente impostos pela lei e ainda enfrentar todo o ritual da instrução probatória sem
estar amparado por um profissional competente e atento a todas as armadilhas processuais?
Qualquer pessoa que atue na área jurídica sabe que um leigo sem advogado torna-se um
personagem sem voz no processo, visto que a construção da verdade processual exige muito
mais do que a posse da verdade real: exige habilidade para prová-la e construí-la aos olhos do
Juiz, usando como únicas armas um bem articulado discurso jurídico, uma retórica bemelaborada e a competente compreensão das leis”.
(BREVIDELLI, Scheilla Regina. A falácia do jus postulandi: garantia de acesso à injustiça. Jus
Navigandi,Teresina, a.6,n. 54,fev. 2002)
Foram apontados neste pequeno trecho, de inspiração causídica de nossa nobre colega, alguns
pontos cruciais: princípios constitucionais do contraditório, ampla defesa e do devido processolegal, que algumas vezes, quando se está do “outro” lado, a parte Empregadora, vem sofrendo
algumas perdas, tanto a própria parte em si que não tem o direito de discutir algumas
decisões, quanto o próprio advogado quando patrocina Empresas. Por exemplo, sequer tem
início a fase executória e uma das primeiras medidas é penhorar conta correntes de empresas,
de sócios, ainda que sejam minoritários, utilizando o mecanismo da desconsideração da
personalidade jurídica, causando prejuízos muitas vezes injustos à classe empresarial brasileira
e outras questões que necessitariam de um novo artigo para serem aprofundadas, mas que
deixam de obedecer a própria gradação legal, insculpida no art. 655 do CPC, onde resta a
previsão legal dos bens passíveis de penhora e que necessita ser esgotado para que outras
formas de execução pudesse ser deferidas.
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Entende-se que existe o principio de proteção ao trabalhador, mas é necessário a
compreensão, que quanto ao direito material do trabalho, tal principio é completamente
plausível, mas no tocante ao direito processual, que haveria de ser equânime e baseado na
melhor legislação processual, tal princípio acarreta imenso desequilíbrio à parte Empregadora,trazendo dificuldades no trato com a justiça obreira, portanto, o direito processual do
trabalho, não pode ser invadido pela “irradiação” do princípio da proteção ao trabalhador, que
deve ficar adstrito ao direito material do trabalho.
Importante destacar ainda, que se formos levar ao pé da letra o Jus Postulandi, observaremos,
tranquilamente, que com o advento da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988,
o art. 133 e posteriormente o art. 1° da Lei 8.906/94, o advogado é indispensável a
administração da justiça, levando-se em consideração, primeiramente o texto constitucional, eposteriormente a legislação federal especifica que instituiu o Estatuto da Advocacia, temos
que foi revogado o artigo 791 da CLT, por ser fruto do decreto lei 5.452 de 01 de maio de 1943.
Se considerarmos revogado o artigo 791 da CLT, então, toda a estruturação quanto a
honorários advocatícios e de sucumbência passam a ser plenamente exigíveis, ainda que em
sede da Justiça do Trabalho e notadamente, por força da ampliação do texto constitucional, de
advogados que patrocinam Empregadores contra Empregados nas mais variadas formas
processuais que se abriram com o advento da Emenda Constitucional 45 de 2004, que tornou
o caput do art. 114 garantidor de tal possibilidade.
Notemos ainda, que a própria ampliação da competência, traz aos juristas, estudiosos e
operadores do direito, um crescimento do horizonte quanto às possibilidades que agora são
inúmeras, tendo em vista, que o caput anterior do art. 114 da CRFB/88 dizia “conciliar” e agora
determina “processar”, sendo assim, temos como certo que assim como houve a ampliação do
alcance da Justiça Laboral, pois que anteriormente era necessário comprovar o vínculo
empregatício, por força dos pressupostos contidos no art. 3° da CLT, onerosidade,
pessoalidade, subordinação e ineventualidade, o termo “Relação de Trabalho” abrange todosos profissionais, independentemente de haver relação de emprego, como profissionais
autônomos, eventuais, informais, prestadores de serviço dentre outros.
Tal argumentação, em realidade, procura demonstrar que a parte Empregadora, tem todas as
possibilidades de ingressar na Justiça do Trabalho contra o Empregado e ademais, ter direito
ao pagamento dos honorários pelo mesmo, ocorrendo ser vitoriosa sua tese, como nos casos
de Ação de Cobrança, para restituição de valores devidos pelo empregado e em Ações
Monitórias, já aceitas pós-emenda 45/04.
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Toda essa linha de argumentação tem como objetivo, justificar e enquadrar, de acordo com a
legislação vigente em nosso país, a possibilidade dos honorários de sucumbência ser aplicados,
a favor do advogado do Empregador quando houver a vitória com transito em julgado em face
a Empregado ou mesmo trabalhador que lhe tenha prestado serviços mediantecontraprestação pecuniária.
Para tanto, faremos breve digressão histórica, quando relembraremos, que até o início do
século XX, os honorários advocatícios eram considerados um presente e não um direito para o
profissional da justiça.
No entanto, o advogado, profissional liberal com ampla formação técnica, passou a prestarseus serviços com a moderna “parassubordinação” para clientes interessados em resolver seus
litígios e pendências judiciais.
Passou então os honorários a serem um pagamento devido, tendo inclusive a Ordem dos
Advogados do Brasil, instituído tabelamento por cada ato e peça que fossem elaborados, com
o objetivo de melhorar cada vez mais a sua atuação como patrono de seus clientes e
ineludivelmente, ter a verba honorária caráter salarial e alimentar.
Se considerarmos tal instituto, estamos estabelecendo novos parâmetros para a aplicação da
interpretação dos honorários de sucumbência, ou seja, o que fez a EC/45 de 2004, além de
elastecer o conceito de relação de emprego para relação de trabalho, foi trazer também, para
os novos tipos de processo que serão possíveis na Nova Justiça do Trabalho, a hermenêutica
civilista, logicamente, tudo o que escapar ao enquadramento do processo do trabalho, como
no caso dos honorários, em ações de natureza de relação de trabalho e mesmo de emprego,
deve, logicamente, ser aplicada a condenação em honorários sucumbenciais.
Vislumbremos, hipótese, em que em virtude da relação de trabalho, quem seja o credor é o
Empregador e o Empregado sendo o devedor.
Os honorários, sendo despesas causadas pelo devedor por descumprir sua obrigação e por ter
a Empresa, no caso em tela, tido que contratar os serviços de profissional do direito, para que
no âmbito da Justiça do Trabalho haja a possibilidade de patrocínio, tendo em vista a natureza
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da relação, tal profissional pode exigir seu direito ao percebimento dos honorários de
sucumbência, por ser verba de natureza alimentar.
Considerando que a EC/45 de 2004, tem cerca de dois anos de aplicabilidade, notamos que o
próprio TST já editou súmula para tentar pacificar tal entendimento, ainda que de maneira
bastante conservadora, a resolução nº 126, de 16 de fevereiro de 2005 em seu artigo 5ºinforma: "Exceto nas lides decorrentes da relação de emprego, os honorários advocatícios são
devidos pela mera sucumbência.".
Mais uma vez, a força da expressão “relações de trabalho”, traz uma nova estruturação à
Justiça do Trabalho, acarretando no caso defendido neste despretensioso compilamento,
todas as normas atinentes aos honorários advocatícios e de sucumbência para o Empregador,
enquanto demandante em questões que envolvam relações de trabalho e onde passa a agir
muito mais ativamente, como propositor de ações com natureza civil decorrente de relação detrabalho.
Conclui-se, que em conformidade com a corrente progressista quanto ao advento da Emenda
Constitucional 45 de 2004, o termo “relações de trabalho” tem grande área de abrangência,
atraindo as relações de labor humano, com o pressuposto da “parassubordinação” e com a
total possibilidade de pleito quanto aos honorários de sucumbência, pelos advogados que
patrocinam Empregadores em face a Empregados, por não ser possível, afastar-se normas
constitucionais, ordinárias e especiais, que tratam de tema tão relevante e que necessita de
urgente aplicabilidade no âmbito da Justiça Especializada do Trabalho.
A Falácia do Jus Postulandi e os Honorários de Advogado na Justiça do Trabalho sobretudo em
tempos de Processo Judicial eletrônico
Resumo:
A lenda do jus postulandi na Justiça do Trabalho e o mantra da não aplicabilidade dos
honorários de advogado após o enunciado 219 do TST.
.
Faz-se necessário silenciar e pensar juridicamente para combater um mantra incorretamente
repetido há mais de duas décadas pois o mesmo não traduz uma verdade jurídica.
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Esse mantra é o que afirma que não cabem honorários advocatícios na Justiça do Trabalho e
começou na década de 80.
Assim previa o enunciado nº 219 do TST datado de 1985 (redação original):
“Nº 219. Honorários advocatícios. Hipótese de cabimento
Na Justiça do Trabalho, a condenação em honorários advocatícios, nunca superiores a 15%,
não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte estar assistida por
sindicato da categoria profissional e comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do
mínimo legal, ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem
prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. “
O TST, assim como os demais tribunais superiores e o próprio Supremo, muitas vezes
ultrapassam os limites constitucionais ao interpretarem as leis, atuando como legisladores, o
que ao nosso ver ocorreu quanto aos honorários de advogado.
Desafia-se quem encontre na Consolidação das Leis do Trabalho qualquer dispositivo que
afaste ou limite a atuação do advogado. Muito pelo contrário, já que regula a atuação desse
profissional nos artigos 778, 779, 820, 852-B, §2º, dentre outros.
Há ainda quem negue os Honorários com espeque na Lei 5.584/70 que regula a prestação da
assistência judiciária prevista na Lei 1.060/50, ocorre que não houve qualquer proibição ou
regulamentação da atuação dos advogados perante o Judiciário.
Somente tratou da obrigatoriedade dos sindicatos dos obreiros em prestar assistência a todos
os trabalhadores da categoria e não somente aos associados e então, por impor essaobrigação, foi destinado ao ente de classe os honorários de advogado.
Já o CPC de 73 tratou dos honorários de advogado de forma específica em seu artigo 20, ou
seja, como a CLT não possuía e não possui qualquer dispositivo contrário aos honorários de
advogado, deveria ser respeitado o CPC por sua especificidade face ao artigo 769 da CLT.
Em 1988 foi promulgado novo texto Excelso, reconhecendo o advogado como sendo essencialà Justiça.
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Diante da nova ordem constitucional, o TST manifestou-se novamente sobre o tema, aduzindo
que o enunciado nº 219 foi recepcionado pela CRFB/88 através do verbete nº 329 em 1993.
“Nº 329 Honorários advocatícios. Art. 133 da Constituição da República de 1988
Mesmo após a promulgação da Constituição da República de 1988, permanece válido o
entendimento consubstanciado no Enunciado nº 219 do Tribunal Superior do Trabalho.”
Serviu apenas para reforçar e engrossar o mantra já consolidado.
Ocorre que em 1994, entrou em vigor a Lei 8.906 (Estatuto da Advocacia) que em seu artigo 22
assegura os honorários aos advogados.
Logo, lei específica e posterior à súmula impõe a observância quanto aos honorários de
advogado face à sua essencialidade e deveria ser respeitado e aplicado à Justiça do Trabalho
por se tratar de Lei especial.
Mas o mantra continuou a ecoar apesar de que, ver obreiro postulando diretamente sem a
assistência de advogado seja particular ou de ente sindical é o mesmo que ver cabeça de
bacalhau. Ou seja, o jus postulandisó existe mesmo para os autores (reclamantes) que são
advogados e possuem conhecimento na área.
Isso porque, ao menos no TRT 1 não há aceitação de reclamação verbal, eis que no caso do
comparecimento de obreiro para o fim de efetuar sua reclamação, este será encaminhado a
advogado dativo, órgãos de assistência, sindicato e não raro, ao advogado conhecido do
servidor que o receber.
Quando o obreiro comparece à audiência sem seu advogado o que ocorre? Adia-se o feito, sob
pena de prosseguimento normal na próxima caso o patrono falte novamente.
E o que dizer do rito sumaríssimo? Muitos advogados alteram o valor da causa para forçar a
tramitação em rito ordinário somente para fugir da tecnicalidade exigida, logo, não terá o
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obreiro a mínima capacidade de fazê-lo, ainda mais em um país como o Brasil, com milhões de
analfabetos e analfabetos funcionais.
Não fosse todo o exposto suficiente a ensejar o cumprimento do Estatuto da Advocacia e oCPC, na década atual a Justiça do Trabalho adotou o Processo Judicial Eletrônico.
Felizmente muitos juízes já despertaram para essa questão, como pode-se observar no trecho
abaixo trazido referente a sentença nos autos nº 0010093-39.2014.5.01.0079 e que ainda não
foi publicada, mas já está disponível no sistema.
"Quanto a honorários de advogado,entende o juízo que a partir a implantação do ProcessoJudicial Eletrônico, resta mais do que impossível ao obreiro exercer seu ius postulandi
,observadas as exigências e características do próprio sistema. Portanto, procede o pedido,
onde fixo o percentual de 15% por sobre a condenação final líquida, procedendo o pedido de
letra I, nos termos."
Nesse tocante, além dos conhecimentos jurídicos, estaria o obreiro obrigado a possuir
certificado digital; realizar cursos de informática; e ter acesso à internet. Tudo isso para
exercer o jus postulandi.
Há que se convir...o jus postulandi é uma lenda.