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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO Rita de Cássia Bonadio Inacio As atividades mediação da leitura em biblioteca pública: um olhar sobre a relação entre os usuários e os serviços bibliotecários Projeto de pesquisa apresentado à Graduação em Biblioteconomia, como parte dos requisitos para a aprovação na Disciplina CBD 0100 Orientação à Pesquisa Bibliográfica – período diurno, ministrada pela Profa. Dra. Brasilina Passarelli. São Paulo 2009

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES

DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO

Rita de Cássia Bonadio Inacio

As atividades mediação da leitura em biblioteca pública:

um olhar sobre a relação entre os usuários

e os serviços bibliotecários

Projeto de pesquisa apresentado à Graduação em Biblioteconomia, como parte dos requisitos para a aprovação na Disciplina CBD 0100 – Orientação à Pesquisa Bibliográfica – período diurno, ministrada pela Profa. Dra. Brasilina Passarelli.

São Paulo 2009

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As atividades mediação da leitura em biblioteca pública: um olhar sobre a relação entre os usuários e os serviços bibliotecários

1 Introdução

A formação de leitores há muito tempo é foco das preocupações de

políticas públicas e de pesquisas acadêmicas em todo o mundo, sendo que a

última década foi marcada pelo debate em torno da chamada “crise da leitura”,

que em última análise está relacionada à crise da educação escolar como

projeto da modernidade: En el proyecto moderno resalta una fe, casi sin discusión, en el poder de la lectura como práctica de elucidación, de aclaración, de ilustración de uno mismo, práctica para formarse como ciudadano (por ejemplo, ilustrase para participar es la consigna republicana por excelencia). En todo esto, nótese, resalta una creencia em la fuerza integradora de la lectura. [...] Pero el fracaso de la alfabetización es un golpe a la nariz de la modernidad, doloroso y memorable: pérdida enorme de recursos humanos, locativos y financieros dispuestos para que los individuos sean letrados, y que parecen lanzados al vacío, porque en la base persiste una mirada equivocada sobre el leer y el escribir, perpetuación del analfabetismo en otras formas mucho más crueles: el analfabetismo por desuso e insignificancia cultural de las prácticas lectoras y escritoras. Alfabetizados que, en muchísimos casos, nunca requieren la lectura para resolver su problema de vivir dentro de y para sí con los otros. Lectura cercana al día a día. Por este camino, la lectura se ata sospechosamente a la escolaridad y a la escuela, entes extraños a la vida del hogar, de la comunidad, del trabajo colectivo. (ÁLVAREZ ZAPATA, 2003, p. 13 e 15)[1].

Por outro lado, observo com Soares (2004, p.7) [2] que em certos

países, o destaque ao problema da leitura pode ser compreendido também

numa outra perspectiva, que passa pela constatação de que parte da

população mesmo tendo sido alfabetizada não “domina as habilidades de

leitura e de escrita” que possibilitariam uma “participação efetiva e competente

nas práticas sociais e profissionais que envolvam a língua escrita”, problema

este que se tornou conhecido como illetrisme na França e illiteracy nos Estado

Unidos.

A partir dos anos 80, esta discussão, denominada pelo termo

“letramento”, chega ao cenário das pesquisas sobre a temática da leitura e da

3

formação do leitor no Brasil, sobrepondo-se ao problema do fracasso na

alfabetização escolar já tão conhecido dos brasileiros. (SOARES, p. 8-9) [3].

Para Soares, do ponto de vista pedagógico, a confusão entre

alfabetização e letramento, com perda da prevalência do último e

obscurecimento do primeiro, é um equívoco que traz dificuldades para as

ambas as práticas no contexto escolar, de modo que a autora defende [...] a distinção entre o que mais propriamente se denomina letramento, de que são muitas facetas – imersão das crianças na cultura escrita, participação em experiências variadas com a leitura e a escrita, conhecimento e interação com diferentes tipos e gêneros de material escrito – e o que é alfabetização, de que também são muitas as facetas – consciência fonológica e fonêmica, identificando das relações fonema-grafema, habilidades de codificação e decodificação da língua escrita, conhecimento e reconhecimento dos processos de tradução de forma sonora da fala para a forma gráfica da escrita. (SOARES, 2004, p.15) [4].

Porém, pode-se dizer que há uma aproximação quando se fala dos

maus resultados da educação escolar indicados nos dados sobre o número de

analfabetos funcionais na população brasileira, visto que “é considerado

analfabeto funcional a pessoa que, mesmo sabendo ler e escrever, não tem as

habilidades de leitura, de escrita e de cálculo necessárias para viabilizar seu

desenvolvimento pessoal e profissional.” (INSTITUTO PAULO MONTENEGRO;

AÇÃO EDUCATIVA, 2009, p. 4) [5]

Fonte: Instituto Paulo Montenegro e Ação Educativa (2009) [6]

A questão que se coloca é ser alfabetizado funcionalmente é condição

para viabilidade das práticas de “leitura”. Neste aspecto, alfabetização e

letramento se encontram.

4

A última grande pesquisa realizada sobre o comportamento do leitor

no país, Retratos da leitura no Brasil [7], desenvolvida pelo Centro Regional de

Fomento ao Livro na América Latina e no Caribe (Cerlalc), da Unesco, e pela

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), como parte das

comemorações do Ano Ibero-americano da Leitura (Vivaleitura), que cobriu

todo território nacional com 5.012 entrevistas em domicílio, publicada em 2008,

mostrou que 42% do universo de entrevistados declararam que têm

dificuldades de leitura por conta da má formação educacional. As alegações para a ausência de leitura no ano anterior à pesquisa evidenciam problemas de várias ordens: falta de tempo: 54%, outras preferências: 34%, desinteresse: 19%, falta de dinheiro: 18%, falta de bibliotecas: 15%. Assim, 33% das alegações dizem respeito à falta de acesso real ao livro e 53% dizem respeito ao desinteresse pela leitura. [...]. Os dados da pesquisa confirmam a necessária e estreita relação entre leitura e educação e, objetivamente, com a escola, primeira encarregada da alfabetização e do letramento. (CUNHA, 2008, p. 13) [8].

Mesmo fora de uma perspectiva prioritariamente “escolar” (com leitores

com idade igual ou superior a 14 anos e o mínimo de três anos de

escolaridade), esta pesquisa mostrou que a percepção geral população é a de

que a leitura é uma atividade estritamente escolar: Muitos entrevistados afirmam que não lêem ou não vão a bibliotecas porque “não estão estudando”, o que mostra a ligação da leitura com a escola, ou com “os estudos”, na percepção das pessoas. O uso da biblioteca pública parece também feito em função da escola: sua freqüência cresce (34%) nas faixas etárias de 5 a 17 anos, e tem como objetivos principais pesquisar e estudar. E com relação à freqüência da leitura de diferentes tipos de livros, os didáticos e universitários são os únicos lidos mais freqüentemente (70%) que ocasionalmente (30%). (CUNHA, 2008, p. 14) [9].

Até as próprias políticas de promoção da leitura no Brasil, iniciadas

com a criação do Instituto Nacional do Livro em 1929, basicamente, sempre se

destinaram ao público escolar, sendo que os bibliotecários, junto a professores

e interessados na área de leitura, começaram a ser alvo das ações do Governo

Federal somente a partir de 1992, com a criação do Programa Nacional de

Incentivo à Leitura – PROLER; no mesmo ano também foi criado o Programa

PRÓ-LEITURA, cujos alvos eram “todos os interessados na área de leitura”; já

para as bibliotecas escolares foi criado, em 1997, o Programa Nacional

5

Biblioteca da Escola (PNBE); e em 2006 foi aprovado o Plano Nacional do Livro

e da Leitura (PNLL), que possui uma concepção mais ampla em relação aos

atos anteriores, sendo voltado a “melhorar a realidade da leitura no Brasil:

democratizar o acesso ao livro; fomentar a leitura e a formação do leitor; apoiar

a economia do livro”. (COPES, 2007, p. 29-30) [10].

Observa-se que, de modo geral, os programas de incentivo à leitura no

Brasil têm sido elaborados a partir dos interesses políticos e econômicos dos

agentes que ocupam lugar de poder no Estado. (COPES, 2007) [11].

Numa perspectiva da biblioteca como instituição social, nota-se que

mesmo que seja histórica a relação desta instituição com o livro e o leitor, só

recentemente ganhou força a ideia de que a biblioteca tem um papel a cumprir

em relação às práticas de leitura. Tal função foi reconhecida pela Organização

das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)

somente em 1994, quando em cooperação com a Federação Internacional das

Associações de Bibliotecários e de Bibliotecas (IFLA) foi aprovado o “Manifesto

da IFLA/Unesco sobre Bibliotecas Públicas”.

Neste documento, entende-se que “As missões-chave da biblioteca

pública relacionadas com a informação, a alfabetização, a educação e a cultura

são as seguintes”: 1. Criar e fortalecer os hábitos de leitura nas crianças, desde a

primeira infância;

2. Apoiar a educação individual e a auto-formação, assim como a educação formal a todos os níveis;

3. Assegurar a cada pessoa os meios para evoluir de forma criativa;

4. Estimular a imaginação e criatividade das crianças e dos jovens;

5. Promover o conhecimento sobre a herança cultural, o apreço pelas artes e pelas realizações e inovações científicas;

6. Possibilitar o acesso a todas as formas de expressão cultural das artes do espectáculo;

7. Fomentar o diálogo inter-cultural e a diversidade cultural;

8. Apoiar a tradição oral;

9. Assegurar o acesso dos cidadãos a todos os tipos de informação da comunidade local;

10. Proporcionar serviços de informação adequados às empresas locais, associações e grupos de interesse;

11. Facilitar o desenvolvimento da capacidade de utilizar a informação e a informática;

6

12. Apoiar, participar e, se necessário, criar programas e actividades de alfabetização para os diferentes grupos etários. (IFLA; UNESCO, 1994) [12].

Nas últimas décadas observa-se uma expectativa crescente de que a

biblioteca pública deve extrapolar os objetivos básicos de armazenamento,

ordenação e referenciação de livros para consulta, para ser mais que um

centro de informação, e se constitua num espaço cultural e de formação de

leitores. (MILANESE, 2003) [13]. Contudo, diante das demandas atuais, é

preciso considerar também que: Es un hecho que las bibliotecas públicas vienen asumiendo, desde mucho tiempo atrás, responsabilidades de formación de lectores ante las dificultades de los sistemas educativos formales. Esto ha hecho que circulen discursos que buscan colonizar el espacio de la escuela con propuestas desde la biblioteca pública; ante lo cual la escuela, muy a su manera, busca apropiar e incluso moldear el espacio de la biblioteca pública a sus necesidades. En este juego de ires y venires, los lectores se enfrentan a una variedad de iniciativas y propuestas que no logran establecer con claridad cuál es el lugar de la escuela y de la biblioteca pública en la formación de los lectores. (ÁLVAREZ ZAPATA et al., 2008, p. 192) [14].

Vinculada ou não às necessidades da escola, o atendimento a essas

demandas pelas bibliotecas brasileiras ainda é bastante precário. A pesquisa

Retratos da leitura no Brasil, citada anteriormente, mostra que “apenas um

número reduzido de usuários (10%) vai à biblioteca para ler por prazer e muito

poucos (2%) aproveitem (ou tenham) outras atividades nesse espaço”; mas

dos “frequentadores assíduos das bibliotecas” 90% afirmaram “gostar de

biblioteca” e de “ser atendido por bibliotecários”. (CUNHA, 2008, p. 15) [15].

De qualquer modo, entende-se que atualmente é cada vez mais

evidente que “El eje del movimiento recursivo en el espacio de la biblioteca

entre usuario y bibliotecario es la lectura”. (ALFARO LÓPEZ, s/d, p. 12) [16].

Em que pese esse reconhecimento tácito pelos profissionais da

Biblioteconomia, no caso específico dos programas de Pós-Graduação nesta

área, a produção de pesquisa sobre temática da leitura na biblioteca ainda é

bastante pequena e seu foco, de modo geral, é na biblioteca escolar. Na

pesquisa bibliográfica que fiz em bases de dados de teses e dissertações só

encontrei uma Dissertação apresentada em 2001 na Unesp de Marília, São

7

Paulo, sobre leitura literária na biblioteca pública – trata-se do trabalho de Sueli

Bortolin (2001).

Na pesquisa pela Internet foram encontrados, principalmente, artigos

que tratam da relação entre leitura e biblioteca escolar. Observei que a

perspectiva da formação do leitor é a que mais se aparece nessas discussões,

tal como o é também no campo da Educação, o que se nota nos trabalhos

publicados por Silva (2006), Leahy (2006) e Campello (2002).

Uma possível explicação para esse destaque à leitura na biblioteca

escolar seriam os estudos que mostram que há uma relação positiva entre

desempenho dos alunos e frequência das bibliotecas. Todavia, este recurso nem sempre tem sido utilizado convenientemente, sendo até inúmeras vezes esquecido, já que continuam a ser consideráveis as deficiências das bibliotecas escolares das nossas escolas. Estas deficiências são visíveis em diversos domínios e vão desde o espaço à formação dos intervenientes, passando pela organização e disponibilização do acervo, pelos equipamentos e, sobretudo, pela falta de dinamização. (BARROCO, 2004, p. 162) [17].

É interessante assinalar que a situação descrita acima retrata a

situação de Portugal, mas certamente, caberia também à realidade brasileira.

Notei ainda nos resultados da pesquisa bibliográfica pela Internet pelo

assunto “leitura e biblioteca” aparecem trabalhos que poderiam ser incluídos na

discussão sobre “atividades de mediação da leitura”, mas que em sua maioria,

registram relatos de experiências isoladas e com pouca densidade teórica.

No entanto, pesquisando artigos em espanhol, encontrei algumas

publicações recentes bastante interessadas na compreensão do que, a meu

ver, se relaciona ao tema “atividades de mediação da leitura, dentre os quais

vale o destaque ao relato dos resultados de uma investigação colombiana

sobre as bibliotecas de Medellín, pelos pesquisadores: Didier Álvarez Zapata,

Norfi Yamili Ocampo Molina, Yicel Nayrobis Giraldo Giraldo, Luz Marina Guerra

Sierra, Liliana Melgar Estrada e Maricela Gómez Vargas.

No artigo de Álvarez Zapata et al. (2008), denominado Exploración de

los discursos y las prácticas de la promoción de la lectura en las bibliotecas

públicas de Medellín: una revisión del lugar social de la biblioteca pública en la

formación de los lectores, os autores contam que

8

El objetivo de la investigación era, en primer lugar, estudiar las prácticas y los discursos (disciplinares y profesionales) que sustentan las iniciativas de promoción de la lectura en las bibliotecas públicas de Medellín, de forma que sea posible empezar a comprender el lugar de la biblioteca pública en la tarea de formación social de los lectores. Y, en segundo lugar, aportar una base de reconocimiento empírico de las relaciones entre biblioteca pública y lectura. Sin embargo, el presente artículo sólo aborda los hallazgos referidos a los discursos que tienen las bibliotecas sobre la institución bibliotecaria y la promoción de la lectura (idea de biblioteca pública, lectura, lector, promoción de la lectura y animación a la lectura. (ÁLVAREZ ZAPATA et al., 2008, p. 162) [18].

Assim, estes autores demonstram que é necessário aproximar a

discussão da leitura do bibliotecário e contexto da biblioteca pública, o que

significa ir além da discussão acadêmica sobre o uso escolar das práticas de

leitura dentro da biblioteca. En síntesis, en la investigación se partió de reconocer un atraso significativo en la tarea académica y profesional de entender los móviles, sentidos y proyecciones de las prácticas de promoción de la lectura que despliegan las bibliotecas públicas en Medellín dentro de la tarea social de formación de los lectores, lo que parece asociarse, de otro lado, con el desconocimiento, prácticamente total, de los discursos que sustentan esas prácticas. Todo esto conduce a una comprensión precaria del lugar de la biblioteca pública en la formación social de los lectores en el contexto de las propuestas de desarrollo para la ciudad y para el país. (ÁLVAREZ ZAPATA et al., 2008, p. 165) [19].

A meu ver, esta investigação, embora localizada, aponta questões

relevantes para o entendimento daquilo que mais recentemente vem sendo

chamado de “atividades de mediação de leitura” no contexto da biblioteca. Os

autores chamam a atenção para diferença estrutural entre a promoção da

leitura, entendida como “macroacción dirigida a formar una sociedad lectora” e

a animação da leitura, entendida como “acción dirigida a crear un vínculo entre

material de lectura y un individuo/grupo”: Y de la idea de la Fundación de Ratón de Biblioteca que asume a la promoción de la lectura como “la sustentación filosófico-conceptual”, y la animación a la lectura como referida “(...) a la didáctica, al uso de herramientas”, no se encuentra que el problema comprensivo que encierra lo conceptual, sea un asunto que interese de manera central o preocupe a los bibliotecarios y a los promotores de la ciudad. Por ello, es apenas lógico observar la precariedad conceptual del discurso en este territorio. De cualquier forma, es evidente que el gran conjunto de actividades que despliegan las instituciones en el campo de la animación lectora,

9

como horas del cuento, talleres, lecturas en voz alta, lecturas individuales, etc., obedece a una concepción un tanto vaga de la intervención lectora de la biblioteca pública, centrada en la acción y dirigida a proponer a la lectura desde el placer, más que desde el esfuerzo trasformativo del sujeto. Ello muestra que las instituciones no han reflexionado sistemáticamente respecto del significado (acuerdo social) y sentido (apropiación individual) del placer de leer así como tampoco sobre lo que es la animación a la lectura como un proceso profundamente vinculado con lo que Monserrat Sarto llama “educación lectora”. (ÁLVAREZ ZAPATA et al., 2008, p. 187) [20].

Frente aos resultados do levantamento bibliográfico que fiz, as

reflexões destes autores reforçam minha observação inicial de que há uma

“precariedade conceitual” nos textos que tratam direta ou indiretamente do

problema das “atividades de mediação da leitura” no contexto da biblioteca

pública, particularmente, dentro da produção do campo da Biblioteconomia. De

modo geral, o que parece ser entendido por estas atividades é uma “concepção

um tanto vaga da intervenção leitora da biblioteca pública...”.

Ao mesmo tempo em que no relato da investigação que fizeram em

Medellín os autores mostram a amplitude desta temática, ressaltam a

necessidade de que na área da Biblioteconomia a preocupação com este tema

resulte em pesquisas consistentes teoricamente sobre o problema das relações

entre leitura, leitor e biblioteca, e que gere práticas biblioteconômicas não

isoladas e mais integradas.

À luz dessas considerações, entendo ser relevante empreender uma

investigação sobre as “atividades de mediação de leitura” desenvolvidas no

contexto da biblioteca pública, que tenha como perspectiva as determinações

próprias do campo da Biblioteconomia, com o objetivo de focalizar

especificamente os impactos dessas atividades para os serviços bibliotecários,

um ângulo explorado marginalmente nos trabalhos já citados anteriormente.

Particularmente, meu interesse particular por este tema não se deve

somente ao exercício profissional de futura bibliotecária, mas condiz com a

afinidade que tenho com a temática da mediação das práticas de leitura por

conta de minha trajetória de formação anterior em Pedagogia, quando minhas

preocupações estavam voltadas às dificuldades do desenvolvimento das

práticas de alfabetização, de leitura e escrita no âmbito escolar. O curso de

Biblioteconomia, por suas condições próprias de realização de um diálogo

interdisciplinar, tem me permitido observar a questão da mediação da leitura

10

das discussões e análises sobre as atividades do trabalho dos bibliotecários

delimitadas na articulação dos campos da Educação e da Informação.

Mais ainda, justifica-se esta proposta de pesquisa tendo em vista a

centralidade da leitura na sociedade contemporânea, visível nos planos,

programas, projetos, campanhas e ações de fomento e estímulo à leitura, de

iniciativa governamental e não-governamental, as quais têm dado destaque ao

papel das bibliotecas como agentes de promoção do acesso à informação e

das práticas de leitura.

Cada vez mais a ideia da biblioteca como um “acervo estático de

livros” é questionada, em contraposição a um projeto de um lugar de

divulgação e produção de conhecimentos e saberes diversificados, por meio

das práticas diferentes de leitura. Contudo, essa demanda por um outro papel

da biblioteca, muitas vezes, aparece incorporada a discursos que não

redundam em estratégias de transformação dos espaços silenciosos de leitura

das bibliotecas. Neste aspecto, é ressaltada a necessidade de se pensar como

as atividades de mediação da leitura têm entrado nos espaços das bibliotecas,

não somente para destacar se a contribuição da biblioteca aos propósitos

pedagógicos da educação escolar tem se efetivado como tal, mas para se

pesquisar em que medida os serviços bibliotecários podem ser articulados e

reorganizados em função dos objetivos mais amplos da Informação, da

Educação, da Comunicação e da Cultura. A biblioteca não é concebida aqui como um mero depósito de livros, como muitas vezes tem-se apresentado, mas assume a dimensão de um dinâmico pólo difusor de informação e cultura, centro de educação continuada, núcleo de lazer e entretenimento, estimulando a criação e a fruição dos mais diversificados bens artístico-culturais; para isso, deve estar sintonizada com as tecnologias de informação e comunicação, suportes e linguagens, promovendo a interação máxima entre os livros e esse universo que seduz as atuais gerações. (BRASIL, 2006, p.22) [21].

Por outro lado, de modo geral, dentro da organização tradicional dos

serviços bibliotecários, as atividades de mediação da leitura aparecem como

uma das tarefas que se somam àquelas que “por obrigação” devem ser “de

fato“ desenvolvidas no ambiente da Biblioteca, tais como as rotinas básicas dos

serviços de referência e de empréstimo de livros. Entretanto, tendo em vista

que as atividades de mediação da leitura, em quaisquer espaços em que sejam

11

realizadas, produzem resultados importantes do ponto de vista da formação do

leitor, tal como indicam as discussões citadas anteriormente, entendo que é

necessário compreender mais claramente que os impactos dessas atividades

não atingem somente o usuário, mas também o bibliotecário e a própria

biblioteca.

A meu ver, a dificuldade dos bibliotecários em compreender qual a

importância dessas atividades para o desenvolvimento dos serviços

bibliotecários e para a valorização do ponto de vista social e cultural dos

espaços das bibliotecas está relacionada à dificuldade de se compreender o

lugar da lugar da biblioteca, particularmente a pública, na tarefa social de

formação de leitores, na medida em que historicamente esta ação tem foi

imputada à escola e à família. Também, se assinala a falta de entendimento

sobre quem é o leitor da biblioteca: Llama también la atención la existencia de conceptos muy elaborados de lector en los sistemas bibliotecarios o bibliotecas con mayor tradición en el campo de la promoción de la lectura (que se perciben como producto de una larga reflexión que bien vendría tuviera mayor sistematización y comunicación), y que contrastan con los otros conceptos realmente precarios sobre el lector, que simplemente lo relacionan con la actividad de leer. [....] Talvez podría ser entendida la ausencia de respuesta sobre el asunto del enfoque, en la mayoría de las bibliotecas populares, como una dificultad para comprender al usuario de la biblioteca como lector. Puede decirse al respecto de esta tensión entre las denominaciones usuario y lector que el estatus común de las personas en la biblioteca pública moderna ha sido la de lectores, una representación afincada en la idea, ya comentada, de que las personas construyen sentidos del mundo con lo que leen, y que esos sentidos los integran y les dan lugar en la civilización. (ÁLVAREZ ZAPATA et al., 2008, p. 179) [22]. .

Neste sentido, compreende-se que o discurso bibliotecário confunde

leitor com usuário de modo que Ahora ya no son esencialmente las personas lectores para las bibliotecas, sino ante todo usuarios de la información. Bien lo ilustra la siguiente cita en la cual será lector de la biblioteca: “aquel que necesite información y conocimiento, o quiera distracción y buena utilización del tiempo libre por medio de la lectura, sin discriminación alguna”. A lo sumo, en esta perspectiva bibliotecaria la lectura se reconoce como proceso interpretativo de base dentro de un proceso mayor que es el proceso informativo, de forma que el lector se vuelve una arista apenas visible de la nueva figura de usuario. A esta nueva categoría subyace una gran limitación discursiva bibliotecaria que hace confundir información con lectura, y lector con usuario. (ÁLVAREZ ZAPATA et al., 2008, p. 180) [23].

12

Essas dificuldades e confusões conceituais refletem na falta clareza a

respeito das atividades de mediação da leitura no contexto da biblioteca, já

mencionada anteriormente, de tal forma que compreendidas como “animação

da leitura”, as práticas implementadas nas bibliotecas investigadas pelos

pesquisadores de Medellín apontam:

• Hay demasiado activismo de las instituciones y no se procura el tiempo necesario para ordenar las categorías comprensivas y explicativas de lo que se hace. Lo que dificulta que el trabajo bibliotecario se pueda comunicar o que resulte claro y de interés a otras disciplinas.

• Se han difundido ciertos cánones que tienden a estandarizar no sólo el alcance y sentido de la animación de la lectura en su significado y sentido, sino también en lo que respecta a sus metodologías.

• Se enfatiza la acción de animación en el libro, en el libro literario y, todavía más, en la literatura infantil y juvenil. Esto se traduce en que la animación lectora se ejerza, prácticamente, sólo con estos públicos. No obstante, debe decirse que cada vez más instituciones exploran otras manifestaciones artísticas (el teatro, por ejemplo). (ÁLVAREZ ZAPATA et al., 2008, p. 188) [24].

Particularmente, a falta de compreensão sobre o papel das atividades

de mediação da leitura para os serviços bibliotecários leva também à ideia de

que tais atividades são produto de demandas conjunturais, não correspondem

a ações constitutivas da atuação do bibliotecário, mesmo por que a formação

deste profissional nos cursos de Biblioteconomia, em geral, não lhe possibilita ir

além do viés técnico do sentido tradicional dos serviços bibliotecários, estando

limitado aos caminhos conhecidos de sua prática tende a não perceber o que

dizem os pesquisadores das bibliotecas de Medellín: [...] la promoción de la lectura se concibe como acción social viva que se expresa en dos frente básicos de trabajo: de un lado, las microacciones que buscan acercar a individuos y comunidades a la lectura con el fin de transformar sus prácticas y representaciones desde las acciones que puedan realizar diferentes instituciones sociales, entre ellas la biblioteca pública; y por otro lado, las macroacciones, o acciones sinérgicamente articuladas de todas las instituciones sociales que hacen parte del sistema de formación social de los lectores y que confluyen en la pretensión de configurar una sociedad lectora, es decir, una sociedad que valora e integra la lectura en las diferentes dimensiones de la vida íntima, social y política. En estos términos, la promoción de la lectura es una responsabilidad no sólo de la biblioteca pública, a ella también se ven abocadas otras instituciones sociales como la familia, la escuela,

13

el Estado, los medios de comunicación, entre otros. (ÁLVAREZ ZAPATA et al., 2008, p. 181) [25].

2. Definição do problema

À luz das reflexões feitas anteriormente, e considerando o universo de

bibliotecas públicas que afirmam desenvolver atividades de mediação da

leitura, questiona-se o caráter dessas ações do ponto de vista daquilo que se

distingue como “promoção da leitura” e “animação da leitura”. Parte-se desta

compreensão na perspectiva de se diagnosticar quais os impactos de tais

atividades nos serviços bibliotecários, particularmente, quanto à incorporação

das demandas gerais dos usuários (informação, leitura, cultura, etc.) às rotinas

destes serviços.

3. Hipótese de pesquisa

Como hipótese orientadora da investigação aqui proposta, supõe-se

que os usuários que participam ou já participaram de algum tipo de atividades

de mediação da leitura desenvolvidas nas bibliotecas públicas utilizam com

maior frequência os serviços bibliotecários em geral., ao contrário dos usuários

que nunca participaram de qualquer tipo de atividade de mediação de leitura

nas bibliotecas.

Considera-se que a participação do usuário nas atividades de

mediação de leitura nas bibliotecas resulta, de modo geral, em impactos nos

serviços bibliotecários, na medida em que o bibliotecário amplia sua área de

atuação para além das rotinas técnicas do seu trabalho na biblioteca, o que

criaria condições para uma configuração destes serviços diferente da

tradicional.

14

4 Objetivos

4.1 Objetivos gerais

• Estudar as atividades de mediação da leitura em bibliotecas públicas,

de forma a compreender o lugar destas instituições dentro do campo

das práticas de promoção da leitura e de formação do leitor.

• Compreender as atividades de mediação da leitura desenvolvidas em

bibliotecas públicas no contexto das propostas de promoção da

leitura desenvolvidas pelas políticas governamentais locais e

nacionais.

4.2 Objetivos específicos

• Compreender as atividades de mediação da leitura desenvolvidas em

bibliotecas municipais da cidade de São Paulo no contexto das

propostas de promoção da leitura desenvolvidas pelas políticas

bibliotecárias.

• Identificar as atividades de mediação da leitura desenvolvidas em

bibliotecas municipais da cidade de São Paulo.

• Identificar usuários que participaram das atividades de mediação da

leitura desenvolvidas em bibliotecas municipais da cidade de São

Paulo e realizar pesquisa de usuários focalizando as demandas

relacionadas ao tema desta pesquisa.

• Realizar um estudo exploratório sobre os impactos das atividades de

mediação da leitura desenvolvidas em bibliotecas municipais da

cidade de São Paulo nos serviços bibliotecários destas instituições.

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5 Procedimentos metodológicos

Para responder ao questionamento sobre a existência de atividades de

mediação da leitura em bibliotecas públicas da cidade de São Paulo, será feita

uma pesquisa junto aos órgãos competentes do Sistema Municipal de

Bibliotecas, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

Uma pesquisa de busca de ações na Internet será feita usando os

recursos existentes nas bases de dados dos eixos: “Fomento à leitura e

formação” e “Valorização da leitura e Comunicação” do PNLL (BRASIL, 2006),

acessíveis no portal “Vivaleitura”, que está disponível em:

<http://www.vivaleitura.com.br/pnll2/default.asp>.

A partir de um quadro definido sobre as bibliotecas municipais da São

Paulo que desenvolvem atividades de mediação da leitura, será selecionada

uma amostra destas instituições para dar início a uma investigação in loco. Por

meio de pesquisa de campo serão reunidas informações e documentos sobre

as atividades de mediação de leitura realizadas nas bibliotecas selecionadas

para esta investigação; também, serão identificados usuários a serem

selecionados para participarem de um estudo de usuários. Serão utilizados

como métodos de pesquisa entrevistas e questionários para a coleta de dados.

O processo de investigação terá como referencial a proposta de

Rodrigues (2007, p. 24) [26] de compreender os “perfis de utilização e modos

de relação com a biblioteca”, buscando responder as seguintes questões

levantadas por este autor:

- Quais são as características sociodemográficas, socioeducacionais e socioprofissionais dos utilizadores da biblioteca? Que perfis sociais e segmentações se reconhecem? (Quem utiliza a biblioteca?)

- Que práticas são identificáveis em termos de frequência do equipamento? E no que diz respeito à apropriação dos seus espaços, serviços, colecções e suportes? De igual maneira, que perfis de utilização e fraccionamentos se podem surpreender? (Como é utilizada a biblioteca?)

- Como se reportam as práticas de utilização, por intermédio dos sistemas de disposições incorporados pelos agentes, às características sociais? (Quem utiliza o quê e como na biblioteca?)

- Que representações e valorações simbólicas constroem os indivíduos a propósito da biblioteca? (RODRIGUES, 2007, p. 10) [27]

16

Como proposta inicial para um roteiro de entrevista com os agentes

que realizam as atividades de mediação da leitura, compreende-se que além

questões destinadas a conhecer o perfil do entrevistado (social, escolar e

profissional), identificando-o, interessam questões que busquem situar o

problema das atividades de mediação de leitura do ponto de vista do

entrevistado, tais como:

Roteiro de entrevista com mediadores das atividades de leitura

1. Quais atividades de mediação da leitura são efetivamente realizadas

na sua biblioteca?

2. Como estas atividades são planejadas e desenvolvidas? Qual é seu

público-alvo e por quê?

3. Qual a frequência de sua realização? Como é feita a divulgação

destas atividades?

4. Quando estas atividades começaram a ser desenvolvidas pela

biblioteca? Qual foi a motivação de sua realização?

5. O acervo da biblioteca é utilizado nas atividades de mediação de

leitura? Como?

6. Há o uso das tecnologias para se realizar a mediação da leitura da

biblioteca? Como?

7. Quem é o usuário que frequenta as atividades de mediação da

leitura?

8. Quem é o responsável pelas atividades de mediação de leitura na

biblioteca? Como se dá a participação dos bibliotecários nestas

atividades?

9. Há um processo de avaliação dos resultados das atividades de

mediação de leitura promovidas pela biblioteca? Como?

10. Pode-se dizer que houve um aumento na demanda dos serviços

bibliotecários depois que começaram a ser realizadas as atividades

17

de mediação da leitura na biblioteca? Como você explicaria esse

resultado positivo ou não?

11. A seu ver, quais as atividades que podem de fato contribuir para a

formação do leitor?

12. Quais outras bibliotecas você conhece que realizam atividades de

mediação da leitura?

Como proposta para um questionário para usuários da biblioteca que

participam de atividades de mediação de leitura, compreende-se que além

questões destinadas a caracterizar o perfil do ponto de vista social, escolar e

profissional, interessam questões que busquem situar a relação do usuário com

a biblioteca e a leitura, tais como:

Questionário para pesquisa de usuário

1. Marque os tipos de atividades de leitura você realiza usando os

serviços da biblioteca. [Pode-se marcar mais de uma alternativa]

a. Leitura literária, pois gosto de ler livros em geral (romance ou ficção,

etc.), por escolha própria.

b. Leitura literária, pois faz parte de minha atividades da escola ou

Faculdade.

c. Leitura de livros técnicos, pois faz parte de minhas atividades da

escola ou Faculdade.

d. Leitura de livros técnicos, pois faz parte de minhas atividades de

trabalho.

e. Leitura de jornais, pois gosto busco informação.

f. Leitura de revistas, pois gosto busco informação e entretenimento.

18

2. Você está satisfeito com as opções de leitura do acervo da biblioteca?

( ) Totalmente satisfeito

( ) Parcialmente satisfeito

( ) Insatisfeito

3. Há quanto tempo você vem há biblioteca para fazer leituras?

(...) Há menos de um mês

(...) Há menos de três meses

(...) Há menos de seis meses

(...) Há menos de um ano

(...) Há vários anos

4. O que motivou você a participar de atividades de leitura promovidas

pela biblioteca?

(...) Curiosidade

(...) Gostar de ler

(...) Desenvolver gosto pela leitura

(...) Saber mais sobre leitura

(...) Queria fazer alguma atividade e optei por isso

5. Suas expectativas sobre as atividades de leitura promovidas pela

biblioteca foram realizadas?

( ) Totalmente realizadas

( ) Parcialmente realizadas

( ) Não foram realizadas

19

6 Cronograma da pesquisa

Atividades Jun/09 Jul/09 Ago/09 Set/09 Out/09 Nov/09 Dez/09

Pesquisa Bibliográfica X X X

Leitura e fichamento das obras X X X X

Elaboração do Projeto preliminar X X X X

Elaboração do Projeto versão inicial X

Avaliação do Projeto versão inicial X X

Atividades Jan/10 Fev/10 Mar/10 Abr/10 Mai/10 Jun/10 Jul/10 Ago/10 Set/10 Out/10 Nov/10 Dez/10

Definição do projeto versão final X

Pesquisa Bibliográfica X X

Leitura e fichamento das obras X X X

Revisão bibliográfica X X X X X

Definição do universo da amostra pesquisa X X

Planejamento do trabalho de campo (estudo de usuário)

X X

Coleta de dados (realização de entrevistas e aplicação de questionários)

X X X X X X X X

Organização dos dados coletados X X X X

Análise crítica das informações e de documentos

X X X X X X X

Definição de categorias de análise X X X

Atividades Jan/11 Fev/11 Mar/10 Abr/11 Mai/11 Jun/10 Jul/10 Ago/10 Set/10 Out/10 Nov/10 Dez/10

Organização dos dados coletados X X

Análise crítica das informações e de documentos

X X X

Definição da análise X X

Elaboração preliminar do texto X

Redação provisória da monografia X X

Avaliação da redação da monografia provisória X

Prazo máximo de alterações no texto final X

Redação final da monografia X X

Apresentação da monografia X

20

7 Referências

[1] ÁLVAREZ ZAPATA, Didier, et al. La promoción de la lectura en las bibliotecas públicas de Medellín. Revista Interamericana de Bibliotecología, vol. 31, n. 1, p. 161-205, Ene.-Jun. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.org.co/pdf/rib/v31n1/v31n1a08.pdf>. Acesso em: 20 out. 2009.

[2], [3], [4] SOARES, Magda Becker. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, Anped, n.25, jan-abr, p. 5-17, 2004.

[5], [6] INSTITUTO PAULO MONTENEGRO; AÇÃO EDUCATIVA. INAF Brasil 2009. Indicador de alfabetismo funcional – principais resultados. São Paulo: IPF/AE, dez. 2009. Disponível em: <http://www.ipm.org.br/download/inaf_brasil2009_relatorio_divulgacao_final.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2009.

[7] INSTITUTO PRÓ-LIVRO. Retratos da leitura no Brasil. 2. ed. São Paulo: Instituto Pró-Livro, 2008. Disponível em: <http://www.prolivro.org.br/ipl/publier4.0/dados/anexos/48.pdf>. Acesso em: 20 out. 2009.

[8], [9] CUNHA, Maria Antonieta da. Acesso à leitura no Brasil: considerações a partir da pesquisa. In: INSTITUTO PRÓ-LIVRO, op. cit., p. 13-17.

[10], [11] COPES, Regina Janiaki. Políticas Públicas de Incentivo à Leitura: um estudo do projeto Literatura em Minha Casa, 2007. Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2007. Disponível em:<http://www.bicen-tede.uepg.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=137>. Acesso: 20 out. 2009.

[12] IFLA - International Federation of Library Associations and Institutions; UNESCO. Manifesto da IFLA/Unesco sobre Bibliotecas Públicas, 1994. Disponível em: <http://archive.ifla.org/VII/s8/unesco/port.htm>. Acesso em 20 out. 2009.

[13] MILANESI, Luís. A casa da invenção. SP: Ateliê Editorial, 2003.

[14] ÁLVAREZ ZAPATA et al., op. cit.

[15] CUNHA, op. cit

21

[16] ALFARO LÓPEZ, Héctor Guillermo. Los bibliotecarios y la formación de lectores. s/d. Disponível em: <http://tecnicodgb.files.wordpress.com/.../a-los-bibliotecarios-y-la-formacion-de-lectores.pdf>. Acesso em: 24 out. 2009.

[17] BORTOLIN, Sueli. A leitura literária nas Bibliotecas Monteiro Lobato de São Paulo e Salvador. 2001. 233f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação)- Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista, Marília, SP: 2001.

[18], [19], [20] ÁLVAREZ ZAPATA et al., op. cit.

[21] BRASIL. Ministério da Cultura. Ministério da Educação. Plano Nacional do Livro e Leitura – PNLL. Brasília, DF: Minc/MEC, 2006.

[22], [23], [24], [25] ÁLVAREZ ZAPATA et al., op. cit.

[26] BARROCO, José Alves. As bibliotecas escolares e a formação de leitores. Dissertação de mestrado em Educação, Supervisão Pedagógica em Ensino do Português, 2004. 248f. Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia, Braga, 2004. Disponível em: <http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/3400>. Acesso em: 24 out. 2009.

[27] RODRIGUES, Eduardo Alexandre. A biblioteca e os seus públicos: uma proposta interpretativa. Lisboa, PO, Sociologia, problemas e Práticas, n. 53, p. 135-157, jan. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?script= sci_arttext&pid=S0873-65292007000100007&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em:24 out. 2009.

8 Bibliografia inicial selecionada

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BATISTA, Antônio Augusto Gomes; GALVÃO, Ana Maria de Oliveira. (Orgs). Leitura: práticas, impresso, letramento. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.

BECKER, Paulo (Orgs). Leitura e animação cultural: repensando a escola e a biblioteca. Passo Fundo: UPF, 2002.

CAVALLO, Guglielmo; CHARTIER, Roger (Orgs.). História da leitura no mundo ocidental. V.2. São Paulo: Ática, 1999.

22

CAMPELLO, Bernadete Santos (org.) A biblioteca escolar: temas para uma prática pedagógica. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

CHARTIER, Anne-Marie, HÉBRARD, Jean. Discursos sobre a leitura - 1880-1980. São Paulo: Ática, 1995.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 29a. ed. São Paulo: Cortez, 1994.

GARCÍA LÓPEZ, Genaro Luis. Evolución histórica de los conceptos de biblioteca pública, sistema de bibliotecas y política bibliotecaria. Códice, Bogotá, Colômbia, julio - diciembre, año/vol. 3, número 002, pp. 9-20

LEAHY, Cyana. A leitura e o leitor integral: lendo na biblioteca da escola. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

PAIVA, Aparecida et al (Orgs). Democratizando a leitura: pesquisas e práticas. Belo Horizonte: CEALE; Autêntica, 2004.

PERROTTI, Edmir. Confinamento Cultural, Infância e Leitura. São Paulo: Summus, 1990.

SILVA, Ezequiel Theodoro. De olhos abertos: reflexões sobre o desenvolvimento da leitura no Brasil. São Paulo: Ática, 1991.

SILVA, Rovilson José da. Reflexões sobre a leitura e a biblioteca escolar. In. Rovilson José da Silva; Sueli Bortolin. (Orgs.) Fazeres cotidianos na biblioteca escolar. São Paulo: Polis, 2006.

SUAIDEN, Emir José. A biblioteca pública e a formação e manutenção de um público leitor. Disponível em: <http://dici.ibict.br/archive/00001284/01/suaiden4.doc>. Acesso em: 24 de out. 2009.

VILLEGAS, Clemencia Montalvo. El maletin del bibliotecario promotor de lectura. World Library and Information Congress: 70th IFLA General Conference and Council 22-27 August 2004. Buenos Aires, Argentina. Disponível em: <http://ifla.queenslibrary.org/IV/ifla70/papers/156s-Villegas.pdf>. Acesso em: 24 de out. 2009.