50
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA ANA GABRIELA BARROSO LEAL AS DIFICULDADES NO PREENCHIMENTO DAS FICHAS DE INVESTIGAÇÃO HOSPITALAR DE ÓBITO FETAL E INFANTIL NA MATERNIDADE DONA EVANGELINA ROSA TERESINA (PI) 2014

AS DIFICULDADES NO PREENCHIMENTO DAS FICHAS DE ... · A boa qualidade das informações em prontuários e declarações de óbito são de extrema importância para uma boa investigação

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

ANA GABRIELA BARROSO LEAL

AS DIFICULDADES NO PREENCHIMENTO DAS FICHAS DE

INVESTIGAÇÃO HOSPITALAR DE ÓBITO FETAL E INFANTIL NA

MATERNIDADE DONA EVANGELINA ROSA

TERESINA (PI)

2014

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

ANA GABRIELA BARROSO LEAL

AS DIFICULDADES NO PREENCHIMENTO DAS FICHAS DE

INVESTIGAÇÃO HOSPITALAR DE ÓBITO FETAL E INFANTIL NA

MATERNIDADE DONA EVANGELINA ROSA

TERESINA (PI)

2014

Monografia apresentada ao Curso de Especialização

em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Saúde

Materna, Neonatal e do Lactente, do Departamento

de Enfermagem da Universidade Federal de Santa

Catarina como requisito parcial para a obtenção do

título de Especialista.

Profa. Orientadora: Rachel Salvatori

FOLHA DE APROVAÇÃO

O trabalho intitulado AS DIFICULDADES NO PREENCHIMENTO DAS FICHAS DE

INVESTIGAÇÃO HOSPITALAR DE ÓBITO FETAL E INFANTIL NA MATERNIDADE

DONA EVANGELINA ROSA de autoria da aluna Ana Gabriela Barroso Leal foi examinado e

avaliado pela banca avaliadora, sendo considerado APROVADO no Curso de Especialização em

Linhas de Cuidado em Enfermagem – Área Saúde Materna, Neonatal e do Lactente.

_____________________________________

Profa. Dra. Rachel Salvatori

Orientadora da Monografia

_____________________________________

Profa. Dra. Vânia Marli Schubert Backes

Coordenadora do Curso

_____________________________________

Profa. Dra. Flávia Regina Souza Ramos

Coordenadora de Monografia

TERESINA (PI)

2014

AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus e a toda minha família e, em especial, ao meu esposo Francisco Júnior pelo

carinho e dedicação. Aos meus filhos Pedro Vitor e Giovana pela alegria de viver.

Agradecimento aos meus pais e a todos que incentivaram e contribuíram para a realização deste

trabalho.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 05

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................................... 07

3 MÉTODO............................................................................................................................ 10

4 RESULTADO E ANÁLISE.............................................................................................. 12

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................ 15

REFERÊNCIAS.................................................................................................................. 16

APÊNDICES E ANEXOS ................................................................................................ 18

RESUMO

A boa qualidade das informações em prontuários e declarações de óbito são de extrema

importância para uma boa investigação do óbito infantil e fetal. O presente estudo é um relato de

experiência de tecnologia de educação e administração, no qual o cenário foi o serviço de

investigação de óbito fetal e infantil, do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia da Maternidade

Dona Evangelina Rosa - MDER, maternidade pública e estadual, no município de Teresina-Piauí,

compreendido no período de novembro de 2013 à março de 2014. Nele, buscou-se identificar as

principais dificuldades levantadas no preenchimento das fichas de investigação, e elaborar uma

cartilha para conscientização dos profissionais que preenchem as DOs, e que fazem registro nos

prontuários.

1 INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos, o Ministério da Saúde vem desenvolvendo uma atenção

diferenciada em relação à saúde da mulher e da criança. A redução da mortalidade

materna, infantil e fetal é umas das suas principais preocupações.

As estatísticas sobre mortalidade constituem ferramenta de grande valor em

administração sanitária, demográfica e epidemiológica de um país, bem como para

planejamento e gestão de políticas e ações em saúde, tornando-se imprescindível que

sejam fidedignas, tempestivas e acessíveis. Nesse indicador de saúde, os coeficientes de

mortalidade infantil e fetal são, certamente, os mais amplamente empregados na avaliação

do desenvolvimento de distintas regiões (MARTINS et al., 2013).

Entretanto, segundo Caetano et al. (2013) para que haja uma avaliação criteriosa

desse indicador, é necessário o preenchimento correto da Declaração de Óbito (DO), que é

um instrumento padronizado pelo Ministério da Saúde para a coleta de dados de

mortalidade no Brasil pelo Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). Além de atestar

o óbito, este documento permite que a investigação do óbito seja entendida do ponto de

vista médico-epidemiológico, com finalidade de qualificar a vigilância do óbito, permitir a

realização de pesquisas científicas e oferecer subsídios para diferentes objetivos, particu-

larmente àqueles que se referem ao estudo da causa da morte (BARBUSCIA; JÚNIOR,

2011).

O preenchimento incompleto e incorreto das DOs denotam, em sua maioria, uma

relativa negligência por parte da classe médica, determinando perda de dados relevantes ao

setor nacional de saúde, que trazem prejuízos às ações de políticas efetivas direcionadas ao

setor. Para Santana et al. (2011), as falhas na declaração da causa básica, elevado

percentual de causas mal definidas ou utilização de termos vagos, equívocos no

preenchimento da declaração de óbito e a elevada incompletude das variáveis limitam a

utilização das DOs para as estatísticas nacionais e investigação do óbito.

De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2009), o Núcleo Hospitalar de

Epidemiologia (NHE) tem a função de realizar busca ativa diária dos óbitos maternos,

infantis e fetais ocorridos ou atestados em suas dependências, notificar os óbitos ao serviço

de vigilância epidemiológica municipal, disponibilizar o acesso aos prontuários para a

equipe de vigilância de óbitos, preferencialmente, por profissionais de saúde não

envolvidos diretamente na assistência ao óbito e realizar a investigação dos óbitos.

Segundo a Nota Técnica 001 de 02 de outubro de 2012, que versa sobre a

investigação de óbitos infantis e fetais para os municípios piauienses, os óbitos infantis e

fetais são considerados eventos de investigação obrigatória por profissionais de saúde (da

vigilância em saúde e da assistência em saúde), visando a identificar os fatores

determinantes e subsidiar a adoção de medidas que possam prevenir a ocorrência de óbitos

evitáveis, além de contribuir para a identificação do número real de óbitos infantis e fetais,

à medida que permitem a identificação daqueles que não foram informados corretamente e

os que não têm declarações de óbitos registrados ou não entraram no sistema de

informação.

Diante do contexto apresentado, a qualidade das informações dos prontuários e das

DOs preenchidas contribuem, para análise da situação sanitária e oferecem subsídios para

o planejamento, tomada de decisões baseadas em evidências, organização dos serviços de

saúde e construção de indicadores com ênfase no SIM, além contribuir para a elaboração

de medidas preventivas, visando à redução dos óbitos potencialmente evitáveis.

Dessa forma, o objetivo geral desse estudo constituiu-se em descrever as

principais dificuldades na coleta de dados do prontuário e das DOs fetais e infantis

durante o preenchimento das fichas de investigação do óbito fetal e infantil, ocorridos

na Maternidade Dona Evangelina Rosa, no município de Teresina/Piauí. Como objetivo

específico, foi proposta a elaboração de duas cartilhas educativas para as equipes

médicas e de enfermagem visando a melhor sistematização dos registros em prontuário e

nas respectivas DOs.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O óbito perinatal é um evento não muito comum nos países desenvolvidos,

porem, nos países menos favorecidos sócio-economicamente os dados ainda são

alarmantes e pouco valorizados. Barbuscia e Júnior (2011) definem esse tipo de óbito

como a soma dos óbitos fetais, que ocorrem a partir de 500g ou 22 semanas de gestação,

e dos óbitos neonatais precoces, que ocorrem a partir do nascimento até seis dias de

vida. Esses óbitos têm ganhado maior importância por ser um indicador sensível da

saúde materno infantil, além de refletir aspectos relativos à saúde reprodutiva, ao acesso

e à qualidade de recursos disponíveis para a assistência ao pré-natal, ao parto e ao

neonato (ALMEIDA et al, 2011).

Outro indicador que também reflete a situação de uma nação é o óbito fetal. No

entanto, são historicamente negligenciados pelos serviços de saúde, que ainda não

incorporaram na sua rotina de trabalho a análise de sua ocorrência e tampouco

destinaram investimentos específicos para sua redução (BRASIL, 2009). A mesma

referência reitera ao considerar como óbito fetal a morte do produto da gestação antes

da expulsão ou de sua extração completa do corpo materno, independentemente da

duração da gravidez. Esse tipo de óbito partilha das mesmas circunstâncias e etiologia

dos óbitos infantis, sendo grande parte, considerados evitáveis (ALMEIDA et al. 2011).

Assim, o Brasil acompanha a tendência internacional, com raros estudos sobre

mortalidade fetal. Esse indicador não faz parte dos nossos indicadores básicos de saúde.

Oito unidades da federação possuem seus dados sobre mortalidade perinatal divulgados,

cujas estatísticas vitais são consideradas de boa qualidade. A sub numeração dos óbitos

fetais e a baixa completitude dos dados registrados nas DOs contribuem para esse

quadro. No entanto, as mortalidades infantil e fetal deverão ocupar espaço importante na

agenda nacional de pesquisas em saúde, em face a sua progressiva importância

(SANTANA et al. 2011).

De acordo com Maia, Souza e Mendes (2012), o óbito infantil e fetal como

ocorrências evitáveis por serviços de saúde eficazes constituem-se em eventos

sentinelas da qualidade da atenção à saúde. Em países onde o risco de morrer dos

menores de um ano é elevado, a necessidade de se obter indicadores de qualidade que

evidenciem esta problemática não é apenas uma exigência metodológica, mas ética,

porque implica a mortalidade consentida de crianças. Com essa preocupação, a

Organização das Nações Unidas colocou a redução da mortalidade infantil como uma

das metas do desenvolvimento do milênio 1990-2015, uma vez que esse indicador

reflete as condições de vida da sociedade (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS,

2010).

No Brasil, a taxa de mortalidade infantil teve redução de 50% entre 1990 e 2008,

graças às intervenções ambientais, melhoria de acesso e qualidade dos serviços de

saúde, diminuição da taxa de fecundidade, nível educacional mais elevado e melhoria

nutricional, fatores que, quando associados, contribuíram para sua redução. Apesar do

declínio, o óbito infantil permanece como uma grande preocupação em saúde pública,

pois os níveis atuais são considerados elevados e incompatíveis com o desenvolvimento

do país, haja vista que a taxa atual é de 19,3/1000 nascidos vivos, semelhante à dos

países desenvolvidos no final da década de 60, e cerca de três a seis vezes maior do que

a de países como Japão, Canadá, Cuba, Chile e Costa Rica, que apresentam taxas entre

3 e 10/1000 nascidos vivos (FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA,

2008).

Por essa razão, a vigilância do óbito infantil e fetal é uma das prioridades do

Ministério da Saúde, pois dá visibilidade às elevadas taxas de mortalidade no país,

contribuindo para melhorar o registro dos óbitos e possibilitar a adoção de medidas para

a prevenção de óbitos evitáveis pelos serviços de saúde. Para tanto, esse serviço de

vigilância requer participação de profissionais de saúde do Núcleo Hospitalar de

Epidemiologia (NHE), do Comitê de Óbitos Hospitalar e/ou da Comissão de Controle

de Infecção Hospitalar (CCIH), dentre outros, na investigação hospitalar (BRASIL,

2009).

Considerando-se as prioridades para a redução da mortalidade infantil e fetal

com maior potencial de prevenção, recomenda-se a adoção de critérios mínimos de

referência para investigação, de modo a permitir o dimensionamento dos óbitos

investigados no âmbito estadual e municipal. Dessa forma, respeita-se a realidade e as

iniciativas locais de implantação da vigilância de óbitos. São critérios mínimos os óbitos

fetais (natimortos), neonatais (0 a 27 dias de vida) e pós natais (28 dias a 01 ano

incompleto de vida) (BRASIL 2009).

Para Santana, Aquino e Medina (2012) a vigilância epidemiológica de eventos

vitais é uma das principais estratégias para melhorar a qualidade do dado,

principalmente nos países mais pobres, em que a sub-notificação de nascimentos, óbitos

e causas de morte é elevada. Além disso, permite aferir a qualidade da assistência,

identificando pontos de estrangulamento que requerem alterações no processo e

organização do trabalho para a melhoria do cuidado e prevenção de óbitos evitáveis.

Nesse contexto, o preenchimento correto e completo da DO é de suma

importância para vigilância epidemiológica e, consequentemente, investigação do óbito

infantil e fetal, haja vista que este documento fornece informações vitais, por meio das

quais são desenvolvidas estatísticas relacionadas a diversas variáveis sobre mortalidade,

que constituem ferramentas essenciais para a programação e avaliação das ações e

investigações epidemiológicas, de ensino e pesquisa (SILVA et al. 2013).

Pesquisas realizadas em 2013 revelaram que 96,5% das DOs não são

completamente preenchidas, fato que demonstra desconhecimento ou negligencia por

parte dos médicos quanto ao preenchimento completo da DO. Além disso, o equívoco

mais encontrado nas declarações está na utilização de termos vagos, como natimorto ou

causa do óbito desconhecida, termos que não são específicos para análise da qualidade

da assistência prestada (SILVA et al. 2013).

Conforme a resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1779/2005 artigo 1º

O preenchimento dos dados constantes na Declaração de

Óbito é da responsabilidade do médico que atestou a

morte. Portanto, o médico não deve assinar uma DO em

branco ou deixá-la previamente assinada e ainda deve

verificar se todos os itens de identificação estão

corretamente preenchidos (2005).

Portanto, embora seja possível constatar importantes avanços no estudo da

mortalidade infantil e fetal, especialmente em virtude da melhoria da qualidade das

informações, e apesar de não se pretender esgotar a discussão desse tema complexo, a

identificação da existência de desigualdades regionais na distribuição dos óbitos infantis

e nos fatores de risco permite revelar as dificuldades e as potencialidades dos sistemas

de informações, auxiliando a vigilância epidemiológica e subsidiando uma melhor

integração entre os sistemas de informação e serviços que a compõem.

3 MÉTODO

O presente estudo é um relato de experiência, enquadrando-se na opção

tecnologia de educação e administração, no qual o cenário foi o serviço de investigação

de óbito fetal e infantil, do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia da Maternidade Dona

Evangelina Rosa - MDER, maternidade pública e estadual, no município de Teresina-

Piauí, realizada no período de novembro de 2013 à março de 2014.

Segundo Niestche (2000) e Prado et al. (2009), este tipo de estudo permite

proceder à organização dos equipamentos, tempos e movimentos relativos ao trabalho

da enfermagem, bem como proceder à organização de todas as tecnologias que

indiquem um modo sistematizado e controlado do cuidado, ensino e gerenciamento.

Esse estudo foi desenvolvido em dois momentos: o primeiro foi a identificação

das principais dificuldades levantadas pela autora do trabalho no preenchimento das

fichas de investigação, e o segundo foi a elaboração das cartilhas para conscientização

dos profissionais que preenchem as DOs, e que fazem registro nos prontuários.

A investigação dos óbitos fetais e infantis na MDER tem início com a

identificação dos óbitos pelos setores de internação e prossegue com a coleta de dados

no prontuário do paciente por meio da ficha de investigação de óbito. A investigação é

feita no Serviço de Arquivo Médico Estatístico - SAME, com busca dos prontuários da

mãe, do recém-nascido (no caso de óbito infantil) e declaração de óbito.

Ao iniciar a investigação dos óbitos fetais e infantis surgiram várias dúvidas

quanto ao preenchimento das fichas de investigações, modelo elaborado pelo Ministério

da Saúde (ANEXOS IA, IB). Alguns campos geravam muitas dificuldades para serem

preenchidos, seja pela ausência ou pela falha no registro das informações contidas nos

prontuários e nas DOs.

Além disso, outras dificuldades apareceram como a qualidade das informações

dos prontuários e das DOs, que eram insuficientes para coleta de dados, problema de

localização dos prontuários maternos, pois a mãe, geralmente, recebe alta hospitalar

antes do recém-nascido e, neste caso, o prontuário materno segue para o faturamento e

retorna ao SAME para o setor de arquivo, que se encontra com espaço físico reduzido,

com superlotação de prontuários, o que dificulta sua localização.

Tendo em vista tais complicações, foi realizado um levantamento das

dificuldades no preenchimento das fichas de investigação hospitalar de óbito fetal e

óbito infantil, campos com registros inadequados ou ausentes. Também verificou-se a

identificação das falhas no registro nas DOs (ANEXO II) e prontuários.

A partir dos resultados desse levantamento, foram elaboradas duas cartilhas para

a equipe que assistiu diretamente os pacientes que foram a óbito. Uma foi voltada para a

equipe médica, destacadamente pediatras e obstetras (APÊNDICE I) e a outra para a

equipe de enfermagem (enfermeiros e técnicos de enfermagem) (APÊNDICE II).

O conteúdo das cartilhas teve o objetivo de descrever as principais informações

que são relevantes nos prontuários e que durante as investigações encontraram-se com

registros inadequados comprometendo, assim, a qualidade das investigações dos óbitos

em questão. Elas foram elaboradas com fundamento na pedagogia sócio construtivista

de Paulo Freire. Esse educador defende a perspectiva da conscientização como um ciclo

contínuo, o qual é composto por diálogo e ação. A interação entre as pessoas, quando é

permeada por reflexão crítica e dialógica, capacita o desenvolvimento de uma ação

coletiva e participativa. Essas ações, por sua vez, geram novas reflexões e ações. Então,

um ciclo constante de ações e reações é constituído (FREIRE, 2003).

4 RESULTADO E ANÁLISE

Os resultados deste trabalho foram divididos em dois tópicos distintos. O

primeiro relativo à identificação de falhas nos registros de prontuários e DOs, que

geraram dificuldades na investigação do óbito infantil e fetal. O outro foi sobre a

elaboração da cartilha.

Identificação de falhas de registros nos prontuários e DOs:

Durante o preenchimento das fichas de investigação de óbitos, alguns campos

tiveram seu preenchimento mais difícil devido à ausência ou à falha no registro das

informações contidas nos prontuários e nas DOs. A seguir, estão listados os principais

campos com registros inadequados:

o Declaração de óbito (ANEXO II):

- Campo 21 - 25 - Endereço

- Campo 27- Idade Materna.

- Campo 30 - número de filhos tidos: nascidos vivos e perdas fetais (aborto)

- Campo 31- número de semanas de gestação, neste campo alguns médicos

realizam de forma equivocada registram o número de gestação.

- Campo 36 - número da Declaração de Nascido Vivo

- Campo 40 - As causas da morte fetal, em alguns óbitos investigados, ainda não

demonstram clareza, como por exemplo, as descritas, muitas vezes, como

natimorto, desconhecido ou ignorado.

o Ficha de investigação do óbito fetal (ANEXO I-A):

- ITEM 7 - Número de cartão SUS da paciente

- ITEM 14 - Tempo bolsa rota e aspecto do líquido

- ITEM 17, 17.2, 17.3 – Relacionado ao tipo de parto, número de gestação e

informação de filhos nascidos vivos e nascidos mortos.

- ITEM 19 – Informação sobre os fatores de risco e patologias durante a gravidez.

- ITEM 20 – Uso de medicação durante a gravidez

- ITEM 25 – Registro de informação da gestante durante admissão: Pressão

arterial, dinâmica uterina, dilatação do colo, batimentos cardiofetais,

apresentação e da membrana amniótica.

- ITEM 27 - Utilização de partograma após 4cm de dilatação.

- ITEM 32 – Em caso de parto cesariana, qual a indicação.

- ITEM 35, 36 e 37 - Dados sobre assistência à criança na sala de parto, condições

de nascimento e listar quais problemas fetais ou maternos que levou ao óbito

fetal.

o Ficha de investigação de óbito infantil (ANEXO I-B):

- ITEM 5 - Número de Declaração de Nascido Vivo.

- ITEM 16 - Tempo de bolsa rota e aspecto do líquido.

- ITEM 19 - Relacionado ao tipo de parto número, de gestação e informação de

filhos nascidos vivos e nascidos mortos.

- ITEM 20 - Informação sobre os fatores de risco e patologias durante a gravidez.

- ITEM 21 - Uso de medicação durante a gravidez.

- ITEM 26 - Registro de informação da gestante durante admissão: Pressão arterial,

dinâmica uterina, dilatação do colo, batimentos cardiofetais, apresentação e da

membrana amniótica.

- ITEM 28 - Utilização de partograma após 4cm de dilatação.

- ITEM 33 - Em caso de parto cesariana, qual a indicação.

- ITEM 37 - Registro de procedimentos usados na assistência imediata ao recém-

nascido.

- ITEM 40 - Classificação do recém-nascido quanto a idade gestacional: AIG,GIG

ou PIG.

- ITEM 42 e 43 – Registro de informações sobre resultados de exames maternos de

VDRL e Fator Rh.

o Ficha de acolhimento e classificação de risco da gestante (ANEXO III):

- A Ficha de Acolhimento e Classificação de Risco da MDER foi implantada com

o objetivo de avaliar o risco da gestante e classificar a paciente de acordo com

seus fatores de riscos maternos e fetais. Nessa ficha, encontram-se dados de

anamnese, sinais vitais e informações valiosas sobre o pré-natal e condições à

admissão. Infelizmente, essas fichas encontram-se preenchidas de forma

incompleta e até mesmo ausentes de informação em alguns prontuários

investigados.

Segundo Caetano, Vanderlei e Frias (2013), o preenchimento incompleto e

incorreto desses documentos não permitem a construção de indicadores, com ênfase no

SIM, para a tomada de decisões baseadas em evidências, muito menos a análise da

situação sanitária, organização dos serviços de saúde e planejamento de uma

determinada região de saúde. Isso impede o reconhecimento da real situação de saúde

da população e dificulta atitudes e ações planejadas que visam à melhoria do setor

(JORGE; LAURENTI; NUBILA, 2010).

Com isso, a implantação de Núcleos Hospitalares de Epidemiologia é uma boa

alternativa para minimizar os problemas relacionados à deficiência de informações

geradas no âmbito hospitalar (STUQUE; CORDEIRO; CURY, 2013).

Construção da Cartilha Educativa:

A cartilha foi elaborada para os profissionais que assistiram diretamente os

pacientes que foram a óbito, a saber: médicos obstetras, pediatras e equipe de

enfermagem. O conteúdo dessa cartilha teve o objetivo de descrever as principais

informações que são relevantes nos prontuários e que durante as investigações

encontraram-se com registros inadequados, comprometendo assim a qualidade das

investigações dos óbitos em questão.

É necessário esclarecer que a cartilha deve ser considerada como recurso de

conscientização da equipe profissional, haja vista que sua construção, buscou superar a

hegemonia que tem sido estabelecida na educação em saúde. Essa experiência significa

reconhecer as limitações do conhecimento estabelecido e admitir outros saberes, que são

especializados para a identificação das necessidades de saúde.

Esse serviço de conscientização também caracteriza-se como processo de

educação continuada, onde há estímulo da aprendizagem crítica a partir de uma

atividade de rotina do profissional, bem como pode sensibilizá-lo para o registro

adequado das estatísticas vitais. Assim, as informações geradas dão visibilidade ao

problema e ajudam no diagnóstico, planejamento e avaliação das ações (BRASIL,

2011).

Para Kurcgant (2010), a educação continuada tem a finalidade precípua de

promover o desenvolvimento profissional e pessoal, onde há oportunidade de

capacitação da equipe envolvida, dentro de uma visão crítica e responsável da realidade,

resultando na construção de conhecimentos importantes para a organização, para

profissão e para a sociedade.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A qualidade das informações contidas nos prontuários e nas declarações de óbito

são de suma importância para o sucesso da investigação de óbito infantil e fetal no

serviço hospitalar, haja vista que a partir dessas informações são geradas estatísticas

vitais, assim como registro da assistência prestada na MDER. Esta experiência

evidenciou que tais informações ainda são insuficientes para concluir uma investigação

de qualidade.

A cartilha como instrumento de educação continuada foi a maneira mais

adequada encontrada para a qualificação e sensibilização dos profissionais que

assistiram diretamente os pacientes que foram a óbito. Assim, espera-se mudar a

realidade das informações produzidas, tornando-as sistematizadas e padronizadas,

facilitando a avaliação dos determinantes do óbito fetal e infantil, e da atenção à saúde.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, M.F.; et al. Qualidade das informações registradas nas declarações de

óbito fetal em São Paulo, SP. Rev Saúde Pública 2011;45(5):845-53.

BARBUSCIA, D.M.; JÚNIOR, A.L.R. Completude da informação nas Declarações de

Nascido Vivo e nas Declarações de Óbito, neonatal precoce e fetal, da região de

Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil, 2000-2007. Cad. Saúde Pública 2011; 27(6):1192-

1200.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de

Atenção à Saúde. Manual de Vigilância do óbito infantil e fetal e do Comitê de

Prevenção do Óbito infantil e fetal. Brasília: DF 2009.

________. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de

Atenção à Saúde. Manual de Vigilância do óbito infantil e fetal e do Comitê de

Prevenção do Óbito infantil e fetal. Brasília: DF 2011.

________. Ministério da Saúde. Nota Técnica 001 de 02 de outubro de 2012.

CAETANO, S.F.; VANDERLEI, L.CM.; FRIAS, P.G. Avaliação da completitude dos

Instrumentos de Investigação do Óbito Infantil no município de Arapiraca, Alagoas.

Cad. Saúde Colet. 2013; 21 (3): 309-17.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução nº 1.779, de 11 de novembro de

2005. Regulamenta a responsabilidade médica no fornecimento da Declaração de Óbito.

Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 2005.

FREIRE P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 37a.

ed. São Paulo: Paz e Terra; 2003.

FUNDA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA (UNICEF). Mortalidade

infantil e desenvolvimento. Situação mundial da infância. São Paulo: SP, 2008.

JORGE, M.H.P.M.; LAURENTI, R.; NUBILA, H.B.V. O óbito e sua investigação.

Reflexões sobre alguns aspectos relevantes. Rev Bras Epidemiol 2010; 13(4): 561-76.

KURCGANT P. Administração em Enfermagem. São Paulo: EPU; 2010.

MAIA, L.T.S.; SOUZA, W.V.; MENDES, A.C.G. Diferenciais nos fatores de risco para

a mortalidade infantil em cinco cidades brasileiras: um estudo de caso-controle com

base no SIM e no SINASC. Cad. Saúde Pública. 2012; 28(11):2163-2176.

MARTINS, E.F.; et al. Óbitos perinatais investigados e falhas na assistência hospitalar

ao parto. Esc Anna Nery 2013; 17 (1):38-45.

MEDONÇA, F.M.; DRUMOND, E.; CARDOSO, A.M.P. Problemas no preenchimento

da Declaração de Óbito: estudo exploratório. R. bras. Est. Pop. 2010; 27(2): 285-295.

NIESTCHE, E. A. Tecnologia emancipatória-possibilidade ou impossibilidade para

a práxis de enfermagem. Ijuí (RS): Unijuí, 2000.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. World Health Statistics. 2010.

PRADO, M. L. do et al. Produções tecnológicas em enfermagem em um curso de

mestrado. Texto Contexto Enferm., Florianópolis, v. 18, n. 3, p. 475-481, jul./set.

2009.

SANTANA, M.; AQUINO, R.; MEDINA, M.G. Efeito da Estratégia Saúde da Família

na vigilância de óbitos infantis. Rev Saúde Pública 2012;46(1):59-67.

SANTANA, I.P.; et al. Aspectos da mortalidade infantil, conforme informações da

investigação do óbito. Acta Paul Enferm 2011; 24(4):556-62.

SILVA, J.A.C.; et al. Declaração de óbito, compromisso no preenchimento. Avaliação

em Belém – Pará, em 2010. Rev Assoc Med Bras. 2013; 59(4):335–340.

STUQUE, C.O.; CORDEIRO, J.A.; CURY, P.M. Avaliação dos erros ou falhas de

preenchimento dos atestados de óbito feitos pelos clínicos e pelos patologistas. Jornal

Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial. 2003; 39 (4): 361-364.

APÊNDICES E ANEXOS

ANEXO I-A

ANEXO I-B

ANEXO II ( DO)

ANEXO III (FICHA DE ACOLHIMENTO)

APÊNDICE I

MATERNIDADE DONA EVANGELINA ROSA

NÚCLEO HOSPITALAR DE EPIDEMIOLOGIA

A QUALIDADE DAS INFORMAÇÕES NAS DECLARAÇÕES DE

ÓBITO E PRONTUÁRIO PARA A INVESTIGAÇÃO DO ÓBITO

INFANTIL E FETAL: CARTILHA EDUCATIVA (MÉDICOS

OBSTETRAS E PEDIATRAS)

ANA GABRIELA BARROSO LEAL

TERESINA-PI, 2014.

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ................................................................................... 3

2 UTILIZAÇÃO DO PRONTUÁRIO NA INVESTIGAÇÃO DO ÓBITO

INFANTIL E FETAL................................................................................... 4

3 UTILIZAÇÃO DA DECLARAÇÃO DE ÓBITO NA INVESTIGAÇÃO

DO ÓBITO INFANTIL E FETAL.............................................................. 6

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 9

REFERÊNCIAS......................................................................................... 10

1. APRESENTAÇÃO

A redução de mortalidade fetal e infantil ainda é um desafio

para os serviços de saúde, as altas taxas de mortalidade são um

grave problema de saúde pública, atingindo desigualmente classes

sociais, com maior prevalência em classes com menor ingresso e

acesso aos bens sociais.

De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2009), o Núcleo

Hospitalar de Epidemiologia (NHE) tem a função de realizar busca

ativa diária dos óbitos maternos, infantis e fetais ocorridos ou

atestados em suas dependências, notificar os óbitos ao serviço de

vigilância epidemiológica municipal, disponibilizar o acesso aos

prontuários para a equipe de vigilância de óbitos, preferencialmente,

por profissionais de saúde não envolvidos diretamente na assistência

ao óbito e realizar a investigação dos óbitos.

O Núcleo Hospitalar de Epidemiologia da Maternidade Dona

Evangelina Rosa - MDER, implantou suas atividades de investigação

de óbito fetal e óbito infantil em Agosto de 2013. O Processo de

investigação se inicia com a identificação dos óbitos pelos setores de

internação, e prossegue com a coleta de dados no prontuário do

paciente por meio da ficha de investigação de óbito. A investigação é

feita por uma Enfermeira, no Serviço de Arquivo Médico Estatístico -

SAME, com busca dos prontuários da mãe, do recém-nascido (no

caso de óbito infantil) e declaração de óbito.

Ao iniciar o preenchimento das fichas de investigações dos

2. UTILIZAÇÃO DO PRONTUÁRIO NA

INVESTIGAÇÃO DO ÓBITO INFANTIL E FETAL

Os prontuários hospitalares quando adequadamente

preenchidos são documentos de fundamental importância

para investigação de óbitos hospitalares. As ficha de

Investigação de óbito Fetal e óbito Infantil, no serviço

hospitalar, permite coletar dados do pré-natal, assistência ao

parto e nascimento e no caso do óbito Infantil, a assistência

antes e durante a doença que causou a morte infantil.

A seguir estão listadas as informações necessária para a

investigação de óbito fetal e infantil, e que no momento

encontram-se preenchidas de forma inadequadas:

Número de cartão SUS da paciente.

Tempo bolsa rota e aspecto do líquido.

Informações relacionadas ao tipo de parto, número de

gestação e informação de filhos nascidos vivos e

nascidos mortos.

Informação sobre os fatores de risco e patologias

durante a gravidez.

Uso de medicação durante a gravidez

Registro de informação da gestante durante admissão: Pressão arterial,

dinâmica uterina, dilatação do colo, batimentos cardiofetais, apresentação

e da membrana amniótica.

Utilização de partograma após 4cm de dilatação.

Em caso de parto cesariana, qual a indicação.

Dados sobre assistência à criança na sala de parto, condições de

nascimento e listar quais problemas fetais ou maternos que levou ao

óbito fetal.

Número de Declaração de Nascido Vivo (em óbito

infantil).

Registro de procedimentos usados na assistência

imediata ao recém-nascido (em óbito infantil).

Classificação do recém-nascido quanto a idade

gestacional: AIG, GIG ou PIG (em óbito infantil).

Registro de informações sobre resultados de

exames maternos de VDRL e Fator Rh (em óbito

infantil).

Conforme a resolução do Conselho Federal de Medicina nº

1779/2005 artigo 1º:

A causa básica de morte pode desencadear complicações

(causas consequenciais) que devem ser registradas nas linhas acima

(c, b ou a); a última causa consequencial, registrada na linha “a”, é

chamada causa terminal ou imediata. Deve-se, preferencialmente,

registrar um diagnóstico por linha. O tempo aproximado entre o

início da doença e a morte, importante na seleção da causa básica,

pode ser registrado em minutos, horas, dias, semanas, meses, ou

anos ou ainda, “Ignorado”.

A causa pode ser declarada nas linhas “c”, “b” ou mesmo na

“a”, quando houver um único elo na cadeia de acontecimentos. É

3. UTILIZAÇÃO DA DECLARAÇÃO DE ÓBITO NA

INVESTIGAÇÃO DO ÓBITO INFANTIL E FETAL

O preenchimento dos dados constantes na

Declaração de Óbito é da responsabilidade do

médico que atestou a morte. Portanto, o

médico não deve assinar uma DO em branco ou

deixá-la previamente assinada e ainda deve

verificar se todos os itens de identificação estão

corretamente preenchidos (2005).

imprescindível que o médico declare corretamente a causa básica

dos óbitos, para a produção de dados confiáveis e comparáveis

sobre mortalidade, de forma a se construir o perfil epidemiológico

dos óbitos da população e subsidiar as políticas de saúde. Um erro

comum a ser evitado é utilizar termos vagos, tais como parada

cardíaca, parada respiratória, parada cardiorrespiratória ou falência

de múltiplos órgãos como causa básica da morte. (BRASIL, 2009).

O preenchimento incorreto ou incompleto de Declaração de

óbitos compromete a qualidade da investigação do óbito, as

principais falhas encontradas são referentes as informações sobre:

Campo 21-25 - Endereço

Campo 27 - Idade Materna.

Campo 30 - número de filhos tidos: nascidos vivos e perdas fetais

(aborto).

Campo 31 - número de semanas de gestação, neste campo

alguns médicos realizam de forma equivocada registram o

número de gestação.

Campo 36 - número da Declaração de Nascido Vivo (no caso de

óbito infantil)

Campo 40 - morte em relação ao parto.

Causas da morte em Óbito Fetal:

As causas da morte fetal, em alguns óbitos investigados, ainda não

demonstram clareza, como por exemplo, as descritas, muitas vezes, como

natimorto, desconhecido ou ignorado.

Causas de morte em Óbito Infantil:

As causas da morte infantil, em alguns óbitos investigados, ainda não

demonstram clareza, pois os fatos que levam a morte não estão distribuídos

em ordem cronológica dos acontecimentos.

A análise e a conclusão dos óbitos investigados devem ser

discutidas por todos os atores envolvidos no processo de

assistência. Dessa forma, a vigilância dos óbitos pode ser

incorporada pelos profissionais para que possam construir um olhar

crítico e avaliativo com o objetivo de aperfeiçoar os processos de

trabalho e a organização do serviço de saúde buscando prevenir

novas ocorrências.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.

Secretaria de Atenção à Saúde. Manual de Vigilância do óbito

infantil e fetal e do Comitê de Prevenção do Óbito infantil e

fetal. Brasília: DF 2009.

________. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.

Secretaria de Atenção à Saúde. Manual de Vigilância do óbito

infantil e fetal e do Comitê de Prevenção do Óbito infantil e

fetal. Brasília: DF 2011.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução nº 1.779, de 11 de

novembro de 2005. Regulamenta a responsabilidade médica no

fornecimento da Declaração de Óbito. Diário Oficial da União,

Poder Executivo, Brasília, DF, 2005.

REFERÊNCIAS

APÊNDICE II

MATERNIDADE DONA EVANGELINA ROSA

NÚCLEO HOSPITALAR DE EPIDEMIOLOGIA

A QUALIDADE DAS INFORMAÇÕES NAS DECLARAÇÕES DE

ÓBITO E PRONTUÁRIO PARA A INVESTIGAÇÃO DO ÓBITO

INFANTIL E FETAL: CARTILHA EDUCATIVA (EQUIPE DE

ENFERMAGEM)

ANA GABRIELA BARROSO LEAL

TERESINA-PI, 2014.

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ................................................................................... 3

2 UTILIZAÇÃO DO PRONTUÁRIO NA INVESTIGAÇÃO DO ÓBITO

INFANTIL E FETAL................................................................................... 4

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 8

REFERÊNCIAS............................................................................................ 9

1. APRESENTAÇÃO

A redução de mortalidade fetal e infantil ainda é um desafio para os

serviços de saúde, as altas taxas de mortalidade são um grave problema de

saúde pública, atingindo desigualmente classes sociais, com maior

prevalência em classes com menor ingresso e acesso aos bens sociais.

O Núcleo Hospitalar de Epidemiologia da Maternidade Dona

Evangelina Rosa - MDER, implantou suas atividades de investigação de

óbito fetal e óbito infantil em Agosto de 2013. O Processo de investigação

se inicia com a identificação dos óbitos pelos setores de internação, e

prossegue com a coleta de dados no prontuário do paciente por meio da

ficha de investigação de óbito. A investigação é feita por uma Enfermeira,

no Serviço de Arquivo Médico Estatístico - SAME, com busca dos

prontuários da mãe, do recém-nascido (no caso de óbito infantil) e

declaração de óbito.

Ao iniciar o preenchimento das fichas de investigações dos óbitos

fetais e infantis surgiram várias dúvidas, pois alguns campos geravam

muitas dificuldades para serem preenchidos, seja pela ausência ou pela

falha no registro das informações contidas nos prontuários e nas

Declarações de Óbitos – DOs.

Esta cartilha foi elaborada para equipe de enfermagem: Enfermeiros e

Técnicos de Enfermagem com o objetivo de descrever as principais

informações que são relevantes nos prontuários e que durante as

investigações encontram-se com registros inadequados comprometendo

assim a qualidade das investigações dos óbitos em questão.

O prontuário do paciente é definido pelo Conselho Federal de

Medicina, Resolução nº 1.638 como:

2. UTILIZAÇÃO DO PRONTUÁRIO NA

INVESTIGAÇÃO DO ÓBITO INFANTIL E FETAL

Documento único constituído de conjunto de

informações, sinais e imagens registradas, geradas a

partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a

saúde do científico, que possibilita a comunicação

entre membros da equipe multiprofissional e a

continuidade da assistência prestada ao indivíduo

(2002).

De acordo com a resolução do COFEN n°

429/2012, art. 1º: é de responsabilidade e dever dos

profissionais da Enfermagem registrar no prontuário

do paciente e em outros documentos próprios da

área, seja em meio de suporte tradicional (papel) ou

eletrônico, as informações inerentes ao processo de

cuidar e ao gerenciamento dos processos de

trabalho, necessários para assegurar a continuidade

e qualidade da assistência.

Os prontuários hospitalares quando adequadamente

preenchidos são documentos de fundamental importância para

investigação de óbitos hospitalares. As ficha de Investigação de óbito

Fetal e óbito Infantil, no serviço hospitalar, permite coletar dados do

pré-natal, assistência ao parto e nascimento e no caso do óbito

Infantil, a assistência antes e durante a doença que causou a morte

infantil.

A seguir estão listadas as informações necessária para a

investigação de óbito fetal e infantil, e que no momento encontram-se

preenchidas de forma inadequadas:

Número de cartão SUS da paciente.

Tempo bolsa rota e aspecto do líquido.

Informações relacionadas ao tipo de parto, número de

gestação e informação de filhos nascidos vivos e

nascidos mortos.

Informação sobre os fatores de risco e patologias

durante a gravidez.

Uso de medicação durante a gravidez

Uso de medicação durante a gravidez.

Registro de informação da gestante durante admissão: Pressão arterial,

dinâmica uterina, dilatação do colo, batimentos cardiofetais,

apresentação e da membrana amniótica.

Exames realizados na admissão.

Avaliação da mãe e do feto, após 4 cm de dilatação.

Checagem de medicações prescritas.

Checagem de procedimentos prescritos.

Em caso de óbito fetal, dados sobre assistência à criança na sala de

parto, condições de nascimento, peso e listar quais problemas fetais ou

maternos que levou ao óbito.

Número de Declaração de Nascido Vivo (em óbito infantil).

Em caso de parto cesariana, qual a indicação.

Em óbito infantil, registro de procedimentos usados na assistência

imediata ao recém-nascido: medicamento venoso, aspiração das vias

aéreas, passagem de sonda orogastrica, oxigênio com máscara ou

ambú, entubação, oxigênio inalatório, cateterismo umbilical dentre

outros.

Registro de informações sobre resultados de exames maternos de VDRL

e Fator Rh (em óbito infantil).

Na admissão, informações da Fichas de Acolhimento e Classificação de

Risco.

A Ficha de Acolhimento e Classificação de Risco da MDER foi implantada

com o objetivo de avaliar o risco da gestante e classificar a paciente de acordo

com seus fatores de riscos maternos e fetais. Nessa ficha, encontram-se dados

de anamnese, sinais vitais e informações valiosas sobre o pré-natal, condições à

admissão, patologia e fatores de risco durante a gravidez, uso de medicamentos

durante a gravidez, dentre outros. Essas informações devem ser preenchidas de

forma detalhada, pois são de fundamental importância para o preenchimento

adequado das ficha de investigação de óbito fetal e infantil.

m

Espera-se que essas informações sejam conhecidas e avaliadas

por toda equipe de enfermagem que se dedica ao atendimento e ao

bem estar dos pacientes e que correções na rotina de registros de

prontuários de pacientes internados sejam permanentes e

constantes sempre com o objetivo maior de melhorar a qualidade

da assistência e do serviço prestado pela enfermagem nesta

maternidade.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.

Secretaria de Atenção à Saúde. Manual de Vigilância do óbito

infantil e fetal e do Comitê de Prevenção do Óbito infantil e

fetal. Brasília: DF 2009.

________. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.

Secretaria de Atenção à Saúde. Manual de Vigilância do óbito

infantil e fetal e do Comitê de Prevenção do Óbito infantil e

fetal. Brasília: DF 2011.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução nº 1.779, de 11 de

novembro de 2005. Regulamenta a responsabilidade médica no

fornecimento da Declaração de Óbito. Diário Oficial da União,

Poder Executivo, Brasília, DF, 2005.

REFERÊNCIAS