Art_TCC_061_2011

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    AVALIAO DO CONTROLE DE ACIONAMENTO DO SISTEMA DECIRCULAO DE FLUIDO INTERMEDIRIO EM SISTEMAS CENTRAIS DECLIMATIZAO.

    Vinicius Navarro [email protected]

    Resumo. O trabalho aqui apresentado tem como principal objetivo identificar a configurao de controle de acionamento do

    sistema de circulao de gua gelada que apresenta o menor consumo energtico de sistemas de climatizao de edifcios. A

    avaliao realizada considerando um edifcio comercial localizado na cidade de So Paulo. O edifcio desenhado em um

    aplicativo de modelagem 3D, e o consumo energtico anual avaliado no aplicativo EnergyPlus variando-se 3 parmetros:

    intensidade de uso (ocupao e uso de equipamentos), nvel de iluminao e regime de vazo do sistema de circulao de gua

    gelada (fluido intermedirio). A modelagem realizada segundo as diretrizes apresentadas na norma ASHRAE 90.1. O sistema de

    referncia no mercado brasileiro de sistemas centrais de climatizao utiliza bomba de rotao constante no anel primrio sem

    acionamento no secundrio. Os resultados mostraram que o sistema com bomba varivel no primrio,sem secundrio, apresentamenor consumo energtico (-1,5% em relao referncia) e as outras opes (primrio constante com secundrio varivel e vice-

    versa) apresentaram consumos superiores (+0,5% e +2,0%, respectivamente) para todas as condies estudadas. O mesmo edifcio

    simulado no Rio de Janeiro e em Salvador apresentou alta no consumo de 23% e 34%, respectivamente, em comparao com So

    Paulo. Nessas cidades observou-se a mesma tendncia de consumo para os diferentes regimes de vazo de gua gelada, e a

    estratgia de menor consumo ainda mais econmica comparativamente, apresentando baixa de 1,9% em relao referncia.

    Palavras chave:Climatizao, simulao, controle, fluido intermedirio.

    1. Introduo

    O uso de recursos para obteno de energia, matrias-primas e gua fundamental para a sade, segurana, bem-estar e conforto das pessoas, porm a obteno desses recursos traz sempre desvantagens para o meio ambiente (comoemisses de poluentes, resduos lquidos e slidos, etc). Nesse contexto o tema dos edifcios sustentveis tem crescidoem importncia, apesar da alta complexidade envolvida. Com essa nova filosofia de edificaes, se deseja um prdiocapaz de aproveitar melhor os recursos da natureza durante seu funcionamento sem abrir mo do conforto dos usurios.

    Dessa forma, com o auxlio de um aplicativo de simulao energtica de edificaes, o estudo aqui desenvolvidoavalia o consumo energtico anual de um edifcio para diferentes controles de acionamento do sistema de gua gelada.A modelagem do prdio realizada levando em conta caractersticas como arquitetura (formas, dimenses), orientao

    das faces, rea envidraada, propriedades trmicas dos materiais utilizados na construo (inclusive vidros), perfis deuso (taxa de ocupao, luzes e equipamentos para cada hora do dia) e o sistema de climatizao do edifcio. Uma vezmodelado, o prdio simulado tendo em vista a obteno de resultados de base em termos de consumo de energiaeltrica. Em seguida a simulao repetida, porm com alteraes em dois fatores: (1) regime de circulao de guagelada no sistema de climatizao e (2) intensidade de uso do edifcio (i.e. quantidade de pessoas, nveis de iluminaoe utilizao de equipamentos).

    As diferentes combinaes mostram a influncia de cada um dos fatores no consumo energtico da edificao. Adeterminao da melhor estratgia de circulao de gua gelada o principal objetivo deste trabalho. A anlise decustos de implantao e retorno econmico constituem objetivos secundrios. O programa de simulao energticautilizado o EnergyPlus.Trata-se de uma ferramenta gratuita, cuja estrutura modular permite a rpida implementao esimulao de modelos complexos. A insero dos dados geomtricos do edifcio (modelagem das zonas trmicas) noEnergyPlus pode ser feito atravs do programa Google SketchUp 8, e de seu aplicativo Open Studio.

    Vale ressaltar que, no mercado brasileiro de sistemas de climatizao, a configurao de referncia de circulao de

    gua gelada apresenta acionamento constante no circuito primrio, sem acionamento no secundrio. Os resultados dessaconfigurao so considerados como base de comparao neste trabalho. Alm disso, as demais condies de baseconsideradas so: taxa de calor liberado de 12 W/m2 para iluminao, 16,2 W/m2para equipamentos, e uma taxa deocupao de 9,3 m2/pessoa.

    2. Norma 90.1 da ASHRAE

    A norma 90.1 da ASHRAE (2007), utilizada como base para a concepo do edifcio, foi criada com o propsito defornecer os requisitos mnimos de projeto de edifcios energeticamente eficientes. Mais especificamente, nela sodefinidas condies mnimas a serem atendidas na construo de novos edifcios, novas partes de edifcios existentes ouna instao de novos sistemas e equipamentos. Alm disso so estabelecidos critrios para a determinao daconformidade com esses requisitos.

    Nela so estabelecidos critrios para construo da envoltria do edifcio, sistemas de climatizao, aquecimento de

    gua, sistemas eltricos, iluminao e equipamentos em geral. No que diz respeito envoltria, so definidos limites deisolamento ( infiltrao de ar externo) e transmitncia trmica de paredes, tetos, pisos e janelas, alm da reaenvidraada mxima permitida (40% da superfcie total da parede). Todos os limites so estabelecidos de acordo com a

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    zona climtica onde o edifcio se localiza (zona climtica 2 no caso de So Paulo e zona climtica 1 para Rio de Janeiroe Salvador).

    3. Caracterizao do edifcio

    O estudo se desenvolve para um prdio de escritrios localizado na cidade de So Paulo. Trata-se de um edifcio de20 (vinte) pavimentos, com estrutura metlica, cuja planta de cada andar consiste num retngulo de 30 por 40 metros eum vo interno quadrado de 7 metros de lado (para escadas e elevadores) no climatizado; o p direito de 3 metros eexiste um plenum de 0,6 metro de altura. A Fig. (1) mostra a representao do modelo tridimensional de um andartpico do prdio modelado no Google SketchUp 8.

    Figura 1. Modelo tridimensional de um andar tpico do edifcio em estudo.

    3.1. Materiais e elementos construtivos

    A estrutura do edifcio predominantemente metlica, mas h tambm outros materiais correspondentes s camadasdas paredes, tetos e pisos que devem ser inseridos no programa para simulao. Os materiais considerados so usuais nomercado de construo civil. As paredes so formadas por quatro camadas: gesso, l de rocha, bloco de concreto eargamassa. No caso de pisos e tetos as camadas so trs: contrapiso, isopor e concreto.

    A espessura das camadas foi definida tendo em conta as propriedades e inrcia trmica dos materiais utilizados, deforma a obedecer os limites definidos pela norma para isolamento (contra infiltrao de ar) e coeficiente detransferncia de calor de paredes, pisos e tetos. Os fatores considerados so para edifcios de estrutura metlica retiradosda norma ASHRAE 90.1 (ASHRAE, 2007), inicialmente para condies climticas da cidade de So Paulo, que para anorma utilizada se insere na zona climtica 2. A Tab. (1) mostra os requisitos construtivos da norma para um prdiolocalizado na zona climtica 2.

    Tabela 1. Requisitos para a zona climtica 2.Propriedade Unidade Paredes Tetos Pisos JanelasCoeficiente de troca de calor W/(m2K) 0,642 0,369 0,295 3,975

    Isolamento mnimo m2K/W 3,522 3,346 6,692 -Coeficiente de ganho de calor solar [-] - - - 0,25

    A Tab. (2) mostra as propriedades dos elementos construtivos, de maneira a atender aos requisitos da Tab. (1).

    Tabela 2. Propriedades dos elementos construtivos zona climtica 2.

    Propriedade UnidadeParedes Piso Teto

    argamassabloco deconcreto

    l derocha

    gesso concreto isoporcontrapiso

    concreto isoporcontrapiso

    condutividade

    trmica W/(mK) 0,65 0,91 0,03 0,35 1,75 0,04 1,28 1,75 0,04 1,28densidade kg/m3 1600 1700 190 1200 2400 30 2000 2400 30 2000

    calorespecfico J/(kgK)

    754 1005 754 910 1005 1000 1005 1005 1000 1005

    espessura m 0,020 0,190 0,038 0,015 0,105 0,132 0,025 0,100 0,100 0,025

    3.2.Janelas

    Conforme estabelecido pela norma ASHRAE 90.1 (ASHRAE, 2007), a rea envidraada das paredes no pode sersuperior a 40% da rea total, de forma a garantir o compromisso entre iluminao natural e demanda energtica paraclimatizao. A partir das caractersticas do edifcio, as reas das paredes de cada andar so 120 m2e 90 m2(sendo 2pares de paredes iguais). Dessa forma, as janelas do modelo possuem reas de 48 m2 e 36 m2. As mesmas socentralmente posicionadas nas paredes e foram concebidas de forma retangular de dimenses (32 x 1,5) m 2e (24 x 1,5)m2.

    As janelas constituem um fator fundamental no comportamento trmico do edifcio, tanto pela possibilidade deperdas ou ganhos de calor por meio de frestas (infiltrao) quanto pelo ganho interno devido radiao solar. De forma

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    semelhante aos materiais de composio das paredes, tetos e pisos, as janelas tambm devem seguir os requisitos detransmitncia trmica e ganho solar da ASHRAE 90.1, conforme a Tab. (1).

    3.3. Perfis de utilizao do edifcio e nveis de atividade

    Fatores imprescindveis para a simulao do edifcio so os perfis de ocupao, e de utilizao de luzes eequipamentos (i.e. as variaes dessas quantidades ao longo do dia). O trabalho considera que o perfil de equipamentos igual quele de ocupao. Os perfis inseridos seguem as orientaes da ASHRAE 90.1. A Fig. (2) mostra comoexemplo o perfil de ocupao utilizado nas simulaes.

    Figura 2. Perfil de ocupao utilizado nas simulaes.

    No que se refere aos nveis de atividade, tambm foram seguidos os requisitos da ASHRAE 90.1 para iluminao(12 W/m2) e da norma NBR 16401-1/2008 para pessoas (115 W/pessoa, 9,3 m 2/pessoa) e equipamentos (16,2 W/m2).

    4. Sistema de refrigerao

    O sistema de refrigerao do edifcio possui trs circuitos trmicos, sendo um resfriador (chiller), um sistema derejeio de calor, e outro para climatizao do ar propriamente dito. A Fig. (3) mostra um esquema do sistema. As setasrepresentam os sentidos de circulao dos fluidos.

    Figura 3. Sistema de refrigerao.

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    4.1. Funcionamento do sistema

    A gua gelada, que uma mistura de gua e um sal denominada fluido intermedirio, escoando pelos anis primrioe secundrio resfriada ao perder calor para o evaporador do refrigerador (chiller). O fluido intermedirio ento bombeado para os andares do edifcio, onde trocar calor com o ar a ser enviado para os ambientes internos. Ao ganharcalor do ar, o fluido retorna aquecido ao chiller, onde torna a perder calor no evaporador, repetindo o ciclo.

    O fluido refrigerante no circuito do chillerinicialmente ganha calor do sistema de gua gelada no evaporador. Entoo fluido refrigerante (na fase vapor) comprimido e, em seguida, rejeita calor no condensador, retornando faselquida, expandindo-se para novamente ganhar calor no evaporador, repetindo o ciclo.

    O sistema de gua de condensao (Fig. 3) tem como funo rejeitar o calor do condensador do chillerpara o meioexterno. Para isso, ao receber o calor no condensador, a gua de condensao bombeada para uma torre deresfriamento, rejeitando calor para o meio externo, e retornando mais fria at o condensador.

    Para os ambientes climatizados do edifcio, so fornecidas vazes de ar por meio de caixas VAV (volume de arvarivel), que so na realidade equipamentos reguladores dessas vazes. O ar fornecido aos ambientes distribudo porum sistema de dutos ligado a um ventilador, cuja rotao pode ser variada de acordo com a demanda por climatizao.A Fig. (4) mostra o esquema do sistema de distribuio de ar de um andar tpico do edifcio.

    O resfriamento do ar ocorre por meio de um equipamento denominado fan-coil, que consiste basicamente em umventilador acoplado a um trocador de calor. Ali o ar flui por entre os tubos da serpentina, dentro dos quais escoa a guagelada.

    Figura 4. Sistema e caixas VAV.

    4.2. Detalhes do sistema de bombeamento de gua gelada e possveis configuraes

    No sistema de bombeamento de gua gelada, pode-se ter diversas configuraes no que diz respeito ao controle de

    vazo nos anis primrios e secundrios (vide Fig. 3). Na Fig. (3) so apresentados os principais elementos dessesistema, que so as bombas nos circuitos primrio e secundrio (identificados como 1 e 2 na Fig. 3). Nas diversasconfiguraes possveis do sistema, essas bombas podem estar presentes (ou no) em ambos os circuitos, e podemapresentar rotao constante ou varivel, de acordo com a presena de dispositivos denominados variadores defrequncia.

    Na Fig. (3) so mostradas tambm as vlvulas de controle do sistema, sendo uma de isolamento (para impedirrefluxo), uma de bypass (para controlar a vazo no anel primrio) e outras nos andares (para possibilitar o controle davazo de acordo com a demanda por climatizao em cada andar).

    Alguns autores como Kisner (1996) e Taylor (2002) mostram que sistemas de climatizao com bombas variveissomente no anel primrio (e portanto sem sistema de bombeamento no secundrio) apresentam consumo energticomenor que o sistema convencional utilizado nos Estados Unidos, com acionamento em ambos os anis (primrioconstante e secundrio varivel).

    Este trabalho avalia, para o edifcio em questo, as quatro configuraes para o sistema de acionamento do circuito

    de gua gelada: (1) acionamento varivel no anel primrio, e constante no secundrio; (2) acionamento constante noprimrio, sem secundrio (esta configurao corresponde referncia mais utilizada no mercado brasileiro) ), (3)acionamento constante no anel primrio, varivel no anel secundrio e (4) acionamento varivel no primrio, semsecundrio. O intuito comparar o impacto de cada configurao no consumo de energia eltrica em um edifciocomercial tpico climatizado.

    5. Modelagem do problema

    O EnergyPlus um aplicativo livre desenvolvido para auxiliar no dimensionamento de sistemas de climatizao eanalisar o desempenho energtico de edifcios. A partir da insero de dados caractersticos da edificao, o programacalcula a carga trmica solicitada para manter os limites estabelecidos de temperatura, o consumo de energia pelossistemas de condicionamento de ar e por outros fatores como iluminao e equipamentos eltricos.

    A insero dos dados de geometria do edifcio realizada a partir da criao de um modelo 3D no programa GoogleSketchUp 8. Alm da geometria, o clima e a localizao so fundamentais dentro das solicitaes de normas paraedificaes como a ASHRAE 90.1 (ASHRAE, 2007), influenciando na escolha de materiais e tcnicas de construo.Conforme mencionado anteriormente, o edifcio inicialmente considerado na cidade de So Paulo (SP).

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    Demais fatores comentados tambm so implementados no aplicativo, tais como os perfis e intensidade de uso,propriedades de materiais e todas as caractersticas construtivas do sistema de climatizao dentre as quais est o regimede vazo de gua gelada nos anis primrio e secundrio, fundamental para as anlises a serem realizadas. Finalmente,para as simulaes tambm so utilizados arquivos com dados climticos da cidade em estudo.

    6. Simulaes

    O intuito principal deste trabalho a comparao de diferentes configuraes do sistema de circulao de guagelada em sistemas de climatizao para um edifcio comercial tpico. Para esta comparao sero realizadassimulaes para as quatro configuraes descritas anteriormente. Alm disso, para avaliar o impacto dessasconfiguraes para diferentes nveis de ocupao de uma edificao comercial, so realizadas simulaes nas quaistambm modificado o perfil de ocupao da edificao. Nesses casos, sero utilizados nveis deocupao/equipamentos e de iluminao descritos na norma NBR 16401 (ABNT, 2008) e que so apresentados na Fig.(5). Deve-se ressaltar que para cada configurao do sistema de circulao de gua gelada, sero realizadas todas asvariaes dos perfis de ocupao apresentados na Fig. (5).

    Figura 5. Simulaes.

    Para proceder com as comparaes, a configurao a ser adotada como referncia ser: acionamento do anelprimrio constante, sem secundrio, intensidade mdia/alta para ocupao/equipamentos e iluminao 12 W/m2. Emcada simulao obtm-se resultados de consumo de energia eltrica para cada ms do ano, bem como a contribuio decada fonte de consumo no consumo de energia total (equipamentos, luzes, ventiladores, bombas e resfriadores). Em

    seguida so implementadas alteraes no modelo, de maneira a verificar como diferenas na intensidade de utilizaodo prdio e vazes de fluidos intermedirios no sistema de circulao de gua gelada influenciam no consumo deenergia da edificao.

    Deve-se ressaltar que o tipo de ocupao (leve, mdia, mdia/alta e alta) define simultaneamente o calor liberadopor equipamentos e a taxa de ocupao dos ambientes. Em outras palavras, essas caractersticas esto atreladas, e nopodem ser alteradas independentemente, conforme mostrado na Fig. (5).

    Com base nos resultados obtidos como o consumo anual de energia pelo sistema de climatizao e os gastosfinanceiros totais com fornecimento de eletricidade, conveniente identificar as fontes de consumo mais relevantes, eprincipalmente verificar se ocorrem variaes significativas dessas parcelas para as variaes propostas anteriormente.

    Por fim, so realizadas mais algumas simulaes para o mesmo edifcio com a configurao denominada dereferncia localizado em outras cidades brasileiras, conforme j dito. O intuito dessas simulaes verificar como ascaractersticas climticas locais influeciam no consumo de energia eltrica do edifcio.

    6.1.

    Resultados da simulao para o edifcio de referncia

    O Energy Plus realiza clculos de acordo com as solicitaes do programador e das caractersticas do edifciomodelado. As sadas de interesse no caso em estudo so: consumo de eletricidade por fonte de uso e gastos financeirosanuais do edifcio. Sendo assim a Tab. (3) resume os principais resultados obtidos para a simulao da edificaodenominada aqui como referncia.

    Tabela 3. Resultados anuais do sistema de climatizao de referncia (primrio constante, sem secundrio) nascondies de base.

    Ventiladores(MWh)

    Bombas(MWh)

    Chiller(MWh)

    Calorrejeitado(MWh)

    Climatizaototal (MWh)

    Gasto financeiroanual total doedifcio (R$)

    127,11 134,62 1046,73 24,32 1332,78 809.664,02

    A Fig. (6) apresenta graficamente os resultados obtidos ao longo de um ano, e possibilitam visualizar as principaisfontes de consumo.

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    (a)

    (b)Figura 6. Matriz de consumo desagregado de energia (a); distribuio do consumo de energia mensal (b) para a cidadede So Paulo.

    Os resultados obtidos pela simulao da edificao de referncia mostram que o sistema de climatizao (a saber,resfriador, bombas, ventiladores e calor rejeitado na torre de resfriamento) responsvel por 42% de todo o consumoenergtico anual do edifcio. Equipamentos e iluminao interna consomem o restante, embora individualmente sejammenos expressivos. Alm disso, na Fig. (6) possvel observar que (como esperado) o consumo energtico do sistemade refrigerao maior de novembro a maro, mostrando coerncia dos resultados pois trata-se do perodo mais quentedo ano. Pode-se acrescentar que o consumo de energia de equipamentos e iluminao variam pouco de ms a ms.

    6.2.

    Resultados para as demais configuraes

    Os resultados das demais configuraes propostas neste estudo mostram que para intensidades de iluminao,ocupao e utilizao de equipamentos menores, o edifcio tem nveis de consumo de energia menores. Por outro lado,para configuraes onde os ndices de utilizao so mais elevados, maiores consumos de energia eltrica soverificados (vide Fig. 7). No que se refere aos resultados obtidos quando da mudana de estratgias para controle deacionamento do sistema de circulao de gua gelada, pode-se observar na Fig. (7) que os sistemas de climatizao comacionamento somente no anel primrio e com bombas com rotao varivel apresentam menor consumo de energia. Osresultados obtidos neste trabalho concordam com outros trabalhos pesquisados, como Taylor (2002).

    Figura 7. Consumo de energia eltrica anual total para as condies de uso mxima, mnima e de referncia. Intensidade

    mxima corresponde s condies mximas de ocupao, equipamentos e iluminao; intensidade mnima correspondes condies mnimas, conforme descrito na Fig. (5).

    Da Fig. (7) observa-se que o consumo de energia eltrica, para uma dada intensidade de uso, sempre mnimo parao sistema com bomba de rotao varivel no circuito primrio, e sem acionamento no secundrio. Outro fato a serressaltado que as diferenas percentuais de consumo de energia eltrica entre as estratgias em relao ao caso dereferncia aproximadamente igual para todas as intensidades de uso.

    Em comparao com a referncia, a estratgia com anel primrio com rotao varivel e sem bombeamento no anelsecundrio (descrita na Fig. (7) como primrio varivel, sem secundrio) apresenta reduo de 1,5%, e as outras duasestratgias apresentam aumentos de aproximadamente 0,5% e 2,0%.

    Foram realizadas anlises referentes aos gastos financeiros anuais com energia eltrica, onde se verificarampequenas alteraes entre a aplicao das tarifas horo-sazonais verde e azul, sendo que a tarifa verde mostrou-seligeiramente vantajosa em todas as simulaes.

    Para avaliar as razes pelas quais o consumo de energia teve o comportamento aqui apresentado, lanou-se mo dacomparao da contribuio de cada fonte de consumo sobre o total, e a comparao entre cada estratgia, sendo que osresultados so apresentados na Fig. (8).

    So Paulo

    Resfriador

    34%

    Iluminao27%

    Calor

    rejeitado

    1%

    Equipamentos

    31%

    Bombas

    3%

    Ventiladores

    4%

    0255075

    100Consumo energtico (MWh)

    Iluminao Equipamentos VentiladoresBombas Resfriador Calor rejeitado

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    base intensidade mnima intensidade mxima

    Consumoanual

    (MWh)

    primrio varivel; sem secundrio primrio constante; sem secundrio

    primrio constante; secundrio varivel primrio varivel; secundrio constante

    +0,5% +2%

    +0,4%+2,1%

    +0,5%+1,9%

    -1,5%

    -1,7%

    -1,4%

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    Figura 8. Participao percentual de cada fonte consumidora de energia para cada estratgiano consumo de energia dosistema de climatizao.

    As porcentagens na Fig. (8) referem-se variao de cada parcela em relao condio de referncia (anel

    primrio com rotao constante; sem bombeamento no anel secundrio). Como esperado, o aumento de consumo nasconfiguraes menos vantajosas se d em funo do aumento expressivo do consumo por bombas no anel secundrio.

    6.3.Resultados das simulaes para outras cidades

    Todos os resultados apresentados at aqui foram gerados a partir de simulaes do edifcio na cidade de So Paulo.A fim de entender o comportamento do mesmo prdio em outras condies climticas e geogrficas, simulaes foramfeitas com a edificao nas condies de referncia para as cidades de Rio de Janeiro e Salvador (ambas localizadas nazona climtica 1 de acordo com a classificao da norma 90.1 (ASHRAE,2007)).

    Para atender as orientaes da norma 90.1 (ASHRAE,2007), foram alterados apenas os dados geogrficos dascidades (latitude, longitude, altitude), a espessura da camada de isopor dos pisos e as propriedades do vidro (visto queas solicitaes de transmitncia trmica agora seguem os valores da zona climtica 1), bem como os arquivos climticosutilizados na simulao.

    A Fig. (9) permite comparar o consumo de energia eltrica entre as trs cidades analisadas.

    Figura 9. Consumo de energia eltrica anual total nas cidades analisadas.

    Observa-se que Rio de Janeiro e Salvador apresentam consumos anuais mais elevados (respectivamente 23% e 35%maiores em relao a So Paulo), devido ao clima mais quente, o que implica em maior demanda energtica por partedo sistema de climatizao.

    A Fig. (10) permite avaliar que o sistema de climatizao mais requisitado nas cidades mais quentes, o queexplica o consumo de energia mais elevado observado. Enquanto que em So Paulo o sistema de climatizaocorresponde a 42% do total, no Rio de Janeiro essa parcela cresce para 53%, e em Salvador, 57%.

    A Fig. (11) mostra os valores de consumo de energia eltrica de cada componente do sistema de climatizao,evidenciando a contribuio de cada parcela no total consumido, podendo inferir o crescimento das contribuies doscomponentes do sistema de climatizao. Na Fig. (11), os valores percentuais correspondem s variaes de consumode energia em relao aos dados obtidos para a cidade de So Paulo.

    Na Fig. (12) so apresentados os resultados obtidos devido a mudana de configurao do sistema de circulao degua gelada para as trs cidades analisadas. Verifica-se inicialmente que a configurao com anel primrio com rotao

    varivel sem secundrio a soluo com menor consumo de energia eltrica para as trs cidades. Alm disso, observa-se que as demais configuraes promovem nveis de consumo de energia eltrica maiores para as cidades do Rio deJaneiro e Salvador, em relao aos nveis atingidos na cidade de So Paulo.

    127106,66 127105,32 127175,82 127176,1493866,78 134616,29 146553,37 187133,47

    1040726,47 1046730,95 1048414,22 1055797,71

    24108,84 24324,71 24374,82 24604,09

    0%

    10%

    20%

    30%40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100%

    primrio varivel; sem

    secundrio

    primrio constante; sem

    secundrio

    primrio constante;

    secundrio varivel

    primrio varivel;

    secundrio constante

    Calor rejeitado Resfriamento Bombas Ventiladores

    +39,0%

    +0,1%

    +0,9%

    +1,1%+0,2%

    +0,2%

    +8,9%

    +0,1%-30,3%+0,0%

    -0,6%

    -0,9%

    +23%+35%

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000Consumo anual total (MWh)

    So Paulo Rio de Janeiro Salvador

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    Figura 10. Demanda anual de eletricidade (por fonte consumidora) Rio de Janeiro e Salvador.

    Figura 11. Contribuio de cada parcela no consumo total do edifcio para as trs cidades (valores em kWh).

    Figura 12. Comparativo de consumo de energia eltrica para diferentes configuraes do sistema de circulao de guagelada, para as cidades de So Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.

    6.4.

    Anlise econmica das alternativas

    Alm da reduo de consumo observada para algumas estratgias em comparao a outras, e consequente reduonas despesas anuais com energia eltrica, analisado o impacto causado no oramento com a instalao dos sistemas.Dessa maneira, realizada uma anlise econmica do projeto, visando observar se a alternativa aparentemente maisvantajosa em termos de consumo apresenta custos de instalao aplicveis. Essa anlise limita-se apenas s condiesde referncia, e cidade de So Paulo.

    Toda a anlise parte das caractersticas das bombas dos circuitos de refrigerao. Os resultados da simulaomostram que a potncia de pico consumida pelas bombas de 12 kW, ou cerca de 15 CV, e a vazo mxima calculada de 44 kg/s. Para essas condies, foram esconhidas bombas e variadores de frequncia com 20 CV, e bombas commotores eltricos com 4 plos.

    Para efeito de anlise sero comparados os custos e a anlise econmica ser realizada usando como base aedificao de referncia com sistema de bombeamento no anel primrio com vazo constante sem bombeamento no

    anel secundrio. A comparao ser feita ento com a edificao que apresentou o menor consumo, ou seja, comsistema de bombeamento primrio com rotao varivel sem bombeamento no anel secundrio.

    Rio de Janeiro

    Resfriador

    44%

    Equipamentos

    25%

    Ventiladores

    4%

    Bombas4%

    Calor

    rejeitado

    1%

    Iluminao

    22%

    Salvador

    Resfriador

    48%

    Calor

    rejeitado

    2%

    Bombas

    4%

    Ventiladores

    3%

    Iluminao

    20%

    Equipamentos

    23%

    127163,69 135130,36 142049,75

    93897,84 137379,46 154665,3

    1041244,31 1662610,74 1964812,17

    24122,33 54479,4 76011,21

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    So Paulo Rio de Janeiro Salvador

    Ventiladores Bombas Resfriamento Calor rejeitado

    +6,27%

    +46,32%

    +59,69%

    +125,89%

    +11,72%+64,73%

    +88,73%

    +215,19%

    00

    1.000

    2.000

    3.000

    4.000

    5.000

    So Paulo Rio de Janeiro SalvadorConsumoanualtotal(MWh)

    primrio varivel; sem secundrio primrio constante; sem secundrio

    primrio constante; secundrio varivel primrio varivel; secundrio constante

    +0,5%+2,0%

    +0,6% +2,5% +0,7%+2,5%

    -1,5%

    -1,9%-1,8%

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    Alm disso, definiu-se que a vida til dos equipamentos seria de 10 anos e os valores de gastos de consumo deenergia relacionados operao do edifcio foram calculados com base no valor presente com uma taxa de juros de 8%a.a.

    Para a avaliao de viabilidade econmica da configurao de rotao varivel, calculou-se a economia gerada aolongo de 10 anos de operao e comparou-se com o custo de operao total da edificao, sendo que os resultadosobtidos so apresentados na Tab. (4). Cabe ressaltar que nesta anlise no foram includos efeitos de inflao e impostose foi utilizada a estrutura tarifria horo-sazonal verde. Analisando a Tab. (4), pode-se inferir que o investimento nosvariadores de fequncia amortizado em menos de 1 ano, podendo ser considerada uma alterantiva economicamentevivel.

    Tabela 4. Resultados da anlise econmica.

    Bombas InversoresCusto de

    equipamentosEnergia

    Consumo anual Economia em 1 ano

    Primrio constante,sem secundrio

    1 1 R$ 7.132,00 R$ 809.664,02 R$ - -

    Primrio varivel,sem secundrio

    1 1 R$ 7.132,00 R$ 794.965,94 R$ 14.698,08 1,8%

    7. Concluses

    Este trabalho estudou diferentes tipologias de sistemas de acionamento de circulao de gua gelada, comparando-as a fim de identificar a que apresenta menor consumo de energia eltrica. A anlise foi feita para um edifcio deescritrios, localizado na cidade de So Paulo, sob diferentes intensidades de uso (intensidade de luzes, equipamentos epessoas), para identificar a influncia desses fatores no consumo de energia eltrica.

    Em comparao com os resultados de referncia, intensidades mais elevadas de ocupao apresentaram consumosat 30% maiores, o que tambm refletiu no levantamento de despesas com energia (com aumentos da mesma ordem).Naturalmente, cargas mais leves trazem menores consumos e gastos (redues de at 44% foram verificadas).

    Em paralelo, as variaes no controle de acionamento dos sistemas de circulao de gua gelada nos anis primrioe secundrio do sistema de climatizao foram variados para 3 condies diferentes. Algumas publicaes (Taylor,2002 e Kisner, 1996) atestam que a condio de anel primrio com rotao varivel, somente, a mais vantajosaatualmente no mercado. De fato, isso foi verificado, e essa estratgia apresentou reduo da ordem de 1,5% em relaoao sistema de referncia. As outras alternativas com acionamentos primrio constante e secundrio varivel, e vice-versa, apresentaram consumos superiores referncia em 0,5% e 2,0%, respectivamente.

    Alm disso, foi mostrado que a localizao do edifcio tem papel fundamental em seu consumo anual. Esse fato foiavaliado com simulaes do mesmo modelo em Salvador e no Rio de Janeiro. Essas cidades pertencem zona climtica1, e portanto apresentam outros requisitos construtivos. Com o clima mais quente, o consumo do sistema declimatizao muito superior nessas cidades. Sendo assim, o edifcio no Rio de Janeiro apresentou um consumo 23%superior ao de So Paulo, e Salvador, 35%.

    Verificou-se que a configurao com anel primrio com rotao varivel sem secundrio a soluo com menorconsumo de energia eltrica para as trs cidades. Alm disso, observa-se que as demais configuraes promovem nveisde consumo de energia eltrica maiores para as cidades do Rio de Janeiro e Salvador, em relao aos nveis atingidos nacidade de So Paulo

    Por fim, foi realizada uma breve anlise econmica da estratgia de circulao de gua gelada de referncia,considerando sua substituio pela opo de menor consumo. A anlise mostrou que a economia em nmeros absolutosfoi muito expressiva, e os investimentos so neutralizados j no primeiro ano. A reduo na conta de luz foi de 1,8% no

    ano de nmero um, e de 1,7% considerando vida til dos equipamentos de 10 anos.Em uma anlise mais ampla, o projeto permitiu o contato com um tema muito atual, e que vem ganhando aindamais importncia nos ltimos tempos. Muito mais do que a questo financeira, o tema da sustentabilidade e daconservao do meio ambiente vm sendo bastante explorados. A melhor utilizao dos recursos da natureza deixa ohomem cada vez menos dependente de fontes de energia mais poluentes, o que certamente traz benefcios sociedade.Assim, fundamental criar projetos preocupados com o meio ambiente, como o caso da construo de edifciossustentveis.

    Nessa linha, de grande valor a existncia de normas reguladoras no setor de construo civil. Naturalmente essasiniciativas so muito mais avanadas em pases desenvolvidos, mas felizmente observa-se a crescente participao doBrasil nesse cenrio, e trabalhos como este tm por objetivo tambm a divulgao dessa tendncia, mostrando sociedade mais essa forma para contribuir para a melhoria da qualidade de vida.

    Finalmente, embora os ganhos observados (em termos de consumo energtico) entre as diferentes estratgias declimatizao para o exemplo estudado neste trabalho tenham sido pequenos (inferiores a 4% no melhor caso), j so

    suficientes para gerar interesse, e chamam a ateno pelo rpido retorno do investimento obtido. Dessa forma, otrabalho tambm teve como objetivo incentivar o estudo do tema, eventualmente considerando diferentes possibilidadesno avaliadas aqui.

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    Houve indcios de que sistemas de climatizao com vazo varivel em ambos os anis de refrigerao poderiamgerar resultados ainda mais vantajosos. Esses indcios colocam como sugesto de continuao deste trabalho apossibilidade de estudo comparativo de todos os regimes possveis de vazo entre primrio e secundrio. Issodemandaria trabalho, inclusive de programao, para adicionar algumas condies ao software Energy Plus, mas quecertamente valeriam a pena para um estudo mais completo.

    Outra forma de sofisticar as anlises iniciadas aqui atravs da atuao sobre estratgias de controle do sistema.Nesse caso poder-se-ia explorar parmetros de controle utilizados no software Energy Plus. H publicaes (Gao et al2011 e Ma&Wang 2008) que tratam desse tema, e resultados bastante expressivos tm sido obtidos no que se refere melhoria da eficincia de sistemas como os estudados neste trabalho.

    Uma outra possibilidade o estudo integrado de diferentes estratgias de melhoria do consumo, partindo de umestudo como o desenvolvido neste relatrio, como por exemplo o uso conjunto de economizadores ou de vigas frias. Aprincpio essas combinaes trariam benefcios maiores, mas seria conveniente quantificar a vantagem e verificar suaviabilidade. Alm disso certamente as estratgias so mais ou menos eficazes de acordo com o clima da cidade emestudo, fato que poderia ser includo na anlise.

    Enfim, trata-se de um tema amplo, abrangente, e com muitas vertentes passveis de observao. Em virtude de suaatualidade, importncia e interesse crescente, muitas publicaes vm sendo produzidas, o que serve como incentivo efonte de estudo e pesquisa para estudantes que venham a se interessar.

    8. Referncias

    ASHRAE Standard 90.1, 2007, Energy Standard for Buildings Except Low-Rise Residential Buildings. I-Pedition, 183 p.Gao, D.; Wang, S.; Sun, Y., 2011 A fault-tolerant and energy efficient control strategy for primarysecondary

    chilled water systems in buildings, Elsevier Journal of Energy and Buildings, Vol. 43, Issue 12, pp. 3646-3656.Kirsner, W., 1996, The Demise of the Primary-Secondary Pumping Paradigm for Chilled Water Plant Design,

    HPAC Engineering, Vol. 68, Issue 11, pp. 73-78.Ma, Z.; Wang, S., 2008, Energy efficient control of variable speed pumps in complex building central air-

    conditioning system, Elsevier Journal of Energy and Buildings, Vol. 41, Issue 2, pp. 197-205.Taylor, S. T., 2002, Primary-Only vs. Primary-Secondary Variable Flow Systems, ASHRAE Journal, Vol. 44,

    Issue 2, pp. 25-29.

    EVALUATION OF CONTROL OF ACTIVATION OF CIRCULATION OF INTERMEDIATE FLUID INCENTRAL HVAC SYSTEMS.

    Vinicius Navarro [email protected]

    Abstract. The paper here presented has as its main objective identifying the configuration of the control system of circulation ofchilled water that has the lowest energy consumption of HVAC systems for buildings. The evaluation is performed considering a

    commercial building located in the city of So Paulo. The building is designed in a 3D modeling software, and the annual energy

    consumption is evaluated in the software EnergyPlus, by varying three parameters: intensity of use (occupancy and use of

    equipments), lighting levels and flow regime in the chilled water loop (intermediate fluid). The modeling is performed according to

    the guidelines of the standard ASHRAE 90.1. The reference system in the Brazilian market of central HVAC is a constant speed pump

    in the primary loop without secondary pump. The results showed that the system with variable pump in the primary, no secondary,

    has a lower energy consumption (-1.5% compared to the reference) and the other options (constant primary with variable secondary,

    and vice versa) had higher ones (+ 0.5% and +2.0%, respectively) for all conditions studied. The same building simulated in Rio de

    Janeiro and Salvador presented increases in consumption of 23% and 35%, respectively, compared with So Paulo. In these cities

    the same trend was observed for different flow regimes of chilled water, and the strategy of lower consumption is still moreinteresting comparatively, with reduction of 1.9% compared to the reference.

    Keywords. HVAC, simulation, control, intermediate fluid.