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As Eleições Gerais após as jornadas de junho de 2013 O Brasil está vivendo a sua sétima eleição presidencial após a redemocratização e a primeira após as grandes manifestações que sacudiram o país em junho de 2013. Muitos analistas são categóricos em afirmar que há um grande questionamento ao sistema representativo. Tanto é assim que as previsões são de até um terço de abstenções, votos brancos e nulos em alguns lugares. O que não se tem dito é que o regime democrático-burguês, este que coloca os governantes a serviço de banqueiros, empresários e latifundiários, não está conseguindo mais iludir boa parte da população. Outro fator importante nestas eleições gerais de 2014 é o tempo de permanência do Partidos dos Trabalhadores na Presidência da República. Passados 12 anos, o PT perdeu uma parte do apoio que possuía nos setores médios da sociedade, principalmente de servidores públicos, por aplicar a cartilha neoliberal de sucateamento e precarização dos serviços públicos. A privatização de estradas e aeroportos; a entrega do Campo de Libra – o maior do pré-sal - para as mãos de multinacionais; a subordinação do país à FIFA e ao COI para a realização de megaeventos esportivos; o sucateamento dos Hospitais Universitários, com a criação da EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), dentre outras medidas, são algumas das ações que o lulopetismo deixou como marcas de sua gestão. Entretanto, não podemos deixar de reconhecer que este governo ainda conta com a simpatia das burocracias sindicais e estudantis, como CUT, UNE e CTB e também da população que recebe o Bolsa-Família. O “jogo democrático” exige dos ocupantes do poder a subserviência à rapina das riquezas nacionais, seja através das grandes remessas de lucros para o exterior, seja através das altas taxas de juros para beneficiar

As Eleições Gerais Após as Jornadas de Junho de 2013

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junho 2013

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As Eleies Gerais aps as jornadas de junho de 2013

O Brasil est vivendo a sua stima eleio presidencial aps a redemocratizao e a primeira aps as grandes manifestaes que sacudiram o pas em junho de 2013. Muitos analistas so categricos em afirmar que h um grande questionamento ao sistema representativo. Tanto assim que as previses so de at um tero de abstenes, votos brancos e nulos em alguns lugares. O que no se tem dito que o regime democrtico-burgus, este que coloca os governantes a servio de banqueiros, empresrios e latifundirios, no est conseguindo mais iludir boa parte da populao.Outro fator importante nestas eleies gerais de 2014 o tempo de permanncia do Partidos dos Trabalhadores na Presidncia da Repblica. Passados 12 anos, o PT perdeu uma parte do apoio que possua nos setores mdios da sociedade, principalmente de servidores pblicos, por aplicar a cartilha neoliberal de sucateamento e precarizao dos servios pblicos. A privatizao de estradas e aeroportos; a entrega do Campo de Libra o maior do pr-sal - para as mos de multinacionais; a subordinao do pas FIFA e ao COI para a realizao de megaeventos esportivos; o sucateamento dos Hospitais Universitrios, com a criao da EBSERH (Empresa Brasileira de Servios Hospitalares), dentre outras medidas, so algumas das aes que o lulopetismo deixou como marcas de sua gesto. Entretanto, no podemos deixar de reconhecer que este governo ainda conta com a simpatia das burocracias sindicais e estudantis, como CUT, UNE e CTB e tambm da populao que recebe o Bolsa-Famlia.O jogo democrtico exige dos ocupantes do poder a subservincia rapina das riquezas nacionais, seja atravs das grandes remessas de lucros para o exterior, seja atravs das altas taxas de juros para beneficiar algumas poucas famlias, naquilo que ficou convencionado como Bolsa-Banqueiro. A lgica que impera entre as principais candidaturas a de quem vai conseguir manter o status quo vigente com o mnimo de turbulncia possvel. Ou para ser mais enftico: Dilma, Acio e Marina representam o mais do mesmo nestas eleies presidenciais.Os trabalhadores no tm nada a ganhar com as principais candidaturas apresentadas. Depois das manifestaes de junho de 2013, muitos passaram a perceber com mais nitidez este jogo de cartas marcadas. A mobilizao dos trabalhadores e estudantes podem proporcionar ganhos que jamais seriam alcanados com esses governantes comprometidos at a medula com o sistema capitalista. Ainda, h uma presso para que o prximo eleito aplique um plano de arrocho sobre os trabalhadores e vai ser preciso organizar a resistncia contra esses ataques.Apesar de todo o questionamento ao sistema poltico, que no ocorre apenas no Brasil, no advogamos o voto nulo como princpio. Sabemos que as eleies podem servir como um catalisador para as lutas dos trabalhadores e da juventude. Este papel caberia aos partidos da esquerda no-governista, como PSOL, PSTU, PCB e PCO, mas infelizmente no o que estamos vendo. Aps s jornadas de junho de 2013 espervamos um comportamento diferente desses partidos neste momento eleitoral.Inicialmente, muitos lutadores que estiveram presentes nas jornadas de junho e que ainda se encontram em diversos movimentos sociais e lutas sindicais e estudantis sentem falta de uma Frente de Esquerda com um programa mnimo que pudesse aglutinar boa parte da vanguarda deste pas. Alm disso, as candidaturas apresentadas repetem velhas frmulas que no agregam os trabalhadores para uma luta comum, repetindo jarges que no despertam a conscincia dos trabalhadores, muitos menos mobilizam para tantas lutas existentes, como a questo das remoes e das ocupaes populares, a luta contra a EBSERH e tantas outras que poderiam servir de bandeira neste momento de visibilidade eleitoral.Por todos esses motivos, o MOS, coletivamente, no apoia nenhuma candidatura da esquerda no-governista. Aproveitaremos estas eleies para denunciar o circo em que se encontram montadas, no qual os trabalhadores nada tm a ganhar. Diante das candidaturas do establishment, chamaremos os trabalhadores a votar nulo. E mais do que isso: chamaremos os trabalhadores e estudantes a fortalecerem seus organismos de luta, sua organizao classista e a no confiar em nenhum candidato que esteja a servio do capital.