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8 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AS CONTRIBUIÇÕES DA DIDÁTICA NA ATUAÇÃO DO PROFESSOR ZOOTECNISTA Tatiana Oliveira da Silva Orientador: Prof. Ms. Carlos Cereja Co-orientador: Prof. Ms. Sheila Rocha Rio de Janeiro

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AS CONTRIBUIÇÕES DA DIDÁTICA

NA ATUAÇÃO DO PROFESSOR ZOOTECNISTA

Tatiana Oliveira da Silva

Orientador: Prof. Ms. Carlos Cereja

Co-orientador: Prof. Ms. Sheila Rocha

Rio de Janeiro

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2008 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AS CONTRIBUIÇÕES DA DIDÁTICA

NA ATUAÇÃO DO PROFESSOR ZOOTECNISTA

Docência do Ensino Superior

OBJETIVOS:

Apresentação da monografia ao Instituto “A vez do Mestre”, como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” no Curso de Docência do Ensino Superior.

Tatiana Oliveira da Silva

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"O docente, em sua atividade intencional, deverá

organizar o seu trabalho, tendo em vista executar

mediações que conduzam à consecução dos objetivos

estabelecidos. Se se tem como meta o trabalho pela

democratização da sociedade e se compreende que esta

não pode ocorrer sem que os sujeitos possuam sua

independência, importa que o educador, como profissional

que tem claro que o setor da Educação é uma das

mediações sociais que podem servir à luta pela

democratização, deverá ter conhecimentos dos fins a

serem obtidos, assim como dos princípios e meios

científicos e tecnológicos disponíveis para a obtenção do

que se traçou como resultado final de seu trabalho."

Cipriano Luckesi

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter saúde e

condições de dar continuidade aos meus estudos,

podendo me aprimorar cada vez mais.

À minha mãe, por sempre me apoiar em minhas

decisões e por estar ao meu lado em mais esta fase

acadêmica da minha vida.

Ao meu namorado, Norberto Silva Rocha, meu

companheiro de aula e maior incentivador para a

conclusão deste curso.

À minha futura sogra e também Co-orientadora,

Sheila Silva Rocha, que durante todo o curso foi minha

grande conselheira.

À minha cunhada, Adriana Rocha Mograbi, por

toda a ajuda e paciência.

Ao Professor Carlos Cereja, meu Orientador, pelas

dicas e pela compreensão.

Aos meus familiares e amigos, pelo apoio, carinho

e compreensão.

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DEDICATÓRIA

Pela minha causa aqui investida, dedico esta

monografia à Universidade Federal Rural do Rio de

Janeiro, principalmente ao Instituto de Zootecnia, a minha

segunda casa.

Pelo apoio, amor, confiança e dedicação sempre

em mim depositados dedico esta monografia:

Aos meus pais: Roberto e Sandra

Aos meus avós: Zélia e Jarbas, Ruth e João

Ao meu amor: Norberto

Ao meu irmão: Rodrigo

Aos meus afilhados:

Juliana, Lívia, Carolina, Leonardo, Gustavo, Mariane e

Luiza

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Resumo

Esta monografia tem como principal proposta ressaltar a deficiência de

determinadas disciplinas por não apresentarem um “perfil pedagógico” em suas

práticas cotidianas, nos diferentes cursos de graduação da Área das Ciências

Agrárias, causando insucesso da construção do conhecimento através do mau

desempenho dos professores formados nestas áreas, sem apresentarem uma

complementação pedagógica em suas formações acadêmicas. Este estudo foi

desenvolvido enfocando o Curso de Zootecnia, cujo espaço no mercado de

trabalho, apesar de amplo, ainda não obteve a valorização necessária junto ao

público, em geral, pelo próprio desconhecimento de sua natureza científica,

bem como pelo não significado inscrito nos sujeitos do curso frente à formação

pedagógica necessária, para implementar essa significação junto ao imaginário

social, evidenciando a dificuldade de se promover a sua relevância. Pela

dificuldade da empregabilidade dos zootecnistas, esses profissionais buscam

uma nova frente para trabalhar, abraçando a profissão de docente do ensino

superior. Porém, a graduação em Zootecnia, por não contemplar a licenciatura,

deixa grandes déficits no currículo dos futuros professores, que poderiam se

tornar um referencial nessa nova possibilidade profissional se tivessem em

seus currículos as contribuições da disciplina Didática, melhorando a qualidade

das práticas de ensino, através da utilização dos métodos, técnicas e os

recursos didáticos.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................... 8

2. CAPÍTULO I: A ZOOTECNIA .............................................................. 11

3. CAPÍTULO II: DIDÁTICA ................................................................... 17

4. CAPÍTULO III: PRÁTICAS DE ENSINO ............................................. 24

5. CAPÍTULO IV: RECURSOS TECNOLÓGICOS ................................ 27

6. CONCLUSÂO ..................................................................................... 36

7. BIBLIOGRAFIA ................................................................................... 37

8. ANEXOS .............................................................................................. 40

9. ÍNDICE ................................................................................................. 43

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INTRODUÇÃO

Todo professor já foi aluno um dia e carrega consigo a lembrança das

práticas de seus professores, tentando imitar os bons exemplos, evitando os

exemplos daqueles assim não considerados.

A carreira do Magistério é uma das profissões mais antigas e mais

importantes, tendo em vista que as demais, em sua maioria, dependem da

qualidade de sua “performance”. Ministrar aulas é uma arte, difícil de ser

praticada, pois exige que o docente, assim como nos demais campos da

ciência, esteja em contínua capacitação, devendo acompanhar a evolução da

própria ciência e tecnologia, pois a sua dificuldade pedagógica se evidenciará,

acabando por bani-lo do mercado de trabalho, cada vez mais exigente,

principalmente quando se precisa construir junto aos alunos adolescentes o

espírito pesquisador, como é o caso dos discentes das universidades.

Atualmente, a grande lição de vida de um professor mais experiente,

mas comprometido com a transmissão do conhecimento descontextualizado é

altamente criticada, pois evidencia que este professor nem sempre obtém

sucesso em suas práticas, muitas vezes por não ter conhecimento das

possibilidades que a didática poderia lhe oferecer, até mesmo por não ter se

apropriado das inovações tecnológicas.

Esse fato também é percebido nas atuações dos jovens professores,

que por não ter vivenciado em suas grades curriculares a disciplina didática,

como disciplina, até mesmo optativa, ou seja, apresentam dificuldades na

construção do conhecimento de seus discentes, pelo fato da graduação não

lhes ter proporcionado as vivências necessárias para o desempenho

satisfatório que a licenciatura poderia suprir, ocasionando certos

constrangimentos, como não saberem se expressar de modo significativo ao

proporem as atividades mais adequadas, ao ministrar uma aula.

A carreira de Zootecnia é de difícil escolha para o aluno, que vive em

meio urbano, pois não faz parte de suas vivências cotidianas por se tratar de

uma profissão eminentemente característica da zona rural.

16 Esse fato tem que ser levado em conta pelos docentes que irão

desenvolver o Curso de Zootecnia, pois seu fazer pedagógico deve estar

atento a dar significação do mesmo junto aos alunos, que abraçaram o curso,

para que possam dar novos sentidos ao mesmo, frente a melhoria da qualidade

de vida do nosso povo.

Isso fica claro quando se percebe que muitos zootecnistas formados

procuram a área de docência para exercer a profissão, se tornando

capacitadores, palestrantes, consultores, entre outras possibilidades,

apontando que as contribuições da didática, como organizadoras das

propostas de trabalho, são necessárias.

O que se pode observar é que a grade curricular desta profissão

privilegia mais a atuação prática em fazendas e criações rurais, deixando um

grande déficit no currículo de um professor zootecnista.

Tendo em vista a grande dificuldade em ministrar aulas nos cursos

profissionalizantes ou de graduação, quem não tem na formação as

possibilidades que a licenciatura oferece e, não valorando as contribuições da

didática, acaba por apresentar grande deficiência no desempenho desses

futuros professores da área de Ciências Agrárias.

Esse estudo monográfico se propõe a investigar sobre o tema da

pesquisa em questão - “Didática no Ensino Superior” – buscando se ater à

problemática levantada para o desenvolvimento dessa pesquisa, que deverá

responder: em que medida a didática contribui para a atuação do professor

zootecnista?

Esse trabalho terá como hipótese, a ser comprovada como possível

resposta ao questionamento acima citado, mostrando que se o docente do

Ensino Superior do Curso de Zootecnia tiver em sua formação as contribuições

da didática – licenciatura – suas práticas se tornarão mais efetivas e

relevantes, melhorando o desempenho dos alunos da graduação.

Através da didática, no currículo de graduação em Zootecnia, enquanto

futuro professor, o aluno poderá criar sua própria identidade docente,

aprendendo a se posicionar frente ao processo ensino-aprendizagem, desde a

17 postura correta para o bom desempenho do magistério dessa área do

conhecimento, se apropriando de novas formas de administrar a construção do

mesmo, até a manipulação correta dos instrumentos e equipamentos a serem

utilizados, propiciando mostrar a qualidade de seu desempenho profissional.

Com essa prática, quem sairá ganhando serão os futuros alunos da

Zootecnia, que participarão de uma aula mais dinâmica e inovadora.

Este estudo terá cunho bibliográfico, contando com os instrumentos das

mídias eletrônica ou não, relativas às áreas das Ciências Agrárias e

Pedagógicas, procurando identificar o bom desempenho do professor,

enfocando a importância do domínio das contribuições didáticas, no processo

ensino-aprendizagem, capacitando-os para atuar no ramo da pesquisa e da

docência de forma qualitativa.

O primeiro capítulo abordará a Zootecnia, enquanto ciência, apontando

sua real importância para a sociedade; o segundo posicionará o conceito de

Didática, enfocando um pouco de sua história e o processo ensino-

aprendizagem, sempre ressaltando a sua importância para o bom desempenho

desses profissionais da graduação; dando continuidade, o terceiro capítulo

versará sobre as práticas de ensino e, finalizando este tema, o quarto capítulo

tratará dos recursos tecnológicos utilizados no Ensino Superior, externalizando

a importância dos mesmos.

18

CAPÍTULO I

A ZOOTECNIA

A Zootecnia é a ciência aplicada que trata da adaptação dos animais

domésticos ao ambiente criatório e deste aos animais, com fins econômicos. É

também a arte de criar animais. Como ciência deriva diretamente da biologia

como uma zoologia aplicada, pois ao conhecimento biológico do animal se

aplicam os princípios da economia. Pode-se definir zootecnia como produção

animal com o objetivo de produzir o máximo, no menor tempo possível, sempre

visando lucro.

No Brasil, a Zootecnia foi ensinada como disciplina especial nos cursos

de Agronomia até 1966, quando foi criado, na PUC de Uruguaiana, RS, o

primeiro curso de graduação, em Zootecnia.

A profissão foi regulamentada em 4 de dezembro de 1968, pela lei

federal nº 5.550. Quem se forma no curso de Zootecnia recebe o título

acadêmico-profissional de zootecnista. Segundo esta lei, não podem exercer a

Zootecnia, o graduado em Medicina Veterinária e o graduado em Agronomia.

O bacharel em Zootecnia tem como principal função zelar pela criação

de animais para abate, como bovinos, suínos, avestruzes e frangos, aplicando

técnicas de criação, de aprimoramento e de melhoramentos genéticos, e

manejo das raças para o consumo humano. Administra e planeja a economia

rural de modo a organizar a criação de animais numa propriedade rural, com o

objetivo de aumentar a produtividade, melhorando a qualidade e garantindo a

sanidade dos rebanhos. Orienta o consumidor na compra e utilização de

produtos, medicamentos e rações para rebanhos, em lojas especializadas.

Formula e desenvolve suplementos alimentares, em indústrias de ração e

vitaminas. Supervisiona a aplicação de vacinas e remédios.

A graduação em Zootecnia forma profissionais aptos ao campo e a

pesquisa, estes são responsáveis pelo estudo e controle da reprodução,

aprimoramento genético e nutrição de animais criados com fins comerciais, que

visam a aumentar a produção e melhorar a qualidade dos produtos de origem

19 animal. Realizam experiências com alimentação e pesquisam formas de

garantir as condições de higiene e de prevenir e combater doenças e parasitas,

para melhorar a saúde dos rebanhos e a qualidade dos produtos derivados.

Trabalham também como administradores rurais e planejadores de fazendas e

centros de criação, orientando desde a nutrição, passando pelo manejo, até às

instalações rurais. Dedicam-se à produção dos animais indispensáveis à

alimentação e ao conforto do homem. Atua em todos os processos que visam à

exploração econômica dos animais domésticos, em propriedades e Empresas

Rurais, Empresas de Pesquisas Estaduais e Federais, Secretaria de

Agricultura, Órgão de Extensão Rural, Associação de Criadores, Empresas de

Planejamento Agropecuário, órgãos de Ensino Superior, Fábricas de Rações,

Cooperativas e Sindicatos Rurais.

O zootecnista participa das pesquisas de desenvolvimentos de novas

técnicas, sempre buscando o aumento da eficiência econômica e da

produtividade e a preservação do meio ambiente. Muito do sucesso das

exportações brasileiras de animais e de produtos de origem animal é

conseqüência do trabalho do Zootecnista. Este profissional também está

voltado para o desenvolvimento da produção aliado a pesquisa genética, em

busca de alimentos mais saudáveis, como ovos sem colesterol e carne de

porco light.

Nestes quarenta anos de existência, as ações dos Zootecnistas e o

crescimento das suas entidades de representação profissional, evidenciam

várias contribuições para o avanço do negócio agrícola no Brasil, tornando a

profissão cada vez mais reconhecida pela sociedade. Como profissão

relativamente nova no contexto daquelas que compreendem as Ciências

Agrárias, a Zootecnia procurou estabelecer-se ao longo do tempo, debatendo e

promovendo a sua consolidação diante de um cenário relativamente hostil, com

disputas em condição de desigualdade com os grupamentos profissionais mais

antigos ou majoritários, face às distorções da legislação que rege a sua

atuação no mercado de trabalho.

20 FERREIRA et al. (2006, p.83) confirma esse percurso, quando relata que

As premissas históricas e de ação profissional

anteriormente discorrida já estão inseridas no contexto

regulamentar e de avaliação vigentes dos cursos

superiores de Zootecnia e partiram tanto da evolução

própria da Zootecnia como Ciência e Profissão como do

pressuposto legal conferido pela Lei 5.550 de 04 de

dezembro de 1968, que institui e regulamenta a profissão

de Zootecnista rezando em seu artigo Art. 3º que são

privativas dos profissionais mencionados no art. 2º desta

Lei as seguintes atividades:

a) Planejar, dirigir e realizar pesquisas que visem a

informar e a orientar a criação dos animais domésticos em

todos os seus ramos e aspectos.

b) Promover e aplicar medidas de fomento à produção

dos mesmos instituindo ou adotando os processos e

regimes, genéticos e alimentares, que se revelarem mais

indicados ao aprimoramento das diversas espécies e

raças, inclusive com o condicionamento de sua melhor

adaptação ao meio ambiente, com vistas aos objetivos de

sua criação e ao destino dos seus produtos.

c) Exercer a supervisão técnica das exposições oficiais e

a que eles concorrem, bem como a das estações

experimentais destinadas à sua criação.

d) Participar dos exames a que os mesmos hajam de ser

submetidos, para o efeito de sua inscrição nas

Sociedades de Registro Genealógico.

21 Apesar das frentes que se abrem em tantas áreas, a Zootecnia passa

por momentos difíceis, provavelmente pela falta de políticas governamentais,

que incentivem a transferência de tecnologia para o setor produtivo,

prejudicando principalmente os pequenos produtores.

Além disso, o zootecnista ainda é muito prejudicado pela falta de

valorização da profissão, ou seja, ainda há produtores que dão preferência a

veterinários. Apesar de ser um grave erro, pois cada um tem seu espaço no

mercado de trabalho, o graduado em Zootecnia precisa se capacitar cada vez

mais, para ampliar seu campo de atuação, trabalhando ministrando palestras,

seminários, workshops, capacitando os produtores e tendendo entrar no ramo

da docência. Em todas essas atividades, a presença da didática é mister para

organizar, direcionar, refletir sobre o trabalho a executar ou a avaliar, para que

em outros momentos possa replanejar e re-alinhar o processo, em termos de

garantir a qualidade de sua proposta de trabalho.

Contudo, com um currículo tão amplo voltado para as atividades práticas

da criação animal, não houve a preocupação em formar um currículo que

atendesse também a prática de docente. Portanto, a carreira de professor fica

prejudicada na falta de disciplinas como didática e práticas de ensino. Levando

ao profissional da zootecnia que pretende ministrar aulas a se especializar na

área de docência, através de mestrado ou de pós-graduação na área

educacional, como a Docência no Ensino Superior.

A didática é muito importante para o currículo do zootecnista, porque

toda faculdade de zootecnia precisa de um corpo docente formado por

zootecnistas, portanto a área educacional é um forte ramo no mercado de

trabalho da zootecnia.

Segundo Luckesi (2006), “a didática para assumir um papel significativo

na formação do educador, não poderá reduzir-se e dedicar-se somente ao

ensino de meios e mecanismos pelos quais desenvolve o processo ensino-

aprendizagem” e, sim, deverá ser um modo crítico de desenvolver uma prática

educativa forjadora de um projeto histórico, que não será feito tão somente pelo

22 educador, mas, por ele conjuntamente com o educando e outros membros dos

diversos setores da sociedade.

1.1. Perfil do Professor Zootecnista

A grande maioria dos professores zootecnistas não tem grande didática,

o que não quer dizer que sejam profissionais incompetentes, e sim, que têm

pleno conhecimento e domínio do assunto, porém não sabem como passar as

informações aos alunos para que estes possam construir o conhecimento e

aprender o conteúdo ensinado da forma mais simples.

A maioria esmagadora dos professores das universidades, que não

tiveram graduação em licenciatura, tem como material didático transparências

com os tópicos das aulas, que por muitas vezes só fazem uma para toda vida

docente, que ao passar dos anos, vão ficando desbotadas e mal se consegue

ler. O mesmo acontece com as provas e planos de aula, são sempre os

mesmos todos os semestres, ou seja, aquele aluno que reprovou certa

disciplina verá tudo da mesma forma no próximo período. Tal método prejudica

muito o aluno, pois se reprovou, pode ser que não tenha entendido quando

passado desta forma, além de causar a má impressão do professor. O ideal

seria que fizesse a matéria com outro professor, com métodos de ensinos

diferentes, para tentar entender melhor o conteúdo da meteria. Certamente, há

alunos que não se dedicam como deveriam, neste caso não adianta ter um

ótimo professor, com métodos didáticos modernos, que o aluno não conseguirá

atingir o objetivo da aprovação.

Em conversa informal com alunos dos últimos períodos da graduação

em zootecnia, a maioria criticou os professores pelo fato de usar

transparências antigas e não dominar o “datashow”, alguns reclamam que os

professores usam o mesmo tom de voz a aula toda, causando desmotivação e

23 sonolência, e todos criticaram o fato dos professores serem muito “parados” em

sala de aula, falta dinâmica.

O curso de docência (licenciatura) durante a graduação proporcionaria

várias atividades, como dinâmicas de grupo, métodos de ensino, técnicas de

didática, entre outras ‘dicas’ que os tornariam professores muito melhores e

mais capazes, além do carinho e admiração dos alunos.

Bittencourt, N. A. (2006), refletindo sobre o estudo de caso, verifica que

No embasamento teórico utilizado para os encontros

buscou-se demonstrar que era possível um clima de sala

de aula mais preocupado com o aprender. Isso se faria

criando um ambiente onde o professor se tornasse um

facilitador, um mediador do processo de aprendizagem,

estabelecendo assim outras formas de relacionamento

professor-aluno e aluno-aluno, de modo a estabelecer

contratos didáticos que propiciassem uma maior

participação e responsabilidade do aluno frente ao seu

processo de aprendizagem.

24

CAPÍTULO II

DIDÁTICA

2.1. História da Didática

A história da Didática está ligada ao aparecimento do ensino como

atividade planejada e intencional dedicada à instrução. Desde os primeiros

tempos existem indícios de formas elementares de instrução e aprendizagem.

O termo “Didática” aparece quando os adultos começam a intervir na

atividade de aprendizagem das crianças e jovens através da direção deliberada

e planejada de ensino, ao contrário das formas de intervenção mais ou menos

espontâneas de antes. Estabelecendo, assim, uma intenção propriamente

pedagógica na atividade de ensino, com isso a escola se torna uma instituição,

o processo de ensino passa a ser sistematizado conforme níveis, tendo em

vista às possibilidades das crianças, às idades e ritmo de assimilação dos

estudos.

A formação da teoria didática para investigar as ligações entre ensino e

aprendizagem e suas leis ocorre no século XVII, quando João Amós Comênio

(1592-1670), um pastor protestante, escreve a primeira obra clássica sobre

didática, a Didacta Magna. Ele foi o primeiro educador a formular a idéia da

difusão dos conhecimentos a todos e criar princípios e regras do ensino.

Comênio desenvolveu idéias avançadas para a pratica educativa nas escolas,

numa época em que surgiram novidades no campo da Filosofia e grandes

transformações nas técnicas de produção, em contraposição às idéias

conservadoras da nobreza e do clero.

A didática de Comênio se baseia em alguns princípios: que a finalidade

da educação é conduzir à felicidade eterna com Deus, pois é uma força

poderosa de regeneração da vida humana, portanto, a educação é um direito

natural de todos; que por ser parte da natureza, o homem deve ser educado de

acordo com seu desenvolvimento natural, isto é, de acordo com as

25 características de idade e capacidade para o conhecimento,

conseqüentemente, a principal tarefa da didática é estudar essas

características e os métodos de ensino correspondentes; a assimilação dos

conhecimentos não se dá instantaneamente, como se o aluno registrasse de

forma mecânica a informação do professor, os conhecimentos devem ser

adquiridos a partir da observação das coisas e dos fenômenos, utilizando e

desenvolvendo sistematicamente os órgãos dos sentidos; e, que o método

intuitivo consiste da observação direta, pelos órgãos dos sentidos, das coisas,

para o registro das impressões na mente do aluno, primeiramente as coisas e

depois as palavras, das coisas mais fáceis para as mais difíceis.

Depois de Comênio vieram outros pensadores – Rousseau e Pestalozzi

– e suas idéias influenciaram muitos outros pedagogos, sendo o mais

importante deles, Johann Herbart (1766-1841), pedagogo alemão que exerceu

influência relevante na didática e na prática docente.

Herbart procurava desenvolver um método único de ensino, em

conformidade com as leis psicológicas do conhecimento. Então, estabeleceu

quatro passos didáticos que deveriam ser rigorosamente seguidos: o primeiro

seria a preparação e apresentação da matéria nova de forma clara e completa,

que denominou clareza; o segundo seria a associação entre as idéias antigas e

as novas; o terceiro, a sistematização dos conhecimentos, tendo em vista a

generalização; finalmente o quarto seria a aplicação, o uso dos conhecimentos

adquiridos através de exercícios, que denominou método. Posteriormente, os

seus discípulos desenvolveram mais a proposta dos passos formais,

ordenando-os em cinco: preparação, apresentação, assimilação, generalização

e aplicação, fórmula esta que deve ser usada até hoje por todos, desde os

professores da educação infantil até os professores universitários, inclusive os

zootecnistas.

Entre os anos 20 e 50, a Didática segue os postulados da Escola Nova,

que busca superar os da Escola Tradicional, reformando internamente a

escola. Nessa perspectiva, afirma a necessidade de partir dos interesses

espontâneos e naturais das crianças: os princípios de atividade,

26 individualização e liberdade estão na base de toda proposta didática. Passa-se

da visão da criança como um adulto em miniatura para centrar-se nela como

um ser perfeitamente capaz de adaptar-se a cada uma das fases de sua

evolução. Do aluno passivo ante os conhecimentos a serem transmitidos pelo

mestre passa-se ao "aprender fazendo" onde cada um se auto-educa

ativamente em um processo natural, sustentado por meio dos interesses

concretos dos participantes. A atenção às diferenças individuais e a utilização

de jogos educativos passem a ter papel de destaque.

Posteriormente, entre os anos 60 e 80, se passa de um enfoque

humanista centrado no processo interpessoal, a uma dimensão técnica que

enfoca o processo ensino-aprendizagem como uma ação intencional,

sistêmica, que procura organizar as condições que melhor facilitem o processo

de aprendizagem. Nesta etapa começa a preocupação com objetivos

instrucionais, na seleção de conteúdos, nas estratégias de ensino, destacando-

se palavras como produtividade, eficiência, racionalização, operatividade e

controle.

A perspectiva industrial é inserida na escola e a didática é vista como

uma estratégia para alcançar os produtos previstos para o processo de ensino-

aprendizagem. A ênfase é colocada na objetividade, racionalidade e

neutralidade do processo. Essa didática se descontextualiza dos problemas

específicos da situação específica da sala de aula e não proporciona

elementos significativos para a análise da prática pedagógica real, produzindo

uma separação entre teoria e prática.

A partir dos anos 70, houve muitas críticas às perspectivas didáticas.

Seu efeito positivo foi a denúncia da falsa neutralidade pretendida pelo modelo

tecnicista, revelando seus componentes político-sociais e econômicos. Na

atualidade a perspectiva fundamental da didática é assumir a

multifuncionalidade do processo de ensino-aprendizagem e articular suas três

dimensões: técnica, humana e política no centro configurador de sua temática.

Dos anos 90 até a atualidade, a didática tornou-se um instrumento para

possibilitar a cooperação entre docente e discente, buscando facilitar a

27 apropriação dos processos de ensinar e de aprender. Assim sendo, é

importante o comprometimento de ambos para que o conhecimento realmente

aconteça.

CASTRO (1991,p.21) apud GIL (2006, p.5) mostra, através de uma

retrospectiva histórica da Didática, que essa sempre se apresentou de forma

dinâmica, tentando dar conta das necessidades e das ideologias presentes, na

realidade histórica, falando que

A polêmica em relação à Didática é bastante

acentuada. Na verdade, esta disciplina nunca foi

monolítica. É o que prova a própria necessidade de

adjetivação adotada tantas vezes: Didática renovada,

Didática ativa, Didática nova, Didática tradicional, Didática

experimental, Didática psicológica, Didática sociológica,

Didática filosófica, Didática moderna, Didática geral,

Didática especial etc. (CASTRO, 1991, p. 21).

2.2. Didática e os Processos de Ensino e Aprendizagem

PILETTI ( 2004. p. 42) conceitua “Didática como uma disciplina técnica,

que tem como objeto específico a técnica de ensino (direção técnica da

aprendizagem)”, mostrando que “(...) ela estuda a técnica de ensino em todos

os seus aspectos práticos e operacionais, podendo ser definida como: ‘a

técnica de estimular, dirigir e encaminhar, no decurso da aprendizagem, a

formação do homem’. (Aguayo)”

A Didática é uma ciência cujo objetivo fundamental é ocupar-se das

estratégias de ensino, das questões práticas relativas à metodologia e das

estratégias de aprendizagem. Sua busca de tecnicidade se baseia em posturas

28 filosóficas como o funcionalismo, o positivismo, assim como no formalismo e o

idealismo. Sintetizando, poderíamos dizer que ela funciona como o elemento

transformador da teoria na prática.

Didática é a disciplina que estuda o processo de ensino tomado em seu

conjunto, isto é, os objetivos educativos e os objetivos do ensino, as condições

e meios que mobilizam o aluno para o estudo ativo e seu desenvolvimento

intelectual. Portanto, investiga as leis e os princípios gerais do ensino e da

aprendizagem, conforme as condições concretas em que se desenvolvem

(LIBÂNEO, 1994).

Ambas as definições acima mostram que elas definem o conceito de

Didática de forma complementar, mas colocando-a como instrumento de

ensino.

O professor deverá atingir a três objetivos primordiais para alcançar o

processo ensino-aprendizagem, sendo eles: garantir aos alunos o domínio

mais seguro e duradouro possível dos conhecimentos científicos passados;

criar condições para que os alunos desenvolvam capacidades e habilidades

intelectuais, criando métodos de estudo individuais, visando a sua autonomia

no processo de aprendizagem e independência de pensamento; e orientar seus

alunos a escolherem o melhor caminho na vida, principalmente profissional.

Para que o professor possa atingir efetivamente os objetivos, é

necessário que realize um conjunto de operações didáticas coordenadas entre

si, que são o planejamento, a direção do ensino e da aprendizagem e a

avaliação, sendo cada uma delas desdobradas em tarefas ou funções

didáticas, mas que convergem para a realização do ensino propriamente dito.

O ensino tem caráter bilateral, ou seja, combina a atividade do professor

(ensinar) com a atividade do aluno (aprender). O processo de ensino faz

interagir dois momentos indissociáveis: a transmissão e a assimilação ativa de

conhecimentos e habilidades. Na transmissão o professor organiza os

conteúdos e os torna didaticamente assimiláveis, provê as condições e os

meios de aprendizagem, controla e avalia; entretanto, a transmissão sugere a

assimilação ativa, pois os alunos se apropriam dos conhecimentos transmitidos

29 pelos professores. Porém, não há assimilação se não houver um sistema de

conhecimento a ser assimilado. Portanto, a escola deve prover aos alunos

conhecimentos sistematizados que, contribuindo para seu desenvolvimento

intelectual, sejam úteis para a atividade do estudo e para sua vida prática. À

medida que são assimilados conhecimentos, habilidades e hábitos são

desenvolvidas as capacidades cognoscitivas (observação, compreensão,

análise e síntese, relacionar fatos e idéias), indispensáveis à independência de

pensamento e o estudo ativo.

A principal tarefa do professor, inclusive universitário, é garantir a

unidade didática entre ensino e aprendizagem, através do processo de ensino.

Ensino e aprendizagem são duas facetas de um mesmo processo didático. O

professor planeja, dirige e controla o processo de ensino, tendo em vista

estimular a atividade própria dos alunos para a aprendizagem.

Para o professor universitário esta relação de ensino e aprendizagem é

mais complicada, pois muitas vezes os professores se vêem como

especialistas lecionando a um grupo de alunos interessados em assistir a suas

aulas. A atividade desses professores, que na maioria das vezes reproduz os

processos pelos quais passaram ao longo de sua formação, centraliza-se em

sua própria pessoa, em suas qualidades e habilidades. Assim, acabam

demonstrando que fizeram a escolha errada optando pelo ensino, ou não foram

bem preparados na graduação para ministrar aulas.

Porém, também há professores que vêem os alunos como os principais

agentes do processo educativo, que se preocupam em identificar suas

aptidões, necessidades e interesses com o objetivo de auxiliá-los na coleta de

informações que necessitam no desenvolvimento de novas habilidades, nas

futuras escolhas e na modificação de atitudes e comportamentos. Suas

atividades estão centradas na figura do aluno, em suas aptidões, capacidades,

expectativas, interesses, possibilidades, oportunidades e condições para

aprender, ou seja, atuam como facilitadores da aprendizagem. Contudo, é

difícil formar professores assim sem que haja na grade curricular das diversas

graduações, disciplinas direcionadas à licenciatura. Pois são nas disciplinas de

30 pedagogia, como a didática, que se discute a importância do processo ensino-

aprendizagem, as operações didáticas indispensáveis à construção do

conhecimento, o método de ensino que busca o aluno agir e pensar por si

próprio, enfim, um professor preocupado em ensinar e orientar seus alunos.

Além disso, não basta que apenas o professor se dedique à

aprendizagem, outros fatores, que ocorrem naturalmente, interferem na

capacidade dos alunos de compreender fatos e teorias e desenvolver

habilidades para a solução dos problemas. Podem-se considerar três fontes

independentes de influência sobre a aprendizagem: o estudante, o professor e

o curso, e sendo estas sujeitas a algumas variáveis. As variáveis relacionadas

aos alunos dizem respeito às suas aptidões, aos seus hábitos de estudo e à

sua motivação. Já as variáveis relacionadas aos professores, referem-se

principalmente aos conhecimentos à matéria, às suas habilidades pedagógicas,

à sua motivação e à sua percepção acerca da educação. Por fim, as variáveis

relacionadas ao curso referem-se aos objetivos propostos e os métodos

utilizados para alcançá-los.

À medida que a ênfase é colocada na aprendizagem, o papel

predominante do professor deixa de ser o de ensinar, e passa a ser o de ajudar

o aluno a aprender. Assim, como disse GIL (2006) em citação a Werner e

Bower, educar deixa de ser a “arte de introduzir idéias na cabeça das pessoas,

mas sim de fazer brotar idéias”.

31

CAPÍTULO III

PRÁTICAS DE ENSINO

As atividades do professor universitário começam com o planejamento,

que ocorre algumas semanas antes do início das aulas. Por mais experiente

que seja o professor, o planejamento é indispensável, pois assim seu trabalho

assume racionalidade e pode ser avaliado.

A maioria dos professores universitários reconhece a importância do

planejamento do ensino, mas nem todos planejam seus cursos de maneira

eficaz e criativa. Em muitos casos isso ocorre pela falta de preparação durante

a graduação, pela deficiência das disciplinas de pedagogia, como por exemplo,

a disciplina práticas de ensino. Muitos professores simplesmente seguem os

capítulos de um livro-texto, sem se preocupar com que os alunos realmente

aprendam.

Existem muitas definições de planejamento, sendo que a maioria se

refere à busca de equilíbrio entre meios e fins, entre recursos e objetivos, mas

diferem devido as diferentes teorias de planejamento. Sendo uma delas a de

Carvalho (1976), que diz que o planejamento está baseado em quatro

elementos: processo, eficiência, prazos e metas. Assim, planejamento

educacional pode ser definido como o processo sistematizado mediante o qual

se pode conferir maior eficiência às atividades educacionais para alcançar as

metas estabelecidas em determinado prazo. O processo de planejamento

envolve quatro etapas: diagnóstico, planejamento, execução e avaliação.

Existem quatro níveis de planejamento: o educacional, que é o mais

amplo e por isso está a cargo do Ministério da Educação; o institucional, que é

desenvolvido pelas Instituições de Ensino Superior (IES); o curricular, que é

definido pelas Diretrizes Curriculares e o planejamento do ensino, que é o que

se desenvolve em nível mais concreto e está a cargo dos professores.

32 O planejamento do ensino é alicerçado no planejamento curricular e tem

como objetivo o direcionamento sistemático das atividades a serem

desenvolvidas dentro e fora da sala de aula com finalidade de facilitar o

aprendizado dos alunos.

Então o professor universitário precisa ser capacitado para, ao assumir

uma disciplina, tomar uma série de decisões: os objetivos a serem alcançados

pelos alunos, o conteúdo programático adequado para o alcance desses

objetivos, as estratégias e os recursos que vai adotar para facilitar a

aprendizagem e os critérios de avaliação. À medida que essas ações docentes

são planejadas, evita-se a improvisação, garante-se maior chance de alcançar

os objetivos, com maior segurança e economia de tempo.

A grande vantagem do planejamento é a sua flexibilidade, visto que o

professor pode avaliar seus alunos durante o curso, e de acordo com o

desempenho dos alunos, fazer alterações para melhorar a qualidade do curso.

Assim, o professor pode fazer um replanejamento de seu curso, mediante

redefinição de objetivos, acréscimos ou supressão de conteúdos ou mudança

nas estratégias de ensino. Muitas vezes, essas alterações podem ser feitas no

decorrer do semestre.

O plano de aula é um detalhamento do plano do ensino. A preparação

das aulas também é uma tarefa indispensável ao bom professor, e deve

resultar num documento escrito que servirá para orientar as ações do professor

e possibilitar constantes revisões e aprimoramentos de semestre em semestre.

Através das “práticas de ensino” é possível a um professor zootecnista a

elaboração de um plano de aula. Para isto é necessário levar em consideração

que a aula é um período de tempo variável, e que dificilmente completamos em

uma só aula o conteúdo de toda uma unidade, pois o processo de ensino e

aprendizagem se compõe de uma seqüência de fases articuladas, ou passos

didáticos: preparação e apresentação de objetivos, conteúdos e tarefas;

desenvolvimento da matéria nova; consolidação (através de exercícios de

fixação e recapitulações); aplicação e avaliação. Ou seja, o professor deve

planejar não uma aula, e sim um conjunto de aulas.

33 O desenvolvimento metodológico será desdobrado nos seguintes itens,

para cada assunto novo: preparação e introdução do assunto; desenvolvimento

e estudo ativo do assunto; sistematização e aplicação; trabalhos em grupos. Os

momentos didáticos do desenvolvimento metodológico não são rígidos. Cada

momento terá duração de acordo com o conteúdo e com o nível de assimilação

dos universitários. Pode ser que a exposição oral da matéria leve mais tempo,

ou se demore mais em aulas com dinâmicas de grupo para a fixação da

matéria, por exemplo.

O termo aula não se aplica somente à aula expositiva, mas a todas as

formas didáticas e organizadas pelo professor, visando realizar o ensino e a

aprendizagem. Resumindo, a aula é toda situação didática na qual se põem

objetivos, conhecimentos, problemas, desafios, com fins instrutivos e

formativos, que levam os jovens a aprenderem.

34

CAPÍTULO IV

RECURSOS TECNOLÓGICOS

A aula expositiva é de grande valor no Ensino Superior, sobretudo

quando o professor domina o conteúdo da disciplina que ministra e detém

habilidades comunicativas. Porém, as limitações das explicações verbais

podem ser facilmente identificadas, pois muito do que é passado aos

estudantes na forma de verbalismo constitui-se em palavras vazias, sem

significado. Os esforços verbais dos professores muitas vezes são suficientes

apenas para que o estudante tenha uma idéia do que se trata o assunto, e é

preciso que na eminência de uma prova se ponham a estudar para decorar a

matéria, sem que se tornem capazes de compreender o seu significado ou

aplicá-la a situações concretas.

Com o objetivo de tornar a comunicação mais eficaz e a aula mais

didática, os professores devem lançar mão de recursos audiovisuais, que vão

desde os simples desenhos feitos no quadro até os sofisticados programas de

computador. Os recursos disponíveis para o ensino são tão numerosos e têm

passado por notável processo de aperfeiçoamento que o professor deve aderir

à tecnologia de ensino.

A ‘Tecnologia Educacional’ privilegia o uso de computadores em sala de

aula e a conexão da sala de aula com o mundo externo por meio da internet,

mas inclui também o uso da televisão, do rádio, do vídeo, do retroprojetor e até

mesmo o quadro-de-giz. Portanto, tecnologia educacional seria de fato tudo

que o ser humano construiu tanto em termos de artefato, quanto de métodos

modernos para ampliar sua capacidade de ensinar. Contudo, apesar do grande

desenvolvimento das tecnologias, a fala e o texto impresso continuam sendo

tecnologias fundamentais para a educação.

Atualmente, os recursos educacionais são tantos em relação a opções e

estão sempre em processo de aperfeiçoamento que existem tecnologias

referentes tanto ao uso de equipamentos e quanto à utilização das teorias de

35 aprendizagem. Assim, os recursos tecnológicos se tornam importantes

ferramentas que são colocadas à disposição dos professores para facilitar a

comunicação docente, só é preciso que se tenha em todos os tipos de

graduações, inclusive a Zootecnia, uma disciplina que faça a abordagem de

todos esses recursos e explique quando e como utilizá-los, ou seja, a didática.

Porém, é necessário que o professor esteja consciente das vantagens e

limitações desses recursos, das circunstancias em que são recomendados e

dos cuidados necessários em sua utilização.

A exposição tradicional, baseada apenas na verbalização, se mostra

cada vez mais ultrapassada e pouco eficiente para garantir a atenção dos

estudantes universitários. O mundo do lado de fora da sala de aula é

extremamente rico em estímulos que despertam a atenção dos alunos,

principalmente os adolescentes e adultos, que não se pode colocar de castigo

e nem impedir que saiam da sala. Então, os recursos tecnológicos, como

aparelhos de vídeo e computadores, seriam novas e eficazes fontes de atração

para estudantes universitários. Estes são intensamente estimulados pelos

meios de comunicação em massa, por isso se os professores quiserem ter uma

comunicação eficiente e cordial com os alunos, não poderão ignorar esses

meios. Alguns educadores podem criticar o conteúdo das mensagens

veiculadas pela televisão, pelos jornais e pela internet, mas não podem negar

que estas mensagens são geralmente elaboradas com grande competência,

principalmente no que se refere à capacidade de despertar a atenção do

público.

Ao se recomendar aos docentes do ensino superior a utilização de

recursos mais modernos não está se propondo que transformem suas aulas

em espetáculos, mas que reconheçam a grande vantagem deles ao tentar

prender a atenção dos alunos. Quando os recursos são bem elaborados e

apresentados oportunamente, são capazes de despertar a atenção dos

estudantes de forma superior à exposição oral e assim, facilitar a aquisição de

novos conhecimentos e de contribuir para a formação de atitudes.

36 Quando se pretende a transmissão do conhecimento uma boa palestra

ou uma aula expositiva bem preparada são perfeitas estratégias de ensino,

mas quando se pretende alcançar a compreensão e a aplicação do

conhecimento, recomenda-se a realização de experiências práticas. Porém,

algumas dessas experiências não podem ser feitas em sala de aula, e quando

feitas não podem ser repetidas. Assim, os recursos tecnológicos tornam-se

importantes porque possibilitam superar as barreiras que surgem na realização

dessas experiências. Isso ocorre porque através de fotografias, transparências,

filmes, entre outros recursos, é possível apresentar aos estudantes

experiências imensas ou microscópicas, distantes no espaço ou fragmentadas

em diversos lugares, permitindo que os alunos tenham uma aprendizagem bem

próxima à realidade.

Professores tradicionais podem alegar que os recursos tecnológicos não

substituem a realidade, porém, nem sempre a realidade está didaticamente

organizada, e o contato direto dela com os alunos não é garantia de

aprendizagem.

Os recursos tecnológicos, além de servir para despertar a atenção dos

alunos e proporcionar experiências concretas, favorecem apresentações bem

organizadas. As transparências e os slides do “PowerPoint”, por exemplo,

podem ser organizadas em seqüência tal que favorece a apresentação

igualmente organizada dos conteúdos, contribuindo para maior retenção da

matéria. Os recursos também favorecem a retenção da matéria de forma que

podem ser frequentemente repetidos sem monotonia, ou seja, o que é dito

oralmente pode ser relembrado com a apresentação de um cartaz ou com a

projeção de slides, por exemplo.

Apesar de tantas vantagens, a utilização de recursos tecnológicos no

ensino também pode, em certas circunstâncias, apresentar aspectos negativos,

como por exemplo, o exagero. Pois está claro que os recursos tecnológicos

servem para dar um caráter mais moderno ao ensino, que geralmente agradam

os alunos e simplificam a apresentação das aulas. O principal problema destes

recursos é que, à medida que vão sendo usados exaustivamente,

37 principalmente os filmes e as coleções de transparências, desmotivam o aluno

ao estudo ativo, ou seja, levam à acomodação dos alunos, que não participam

da aula. O professor deve ter didática para utilizar esses recursos, por

exemplo, uma coleção de transparências bem organizada pode ser muito

interessante, mas se o professor não estimular a participação dos alunos

através de perguntas ou comentários, não estará fazendo bom uso desse

recurso.

Outro problema comum ocorre quando as aulas acabam sendo

direcionadas pelo uso de determinado recurso, assim as aulas se tornam

completamente dependentes destes recursos. O vídeo, o projetor multimídia,

assim como o retroprojetor e qualquer outro recurso tecnológico, deve ser

utilizado como auxiliar de ensino e não como direcionador do processo

didático.

O primeiro passo é a escolha do recurso, que deve ser feita de tal forma

que estes auxiliem no alcance dos objetivos pretendidos, de acordo com o

conteúdo programático. Para o alcance dos objetivos mais elementares do

domínio cognitivo, memorização e compreensão, as tecnologias que permitem

a projeção da informação, como o retroprojetor e o projetor multimídia, são

muito adequadas. Programas, como o PowerPoint, contribuem para facilitar a

aprendizagem, além de tornar as aulas mais interessantes, porém os

estudantes exercem um papel passivo. Quando os professores esperam que

os alunos alcancem objetivos em níveis mais elevados, como aplicação,

análise, síntese e avaliação, é necessário usar tecnologias mais complexas,

que favoreçam a reflexão e promovam o engajamento dos estudantes num

processo mais ativo, permitindo aplicação, interação e avaliação do que

aprenderam (Gil, 2006).

Para utilizar adequadamente as tecnologias de ensino, o professor

precisa levar em consideração a familiaridade dos estudantes com as novas

tecnologias e sua acessibilidade a computadores e programas de informática.

Se o professor estiver interessado não só em simplificar o seu trabalho e em

agradar os alunos, mas também em favorecer sua aprendizagem, deverá

38 analisar atentamente as vantagens e as limitações dos recursos tecnológicos

antes de se decidir pela sua utilização no processo ensino-aprendizagem.

É importante alertar que os recursos tecnológicos, por mais simples que

pareçam, requerem conhecimentos e habilidades técnicas para sua utilização.

4.1. Tipos de Recursos Tecnológicos no Ensino Superior

4.1.1. Folhas Auxiliares

São folhas, contendo esquemas de aula, fórmulas, diagramas,

fluxogramas, definições de termos ou tabelas, que podem facilitar a

aprendizagem, e por isso são consideradas recursos tecnológicos. São

preparadas pelo professor de acordo com as necessidades do curso e

disponibilizadas para o aluno tirar cópias após as aulas.

4.1.2. Quadro-de-giz e/ou quadro branco

São muitas as vantagens do uso de quadros: acessibilidade, é um

recurso encontrado em toda sala de aula, praticidade, não exige habilidades

especiais do professor e versatilidade, pois podem ser adequados ao nível de

informação da classe e podem ser usados de diferentes formas.

O quadro não deve ser totalmente substituído por inovações

tecnológicas, pois o ato de escrever sobre o quadro produz efeitos muito

interessantes nos estudantes, contribui para a concentração na aula e os

estimula a anotar o que o professor escreve. Portanto, o quadro é o local

adequado para escrever palavras-chave ou nomes que sejam convenientes

memorizar ao longo de uma aula expositiva.

39 4.1.3. Lousa interativa (smart board)

A lousa interativa nada mais é do que a combinação do tradicional

quadro branco com a tecnologia do computador, ou seja, a imagem do

computador é projetada na lousa, e basta tocar sua superfície para acessar ou

controlar as funções do computador.

4.1.4. Blocos de papel (flip-charts)

Os flip-charts ainda são utilizados em cursos universitários, são

utilizados com as mesmas finalidades dos quadros, mas com algumas

vantagens adicionais, pois o que foi escrito neles não precisa ser apagado,

podendo ser consultado a qualquer momento. Podem ser folheados para frente

e para trás, as folhas são removíveis e transportadas com facilidade de uma

sala para outra.

4.1.5. Retroprojetor

O retroprojetor pode ser considerado um recurso ultrapassado, porém,

continua sendo muito usado no Ensino Superior devido ao seu baixo custo e a

pouca familiaridade de muitos professores com a preparação de transparências

eletrônicas e manejo do projetor multimídia.

Para obtenção de bons resultados com o retroprojetor é necessário

seguir algumas práticas didáticas: o professor deve ficar junto ao retroprojetor,

de frente para os alunos, mantendo contato visual com o grupo; para assinalar

algum ponto da projeção, o professor deve fazê-lo na própria transparência,

com o auxilio de uma caneta ou lápis, e não na tela; o retroprojetor deve ficar

em cima de uma mesa, e nela dividir as transparências em duas pilhas, uma

das transparências usadas e outra das que ainda serão projetadas.

40 4.1.6. Videocassete e DVD

O videocassete e o DVD constituem as tecnologias de áudio e vídeo

mais utilizadas no Ensino Superior, pois têm grande potencial para favorecer a

aprendizagem. O DVD, por ser uma tecnologia mais moderna, apresenta

muitas vantagens em relação ao videocassete, principalmente quanto a

qualidade de imagem e som. Além disso, o DVD é mais interativo e permite o

acesso a cenas específicas do filme.

Assim como os outros recursos, são necessárias práticas didáticas para

garantir maior eficácia do ensino: o material utilizado deverá estar diretamente

relacionado com os objetivos de ensino; os filmes deverão ser de curta

duração; as apresentações deverão ser complementadas pela comunicação

oral do professor; a apresentação deve ser seguida de discussão do assunto

com os estudantes e é conveniente estabelecer um sistema de avaliação, tanto

da aprendizagem como da reação dos alunos, para se fazer alterações se for

necessário.

4.1.7. Projetor multimídia

O projetor multimídia, atualmente, é um dos recursos tecnológicos mais

apreciados pelos professores universitários, uma vez que este substitui com

vantagem a maioria dos recursos tecnológicos de ensino. Este recurso é capaz

de promover a projeção de imagens da tela de computadores, filmadoras,

videocassetes e DVDs; faz apresentação de gráficos, textos e planilhas com a

possibilidade de uso de som e animação; realiza projeções de imagens em

cores brilhantes e saturadas, mesmo com as luzes acesas; é de fácil

locomoção, por ser compacto e leve; possibilita a projeção direta do que é

digitado ou desenhado na tela do computador; tem comando de apresentação

a distância e leitura do material projetado sem que o professor tenha que olhar

para a tela.

Porém, como qualquer outro recurso, apresenta limitações. O custo de

sua aquisição e manutenção ainda é relativamente alto, e por isso existe em

quantidade insatisfatória na maioria das instituições de Ensino Superior,

41 quando existe, requerendo muitas vezes que o professor solicite com muita

antecedência sua utilização, quando esta é possível.

A forma mais comum de usar o projetor multimídia no Ensino Superior

tem sido a apresentação eletrônica, para isso, o programa mais usado é o

PowerPoint, mas existem outros, como o Imagine e o SmartDraw.

A apresentação eletrônica, ou seja, em slides no PowerPoint, exerce

muita sedução ao professor, pois tem muitas vantagens em relação a outros

tipos de apresentação. Por exemplo: podem ser feitas alterações no material

até o ultimo momento; as animações de texto e os elementos gráficos ajudam a

ilustrar a aula e a prender a atenção dos estudantes; permite a utilização de

efeitos de multimídia; com um pouco de arte, as mensagens se tornam muito

atraentes, principalmente quando se usa animação. Mas é preciso ter cuidado

com o uso exagerado de animações, pois o excesso de efeitos pode tirar a

atenção do aluno do conteúdo para as animações.

4.1.8. E-mails

O uso de e-mails vem se tornando cada vez mais freqüente no Ensino

Superior, uma vez que os alunos são mais independentes dos professores, e

desta forma o professor pode se comunicar com vários alunos ao mesmo

tempo e à distância. Através deles os professores podem fornecer aos alunos

informações acerca dos procedimentos na elaboração de trabalhos, do prazo

para sua apresentação, e principalmente enviar textos para leitura para

posterior discussão em sala de aula, indicar sites de interesse para pesquisas

relativas à disciplina, entre outros interesses.

4.1.9. Fóruns de discussão on line

Em algumas disciplinas, principalmente em sistema de ensino a

distância, os professores criam fóruns para discussão on line de temas ligados

ao curso, na Zootecnia, especificamente, esses fóruns não são comuns. Os

fóruns são mais usados quando não se pode reunir os alunos no mesmo

42 horário, e se tornam muito úteis para estimular a continuidade dos debates

iniciados em sala de aula.

Todos esses tipos de recursos tecnológicos aqui apresentados poderiam

ser dominados por professores zootecnistas, se na graduação houvesse a

disciplina didática. Porém, vale ressaltar que tudo em exagero é indesejável,

portanto deve-se sempre optar por recursos que melhor atendam o objetivo do

assunto a ser ministrado, e da forma mais simples possível.

43

CONCLUSÃO

Pode-se concluir que o professor universitário de qualquer área

necessita, além do domínio dos conhecimentos específicos da disciplina que

pretende lecionar, de habilidades pedagógicas suficientes para tornar o

aprendizado mais eficaz. É evidente a deficiência na formação do professor do

Ensino Superior, exceto os pedagogos, em relação à falta de didática. É

necessário que os professores tenham o domínio dos conhecimentos teóricos e

metodológicos para saber se portar como docentes.

Este estudo confirmou a hipótese de que ao se inserir a disciplina

didática na graduação em Zootecnia, os futuros profissionais estarão muito

mais aptos a ministrar suas aulas, devido às práticas pedagógicas ensinadas

nesta disciplina.

Como foi descrito nesta monografia, as práticas de ensino e a utilização

eficiente e eficaz dos recursos tecnológicos, advindos da Didática, são

essenciais para mostrar excelência do desempenho do professor e da

construção do conhecimento pelos discentes, mostrando a relevância que deve

retratar o processo de ensino-aprendizagem.

Portanto, tem-se que concordar com FREIRE (1999, p. 134) quando diz

que

(...) ensinar não é transferir conteúdo a ninguém,

assim como aprender não é memorizar o perfil do

conteúdo transferido no discurso vertical do professor.

Ensinar e aprender têm que ver com o esforço

metodicamente crítico do professor de desvelar a

compreensão de algo e com o empenho igualmente

crítico do aluno de ir entrando como sujeito em

aprendizagem, no processo de desvelamento que o

professor ou professora deve deflagrar(...)

44

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BITTENCOURT, N. A. Formação Pedagógica para o Exercício da Docência no

Ensino Superior: uma questão necessária para a organização curricular. Anais

da 58a Reunião Anual da SBPC – Florianópolis, SC – julho, 2006.

FERREIRA, W. M. et al. Zootecnia Brasileira: Quarenta Anos de História e

Reflexões. Revista Acadêmica, Curitiba, v.4, n.3, p. 77-93, jul/set, 2006.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.

SP: Paz e Terra, 1999.

GIL, A. C. Didática do ensino superior. SP: Atlas, 2006.

LIBÂNEO, J. C. Didática. SP: Cortez. 2001.

PILETTI, C. Didática geral. SP: Ática. 2004

45

BIBLIOGRAFIA CITADA

BITTENCOURT, N. A. Formação Pedagógica para o Exercício da Docência no

Ensino Superior: uma questão necessária para a organização curricular. Anais

da 58a Reunião Anual da SBPC – Florianópolis, SC – julho, 2006.

FERREIRA, W. M. et al. Zootecnia Brasileira: Quarenta Anos de História e

Reflexões. Revista Acadêmica, Curitiba, v.4, n.3, p. 77-93, jul/set, 2006.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.

SP: Paz e Terra, 1999.

GIL, A. C. Didática do ensino superior. SP: Atlas, 2006.

LIBÂNEO, J. C. Didática. SP: Cortez. 2001.

PILETTI, C. Didática geral. SP: Ática. 2004

LUCKESI, C. O papel da didática na formação do educador:

www.luckesi.com.br

46

WEBGRAFIA

Associação Brasileira de Zootecnistas: www.abz.org.br

Centro de Referência Educacional: www.centrorefeducacional.com.br

LUCKESI, C. O papel da didática na formação do educador:

www.luckesi.com.br

Portal do Zootecnista: www.zootecnista.com.br

Wikipédia, a enciclopédia livre: www.wikipedia.org

47

ANEXO

LEI NO 5.550 – DE 4 DE DEZEMBRO DE 1968

Origem: Poder Legislativo

48 Lei Nº5.550 – de 04 de dezembro de 1968

w Dispõe sobre o exercício da profissão de Zootecnista.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Faço saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O exercício da profissão de Zootecnista obedecerá ao disposto nesta

Lei.

Art. 2º Só é permitido o exercício da profissão de Zootecnista:

a. ao portador de diploma expedido por Escola de Zootecnia oficial ou

reconhecida e registrado na Diretoria do Ensino Superior do Ministério

da Educação e Cultura;

b. ao profissional diplomado no estrangeiro, que haja revalidado e

registrado seu diploma no Brasil, na forma da legislação em vigor;

c. ao Agrônomo e ao Veterinário diplomados na forma da lei.

Art. 3º São privativas dos profissionais mencionados no art. 20 desta Lei

as seguintes atividades:

a. planejar, dirigir e realizar pesquisas que visem a informar e a orientar

a criação dos animais domésticos, em todos os seus ramos e

aspectos;

b. promover e aplicar medidas de fomento à produção dos mesmos,

instituindo ou adotando os processos e regimes, genéticos e

alimentares, que se revelarem mais indicados ao aprimoramento das

diversas espécies e raças, inclusive com o condicionamento de sua

melhor adaptação ao meio ambiente, com vistas aos objetivos de sua

criação e ao destino dos seus produtos;

c. exercer a supervisão técnica das exposições oficiais e a que eles

concorrem, bem como a das estações experimentais destinadas à sua

criação;

d. participar dos exames a que os mesmos hajam de ser submetidos,

para o efeito de sua inscrição nas Sociedades de Registro

Genealógico.

Art. 40 A fiscalização do exercício da profissão de Zootecnista será

exercida pelo Conselho Federal e pelos Conselhos Regionais de

49 Engenharia, Arquitetura e Agronomia, enquanto não instituídos os

Conselhos de Medicina Veterinária ou os da própria entidade de classe.

Parágrafo único Revogado pelo Art. 10 do Decreto-Lei n0 425, de

21/01/69.

Art. 50 O poder de disciplinar e aplicar penalidades ao Zootecnista

compete exclusivamente ao Conselho Regional em que estiver inscrito,

ao tempo da falta punível.

Parágrafo único. REVOGADA1

Art. 60 As penas disciplinares aplicáveis ao Zootecnista são as

estabelecidas para os demais profissionais obrigados a registro no

mesmo Conselho Regional.

Art. 70 Na administração pública é obrigatória, sob pena de crime de

responsabilidade, a apresentação do diploma por parte daqueles a quem

esta Lei permitir o exercício da profissão de Zootecnista, sempre que se

tratar de provimento de cargos que ela deles tornou privativos.

Parágrafo único A apresentação do diploma não dispensa a prestação

do concurso.

Art. 80 VETADO

Art. 90 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 100 Revogam-se as disposições em contrário.

A. COSTA E SILVA

Tarso Outra

Jarbas G. Passarinho

Publicado no DOU, de 05-12-1968

10 parágrafo único do art. 40 foi revogado pelo Decreto-Lei n0 425, de 21 de

janeiro de 1969, publicado no DOU, de 22-01-1969.

50

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A ZOOTECNIA 11

1.1. Perfil do Professor Zootecnista 15

CAPÍTULO II

DIDÁTICA 17

2.1. História da Didática 17

2.2. Didática e os Processos de Ensino e Aprendizagem 20

CAPÍTULO III

PRÁTICAS DE ENSINO 24

CAPÍTULO IV

RECURSOS TECNOLÓGICOS 27

4.1. Tipos de Recursos Tecnológicos no Ensino Superior 31

4.1.1. Folhas Auxiliares 31

4.1.2. Quadro-de-giz e/ou quadro branco 31

4.1.3. Lousa interativa (smart board) 32

4.1.4. Blocos de papel (flip-charts) 32

4.1.5. Retroprojetor 32

4.1.6. Videocassete e DVD 33

4.1.7. Projetor multimídia 33

4.1.8. E-mails 34

4.1.9. Fóruns de discussão on line 34

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 37

ANEXO 40

FOLHA DE AVALIAÇÃO 44

51

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

Campus: Barra

Título da Monografia: As Contribuições da Didática na Atuação

do Professor Zootecnista.

Autor: Tatiana Oliveira da Silva

Orientador: Carlos Cereja

Data de entrega: 26 de janeiro de 2008

Conceito:

___________________________________

Assinatura do examinador

52

EVENTOS CULTURAIS