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JEFFERSON FERREIRA SAAR AS ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO DA LIGA FUTSAL 2008 Comunicação e Negócios versus Futebol Arte Universidade Metodista de São Paulo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social São Bernardo do Campo – SP, 2009

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JEFFERSON FERREIRA SAAR

AS ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO

DA LIGA FUTSAL 2008

Comunicação e Negócios versus Futebol Arte

Universidade Metodista de São Paulo

Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social

São Bernardo do Campo – SP, 2009

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JEFFERSON FERREIRA SAAR

AS ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO

DA LIGA FUTSAL 2008

Comunicação e Negócios versus Futebol Arte

Universidade Metodista de São Paulo

Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social

São Bernardo do Campo – SP, 2009

Dissertação apresentada em cumprimento parcial às exigências do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social, da UMESP-Universidade Metodista de São Paulo, para obtenção do grau de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Wilson da Costa Bueno

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FOLHA DE APROVAÇÃO

A dissertação de mestrado sob o título “AS ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO DA

LIGA FUTSAL 2008. Comunicação e Negócios versus Futebol Arte”, elaborada por

Jefferson Ferreira Saar, foi defendida e aprovada em 25 de março de 2009, perante a banca

examinadora composta por Wilson da Costa Bueno, Daniel dos Santos Galindo e Luciano

Maluly.

Declaro que o autor incorporou as modificações sugeridas pela banca examinadora, sob

a minha anuência enquanto orientador, nos termos do Art.34 do Regulamento dos Cursos de

Pós-Graduação.

Assinatura do orientador: __________________________________________________

Nome do orientador: _____________________________________________________

Data: São Bernardo do campo, _______ de _______________________ de ________

Visto do Coordenador do Programa de Pós-Graduação: ______________________________

Área de concentração: Processos Comunicacionais

Linha de Pesquisa: Comunicação Institucional e Mercadológica

Projeto temático: Comunicação Empresarial

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DEDICATÓRIA

A meus pais Klaus e Irene por sempre terem investido nos meus

estudos e acima de tudo acreditado em mim.

A meus irmãos Leonardo e Hugo pela sincera torcida.

A minha namorada Cláudia por me incentivar nas horas difíceis e alegrar minha vida.

E a todos os meus parentes e amigos.

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“Nada é impossível para quem está conectado com Deus e se empenha em concretizar neste

mundo a Vida, o Amor e a Sabedoria de Deus. A palavra ‘impossível’ desaparece do nosso

vocabulário quando nos dedicamos à obra de Deus, fazendo

da vontade dele a nossa vontade”.

Seicho Taniguchi

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AGRADECIMENTOS

A todas as pessoas que sempre apostaram em mim.

Ao meu orientador Wilson da Costa Bueno.

A todos os profissionais que gentilmente me atenderam.

A todas as pessoas que colaboraram com este projeto.

E a Deus, que me dá o direito de poder estudar.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – A soma de produtos e serviços gerados pela indústria dos esportes............................ 23

FIGURA 2 – As estratégias de patrocínio da Parmalat e da Gragnotti. ........................................... 32

FIGURA 3 – Os elementos indutores do patrocínio. ..................................................................... 46

FIGURA 4 – O ambiente de patrocínio. ...................................................................................... 47

FIGURA 5 – Principais patrocínios por ano em R$ milhões.......................................................... 48

FIGURA 6 – Os fatores de sucesso no patrocínio de eventos. ....................................................... 49

FIGURA 7 – Os níveis de investimento e retorno do patrocínio e da parceria................................. 50

FIGURA 8 – Foto do professor Juan Carlos Ceriani criador do futebol de salão. ............................ 59

FIGURA 9 – Foto do ginásio Nilson Nelson da cidade de Brasília. ............................................... 68

FIGURA 10 – Foto do ginásio do Maracanãzinho na cidade do Rio de Janeiro. ............................. 68

FIGURA 11 – Foto da mascote a Arara ‘Parangolé’.................................................................... 69

FIGURA 12 – Foto da marca oficial do Mundial da FIFA no Brasil. ............................................. 69

FIGURA 13 – Tabela de preços dos ingressos para o Mundial de Futsal no Brasil.......................... 71

FIGURA 14 – Imagem da peça publicitária feita para divulgar o Mundial no Rio de Janeiro........... 71

FIGURA 15 – Imagem da página principal do site da Liga Futsal 2008. ........................................ 93

FIGURA 16 – As maiores audiências do país. ............................................................................. 95

FIGURA 17 – ‘Falcão’ com quase todo o time das Ilhas Salomão no Mundial da Fifa do Brasil. .... 99

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO I – FUTEBOL ARTE VERSUS COMUNICAÇÃO E NEGÓCIOS

1. ADMINISTRAÇÃO ESPORTIVA E A INDÚSTRIA DO ESPORTE........................18

1.1 O esporte como estratégia de dominação das massas ..............................................19

1.2 O esporte como indústria global...............................................................................21

1.3 A evolução da indústria do esporte no Brasil...........................................................24

1.4 O sucesso do produto esportivo Copa do Mundo de Futebol ..................................27

1.5 As empresas investindo em marketing esportivo no Brasil .....................................29

2. A HISTÓRIA DO MARKETING ESPORTIVO ...........................................................33

2.1 O que é marketing esportivo ....................................................................................34

2.2 Onde se aplica essa ação de marketing ....................................................................35

2.3 Visão panorâmica do marketing esportivo...............................................................37

2.4 A mídia e o esporte...................................................................................................38

3. AS FERRAMENTAS DE MARKETING ESPORTIVO...............................................42

3.1 As ações de merchandising no esporte ....................................................................42

3.2 O patrocínio esportivo ..............................................................................................44

3.3 O patrocínio nos eventos esportivos.........................................................................48

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3.4 A parceria e a co-gestão ...........................................................................................49

3.5 Ações de Tie-in virtual nos jogos televisivos...........................................................50

3.6 Licenciamento da marca...........................................................................................51

3.7 Exposição da marca no campo de jogo ....................................................................53

3.8 Gerenciamento de marketing dos atletas..................................................................53

3.9 Assessoria de imprensa ............................................................................................55

II – FUTEBOL DE SALÃO DA SUA ORIGEM AOS DIAS DE HOJE

4. A ORIGEM DO FUTEBOL DE SALÃO........................................................................57

4.1 Juan Carlos Ceriani o pai do futebol de salão ..........................................................58

4.2 A criação das confederações de futebol de salão pelo Brasil...................................59

4.3 A Confederação Sul Americana e a FIFUSA...........................................................60

4.4 Enfim a FIFA entra no jogo .....................................................................................62

4.5 O esporte mais praticado do Brasil ..........................................................................63

4.6 A dinâmica do jogo ..................................................................................................64

4.7 O mundial de futsal no Brasil...................................................................................67

4.8 O investimento empresarial no esporte ....................................................................75

5. A LIGA FUTSAL ..............................................................................................................78

5.1 O que é a Liga Futsal................................................................................................79

5.2 Quais são os clubes integrantes da Liga...................................................................80

5.3 As ações de comunicação e marketing da Liga Futsal.............................................88

5.4 Quem ganha mais com a Liga Futsal .......................................................................95

5.5 ‘Falcão’ – O Rei da Liga Futsal ...............................................................................99

5.6 A assessoria de imprensa e a Liga Futsal...............................................................101

5.7 A cidade de Jaraguá do Sul e o futsal.....................................................................104

6. CONCLUSÕES E SUGESTÕES ...................................................................................106

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III – REFERÊNCIAS

1. REFERÊNCIAS...............................................................................................................111

2. ANEXOS............................................................................................................................115

2.1 Entrevista com Oscar Neves – Vice-Presidente de Marketing da Liga Futsal........115

2.2 Entrevista com Jorge Luiz Rodrigues – Editor de esportes do jornal O Globo ......126

2.3 Entrevista com Denis Borges – Assessor de Comunicação da Malwee Futsal.......130

2.4 Entrevista com Falcão – Jogador da Malwee Futsal...............................................135

2.5 Entrevista com Joelma de Souza – Falcão Sports...................................................137

2.6 Entrevista com Dalvino Coelho – Torcedor da Malwee Futsal ..............................139

2.7 Entrevista com Júlia Tischner – Torcedora da Malwee Futsal ...............................141

2.8 Entrevista com Ari Valdemeri – Torcedor da Malwee Futsal ................................142

2.9 Entrevista com Sirla Cdxezz – Torcedora da Malwee Futsal .................................143

2.10 Entrevista com João Antônio – Torcedor da Malwee Futsal ................................144

2.11 Entrevista com Camila Roberta Galo – Torcedora da Malwee Futsal..................145

2.12 Entrevista com Dalton Dirceu Hanemann – Assistente Administrativo ...............146

2.13 Entrevista com Roberto Toledo – Assessor de Imprensa da Liga Futsal..............148

2.14 Entrevista com Adeodato Rosa da Silva Júnior – Coordenador de Futsal............152

2.15 Entrevista com Marcelo Vido – Gerente de Negócios e de Marketing.................154

2.16 Entrevista com Tiago Amaral – Gerente de Marketing ........................................158

2.17 Entrevista com Atílio Cláudio Fonseca – Supervisor de Futsal............................160

2.18 Entrevista com Cláudia Mendes – Assessora de imprensa ...................................162

2.19 Entrevista com Kleber Rangel – Gerente de Futebol............................................165

2.20 Entrevista com Flávio Berredo – Coordenador de Marketing ..............................168

2.21 Entrevista com Norberto Mello – Presidente do Petrópolis Esporte Clube ..........171

2.22 Entrevista com Elton Jose Dalla Vecchia – Preparador Físico .............................174

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RESUMO

Este estudo aborda as estratégias de comunicação e marketing que são realizadas pela

CBFS para divulgar a Liga Futsal, ou seja, o Campeonato Brasileiro de Futebol de Salão. O

principal objetivo desta pesquisa é mostrar quais são as ações de comunicação e marketing da

Liga Futsal e verificar se estão sendo bem administradas pela Confederação e/ou empresas

especializadas. Pretende-se, também, analisar como a comunicação pode transformar-se em

ferramenta útil na divulgação dos clubes de futebol de salão e da Liga Futsal. Clubes como

Malwee Futsal, de Jaraguá do Sul, e PEC de Petrópolis, têm modernizado seus departamentos

de comunicação e marketing a fim de atender melhor os seus diversos públicos. Tais avanços

podem ser modestos até o momento, porém é inegável que aos poucos a Liga Futsal vem

ganhando projeção no cenário nacional. Através de entrevistas com profissionais da

Confederação, dos clubes, da mídia, de empresas, etc, foi possível avaliar as ações de

comunicação da Liga. Realizou-se um estudo situacional de caso da Liga Futsal resultando no

registro de apontamentos iniciais que apresentam algumas das estratégias de marketing do

futsal brasileiro.

Palavras-chave: Comunicação, Marketing Esportivo, Futebol de Salão.

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ABSTRACT

This study approaches the communication strategies and marketing that are

accomplished by CBFS to publish the Liga Futsal, then, the Brazilian Championship of futsal

(indoor football). The main objective of this research is to show which are the communication

actions and marketing of the Liga Futsal and to verify if they are being well administered by

the Confederation or specialized companies. It is intended, also, to analyze as the

communication can become to useful tool in the popularization of de futsal clubs and the Liga

Futsal. Clubs as Malwee Futsal, of Jaraguá do Sul, and PEC of Petrópolis, have been

modernizing their communication departments and marketing in order to assist their several

publics better. Such progresses can be modest until the moment, however it is undeniable that

few then the Liga Futsal is winning projection in the national scenery. Through interviews

with professionals of the Confederation, clubs, mídia, companies, etc, it was possible to

evaluate the actions of de League communication. It was doing a study situacional case of the

Liga Futsal and the resulting initial registration notes, that introduce some marketing

strategies of the Brazilian futsal.

Key words: Communication, Sports Marketing, Indoor Soccer.

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RESUMEN

Este estudio aborda las estrategias de comunicación y mercadotecnia que son realizadas

por CBFS para divulgar la Liga Futsal, o sea, el Campeonato Brasileño de Futsal. El objetivo

principal de esta investigación es mostrar cuáles son las acciones de comunicación y

mercadotecnia de la Liga Futsal y averiguar si están siendo bien administradas por la

Confederación o por las empresas especializadas. Se pretende, también, analizar como la

comunicación puede transformarse en herramienta útil en la divulgación de los equipos de

futsal y de la Liga Futsal. Equipos como Malwee Futsal, de Jaraguá do Sul, y PEC de

Petrópolis, han estado modernizando sus departamentos de comunicación y mercadotecnia

para mejorar el atendimiento de sus diversos públicos. El avanzo puede ser modesto hasta el

momento, pero es innegable que poco a poco la Liga Futsal está ganando proyección en el

escenario nacional. A través de las entrevistas con profesionales de la Confederación, de los

clubes, de los medios de comunicación, de empresas, etc, fue posible valorar las acciones de

la comunicación de la Liga. Se realizó un estudio situacional de caso de la Liga Futsal

resultando en el registro de apuntes iniciales que presentan algunas de las estrategias de

mercadotecnia del futsal brasileño.

Palabras-clave: Comunicación, Marketing Deportivo, Fútbol de Salón.

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INTRODUÇÃO

Este estudo pesquisou as principais estratégias de comunicação e marketing utilizadas

pela Confederação Brasileira de Futebol de Salão na divulgação de seu produto, ‘carro-chefe’,

a Liga Futsal.

Este projeto de pesquisa apresenta dois objetivos principais que são norteadores de todo

o estudo em questão. O primeiro objetivo visa estudar as ações de comunicação e marketing

realizadas pela CBFS para a Liga Futsal e verificar se estas estão sendo bem aplicadas e

gerenciadas pela Confederação e/ou empresas especializadas; já o segundo, pretende analisar

como a comunicação pode transformar-se em ferramenta útil na divulgação dos clubes de

futebol de salão e da Liga Futsal. Além dos objetivos já citados, espera-se também, apresentar

um panorama geral do mercado do futebol de salão no Brasil, ressaltando as possíveis novas

oportunidades de negócio para este esporte no âmbito da comunicação.

Com a intenção de conhecer melhor o mercado do futsal no Brasil foram realizadas

observações nos departamentos de comunicação e marketing da Confederação e de alguns

clubes da Liga Futsal, assim como, entrevistas com profissionais da área de mídia esportiva,

marketing esportivo, atletas, dirigentes, etc. Tais observações e entrevistas serviram para

contrapor apontamentos iniciais do autor e dar consistência à parte prática deste estudo.

Estudando a relação entre o futebol de salão e o marketing esportivo, através de

entrevistas com profissionais da área esportiva e com pesquisas bibliográficas, a dissertação

visa responder a seguinte questão: Será que as ações de comunicação realizadas pela CBFS

para a Liga Futsal facilitam a exposição deste esporte nos meios de comunicação?

O tipo de pesquisa utilizado para este estudo foi o de caráter exploratório, ou seja, “tem

como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em

vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos

posteriores” (GIL, 1999, p.43).

Pesquisas sobre marketing esportivo no futebol de salão não são comuns nos meios

acadêmicos, fato que gera poucos dados conhecidos sobre o tema. Por isso, esse estudo pede a

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realização de uma pesquisa exploratória. Segundo Gil (1999, p.43), as pesquisas exploratórias

são desenvolvidas com

[...] o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximado, acerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis.

As pesquisas exploratórias “habitualmente envolvem levantamento bibliográfico e

documental, entrevistas não padronizadas e estudo de caso” (GIL, 1999, p.43). Esses

processos metodológicos constam nesta pesquisa.

O estudo em questão utiliza o método qualitativo de pesquisa. A estratégia de

investigação utilizada é a de Estudo de Caso. O objeto estudado por essa estratégia é a Liga

Futsal, produto ‘guarda-chuva’ da Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS).

Segundo Yin (1981, p.23) Estudo de Caso é

[...] um estudo empírico que investiga um fenômeno atual dentro do seu contexto de realidade, quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidas e no qual são utilizadas várias fontes de evidência.

O Estudo de Caso é muito utilizado pelos pesquisadores sociais, visto que serve para

diferentes propósitos. Segundo Gil, (1999, p.73) quanto aos propósitos do Estudo de Caso

a.) Explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos; b.) Descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação; e c.) Explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito complexas que não possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos.

O Estudo de Caso é um método de pesquisa em que os procedimentos metodológicos

não são tão rígidos, por isso uma das dicas ao pesquisador social que vá utilizá- lo “é que

redobre seus cuidados tanto no planejamento quanto na coleta e análise dos dados” (YIN,

1981, p.22).

Quanto à pesquisa teórica a respeito do tema marketing versus marketing esportivo, foi

realizada uma pesquisa bibliográfica com os principais autores que tratam desta temática.

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Como o tema em questão ‘marketing esportivo no futebol de salão’ não dispõe de vasta

bibliografia, este estudo realizou também, uma pesquisa documental em diferentes meios,

como jornais, revistas e internet. Para Gil, (1999, p.66)

A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A única diferença entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.

A técnica de coleta de dados utilizada foi a entrevista semi-estruturada com perguntas

abertas. Estas foram direcionadas aos profissionais de comunicação e marketing que

trabalham na Liga Futsal, nos clubes, nos veículos de comunicação que cobrem o esporte, etc.

Alguns autores chamam este tipo de entrevista de despadronizada ou não-estruturada,

segundo Lakatus e Marconi (2005, p. 199)

O entrevistador tem a liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada. É uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão. Em geral, as perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversação informal.

Dentro desta técnica de coleta de dados, ‘entrevista semi-estruturada’, seguiu-se uma

das modalidades de entrevista proposta por Ander-Egg. De acordo com Ander-Egg (1978,

p.110) a entrevista focalizada tem

[...] um roteiro de tópicos relativos ao problema que se vai estudar e o entrevistado tem liberdade de fazer as perguntas que quiser: sonda razões e motivos, dá esclarecimentos, não obedecendo, a rigor, uma estrutura formal. Para isso, são necessários habilidade e perspicácia por parte do entrevistador. Em geral, é utilizada em estudos de situações de mudança de conduta.

O principal critério adotado para a seleção da amostra de pesquisa foi a escolha de

profissionais que trabalhem direta ou indiretamente com a Liga Futsal e o futebol de salão,

dentre os quais, destacam-se jornalistas, treinadores, dirigentes esportivos, profissionais de

comunicação e marketing, etc. No total foram realizadas 22 entrevistas com 22 profissionais

que têm alguma relação com o esporte em estudo.

As entrevistas foram realizadas com profissionais da área esportiva e da comunicação, o

roteiro para a entrevista utilizou perguntas abertas, ou seja, “as que permitem ao informante

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responder livremente, usando linguagem própria, e emitir opiniões” (LAKATUS,

MARCONI, 2005, p.206).

A tabulação dos dados foi realizada por meio de transcrição das respostas e seus

cruzamentos, obtendo assim um resultado por amostragem intencional. Nas entrevistas

pessoais foi utilizado um roteiro base, porém o entrevistado teve a liberdade de falar sobre

temas correlatos e relevantes ao assunto em estudo. Já nas entrevistas enviadas por e-mail, o

entrevistado respondeu de acordo com o roteiro original.

A dissertação foi dividida em cinco capítulos, a saber: ADMINISTRAÇÃO ESPORTIVA

E A INDÚSTRIA DO ESPORTE; A HISTÓRIA DO MARKETING ESPORTIVO; AS

FERRAMENTAS DE MARKETING ESPORTIVO; A ORIGEM DO FUTEBOL DE SALÃO; A

LIGA FUTSAL. Abaixo serão explicados brevemente cada um deles, destacando seus

principais conteúdos.

ADMINISTRAÇÃO ESPORTIVA E A INDÚSTRIA DO ESPORTE: O foco central deste

capítulo consiste na apresentação geral da indústria do esporte, são mostrados também, alguns

cases de sucesso dentro desta indústria, como a Copa do Mundo de Futebol, a NBA entre

outros. Nesse capítulo introdutório pretende-se mostrar os números da indústria do esporte e o

que estes representam dentro dos mercados globais.

A HISTÓRIA DO MARKETING ESPORTIVO: A idéia central do segundo capítulo da

dissertação consiste na apresentação da história do marketing esportivo. Pretende-se mostrar

onde o marketing esportivo é aplicado como negócio, e quais os principais resultados das

estratégias adotadas no Brasil e no mundo. Por fim, apresentar a influência das mídias, como

a televisão, na gestão esportiva.

AS FERRAMENTAS DE MARKETING ESPORTIVO: O terceiro capítulo apresenta

quais são as principais ferramentas de marketing esportivo existentes, e como elas estão sendo

utilizadas no mercado esportivo.

A ORIGEM DO FUTEBOL DE SALÃO: Neste capítulo mostra-se a origem do futebol

de salão e como este esporte se tornou o mais praticado do país. Apresenta-se também, quais

são as principais federações e associações que estão gerindo o futsal no Brasil, assim como

cases de sucesso deste esporte no país.

A LIGA FUTSAL: O foco central do quinto capítulo da dissertação consiste em

apresentar o objeto de pesquisa, a Liga Futsal. Pretende-se mostrar as estratégias de

comunicação e marketing adotadas pela CBFS e avaliar seu impacto frente aos seus diversos

públicos.

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Um estudo dissertativo sobre a aplicação das técnicas de marketing esportivo no futebol

de salão se faz necessário dado o seu ineditismo. Não há nenhuma bibliografia publicada

sobre as estratégias de comunicação da Liga Futsal, assim como não há publicação específica

sobre marketing esportivo no futsal. Por isso, este estudo visa mostrar algo novo dentro da

temática ‘marketing esportivo’. Com o ‘ponta-pé’ inicial dado por nossa pesquisa, espera-se

que novos pesquisadores sociais se interessem e desenvolvam, ainda mais, a temática questão.

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I – FUTEBOL ARTE VERSUS COMUNICAÇÃO E NEGÓCIOS

1. ADMINISTRAÇÃO ESPORTIVA E A INDÚSTRIA DO ESPORTE

Este estudo apresenta, como ‘ponta pé inicial’, o conceito de esporte e de indústria, por

entender que a idéia central deste projeto tem como base os conceitos em questão.

Os profissionais de marketing esportivo, antes de tudo, devem compreender tais

conceitos (esporte e indústria), pois terão que unir esses conhecimentos, no momento em que

estiverem criando ações de comunicação e marketing dentro da chamada “Indústria do

Esporte”. Mais adiante esse estudo apresentará a indústria esportiva e suas principais

características.

Em um primeiro momento apresenta-se o termo esportes, pois este tem uma idéia

diferente do conceito maior esporte e pertence tão somente à área da administração de

atividades esportivas. Pitts, Stotlar apud Parks, Zanger (2002, p.4)

O termo esportes ‘implica um conjunto de atividades distintas como golfe, futebol, hóquei, vôlei, softball e ginástica – itens de uma série que podem ser contados’. É assim que a maioria das pessoas define os esportes – atividades esportivas. Essa definição típica reflete basicamente duas constatações: primeiramente, a exposição aos esportes nas escolas e faculdades e, em segundo lugar, a exposição diária aos esportes através da mídia.

Pitts, Stotlar (2002, p.4) dizem que “a administração de esportes implica tão somente a

administração de atividades esportivas”, ou seja, não entrando na área da gestão do esporte

e/ou marketing esportivo.

O termo esporte tem uma significação mais abrangente e, por isso, foi definido pela

Sociedade Norte-Americana para Administração Esportiva (NASSM), sociedade esta

composta por pesquisadores, universitários e professores, como a palavra mais correta para

definir a área de estudo da Administração Esportiva (PITTS, STOTLAR, 2002, p.4).

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Com base na linha conceitual adotada pelos autores que propõem a palavra esporte

como um sinônimo de Administração Esportiva, percebe-se a amplitude do conceito em

questão. Para Pitts, Stotlar (2002, p. 4-5)

[...] a expressão administração esportiva implica um conceito muito mais amplo. São todas as pessoas, atividades, negócios e organizações envolvidos em produzir, auxiliar, promover ou organizar produtos esportivos, de fitness e de recreação. Isso inclui, por exemplo, o fabricante de equipamentos esportivos, roupas ou calçados; a pessoa ou empresa que presta serviços promocionais a organizações esportivas; a organização incumbida de controlar um esporte; a pessoa que representa um atleta profissional como seu agente [...].

Entendido o conceito de Administração Esportiva e toda sua abrangência no campo do

esporte, vale nesse momento discorrer sobre o que é a Indústria do Esporte como negócio. De

acordo com Pitts, Stotlar (2002, p.5), a Indústria do Esporte “é o mercado no qual os produtos

oferecidos aos compradores relacionam-se com esporte, fitness, recreação ou lazer e podem

incluir atividades, bens, serviços, pessoas, lugares ou idéias”.

Realizando uma interligação dos conceitos apresentados temos: a Administração

Esportiva como gestora de todas as atividades relacionadas ao esporte; e a Indústria do

Esporte como todo o mercado onde os produtos relacionados a esporte são oferecidos.

1.1 O esporte como estratégia de dominação das massas

O esporte ao longo da história tem sido utilizado pelos governantes como uma estratégia

de dominação das ‘massas’ (população). Desde a criação dos Jogos Olímpicos, na antiga

Grécia, até os dias de hoje, diversas nações se aproveitam do apoio popular frente às

competições esportivas para manter ou aumentar a sua dominação. Talvez tenha sido na

Alemanha nazista que os conceitos ‘esporte’ versus ‘dominação popular’ mais tenham sido

aplicados ao longo da história. Hitler utilizou várias estratégias de comunicação para aliar sua

imagem aos esportistas alemães, visando principalmente, melhorar sua imagem frente ao povo

alemão, aumentar sua visibilidade e, por conseguinte, disseminar os ideais do nazismo.

A primeira estratégia ditatorial, adotada pelo governo alemão, foi obrigar todas as

federações e clubes do país a incorporarem a suástica. Uma segunda forma de exercer o

controle do esporte foi a catequização política dos atletas. Milhares de jovens eram integrados

todos os dias a programas de treinamento esportivo, que englobavam aulas de educação

política, ou seja, ‘ensinavam a cultura e os valores nazistas’ aos jovens atletas, para que estes

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a disseminassem pela Alemanha e pelo mundo com suas vitórias. Outra estratégia adotada

para manter e ampliar a imagem vitoriosa da ditadura alemã era aproximar a figura de Hitler

das grandes personalidades do esporte, assim, era comum encontrar fotos em jornais do

ditador ao lado de atletas vencedores (SMIT, 2007, p.25-26).

Após diversos protestos internacionais, comandados principalmente pelos Estados

Unidos, a Alemanha, enfim, foi escolhida para sediar os Jogos Olímpicos de 1936. Sabendo

da importância do evento, muito foi investido em sua organização. A cineasta Leni

Riefenstahl foi contratada para filmar todo o evento que aconteceria na cidade de Berlim. Um

moderno estádio olímpico foi construído e, por fim, a vila olímpica foi erguida em um local

suntuoso envolto por árvores e por lagos artificiais (SMIT, 2007, p.29).

Adotando todas essas estratégias de dominação pelo esporte, o governo alemão

conseguiu disseminar ainda mais os ideais do nazismo por toda a Alemanha. Ao fim dos

Jogos Olímpicos de Berlim, os nazistas estavam ainda mais prontos e fortalecidos para dar o

golpe militar, que anos mais tarde, fomentaria na segunda grande Guerra Mundial.

O futebol pode ser uma das formas de uma nação exercer e consolidar a sua identidade

nacional. Segundo Giulianotti (1999, p.42) o futebol é “uma das grandes instituições

culturais, como a educação e os meios de comunicação de massa, que formam e consolidam

identidades nacionais no mundo inteiro”.

A exposição massificada do futebol, realizada pelos veículos de comunicação, é um

ponto crucial para que as nações se utilizem deste para a implementação de suas identidades

nacionais. Em eventos mundiais, como a Copa do Mundo ou os Jogos Olímpicos, é

obrigatório a execução dos hinos nacionais. Isso é motivo de orgulho para todos os

competidores e torcedores, porém, é no campo de jogo e nas vitórias que a identidade

nacional mais é exaltada. Esses motivos fazem com que governantes de diversos países se

esforcem ao máximo para que suas seleções nacionais estejam disputando eventos mundiais

de grande porte, como a Copa do Mundo.

Ainda segundo Giulianotti (1999, p.42) é nas competições internacionais que

[...] o time incorpora a nação moderna, com freqüência envolvendo-se literalmente com a bandeira nacional e iniciando os jogos com uma canção comum, o ‘hino nacional’. O poder tecnológico dos meios de comunicação garante que todos os cantos da nação possam compartilhar da ação [...].

Não resta dúvida que o futebol é utilizado como instrumento de auxílio na formação das

identidades nacionais por parte dos governantes. Contudo, isso não se limita a grandes

eventos como os já citados. As Prefeituras, também se unem ao esporte a fim de melhorar o

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que aqui chamaremos de ‘imagem municipal’. A receita, segundo Melo Neto (2003, p.233) é

muito simples: “as prefeituras municipais cedem os seus ginásios e campos de futebol para os

treinamentos e jogos dos clubes. E estes alavancam recursos, através da realização de

bingos e da venda de patrocínio junto às empresas locais”.

Porém, as Prefeituras não se limitam apenas a ceder seus ginásios. Muitas vezes elas

custeiam viagens dos clubes pelo país, ajudam no pagamento de salários dos atletas e, em

alguns casos, auxiliam nas negociações de patrocínios com empresas estatais. Como foi o

caso da Prefeitura de Limeira que “ajudou o clube a obter o patrocínio da Nossa Caixa”

(MELO NETO, 2003, p.234).

O esporte em geral, sempre será visto por todas as escalas governamentais como uma

ótima forma de exercer domínio das ‘massas’ e manutenção e/ou ampliação da identidade

nacional. Portanto, não mais pensemos que as diversas formas de ajuda desenvolvidas pelos

governos ao esporte são, por exemplo, apenas pelo amor ao esporte, mas sim, visando toda

uma manutenção de um sistema administrativo baseado na alienação e dominação da

população.

1.2 O esporte como indústria global

A indústria do esporte tem crescido muito ao longo das duas últimas décadas. Não se

pode deixar de atribuir a esse crescimento dois pontos importantes: o primeiro foi o fracasso

financeiro dos Jogos Olímpicos de Moscou, que gerou todo um novo modelo de negócios para

a administração olímpica. O segundo foi a retomada administrativa nos jogos de Los Angeles

no ano de 1984. Estes provaram ao mundo que o esporte ao ser bem administrado, é uma

ótima ferramenta de divulgação para produtos, marcas e empresas.

Com a implementação de um novo modelo de gestão administrativa para o esporte, os

Jogos Olímpicos de 84 foram sucesso de mídia e, também, financeiro. A emissora que

comprou os direitos de transmissão dos jogos foi a ABC, e pagou por eles 225 milhões de

dólares para ter a exclusividade na comercialização do evento (PAYNE, 2006, p.47). As

estratégias de Los Angeles não pararam na comercialização dos direitos de transmissão,

“quanto aos custos, optou-se pela utilização das instalações já existentes. Em vez de se

construir um estádio olímpico totalmente novo” (MELO NETO, 2003, p.117).

As cotas de patrocínio dos jogos foram vendidas às empresas com contratos de

exclusividade, ou seja, a marca da empresa teria o direito de aparecer sem que nenhuma

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marca concorrente aparecesse junto. De acordo com Melo Neto (2003, p.118) quanto às cotas

de patrocínio

A nova estratégia foi limitar os patrocinadores oficiais a três dúzias de grandes empresas, com apenas um patrocinador para cada produto ou ramo de serviço.’Se você gasta 50 mil dólares para ser um dos quatrocentos patrocinadores das Olimpíadas (em 1980), seus 50 mil dólares provavelmente não conseguiram causar grande impacto sobre os consumidores’, explica Paul Rogalla, gerente de campanhas publicitárias da empresa Lee Hill [...].

Juntamente com a venda de cotas exclusivas de patrocínio para empresas como Coca

Cola, Xerox, McDonald`s entre outras, o comitê organizador vendeu a concessão do uso da

marca dos Jogos Olímpicos, gerando assim, mais lucro aos jogos (MELO NETO, 2003,

p.118).

A liga de basquetebol norte americana, a NBA, é um bom exemplo de administração do

esporte com visão global de negócios. A NBA passava no final da década de 80 por um

dilema, ser um sucesso nacional, ou então se tornar um produto mundialmente conhecido, ela

optou pela segunda. David Stern, um dos diretores da Liga, remodelou as estratégias de

marketing visando vender a NBA para todo o mundo. Dentre as principais mudanças,

destacam-se: a criação de fitas de vídeo com as principais jogadas e entrevistas dos atletas, a

realização da partida de abertura na cidade de Tóquio, em 1990, o fomento a participação do

“Dream Team” (primeira equipe da história formada com atletas profissionais do basquetebol

norte americano a ir às Olimpíadas) nas Olimpíadas de 1992, em Barcelona, ampliou a venda

dos direitos internacionais de transmissão da Liga e aumentou a exportação de produtos

licenciados com a marca NBA. (MULLIN, HARDY, SUTTON, 2004, p.14).

Com as estratégias de divulgação implementadas por David Stern, a NBA por volta de

1997, “era a marca esportiva mais famosa do mundo” (MULLIN, HARDY, SUTTON, 2004,

p.14). O sucesso da nova NBA não parou por aí, e no mesmo ano de 97 a Liga já

comercializava “quase US$ 500 milhões em mercadorias fora dos Estados Unidos”

(MULLIN, HARDY, SUTTON, 2004, p.14). Durante toda a década de 90, a NBA acumulou

fãs pelo mundo todo, foi assim na conquista de novos mercados na Europa, Austrália, Hong

Kong, América do Sul, etc (MULLIN, HARDY, SUTTON, 2004, p.14).

Os esportes se profissionalizam mais a cada ano, a fim de receberem melhores verbas de

empresas patrocinadoras e venderem mais produtos licenciados. No ano de 1990, o montante

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gasto pelas empresas com patrocínio foi de US$ 7,7 bilhões, oito anos mais tarde, esse valor

foi de US$ 20 bilhões (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p.30).

Essa profissionalização faz com que as empresas tenham uma maior confiança em

patrocinar. De acordo com Almeida, Sousa, Leitão (2000, p.29) quanto à distribuição das

verbas das empresas no esporte

[...] a propaganda em jornais e revistas dá uma média de 15%; patrocínio, uma média de 10%; propaganda na TV, uma média de 15%. Agora, o principal ponto: promoção e merchandising, 30%. E prestem atenção no detalhe ali: camarotes, ingressos e demais despesas de hospitality, 30%.

A Top Sponsors Sports divulgou uma pesquisa no ano de 1998 que mostrava os esportes

que receberam as melhores verbas de patrocínio. O futebol foi o esporte que mais recebeu

dinheiro de empresas, com um total de US$ 917 milhões, os Jogos Olímpicos ficaram em

segundo lugar e o tênis em terceiro (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p.29-30). Já no

âmbito das maiores audiências, destacam-se por ordem cronológica, “a Copa do Mundo,

Olimpíadas, Fórmula 1, tênis, Superbowl” (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 30).

Somando-se todas as receitas esportivas, licenciamentos, transações de atletas, receitas

de arenas, patrocínios, etc, a Indústria do Esporte totalizou um Produto Interno Bruto de 63,1

bilhões no ano de 1990. Entre 1986 e 1990 essa mesma indústria teve um aumento de 6,8%

em seu PIB. O gráfico a seguir mostra a soma do Produto Interno Bruto (PIB) gerado pela

Indústria do Esporte entre os anos de 1986 e 1990:

1FIGURA 1 – A soma de produtos e serviços gerados pela indústria dos esportes.

1PITTS, STOTLAR (2002, p.6)

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O crescimento da Indústria do Esporte é visível com base nos dados apresentados. Em

1988, a Indústria do Esporte assumiu o posto de número vinte e dois entre as maiores dos

EUA em faturamento, ficando à frente de setores consagrados como veículos motorizados e

peças, transporte aéreo, hospedagem, etc (PITTS, STOTLAR, 2004, p.6).

São muitos os fatores que influenciam o crescimento da indústria em questão, podemos

destacar como os principais: o aumento do número de atividades esportivas e de recreação

que são criadas, a chegada de novas revistas no mercado que tratam de esportes diversificados

e estimulam suas práticas, a organização global moderna que permite um maior tempo livre

ao trabalhador para usufruir de atividades de recreação, a criação das grandes academias de

ginástica que oferecem vários serviços agregados ao esporte, uma maior participação por

parte das empresas patrocinando eventos esportivos e, também, instituições de caridade

voltadas ao esporte, desenvolvimento de novos produtos com uma melhor tecnologia

facilitando e barateando a prática esportiva, um maior apelo de marketing nas promoções

esportivas e a globalização da indústria do esporte, propriamente dita (PITTS, STOTLAR,

2004, p. 8-18).

O aumento do faturamento global da maioria dos esportes já é uma realidade, e com a

contínua organização e sistematização das mais diversas modalidades, a tendência de

crescimento para os próximos anos se mantém.

1.3 A evolução da indústria do esporte no Brasil

Dentre as principais características de crescimento do mercado esportivo brasileiro,

destaca-se o patrocínio esportivo. As principais empresas do país perceberam que unindo suas

marcas a eventos e/ou clubes esportivos de renome, ganhavam credibilidade e, em alguns

casos, rejuvenescimento.

Em 1998, das 29 marcas mais lembradas, 17 tinham desenvolvido alguma ação de

patrocínio esportivo como estratégia de merchandising. As marcas líderes de share of mind

(marca mais lembrada espontaneamente) em seus segmentos, neste mesmo ano, foram a Coca

Cola e a Parmalat, que estavam realizando ações de patrocínio no futebol e no automobilismo,

respectivamente (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p.38).

Os esportes estão hoje ligados à chamada indústria do entretenimento, eles geralmente

ocupam de “3,3 a 4% do PIB de cada país, e se nós considerarmos que o PIB brasileiro,

entre formal e o informal, está perto de US$ 1 bilhão, poderemos tranqüilamente chegar a

um valor de 35 bilhões” (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 38). De acordo com a

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projeção dos autores, que é baseada em pesquisas e estatísticas mundiais, pode-se crer que o

mercado esportivo brasileiro possa atingir tais números caso desenvolva estratégias

mercadológicas e administrativas, seguindo padrões profissionais mundiais. Segundo

Almeida, Sousa, Leitão (2000, p.39) o esporte como negócio no Brasil pode crescer

rapidamente seguindo algumas regras

Basta começarmos a mudar de atitude, começarmos a planejar melhor, profissionalizar a coisa, organizar melhor os eventos. Aí teremos condições de chegar lá rapidamente. E vocês têm grande responsabilidade nisto, porque estão se preparando e terão a obrigação de depois orientar clubes e dirigentes no sentido de fazer a coisa certa.

Os grandes mercados esportivos pelo mundo faturam muito com o chamado pay per

view (pague para ver). Nos “EUA a estimativa total de receita/ano com os esportes, incluindo

baseball, basquetebol, hockey e soccer, em 1999, foi de US$ 1,3 bilhão” (ALMEIDA,

SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 40). No Brasil esse recurso ainda não está sendo explorado em

sua totalidade, porém, acredita-se que “quase US$ 500 milhões serão gastos só em “pay per

view” nos próximos anos (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 40).

As empresas resolvem investir em um determinado mercado quando este é bem

regulamentado pelas leis do país. No Brasil, a legislação esportiva mudou, e isso gerou uma

maior confiabilidade dos investidores no setor esportivo. As duas leis mais importantes para o

esporte foram: a Lei Zico e a Lei Pelé. A Lei Zico foi promulgada no ano de 1993 e, segundo

alguns estrangeiros, o texto constitucional inicial de 1988, proposto por Álvaro Melo Filho, “é

um dos melhores textos constitucionais que abordam o esporte no mundo” (ALMEIDA,

SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 95). Até que o texto final da Lei fosse realizado, muitas emendas

foram colocadas, porém, ao final, a chamada Lei Zico foi reconhecida por seu valor para o

esporte.

Dentre os principais problemas que a Lei Zico viria a resolver estava a fiscalização, por

parte do Estado, nas instituições esportivas. Essas instituições deixariam de ser entidades sem

fins lucrativos e passariam a ser empresas, respondendo legalmente com tal (ALMEIDA,

SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 96). Um segundo ponto importante do texto constitucional da Lei

Zico, “fala de recursos para o esporte educacional e prioridade para os esportes de criação

nacional” (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 96). Esse fomento gerou maiores

investimentos para esportes de menor expressão como a ginástica, o judô, a natação, etc. Após

a inserção de muitas emendas, um artigo constitucional do ano de 1988 foi primordial para o

fechamento da Lei Zico, segundo ele ‘o Poder Público incentivará o lazer como forma de

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promoção social’ (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 96). Esse artigo deixou claro que

o Estado iria priorizar o desenvolvimento do lazer e, por conseguinte, do esporte como forma

de bem estar da sociedade. A Lei Zico recebeu o nº de 8.672 e foi promulgada em 1993.

Segundo Almeida, Sousa, Leitão (2000, p.39) foi a Lei que trouxe mais avanços ao esporte

nacional

[...] pela primeira vez, foram apresentados princípios e conceitos, pois anteriormente os instrumentos legais relativos aos esportes nunca foram conceituais e principiológicos. A Lei Pelé manteve a parte conceitual e principiológica da Lei Zico. Além disto, A Lei Zico introduziu uma perspectiva sistêmica para o esporte nacional, extinguindo o CND, criando o CSD (Conselho Superior de Desportos) [...].

A segunda Lei de maior importância para o desenvolvimento do esporte e, por

conseguinte, do mercado esportivo brasileiro, foi a Lei Pelé. “Na verdade, a Lei Pelé aborda

os principais temas que já faziam parte da Lei Zico, mas que acabaram simplesmente

ignorados pela falta de vontade em fazê-los sair do papel” (POZZI, 1998, p. 29). Dentre os

pontos que ganharam maior atenção da Lei Pelé estavam os departamentos de futebol dos

clubes profissionais. Eles deveriam abandonar definitivamente o status de departamentos

amadores, passando a responder como empresas, pagando tributos, sendo fiscalizados pelo

Ministério Público e, seus dirigentes passariam a responder criminalmente por qualquer ato

ilegal dentro da administração dos clubes (POZZI, 1998, p. 29). Ainda de acordo com a Lei

Pelé, os clubes esportivos profissionais poderiam organizar suas próprias competições,

negociar seus direitos de TV e de Marketing sem a participação direta de uma Federação.

Todos os atletas profissionais teriam a partir no ano 2000, direito ao ‘passe livre’, ou seja, não

teriam que pagar multas aos seus clubes após o término de seus contratos para se transferirem

(POZZI, 1998, p. 29). Por fim, a Lei Pelé foi a primeira a tratar do portador de deficiências e,

também, “reforçou as diretrizes do bingo. O Bingo deveria sustentar os esportes.

Infelizmente, ainda existem muitos problemas com a processualística do bingo, marcados

pelos interesses nem sempre escrupulosos” (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 97).

Guardadas as devidas proporções, não resta dúvida que o esporte brasileiro se

desenvolveu muito após a Lei Zico e a Lei Pelé. Com elas, novas empresas entraram no

esporte, novos centros de desporto foram criados e alguns clubes profissionalizaram suas

administrações, conseguindo assim, novos parceiros e, conseqüentemente, crescerem em um

mercado que anos atrás era tido como de alto risco para investidores.

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1.4 O sucesso do produto esportivo Copa do Mundo de Futebol

A Copa do Mundo de Futebol, a partir da década de 90, começou a ser vista como um

bom produto a ser patrocinado por empresas de diversos setores, isto graças ao avanço e

profissionalização dos dirigentes esportivos mundiais.

Em 1994, empresas como General Motors, Nike, Gillete, Brahma, Volkswagen

realizaram ações promocionais apoiadas na temática Copa do Mundo de 94. Dentre algumas

ações de marketing que foram realizadas por empresas, destaca-se a Volkswagen. A empresa

de origem alemã, que atua no mercado automotivo brasileiro, aproveitou a paixão nacional

pelo futebol e lançou, no mês de maio do ano de 1994, “uma campanha publicitária do Gol

Copa, uma série especial comemorativa com vários opcionais, como pneus mais largos e

volantes esportivos, com investimentos de cerca de US$ 200 mil em mídia” (MELO NETO,

2003, p. 107).

Outra empresa que também fez forte investimento no produto esportivo ‘Copa do

Mundo’ foi a General Motors. A empresa patrocinou, juntamente com o apoio da rádio Jovem

Pan, o retorno dos atletas da Seleção Brasileira ao Brasil, acredita-se que foram gastos em

torno de US$ 600 mil (MELO NETO, 2003, p. 109).

Dentre as ações de promoção que mais se destacaram, encontra-se a da Refinações de

Milho Brasil, empresa detentora da marca Knorr. A promoção realizada por eles, utilizou a

Rede Globo de Televisão e, em especial, o Programa do Faustão como mídia de divulgação.

A empresa chamou a promoção de ‘Knorr na Galera do Faustão’, essa ação promocional

realizada pela Knorr, “levou 94 pessoas para assistir à competição, com investimentos totais

de US$ 5,5 milhões” (MELO NETO, 2003, p. 107).

O rejuvenescimento de uma marca que se ligada ao esporte e, em especial, a uma Copa

do Mundo, é evidente. Porém, este evento movimenta bilhões nas economias mundiais e em

diversos setores da indústria. Com a Copa do Mundo de 94, a chamada “USA CUP”, as

agências de publicidade também lucraram significativamente, realizando campanhas

promocionais a seus clientes. “Na W/Brasil, o movimento financeiro por conta do sucesso da

seleção de Parreira chegou a US$ 2 milhões” (MELO NETO, 2003, p. 107). A DPZ, outra

grande agência de publicidade, da cidade de São Paulo, realizou campanhas para diversas

empresas como Lacta, Banco Itaú e Johnson & Johnson, movimentando somente com

campanhas de oportunidade US$ 1 milhão durante o evento que durou aproximadamente um

mês (MELO NETO, 2003, p.109). Estima-se que o mercado brasileiro durante o mês da Copa

do Mundo de Futebol, tenha movimentado um volume financeiro próximo a US$ 500

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milhões, deste valor, US$ 200 milhões só de investimentos em patrocínios (MELO NETO,

2003, p. 109).

Os números finais da Copa do Mundo de 1994 são impressionantes. A média de

audiência mundial de cada partida foi de 600 milhões de pessoas (MELO NETO, 2003, p.

113). “Foram vendidas dezenove cotas de patrocínio para diversas empresas, dentre as quais

a MasterCard, a Coca-Cola e a McDonald`s Corporation, que pagaram até US$ 75 milhões

cada uma” (MELO NETO, 2003, p. 113). Empresas como a United Airlines, Cannon Inc.,

Fuji Photo Film Co., pagaram alguns milhões para licenciarem seus produtos com a marca

“USA CUP” (MELO NETO, 2003,p.114). Some-se a todas essas ações de promoção,

licenciamento e patrocínio a venda dos direitos de transmissão do evento a diversas

televisões. Todos esses fatores fizeram da Copa do Mundo de 1994, um marco de sucesso da

história da administração de eventos esportivos. A partir de 1994, as Copas do Mundo

passaram a ser eventos cobiçados por diversas cidades do mundo, pois a certeza de retorno

financeiro para o país organizador é quase certa.

O sucesso da Copa do Mundo de 1994, realizada nos Estados Unidos, se estendeu a

Copa da França de 1998. Pesquisadores do esporte acreditam que “a Copa de 1998 gerou um

impacto econômico estimado em trinta bilhões de dólares americanos de gastos no evento,

com um público de 37 bilhões de pessoas” (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 30). Os

dez estádios espalhados pelo país tiveram uma ocupação aproximada de dois milhões de

pessoas durante o evento. Os organizadores do Mundial arrecadaram US$ 411 milhões dos

patrocinadores que, de alguma forma, queriam unir suas marcas ao evento (ALMEIDA,

SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 31).

Algumas empresas como a Coca-Cola, investem muito alto para ter exclusividade de

patrocínio em grandes eventos esportivos. “A importância das empresas em associar sua

imagem ao evento pode ser observada pelo contrato de US$ 80 milhões assinado pela Coca-

Cola para continuar a patrocinar as Copas do Mundo de 2002 e 2006” (ALMEIDA,

SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 31).

Os altos valores pagos pela Coca-Cola inflacionaram o mercado de patrocínio nos

mundiais de futebol e fizeram com que as empresas que quisessem estar presentes no evento

tivessem que pagar cada vez maiores cotas de exclusividade de patrocínio. O vice-presidente

global da MasterCard, Mava Heffler e Robert Louis Dreyfus, executivo da Adidas, atentam

para o fato de que as cotas de patrocínio, pularam de US$ 16 milhões, na Copa de 98, para

US$ 40 milhões nos mundiais de 2002 e 2006 (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 31).

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A empresa inglesa de pesquisa de mercado, Sponsorship Research Internacional (SRI),

vem realizando pesquisas na área esportiva há mais de 13 anos. Em uma pesquisa realizada

pela SRI, constatou-se que 63% dos brasileiros acreditam que ao comprar um produto de

algum patrocinador oficial da Copa do Mundo estariam ajudando a seleção nacional no

Mundial e 46% disseram que comprariam produtos de empresas que estivessem patrocinando

o evento (POZZI, 1998, p. 168).

Quanto à emotividade dos brasileiros pelo evento Copa do Mundo, a SRI constatou que

“96% dos brasileiros sentem muito orgulho quando a seleção ganha um Mundial, contra

68% dos Europeus” (POZZI, 1998, p. 168).

Com tais dados apresentados por este estudo, fica evidente que em se tratando de

eventos esportivos em nível mundial, a Copa do Mundo é um bom produto para que empresas

de diversos setores unam suas imagens a fim de ganhar credibilidade junto a seus diversos

públicos.

1.5 As empresas investindo em marketing esportivo no Brasil

Uma boa estratégia a ser inserida nos planos de marketing para se construir ou

reposicionar uma marca, é a realização de um patrocínio esportivo. Ou seja, unir através de

apoio financeiro a sua empresa a um clube e/ou instituição esportiva, esperando com isso,

criar uma nova e mais moderna percepção de sua marca, com os diversos públicos de

interesse de sua empresa. Melo Neto (2003, p.12) diz que

Uma empresa sem marca forte, mal posicionada, incapaz de difundir valores aceitos pelas pessoas e legitimados pela cultura existente, é uma empresa inviável. Através do patrocínio, sua marca ganha força, melhor posicionamento, valor intangível e, sobretudo, confiança, respeito e credibilidade.

Uma das grandes empresas brasileiras a apostar no patrocínio esportivo como forma de

reposicionar sua marca foi o Banco do Brasil. O banco passava por uma séria crise de

identidade corporativa. Seus clientes tinham, em sua grande maioria, mais de 50 anos e os

clientes mais jovens, não viam o banco como uma empresa moderna apta a atendê- los da

maneira que eles esperavam. No ano de 1989, após uma extensa pesquisa junto a seu público,

o Banco do Brasil descobriu que “era visto como sinônimo de banco velho e pesado”

(POZZI, 1998, p.221).

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Como o banco não possuía uma agência de publicidade contratada, utilizou o seu

departamento de marketing para criar soluções estratégicas para rejuvenescer a marca. A

opção do departamento foi pela realização do patrocínio esportivo. Inicialmente, ele não sabia

qual esporte deveria patrocinar. Após algumas pesquisas em eventos regionais, na cidade do

Rio de Janeiro, o Banco do Brasil optou pelo patrocínio do vôlei. Segundo ele, o esporte era o

segundo na preferência nacional e tinha ótima aceitação perante o público jovem. (POZZI,

1998, p.222).

Após ter decidido o esporte que iria patrocinar, faltava agora escolher se apoiaria

financeiramente os clubes ou uma instituição. Ao fim, optou por fechar um contrato de

patrocínio com a Confederação Brasileira de Voleibol, a ‘CBV’. Como estratégia inicial de

comunicação, o Banco do Brasil desenvolveu camisetas para a torcida brasileira que apoiara a

Seleção Nacional de Vôlei na Liga Mundial de 1991. Um ano mais tarde, nos Jogos

Olímpicos de Barcelona, o Banco do Brasil desenvolveu por volta de “2 mil toneladas de

material promocional, que geraram um retorno espontâneo de mídia de 844 páginas de

jornal e ainda o equivalente a 1.058 comerciais de 30’’. Tal resultado foi cinco vezes

superior ao valor despendido” (POZZI, 1998, p.222).

No ano seguinte, em 1992, após a criação do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de

Praia, a empresa ganharia o seu primeiro prêmio de marketing, o ‘Marketing Best’. Dois anos

mais tarde, em 1994, um estudo interno realizado pelo banco mostrou que a idade média de

seus correntistas estava baixando de 50 anos para 44 anos (POZZI, 1998, p.222).

Com essas estratégias e algumas outras que foram implementadas nos anos

subseqüentes, o Banco do Brasil, reposicionou toda a sua imagem corporativa no mercado

brasileiro e se tornou um dos grandes exemplos de cases de marketing de sucesso.

Outra empresa que realizou com sucesso ações de marketing esportivo como estratégia

de rejuvenescimento de sua marca foi a Nestlé. A empresa, assim como o Banco do Brasil,

utilizou o voleibol para reposicionar sua marca perante o seu público-alvo e, no ano de 1992,

fechou um contrato de patrocínio com o Clube Atlético Sorocaba. O contrato estipulava que a

Nestlé iria investir financeiramente na montagem de um time profissional de vôlei feminino e

que levaria o nome de ‘Leite Moça’, produto ‘carro-chefe’ da empresa.

A associação do produto ‘Leite Moça’, já centenário, com o voleibol, deu a ele um

melhor posicionamento de marca no mercado e destacou atributos como: “atualidade,

energia e feminilidade” (POZZI, 1998, p.219). Outra estratégia adotada pela empresa,

visando aumentar a visibilidade de sua ação de comunicação, foi patrocinar os programas de

rádio e televisão que transmitiam os jogos de sua equipe. Por fim, como forma de enlaçar toda

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a ação de patrocínio, a Nestlé investiu no merchandising no ponto-de-venda com ações de

degustação e nos ginásios com distribuição de brindes. Segundo Luiz Fernando Pozzi (1998,

p.220) “por ser uma empresa que deu o nome de seu produto ao clube, a imprensa não tem

como não divulgar o nome Leite Moça, o que por si só já garante um retorno muito maior do

que o simples patrocínio...”.

A equipe montada pela Nestlé ganhou quase todos os campeonatos que disputou na

década de noventa e aumentou significativamente suas vendas para o produto ‘Leite Moça’.

Segundo Pozzi (1998, p.220) “a empresa atingiu plenamente seus objetivos: o uso do produto

frapês e bebidas cresceu de 3% em 1992 para 40% em 1993 e a marca rejuvenesceu com o

crescimento de 30% no consumo do produto, junto ao público de até 29 anos”.

A Nestlé, visando aumentar ainda mais sua exposição na mídia, investiu no mesmo ano

de 1992, “US$ 1 milhão no patrocínio da equipe campeã do mundial interclubes de basquete

feminino” (MELO NETO, 2003, p.145). Além do valor investido na ação de patrocínio da

equipe de basquete de Sorocaba, comandada na época pela “Rainha Hortência”, “em sua

campanha publicitária, a Nestlé gastou US$ 4 milhões” (MELO NETO, 2003, p.145).

As vitórias que foram alcançadas dentro de quadra, tanto pela equipe de basquete,

quanto pela equipe de vôlei, deram à marca da empresa mais credibilidade, juventude e

modernidade, esse “era o retorno que o patrocinador desejava: ‘Leite Moça, a marca das

campeãs.’” (MELO NETO, 2003, p.146).

O futebol também apresenta vários cases de sucesso em âmbito nacional, talvez, o mais

conhecido deles, seja a parceria ‘Palmeiras – Parmalat’, na década de noventa. Outras

empresas utilizaram estratégias parecidas a da Parmalat no Brasil. O Grupo Gragnotti,

fabricante dos produtos Bombril e Círio, resolveu associar suas marcas ao futebol. A

estratégia adota pela empresa foi patrocinar os “grandes clubes” do país. Inicialmente, foram

escolhidos o São Paulo F.C. e o Londrina para patrocinar, a idéia era expandir o mercado

paulista e o mercado paranaense. Os números de maior expressão foram destinados ao clube

paulista, até porque, nele estava o foco principal da ação de comunicação da empresa. A

Gragnotti pagou ao São Paulo F.C., no primeiro ano de contrato, quatro milhões de dólares

pelo patrocínio de camisa, esse mesmo contrato estipulava que a empresa tinha direito de

renovação com o clube por mais dois anos e o valor investido subiria de 10% para 15% a cada

novo ano (MELO NETO, 2003, p.311-312).

O Grupo Gragnotti era proprietário do Lazio, tradicional clube de futebol italiano.

Devido a este fato, o contrato também previa amistosos entre as duas equipes e prioridade na

negociação de jogadores por parte do Lazio. Em resumo, a parceria transcendia a ação

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comercial, tornando-se um investimento direto no mercado do futebol, ou seja, co-gestão.

Mesmo com a visão de negócios, voltada também para o futebol, o foco central da empresa

era a divulgação institucional de sua marca e o aumento da participação de mercado na forma

de vendas (MELO NETO, 2003, p.312).

A estratégia adota pela Gragnotti, no Brasil, baseou-se naquela que foi realizada, com

muito sucesso, pela sua principal concorrente, a Parmalat. As duas empresas visavam divulgar

suas marcas institucionalmente no mercado nacional, porém a grande diferença entre elas, é

que o Grupo Gragnotti almejava divulgar as suas principais marcas a Bombril e a Círio,

enquanto a Parmalat apenas a da própria empresa.

Na figura abaixo, são apresentadas as principais estratégias utilizadas pelas duas

empresas concorrentes na década de noventa:

2FIGURA 2 – As estratégias de patrocínio da Parmalat e da Gragnotti.

A união entre empresa e esporte, na forma de patrocínio, pode ser uma ótima forma para

rejuvenescer uma marca ou até mesmo, reposicionar toda uma estratégia empresarial. Porém,

cada esporte tem sua peculiaridade e também, o seu público-alvo. A empresa que pretenda

entrar neste mercado de patrocínio deve atentar a todos esses detalhes, assim, provavelmente,

suas chances de sucesso serão maiores e seus objetivos poderão ser alcançados com mais

rapidez.

2MELO NETO (2003, p.312)

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2. A HISTÓRIA DO MARKETING ESPORTIVO

A popularização profissional do marketing esportivo pelo mundo se deu principalmente,

devido às proibições impostas pelo Congresso Americano às propagandas televisivas de

cigarro e bebidas alcoólicas em horários pré-determinados (POZZI, 1998, p.21). Com tal

dificuldade, muitas empresas como Camel, Fosters, Malboro entre outras, migraram suas

ações de comunicação para o patrocínio esportivo, associando suas marcas principalmente às

corridas de Formula 1, encontrando, assim, uma lacuna legal para suas ações comerciais de

divulgação (POZZI, 1998, p.21).

Mesmo com tais ações de comunicação, as empresas destes segmentos têm encontrado

grande dificuldade em expor seus produtos, não só na América, mas também na Europa. Luis

Fernando Pozzi (1998, p.15) destaca que

A restrição à divulgação da imagem de cigarros e bebidas tem sido tão rigorosa que alguns países da Europa, como França, Inglaterra, exigem que se retirem de alguns carros de Formula 1, nomes e logotipos que identifiquem tais produtos.

A FIFA, conhecida como a ‘entidade máxima do futebol’, ou seja, responsável por gerir

os negócios deste esporte, proibiu durante praticamente duas décadas os clubes de futebol de

negociarem espaços publicitários em suas camisas com empresas que não fossem do ramo

esportivo.

Em 1979, Franco D`Attoma, então presidente do Perugia, negociou um patrocínio com

a empresa Pastifício Ponte no valor de US$ 250 mil. Com o dinheiro, Franco criou uma

empresa de artigos esportivos de nome ‘Ponte’, podendo assim, divulgar em suas camisas o

nome da empresa patrocinadora. Outras empresas realizaram operações parecidas para

divulgar seus produtos. Foi o caso do laboratório alemão Bayer, que comprou dois times de

futebol, o Lerverkusen e o Uerdigen, e os transformou em clubes empresa, adotando os nomes

de Bayer Leverkusen e Bayer de Munique, transformando ainda, seu logo em escudos dos

times (POZZI, 1998, p.21-22).

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Com o passar dos anos, a FIFA foi se modernizando e retirando as proibições quanto ao

patrocínio de empresas no futebol. Atualmente, a entidade (FIFA) tem um bom retorno

financeiro comercializando os direitos de imagem, promoção e merchandising de seus

campeonatos. A profissionalização da Federação Internacional de Futebol fez com que mais

empresas começassem a patrocinar clubes e entidades esportivas, visando principalmente a

divulgação institucional de suas marcas.

Atualmente, as ações de comunicação e marketing por parte das empresas, estão

presentes em praticamente todas as modalidades esportivas. Essas parcerias têm sido muito

importantes para as empresas, que em geral, rejuvenescem sua imagem institucional perante

os seus diversos públicos, e para os clubes, que podem administrar melhor suas contas com o

dinheiro advindo dos patrocinadores.

2.1 O que é marketing esportivo

Os diversos autores que escrevem sobre o tema, ainda não chegaram a um consenso

quanto à definição conceitual do que seria marketing esportivo. A seguir, serão apresentados

os principais conceitos existentes e o que dizem os seus respectivos autores.

Encontramos em Francisco Paulo de Melo Neto, uma primeira e incompleta definição

do que seria marketing esportivo. Para o autor, o marketing esportivo atua no campo

institucional de uma marca, ou seja, as empresas que realizam ações de marketing esportivo

estão apenas interessadas na divulgação institucional de suas marcas.

Melo Neto (2003, p.33), diz que “o marketing esportivo é um tipo de marketing

promocional que atua na dimensão institucional, objetivando difundir a marca, melhorar sua

imagem e fixá-la melhor na mente do consumidor”.

Não resta dúvida que empresas que unem suas marcas a clubes, atletas e/ou entidades

esportivas, estão de alguma forma, interessadas na divulgação institucional de suas marcas,

porém, o autor não define o que seria marketing esportivo em um sentido mais amplo. Ele não

trata das ações de marketing que são realizadas pelos clubes esportivos para com os seus

diversos públicos, e menos ainda, trata das empresas esportivas que também realizam ações

de comunicação e marketing na divulgação de seus produtos.

Encontram-se duas definições similares e mais completas do conceito de marketing

esportivo nos seguintes livros: ‘Marketing Esportivo’ de Bernard J. Mulli; Stephen Hardy e

William A. Sutton e ‘A grande jogada – teoria e prática do marketing esportivo’ escrito por

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Luís Fernando Pozzi. Em ambas as definições, o marketing esportivo está voltado para

atender as necessidades e desejos do público esportivo, ou seja, os consumidores do esporte.

De acordo com Mullin, Hardy, Sutton (2000, p.18) o marketing esportivo consiste

[...] em todas as atividades designadas a satisfazer as necessidades e desejos dos consumidores esportivos através de processos de troca. Ele desenvolveu dois eixos principais: o marketing de produtos e serviços esportivos diretamente para os consumidores esportivos e o marketing de outros produtos e serviços através da utilização das promoções esportivas.

Pozzi segue a mesma linha conceitual adotada pelos autores acima. Para ele, o termo

‘marketing esportivo’ também se divide em duas vertentes. A primeira está voltada ao

marketing de produtos e serviços esportivos direcionados ao consumidor. E a segunda, trata

das ações de promoção esportiva, que são realizadas pelas empresas na divulgação

institucional de suas marcas. Luiz Fernando Pozzi (1998, p.77-78) afirma que

[...] a expressão ‘marketing esportivo’ pode ser usada para descrever tanto as atividades de ‘marketing dos esportes’ (esforços por parte dos dirigentes de clubes, ligas e associações esportivas ou o próprio atleta em atender às necessidades e desejos dos seus consumidores) como do ‘marketing através do esporte’ (esforços por parte de empresas em utilizar o esporte como meio de comunicação com seus consumidores).

O autor Wesley Cárdia, segue uma linha conceitual parecida com a dos autores citados

anteriormente, porém, ele realiza uma aproximação do conceito de marketing com o conceito

de marketing esportivo, quando destaca ‘atender as necessidades e desejos’ e ‘gerar

satisfação’. De acordo com Wesley Cardia (2004, p.22)

[...] marketing esportivo, sob o prisma das entidades esportivas, é o processo pelo qual se suprem necessidades e desejos de entidades esportivas através da troca de produtos e valores com seus mercados. Já sob a ótica dos fãs, torcedores e consumidores, marketing esportivo é o processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos têm seus desejos e necessidades atendidas por meio de transações com o fim de lhes trazer satisfação.

Vale ressaltar novamente, que marketing esportivo é até o momento um conceito

inacabado, ou seja, que padece de uma melhor construção teórica.

2.2 Onde se aplica essa ação de marketing

Atualmente, o marketing esportivo está presente em muitos planos de marketing de

grandes empresas. Dentre as principais ações de comunicação realizadas por essas empresas

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no esporte, destacam-se: o patrocínio esportivo puro e simples, a parceria ou co-gestão,

patrocínio de arenas esportivas, aluguel de espaços publicitários, camarotes nos estádios etc.

Como foi citado acima, algumas empresas realizam o patrocínio puro e simples que é a

compra de espaços publicitários nas camisas dos clubes para veicularem suas marcas. Outras,

porém, adotam um sistema de co-gestão, realizam em conjunto com o clube, todas as

operações administrativas controlando suas receitas e despesas. Uma outra ação de marketing

esportivo, que grandes empresas vêm realizando, é a construção e gestão das arenas

esportivas, ou seja, elas investem na construção de estádios de clubes de futebol e recebem em

troca o direito comercial de exploração destas arenas por alguns anos. Dois grandes exemplos

disso são a Allianz Arena, de Munique e o Emirates Stadium, de Londres, arenas que têm

como nome e direitos de exploração, respectivamente, uma empresa de seguros, a Allianz e

uma empresa aérea, a Fly Emirates.

Empresas televisivas também aplicam o marketing esportivo, porém de uma fo rma

mais comercial e menos institucional. Elas compram os direitos de transmissão dos

campeonatos que são comercializados pelas Federações e, posteriormente, os revendem a

outras empresas televisivas. Em geral, elas também comercializam as placas de arena com

empresas que tenham interesse em comprar espaços publicitários nos jogos.

As ações de marketing esportivo também partem do clube para com os seus diversos

públicos de interesse, pois muitos times têm seus departamentos de marketing. Esses

departamentos vêm a cada ano tendo uma melhor organização administrativa e isso tem

possibilitado que clubes como São Paulo, Cruzeiro, Atlético Paranaense, Grêmio, Santos entre

outros, percebam os seus torcedores como clientes e realizem ações de marketing

direcionadas e eficazes.

Além das empresas que patrocinam os clubes de futebol, temos as empresas que

desenvolvem artigos esportivos. A indústria de artigos esportivos está entre as que mais

investem em ações de marketing esportivo, seja com patrocínio de clubes, de atletas ou

simplesmente com a criação de eventos esportivos. O retorno institucional da marca, obtido

por essas empresas ao realizarem ações de comunicação e marketing, é muito alto, por isso,

algumas delas chegam a gastar milhões com contratos de patrocínio vitalícios com atletas de

destaque como: Michael Jordan, Ronaldinho, Zidane etc.

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2.3 Visão panorâmica do marketing esportivo

O Marketing Esportivo no Brasil, ainda está em fase de amadurecimento. Novas

empresas, a cada dia, colocam em seus planos de marketing essa ação promocional. Os clubes

tentam se profissionalizar, visando à captação de patrocínios e melhores cotas televisivas. Os

atletas começam a entender a força do marketing pessoal, juntamente com sua capacidade

técnica. Mesmo assim, os valores de retorno financeiro, alcançados com a utilização do

Marketing Esportivo em continentes como Europa, Ásia e América do Norte, são muito

superiores ao brasileiro. Segundo a agência de Marketing Esportivo TopSports, “a verba

gasta, com o esporte, somou 237 milhões de dólares em 1999” (LAS CASAS, 2002, p.205).

Vale ressaltar, que a verba a que o estudo da TopSports se refere é o valor gasto com as

agências de publicidade no ano de 1999, descartando-se todas as outras ações de

comunicação.

O programa Esporte Espetacular, da Rede Globo de televisão, exibido em 13 de

fevereiro de 2005, mostrou um documentário feito com o Superball, a final do futebol

americano, que ocorreu na cidade de New Jersey. Os números levantados são

impressionantes. Só com venda de pipoca no jogo, os organizadores arrecadaram 4 mil

dólares; as lojas licenciadas venderam perto de 350 mil produtos; a cidade arrecadou em uma

semana, 1 bilhão de dólares com hotéis e vendas diretas de produtos ligados ao Superball.

Foram utilizados 5 navios para hospedar as pessoas que não couberam na rede hoteleira da

cidade; um comercial de 30’’ exibido no intervalo do jogo, custou a cada empresa 7 milhões

de dólares. Toda essa organização faz do Superball uma das peças de Marketing Esportivo

mais bem valorizadas e administradas do mundo.

Las Casas (2002, p.205-206), mostra em seu livro, Jogada de Marketing, o que cada

esporte recebe em média de investimento com patrocínios e verbas de televisão no Brasil.

Segundo o autor, o futebol fica com 61% de todos os investimentos, ficando o vôlei com 11%,

basquete 7%, esportes motores 9%, futsal 2% e outros com 8%. O autor também diz que, 42%

do investimento é feito em clubes de futebol, o que mostra o real e promissor interesse das

empresas no esporte paixão naciona l.

O marco inicial do Marketing Esportivo no Brasil, data do ano de 1981, com a ação de

patrocínio da empresa Atlântica-Boavista, do empresário Antônio Carlos de Almeida Braga,

que decidiu investir no vôlei. Posteriormente, outras empresas resolveram patrocinar mais

esportes como basquete, atletismo e futebol de salão; foi o caso do Bradesco e Atlântica

Seguros (MELO NETO, 1995, p.17). Essas ações de patrocínio há duas décadas atrás,

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refletiram o sucesso de esportes como o vôlei, que no Brasil é o segundo na preferência

popular, perdendo apenas para o futebol. O vôlei, que também é altamente rentável a seus

investidores, dispõe de um público-alvo classe A e B, formado principalmente por mulheres.

Melo Neto (1995, p.37) destaca que

Entidades como a Confederação Brasileira de Vôlei-CBV e a Confederação Brasileira de Futebol-CBF obtêm grandes lucros na venda do patrocínio dos seus atletas, equipes e competições. Clubes como Flamengo e São Paulo faturam alto com a comercialização de suas marcas, através de contratos de licenciamento e franquia.

O autor explana de uma forma direta, algumas das maneiras de se ganhar dinheiro

através do uso do Marketing Esportivo. As entidades esportivas como a CBV e CBF, detêm

os direitos de imagem de suas competições onde estão sublocados os clubes. Essas

instituições negociam com televisões ou empresas que repassam um valor aos clubes. Os

times de futebol, também podem negociar diretamente os direitos de imagem com as

televisões, foi o que fez o Clube dos 13 de 1997 a 1999. Pozzi (1999, p.27) destaca que

No Brasil, os clubes vêm se organizando para aproveitar melhor as oportunidades que os direitos de TV representam. Como início desse processo, pode-se citar a negociação dos direitos de TV do Campeonato Brasileiro para o período de 1997 a 1999 por 50 milhões por ano entre o consórcio Globo/Bandeirantes/Globosat e o Clube dos 13, liga formada originalmente pelos 13 maiores clubes do país [...].

Não resta dúvida que o principal ganho do futebol brasileiro é advindo da televisão; é

também, motivo de grande briga entre Clubes e Confederações, pois ambos querem negociar

diretamente com as televisões os direitos de transmissão. Esses grandes embates mostram

certa fragilidade e amadorismo da administração no futebol brasileiro, que vive em função das

receitas televisivas.

2.4 A mídia e o esporte

Os veículos de comunicação que compõem a mídia têm grande influência

administrativa e financeira nos esportes em geral e, em especial, no futebol. Grande parte do

lucro dos clubes de futebol vem das cotas de televisão. Os clubes que têm pouca expressão na

mídia, conseqüentemente, tendem a ter mais dificuldade para negociar seus contratos de

patrocínio, pois as empresas, assim como buscam as maiores audiências para veicular seus

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comerciais de TV, também querem o mesmo para fechar seus acordos de patrocínio. Melo

Neto (1995, p.27) destaca que

O Marketing Esportivo também se caracteriza por ser uma mídia alternativa. O esporte, por si só, tem um espaço publicitário reservado em qualquer veículo de comunicação, pois as notícias do esporte ajudam a vender o veículo (jornal, revista, rádio e TV).

O esporte seja ele qual for (futebol, vôlei, basquete, tênis, golfe, etc.), dispõe de espaços

publicitários alternativos. O patrocinador interessado no esporte pode colocar sua marca no

uniforme dos atletas, realizar ações de merchandising tanto no dia dos jogos, quanto em

eventos alternativos, utilizar a publicidade estática nas arenas esportivas, criar produtos

específicos ligados ao esporte, dar o próprio nome da empresa ao clube, visando uma

exposição gratuita e direta na mídia, como fez a Parmalat ao comprar o Jundiaí F.C. e dar o

nome de Etti-Jundiaí, uma das marcas da companhia, divulgando sua linha de molhos de

macarrão “Etti”.

Não resta dúvida, que a mídia é a maior responsável pelo desenvolvimento financeiro e

popularização de determinadas modalidades esportivas. Sempre que uma parceria de

transmissão é estabelecida em longo prazo o esporte cresce em número de praticantes e

interesse dos patrocinadores. Uma vez que o esporte se torna popular, seu custo de

transmissão aumenta para os patrocinadores. Essa valorização dá a “Grande Mídia” (TV,

Rádio, Jornal, Revista, Internet, etc) a maior parte de seu lucro. Em anos anteriores, o esporte

representava “quase que 20% do faturamento liquido do SBT, contra 40 a 45% na

Bandeirantes” (POZZI, 1998, p.104). Esse percentual nos mostra o quanto eventos esportivos

são importantes para a saúde financeira de uma televisão. Tal fato não fará com que ela se

esqueça do seu foco principal, que são os seus telespectadores, mas irá também, realizar

esforços para agradar um segundo público de interesse, que são seus parceiros. Luiz Fernando

Pozzi (1998, p.101) divide o público-alvo da “Grande Mídia” em dois, “... os consumidores

de esporte e o mercado anunciante (patrocinador dos eventos)”.

O valor financeiro movimentado nos eventos esportivos que contam com a transmissão

da televisão é impressionante. Em 1997, a Rede Globo de Televisão vendeu com um ano de

antecedência todas as cotas de patrocínio dos eventos esportivos que iria transmitir na

temporada seguinte. As empresas pagaram à Globo, pelas cotas de patrocínio,

aproximadamente R$ 300 milhões. (POZZI, 1998, p.102). A Rede Globo não é a única a

lucrar alto com o esporte. No ano de 1997, as vésperas da Copa do Mundo da França, a Rede

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Bandeirantes de Televisão negociou suas cotas de patrocínio para o evento. Segundo Pozzi

(1998, p.103)

A Bandeirantes vendeu suas seis cotas de patrocínio de R$ 18,3 milhões cada para Nestlé, Penalty, Caixa Econômica Federal, Brahma, Peugeot e Tramontina, além do Top de 5”, comprado pela LG Eletrônicos por R$ 5 milhões, e da Próxima Atração, comprada pela Pepsi, o que resulta num faturamento de R$ 113 milhões

Vale destacar que os direitos de transmissão da Copa do Mundo, quase sempre, são

adquiridos pela Rede Globo de televisão e, posteriormente, vendidos a outras emissoras, como

a Bandeirantes, por exemplo, mesmo assim, o lucro é certo para todas as redes de televisão

que detêm algum tipo de transmissão dos grandes eventos do esporte mundial. O autor Luiz

Fernando Pozzi (1998, p.106) diz que

[...] chegamos a um estágio tal que o esporte e a mídia são totalmente dependentes um do outro. De um lado, a mídia (especialmente a TV) foi a grande responsável pela popularização de inúmeras modalidades esportivas. De outro, as transmissões esportivas rendem as maiores audiências que a TV pode obter, garantindo a satisfação de telespectadores e anunciantes.

O esporte é também uma ótima saída para empresas de médio e pequeno porte, que

investindo em ações de patrocínio regionais obtêm um bom retorno de sua imagem

institucional junto à comunidade local. Melo Neto (1995, p.26) destaca que

[...] o esporte permite o que denominamos regionalização de mídia e segmentação do mercado. O esporte atinge diferentes mercados e públicos específicos. O segredo do sucesso, no marketing, é saber compatibilizar a modalidade esportiva adequada à estratégia de mercado da empresa patrocinadora e ao seu perfil institucional. É nesse aspecto que reside a sua força como mídia alternativa. Os seus custos (cotas de patrocínio, produção e compra de merchandising etc.) são inferiores aos elevados gastos de propaganda através da mídia convencional.

O patrocínio regional é, sim, uma saída para empresas que não dispõem de grandes

verbas para ações de patrocínio e/ou comunicação, e para aquelas que desejam entrar em

mercados menores com uma abrangência prioritariamente regional. Porém, no meio esportivo

existem muitas empresas que estão dispostas a investir alto nesse setor de mercado. Os nomes

são muitos: Coca Cola, Adidas, Nike, Parmalat, IBM entre outras. Essas empresas chegam a

investir milhões, e o retorno quase sempre é muito rápido.

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Francisco Paulo de Melo Neto (1995, p.225), discorre em seu livro, Marketing

Esportivo, sobre o caso Pepsi que em 1995 resolveu relançar um refrigerante de nome Seven

UP, com sabor a base de limão. Estudando alternativas de comunicação optaram pelo

patrocínio do Clube de Regatas Botafogo, que na então temporada se sagrou campeão.

O clube tinha um atacante de nome Túlio conhecido como “Túlio Maravilha”, que

jogava com a camisa sete e fazia muitos gols. Aproveitando o link com o nome do

refrigerante Seven UP, a Pepsi fechou o acordo com o clube. A empresa investiu US$ 3

milhões, apenas no período de janeiro a março do referido ano. A Pepsi economizou com

propagandas convencionais US$ 1,1 milhão. Melo Neto (1995, p.225) destaca que

Dados obtidos junto à gerência de marketing da Pepsi revelaram o alto retorno obtido pela empresa: - a exposição das marcas Pepsi/Seven-UP foi a seguinte: impressão (219 vezes), títulos (35 vezes), textos (503 vezes) e fotos (64vezes); - o custo da mídia impressa foi de US$ 884.335,00, e o da mídia eletrônica, US$ 264.599,00, perfazendo um total de US$ 1.148.934,00. Este total, portanto corresponde ao montante que teria sido gasto pela empresa na veiculação de sua marca nos jornais e TVs.

O esporte como meio para a realização de uma comunicação alternativa com o público-

alvo vem se tornando a cada dia, algo mais usual nos planos de marketing das empresas, pois

seu custo é baixo se comparado ao retorno que pode dar. Portanto, há uma forte tendência de

crescimento nas ações de patrocínio por parte das empresas. Porém, para que clubes e

instituições esportivas fechem bons contratos de patrocínios é necessário que sejam idôneos,

tenham administrações modernas e abertas a mudanças.

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3. AS FERRAMENTAS DE MARKETING ESPORTIVO

Francisco Paulo de Melo Neto (1995, p.35), trabalha os componentes do marketing

esportivo como “O Mix de Marketing Esportivo”. Segundo o autor, os 4P`s do marketing são

perfeitamente aplicados ao esporte como ferramenta de promoção e comunicação. O produto

é composto pelos atletas, clubes, eventos e marca. O preço varia de acordo com o patrocínio e

das alternativas de ganho por parte das empresas investidoras, podendo ser, ainda, alterado

com o ganho do próprio clube. A distribuição é composta pelos canais de divulgação do clube

ou entidade esportiva e pelas empresas patrocinadoras, criando lojas, ações de merchandising,

estandes e mídias alternativas. A promoção é feita principalmente pele TV, mídias

tradicionais, assessorias de imprensa e relações públicas.

Dentro do chamado “Mix de Marketing Esportivo”, encontramos variadas ações

promocionais. Um clube, por exemplo, pode comercializar suas placas de arena, vender

espaços em suas camisas de jogo e treino, pode ainda, realizar parcerias com empresas,

visando o apoio aos custos de manutenção mensal. Pode também, realizar a chamada co-

gestão, em que as ações de futebol do clube serão administradas juntamente com a empresa

parceira. O Marketing dentro de um clube atua de muitas formas. Há também empresas que

trabalham de fora para dentro dos clubes e instituições esportivas, ou seja, se utilizam desse

mercado como prestadoras de serviços, dando consultoria, administrando eventos,

competições e atletas. As novas ações de marketing e, também, as antigas, serão expostas

neste estudo, visando mostrar, os pontos positivos e negativos da organização esportiva no

Brasil e no mundo.

3.1 As ações de merchandising no esporte

Para uma melhor compreensão do que vem a ser Merchandising no esporte é necessário

primeiramente apresentar o conceito de Merchandising. De acordo com Ernani Bevilaqua

Contursi (1991, p.97) existem muitas definições para o termo

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[...] as mais comuns são: é um conjunto de atividades realizadas no ponto de venda, com objetivo de gerar disponibilidade e visibilidade dos produtos. Entendemos por visibilidade a presença física do produto no ponto de venda. A disponibilidade do produto também engloba o ‘Out of stock’ conhecido também pela sigla (oos) que significa ‘Não deixar faltar o produto no ponto de venda’.

Uma segunda definição do autor para o termo Merchandising diz que é “todo o esforço

feito para destacar ou demonstrar o produto no ponto de venda” (CONTURSI, 1991, p.98).

A área mais utilizada para a realização de ações de merchandising é a do comércio

varejista, pois é onde o consumidor está. A principal função desta ação de comunicação é

“movimentar as mercadorias em ritmo sempre acelerado. Sua finalidade é, evidentemente, o

lucro, objetivo de toda atuação de marketing a merchandising” (CHALMERS, 1971, p.19).

Como já foi mostrado neste estudo, o Marketing Esportivo é também, uma ação

promocional. As ações de promoção comumente estão relacionadas à promoção de vendas. É

interessante nesse momento apresentar o conceito de promoção de vendas. De acordo com

Ernani Bevilaqua Contursi (1991, p.98)

Promoção de vendas é a ação que visa melhorar, acelerar ou dinamizar as vendas de um produto (ou serviço), por meio de atrativos especialmente dirigidos aos consumidores ou usuários, tais como baixas de preços, ofertas combinadas, brindes, concursos ou outras vantagens.

Francisco Paulo de Melo Neto (1995, p.153), também insere o conceito de marketing

esportivo na categoria de marketing promocional, segundo o autor

O marketing esportivo está incluído na categoria do que denominamos marketing promociona l. Este tipo de marketing privilegia a busca de novos espaços de merchandising, favorecendo a veiculação do nome, produto e marca dos patrocinadores, a baixo custo ou a custo zero.

Dentro do esporte existem muitas mídias alternativas para a realização de ações de

merchandising. Dentro de uma arena, por exemplo, pode-se comercializar as placas de

publicidade, balões infláveis, túneis infláveis, torcidas organizadas, placares eletrônicos. Com

essa gama de mídias alternativas os clubes podem obter bons ganhos com merchandising.

Pozzi (1998, p.81), destaca que, novas tecnologias estão surgindo nas ações promocionais do

esporte: “Placas de publicidade giratórias, por exemplo, permitem que vários patrocinadores

ocupem o mesmo espaço, só que alternadamente”. No Brasil, não se costumam usar placas

giratórias, mesmo sabendo-se que o lucro é consideravelmente maior. A mais nova ação de

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merchandising é a chamada inserção virtual, que permite aos patrocinadores colocarem

imagens de seus logos e mensagens de texto computadorizadas no meio dos jogos. Esse tema

será mais bem explorado em capítulos posteriores.

Uma boa definição de merchandising no esporte é dada por Melo Neto (1995, p.154),

em seu livro “Marketing Esportivo”. Segundo o autor

Uma marca afixada no uniforme e demais equipamentos utilizados pelos atletas, nas placas e faixas nos locais das competições, no pódio de premiação e na fita de chegada possibilita a divulgação gratuita da marca dos patrocinadores na mídia impressa e às vezes, na mídia televisiva. Isto é o que denominamos merchandising no esporte.

Toda ação de merchandising seja no esporte ou em qualquer outro mercado, deve ser

bem pensada pelos patrocinadores para que a mesma não pareça falsa e impositiva. Ela tem

que fazer parte do evento de uma maneira sutil e natural. Caso isso ocorra, as chances de êxito

serão maiores.

3.2 O patrocínio esportivo

O patrocínio esportivo é a ação promocional mais utilizada dentro do chamado

“Composto do Marketing Esportivo”. Ele visa principalmente a promoção institucional da

marca e, por conseguinte, da empresa patrocinadora. Existem diversas situações de patrocínio.

Neste primeiro momento, mostra-se o patrocínio simples como ação promocional, em

capítulos subseqüentes este estudo mostrará a co-gestão.

Melo Neto (2003, p.17), em seu livro “Marketing de Patrocínio”, traça algumas

definições para patrocínio, a mais sucinta diz que, “patrocínio é uma ação promocional cujos

resultados vêm afetando cada vez mais o sucesso das estratégias de marketing das

empresas”. O autor também direciona seus conceitos dizendo que as empresas atualmente,

“utilizam as ações de patrocínio como fator de alavancagem das suas ações estratégicas de

marketing” (MELO NETO, 2003, p.17), ou seja, para que o composto de marketing esteja

completo e possa ser posto em prática, algumas empresas optam pelo patrocínio esportivo.

Uma segunda definição para o termo patrocínio é encontrada no livro “A grande

jogada”, de Luiz Fernando Pozzi. Segundo o autor, patrocínio pode ser entendido como o

“fornecimento de suporte financeiro ou material para alguma atividade independente que não

é inerente ao fomento do objetivo comercial, mas da qual a companhia patrocinadora pode

ter a expectativa de obter alguns benefícios comerciais” (POZZI, 1998, p.115).

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Dadas às definições de Pozzi e Melo Neto, temos um terceiro autor que conceitua

patrocínio esportivo, segundo Ernani Bevilaqua Contursi (2003, p.8), “Patrocínio pode ser

definido como a aquisição dos direitos de afiliar, ou associar produtos, eventos e/ou marcas,

com o intuito de diversificar, e/ou ampliar os benefícios obtidos com esta associação”. Para

Contursi o patrocínio pode não só estar diretamente ligado a instituições esportivas, mas

também, a eventos, sejam estes culturais, beneficentes, etc.

O patrocínio no esporte teve o seu “boom” em meados da década de 80, quando as

empresas de cigarros e bebidas, começaram a burlar as proibições impostas às propagandas

em comerciais de televisão. Todas as ações de divulgação dessas empresas passaram a ser

realizadas através de patrocínios. A Formula 1 foi o principal alvo dessas indústrias que

superlotavam os carros com suas marcas e, em alguns casos, compravam equipes e expunham

seus nomes (POZZI, 1998, p.19). Ainda hoje é assim, porém com restrições e informes

atentando os males do cigarro.

O patrocínio é uma ação do composto promocional que se apresenta como uma das

melhores mídias alternativas, pois o clube ou instituição a ser patrocinada, empresta à

empresa seus valores ‘intangíveis’ como a garra dos atletas, superação, emoção das torcidas,

vitórias, luta pelos ideais. Com isso, a empresa que apóia uma instituição com patrocínio, é

vista como uma empresa idônea, de bons ideais, vencedora, alcançando seus objetivos de

patrocínio. Porém, existem riscos. Caso um atleta alvo de patrocínio agrida alguém, discuta,

dê declarações bombásticas, isso pode prejudicar a imagem institucional que a empresa vinha

tentando formar com a ação de patrocínio ao atleta. Pozzi (1998, p.121), destaca que as

principais características do patrocínio são que

[...] consegue adequar-se para promover a consciência de uma marca ou companhia; Revitaliza, rejuvenesce e dinamiza a imagem de uma marca ou companhia; É mais eficiente que a propaganda nos dois primeiros casos, porém menos eficiente quando se deseja explicar as funções e características de um produto ou posicionar uma marca; É mais bem aceito pelo público, que o considera menos perturbador e intromissor que a propaganda.

O autor faz ressalvas, quanto às ações de posicionamento da marca e informações

técnicas de produtos. Estes são mais bem sucedidos quando utilizam a propaganda de

televisão e não do patrocínio. Pozzi (1998, p.123), cita um estudo da revista “Sports Inc”, que

mostra alguns dados que colocam o patrocínio como uma estratégia necessária nos planos de

comunicação de qualquer empresa. Segundo a revista, o percentual de investimento por parte

das empresas em propaganda caiu de 46% para 36% entre os anos de 1972 a 1985, enquanto

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os percentuais em ações de promoção subiram de 54% para 64%. Isso mostra que o composto

promocional, no qual está inserido o patrocínio, está em constante crescimento e a tendência é

de alta nesta década, tendo em vista que o patrocínio pode estar ligado a ações com esporte,

música, artes, festivais, causas nobres e até propriedades intelectuais, como um programa de

TV, por exemplo.

Melo Neto (2003, p.17), cita em seu livro “Marketing de Patrocínio”, os chamados

elementos indutores de patrocínio, que são as ações de maximização da marca, dentro das

ações de patrocínio. Ao patrocinar um clube, a empresa espera obter os melhores lugares de

exposição da marca, os melhores camarotes na arena esportiva, o melhor espaço no uniforme.

Segue abaixo o gráfico com os elementos indutores de patrocínio:

1FIGURA 3 – Os elementos indutores do patrocínio.

Contursi (2003, p.18), em seu livro “Patrocínio”, criou um modelo gráfico em que se

visualiza o ambiente que faz parte do composto promocional de patrocínio. Dentro deste

ambiente estão eventos, festas, jogos, clubes, academias, produtos e serviços, atletas e

campeonatos. Todos interagem com o ambiente, que representa a área de atuação do

patrocínio, o gráfico segue abaixo:

1MELO NETO (2000, p.17)

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2FIGURA 4 – O ambiente de patrocínio.

Existem muitos casos de sucesso no patrocínio esportivo, de empresas que apoiaram

clubes e instituições esportivas e obtiveram resultados significativos e também em curtos

períodos de tempo. Nestlé, com sua marca ‘Leite Moça’, em 1992, investiu US$ 1 milhão no

patrocínio da equipe que viria a se tornar campeã Mundial Interclubes de basquete feminino.

Segundo conta Melo Neto (1995, p. 145), a Nestlé gastou com publicidade US$ 4 milhões,

adotando o Slogan: “Bateu, tomou.”. O retorno da empresa foi em torno de 10% em relação

ao ano anterior.

O patrocínio demonstra grande crescimento no Brasil e no mundo, dentro do esporte e

em especial no futebol, esse crescimento não é diferente. O gráfico abaixo mostra essa

tendência, em um estudo realizado pelo Jornal ‘O Globo’, em 27 de julho de 1997:

2CONTURSI (2003, p.18)

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3FIGURA 5 – Principais patrocínios por ano em R$ milhões.

Neste capítulo foi explanada a potencialidade do patrocínio puro e simples. Este que

tem como principal alvo por parte das empresas patrocinadoras a divulgação institucional de

suas marcas e a captação dos valores ‘intangíveis’ dos seus objetos de patrocínio, visando

sempre o aumento de vendas, como o é em qualquer ação promocional.

3.3 O patrocínio nos eventos esportivos

Uma empresa ao patrocinar um evento, seja este esportivo ou de outro cunho, como

social, ecológico, etc, ganha muito em visibilidade da ‘marca’, fortalecimento de

posicionamento, credibilidade junto ao público-alvo, aumento de vendas, etc. Mas para que

isso ocorra, o evento deve ser bem organizado e as estratégias de divulgação e segmentação

de públicos devem ser bem estudadas e aplicadas. O patrocínio a eventos está dentro da

modalidade promocional que mais cresce no Brasil. Existem, pelo país, centenas de eventos

patrocinados, alguns como o ‘Skol Beats’, se tornam tão famosos quanto a própria empresa. A

‘marca’ SKOL agora é conhecida, também, como nome de evento e de sucesso. Patrocinar

federações, Copas do Mundo, torneios, etc, são também boas estratégias de comunicação,

visando sempre o aumento do Market Share e o aumento nas vendas. Segundo Melo Neto

(2000, p.200), três questões são importantes quanto à modalidade escolhida e o patrocínio de

3MELO NETO (2000, p.21)

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eventos: “Como atrair o consumidor através do evento? Como assegurar visibilidade da

marca do patrocinador no evento? Como garantir um ambiente interativo durante o

evento?”. Para que se atraia o consumidor o autor cita cuponagens, sorteios e promoções no

local e, anteriores ao evento. Já a segurança de visibilidade, fica por conta de um bom

trabalho de assessoria de imprensa, bons contatos com os veículos de comunicação e boa

distribuição das mídias alternativas no ambiente do evento. Por fim, o autor cita a criação de

um cenário criativo e interativo no local do evento, onde o cliente poderá ser parte integrante

do projeto. Segue abaixo um modelo gráfico do tripé básico de sucesso de um evento,

proposto por Melo Neto (2000, p.202):

4FIGURA 6 – Os fatores de sucesso no patrocínio de eventos.

3.4 A parceria e a co-gestão

A co-gestão ou a parceria é um sistema em que a empresa patrocinadora tem acesso aos

processos administrativos do clube, seja este de qual modalidade esportiva for, desde a

contratação e venda de jogadores e equipe técnica, até a participação nos lucros. Esta

modalidade de patrocínio visa aumentar o retorno institucional da ‘marca’ da empresa,

alavancar vendas, posicionar melhor uma ‘marca’ e/ou produto entre outras ações existentes

em um plano de marketing. O foco está na projeção do nome perante o novo ou antigo

mercado. A principal diferença entre patrocínio puro e simples e co-gestão e/ou parceria,

segundo Melo Neto (2000, p.186) é que, o patrocínio, “está no pagamento pelos direitos de

uso do clube como instrumento de veiculação da marca”, já no sistema de co-gestão,

4MELO NETO (2000, p.202)

Estratégias de atração do

consumidor

Estratégias de maximização da visibilidade da marca

do patrocinador

Estratégias de interação com os participantes

do evento

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“envolve uma participação conjunta nos negócios”, tanto clube quanto empresa dividem os

lucros.

Um dos casos de maior sucesso de co-gestão no Brasil foi a da Parmalat, empresa

italiana de laticínios, que chegou ao Brasil e fez um acordo de co-gestão com o S.E.

Palmeiras, time tradicional da colônia italiana de São Paulo. Com tal parceria, a Parmalat

atingiu um grande sucesso nacional adquirindo novos mercados e, também, outras ‘marcas do

mercado brasileiro. O clube, entre 93 e 98, foi vitorioso e saiu lucrando com a parceria,

ganhando vários títulos importantes, nacionais e internacionais.

Vale a pena destacar que a co-gestão – ocorre somente quando há uma gestão

administrativa da empresa dentro da instituição esportiva – diferente, por exemplo, do que

ocorre no automobilismo que vemos o multipatrocínio, em que várias ‘marcas’ pulverizam os

carros de corrida e o uniforme dos pilotos. A co-gestão pode não ser uma boa estratégia

quando mal empregada e posicionada no plano de marketing da empresa.

O gráfico abaixo mostra as principais diferenças em níveis de retorno financeiro do

patrocínio simples e da co-gestão:

5FIGURA 7 – Os níveis de investimento e retorno do patrocínio e da parceria.

3.5 Ações de Tie-in virtual nos jogos televisivos

As ações de publicidade virtual no esporte surgiram no Brasil no final da década de 90,

com a criação em 1997, da Globo Virtual, um setor especializado da emissora na criação de

publicidade virtual nos jogos transmitidos ao vivo. Essa tecnologia vem revolucionando os

pacotes de patrocínio nos eventos esportivos vendidos pela Rede Globo de Televisão, pois a

mesma pode, agora, oferecer a seus patrocinadores um serviço inovador e criativo. Segundo

5MELO NETO (2000, p.187)

Patrocínio

Parceria

Retorno do investimento

Valor do investimento

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José Antonio D. Fardo (2002, p.61) em “A publicidade Virtual no Esporte Brasileiro. Estudo

de Caso: A Inserção Virtual Tie-in Nas Transmissões Esportivas da TV Globo”, o objetivo da

publicidade virtual é

Chamar a atenção do telespectador de uma maneira diferenciada, pois, além do aspecto de comprar a imagem da arena esportiva, existe o movimento, o principal diferencial estético. Além disso, a imagem é mais pura, nítida e desprovida de imperfeições visuais, em relação à exposição de marcas, atualmente utilizada em placas estáticas, camisas e outros espaços durante as transmissões de TV.

As ações de Tie-in virtuais nas transmissões da emissora, ainda estão em fase de

aperfeiçoamento. As regras ainda estão sendo melhor estabelecidas. Por exemplo, a Globo

não projeta imagens virtuais sobre placas de arena para não atrapalhar a empresa que comprou

esse espaço. Ainda não se tem uma idéia fixa de preço para esse serviço. No momento, a Rede

Globo oferece como apoio a seus pacotes de cotas de patrocínio. Um outro problema, a ser

estudado e solucionado pela emissora é que ações virtuais chamam mais atenção que outros

meios de divulgação, como: camisas, placas, promoções, torcidas uniformizadas, etc, como

faz o Banco do Brasil, por exemplo, no vôlei de praia. Com isso, a emissora ainda tem muito

a trabalhar para que as ações de publicidade virtual não atrapalhem e, sim, auxiliem a

comercialização de seus eventos esportivos.

Fardo (2002, p.67) em “A publicidade Virtual no Esporte Brasileiro. Estudo de Caso: A

Inserção Virtual Tie-in Nas Transmissões Esportivas da TV Globo”, explana sobre o futuro

das ações virtuais de Tie-in nas transmissões esportivas

O panorama da televisão para os próximos anos será surpreendente em termos de novidades. Com a digitalização de transmissão e recepção, a compressão de sinal e a convergência TV-Internet. Esses recursos propiciam os desdobramentos futuros da Publicidade Virtual nas transmissões esportivas, pois essas imagens possibilitarão a interatividade entre o telespectador e o anunciante, que pode resultar em vários tipos instantâneos de informação e até mesmo na venda direta de produtos. Em breve, a sociedade estará interagindo com essa nova publicidade.

3.6 Licenciamento da marca

As ações de licenciamento da marca de clubes de futebol constituem ainda em um

mercado não muito bem explorado no Brasil. Clubes grandes como River Plate,da Argentina,

disponibilizam a seus torcedores cerca de 800 produtos licenciados; já o C.R. Flamengo não

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chega a 300; o São Paulo tem em sua linha 170. Mesmo em se tratando de um mercado com

públicos de diferentes costumes e poder financeiro, esses números nos mostram algumas

falhas nas ações de licenciamento dos clubes do futebol brasileiro. É necessário que os clubes

achem soluções para o licenciamento de produtos. Segundo a revista EXAME, edição 837

(02/03/05, p.63) “A Ferrari faturou no ano passado 500 milhões de Euros apenas com

produtos licenciados. Esse foi o melhor resultado dessa operação desde que ela começou, há

três anos”. A empresa italiana trabalha com produtos de alto valor agregado, ela tem em sua

linha de produtos, tênis, perfumes, notebooks, câmeras digitais entre outros. Os valores em

geral não são inferiores a R$130,00. Esse fato nos mostra que as ações de licenciamento

devem ser bem planejadas e os produtos a serem licenciados devem estar de comum acordo

com as necessidades de cada consumidor. No Brasil, mesmo com o baixo poder aquisitivo das

pessoas, sempre terão aquelas que poderão comprar e não o fazem, por falta de produtos que

sejam destinados à sua classe social. Para Pozzi (1998, p.80), licenciamento esportivo é

[...] uma área do marketing esportivo que vem explodindo, com jogadores, times, nome de eventos e logotipos aparecendo num número cada vez maior de produtos como, camisetas, moletons, bonés, shorts, abrigos, jóias, distintivos, buttons, pins e tudo o que se possa imaginar que um consumidor poderá comprar.

Uma segunda definição para o termo ‘licenciamento’, nos é apresentada por Melo Neto

(1995, p.176), “licenciamento é uma operação comercial através da qual o licenciador,

detentor da marca, dá a autorização ao licenciado para a exploração da marca em seus

produtos, mediante pagamento de Royalties”.

Em resumo, os dois autores querem dizer que, licenciamento é o empréstimo da marca

de um clube, nome de um atleta e/ou instituição esportiva a fim de estampá- la em produtos,

que serão produzidos por terceiros. Ainda, de acordo com Melo Neto (1995, p.175), a

primeira ação de licenciamento no Brasil, que se teve conhecimento, começou em 1980, com

a Dover Indústria e Comércio, que fechou um contrato com o Clube dos Treze. Esse contrato

regulou as ações comerciais de licenciamento dos clubes que até então eram feitas de uma

maneira desorganizada e pouco lucrativa. A Dover investiu na época US$ 1 milhão no

projeto, visando com que os novos produtos (flâmulas, bandeiras, chaveiros, adesivos entre

outros), chegassem aos consumidores de uma maneira rápida e fácil. Entre os canais de

distribuição utilizados estão as bancas de jornal como as mais lucrativas. Essa foi a primeira

ação organizada de licenciamento de produtos do futebol brasileiro.

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3.7 Exposição da marca no campo de jogo

Empresas que atuam em diversos segmentos de mercado que resolvem ter em seus

planos de marketing as chamadas ações de merchandising ligadas ao esporte, em geral, se

utilizam de placas de arena, em eventos que são transmitidos pela televisão; o retorno é bem

interessante.

Essa mídia alternativa presente nos eventos esportivos é comercializada pelos clubes,

pelos organizadores do evento, empresas terceirizadas e pelos veículos de comunicação.

Geralmente, a venda é feita no começo da temporada, em pacotes fechados por campeonatos.

Por exemplo, a empresa paga um valor ao clube e explora as placas durante o torneio pelo

qual adquiriu os direitos de uso. Ao término do torneio, as placas são comercializadas

novamente em sistemas de pacotes para outros campeonatos. Vale ressaltar que, sem a

transmissão da televisão, as placas de arena têm seu valor reduzido e, às vezes, até nem são

comercializadas. Pozzi (1998, p.81) diz que

Pode-se considerar também como receita de merchandising a comercialização das propriedades de arena (placas de publicidade, balões, túneis infláveis, valorização de torcidas uniformizadas, pontes, bóias, etc...). Mais uma vez, a chave do sucesso para a obtenção de recursos significativos em propriedades de arena é ter o evento transmitido pela TV, cujas câmeras estarão dispostas de tal maneira a mostrar estas propriedades durante a transmissão. Obviamente, o preço de cada propriedade de arena irá variar em função do tempo de sua exposição no vídeo.

3.8 Gerenciamento de marketing dos atletas

Os atletas profissionais, atualmente, dão grande retorno de imagem, tanto para quem os

patrocina, como para as agremiações que representam. Se o atleta estiver em destaque, esse

retorno institucional é ainda maior, porém, se o mesmo estiver com problemas de ordem

pessoal e/ou moral, a instituição que ele representa ficará prejudicada, enquanto

posicionamento institucional de sua marca.

Mesmo que atletas profissionais sejam ótimos produtos na esfera institucional de um

clube e/ou agremiação esportiva, estes ainda não são utilizados como promotores

institucionais da forma mais correta. Alguns clubes ajudam a gerenciar o marketing pessoal

dos jogadores, porém, apenas com pequenas instruções. O trabalho de condução e

gerenciamento fica por conta dos empresários que, às vezes despreparados, acabam com uma

carreira gloriosa de um atleta. O São Paulo F.C tem em seu departamento de marketing uma

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boa assessoria, mostrando aos atletas caminhos para que eles possam ganhar dinheiro com sua

imagem e/ou ‘marcas’ pessoais. De qualquer maneira, o interesse tem que partir do atleta. É

ele que deve procurar o departamento e pedir auxílio. O ideal seria que todos os clubes

traçassem um mini plano de marketing a cada atleta profissional. Atualmente, já existe no

futebol brasileiro esta nova visão profissional entre clubes e atletas e já se percebem algumas

oportunidades de negócio, o que não deve ser desprezado.

Muitos atletas são patrocinados por empresas, a exemplo de Zidane, ex-jogador do Real

Madrid, que é patrocinado pela Adidas, Ronaldinho que é patrocinado pela Nike, e tantos

outros, os quais chegam a ganhar milhões com essas ações promocionais extra campo. Esses

contratos, às vezes, dificultam suas carreiras profissionais, pois eles se tornam muito

conhecidos e os seus compromissos com os patrocinadores lhes tomam muito tempo, fazendo

com que não se dediquem tanto ao esporte, mas sim, ao marketing. As empresas que decidem

patrocinar também devem tomar muito cuidado. Pozzi (1998, p.163) cita dois casos que,

deixaram más impressões aos patrocinadores: “Ben Johnson acusado de uso de anabólicos

esteróides, e Mike Tyson, preso por crime de estupro. Certamente, deixaram de ser bons

produtos”. Porém, existe o outro lado, quando a empresa patrocina ídolos pessoais

honoráveis. Pozzi (1998, p.163) nos mostra, agora, exemplos de ótimos produtos quando cita,

Pelé, Zico e Senna. Em resumo, uma empresa ao resolver patrocinar um atleta, deve

investigar sua vida e estudar o seu perfil pessoal, o que deve estar de comum acordo com o

posicionamento da empresa.

Pozzi (1998, p.164) cita um estudo da revista Meio e Mensagem que mostra os cinco

princípios básicos para uma empresa patrocinar um atleta

1) O personagem escolhido deve ter perfeita adequação com o produto ou marca que se pretende anunciar. 2) Antes de assinar o contrato, procure checar a credibilidade ou o poder de convencimento e de comunicação do esportista. 3) Procure saber como está a imagem do escolhido junto ao público-alvo do produto. 4) Evite o uso de atleta temperamental ou explosivo. Nunca se sabe o que ele é capaz de fazer com a cabeça quente. 5) Verifique o resultado das campanhas personificadas pela celebridade. Será que ele já não anunciou um produto da concorrência?

Respeitados esses princípios básicos, a empresa que decide patrocinar um atleta,

dificilmente terá problemas com sua imagem e poderá tirar dessa ação promocional todo o

lucro esperado. Porém, esse tipo de patrocínio tem sempre um risco, pois o ser humano ainda

é passível de muitas reações que não são completamente explicáveis.

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3.9 Assessoria de imprensa

A assessoria de imprensa começou a se consolidar como ferramenta de comunicação e

como um dos quatro campos de atuação do jornalista, “a menos de uma década do século 21”

(KOPPLIN, FERRARETTO, 1996, p.25). Desde sua origem, a assessoria de imprensa ainda é

confundida com outras áreas da comunicação social, não é incomum aos assessores de

imprensa, serem confundidos com os profissionais de relações públicas. O termo assessoria de

impressa é, também, erroneamente, ligado pelo entendimento popular a ‘jornalismo

empresarial’. Porém, essa é uma especialização que se dedica “à coleta, produção e difusão

de informação em instituições comerciais e industriais de médio e grande porte, segundo

objetivos capitalistas” (KOPPLIN, FERRARETTO, 1996, p.25).

Segundo Elisa Kopplin e Luiz Artur Ferraretto (1996, p.25), o conceito de assessoria de

imprensa “está associado a dois aspectos fundamentais: a necessidade de se divulgar

opiniões e realizações de um indivíduo ou grupo de pessoas e a existência daquele conjunto

de instituições conhecidas como meios de comunicação de massa”. Realizando um paralelo

com as definições apresentadas até o momento, podemos concluir que a assessoria de

imprensa tem como função primordial informar a sociedade sobre acontecimentos que sejam

de interesse público e, também, auxiliar instituições privadas e/ou estatais na divulgação de

informações que visem mostrar ao grande público a transparência e a verdade de suas ações.

De acordo com Elisa Kopplin e Luiz Artur Ferraretto (1996, p.20), as principais

atividades realizadas pelo assessor de imprensa são

[...] relacionamento com os veículos de Comunicação Social, abastecendo-os com informações relativas ao assessorado (através de relises, press-kits, sugestões de pautas e outros produtos), intermediando as relações de ambos e atendendo às solicitações dos jornalistas de quaisquer órgãos de imprensa; controle e arquivo de informações sobre o assessorado divulgadas nos meios de comunicação, bem como avaliação de dados provenientes do exterior da organização e que possam interessar aos seus dirigentes; organização e constante atualização de um mailing-list (relação de veículos de comunicação, com nomes de diretores e editores, endereço, telefone e fax); edição dos periódicos destinados aos públicos externo e interno (boletins, revista ou jornais); elaboração de outros produtos jornalísticos, como fotografias, vídeos, programas de rádio ou de televisão; participação na definição de estratégias de comunicação.

Os clubes e entidades esportivas que realizam ações de comunicação e marketing já

atentaram para a importância de tratar bem a imprensa. O Santos Futebol Clube tem nas

dependências do seu Estádio, uma sala de imprensa totalmente nova e moderna; o São Paulo

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Futebol Clube, também dispõe de uma confortável sala de imprensa. A mídia televisiva tem

grande influência dentro do esporte, pois é ela a principal fonte de renda, quando paga aos

clubes pelos direitos de transmissão de seus jogos. Os clubes esportivos, atualmente, tratam os

veículos de comunicação como parceiros e, não mais, como seus adversários, pois sabem, da

importância destes, na construção da imagem institucional de suas agremiações.

Luis Fernando Pozzi, em seu livro “A grande jogada”, discorre sobre o papel da mídia

no sucesso da divulgação e massificação do esporte, assim como o aumento do interesse dos

anunciantes pelo produto esporte. Pozzi (1999, p.101) destaca que

A esta altura, parece inegável que a mídia foi a grande responsável pela popularização do esporte, expandindo o interesse pelas diversas modalidades, que antes se restringiam aos aficionados. Desse modo, a mídia passou a atender melhor aos interesses de seus dois públicos: os consumidores de esporte e o mercado anunciante (patrocinador dos eventos). Visto que o esporte atinge audiências inigualáveis, o interesse do anunciante em se comunicar com essa grande audiência também aumenta.

Com a citação de Pozzi, fica claro que os clubes de futebol, assim como, quaisquer

outras entidades esportivas, que desejem realizar boas ações de Marketing Esportivo, devem

ter um bom relacionamento com a mídia em geral, pois ela irá levar a imagem do clube até

possíveis novos patrocinadores. Quanto maior o tempo de exposição do clube na mídia, maior

o interesse por parte das empresas investidoras.

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II – FUTEBOL DE SALÃO DA SUA ORIGEM AOS DIAS DE HOJE

4. A ORIGEM DO FUTEBOL DE SALÃO

As principais referências pesquisadas para a elaboração deste estudo, apontam para o

fato de que o futebol de salão tenha surgido na década de 30 deste século, porém, não o

futebol de salão como o conhecemos hoje, mas sim, uma forma rudimentar do jogo.

Nesta época, as regras ainda não tinham sido estabelecidas, a bola era feita de crina

vegetal ou serragem e a única coisa que mais se assemelhava ao jogo atual é que era praticado

em quadras. Orlando Duarte (2005, p.17) destaca que

No início as ‘equipes’ variavam em número, tendo cinco, seis e até sete jogadores, sendo pouco a pouco fixado o limite de cinco. As bolas eram de crina vegetal ou serragem, sofrendo sucessivas modificações, até mesmo com o uso de cortiça granulada.

Posteriormente às bolas de serragem e crina vegetal, foram implantadas as bolas de ar,

mas estas, eram grandes e pulavam muito nas quadras, foi então que “tiveram seu tamanho

diminuído e o peso aumentado. Daí o fato de o futebol de salão ser chamado de esporte da

bola pesada” (DUARTE, 2005, p.171).

Quanto ao país que tenha desenvolvido o jogo, duas são as teorias históricas: a primeira

aponta para o Uruguai como pátria do futebol de salão, já a segunda, para o Brasil.

Segundo a primeira teoria, o futebol de salão teria surgido mais precisamente na

Associação Cristã de Moços de Montevidéu, onde o professor Juan Carlos Ceriani teria criado

as primeiras regras. O jogo chegou ao Brasil por intermédio de alguns jovens estudantes que

foram até o Uruguai e vendo o esporte criado pelo professor Juan Carlos Ceriani o trouxeram

para o Brasil. Destaca-se que a Confederação Brasileira de Futebol de Salão, a ‘CBFS’, aceita

essa teoria como sendo a mais provável. Ainda segundo os dados encontrados no site da

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CBFS1, foi em 19 de maio, de 1982, que a Federação Uruguaia divulgou uma lista com a

relação dos professores que iniciaram e incentivaram o esporte no Brasil. Está lista teria sido

organizada pelo criador do esporte, o professor Juan Carlos Ceriani. Dentre eles estão:

Alfonso Lopes Pinto, Aníbal Monteiro, Daniel Alves de Oliveira, Ernesto Oppliger, José

Rodes, José Rothier, Julian Haranczyk, Romeu Pires Osório, Silas Raedes, Willy Prellwitz.

Já a segunda corrente teórica, dita que o esporte surgiu no Estado de São Paulo e que

tenha sido praticado, pela primeira vez em 1934, por um grupo de jovens da Associação

Cristã de Moços de São Paulo.

Essa teoria é sustentada por Orlando Duarte, autor do livro Futebol Regras e

Comentários, segundo ele a “versão mais aceita para o surgimento do futebol de salão é a de

que ele começou a ser praticado por volta de 1940, por jovens freqüentadores da Associação

Cristã de Moços, em São Paulo” (DUARTE, 2005, p.171).

Quanto à criação do esporte, encontra-se no site da Federação Uruguai de Futebol de

Salão2 dados mais precisos. Segundo o site da Federação Uruguai de Futebol de Salão, o

Professor Juan Carlos Ceriani teria desenvolvido o jogo baseado na observação de jovens e

crianças que praticavam futebol em espaços reduzidos, Ceriani teria também, adaptado

algumas regras do Basquete, Handebol e do Pólo-Aquático para criar as do futebol de salão.

Ainda de acordo com o site da Federação, o esporte teria sido criado exatamente em outubro

de 1930.

Aceitando-se qualquer uma das duas correntes teóricas, o que não se pode negar, é que

o jogo e seu desenvolvimento devem muito aos brasileiros, pois foi aqui que o futebol de

salão cresceu e se desenvolveu como modalidade esportiva de alto-rendimento.

4.1 Juan Carlos Ceriani o pai do futebol de salão

O professor Juan Carlos Ceriani foi durante quase toda a sua vida Diretor Profissional.

Ele esteve à frente da diretoria da ACM de Montevidéu (Associação Cristã de Moços) e

também dirigiu associações cristãs em outros países. Ceriani é reconhecido no Uruguai como

um líder ligado ao movimento jovem. No mundo, atribui-se a ele a criação do futebol de

salão, assim como suas regras e a bola do jogo, que foi desenvolvida em parceira com o seu

amigo pessoal, o padre José Esperón. O professor Ceriani foi também um excelente treinador

de natação. Nesta área, destaca-se a criação do Club Biguá, que foi criado para que os

1Pesquisado em: <http://www.cbfs.com.br/novo/historico.asp.>. Acesso em: 23 nov. 2007. 2Pesquisado em: <http://www.fudefs.com/Futsal.htm>. Acesso em: 23 nov. 2007.

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nadadores da Associação Cristã de Moços pudessem realizar seus treinos e competir entre os

jovens cristãos3.

Juan Carlos Ceriani se graduou em Educação Física pela Springfield College,

Massachussets, USA. Seguindo sua formação acadêmica o professor Ceriani esteve por toda a

sua vida ligado aos movimentos sociais cristãos e ao esporte. Ele passou pela ACJ

(Associação Cristã de Jovens) de 1926 a 1955, ocupando cargos de professor, secretário

geral, subdiretor e diretor da divisão de jovens da ACJ. Juan Carlos Ceriani morreu aos 89

anos, em 25 de maio de 1996, deixando para o mundo, não só a criação do futebol de salão,

mas, todo um trabalho de pesquisa na área do esporte e dos jovens, objeto de estudo e

dedicação de toda a sua vida.

4FIGURA 8 – Foto do professor Juan Carlos Ceriani criador do futebol de salão.

4.2 A criação das confederações de futebol de salão pelo Brasil

Segundo o site da Confederação Brasileira de Futebol de Salão5, a primeira Federação

Estadual a ser criada foi a do Rio de Janeiro, em 28 de julho de 1954. Seu primeiro nome era

Federação Metropolitana de Futebol de Salão, já seu primeiro presidente, foi Ammy de

Moraes.

Ainda em 1954, foi criada a Federação Mineira de Futebol de Salão, e um ano depois,

em 1955, a Federação Paulista. A partir de 1956, até a década de sessenta, várias outras

Federações foram criadas: a Baiana, a Brasiliense, a Catarinense, a Cearense, a Gaúcha, a

Paraibana, a Paranaense, a Pernambucana, a Norte Rio Grandense e a Sergipana.

3Pesquisado em: <http://www.fudefs.com/futsal.htm>. Acesso em: 25 nov. 2007. 4Pesquisado em: <http://www.fudefs.com/futsal.htm.> Acesso em: 01 out. 2008. 5Pesquisado em: <http://www.cbfs.com.br/novo/historico.asp>. Acesso em: 26 nov. 2007.

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Em 1970, nascem mais seis Federações: a Acreana, a Goiana, a Maranhense, a Mato

Grossense, a Piauiense e a do Mato do Grosso do Sul. Por fim, entre as décadas de 80 e 90,

surgem as últimas Federações: Alagoas, Amazonas, Amapá, Espírito Santo, Pará, Rondônia,

Roraima e Tocantins. Estavam, então, formadas as estruturas administrativas que iriam

gerenciar o esporte em nível estadual.

Até meados dos anos cinqüenta, o futebol de salão não havia unificado suas regras. Foi

somente no dia 05 de fevereiro de 1957, quase 27 anos depois do aparecimento do esporte no

Brasil, que o então presidente da CBD (Confederação Brasileira de Desportos), Sylvio

Pacheco, criou um Conselho Técnico de Assessores de Futebol de Salão para resolver as

divergências quanto às regras e unificar a prática do esporte no país.

Segundo dados obtidos no site da CBFS6, este conselho fora eleito para exercer um

mandato de três anos e seus integrantes foram: “Ammy de Moraes (Guanabara), Luiz

Gonzaga de Oliveira Fernandez (São Paulo), Roberto José Horta Mourão (Minas Gerais),

Roberval Pereira da Silva (Estado do Rio), Utulante Vitola (Paraná)”.

Ainda de acordo com as informações encontradas no site da Confederação, no mesmo

ano de 1957, no Estado de Minas Gerais, tentou-se criar “a Confederação Brasileira de

Futebol de Salão, a ata foi encaminhada ao Conselho Nacional de Desportos, mas o CND

não acatou tal ata que foi registrada dia 30 de setembro de 1957 com o nº 2.551”.

Após vários anos de tentativas de se criar uma Confederação que respondesse

administrativamente pelo esporte, em âmbito nacional, finalmente em 1979, nascia a CBFS.

Segundo o site da Confederação Nacional de Futebol de Salão7

Em 15 de junho de 1979, no auditório do 2º andar da CBD, à Rua da Alfandêga nº70, Rio de Janeiro, às 15 horas, foi realizada a Assembléia Geral que fundou a Confederação Brasileira de Futebol de Salão, tendo sido eleito, para o período 1980/1983, como presidente, Aécio de Borba Vasconcelos, dirigente maior da CBFS que hoje congrega 27 Federações estaduais, mais de 4.000 clubes e 310.000 atletas inscritos.

4.3 A Confederação Sul Americana e a FIFUSA

Quanto à criação da Confederação Sul Americana de Futebol de Salão, encontram-se

também, duas versões. A primeira delas é adotada pela Confederação Brasileira de Futebol de

Salão (CBFS). Segundo ela, a Confederação Sul Americana de Futebol de Salão teria sido

6Pesquisado em: <http://www.cbfs.com.br/novo/historico.asp.>. Acesso em: 26 nov. 2008. 7Pesquisado em: <http://www.cbfs.com.br/novo/historico.asp.>. Acesso em: 26 nov. 2008.

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criada em 14 de setembro de 1969, no Paraguai, em Assunção, com a presença de João

Havelange, então Presidente da CBD, Carlos Bustamante Arzúa, Presidente da Associação

Uruguaia de Futebol e Luiz Maria Zubizarreta, Presidente da Federação Paraguaia de

Futebol8. A segunda versão encontra-se no site da Federação Uruguaia de Futebol de Salão e

segundo ela, foi o então Presidente da FUFS, Felipe Figueroa, que em agosto de 69, na cidade

de Assunção (Paraguai), juntamente com Brasil, Argentina e Paraguai, teria criado a

Confederação Sul Americana de Futebol de Salão9 .

Após a criação da Confederação Sul Americana de Futebol de Salão, cresce o interesse

pelo esporte, que neste momento, já dispunha de regras estabelecidas e de confederações

organizadas em diversos países do mundo, como: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai,

Portugal, Espanha e etc.

No dia 25 de julho de 1971, em São Paulo, nasce a Federação Internacional de Futebol

de Salão, a chamada FIFUSA, em uma iniciativa tomada pela CBD (Confederação Brasileira

de Desportos) e CSAFS (Confederação Sul Americana de Futebol de Salão). Na reunião de

criação da FIFUSA, estiveram presentes autoridades esportivas do Brasil, da Argentina, da

Bolívia, do Paraguai, do Peru, de Portugal e do Uruguai. O primeiro Presidente do conselho

executivo da entidade foi João Havelange, que a comandou de 1971 a 1975, porém, devido a

seus compromissos administrativos com o futebol da CBD e da FIFA, quem realmente dirigiu

a FIFUSA neste período foi o secretário geral da entidade Luiz Gonzaga de Oliveira

Fernandes10.

Em 1980, a FIFUSA elege o seu terceiro Presidente Januário D`Alécio, este que,

sucedera ao então Presidente Waldir Nogueira Cardoso. D`Alécio inicia sua gestão disposto a

modernizar a administração do futebol de salão da época. No mesmo ano que assumiu a

Presidência da FIFUSA, realizou o I Pan-americano de Futebol de Salão, no México, que

contou com a participação de países como Argentina, Bolívia, Brasil, Estados Unidos,

México, Paraguai e Uruguai. O primeiro Pan-americano foi ganho pela Seleção do Brasil.

Após muita luta, Januário D`Alécio consegue realizar seu maior sonho frente a

Confederação Internacional de Futebol. No ano de 1982, ele organiza o I Campeonato

Mundial de Futebol de Salão, evento que foi realizado no ginásio do Ibirapuera na cidade de

São Paulo, mais uma vez, o Brasil sagra-se Campeão. Neste evento, também participaram: as

8Pesquisado em: <http://www.cbfs.com.br/novo/origem.asp>. Acesso em: 29 nov. 2007. 9Pesquisado em: <http://www.fudefs.com/Futsal.htm>. Acesso em: 29 nov. 2007. 10Pesquisado em: <http://www.cbfs.com.br/novo/origem.asp>. Acesso em: 04 dez. 2007.

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Seleções da Argentina, da Colômbia, da Costa Rica, da Itália, do Japão, da Holanda, do

México, do Paraguai, da Tchecoslováquia e do Uruguai11.

4.4 Enfim a FIFA entra no jogo

A Federação Internacional de Futebol (FIFA), prevendo que o futebol de salão, após a

realização de seu primeiro Mundial, iria se tornar um esporte de sucesso, começou a realizar

uma forte pressão sobre a FIFUSA para encampar a administração do esporte.

Em um período de batalhas jurídicas entre as duas Federações, a FIFA chegou a noticiar

nos jornais da época, que estaria desenvolvendo novas regras para o futebol de cinco. As

restrições por parte da FIFA a FISUSA, não paravam e, em 1985, a FIFUSA foi obrigada

judicialmente a adotar o nome ‘futsal’ para o esporte, pois, a entidade máxima do futebol

mundial (FIFA), proibiu o uso da palavra futebol12.

Após a realização de mais dois Mundiais organizados pela FIFUSA, um deles no ano de

1985, na Espanha, vencido novamente pelo Brasil, e outro em 1988, na Austrália, vencido

pelo Paraguai, a FIFA decide de vez que iria tomar as rédeas do esporte. Em uma reunião no

ano de 1988, com o então Presidente da CBFS, Álvaro Melo Filho, frente às dificuldades

financeiras enfrentadas pela FIFUSA e também, projetando um futuro melhor para o esporte,

iniciaram-se as discussões para que o esporte passasse a ser administrado pela FIFA13.

Dois anos mais tarde de iniciadas as negociações com a FIFA, mais precisamente no dia

02 de maio de 1990, o Brasil se desligou oficialmente da FIFUSA. Esse rompimento foi feito

por intermédio de uma carta enviada pelo presidente da CBFS, Aécio de Borda Vasconcelos à

FIFUSA. Desde então, as regras passaram a ser administradas pela FIFA, e as 26 Federações

filiadas a CBFS, passaram a estar subjugadas à entidade máxima do futebol.

Desde que a FIFA passou a tomar conta da gestão esportiva do futebol de salão “já

foram realizados quatro certames mundiais. O Brasil ganhou os três primeiros, e a Espanha

o último. Holanda, Hong Kong, Espanha e Guatemala foram sedes desses campeonatos”

(DUARTE, 2005, p.171).

11Pesquisado em: <http://www.cbfs.com.br/novo/origem.asp.>. Acesso em: 07 dez. 2007. 12Pesquisado em: <http://www.amfutsal.com.py/historiafutsal.html>. Acesso em: 07 nov. 2007. 13Pesquisado em: <http://www.cbfs.com.br/novo/origem.asp.> Acesso em: 07 nov. 2007.

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4.5 O esporte mais praticado do Brasil

Quem pensa que o futebol de campo é o esporte mais praticado do país, se engana

redondamente, atualmente o esporte brasileiro com o maior número de adeptos é o futebol de

salão. Os números não são exatos, porém, acredita-se que aproximadamente 12 milhões de

pessoas pratiquem o esporte por todo o Brasil.

Esse número pode ser explicado de uma forma bem razoável. Antigamente existiam

muitos campos de várzea pelo país, porém, com o crescimento natural das cidades foram

substituídos por construções. Com isso, as quadras de esporte se tornaram o lugar preferido

dos praticantes do futebol. Outro ponto importante a ser ressaltado, é que as quadras estão,

quase que em sua maioria, dentro das escolas. Isso é um facilitador para o desenvolvimento

do esporte no país, pois os praticantes têm contato com a modalidade esportiva desde

pequenos. Por fim, um terceiro motivo para o grande número de praticantes do esporte, pode

estar ligado à quantidade de jogadores para que uma partida ocorra. No futsal uma partida é

jogada com dez pessoas, ou seja, cinco em cada equipe, já no futebol de campo, são

necessários vinte e dois jogadores.

Segundo dados obtidos no site Futsal Brasil14, os 12 milhões de praticantes do futsal em

território nacional, estariam assim divididos: - 79% pertencem à classe social A/B e 21% as

demais classes sociais; - A faixa etária de 12 a 29 anos representa 58% do número total de

praticantes, enquanto a de 30 a 39 anos representa apenas 21%; - 42% dos praticantes têm

Nível Superior incompleto e 21% Nível Superior comple to; - Os principais itens de posse

destes praticantes são celular com 74%, computador com 50% e acesso à internet com 25%.

Ainda de acordo com o site o Futsal Brasil, o esporte que mais cresce no mundo é o futsal.

Wilton Carlos de Santana, Doutorando em Educação Física pela Unicamp, em artigo

postado no site ‘Pedagogia do Futsal’15, nos apresenta mais alguns dados em relação ao

esporte. Segundo ele

[...] o Brasil possui 5000 equipes de futsal, mais de 180 mil atletas federados, 27 federações, 1672 clubes, mais de 350 atletas no exterior; no mundo, mais de 70 países praticam o futsal; depois do Brasil, os países com maior número de participantes são: Espanha (1 milhão), República Checa (300 mil), Itália (210 mil) e Austrália (120 mil).

14Pesquisado em: <http://www.futsalbrasil.com.br/anuncios/anuncios.php#anuncio_5>.Acesso em: 25 set. 2008. 15Pesquisado em: < http://www.pedagogiadofutsal.com.br/historia.asp>.Acesso em: 25 set. 2008.

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Em entrevista dada no dia 03 de outubro de 2008, a jornalista Priscila Bertozzi, do site

Máquina do Esporte16. O Vice-Presidente de operações da CBFS, Hideraldo Martins, fala do

principal objetivo da Confederação, após o Mundial, que é expandir o número de praticantes

do esporte para mais de 40 milhões. Segundo Hideraldo Martins é bom “lembrar que outras

modalidades também trabalham nesse sentido. O futsal não pode dormir em berço esplêndido

e parar no tempo”.

Se a CBFS conseguir expandir o número de adeptos do esporte para mais que 20

milhões nos próximos dois anos, é provável, que mais empresas se interessem em patrocinar o

esporte e, também, aumente o interesse da mídia televisiva aberta em transmitir o evento

‘Liga Futsal’.

4.6 A dinâmica do jogo

Talvez a característica mais marcante do futsal esteja na ‘dinâmica de jogo’. O que aqui

chamamos de ‘dinâmica de jogo’, pode ser entendido por: regras direcionadas ao esporte

espetáculo; velocidade da bola em jogo; oportunidade do aparecimento de grandes dribles e

jogadas; muitos gols, etc. Todos esses adjetivos fazem do futsal um esporte a ser descoberto e

melhor aproveitado pelas televisões aberta e fechada.

Como foi dito acima, dentre as características mais importantes para a ‘dinâmica de

jogo’ destacam-se as suas regras. Serão apresentadas agora, resumidamente, as dezoito

principais regras para este esporte. Vale ressaltar que muitas delas, foram mudadas com o

passar dos anos para que o esporte ganhasse mais atratividade para público e mídia.

A primeira regra (Regra 1), versa sobre o ‘tamanho da quadra de jogo’. O tamanho

máximo permitido será de 42metros de comprimento por 25metros de largura, já o tamanho

mínimo permitido será de 22metros de comprimento por 15metros de largura. Em partidas

oficiais nacionais, ou seja, sob a chancela da CBFS, por exemplo, as dimensões mínimas

permitidas serão de 30metros de comprimento por 17metros de largura, já em partidas oficiais

internacionais, o tamanho mínimo permito será de 38metros de comprimento por 18 de

largura (DUARTE, 2005, p.178).

A segunda regra importante do futsal, trata da ‘bola do jogo’. Segundo o site ‘Pedagogia

do Futsal17, a “bola será esférica. O invólucro será de couro macio ou de outro material

aprovado. Em sua confecção é vedado o uso de material que possa oferecer perigo ou dano

16Pesquisado em: <http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/entrevistas.asp?id=134>.Acesso em: 25 set. 2008. 17Pesquisado em: <http://www.pedagogiadofutsal.com.br/regra_02.asp>.Acesso em: 13 out. 2008.

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aos atletas”. Ainda de acordo com o site acima citado, as categorias Adultas, Sub-20 e Sub-

17, deverão utilizar uma bola com circunferência máxima de 64centímetros e mínima de 62;

esta bola deverá pesar entre 400 e 440gramas.

A terceira regra, ou ‘Regra 3’, como é chamada por alguns, explica o ‘número máximo

de substituições’ que podem ocorrer em um jogo de futsal e, também, o número de atletas que

compõem uma partida. Segundo a ‘Regra 3’, os atletas podem ser substituídos, quantas vezes

for necessário, não tendo a partida que ser paralisada para isso. Outro ponto importante, desta

Regra, exalta que a partida só poderá ser iniciada com as equipes compostas por mínimo de 5

atletas. Caso no meio do jogo, uma das equipes fique com menos que três jogadores em

quadra, o jogo deverá ser paralisado (DUARTE, 2005, p.185).

A ‘Regra 4’ explica que os atletas ‘não poderão usar objetos nocivos aos demais’

durante as partidas, ou seja, fica proibido o uso de brincos, pulseiras, anéis, etc. Ela também

estabelece normas relativas ao ‘uso dos uniformes’ de todos os participantes da partida:

atletas, árbitros, cronometristas, etc. A ‘Regra 5’ estabelece que cada partida deverá ter um

‘árbitro principal’ e a ele serão atribuídas diversas funções, destacando que deverá aplicar as

regras do jogo com discernimento e coesão (DUARTE, 2005, p.190-195).

Todas as partidas deverão ter um ‘árbitro auxiliar’, este que, ficará ao lado da quadra, e

sua principal função será ajudar o árbitro principal (Regra 6). A sétima regra do jogo

estabelece as normas de trabalho dos ‘cronometristas’ e dos ‘anotadores’. O primeiro terá

como função principal controlar o tempo de jogo, já o segundo, anotar todas as faltas, gols,

substituições, etc, ocorridas durante uma partida. A ‘Regra 8’ trata do ‘tempo total de uma

partida’. Segundo ela, serão 40 minutos de jogo por 10 minutos de descanso no intervalo.

Cada tempo terá a duração de 20 minutos, sendo parado pelo cronometristas, sempre que a

bola sair de quadra, ou seja, serão 20 minutos de “bola rolando” (DUARTE, 2005, p.196-

202).

A nona regra tem como ponto principal normalizar a ‘saída de jogo’, ou seja, sempre

que as equipes forem decidir quem dará o pontapé inicial e qual será o seu lado de quadra, isto

se dará através de um sorteio. Outro ponto da nona regra diz que, sempre que um gol for

marcado a bola será recolocada no centro de quadra para que se dê uma nova saída. A décima

regra do futsal discute as ‘saídas de bola’, ou seja, ela cria normas para quando a bola sair de

quadra e como esta deve ser recolocada em jogo. Quanto à décima primeira regra, conhecida

como ‘Regra 11’, resumidamente, ela trata da ‘contagem de gols’ de uma partida e de como

são validados esses gols. Explicando da forma mais simples e objetiva, sempre que a bola

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ultrapassar a linha da baliza o gol deverá ser validado pelo árbitro e anotado pelos anotadores

(DUARTE, 2005, p.203-209).

A ‘Regra 12’ discorre sobre os ‘tipos de faltas’ existentes no futsal. Os três tipos de

faltas são: técnicas, pessoais e disciplinares. As faltas técnicas dizem respeito a todas aquelas

cometidas dentro de quadra e, no calor do jogo. Já as faltas pessoais, são aquelas cometidas

intencionalmente, como tirar a bola das mãos do goleiro, obstruir a cobrança de um lateral,

etc. As faltas discip linares são marcadas sempre que algum atleta ou comissão técnica comete

algum ato hostil de indisciplina. A décima terceira regra é um complemento da ‘Regra 12’,

nela são apresentadas as normas para a cobrança dos ‘tiros livres’, também chamados de

faltas, os quais são divididos em ‘tiros diretos’ e ‘indiretos’. Os ‘tiros diretos’ permitem que a

equipe que sofreu a falta chute diretamente ao gol do adversário, já os ‘tiros indiretos’

obrigam a equipe a tocar a bola antes de chutar em gol. A ‘Regra 14’ organiza a forma de

uma equipe obter um ‘tiro livre direto’ sem barreira pelo número de faltas sofridas. Em

resumo, se uma das equipes, durante um dos tempos de 20 minutos, cometer mais do que

cinco faltas será anotado contra ela o ‘tiro livre direto’, este que, não permite a formação de

barreira por parte da equipe infratora (DUARTE, 2005, p.210-224).

As normas para a aplicação da ‘penalidade máxima’, popularmente chamada de pênalti,

encontram-se na ‘Regra 15’. Segundo ela, sempre que um atleta sofrer uma falta dentro da

‘pequena área’ deverá ser marcado, pelo árbitro da partida, o ‘tiro livre direto’. A bola será

colocada na marca do pênalti, correspondentemente assinalada na quadra de jogo por um

círculo branco. A décima sexta regra trata do ‘arremesso lateral’. De acordo com ela, sempre

que a bola ultrapassar inteiramente uma das linhas laterais, deverá ser cobrado o arremesso

lateral. O detalhe mais importante desta regra, é que obriga as equipes a cobrar o lateral com

os pés, dando, por conseguinte, mais velocidade ao jogo (DUARTE, 2005, p.225-228).

Sempre que a bola ultrapassar inteiramente a linha de fundo, será marcado pelo árbitro o

‘arremesso de meta’, mais conhecido como ‘tiro de meta’. O único atleta autorizado a realizar

o ‘tiro de meta’ é o goleiro, este que, o realizará impreterivelmente com as mãos e em no

máximo, 4 segundos após a saída da bola. Estas são as disposições da ‘Regra 17’. A última

regra do futebol de salão é a ‘Regra 18’, esta que, organiza a cobrança do escanteio, chamada

no futsal de ‘arremesso de canto’. Resumidamente, sempre que a bola for colocada para a

linha de fundo pela equipe defensora, será marcado pelo árbitro, o ‘arremesso de canto’. A

equipe beneficiada com o arremesso deverá cobrá-lo, assim como o ‘arremesso lateral’, com

os pés (DUARTE, 2005, p.229-232).

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Informações mais detalhadas sobre as regras do jogo, podem ser encontradas no livro

Futebol – Regras e Comentários de Orlando Duarte. Porém, as informações acima citadas,

visam mostrar, resumidamente, ao leitor deste estudo, as principais regras do futsal e como

estas influenciam diretamente para uma melhor ‘dinâmica de jogo’. São as regras bem

formuladas que permitem a este esporte mais velocidade, mais gols, mais dinamicidade e um

maior espetáculo para o torcedor.

4.7 O Mundial de Futsal no Brasil

Este tópico sobre o Mundial de Futsal da Fifa, no Brasil, coincidentemente, foi escrito

com a competição em curso, portanto, são tratados temas relativos ao antes, o durante e o pós-

evento. Esperamos com isso, abordar a temática de uma forma mais ampla, avaliando a real

magnitude do evento frente à divulgação do esporte no país.

O Mundial de Futsal da FIFA será realizado entre os dias 30/09/08 e 19/10/08 nas

cidades do Rio de Janeiro e Brasília. Em relação à forma de disputa do torneio: - Na primeira

fase do Mundial, as vinte Seleções participantes, que representam os cinco Continentes do

Mundo (África, Ásia, América, Europa e Oceania), foram divididas em quatro grupos,

contendo cada um deles cinco equipes. Após se enfrentarem entre seus grupos no sistema de

jogos todos-contra-todos, as duas melhores Seleções de cada grupo passarão à 2ª fase da

disputa; - Na segunda fase, os oito times classificados na fase anterior serão divididos em dois

grupos de quatro, e também, jogarão no sistema de todos-contra-todos. Os dois melhores de

cada grupo passarão à fase semifinal do torneio; - Na fase semifinal, os quatro times que se

classificaram na fase anterior se enfrentarão em sistema de mata-mata e jogo único, ou seja, o

1º de um grupo jogará com o 2º do outro e vice-versa. Assim, sairão as duas Seleções que

farão a final do Mundial; Na fase final, as duas Seleções restantes, também jogarão em

sistema de mata-mata e jogo único. Após esse jogo serão conhecidos o Campeão e o Vice-

Campeão do Mundial.

Quanto à formação dos grupos, na primeira fase, e em relação aos vinte países presentes

no Mundial, temos: Grupo A – Brasil, Rússia, Japão, Cuba, Ilhas Salomão; Grupo B – Itália,

Portugal, Tailândia, Paraguai, Estados Unidos; Grupo C – Argentina, Ucrânia, China,

Guatemala, Egito; Grupo D – Espanha, República Checa, Irã, Uruguai, Líbia.

A FIFA aprovou a escolha, feita pela CBFS, das duas cidades sedes do Mundial. Porém,

diversos fatores foram levados em conta como: - a infra-estrutura das cidades escolhidas, a

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rede hoteleira das mesmas, a condição de seus ginásios, os meios de transporte, etc. As

cidades escolhidas foram: - Rio de Janeiro e Brasília.

Em relação aos dois ginásios, a FIFA pediu reformas estruturais em ambos. A CBFS,

juntamente com os órgãos governamentais, coordenou a reforma dos ginásios adequando-os

aos padrões e normas FIFA. Abaixo temos as fotos do ginásio Nilson Nelson, de Brasília, e

do ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro:

18FIGURA 9 – Foto do ginásio Nilson Nelson da cidade de Brasília.

19FIGURA 10 – Foto do ginásio do Maracanãzinho na cidade do Rio de Janeiro.

18Pesquisado em: <http://pt.fifa.com/futsalworldcup/photo/photolist.html#897081>. Acesso em: 25 set. 2008. 19Pesquisado em: <http://globoesporte.globo.com/ESP/Home/foto/0,,11061139-EX,00.jpg>. Acesso em: 25 set. 2008.

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Todo grande evento esportivo internacional pede a criação de uma mascote, que na

maioria dos casos, tem toda uma simbologia com o país organizador do evento. Para o

Mundial de Futsal da Fifa, no Brasil, foi escolhida a Arara Canindé, pois é um pássaro nativo

de nosso país. O nome escolhido para a mascote foi ‘Parangolé’, e foi dado pela aluna Rute

de Sousa Santos, vencedora do concurso realizado entre escolas estaduais de Brasília para a

escolha do nome da mascote. Segundo o site do Jornal Estadão20, em matéria publicada em 25

de setembro de 2008, pelo jornalista Daniel Britto, “para infelicidade do comitê organizador,

a definição do nome no dicionário Houaiss mostra que a escolha foi um tremendo gol contra.

Parangolé está lá descrito como ‘Comportamento desonesto para ludibriar alguém’”.

Mesmo com toda a polêmica negativa gerada pela escolha do nome da mascote, a imagem

institucional do evento, representada na figura da Arara Canindé, parece não ter sofrido danos

maiores. Isso se deu, provavelmente, devido ao fato de que a Arara é um animal simpático aos

olhos do povo brasileiro e, enraizada positivamente em nossa cultura.

Abaixo seguem as fotos da Mascote‘Parangolé’ e, também, da ‘marca’ do evento com a

Arara estilizada:

21FIGURA 11 – Foto da mascote a Arara ‘Parangolé’.

22FIGURA 12 – Foto da marca oficial do Mundial da FIFA no Brasil.

20Pesquisado em: <http://www.estadao.com.br/esportes/futebol/not_esp247986,0.shtm>. Acesso em: 02 out. 2008. 21Pesquisado em: <http://www.estadao.com.br/esportes/futebol/not_esp247986,0.shtm>. Acesso em: 02 out. 2008. 22Pesquisado em: <http://pt.fifa.com/futsalworldcup/index.html>. Acesso em: 02 out. 2008.

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A CBFS, contando sempre com o apoio da FIFA, realizou algumas ações de

comunicação e marketing visando aumentar a visibilidade do Mundial, no país. Segundo

matéria publicada em 11/07/08, pelo site ‘Portal AZ’23, uma das estratégias adotadas pela

Confederação para divulgar o evento foi a realização de um coquetel de lançamento do

projeto ‘FIFA Futsal Word Cup 2008 – Promotional Tour’. O assessor de imprensa da Liga

Futsal, Roberto Toledo24, fala da importância deste evento para a divulgação da Liga Futsal

[...] o Comitê organizador do Mundial no Brasil, montado pela Fifa, faz um trabalho de divulgação do esporte em todo o país, que se chama ‘Promotional Tour’. Em todas as capitais existem palestras sobre o futsal, onde é abordado o esporte, e dá um destaque para os campeonatos, incluindo a Liga Futsal.

Este projeto, excursionou as principais capitais do país durante os meses que

antecederam o Mundial, tendo como principal objetivo, apresentar o evento e ampliar a

integração do povo brasileiro com o esporte. Sempre que o ‘Promotional Tour’ desembarcava

em uma nova capital era montado um stand do evento em um ponto central da cidade. Neste

stand eram realizadas brincadeiras, distribuição de brindes, clínicas esportivas, sorteios de

pacotes de viagem para assistir a Final do Mundial entre outras atividades de entretenimento

com o torcedor local. Ainda segundo o site ‘Portal AZ’25, em matéria publicada no dia 09 de

julho de 2008, quanto a estrutura montada para o evento

[...] A magnitude do Promotional Tour pode ser demonstrada pelos números do projeto. Serão distribuídos mais de 200 mil brindes (gibis, revistas, camisetas, canetas, flyers, squeezes e folders); dois caminhões transportam a estrutura do Promotional Tour e o material promocional; e 30 profissionais, divididos em duas equipes, estão envolvidos diretamente na realização da caravana, que conta também com a parceria com veículos de comunicação para divulgação.

Outro diferencial na organização do Mundial da Fifa foi a venda de ingressos via

internet, porém, não como conhecemos atualmente, mas sim, com o sistema de vendas

‘Passfirst’. Com este sistema o torcedor compra seu ingresso via internet através de seu cartão

de crédito, chegando ao ginásio, ele insere seu cartão de crédito na catraca e imprime na hora

23Pesquisado em: <http://www.portalaz.com.br/noticia/esporte _loca l / 112521 _ turne _ divulga _ no _ piaui _ copa _do_ mundo_de_futsal.html>. Acesso em: 03 out. 2008. 24Entrevista realizada via e-mail em 06 de setembro de 2008. 25Pesquisado em: <http://www.portalaz.com.br/noticia/esporte _loca l / 112521 _ turne _ divulga _ no _ piaui _ copa _do_ mundo_de_futsal.html>. Acesso em: 03 out. 2008.

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seu ingresso. Este sistema de vendas só pôde ser realizado a partir do dia 17 de setembro, ou

seja, um mês antes do Mundial começar26.

A figura abaixo mostra os preços dos ingressos cobrados pela FIFA, juntamente com a

CBFS, para o Mundial de Futsal. Vale destacar, que os preços foram diferenciados de acordo

com os setores dos ginásios e pelas fases de disputa do torneio:

27FIGURA 13 – Tabela de preços dos ingressos para o Mundial de Futsal no Brasil.

Para ampliar, ainda mais, a divulgação do evento no país, outras estratégias de

comunicação foram utilizadas, não só pela CBFS, mas também, pelos órgãos governamentais.

A ‘Agência3’ (Agência de publicidade), em parceria com o Governo do Estado do Rio de

Janeiro, realizou uma Campanha Publicitária visando informar o público carioca do

acontecimento do Mundial. A propaganda associou a imagem da Seleção Brasileira de Futsal

com as imagens do Corcovado e do Maracanãzinho e assinou o anúncio com a frase: - “Os

jogadores de futsal também vão tirar a camisa na hora do gol. Mas é pensando na praia

depois”. Os criadores do anúncio foram os publicitários Mavi Soares, Otávio Mello, Álvaro

Rodrigues e Luis Cláudio Salvestroni28. Segue abaixo a imagem da peça publicitária da

Campanha realizada pela ‘Agência3’:

29FIGURA 14 – Imagem da peça publicitária feita para divulgar o Mundial no Rio de Janeiro.

26Pesquisado em: <http://pt.fifa.com/futsalworldcup/organisation/ticketing/index.html>. Acesso em: 03 out. 2008. 27Pesquisado em: <http://pt.fifa.com/futsalworldcup/organisation/ticketing/index.html>. Acesso em: 04 out. 2008. 28Pesquisado em: <http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/noticias.asp?id=10612 >. Acesso em: 04 out. 2008. 29Pesquisado em: <http://www.meioemensagem.com.br/novomm/br/ultimas/arquivo.jsp?ultima=1&i=08-09-2008&f=14-09-2008>. Acesso em: 05 out. 2008.

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O Governo do Estado do Rio de Janeiro não foi o único a investir dinheiro público no

Mundial de Futsal da FIFA. O Governo Federal, através do Ministério do Esporte,

disponibilizou cerca de R$ 25 milhões de reais para apoiar a realização do evento no país.

Esse valor visa principalmente ajudar as Seleções participantes com hospedagem, locomoção

e alimentação. Outra estratégia desenvolvida pelo Governo Federal para apoiar o Mundial foi

à criação do projeto ‘Lotação Esgotada’. Esse projeto pretende levar aos jogos do Mundial 80

mil alunos das redes públicas e privadas de Brasília e 60 mil do Rio de Janeiro. A cada jogo

do Mundial, serão aproximadamente seis mil alunos presentes nas arquibancadas, que irão

receber brindes, camisas, lanches, etc30. Este investimento realizado pelo Governo Federal

visa manter uma boa imagem frente aos avaliadores olímpicos presentes no evento e mostrar

que o Brasil pode sediar os Jogos Olímpicos de 2016.

O investimento feito pelos órgãos públicos e pela CBFS para lotar os ginásios do

Mundial parece não ter sido suficiente. No jogo de estréia do Brasil contra o Japão (30/09), o

público presente no ginásio Nilson Nelson, de Brasília, foi bem abaixo do esperado. Muito

provavelmente, essa falta de público, se deva ao horário da partida, 10h30 da manhã de uma

terça-feira.

O Ministro do Esporte, Orlando Silva, em matéria postada em 30/09/2008, pelo site do

Jornal ‘O Globo’31, argumentou ao jornalista Demétrio Weber, que a escolha do horário

[...] foi para atender à transmissão da partida pela televisão, a qual, segundo ele, tem um público estimado de 500 milhões de pessoas em todo o planeta. Silva lembrou que a Fórmula 1 realizou neste fim de semana uma prova em Cingapura à noite, justamente para atender o fuso horário europeu. O ministro disse que é bom para o Brasil sediar o evento da "magnitude" da Copa Mundial de Futsal.

Ainda segundo a matéria acima citada, o Presidente da CBF, Ricardo Teixeira, relatou

que muitos dos eventos Mundiais nos quais ele esteve presente, não tinham tanta presença de

público como os que estavam no ginásio Nilson Nelson. Fato interessante e contraditório

encontrava-se na matéria que foi postada no site da própria CBFS no dia anterior à estréia do

Brasil contra o Japão. Segundo a matéria32, “o ginásio tem capacidade para 11.600 lugares e

até as 13 horas desta segunda-feira (29/9), foram vendidos cerca de 90% das entradas”. Tal

colocação, feita pela organização do evento, não foi verdadeira, pois todos que assistiram a

30Pesquisado em: <www.sp ortmarketing.com.br>. Acesso em: 08 out. 2008. 31Pesquisado em: <http://oglobo.globo.com/esportes/mat/2008/09/30/presidente _da _ cbf_ ministro _ do _ esporte _ minimizam _ falta _ de_ publico _ em _ estreia _ do _ brasil _ no _ futsal-548476833.asp>. Acesso em: 08 out. 2008. 32Pesquisado em: <http://www.cbfs.com.br/new/noticia.asp?cod=10619>. Acesso em: 08 out. 2008.

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partida pela televisão, puderam perceber claramente, que o ginásio Nilson Nelson não estava

nem com 70% de sua capacidade ocupada. Infelizmente, no Brasil, os organizadores de

grandes eventos esportivos ainda preferem dar informações desencontradas, ao invés de

assumirem possíveis falhas no planejamento.

A Liga Futsal tende a crescer muito após a realização Mundial de Futsal do Brasil.

Porém, para que isso ocorra, deverá existir uma maior e melhor conscientização por parte de

todos os envolvidos em seu planejamento, sejam estes, CBFS, clubes, atletas, patrocinadores,

órgãos públicos, mídia etc. O jogador ‘Falcão’33, atleta da Seleção Brasileira e, também, da

Malwee Futsal, ressalta a importância da continuidade do trabalho de divulgação da Liga

Futsal, pós Mundial. Segundo ele, “num ano especial de Mundial da Fifa se o Brasil ganhar,

vai ser uma grande repercussão, e isso, tem que ser estendido, se manter, não pode acabar no

Mundial”. Já para Adeodato Rosa da Silva Júnior34, coordenador de futsal do SPFC Praia

Clube, de Uberlândia, o título do Mundial se faz necessário “para que maiores investimentos

sejam feitos no esporte”. Kleber Rangel35, gerente de futebol da Malwee Futsal, utiliza o

termo “novo oxigênio” para mostrar que o Mundial no Brasil pode revitalizar a Liga e o

esporte no país. Segundo ele, o grande desafio do Brasil é “primeiramente ser campeão

mundial, e com certeza assim, o esporte ganhará novo oxigênio”. Elton Jose Dalla Vecchia36,

preparador físico e supervisor do C.E.R. Atlântico, destaca, assim como Kleber Rangel, a

possibilidade de crescimento do esporte pós Mundial. Segundo ele o futsal é “uma

modalidade que está em ascensão, e tende a crescer muito mais após a realização do mundial

no Brasil este ano”.

O Vice-Presidente de Operações da CBFS, Hideraldo Martins, em entrevista dada ao

site Máquina do Esporte37, no dia 03/10/08, fala o que precisa ser feito para que o trabalho da

entidade continue em destaque após o término do Mundial. Segundo ele

[...] O que precisa existir é a competência da CBFS para a manutenção desse trabalho daqui por diante. Precisamos profissionalizar nossa entidade para que esse momento não seja perdido. É preciso também dar uma atenção maior à Liga Futsal, profissionalizar a competição, porque é ela que vai dar prosseguimento às ações de mercado do Mundial.

33Entrevista realizada pessoalmente em 04 de julho de 2008. 34Entrevista realizada via e-mail em 22 de agosto de 2008. 35Entrevista realizada via e-mail em 02 de julho de 2008. 36Entrevista realizada via e-mail em 17 de junho de 2008. 37Pesquisado em: <http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/entrevistas.asp?id=134>. Acesso em: 08 out. 2008.

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O coordenador de marketing do Petrópolis Esporte Clube, Flávio Berredo38, segue a

linha adotada por alguns profissionais do esporte de que o Mundial de Futsal no Brasil pode

alavancar a Liga em termos de uma maior visibilidade, porém para ele, “é preciso ter um

plano pronto para valorização da modalidade, a começar agora com reflexos já em 2009”.

Cláudia Mendes39, assessora de imprensa do Petrópolis, melhor descreve o termo ‘plano’,

adotado por Flávio Berredo. Para ela deve ser realizado, assim que o Mundial terminar, um

plano de marketing que contemple diversas falhas na organização da Liga Futsal, como o

calendário de jogos, por exemplo. Segundo Claudia Mendes o Mundial é

[...] um momento especial para o futsal. Mas as ações de aumento da divulgação do esporte devem partir das entidades. Cremos que, com o Brasil campeão e um plano detalhado de marketing e divulgação, modificando-se a estrutura do calendário atual e os vícios existentes, poderá render algo inesperado para o esporte.

Para o gerente de negócios e de marketing, do Minas Tênis Clube, Marcelo Vido40,

diversos pontos devem ser levados em consideração para um melhor aproveitamento das

oportunidades geradas pelo Mundial de Futsal no Brasil. Segundo ele o

[...] Mundial é importante em vários aspectos. A divulgação é um deles. Qual seria o maior interesse na divulgação? Aumentar os simpatizantes pela modalidade, atrair novos investidores, novos praticantes, mostrar aos veículos de comunicação que o futsal é um bom negócio?

Outro ponto interessante a ser destacado trata da relação dos clubes que têm jogadores

envolvidos diretamente no Mundial, e como estes podem aproveitar para divulgar suas

‘marcas’ durante o evento. O assessor de imprensa da Malwee Futsal, Denis Borges41, diz que

[...] A Copa do Mundo é muito importante – agora, mais do que nunca – porque o Brasil perdeu as duas últimas edições. A Copa do Mundo vindo para Brasil é uma chance grande da nossa equipe aparecer também, devido ao fato de termos quatro jogadores na seleção - o Thiago goleiro, o Ari, o Lenísio e o Falcão – quatro de catorze, é um número muito expressivo. Assim que acabarem os Jogos Olímpicos, entra em destaque o Mundial de Futsal, e dependendo dos resultados do Brasil nos Jogos Olímpicos, essa evidência do futsal poderá ser ainda maior.

38Entrevista realizada via e-mail em 26 de junho de 2008. 39Entrevista realizada via e-mail em 4 de julho de 2008. 40Entrevista realizada via e-mail em 11 de agosto de 2008. 41Entrevista realizada pessoalmente em 04 de julho de 2008.

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Qualquer Clube que tenha quatro jogadores em uma Seleção Nacional, como é o caso

da Malwee Futsal, sempre terá boa visibilidade e será, por conseguinte, mais lembrado que os

demais. Porém, no caso da Malwee Futsal, existe um grande problema: ela é chamada pela

“grande mídia” de Jaraguá. Foi assim em todos os jogos da primeira fase do Mundial. A

Rede Globo de Televisão, durante sua transmissão, sempre que se referia aos atletas da

Malwee Futsal, utilizava o termo Jaraguá.

Em resumo, a mídia como um todo e, em especial, a televisão, constantemente faz

matérias “sensacionalistas”, sobre a necessidade de mais empresas investirem em atletas,

clubes, etc, e quando estas investem, suas ‘marcas’ são expurgadas das transmissões, seus

nomes não são falados corretamente, e assim por diante. Isso é feito, porque a mídia em geral,

diz que não recebe das empresas para falar seu nome e/ou ‘marca’ durante as transmissões,

porém, estas se esquecem, que já recebem com a audiência que lhes é possibilitada, e mais,

alguém está investindo para que atletas de renome estejam presentes nos espetáculos.

Como foi dito inicialmente, este capítulo foi escrito com o Mundial da FIFA em curso.

Portanto, tudo aquilo que foi dito pelos profissionais, todas as esperanças de uma conquista da

Seleção do Brasil para uma maior exposição do esporte na mídia, poderão agora, ser postas

em prática, pois, o Brasil sagrou-se Campeão em 19 de outubro de 2008.

Esperamos que toda a divulgação gerada pelo Mundial de Futsal no Brasil, e também

pela conquista de nossa Seleção, se traduza em mais recursos para o esporte. Espera-se que,

mais empresas se interessem pela modalidade, mais profissionais de comunicação e marketing

entrem neste mercado e que novas idéias sejam postas em prática. Com isso, o futsal ganhará

em organização, projeção, planejamento e será, por conseguinte, mais lucrativo.

4.8 O investimento empresarial no esporte

Diversas empresas têm investido no futebol de salão como forma de divulgar seus

produtos, seus serviços e principalmente, sua imagem institucional. Aparentemente, o retorno

sobre o investimento tem sido muito interessante, pois algumas delas estão patrocinando o

esporte há muitos anos, como é o caso da ‘DalPonte’.

Tiago Amaral42, gerente de marketing da ‘DalPonte & Cia Ltda’, fala das principais

ações da empresa voltadas para o esporte. Tiago diz que

42Entrevista realizada via e-mail em 9 de julho de 2008.

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Atualmente patrocinamos três clubes da liga futsal, onde possuímos placas de publicidade nas quadras e fechamos contrato com a Liga em 2008, para colocação do centro de quadra em todos os ginásios da Liga. Patrocinamos também atletas do Brasil e exterior que utilizam os nossos calçados. Essas são algumas das formas que temos para comunicar a marca, e apresentar nossos produtos de performance.

A aposta da ‘DalPonte’ em investir no futebol de salão como meio de divulgação

institucional da empresa, parece ter surtido efeito. Ainda de acordo com Tiago Amaral,

“segundo pesquisa de mercado, a ‘DalPonte’ é vista como a marca número 1 do futsal.

Como patrocinamos por 7 anos a Seleção Brasileira e sempre fizemos ações com os clubes,

nos deu a possibilidade de ter essa imagem no mercado”.

Alguns dos objetivos da empresa foram alcançados com a ação de patrocínio, porém,

foram anos investindo no esporte e a ‘Dalponte’, como diz Tiago Amaral, “nunca deixará de

apoiar o futsal, pois está no DNA da empresa. A empresa cresceu com o futsal e tem um

grande know-how”.

Outra empresa que está presente no futsal como patrocinadora, há mais de oito anos, é a

Malharia Malwee, de Jaraguá do Sul. Talvez, a empresa represente o maior exemplo de

sucesso de ação de patrocínio, para este esporte (Futsal), no país. Inicialmente, a empresa

pretendia apoiar o esporte da cidade de Jaraguá do Sul, com uma conotação mais voltada para

o lado sócio-educativo, visando principalmente, desenvolver o esporte com a comunidade

local. Porém, com o tempo, a ação de patrocínio foi sendo ampliada, e o esporte de alto-

rendimento passou a ser o foco principal das ações de patrocínio da empresa.

Segundo o assistente administrativo da ‘Malwee’, Dalton Dirceu Hanemann43, as ações

de patrocínio da empresa no futsal estão

[...] ocasionando melhorias na imagem institucional e difundindo a marca em todo o Brasil. Tanto que hoje, para muitos não há mais distinção entre a equipe de Jaraguá e a patrocinadora Malwee Malhas, tudo se resume ‘Equipe Malwee Futsal’. Obviamente, esta interação entre a equipe e patrocinador não foi conquistada ‘da noite para o dia’. Estamos caminhando no oitavo ano do patrocínio [...].

O investimento que é feito pelas empresas no esporte, não está direcionado apenas aos

clubes, mas sim, à própria CBFS que tem seus contratos de patrocínio. Recentemente, a

Confederação Brasileira de Futsal (CBFS), começou o processo de renegociação de seu

contrato de patrocínio com os ‘Correios’. Segundo informações encontradas no site Máquina

43Entrevista realizada via e-mail em 03 de outubro de 2008.

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do Esporte44, o contrato, que deverá ser assinado em breve, terá duração de um ano, e o valor

investido pela empresa na CBFS será de aproximadamente dos R$ 8 milhões. Além dos

‘Correios’, a Confederação ainda conta com o patrocínio do Banco do Brasil e a ‘Topper’.

Aproveitando as oportunidades de mídia, geradas pelo Mundial de Futsal no Brasil,

diversas empresas resolveram fazer ações de comunicação para divulgar suas marcas e/ou

produtos e serviços. Uma das patrocinadoras oficiais do Mundial da FIFA, a Adidas, realizou

ações de ‘merchandising’ em pontos estratégicos das duas cidades-sede, Rio de Janeiro e

Brasília. Como forma de divulgar a bola oficial do Mundial, a empresa resolveu criar bolas

infláveis gigantes, e colocá- las em vários pontos das cidades, como o Aterro do Flamengo, no

Rio de Janeiro e em frente ao ginásio Nilson Nelson, em Brasília – pesquisado no site

Máquina do Esporte45.

A empresa ‘Topper’ visando reafirmar sua parceria com o futsal, e em especial, com a

Seleção de Futsal do Brasil, aproveitou o Mundial da Fifa para desenvolver uma campanha

publicitária de televisão, a ser estrelada pelo cineasta “Zé do Caixão” e com o slogan de

“Futsal do Brasil é Topper. Futsal Sobrenatural”. Já a Nike, que também tem pretensões de

entrar no esporte como fornecedora de materiais esportivos foi na contramão das outras

empresas, ela criou um evento denominado “batalha das quadras”, voltado para o público

amador. A idéia da empresa é divulgar o ‘Super Skill’, um novo tênis para a prática do Futsal,

entre os jovens de 16 a 21 anos que pratiquem o futebol de salão – pesquisado no site

Máquina do Esporte46.

A entrada de grandes empresas no futsal como Nike, Adidas, ‘Topper’, ‘DalPonte’ entre

outras, parece demonstrar que o esporte está pronto para ser desenvolvido de uma forma mais

profissional por seus dirigentes, basta saber se o farão da maneira correta.

44Pesquisado em: <http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/noticias.asp?id=10762>. Acesso em: 20 out. 2008. 45Pesquisado em: <http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/noticias.asp?id=10820>. Acesso em: 20 out. 2008. 46Pesquisado em: <http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/noticias.asp?id=10855>. Acesso em: 20 out. 2008.

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5. A LIGA FUTSAL

O Campeonato Brasileiro de Clubes de Futebol de Salão, conhecido como ‘Liga Futsal’,

é o produto guarda-chuva da CBFS para este esporte. A Liga foi criada no ano de 1996, e

tinha como principal objetivo desenvolver o esporte em nível nacional entre os principais

clubes brasileiros. Naquela época, os clubes que tinham futebol de salão em suas

agremiações, o tinham de uma forma amadora e pouco expressiva. Percebendo tal lacuna, a

Confederação Brasileira de Futebol de Salão, propôs uma competição com um calendário

melhor organizado e com uma administração centralizada e profissional. Com isso, a

modalidade até então pouco divulgada no país, começou a ganhar espaço na mídia e, também,

no coração do torcedor. Segundo dados obtidos no site Futsal Brasil1, a organização da Liga

Futsal brasileira foi inspirada no modelo do basquete norte-americano, ainda de acordo com o

site, a liga norte-americana (NBA) é um modelo de sucesso no mundo todo por sua

organização, estrutura, qualidade dos atletas participantes e boa gestão administrativa.

A idéia inicial da CBFS era fazer com que o futsal fosse um esporte voltado para o

espetáculo, isso vem sendo alcançado através do apoio da entidade e de empresas privadas,

porém, ainda há muito a se fazer para que a liga Futsal seja um dia ao menos parecida com a

Liga NBA.

A Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS) iniciou as atividades da Liga

Futsal em dia 27 de abril de 1996, contou com o apoio inicial de empresas de material

esportivo, patrocinadores, clubes e a mídia televisiva. Dentre os principais jogadores que

abrilhantaram e ajudaram a Liga Futsal a se desenvolver e manter sempre a idéia inicial de

esporte espetáculo, apregoada pela CBFS, destacam-se: Manoel Tobias (Ex. melhor jogador

do mundo), Schumacher, Fininho e atualmente Falcão (Melhor jogador do mundo da

atualidade e jogador da Malwee Futsal, da cidade de Jaraguá do Sul-SC). A Liga Futsal é

considerada por profissionais que atuam na modalidade como a competição de melhor

organização da América do Sul2.

1Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php >. Acesso em: 09 jul. 2008. 2Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php>. Acesso em: 09 jul.2008.

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No presente ano de 2008, a Liga Futsal conta com a participação de vinte equipes que

representam sete Estados do país. Dentre os Estados participantes estão: Espírito Santo, Minas

Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina. Os clubes

participantes da Liga são franqueados da CBFS, ou seja, pagam um determinado valor à

CBFS para serem franqueados da Liga Futsal. Na competição, portanto, não há rebaixamento

e nem acesso, pois o número máximo de clubes permitido pela Confederação é de vinte

agremiações. As vinte equipes participantes do torneio atualmente são: Carlos Barbosa - RS,

Cortiana UCS/ AFF - RS, Sport Club Ulbra - RS, CER Atlântico - RS, Horizontina Futsal -

RS, Intelli - SP, RCG Banespa - SP, São Caetano Futsal - SP, Cabo Frio/Macaé/ Cimed - RJ,

Teresópolis/ DalPonte - RJ, Clube de Regatas Vasco/ USS/ Vassouras - RJ, Poker/ Petrópolis/

Ikinha - RJ, Unisul/ Seguridade/ Penalty - SC, Colegial/ Umbro - SC, Joinville/ Krona/

DalPonte - SC, Malwee Futsal - SC, Álvares/ Vitória/ ES - ES, SPFC/ PraiaClubeUberlândia -

MG, V&M Minas – MG, Naga /Zaeli/ Penalty/ Umu – PR3.

5.1 O que é a Liga Futsal

A Liga Futsal, como já foi citado no capítulo acima, é um torneio de futebol de salão

que existe desde o ano de 1996. Ela é composta por vinte clubes que compraram uma franquia

junto à Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS). Todas as vinte cotas de franquia

criadas pela Confederação, já foram comercializadas, ou seja, não há espaço para que novas

equipes participem do torneio. A única forma de fazer parte da Liga Futsal é se associar aos

clubes e/ou empresas que já compraram as franquias. Os franqueados que participam da Liga

2008 são: Carlos Barbosa-RS - Associação Carlos Barbosa de Futsal; Malwee Futsal-SC -

Associação Desportiva Jaraguá; Álvares/ Vitória/ ES-ES - Cortiana; CER Atlântico-RS -

Clube Esportivo Recreativo Atlântico; Vasco/ USS/ Vassouras - RJ - Clube de Regatas Vasco

da Gama; Joinville/ Krona/ Dalponte-SC e Teresópolis/ DalPonte-RJ – DalPonte; RCG/

Banespa-SP - Esporte Clube Banespa; Horizontina Futsal-RS - Horizontina Futsal; Cabo Frio/

Macaé/ Cimed-RJ - Macaé Sports-RJ; V&M/ Minas-MG - Minas Tênis Clube; Unisul/

Penalty-SC e Naga/ Zaeli/ Penalty/ Umu-PR – Penalty; Poker/ Petrópolis/ Ikinha-RJ - Poker;

São Caetano-SP - São Caetano Futsal; SPFC/ PraiaClubeUberlândia-SP - São Paulo Futebol

Clube; Ulbra-RS - Sport Club Ulbra; Intelli-SP - ADC Intelli; Colegial/ Umbro-SC - Umbro;

Cortiana/ UCS/ AFF-RS - Universidade Caxias do Sul.

3Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php>. Acesso em: 09 jul.2008.

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A CBFS é responsável por toda a organização da Liga Futsal, tendo como principais

funções realizar as tabelas dos jogos com seus respectivos dias e horários e administrar todas

as ações de marketing e logística, porém, as decisões são aprovadas em assembléia-geral com

a participação de todos os franqueados4.

Quanto ao regulamento do torneio, a CBFS, assim o estabeleceu: na primeira fase da

competição, os 20 clubes participantes se enfrentam em turno e returno; as 12 equipes

melhores classificadas passam à segunda fase; na segunda etapa do torneio, as 12 equipes são

divididas em dois grupos de 6 e jogam em turno e returno dentro de seus respectivos grupos;

as quatro melhores de cada grupo acessam a próxima fase; as 8 melhores equipes da fase

anterior se enfrentam no sistema eliminatório de dois jogos, ou seja, a 1ª equipe melhor

classificada joga com a 8ª, a 2ª joga com a 7ª, a 3ª com a 6ª e a 4ª com a 5ª. As quatro equipes

que se classificarem farão a semi-final em sistema eliminatório de dois jogos, e por fim, as

últimas duas farão a final, também em duas partidas.

Segundo o site Futsal Brasil5, a Liga Futsal irá distribuir 105 mil reais em prêmios este

ano (2008). O campeão levará 70 mil e o vice-campeão ficará com 35 mil. Ainda pelo mérito

alcançado, a equipe vencedora da Liga receberá um scudetto (brasão oficial de campeão do

torneio) confeccionado especialmente pela CBFS que a possibilitará representar o Brasil em

torneios internacionais. Ainda segundo os dados contidos no site Futsal Brasil, a CBFS

destinou R$ 1,6 milhões para cobrir despesas com transporte, estadias em hotéis, alimentação

e taxas de arbitragem. Esse valor só foi destinado às equipes que estão há mais de um ano

como franqueadas da CBFS.

5.2 Quais são os clubes integrantes da Liga

Os clubes de futebol de salão que fazem parte da Liga Futsal, ainda não têm toda a

tradição, dos centenários, clubes de futebol de campo, porém, em termos regionais, eles são

respeitados e idolatrados por seus torcedores. Será apresentado, abaixo, o histórico resumido

dos clubes integrantes da Liga Futsal 2008.

A primeira equipe pertencente à Liga Futsal a ser apresentada por este estudo é a

Associação Carlos Barbosa de Futsal. A cidade de Carlos Barbosa está localizada no alto da

serra do Rio Grande do Sul, mais precisamente a 104 km de distância da capital, Porto Alegre,

estando a 750m do nível do mar; sua população, aproximada, é de 26 mil habitantes. Segundo

4Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php>. Acesso em: 10 jul.2008. 5Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php>. Acesso em: 10 jul.2008.

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dados obtidos no site do clube6, “a história de paixão entre Carlos Barbosa e o futsal

começou há muito tempo: no final dos anos 60 e no começo dos anos 70”. Após o surgimento

de muitos e pequenos times em Carlos Barbosa, entre as décadas de 60 e 70, enfim, uma fusão

dos dois maiores times da cidade, o Real e o River, veio a formar a Associação Carlos

Barbosa de Futsal, mais precisamente em 1º de março de 1976. A cor do uniforme adotada

pela equipe foi a laranja baseada na seleção Holandesa que foi à Copa do Mundo de 1978.

Dentre os principais títulos conquistados pela Associação Carlos Barbosa de Futsal destacam-

se: “Campeão Mundial (2004), Bi-campeão Sul-Americana (2002/2003), Campeão

Intercontinental (2001), Campeão da Supercopa das Américas (2002), Tri-campeão da Liga

Nacional (2001/2004/2006), Campeão da Taça Brasil (2001)7”.

Outra equipe do Rio Grande do Sul que disputa a Liga é a Cortiana/UCS da cidade de

Farroupilha; ela é uma das mais novas equipes presentes na Liga Futsal 2008. Criada no dia 1º

de agosto de 2006, a equipe é fruto de uma parceria entre a empresa Cortiana Plásticos, da

cidade de Farroupilha, localizada na Serra Gaúcha e a Universidade de Caxias do Sul (UCS).

A idéia inicial de criar uma equipe de futsal foi da UCS, pois esta, visava implementar o

esporte de alto rendimento em sua estrutura institucional como uma das formas de divulgação

de sua ‘marca’. Porém, os altos custos para se manter uma equipe profissional de futsal,

fizeram com que a Universidade tivesse que procurar uma parceria. Isso veio a se concretizar

com a empresa Cortiana Plásticos que também partilhava dos mesmos interesses de

divulgação institucional da ‘marca’. Outro ponto importante da parceria, “engloba projetos

acadêmicos e profissionais que irão beneficiar funcionários da Cortiana Plásticos e

acadêmicos dos mais diversos cursos que a UCS oferece8”. Mesmo sendo uma equipe muito

nova no cenário nacional, a Cortiana/UCS já conquistou alguns títulos. Os principais foram o

Campeonato Estadual do Rio Grande do Sul, Sub-20 em 2006 e a Copa da Cidade de

Cascavel no Paraná.

O Sport Club Ulbra é o terceiro time do Estado do Rio Grande do Sul presente na Liga

Futsal. O clube foi fundado em 1998, na cidade de Canoas-RS. O Sport Club Ulbra é uma

parceria entre o Sport Club Internacional e a Universidade Luterana do Brasil. A sigla

ULBRA foi uma estratégia de posicionamento de marketing adotada pela Universidade em

1995, quando decidira patrocinar diversas modalidades esportivas pelo país. De acordo com o

6Pesquisado em: < http://www.acbf.com.br/novo/fundacao.php>. Acesso em: 11 jul.2008. 7Pesquisado em: < http://www.acbf.com.br/novo/fundacao.php>. Acesso em: 11 jul.2008. 8Pesquisado em: < http://cortianaucs.cortiana.com.br/cortiana.php >. Acesso em: 11 jul.2008.

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site Sport Club Ulbra9, a missão do Clube tem por “finalidade promover, difundir e

aperfeiçoar a prática da educação física, cultural e social, tendo como objetivo principal o

desenvolvimento do desporto educacional e de competição - tanto amador, como profissional

- bem como reuniões de caráter social, cívico e desportivo”. O Sport Club Ulbra é Tetra-

Campeão da Liga Futsal 1996, 1998, 2002 e 2003; Campeão Mundial Inter Clubes pela FIFA

em 1997; Bi-Campeão Intercontinental de Futsal em 1999 e 2001; Bi-Campeão Gaúcho em

2001 e 2003 e Campeão da Superliga em 2008, pode-se dizer que, o Sport Club Ulbra, seja

uma das maiores equipes do Futebol de Salão brasileiro em número de conquistas.

O quarto clube do Rio Grande do Sul a disputar a Liga Futsal é o CER Atlântico10, ou

também chamado, Clube Esportivo e Recreativo Atlântico, da cidade de Erechim-RS. O CER

Atlântico é uma das poucas equipes a integrar a Liga que mantém a organização de clube

social, ou seja, não tem o seu nome diretamente ligado a um patrocinador. O Clube foi

fundado oficialmente em 1915, por imigrantes italianos que se instalaram na cidade de

Erechim-RS e que necessitavam de um lugar para congregar suas tradições. A primeira sede

social do CER só veio a ser construída no ano de 1929, e foi motivo de festa para a sua

colônia. Com o passar dos anos, e o desenvolvimento do Futsal no país, o clube foi

profissionalizando a sua estrutura para o esporte de alto rendimento, e hoje, mantém uma

equipe profissional na Liga Futsal. Os dois títulos de maior expressão conquistados pelo CER

Atlântico são a Copa Max Umbro em 2003 e a Copa Sul 2004.

A Horizontina Futsal, antiga equipe John Deere Futsal, da cidade de Horizontina-RS, é

mais uma integrante do Estado do Rio Grande do Sul na Liga. O ano de 2008 marca a sua

entrada na Liga Futsal devido à mudança de nome. A empresa de equipamentos agrícolas

John Deere11 manterá o patrocínio ao Futsal, porém, não mais com a adoção de seu nome à

frente da equipe, a Prefeitura da cidade passará a administrar a Horizontina Futsal. A data

oficial da criação do Clube Social da Horizontina, segundo o site da Liga Futsal, é 01/01/1980

e os principais títulos conquistados pela equipe até hoje são: Campeonato Gaúcho série

Bronze 2001; Campeonato Gaúcho Série Ouro 2005, 2006 e 2007.

A ADC Intelli, foi fundada por Vincenzo Antonio Spedicato, um italiano nascido em

Veglie na província de Lecce que chegou ao Brasil por volta do ano de 1970. Vincenzo, ao

ver um jogo de Futsal na Associação Cristã de Moços, se apaixonou pelo esporte, e jurou

voltar à Itália e implantar por lá, o que vira em terras brasileiras. Porém, Vincenzo não

9Pesquisado em: < http://www.ulbra.br/esporte/f_clube.htm >. Acesso em: 11 jul.2008. 10Pesquisado em: < http://www.ceratlantico.com.br/?menu=empresa >. Acesso em: 12 jul.2008. 11Pesquisado em: < http://www.deere.com.br/pt_BR/ag/news/2008/02/news_22_02_08_i.html>. Acesso em: 12 jul.2008.

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retornou mais à Itália e no Brasil montou na cidade de Orlândia uma empresa de nome Intelli.

Anos mais tarde, mais precisamente em dezembro de 1977, na mesma cidade de Orlândia

interior de São Paulo, Vincenzo viria a criar a ADC Intelli. A idéia inicial do Grupo Intelli era

proporcionar o lazer e a integração dos funcionários da empresa. Inicialmente “a ADC

INTELLI tinha como jogadores os funcionários da empresa, e participava de alguns

campeonatos municipais e regionais12”. Com o passar dos anos, a ADC Intelli foi

profissionalizando o Futsal e se tornou uma equipe de respeito no cenário nacional. Os

principais títulos conquistados pela equipe são o Campeonato Estadual Série Ouro em 2003 e

o Tetra-Campeonato Paulista do Interior em 1987, 2001, 2003 e 2004.

O São Caetano Futsal13 é mais uma equipe do Estado de São Paulo a integrar a Liga

Futsal. Fundado no ano de 2003, a equipe começou a disputar as categorias de base (Sub-20)

da Federação Paulista de Futsal e posteriormente acessou as categorias profissionais. O Futsal

na cidade de São Caetano do Sul está associado a um grupo de empresários de nome Pedra

Azul. Esse grupo foi criado em 1999 por Edmundo Trevisan com uma filosofia voltada para a

ação social com moradores das áreas rurais nas cidades de Itu, Salto e Cabreúva. A idéia

inicial do projeto era educar através do esporte e para isso foi escolhido o Futsal. Com o

passar dos anos, o projeto Pedra Azul foi dando frutos e alguns atletas passaram a se destacar

regionalmente. O São Caetano Futsal, pode ser a porta de entrada no esporte de alto

rendimento para muitos desses atletas que se formam anualmente no projeto Pedra Azul.

Dentre os principais títulos conquistados pelo São Caetano Futsal destacam-se: Campeão dos

Jogos Abertos do Interior em 2003 e Campeão da Copa JAL, em 2007.

Do interior de São Paulo, mais precisamente da cidade de Graça, vem a terceira equipe

representante do Estado na Liga. A empresa de tecnologia eletromecânica RCG e o Banco

Banespa firmaram uma parceria em 2004 criando a equipe de Futsal. A idéia de ambas é

apoiar o desenvolvimento do esporte e divulgar suas ‘marcas’ no cenário nacional. Com essa

nova parceria os principais títulos conquistados pelo RCG/Banespa foram: Campeão

Metropolitano em 2005; Tri-Campeão Estadual em 2004, 2005 e 2006; Campeão Paulista do

Interior em 2007; Campeão da Liga Sudeste em 200714.

O São Paulo Futebol Clube é sem dúvida a equipe de maior tradição presente na Liga

Futsal, porém, a agremiação não tem dado grande importância ao torneio, visto que empresta

sua marca ao Praia Clube de Uberlândia. Tradicionalmente, o São Paulo F.C. faz parcerias

12Pesquisado em: < http://www.adcintelli.com.br/hist.php >. Acesso em: 13 jul.2008. 13Pesquisado em: < http://www.saocaetanofutsalpedraazul.com.br/index.php?page=historia >. Acesso em: 14 jul.2008. 14Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php >. Acesso em: 15 jul.2008.

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com outras equipes; no ano anterior o clube mandou seus jogos a Santa Fé do Sul-SP. O

Clube já conquistou vários títulos de importância no esporte, porém, a dificuldade maior é a

fidelização de seus torcedores, pois a cada ano a agremiação representa um Estado. Dentre os

títulos de maior importância, destacam-se: Bi-Campeão da Copa Bélgica Internacional em

1999 e 2000; Campeão da Taça São Paulo em 2005; Bi-Campeão Mineiro em 1993 e 2003;

Campeão Metropolitano em 200015.

O Sul do Brasil parece realmente concentrar a maioria das forças do futsal no país; é de

lá que vem mais uma equipe integrante da Liga 2008, o Unisul/Seguridade/Penalty16. Fundado

em 1º de Junho do ano 2000, na cidade de Tubarão-SC, a equipe, assim como outras da Liga

Futsal, é fruto de uma parceria entre empresas. Neste caso são três: Universidade Unisul,

Empresa de Seguros ‘Seguridade’ e Penalty. Como maior destaque alcançado até o momento

está o Campeonato Estadual Catarinense conquistado em 2005.

O Joinville Esporte Clube17 é mais um dos clubes tradicionais no esporte a fazer parte da

Liga Futsal. Fundado em 29 de janeiro de 1976, devido a uma fusão que envolveu os dois

principais times de futebol da cidade, o América e o Caxias. O clube tornou-se referência de

sucesso no Estado, sendo Campeão Catarinense de Futebol de Campo em 1976, 1978, 1985,

1987, 1900 e 1901. Após anos de sucesso nos gramados o ‘JEC’ como é chamado, passou a

investir também no futsal e, em 2003, começou a disputar a Liga, tendo como melhor

resultado obtido um Vice-Campeonato em 2007. O Joinville é hoje uma parceria entre clube e

empresa, como a maioria dos participantes da Liga Futsal. Os seus parceiros são a Krona

tubos e conexões da própria cidade de Joinville e a DalPonte. Os títulos conquistas pelo ‘JEC’

no Futsal foram o Campeonato Catarinense de 2003 e o Bi-Campeonato dos Jogos Abertos de

Santa Catarina em 2005 e 2006.

A empresa de malhas Malwee, da cidade de Jaraguá do Sul-SC, parece ter feito a

escolha certa, quando decidiu criar um clube de futebol de salão no ano de 1992. Após a

criação da Malwee Futsal a empresa ganhou muito mais espaço na mídia nacional, e hoje, é

conhecida como uma empresa de qualidade e bons produtos. A equipe foi criada oficialmente

em 15 de fevereiro de 1992, desde então, a Malwee vem acumulando títulos dentro do

esporte, e investindo mais a cada ano na contratação de ótimos jogadores, que geram uma

maior exposição espontânea de sua ‘marca’ perante a mídia. Foi assim quando teve o atleta

Manuel Tobias (Ex. melhor jogador do mundo) e atualmente, com Falcão, melhor jogador do

15Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php >. Acesso em: 16 jul.2008. 16Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php >. Acesso em: 17 jul.2008. 17Pesquisado em: <http://www.jec.com.br/ >. Acesso em: 17 jul.2008.

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mundo, reconhecido pela FIFA. Pode-se dizer, que a Malwee é literalmente um case de

sucesso dentro do futsal, pois, na cidade de Jaraguá do Sul o torcedor vai à arena, torcer pela

empresa e não pela cidade. A Malwee tem até torcida organizada que entoa o seu nome

durante as partidas. Em resumo, para que uma empresa possa ter uma plena identificação com

o seu torcedor, é preciso que tenha uma história com a comunidade local, coisa que a

Malharia Malwee tem em Jaraguá do Sul há mais de 40 anos. Os principais campeonatos

conquistados pela Malwee Futsal18 desde sua criação (1992) foram o Bi-Campeonato da Liga

Futsal 2005 e 2007, o Tetra-Campeonato Sul-Americano de Clubes em 2005, 2006, 2007 e

2008, o Penta-Campeonato da Taça Brasil de Clubes em 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007, o

Penta-Campeonato Catarinense em 2002, 2003, 2004, 2005 e 2006 e o Campeonato da

Superliga de Futsal em 2005 e 2006.

O ADC Colegial é mais uma equipe do sul do país a disputar a Liga Futsal. O Clube foi

fundado na cidade de Florianópolis em 25 de março de 1944, pelo então Prefeito Alvino

Bertholdo Braun e um grupo de alunos do Colégio Catarinense. O principal objetivo de seus

criadores era que o Colégio ganhasse visibilidade dentro do Estado e fosse reconhecido pelo

desenvolvimento do esporte. Desde a década de 40, até os dias de hoje, o ADC Colegial é

reconhecido em seu Estado como um clube formador de atletas e de campeões. De acordo

com o site da instituição19, o clube conta atualmente com 500 atletas. O ADC Colegial só

disputou uma Liga Futsal até hoje, foi no ano de 2007, ficando em 15o lugar na tabela de

classificação. Esse ano, o time manteve seu treinador para tentar alcançar vôos mais altos, o

fato curioso, é que o time não troca de técnico há 35 anos20. Em se tratando de um esporte

como o futebol, essa marca deve ser vista como um fator de sucesso e competência do clube e

de seu treinador. O Clube foi Campeão Estadual da 1a Divisão em 1998, Bi-Campeão da Copa

de Santa Catarina 2003 e 2004, Campeão dos Jogos Abertos de Santa Catarina em 2004 e

Campeão Estadual em 2007.

Outra equipe criada no ano de 2006, que participa da competição, é a Cabo

Frio/Macaé/Cimed21 que também atende pelo nome de Centro Esportivo de Cabo Frio.

Fundado oficialmente em 11 de julho de 2006, e fruto de uma parceria entre duas cidades e

uma empresa, o Cabo Frio/Macaé/Cimed é o mais novo clube a se tornar Campeão Carioca de

Futsal, tendo sido este, o seu principal título desde a sua criação. A equipe, por estar

localizada na cidade turística de Cabo Frio-RJ, pode aproveitar as belezas naturais da região

18Pesquisado em: <http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php >. Acesso em: 18 jul.2008. 19Pesquisado em: <http://www.adcolegial.com.br/index.php?option=com_wrapper&Itemid=137 >. Acesso em: 18 jul.2008. 20Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php >. Acesso em: 19 jul.2008. 21Pesquisado em: < http://cecabofrio.com.br/conteudos/historico.html >. Acesso em: 19 jul.2008.

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como forma de atrair público diferenciado e com alto poder de consumo, podendo assim,

gerar uma maior receita nos dias de jogos.

O conhecido e tradicional Clube de Regatas Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, é um

dos grandes clubes de futebol de campo que disputam a Liga Nacional. O clube foi fundado

oficialmente em 21/08/1898, porém, sua história dentro da Liga é mais recente, data do ano de

1996, ficando fora da disputa do torneio nos anos de 2002, 2003 e 2007. Após o afastamento

da disputa em 2007, o clube voltou ao torneio em 2008, adotando o nome de

Vasco/USS/Vassouras, fruto de uma parceira com a Universidade Severino Sombra, da cidade

de Vassouras, que está localizada ao sul da Cidade do Rio de Janeiro a exatos 110 quilômetros

de distância. A base da equipe montada para a disputa da Liga Futsal 2008 é modesta,

formada basicamente por jogadores mais jovens e não consagrados, porém, o clube espera

alcançar frutos no futuro. Os dois campeonatos de maior importância conquistados pelo

Vasco se deram no ano 2000, quando o clube levantou os troféus de Campeão da Liga Futsal

e da Taça Brasil. Outros títulos de menor importância são: Campeão do Rio-SP-Minas em

2000 e Bi-Campeão Carioca em 2000 e 200122.

O terceiro participante da Liga Futsal 2008 a representar o Estado do Rio de Janeiro é o

Teresópolis/DalPonte23. A equipe foi fundada oficialmente em 17 de julho de 2003, fruto da

parceria entre o Esporte Clube Teresópolis e a empresa de materiais esportivos DalPonte. A

melhor posição alcançada pela equipe na Liga Futsal se deu em 2007, quando ficou na nona

posição. O título de maior importância conquistado pelo Teresópolis/DalPonte foi o

Campeonato Estadual Adulto em 2007.

O quarto representante carioca na Liga Nacional foi fundado oficialmente no dia 1º de

dezembro de 2001, na cidade serrana de Petrópolis-RJ, por um grupo de empresários locais. A

idéia de seus criadores era fazer com que o esporte de alto rendimento fosse desenvolvido na

cidade, visto que as academias e clubes locais só trabalhavam o esporte amador e com idade

de até 16 anos. Nascia assim, o Esporte Clube Petrópolis, posteriormente chamado de

Poker\Petrópolis\Ikinha, com o patrocínio das empresas Poker (fornecedora de materiais

esportivos) e a malharia Ikinha24. O Poker\Petrópolis começou a disputar a Liga Futsal em

2005, ficando em 11º lugar, já em 2006, ficou em 8º lugar, sua melhor posição na tabela de

classificação até os dias de hoje. Apesar de ser um clube relativamente jovem no cenário do

futebol de salão, alguns títulos de importância regional já foram conquistados. Em 2002, 2005

22Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php >. Acesso em: 21 jul.2008. 23Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php >. Acesso em: 21 jul.2008. 24Pesquisado em: < http://www.pec.esp.br/interna.php?pg=historico >. Acesso em: 22 jul.2008.

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e 2006, sagrou-se Campeão Estadual. Foi também, Campeão da Copa Serramar em 2002 e Bi-

Campeão Carioca em 2004 e 2006.

O Estado do Espírito Santo, também tem o seu representante na Liga Futsal, se trata do

tradicional Clube de Natação e Regatas Álvares Cabral25, porém, na competição adota o nome

de Futsal Álvares Vitória ES. O Clube Social foi fundado na cidade de Vitória-ES

oficialmente em 06/07/1902. A estréia na Liga Futsal se deu somente em 2007, quando a

equipe teve a melhor campanha na primeira fase do torneio para um time estreante. Os

principais patrocinadores do Álvares Vitória são órgãos públicos como a Prefeitura Municipal

de Vitória e o Governo do Estado do Espírito Santo. A equipe é a primeira força do Espírito

Santo no que diz respeito a futebol de salão, tendo sido campeã três vezes seguidas do

Campeonato Estadual: 2006, 2007 e 2008.

Um dos maiores Estados do Brasil não poderia ficar de fora da maior competição de

futsal do país. Minas Gerais, assim como outros grandes Estados do país, também tem seu

representante no torneio, o V&M Minas, que é uma parceria entre a empresa V&M e o Minas

Tênis Clube. O conhecido clube da cidade de Belo Horizonte (Minas Tênis Clube) foi criado

em 15 de novembro de 1935. A idéia principal dos seus fundadores era que o clube tivesse

uma função social, esportiva e recreativa para os moradores da cidade26. Com o passar dos

anos, o Minas Tênis Clube começou a se destacar no desenvolvimento do esporte de alto

rendimento, foi assim com o Vôlei e posteriormente com futsal. Segundo o site do clube, a

primeira equipe de futebol de salão a ser formada data dos anos 50, porém, o interesse de seus

adeptos não foi muito grande. Isso fez com que o Minas Tênis Clube deixasse o esporte de

lado por alguns anos, voltando a investir na modalidade por volta de 1987. Ainda de acordo27

com o site de clube, o Minas é a única equipe que disputou todas as edições da Liga Fut sal.

No ano de 2002, a equipe foi vice-campeã da Liga. Os títulos já conquistados pelo Minas

Tênis Clube são: Hepta-Campeão Metropolitano em 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006,

2007; Penta-Campeão Estadual em 2001, 2002, 2005, 2006, 2007; Campeão da Copa JAL

Internacional em 2004; Campeão da Taça Brasil de Clubes em 2002; Campeão do Torneio de

Verão de Poços de Caldas em 2004; Bi-Campeão da Copa Rio/São Paulo/ Minas em 2001 e

2004.

O único representante do Estado do Paraná na Liga Futsal vem de pequena cidade de

Umuarama. O Naga/Zaeli/Penalty/Umuarama foi criado há quatro anos, fruto de uma parceria

25Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php >. Acesso em: 24 jul.2008. 26Pesquisado em: < http://www.minastenisclube.com.br/Cmi/Pagina.aspx?596 >. Acesso em: 24 jul.2008. 27Pesquisado em: < http://www.minastenisclube.com.br/Cmi/Pagina.aspx?217 >. Acesso em: 26 jul.2008.

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entre empresas e a Prefeitura local (Umuarama), desde então, tem conquistado títulos de

importância regional. No ano de 2006, o Naga/Zaeli disputou a sua primeira Liga, ficando em

9o lugar; já em 2007, a equipe ficou na décima posição28. Dentre os títulos conquistados pelo

time, que mais se destacam, estão os Jogos Abertos Regionais de 2003, 2004 e 2005, o

Campeonato Paranaense Série Prata em 2003 e o Paranaense Série Ouro em 2007.

5.3 As ações de comunicação e marketing da Liga Futsal

Três são as estratégias de comunicação e marketing, adotadas pela CBFS, para a

divulgação da Liga Futsal. A primeira delas está focada na busca incessante da transmissão

televisiva do evento, seja pela Tv aberta ou Tv fechada. Segundo Oscar Neves29, Vice-

Presidente de Marketing da Liga Futsal, a CBFS tem conseguido uma parceria interessante e

duradoura com a Tv fechada, pois, “já há alguns anos mantém um contrato com a Sportv e

Organizações Globo”. Ainda segundo Oscar, por ano, são transmitidos pela Sportv “mais de

90 jogos” e isso dá um retorno de mídia Globo, “acima de 60 milhões/ano”.

A segunda estratégia de comunicação adotada pela CBFS está direcionada para a

captação e organização de informações, através de seu banco de dados on- line, ou seja, o site

da Liga. A estratégia de utilizar a internet como um dos principais veículos de comunicação

da Liga tem alcançado bons resultados, dado o alto índice de audiência que o site tem tido e a

velocidade da informação com que o público-alvo recebe as notícias do evento.

Já a terceira estratégia de divulgação da Liga Futsal, nada mais é que um evento de

premiação, realizado todos os anos, antes do início da nova competição. Nessa solenidade são

premiados todos os atletas e comissão técnica que se destacaram na edição anterior. Tal

evento é voltado para o público interno da Liga Futsal: Clubes, atletas, jornalistas, assessores

de imprensa, comissão técnica, etc.

Este ano (2008), o evento foi realizado na sede de um dos clubes participantes da Liga

Futsal, o Uberlândia Praia Clube. Segundo Roberto Toledo, assessor de imprensa da Liga

Futsal, o evento “foi direcionado à imprensa em geral e clubes participantes”. Como forma

de chamar a atenção da mídia nacional, a CBFS realizou junto ao evento, um amistoso da

Seleção Brasileira contra a Servia. O assessor de imprensa da Liga Futsal relata os principais

pontos positivos e negativos do lançamento do evento em 2008. Para Roberto Toledo

28Pesquisado em: < http://www.umuaramafutsal.com.br/historia.php >. Acesso em: 20 jul.2008. 29Entrevista realizada pessoalmente em 29 de agosto de 2008.

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Pontos posit ivos: - atraiu a atenção de um público que não tem costume em acompanhar a Liga Futsal, que é o caso da imprensa de Minas Gerais. Pontos negativos: - ficou longe do centro-sul do país, onde estão os principais veículos que acompanham o esporte, por isso, muitos deles não enviaram repórteres para cobrir o evento.

O Editor de Esportes do Jornal ‘O Globo’ do Rio de Janeiro, Jorge Luiz Rodrigues30,

destaca que o lançamento de qualquer evento de grande expressão não pode ser realizado num

sábado à noite, pois a maioria dos jornais não vai divulgar. Para Jorge Luiz o lançamento tem

que ser feito

[...] durante a semana, fazer um almoço pra reunir o maior número possível de órgãos de comunicação, para que eles tenham um maior tempo hábil, para digitar suas matéria s e enviar as suas fotos com rapidez, para que entre na internet, entre nos jornais. Jamais fazer um jantar! Ninguém lança nenhum grande evento de esporte que queira alcançar mídia no dia seguinte promovendo um jantar.

Jorge Luiz termina dizendo que, o fa to de a FIFA ter marcado o sorteio do Mundial de

Futsal, para meio dia, horário de Brasília, não foi à toa, mas sim para que todos os veículos de

comunicação europeus pudessem noticiar em tempo hábil. Todo e qualquer evento de

lançamento, mesmo que não seja direcionado para o grande público (torcedores), deve atentar

para princípios básicos como horário adequado, local apropriado, possibilidade de divulgação

por parte da mídia, etc. Dando uma maior atenção a estes tópicos, a tendência é que o

lançamento ganhe projeção nacional e, possivelmente, seja um sucesso.

Todas as ações de comunicação e marketing desenvolvidas para a Liga Futsal são

administradas pela CBFS, porém, vale destacar que estas devem contar com a aprovação de

todas as equipes franqueadas da Liga. Segundo Oscar Neves, Vice-Presidente de Marketing

da Liga Futsal, a administração é

[...] formada por um conselho representado por todos os franqueados da Liga. São vinte times franqueados. São eles que compõem o conselho de administração da Liga, ou seja, são os próprios Clubes que dão a orientação e a caracterização do que deve ser feito na Liga e aprovam as colocações, os resultados e o que deve ser feito pela Liga em termos de marketing, administração, operação e tudo o mais, inclusive negociação de televisão.

Essa colocação do entrevistado, deixa bem claro, que a responsabilidade pelos erros e

acertos, em relação às ações de comunicação e marketing da Liga, é repartida entre todos: -

30Entrevista realizada via e-mail em 10 de julho de 2008.

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clubes e CBFS. Em resumo, caso as estratégias de divulgação utilizadas para a Liga não sejam

as melhores, todos terão sua parcela de culpa, pois participaram em conjunto e em assembléia

do processo de escolha.

Feita uma apresentação inicial das principais estratégicas de comunicação e marketing

que são realizadas pela CBFS para a Liga Futsal, este estudo pretende, agora, aprofundar e

discutir mais a fundo, as duas primeiras estratégias acima citadas: transmissão televisiva e o

site da Liga.

Segundo os profissionais que administram a Liga, nenhum grande evento esportivo deve

ocorrer sem a participação da televisão. A participação ativa e continuada da Tv na

transmissão da Liga Futsal é primordial para que o esporte ganhe uma maior visibilidade

nacional e para que novos investidores se interessem por patrocinar a Liga, os clubes, os

atletas, etc. De acordo com Oscar Neves, a Liga Futsal em “termos de visibilidade só é

ultrapassada pelo futebol e pelo vôlei, excluindo é claro, o esporte motor que é o segundo na

audiência nacional, perdendo apenas para o futebol de campo”.

O fato de o futsal ser a terceira maior audiência do país, dentre os esportes coletivos,

mostra que o esporte é interessante para que empresas e parceiros, possam investir, dado o seu

alto retorno de mídia. Porém, ainda há muito que se fazer em termos de uma melhor

organização da competição nacional (Liga Futsal) para que a televisão aberta também se

interesse pela transmissão do evento. O assessor de imprensa da Malwee Futsal Denis Borges,

ressalta a relevância da dinâmica do esporte frente às transmissões televisivas. Para ele

[...] o futsal enquanto produto é excelente para quem investe, porque ele dá um retorno muito bom, até mesmo para a TV que abre espaço para ele. É muito bom, pois, ele é um esporte muito agradável. O Futsal hoje, talvez até ousando achar alguma coisa, é uma versão americanizada do futebol, porque ele é uma corrida contra passagens, ele é um futebol com gols.

Denis Borges acrescenta também, que algumas pessoas ligadas ao meio esportivo

“comentam como seria bom ter o futsal na Tv aberta – pelo quão dinâmico ele é – e pelo

retorno que ele pode dar”. Não resta dúvida, que qualquer esporte que possa alinhar alto-

rendimento com espetáculo tende a ter uma melhor receptividade por parte da audiência e, um

maior interesse da televisão. A idéia de transformar esporte de alto-rendimento em espetáculo,

não é nova, já ocorreu anos atrás na Liga NBA quando a mesma propôs uma mudança de

posicionamento estratégico na dinâmica do jogo. Quem também defende essa idéia de que o

futsal é um esporte voltado para o espetáculo é Roberto Toledo, assessor de imprensa da Liga

Futsal, “vejo o futsal como um produto de entretenimento para a mídia em geral. É um

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esporte bonito de se ver e que atrai a atenção do público como espetáculo”. Essa talvez seja

uma saída para que a Liga Futsal possa atrair mais mídia para o evento, porém, um estudo

profundo nas bases técnicas do jogo será necessário para que possam ser alinhados os

interesses da televisão, das equipes e do próprio esporte.

Com a parceria efetiva das televisões aberta e fechada novos investimentos surgiriam, e

o esporte ganharia uma maior popularidade nacional. Não resta dúvida que a conquista da Tv

fechada, já há alguns anos, é algo a ser celebrado pela organização da Confederação Brasileira

de Futsal. Segundo o Vice-Presidente de Marketing da Liga Futsal, “ter o espaço de televisão,

é uma questão básica, não basta só ter o contrato de televisão, você tem que ter uma

freqüência de transmissão, e isso muito pouca gente tem”.

O entrevistado ressalta que devido à alta cobertura da mídia, televisão, ela passa a ser

imprescindível para a divulgação da Liga Futsal enquanto produto. Oscar acrescenta que a

busca por espaços televisivos de transmissão continua sendo o foco principal da estratégia de

divulgação da Liga pela CBFS, “a nossa procura é por televisão, seja televisão aberta ou

televisão fechada, nós temos um contrato importante com a televisão fechada e estamos

trabalhando na direção para conseguir espaços na TV aberta”. Roberto Toledo, assessor de

imprensa da Liga Futsal, acrescenta que “o grande desafio do futsal, é se transformar em um

esporte de competição, para os demais públicos, assim como é o futebol. Mas isso só

ocorreria se a TV aberta transmitisse jogos de clubes”.

Não resta dúvida que a televisão participando efetivamente da divulgação de qualquer

esporte, aumenta sua visibilidade nacional. No caso do futebol de salão e da Liga Futsal em

especial, o posicionamento estratégico de comunicação está claro, como já foi apresentado

por esse estudo. Porém, como fazer com que a televisão aberta, também se interesse pela

transmissão da Liga Futsal, dada que a sua grade de programação na maioria das vezes já está

toda preenchida. Uma das possibilidades, já apresentada por este estudo, é a transformação do

jogo em espetáculo. Para isso, as bases técnicas do esporte, talvez, tenham que ser alteradas.

A segunda possibilidade seria que a própria CBFS realize todo o processo de produção do

evento, comprando posteriormente espaços nas grades de transmissão. Com o tempo ela

poderá gerar uma audiência e, com ela, o interesse por parte das televisões em transmitir e

produzir o evento poderá surgir. Segundo Oscar Neves, essa estratégia foi utilizada com

sucesso, pela Liga de Soccer norte-americana durante alguns anos.

[...] A Liga de Soccer comprou espaços na televisão com os recursos dos seus patrocinadores, ou seja, ela foi à Tv aberta e comprou o seu espaço. Durante oito anos, ela veio nessa iniciativa de comprar o espaço, produzir o

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material e colocar em Tv aberta. A partir deste ano de 2008, houve uma inversão das empresas quererem comprar espaços de visibilidade de Futebol-Soccer da Liga nos Estados Unidos.

Oscar acrescenta, que tal tentativa já foi feita em anos anteriores, “a última emissora

aberta que nós tivemos, por exemplo, foi a RedeTV, e que também foi bancado por nós, com

produção bancada pela própria Confederação”. Algum problema deve ter ocorrido para que

a transmissão fosse descontinuada, porém, o alto custo para se realizar uma produção própria,

pode ter sido o principal problema enfrentado pela CBFS para a não continuidade do projeto.

Segundo Oscar Neves, um investimento deste tipo, nos dias de hoje, demandaria para a Liga

Futsal “um custo anual, adicional, na ordem de uns dois milhões e meio”.

A busca pela ‘tão sonhada’, pela Tv aberta, parece ser consenso entre Clubes e CBFS

para que a Liga aumente sua visibilidade nacional. Porém, o Editor de Esportes do Jornal ‘O

Globo’ do Rio de Janeiro, Jorge Luiz Rodrigues, atenta para a necessidade de se valorizar

outros veículos de comunicação como o Jornal, por exemplo. Segundo ele, o grande problema

da Liga Futsal é que ela

[...] se preocupa muito com a transmissão da televisão. Ela acha que: ‘Ponto um’ - se a televisão transmitir, seus problemas estão solucionados. ‘Ponto dois’- um ginásio lotado no interior do Rio Grande do Sul, vale mais para ela que o alcance nacional que possa ter aquele jogo.

O jornalista ressalta outro grande problema da Liga Futsal. Segundo ele, ela não utiliza

os domingos para a realização de suas rodadas. Isso inviabiliza que os grandes jornais do país,

dado o fechamento antecipado da edição de domingo, noticiem o evento, pois a maioria dos

jogos começa depois das dezenove horas do sábado. Não só o fechamento da edição de

domingo é um problema, há também o fato de que os grandes cadernos de esportes saem às

segundas-feiras e não há rodada aos domingos, isso tira um grande espaço do futsal no meio

jornal. Para Jorge Luiz

[...] a partir do momento que ela não utiliza os domingos pra suas rodadas, ela despreza o fato de que às segundas-feiras, todos os grandes jornais do país, terem um Caderno de Esportes, ou seja, o maior espaço que o esporte tem na mídia nacional, é segunda-feira. Realizando um jogo sábado você já sai perdendo, porque a internet já divulgou aqueles resultados. Você vai ter que buscar uma coisa que já é velha pro leitor, então você vai ter que priorizar o que acontece no domingo.

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Fica claro que a participação intensa da televisão é necessária para a maximização da

exposição da Liga perante o grande público, porém, desprezar outros veículos de grande

circulação como a mídia Jornal, não é uma decisão muito interessante. Quem sabe, num

futuro próximo, parte da rodada de final de semana da Liga possa ser realizada aos domingos.

Assim, provavelmente, o esporte ganhará mais espaço nos jornais de grande circulação do

país, aumentando conseqüentemente sua exposição nacional, pois além da Tv, terá também o

jornal impresso dando uma maior cobertura ao evento.

A segunda grande decisão estratégica de comunicação, adotada pela CBFS, para a

divulgação Liga Futsal, foi o uso da mídia internet. Tal decisão foi tomada com base nos altos

índices de visitação que o site da Liga teve nos últimos anos. Oscar Neves, Vice-Presidente de

Marketing da Liga, relatou que a visitação mensal do site da Liga Futsal gira em torno de

aproximadamente quatro milhões de pessoas por mês. Ainda segundo ele, de janeiro a março

de 2008, o site teve uma visitação total de quase vinte e três milhões de pessoas. Segue abaixo

uma imagem do site da Liga Futsal:

31FIGURA 15 – Imagem da página principal do site da Liga Futsal 2008.

31Pesquisado em: <http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php>. Acesso em: 25 set.2008.

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Oscar acrescenta que, o meio internet foi escolhido para ser melhor desenvolvido como

ferramenta de comunicação da Liga, não só pela audiência demonstrada, mas sim, pela

‘instantaneidade’ da mídia ao passar informações. Oscar Neves diz que

[...] nós temos um volume de informação dada e passada por internet, por questão da ‘instantaneidade’, muito grande. Estamos trabalhando, para colocar quase que on-line toda a operação da Liga Futsal, ou seja, você consegue resultados quase que imediatos.

Uma das estratégias da CBFS é informatizar a comunicação da Liga Futsal, visando

colocar tudo na forma on- line, através de seu site. Isso vem sendo feito com real qualidade. A

Liga Futsal talvez seja um dos únicos eventos esportivos do país que tenha a súmula de jogo

on- line, ou seja, quando acontece uma falta durante a partida, em questão de minutos os dados

serão passados para o site e estarão disponíveis a todos que o acessarem. Segundo Oscar

Neves, “toda a informação da partida, resultado que deu, a situação dos jogadores, tudo fica

disponível rapidamente. É comum que todas as pessoas envolvidas, recebam após o jogo, isso

é feito de madrugada, as informações dos resultados, as penalidades e tudo mais”.

Denis Borges, assessor de imprensa da Malwee Futsal, destaca a importância da mídia

internet para o futebol de salão. Segundo ele a mídia que mais

[...] dá cobertura é a internet. Sem dúvida a internet para o futsal é importantíssima. Ela é de fundamental importância para a divulgação de nosso esporte, até porque, a maioria das pessoas passa o dia inteiro no trabalho em frente a um computador, e essas pessoas, acabam tendo contato com o mundo exterior através da internet. Esse veículo te dá uma possibilidade infinita. Você pode mandar as notícias quase em tempo real e o espaço de publicação não é um limitador.

A mídia internet parece ser um sucesso não só na opinião dos profissionais da Liga

Futsal, mas também, dos torcedores. Para Dalvino Coelho32, torcedor da Malwee Futsal, o site

é uma das formas interessantes para se acompanhar tudo o que acontece na Liga Futsal.

Flávio Berredo, coordenador de marketing do PEC Petrópolis elogia o site da Liga Futsal.

Para Flávio o site é “um ponto de referência” aos profissionais que cobrem o evento.

A definição por parte da CBFS, da internet como a segunda mídia de maior importância

para o desenvolvimento da Liga Futsal, parece ter agradado a todos os envolvidos no evento,

profissionais e torcedores. Pode-se dizer que em relação a este veículo de comunicação, a

Confederação marcou um ‘gol de placa’, pois a internet é um meio que permite grande 32Entrevista realizada pessoalmente em 04 de julho de 2008.

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velocidade na troca de informações e já apresenta, nos dias de hoje, uma grande audiência. O

gráfico abaixo mostra algumas das principais audiências da internet em comparação com a

televisão:

33FIGURA 16 – As maiores audiências do país.

Todos os meios de comunicação são interessantes e necessários para a divulgação de

qualquer produto, seja ele esportivo ou não, porém, o que vai importar no caso da

Confederação é como ela vai utilizar esses meios. Este estudo pôde apurar que o

posicionamento de mídia da CBFS está voltado claramente para a ampliação da transmissão

televisiva, através da Tv aberta, e que a mídia internet é a segunda opção estratégica de

divulgação do evento. Constatou-se também, que veículos de comunicação de grande

expressão nacional como o Jornal, a Revista, o Rádio entre outros, estão até certo ponto sendo

deixados de lado pela Confederação. Tal fato pode atrasar, ainda mais, o desenvolvimento da

Liga e do esporte em âmbito nacional.

5.4 Quem ganha mais com a Liga Futsal

Este estudo, não pôde precisar o valor exato do lucro obtido por clubes, CBFS, atletas

e/ou empresas ao participarem da Liga Futsal, pois, os entrevistados sempre que perguntados

sobre valores financeiros, nunca foram exatos em suas respostas. Porém, mesmo com as

respostas aproximadas de nossos entrevistados, pudemos concluir que a Liga Futsal é um

produto lucrativo e interessante a todos os seus participantes.

33Pesquisa realizada pela Nielsen Net Ratings em julho de 2006.

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Não resta dúvida, que a maior “fatia do bolo”, fica mesmo com a Confederação

Brasileira de Futsal, até porque, é ela quem administra o dinheiro da Liga, sempre é claro,

com o consent imento de todos os participantes. A manutenção financeira da Liga se dá,

principalmente, devido aos seus patrocinadores, os quais se destacam: Banco do Brasil e os

Correios. Ela também comercializa as propriedades de arena com as empresas interessadas e

negocia os direitos de transmissão com a Tv, neste caso com a Sportv, canal fechado da Rede

Globo. Já os atletas de futebol de salão, hoje em dia, são bem remunerados e conseguem em

sua maioria, contratos de patrocínios individuais com empresas. Os clubes obtêm lucro com

seus patrocinadores, com a negociação de atletas, com a venda de ingressos, com o apoio das

prefeituras locais e com prêmios sobre as conquistas. Por fim, as empresas que investem

como patrocinadoras do evento ou dos Clubes, ganham em exposição de mídia espontânea e

em rejuvenescimento de suas ‘marcas’.

Segundo o Vice-Presidente de Marketing da Liga Futsal, Oscar Neves, um estudo

realizado pela empresa de pesquisa Informídia demonstrou que a Liga Futsal dá um retorno de

Tv acima de 60 milhões de reais por temporada. Este valor é mensurado pelo número total de

horas que a Liga Futsal é transmitida pela Tv versus o que ela cobraria por aquele espaço num

dado horário. Ainda segundo Oscar Neves, todas as propriedades de arena, como placas,

tapetes laterais, roupa do juiz, bola no centro de quadra, etc, são comercializadas

exclusivamente pela Confederação. Em relação às normas das placas de arena, Oscar diz que

[...] nós temos padrões de painéis, geralmente de três metros por um, de três por zero noventa, ou seis por zero noventa. São painéis de impressão digital; há um tratamento qualitativo, e o tamanho específico, porque há uma preocupação de visibilidade. É um tipo de apresentação que dá um retorno mais interessante.

Além das placas de arena, outra ação que dá um bom retorno financeiro à Liga Futsal é

o licenciamento da Bola da Liga. Todos os anos, a CBFS permite que uma empresa

desenvolva a Bola Oficial do torneio e a comercialize. Em troca, a CBFS cobra para licenciar

a ‘marca’ do evento e ainda recebe um certo valor sobre a venda de cada bola. As duas únicas

empresas que têm propriedades de arena da Liga Futsal são: a Superbola, que licenciou a Bola

Oficial da Liga Futsal 2008, e a DalPonte, que comprou os centros de quadra para estampar

sua ‘marca’. Tal informação é ratificada pelo Gerente de Marketing da empresa DalPonte

Tiago Amaral, “possuímos placas de publicidade nas quadras e fechamos contrato com a

Liga em 2008, para colocação do centro de quadra em todos os ginásios da Liga”.

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Jorge Luiz Rodrigues, Editor de Esportes do Jornal ‘O Globo’, fala do potencial do

futsal como negócio para as empresas patrocinadoras e do lucro que a CBFS obtêm com o

evento. Jorge Luiz diz que

[...] basta você ver o potencial do futsal que o Banco do Brasil e os Correios estão patrocinando, os dois brigando para patrocinar, mais a Malwee, a Tramontina, a VM de Minas e o Banespa. As empresas patrocinam, mas quem ganha mais é a Confederação. Parece que, o valor da franquia gira em torno de cento e cinqüenta mil reais.

O principal ganho de uma empresa que patrocina a Liga e/ou clubes de futebol de salão,

está no campo da imagem institucional de sua ‘marca’, pois estas, quando aliadas ao esporte,

ganham rejuvenescimento junto a seu público. Esse é o caso de empresas como o Banco do

Brasil, os Correios, a Malwee, etc. Já empresas que patrocinam o evento, e também

desenvolvem produtos esportivos, tendem a aumentar as suas vendas, além é claro, de

posicionar melhor suas marcas perante seu público, como já foi dito acima. Tiago Amaral,

Gerente de Marketing da DalPonte, fala do sucesso de ‘Share of Mind’ que é a ação de

patrocínio da empresa dentro do futsal

Hoje, segundo pesquisa de mercado, a DalPonte é vista como a marca número 1 do futsal. Como patrocinamos por 7 anos a Seleção Brasileira e sempre fizemos ações com os clubes, nos deu a possibilidade de ter essa imagem no mercado. Mesmo com a saída da Seleção, no início do ano, conseguimos manter esse status.

Quanto ao valor médio que uma empresa patrocinadora investe por mês em uma equipe

de futebol de salão, Tiago Amaral, diz que “este número é muito flexível, pois depende da

estrutura do clube e das competições que ele participa”, ele termina dizendo que “um valor

médio, seria em torno de 50 mil reais”.

Os clubes que fazem parte da Liga Futsal obtêm a maior parte do seu lucro através de

seus patrocinadores, estes que, são atraídos pela exposição de mídia espontânea que o evento

gera. Segundo Flávio Berredo, Coordenador de Marketing do Petrópolis Esporte Clube, “as

receitas vêm de patrocínios, no caso do Petrópolis, da Ikinha Malhas”. Ainda segundo ele,

em Petrópolis não se cobra ingressos para ver os jogos, e “mesmo que outros clubes cobrem

ingressos, a maior fonte de receita não vem daí, mas sim, de patrocínios e parcerias”.

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O Presidente do Petrópolis Esporte Clube, Norberto Mello34, ressalta um fator

importante em relação à ajuda Municipal. Uma Prefeitura ao investir no esporte, visa

principalmente a autopromoção frente a seus munícipes. Isso às vezes, pode fazer com que o

clube em questão se torne refém das ações do município, deixando assim, o seu planejamento

enquanto clube, em segundo plano. Segundo Norberto Mello, “algumas equipes conseguem

ajuda pública (municipal e estadual), mas acho que esta é muito complicada (as equipes

iniciam e acabam ao bel prazer do político), não existe planejamento de médio e longo

prazo”.

A Liga Futsal tem propiciado um bom retorno financeiro a todos os seus integrantes.

Como já foi citado por este estudo a CBFS vende suas cotas de patrocínio e suas propriedades

de arena; já os patrocinadores ganham em uma maior visibilidade gerada pela exposição na

mídia; os municípios melhoram sua imagem institucional frente a seus munícipes; a televisão

tem seu retorno na forma de audiência e conseqüentemente mais empresas compram espaços

em sua programação. Em resumo, todos têm conseguido um bom retorno. Os jogadores

também conseguem êxito fazendo parte da Liga Futsal, porém, aqueles que têm mais

notoriedade, como o jogador da Malwee Futsal, ‘Falcão’, tendem a conseguir os melhores

contratos individuais de patrocínio. O jogador Falcão, fala de seus principais contratos de

patrocínio com empresas

[...] tirando o patrocínio com a Umbro, que a Umbro faz os meus produtos, tanto tênis quanto roupa, e desde a linha infantil, temos uma fabricação de mais doze produtos juntos com a Malwee, oito masculinos e quatro femininos. Agora vai sair uma nova coleção. A idéia é lançar chinelos, toalhas e outras coisas [...].

O jogador não limita seus ganhos aos contratos de patrocínio com empresas. Ele montou

recentemente, na cidade de Jaraguá do Sul, onde joga atualmente pela Malwee Futsal, uma

loja de artigos esportivos. Os produtos exclusivos com a ‘marca’ ‘Falcão’ e algumas

estratégias de comunicação baseadas na imagem do atleta são algumas das ações de marketing

realizadas pela loja na busca de novos clientes. De acordo com a vendedora da ‘Falcão

Sports’, Joelma de Souza35, um dos diferenciais da loja é “que a gente consegue o autógrafo.

O cliente compra a camisa, deixa aqui e depois ele autografa. A gente pega o nome, pega o

telefone e quando fica pronto, a gente liga para o cliente vir buscar”.

34Entrevista realizada via e-mail em 20 de junho de 2008. 35Entrevista realizada pessoalmente em 04 de julho de 2008.

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Independentemente do valor monetário, que não foi revelado abertamente por nenhum

dos entrevistados, este estudo evidenciou que o produto Liga Futsal é lucrativo a todos os seus

integrantes. Pôde-se constatar também, que o retorno financeiro se dá em diversas instâncias:

dinheiro aos caixas da CBFS, divulgação da ‘marca’ das empresas, contratos de patrocínios

com atletas e Confederação; alta audiência da televisão, melhoria da imagem institucional da

empresa e/ou município que patrocina o evento.

5.5 ‘Falcão’ – O Rei da Liga Futsal

Se formos pensar em um atleta de futebol de salão que é símbolo de sucesso dentro e

fora das quadras, indubitavelmente pensaremos no jogador ‘Falcão’. A imagem que será

mostrada abaixo ilustra melhor o que pretendemos falar nesse tópico. No final do segundo

jogo da Seleção do Brasil pelo Mundial da Fifa (Brasília – 02/10/08) contra as Ilhas Salomão,

diversos jogadores da equipe adversária cercaram o jogador ‘Falcão’ na esperança de

conseguir trocar a camisa ou pegar um autógrafo. O jogador brasileiro, sempre muito

simpático e solícito, chamou todos os jogadores das Ilhas Salomão para bater uma foto, que

muito provavelmente, deverá entrar para a história do esporte como sinal de admiração de

toda uma equipe por um jogador e, também, pelo ato de cordialidade do brasileiro. Abaixo

segue a foto do momento histórico do Mundial da Fifa:

36FIGURA 17 – ‘Falcão’ com quase todo o time das Ilhas Salomão no Mundial da Fifa do Brasil.

Quem acompanhou o Mundial de Futsal da Fifa (Brasil 2008), transmitido pela Rede

Globo e pela Tv Bandeirantes, pôde perceber a força de mídia e de marketing que tem o atleta

‘Falcão’. Em todos os jogos do Brasil, sempre que o atleta entrava e saída de quadra, os

narradores das duas emissoras exaltavam sua habilidade, seu carisma, sua simpatia, etc. Outro

ponto interessante é que as câmeras de transmissão estavam a todo o momento procurando o

36Pesquisado em: <http://www.gazetaesportiva.net/ge_noticias/bin/noticia.php?chid=121&nwid=47169>. Acesso em: 19 out.2008.

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jogador, mesmo quando ele não estava jogando bem, ou sentado no banco de reservas. Isso

nos mostra que o jogador tem mais visibilidade que a própria Seleção do Brasil.

A CBFS, sabendo que o jogador ‘Falcão’ tem toda uma visibilidade nacional, poderia

convidá-lo para ser garoto-propaganda da Liga Futsal. Segundo o Vice-presidente de

marketing da Liga Futsal, Oscar Neves, “o ‘Falcão’ é atleta da Malwee, e a Malwee tem com

ele um tratamento específico”. Em resumo, Oscar explica que não há nenhuma ação de

divulgação feita para a Liga Futsal com o jogador ‘Falcão’. Em contra partida, quando

perguntado sobre a possibilidade de ser garoto-propaganda da Liga Futsal o jogador ‘Falcão’

disse que

Com certeza, eu acho que tudo o que está direcionado para o esporte, em todos os lados, eu estou a favor. Eu sou um cara que não penso só em mim, eu penso no esporte, eu estou louco para que apareça um fenômeno novo. Pra mim é horrível escutar que, quando eu parar ninguém sabe o que vai ser do esporte aqui no Brasil, e não pode ser assim!

Além de todas as estratégias de divulgação que são realizadas para a Liga Futsal, seria

interessante que a CBFS e o jogador ‘Falcão’ chegassem a um acordo, pois a participação

integral do atleta na divulgação da Liga poderia gerar um aumento significativo de público

espectador e público praticante do futsal no Brasil.

O jogador ‘Falcão’, além de ser um fenômeno de mídia, é também um empresário de

sucesso na cidade Jaraguá do Sul-SC. Na referida cidade, ele possui algumas ‘Escolinhas de

Futebol’ e uma loja de esportes, a ‘Falcão Sports’. Uma das principais características pessoais

do jogador, que faz dele uma pessoa muito querida em Jaraguá do Sul, é a sua paciência no

atendimento ao torcedor. Isso nos é relatado por Joelma de Souza, vendedora da loja ‘Falcão

Sports’, segundo ela

[...] na arena se você vai lá ver o jogo, você consegue falar com ele. Se você espera, depois do jogo, tu consegues tirar foto. Na questão de fãs, ninguém tem o que reclamar. Se a pessoa tiver paciência de esperar terminar o jogo, ficar lá fora esperando, ele atende. Eu nunca vi nenhum fã reclamar dele, ele é muito atencioso com todo mundo.

O sucesso que ‘Falcão’ tem como empresário, como atleta e como pessoa, acaba por

atrair o interesse de empresas em patrociná- lo. Ele tem diversos contratos de patrocínio com

empresas, o mais recente é com o Banco do Brasil. O jogador foi contratado para estrelar um

comercial ao lado do atleta ‘Giba’, da Seleção masculina de vôlei. Empresas como Umbro e

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Malwee, também têm contratos com o jogador, elas desenvolvem produtos exclusivos com a

‘marca’ ‘Falcão’.

O diretor da Umbro Brasil, Paulo César Verardi, em entrevista ao jornalista Leandro

Carneiro do site Máquina do Esporte37, no dia 18 de junho de 2008, comentou sobre a

utilização da imagem do atleta nas campanhas da empresa. “Já utilizamos muito a imagem do

jogador para promover vendas e sempre trazemos o atleta nos eventos também. Porém,

pretendemos utilizar o Falcão mais na comunicação” – diz Verardi. A principal estratégia de

comunicação adotada pela empresa é não associar diretamente sua imagem com o futebol,

mas sim, com o jogador ‘Falcão’.

‘Falcão’ é uma boa mostra que jogadores de futebol de salão podem ganhar mais

espaço na mídia e serem reconhecidos como grandes talentos, tanto quanto os jogadores de

futebol de campo. Porém, para que isso ocorra, o atleta deverá ter talento dentro de quadra,

boa conduta de vida, visão empresarial e, acima de tudo, paciência para atender a todos muito

bem.

5.6 A assessoria de imprensa e a Liga Futsal

Muitos dos profissionais que colaboraram com este estudo são da área de assessoria de

imprensa, por isso, um tópico especial reservado a eles se faz necessário. Queremos mostrar a

real importância da assessoria de imprensa para o desenvolvimento da Liga Futsal. Pode-se

dizer que a assessoria de imprensa é um trabalho que não aparece para o “grande público”,

porém, é ela a principal responsável pela geração de notícias para os grandes veículos de

imprensa que cobrem o futsal.

Denis Borges, assessor de comunicação da Malwee Futsal, explica como funciona o

trabalho diário de um assessor de imprensa em um clube de futebol de salão. Segundo ele, seu

trabalho é dividido em três partes: com a imprensa local, com a imprensa local onde o clube

vai jogar e com a imprensa nacional. Cada tipo de trabalho, realizado pelo assessor, é feito de

uma forma diferenciada, procurando sempre gerar o maior número de noticias favoráveis a

seu clube, no caso, a Malwee. Denis Borges, detalha um pouco mais, como é o funcionamento

de seu trabalho em relação aos três tipos de mídia. Segundo ele

[...] o meu trabalho com a imprensa local é diário e contínuo, ou seja, todos os dias eu mando uma sugestão de pauta para a imprensa local, eu acompanho todos os treinamentos e estou com o time durante o tempo todo.

37Pesquisado em: <http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/noticias.asp?id=9601>. Acesso em: 19 out.2008.

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Um outro trabalho que eu faço é com relação à imprensa nacional. Então, na imprensa nacional, eu tenho alguns veículos e tenho alguns jornalistas estratégicos que incluo no meu ‘mailling’. Eu mando nossas notícias diariamente para o ‘Globo Esporte’ e ‘Jornal O Lance’. Veículos como estes recebem diariamente nossas notícias [...]. E um outro trabalho que eu também faço está relacionado à imprensa local de onde nós estamos jogando. Vamos supor: vamos fazer um jogo em Minas, em Belo Horizonte, como eu tenho um ‘mailling’, muito bom, com mais de seis mil jornalistas, eu faço a divulgação regional de onde estamos jogando e disparo nossas notícias.

Já Roberto Toledo, assessor de imprensa da Liga Futsal, explica que seu trabalho é

voltado somente para a mídia nacional, pois deve responde por toda a divulgação de notícias

da Liga. Em relação a seu trabalho, Roberto Toledo diz que

[...] está voltado para a imprensa nacional. Temos um ‘mailling’ com os principais veículos de comunicação de todo o país. Lógico que, em algumas regiões, temos um espaço maior normalmente em cidades que estão diretamente envolvidas com a Liga Futsal.

O assessor da Malwee Futsal, fala também da importância de se mandar as notícias de

maior impacto para as mídias nacionais, pois estas como reservam pouco espaço para o

esporte em suas edições, estão interessadas apenas nas melhores histórias que o esporte possa

contar. Denis Borges, diz que

[...] Têm alguns veículos que eu só mando quando tem alguma coisa diferente, por exemplo, quando o time foi disputar o Mundial na Espanha. Aí, eu já abro para um ‘mailling’ nacional mais completo, porque não adianta você mandar um material diariamente, e o jornalista simplesmente deletar. Então, ele precisa saber que se eu estou mandando o material para ele, é porque tem alguma importância, alguma razão.

A colocação de Denis Borges é afirmada pelo editor de esportes do jornal ‘O Globo’ do

Rio de Janeiro, Jorge Luiz Rodrigues. Segundo ele

[...] nosso jornal não é um jornal esportivo, o nosso espaço só permite que se contem as melhores histórias do esporte. Imagina se nós conseguíssemos noticiar, diariamente, vinte e oito esportes olímpicos, mais Fórmula 1, mais aqueles que são esportes panamericanos. Em resumo, a gente não tem espaço para tudo isso, nós precisamos de boas histórias pra contar.

Além da estratégia de se enviar somente a melhor notícia para os veículos de grande

circulação do país, outra forma de aproximação com os jornalistas, utilizada pelos assessores

e CBFS, é o contato direto com estes profissionais (jornalistas), e também o custeio para que

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eles acompanhem alguns eventos da Confederação. Para Roberto Toledo, assessor de

imprensa da Liga Futsal, é muito importante “... fazer contato direto com os jornalistas que

cobrem esporte. Quando o evento é importante, a Confederação os convida para

acompanhar, com todas as despesas pagas...”.

Cláudia Mendes, assessora de imprensa do Petrópolis Esporte Clube, fala da

importância de ter uma assessoria de imprensa profissional nos clubes de futebol de salão,

pois esse tipo de trabalho gera para o clube, maior confiabilidade por parte dos veículos de

comunicação. Cláudia, diz que, “os órgãos de imprensa, de maneira geral, têm muito mais

propensão a divulgar uma marca com assessoria do que outra que não tem. A assessoria

passa transparência, profissionalismo, respeito pela informação e pelo torcedor”.

Cláudia Mendes, assessora do Petrópolis, relata quais são as principais dificuldades

encontradas por ela na realização de seu trabalho. Segundo ela, o horário do término dos jogos

é um agravante na geração de notícias, pois os grandes jornais já fecharam suas edições para o

dia seguinte. Segundo Cláudia

Os jornais encontram extrema dificuldade por causa de seus fechamentos antecipados e falta de recursos. Outra dificuldade é o péssimo horário em que o futsal é jogado. Isto inviabiliza qualquer tipo de trabalho mais profundo. Falta também o apoio da entidade estadual (Federação de Futsal).

O assessor de comunicação da Malwee Futsal, Denis Borges, diz que o grande desafio

na divulgação de seu clube está na divulgação do próprio esporte. Segundo ele

Na verdade o grande desafio para divulgar o clube para o qual eu trabalho é a divulgação do próprio esporte, ele ainda não é tão divulgado quanto poderia, não sei de quem é a culpa disso. Se o futsal tivesse a sua grandeza traduzida em mídia, seria muito mais fácil pra todo mundo.

Já para Roberto Toledo, assessor de imprensa da Liga Futsal, a maior dificuldade

encontrada por ele e pela maioria dos que trabalham como assessores de imprensa no futebol

de salão é

[...] a falta de conhecimento do esporte por grande parte dos profissionais, e falta de interesse por outro esporte, que não seja o futebol. Quando acompanho as partidas ‘em loco’, normalmente jogos decisivos da Liga e campeonatos da CBFS, recepciono todos os profissionais de imprensa e tiro as dúvidas. Para alguns, tenho que explicar fundamentos básicos do esporte. Dar dicas que, qualquer mínimo conhecedor do esporte saberia. A falta de interesse também é grande, porque para o futsal está reservado o espaço que sobra do noticiário.

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Fica claro que o trabalho de assessoria de imprensa realizado pela CBFS, ou pelos

clubes da Liga Futsal, que têm esses profissionais atuando em seus departamentos, tem

surtido um efeito positivo quanto à geração de mídia espontânea. Porém, alguns ajustes, como

os citados acima, pelos profissionais de imprensa, devem ser feitos na competição Liga

Futsal, para que as ações destes profissionais (assessores de imprensa) possam ser ainda mais

efetivas.

5.7 A cidade de Jaraguá do Sul e o futsal

A cidade de Jaraguá do Sul, localizada no Estado de Santa Catarina, é um exemplo de

como o futsal administrado de forma profissional pode ser utilizado como instrumento de

divulgação institucional municipal e empresarial. A parceria entre Prefeitura (Investimento

Municipal) e Malwee (Investimento Privado) tem proporcionado para a comunidade local

uma excelente opção de lazer.

A Prefeitura da cidade investiu na construção de uma moderna arena para receber as

partidas da Malwee Futsal, em contra partida, a Malharias Malwee paga os salários de todos

os jogadores e da comissão técnica. O duplo investimento tem trazido resultados, tanto para o

município quanto para a empresa. A Prefeitura local ganha dos munícipes mais respeito e

admiração, pois demonstra que está interessada na divulgação da cidade em âmbito nacional

e, também, se mostra empenhada em propiciar à comunidade local uma interessante opção de

entretenimento. Já a empresa Malwee, aumenta a visibilidade nacional de sua ‘marca’ e ganha

também, mais respeito da comunidade local.

Dalvino Coelho, morador da cidade de Jaraguá do Sul, proprietário da ‘Braz Foz

Games’ e “fanático” torcedor da Malwee Futsal, fala da importância para a cidade do

investimento da Malwee no esporte. Segundo Dalvino

O time da Malwee contribui no desenvolvimento, na divulgação do nome da cidade dentro do país. Ela é um entretenimento a mais que soma para o povo, para a população. Ela ajuda no desenvolvimento social com a garotada que estuda na escolinha do ‘Falcão’ e que se esforça também, pra ser um jogador.

Outro ponto importante a ser ressaltado, trata da fidelização do torcedor a uma equipe

esportiva que esteja associada diretamente ao nome de uma empresa. Foi constatado por este

estudo, que todas as empresas que tenham uma ligação histórica com a cidade, como é o caso

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da Malharia Malwee, nascida e criada em Jaraguá, poderão colocar em suas equipes

esportivas o nome de suas ‘marcas’ que, ainda assim, o torcedor irá torcer por elas e não pela

cidade.

Ari Valdemeri38, morador de Jaraguá do Sul e construtor autônomo, quando perguntado

sobre para quem torce quando vai assistir aos jogos da Malwee Futsal na Arena Jaraguá, diz

que “eu torço primeiro pra Malwee, depois pra cidade, pois torcendo pra Malwee

naturalmente está torcendo pra Jaraguá”. Ele não é o único que partilha de tal opinião, Sirla

Cdxezz39, dona de casa e moradora da cidade, diz que “... eu torço pra Malwee, porque eu sou

de Jaraguá, eu gosto do time da Malwee, eu venho assistir o jogo da Malwee...”. Em resumo,

quando uma empresa tem identificação com a comunidade local, o fato de adotar o nome de

sua ‘marca’ em seus patrocínios, não é um problema quanto à fidelização do torcedor.

Como já foi dito acima, associar o município a projetos esportivos, melhora

significativamente a imagem dos gestores locais (Prefeitos e Vereadores) frente a seus

munícipes. As vitórias de uma equipe, apoiada por uma Prefeitura, acabam sendo transferidas,

inconscientemente pela comunidade local, para os administrados municipais, ou seja, ganha o

time em quadra, ganha o gestor em popularidade. Tal colocação é ratificada nas palavras de

João Antônio40, morador da cidade e torcedor da equipe de Futebol de Salão Malwee Futsal.

João Antonio diz que, “... quero parabenizar também, a Prefeitura aqui de Jaraguá do Sul,

que já conheço de longo tempo, e sei que é uma Prefeitura super organizada, os seus projetos

esportivos são bem organizados”.

Jaraguá do Sul pode ser vista como modelo de boa gestão do futebol de salão no país. O

jogador ‘Falcão’ percebendo que a cidade estava apta a receber inovações dentro do mercado

esportivo, montou na principal avenida da cidade, uma loja de artigos esportivos especializada

em futebol de salão, loja esta, que leva o nome de ‘Falcão Sports’. ‘Falcão’ diz que “o

público aqui em Jaraguá do Sul consome muito, eles vivem pro esporte e isso pra nós é

maravilhoso, é um reconhecimento fantástico!”.

Jaraguá do Sul, mesmo sendo uma cidade relativamente pequena, com cerca de 130 mil

habitantes, conseguiu se transformar na “capital” do futsal no país. Jaraguá é um exemplo

claro que para desenvolver este esporte de uma forma profissional, são necessários três pontos

básicos: investimento privado, apoio municipal e interesse da comunidade local.

38Entrevista realizada pessoalmente em 04 de julho de 2008. 39Entrevista realizada pessoalmente em 04 de julho de 2008. 40Entrevista realizada pessoalmente em 04 de julho de 2008.

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6. CONCLUSÕES E SUGESTÕES

Com a análise de pesquisas bibliográficas e entrevistas pessoais com profissionais que

atuam direta e indiretamente na Liga Futsal, este estudo mostrou que as ações de comunicação

e marketing realizadas pela CBFS para divulgar seu produto guarda-chuva ‘Liga Futsal’

podem ser ampliadas. Concluiu-se, também, que a Confederação tem avançado em relação à

organização e divulgação do evento, mas isso vem ocorrendo de uma forma lenta, e às vezes,

com pouca audácia, adjetivo este, imprescindível a todo administrador que pretenda crescer.

Respondendo a um segundo objetivo deste estudo, conclui-se que alguns clubes que

integram a Liga Futsal têm departamentos de comunicação amador, que em sua maioria, estão

sendo gerenciados por profissionais de outras áreas que não a da comunicação. Ainda em

relação aos clubes de futebol de salão, percebeu-se que o retorno de mídia espontânea é maior

para aqueles (clubes) que dispõem de alguma forma organizada de comunicação, como é o

caso, por exemplo, da Malwee Futsal que tem um assessor de comunicação, quase que em

tempo integral, trabalhando com a equipe.

O problema de pesquisa a ser respondido por este estudo era: - Será que as ações de

comunicação realizadas pela CBFS para a Liga Futsal facilitam a exposição deste esporte

nos meios de comunicação? Resumidamente a resposta é ‘não’, no parágrafo abaixo, será

explicado detalhadamente o por quê.

Como foi visto neste estudo, as ações de comunicação da Confederação para divulgar a

Liga Futsal são basicamente três: A manutenção da parceria com a Tv fechada (Sportv), o

desenvolvimento do site da Liga Futsal e a realização de um evento anual de premiação e

lançamento da Liga. As poucas ações de comunicação realizadas pela Confederação para

divulgar a Liga inviabilizam um interesse maior da mídia pelo esporte, pois os veículos de

comunicação vivem da audiência. Portanto, para que a audiência deste esporte possa

aumentar, a CBFS precisa criar urgentemente ações de comunicação e marketing voltadas

para desenvolver novos públicos. Tal falta de iniciativa da Confederação resulta em menos

mídia para a Liga Futsal e também dificuldade para se colocar o esporte na Tv aberta.

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A Confederação, porém, tem seus méritos no que diz respeito à administração e

gerenciamento das finanças do evento. A Liga Futsal é atualmente um produto lucrativo para

a CBFS, com esse lucro ela mantém todo um corpo de funcionários assalariados e registrados.

Segundo Oscar Neves, Vice-Presidente de Marketing da Liga Futsal, “a administração da

Liga é toda profissional, com exceção do Diretor Executivo que é o Vice-Presidente da

Confederação que não tem remuneração. Mas os níveis gerenciais, o pessoal de imprensa, o

pessoal do site, todos eles têm salário mensal”. Um segundo ponto positivo a ser destacado,

trata da confiança dos franqueados na administração da Liga. A gestão clara e participativa da

Confederação deu à Liga uma estabilidade operacional muito grande e fez com que seus

franqueados confiassem na gestão financeira da CBFS. Nenhum de nossos entrevistados

(franqueados) contestou a idoneidade da administração financeira da Liga.

Vale ressaltar, novamente, que a gestão da Liga Futsal como negócio não parece

amadora. Aparentemente, falta audácia administrativa aos profissionais que têm poder de

decisão dentro da Liga. Os recursos financeiros disponíveis devem ser usados por estes

profissionais para maximizar a divulgação do evento entre os mais diversos públicos.

Além das conclusões apresentadas, este estudo visa também, propor algumas soluções

de comunicação e marketing para que a Liga Futsal ganhe visibilidade midiática e conquiste

novos públicos-alvo. As sugestões serão baseadas na idéia central de que a Confederação tem

condições financeiras para investir fortemente em uma campanha de comunicação integrada.

Também serão propostas, algumas soluções para os clubes que integram a Liga Futsal, porém,

acredita-se que as ações de comunicação devam ser focadas em maior escala no evento, ante a

sua projeção nacional.

A primeira solução apontada por este estudo, não é uma idéia do pesquisador, mas sim,

de alguns dos entrevistados que participaram desta pesquisa. Segundo o coordenador de futsal

do SPFC Praia Clube de Uberlândia, Adeodato Rosa da Silva Júnior, “seria muito

interessante abrir mais vagas para uma possível segunda divisão”. Adeodato não é o único

que atenta para a criação de mais divisões dentro da Liga Futsal, porém nas palavras de

Norberto Mello, Presidente do Petrópolis Esporte Clube, parece estar a melhor definição para

o nome de cada nova divisão, “... precisamos de talvez mais uma ou duas Ligas (Prata e

Bronze), onde as equipes participantes tenham o direito de ascender até a Liga Nacional”. A

criação de mais duas divisões geraria para o esporte e CBFS, respectivamente, mais

visibilidade e lucro. Novas franquias seriam comercializadas pela Confederação, mais

empresas investiriam no esporte, novos clubes seriam formados, novas cidades passariam a

vivenciar o futsal como forma de entretenimento municipal, mais mídia entraria na cobertura

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do esporte, etc. Acredita-se que a manutenção de 20 clubes em cada divisão seria o ideal e as

três divisões deveriam se chamar: Liga Futsal – Ouro; Liga Futsal – Prata; Liga Futsal –

Bronze.

Uma segunda sugestão para que a Liga Futsal ganhe mais espaço na mídia, também nos

foi dada por um de nossos entrevistados. De acordo com Jorge Luiz Rodrigues, editor de

esportes do jornal ‘O Globo’ do Rio de Janeiro, a Liga deveria “utilizar o maior dia para a

realização de eventos esportivos que é o domingo”. Ainda segundo Jorge Luiz, todos os

grandes jornais do país publicam seus cadernos de esportes na segunda-feira, ou seja, como a

Liga Futsal não realiza jogos aos domingos a notícia de sábado passa a ser velha para o leitor

de segunda-feira, por isso, os jornais não abrem espaço em seus cadernos de esporte para o

futsal como deveriam. Acreditamos que a Confederação deva colocar pelo menos três jogos

aos domingos pela manhã, entre 10h e 11h. Isso fará com que o esporte e, em especial, a Liga

sejam mais lembrados nos grandes cadernos esportivos de segunda-feira.

Em nossa pesquisa pudemos acompanhar, ao vivo, uma partida da Liga Futsal realizada

no dia 04 de julho de 2008, na cidade de Jaraguá do Sul, entre as equipes da Malwee Futsal e

Teresópolis/DalPonte que terminou com vitória do time da Malwee por 6x0. O jogo,

tecnicamente, teve todos os ingredientes de uma grande partida, lindas jogadas, muitos gols,

belas defesas, torcida vibrando e o melhor jogador do mundo, ‘Falcão’, fazendo um gol que

merecia uma placa de tão bonito. Porém, tecnicamente o futsal proporciona esse tipo de

espetáculo, o problema está na ambientação da arena e na criação de estratégias de

entretenimento durante os jogos. Seria interessante que os jogos se transformassem em

espetáculos por interiro, como faz a NBA, por exemplo. Na entrada dos atletas em quadra eles

poderiam ser apresentados com uma música de fundo e com uma luz sobre eles, isso atrairia a

atenção do torcedor para seus atletas. Nos intervalos, o público deveria ser convidado a

participar de brincadeiras na quadra e brindes poderiam ser distribuídos. Na saída dos jogos a

mascote de cada time poderia entreter o público com brincadeiras. Esses pequenos detalhes

aguçariam a sensibilidade dos torcedores e cativariam mais famílias a irem aos ginásios.

Ainda no campo da divulgação institucional de uma ‘marca’ e/ou evento pelos valores

da experiência do inconsciente, acreditamos que todos os clubes da Liga Futsal devam criar

uma mascote para cativar o público infantil. A CBFS e os clubes da Liga devem negociar os

direitos de imagem das mascotes com empresas de brinquedos a fim de criar bonecos e outros

artigos voltados para o público infantil.

Foi constatado também por este estudo, que o jogador ‘Falcão’ tem mais mídia que toda

a Liga Futsal. Porém, o próprio jogador, disse que não foi convidado a realizar nenhuma ação

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de divulgação específica para o evento. Fica então, mais uma sugestão para os

administradores de marketing da Liga, aproveitar a força de mídia e a disposição sincera do

atleta em ajudar na divulgação da Liga.

Todo esporte que pretenda crescer e se modernizar deve conseguir aumentar seu

público. A NBA buscou torcedores em todos os lugares do mundo. O Barcelona da Espanha

fez realiza ações de comunicação e marketing em países como o Japão, chegando a vender

títulos de sócios para estes torcedores que talvez nunca irão à Espanha ver um jogo. Em

resumo, a CBFS deve criar um plano de comunicação integrada visando atingir novos

públicos como crianças, jovens e adultos. A estratégia de comunicação integrada deve

abranger mídias como outdoor, busdoor, revistas, jornais, Tv, internet, etc, a fim de

gradativamente popularizar o esporte pelo país.

Como a internet é uma das mídias prioritárias da CBFS para divulgar a Liga Futsal,

sugerimos a realização de algumas ações específicas de web marketing. A primeira ação de

web marketing proposta para a Liga Futsal é bem simples de ser realizada e ainda não foi

feita. Trata-se da otimização do site da Liga Futsal para que ele apareça em primeiro lugar na

busca por palavras-chave do site ‘Google’. Atualmente, se digitarmos a palavra-chave

‘futsal’, por exemplo, o site da Liga será listado apenas na sexta posição. Otimizar um site,

nada mais é que colocar o seu site nos padrões exigidos pelos sites de busca como: Google,

Altavista, Cadê, etc. Como segunda estratégia de divulgação voltada para a internet, sugere-se

a criação dos ‘links patrocinados’, também no site ‘Google’. Os ‘links patrocinados’ são

pequenos anúncios de texto pagos por click, ou seja, a cada click o anunciante paga um valor

que varia entre 0,10 e 0,15 centavos. O principal objetivo de se investir em ‘links

patrocinados’ é gerar visitação no site da Liga Futsal. A criação de campanhas de banners de

internet deve ser constante, sugere-se também, que nos três meses que antecedem o começo

da Liga Futsal, essas campanhas sejam mais intensas e pulverizadas em sites de grande

circulação de internautas como: UOL, Terra, Globo.com, IG, etc. Sugerimos também a

criação de um ‘Blog Corporativo’ da Liga Futsal. Esse Blog seria um canal de comunicação

direto entre público e instituição, serviria também, para esclarecer de uma forma rápida

possíveis ruídos gerados pela mídia.

Uma última sugestão para o meio internet é a criação de um site para a transmissão dos

jogos on-line. Seria um sistema de transmissão via internet muito parecido com os já

existentes atualmente. O usuário interessado em ver os jogos da Liga Futsal pela internet teria

que comprar um pacote de jogos por temporada, isso seria algo muito parecido com o sistema

Pay-per-view dos canais por assinatura. Esse usuário teria uma senha e sempre que algum

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jogo de seu pacote estivesse para ocorrer, ele seria avisado em seu e-mail com pelo menos

dois dias de antecedência.

Esperamos que algumas das sugestões, aqui propostas, possam ser colocadas em prática

pela Confederação Brasileira de Futebol de Salão, espera-se também, que este trabalho tenha

contribuído para trazer algo novo aos estudos da comunicação. Por fim, desejamos que novas

pesquisas sejam feitas na área do marketing esportivo e, em especial, sobre o futebol de salão.

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III – REFERÊNCIAS

1. REFERÊNCIAS

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2. ANEXOS

2.1 Entrevista pessoal com Oscar Neves – Vice-Presidente de Marketing da Liga Futsal

Entrevista realizada em 29 de agosto de 2008. Oscar Neves é Vice-Presidente de

Marketing da Liga Futsal, telefone: (11) 3037 7151 – e-mail: [email protected].

Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado - afirmações geradas a partir do

material gravado.

1. Quais são as principais ações de comunicação/marketing realizadas pela CBFS para

divulgar o produto ‘Liga Futsal’?

“A CBFS administra a Liga Futsal. Essa administração é formada por um conselho

representado por todos os franqueados da Liga. São vinte times franqueados. São eles que

compõem o conselho de administração da Liga, ou seja, são os próprios clubes que dão a

orientação e a caracterização do que deve ser feito na Liga e aprovam as colocações, os

resultados e o que deve ser feito pela Liga em termos de marketing, administração, operação

e tudo o mais, inclusive negociação de televisão. Quem administra é o Diretor executivo da

Liga, o Hideraldo, e tem um grupo de pessoas específicas contratadas para esse fim, que

administra o site da Liga Futsal e todas as operações da Liga, ou seja, toda a definição do

que é feito ou deve ser feito pela Liga, sai da própria Liga. Existe o conselho que é formado

por todos os clubes franqueados e uma Direção Executiva Operacional que é exercida pelo

Hideraldo e mais um grupo que são de Diretores Jurídicos, Diretores de Marketing e assim

vai!”.

2. Descreva detalhadamente cada uma das ações acima citadas. A quem se destinam?

Quais são seus principais objetivos? Como vêm sendo acompanhados os resultados

obtidos por essas ações?

“A primeira consideração importante é que o futsal é o terceiro esporte mais exibido na

televisão brasileira; primeiro o futebol, depois o vôlei, depois o futsal. A Liga já há alguns

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anos mantém um contrato com a Sportv e Organizações Globo, onde ela tem todo o seu

campeonato transmitido pela Sportv, e isso dá, anualmente, aproximadamente, mais de 90

jogos transmitidos pela Sportv, em termos de retorno de mídia. A gente acompanha isso por

empresas especializadas; dá um retorno acima de 60 milhões/ano, de retorno de mídia

Globo, de horários de TV. Quem faz esses estudos para a gente é a Informídia, uma empresa

ligada ao IBOPE, que acompanha exatamente eventos esportivos. Hoje, a Liga está numa

situação de profissionalização muito grande; então você não vende o futsal como uma

situação de ajuda, pelo contrário, quem participa do futsal e compra propriedades de arena

do futsal, tem um retorno que é dado sobre o resultado de mídia; normalmente esse retorno

dá entre cinco e sete vezes mais do valor investido pela empresa. Então, a Liga tem uma

estrutura altamente profissional. Em termos de visibilidade só é ultrapassada pelo futebol e

pelo vôlei, evidentemente que eu estou tirando fora disso o esporte motor. Bem você me

perguntou sobre as ações de comunicação da Liga? Primeiro: ter o espaço de televisão, é

uma questão básica, não basta só ter o contrato de televisão, você tem que ter uma

freqüência de transmissão, e isso muito pouca gente tem. Então em termos de comunicação é

mantido esse tipo de coisa, fazemos também um trabalho bastante forte de internet, pois

temos aproximadamente 4 milhões de pessoas visitando o site mensalmente. Neste início de

ano, nós tivemos uma surpresa muito grande, tivemos 23 milhões de pessoas nos visitando de

janeiro a março. Então, nós temos um volume de informação dada e passada por internet,

por questão da ‘instantaneidade’, muito grande. Estamos trabalhando, para colocar quase

que on-line toda a operação da Liga Futsal, ou seja, você consegue resultados quase que

imediatos. Por exemplo: “você teve no jogo de ontem, toda a informação da partida,

resultado que deu, a situação dos jogadores, tudo fica disponível rapidamente. É comum que

todas as pessoas envolvidas, recebam após o jogo, isso é feito de madrugada, as informações

dos resultados, as penalidades e tudo mais. Então, em termos de divulgação e comunicação,

nós estamos nesse procedimento de dar material, ou seja, existe um processo evolutivo e que

custa!”.

3. Existe alguma estratégia específica de lançamento da Liga Futsal?

“Isso é uma questão de escolha. Nós optamos pelas mídias de maior movimentação. Então,

por exemplo, se eu fizer outdoor, vou fazer um outdoor na cidade que eu estou operando.

Porém, em termos de efetividade como é uma Liga Nacional nós precisamos responder por

mídias nacionais, então o jornal impresso, hoje não resolve a nossa situação, e não dá

agilidade que a própria Liga pede. Então, em função disso, nós publicamos coisas.

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Publicamos, uma revista de resultados e tudo mais, mas em termos de definição do que se

deve fazer, é essencialmente televisão, para atingir 98% dos lares, ou seja, nós estamos

falando de lares e de uma cobertura estupenda. Então a nossa procura é por televisão, seja

televisão aberta ou televisão fechada, nós temos um contrato importante com a televisão

fechada e estamos trabalhando na direção para conseguir espaços na TV aberta e a questão

do portal, porque hoje são 50 milhões de pessoas com internet. Então não adianta fazer um

outro tipo de material que não dê a cobertura e a ‘instantaneidade’ que essas duas mídias

têm. Por isso, a gente optou por essas mídias”.

4. Você tem idéia de quais são os públicos específicos da Liga Futsal?

“Nós temos. Isso é uma distribuição que nós definimos por essas mídias. Você tem uma

distribuição, que mais ou menos segue a distribuição de classes sociais do país. Existem

diferenças, existem. Eu tenho um estudo da Informídia que nos mostra os públicos, mas há

uma predominância das classes A, B e C, isso existe!”.

5. Foi realizado algum evento de lançamento da Liga 2008?

“Sempre tem. Geralmente é escolhida uma Capital. É feita uma reunião onde é convidada a

imprensa. É feito um trabalho de apresentação dos clubes que vão participar do evento, da

nova Liga, ou seja, daqueles que são os franqueados. Para aquele ano são apresentados seus

uniformes e tudo mais; é feita uma apresentação desse tipo; é uma festa bastante importante

também”.

6. Como são negociadas e administradas as propriedades de arena?

“É administrada pela Confederação Brasileira de Futsal é ela que cuida da colocação e da

venda. A gente vai ao mercado oferecendo, fazemos uma operação ativa ‘ela não é

receptiva’. Nós temos padrões de painéis, geralmente de três metros por um, de três por zero

noventa, ou seis por zero noventa. São painéis de impressão digital; há um tratamento

qualitativo, e o tamanho específico, porque há uma preocupação de visibilidade. É um tipo de

apresentação que dá um retorno mais interessante. A Liga autoriza também, no uniforme do

Juiz, a colocação de marcas. Então tem uma série de ingredientes, que são estudados à luz do

que você vai fazer. Eu posso ter bola, eu posso ter tapete na arena em locais pré-

determinados, que são muito poucos, está certo! Nós fazemos um desenho e abrimos para

quem já comprou no ano anterior - que tem a prioridade de compra - nós estabelecemos os

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preços. Esses preços são estabelecidos à luz dos resultados de vídeo. Nós não fazemos nada

sem critério, e o critério é baseado nas posições dos painéis”.

7. A Liga Futsal tem alguma ação de licenciamento específica?

“Nós temos um contrato anual, onde se tem a bola oficial da Liga, e quando você tem a bola

oficial da Liga, você pode marcar, que aquela é a bola oficial da Liga Nacional. As empresas

que têm propriedades na Liga Futsal são: a Superbola que tem a bola, a DalPonte que tem as

propriedades de arena. Não tem outra coisa, a não ser propriedades de arena. Cada clube

também tem suas marcas visualizadas lá na arena, ou seja, a Liga oferece para o próprio

clube dois painéis de cada lado, para ele colocar as marcas de seus clientes. Isso é dado aos

clubes”.

8. Quais são os recursos financeiros para manter a Liga em funcionamento?

“São os painéis de arena, mídia televisão, com a venda de direitos para a televisão, os

patrocinadores. Os clubes também têm seus patrocinadores. Esse conjunto de dinheiro faz a

auto-sustentação da Liga”.

9. Qual a vantagem de ser um franqueado da Liga Futsal?

“O clube franqueado passa a receber algumas coisas, ele recebe diária de viagem, ele recebe

hospedagem, ajudas em determinados deslocamentos. Então com isso a Liga ajuda os clubes

franqueados nesse sentido”.

10. Quais são as futuras ações de comunicação/marketing que a Liga Futsal pretende

implementar para aumentar o interesse do público em geral?

“A idéia futura é essa - continuar a concentração e a busca em aumentar nossa participação

e freqüência em televisão e internet - isso é uma definição! A última emissora aberta que nós

tivemos, por exemplo, foi a RedeTV, e que também foi bancado por nós, com produção

bancada pela própria Confederação. Então, na realidade, nós estamos trabalhando na

busca de uma nova TV aberta”.

11. Existe alguma ação conjunta com os clubes da Liga Futsal visando aumentar a

exposição da mesma com os seus diversos públicos?

“Então Jefferson, aí é o que eu te digo, na medida em que você escolhe os meios de

comunicação, você trabalha nessa direção, está certo! Então todo o recurso é canalizado

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para tentar aumentar essa frente. As modificações importantes que se desenvolveram a partir

da internet de cobertura, de informação e de televisão. Quando você tem uma Liga que tem

vinte franqueados, mais os seus patrocinadores, é evidente que cada clube faça a sua

operação específica em suas áreas, e isso é benéfico para todo o sistema”.

12. Existem ações especificas de promoção, divulgação e entretenimento para os

torcedores nos dias de jogos?

“Existe, sim! Existem aspectos promocionais. Não é significativa pra Liga a receita do

ginásio, ou seja, é colocado um preço muito atrativo, a questão da segurança das famílias, a

maior presença das famílias nos jogos. Os clubes fazem um trabalho de base muito

importante nas comunidades, ou seja, esse tipo de aproximação com a comunidade é o nosso

ponto base. É isso que dá ao Futsal uma posição importantíssima, porque o Futsal é o

esporte mais praticado no Brasil de acordo com o Atlas do Esporte. Lá você vai ver que são

dez milhões e meio de praticantes. Existem também, mais de mil jogos de Futsal por ano, e

mais de trezentos e cinqüenta mil atletas cadastrados na Confederação. No exterior, nós

temos mais de quinhentos atletas em várias equipes, ou seja, é uma movimentação muito

grande, não é uma movimentação pequena não! Bem, nas arenas se distribuem bolas, tem

pessoal vendendo camisetas e tudo o mais. Nós temos esse tipo de aproximação”.

13. A Liga Futsal pretende utilizar jogadores de renome como ‘Falcão’ para aumentar

sua visibilidade na mídia em geral? Isso já foi feito? Se sim, qual foi a ação e quais

foram os resultados obtidos?

“Isso é normal! Quando você põe um time em campo, todas as suas estrelas estão lá. Na

realidade cada clube vive dos seus atletas, está certo! O Falcão é atleta da Malwee, e a

Malwee tem com ele um tratamento específico. Dessa forma, enquanto atleta da seleção

brasileira, ele tem, assim como outros atletas, mais visibilidade. Então o que acontece com

essa visibilidade? O cliente da Confederação, como o Banco do Brasil, por exemplo, contrata

o Falcão - como poderia contratar outro - mas contratou o Falcão e, junto com o Giba, está

fazendo a valorização do esporte, como fizeram agora. Isso acontece, também, com os

Correios, patrocinando com a Topper, que patrocina atletas da Liga. Isso é um critério dos

jogadores e das empresas”.

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14. Na sua opinião, quais são as principais dificuldades enfrentadas pela Liga Futsal

para obter um maior espaço na mídia?

“Olha - eu acho que- a gente pode trabalhar com alguns exemplos. Eu fiz um estudo bastante

profundo - antes de fazer uma sugestão para a Liga - de como foi desenvolvido o futebol nos

Estados Unidos, o ‘Soccer’. Durante alguns anos, a Liga de Soccer comprou espaços na

televisão com os recursos dos seus patrocinadores, ou seja, ela foi à TV aberta e comprou o

seu espaço. Durante oito anos, ela veio nessa iniciativa de comprar o espaço, produzir o

material e colocar em TV aberta. A partir deste ano de 2008, houve uma inversão das

empresas quererem comprar espaços de visibilidade de Futebol-Soccer da Liga nos Estados

Unidos. Eu acho, que inevitavelmente essa é uma estratégia. É a melhor estratégia de

desenvolvimento. Pra isso precisa de mais recursos. Esses recursos demandariam um custo

anual adicional, na ordem de uns dois milhões e meio, aproximadamente, para poder fazer

uma operação desse tipo”.

15. Existe a possibilidade da mídia em geral valorizar o futsal como o faz com o vôlei? Se

sim, o que a Liga pode fazer para conquistar isso?

“Eu acho que você tem a informação do vôlei, como você tem do futsal, em momentos de

Seleção Brasileira, mas o importante é você caminhar para a regularidade. Então, eu não

vejo - como você mesmo diz - da importância da mídia impressa. Claro que é, assim como é

importante a mídia revista, claro que é, mas você precisa criar um processo de alimentação

que torne isso mais regular. É isso que, a gente tem conseguido montar agora, entendeu!

Então hoje, qualquer jornalista, que entre no site da Liga, tem à disposição fotos atualizadas

de ontem à noite, todos os eventos, informações e tudo o mais. Então isso foi montado”.

16. Como você vê a Liga Futsal nos próximos quatro anos? Existe um plano de

marketing traçado para que os objetivos sejam atingidos?

“Tem. A Liga, na realidade, trabalha nessa política de largo prazo, até para ter uma noção

de recursos que ela possa ir buscar e trabalhar com recursos advindos do ano anterior.

Então, quando se faz o balanço disso, se faz o balanço do evento passado, como vai ser o

evento futuro, e como vai ser o evento num futuro próximo, ou seja, as tentativas de ajustes

visam trabalhar com o calendário internacional. Isso vai possibilitar os times a terem ações

no exterior, a participarem de competições e eventos no exterior, ou seja, quando a gente

fizer a mesma coisa que o futebol fez, que foi ajustar os calendários”.

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17. Qual é a Missão e a Visão estratégica da Liga Futsal?

“Ela pretende, e vai continuar sendo, uma Liga de franqueados. Como missão que ela tem:

divulgar o futsal. E foi a Liga, junto com a Confederação, que obteve o posicionamento de

ser o terceiro esporte mais visualizado da televisão, que era seu objetivo também. A missão, é

o desenvolvimento do futsal no Brasil, como um modelo, não só de profissionalização do

esporte em si, mas de inclusão social. Com este trabalho ela vem respondendo por isso, com

as suas escolinhas e tudo o mais. Ela é a Confederação!”.

18. Quais são as ações de comunicação/marketing da Liga Futsal específicas para

aumentar o interesse do torcedor pelo esporte?

“Olha, eu acho que nesse caso é uma questão prática, porque a televisão faz sua opção?

Porque a Globo aberta faz opção pela Seleção Brasileira? Ela só faz porque tem um retorno

de audiência importante. Então, o fato de nós estarmos trabalhando, é um dado importante!

É que existe - uma eficiência tal de qualidade no futsal - que possibilita as emissoras a

obterem um retorno que justifique a sua compra. A Sportv não vai comprar um calendário,

do tamanho que compra, para fazer noventa e sete transmissões - são quase duzentas e

setenta exibições, entre Sportv 1 e Sportv 2 - se ela não tiver audiência e resultado. Então o

nosso resultado está acontecendo pela audiência que o próprio esporte dá. O esporte só dá

audiência, se for popular e conhecido, com regras simples e de fácil entendimento e tudo o

mais. É esse conjunto de coisas que o futsal tem trabalhado com eficiência. Está certo, essa é

a grande eficiência do futsal. A questão de como você vai trabalhar questões futuras é

normal da própria evolução do marketing, que você vai operar, e que tem que ser uma coisa

dinâmica! A direção do que nós queremos - está definida - é maior espaço nas mídias que

nós escolhemos. As mídias que dão maior popularização e maior penetração são: a mídia

televisão e a mídia internet. Não tem outro meio, pois nós precisamos trabalhar com imagem,

e nossa imagem tem que ser dinâmica, e isso você vai encontrar na televisão e na internet”.

19. Quais materiais promocionais são realizados pela Liga na sua divulgação?

“A Liga valoriza a camisa dos clubes, ela tem sua marca e tudo o mais, mas toda a

visibilidade é sempre dos clubes. A gente não substitui a visibilidade dos clubes pela

visibilidade da Liga, entendeu! É a mesma coisa se você pegar o Campeonato Brasileiro de

Futebol - você tem lá o Vasco, o Palmeiras, o Flamengo e tudo o mais - e estes são

valorizados. A nossa tendência é essa, pois este espaço tem que ser ocupado pelos clubes,

não por nós - não pela administração da Liga - não é a administração da Liga que tem que

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aparecer. Quem tem que aparecer são os clubes que a ela estão vinculados, porque é isso que

pode fortalecer os clubes na procura de suas parcerias e de seus patrocínios”.

20. O esporte tem recebido apoio do Governo como recebe o futebol de campo, por

exemplo? Se sim, quais são esses apoios?

“O que tem é o seguinte, o que você recebe. Você pode ter uma cidade que apóia mais ou

menos um clube. Por exemplo: Malwee está em Jaraguá do Sul, e lá tem uma arena como em

poucos lugares do Brasil. Então houve um investimento que foi feito pela Prefeitura e tudo o

mais, que resolveu colocar uma arena lá, isso ajuda o clube? Ajuda, mas dizer que isso foi

feito diretamente para o clube, isso não foi. O clube não depende só de recursos de órgãos

públicos municipais, mas normalmente, há um entendimento importante com a Prefeitura

local. Em termos Federais, não há qualquer ajuda! A ajuda que nós temos vem dos nossos

patrocinadores da Confederação. Quando a gente trabalha Confederação, trabalha a Liga

junto, oferecendo painéis. Normalmente temos painéis, aos clientes da Confederação como

Banco do Brasil e Correios. Mas isso, nesse caso, há um investimento enquanto empresa

mesmo”.

21. Existe algum trabalho específico de gerenciamento de ‘Brand’ (marca) voltado para

Liga Futsal? Se sim, como é feito?

“A Liga, hoje em dia, tem um grupo de pessoas trabalhando ‘full time’ pra ela. Seja

imprensa, seja comunicação, ela é uma organização objetiva nesse sentido, com o seu

próprio site. Tudo isso é feito pela própria Liga. Acho que poucos têm isso. Acho que o vôlei

faz isso. Nós fazemos - quem eu diria – mas que está fazendo isso de uma forma integral! Eu

prefiro não comentar a de terceiros - mas sei que nós - e o vôlei fazemos isso, com equipes

internas. Temos uma estrutura profissional interna fazendo isso. Na realidade, nós temos,

hoje - uma Liga profissionalizada - essa é a realidade”.

22. O que falta para que o futebol de salão possa ter um ‘status’ de produto ‘premium’

em âmbito nacional?

“Eu discordo num ponto - pra mim ela já é ‘premium’ - o esporte e a Liga são ‘premium’. Se

ela nesse momento mantém um contrato com mais de duzentas exibições, seja na TV fechada

ou em outro meio. É um volume muito importante - e que muito poucos têm. Então se nós

estamos entre os três esportes mais visualizados, evidentemente, você tem lá em cima o

futebol, você tem vôlei e futsal aqui. O grande distanciamento é entre o futebol e os demais”.

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23. Na sua opinião, quais são os pontos fracos e fortes do departamento administrativo

da Liga? E como as possíveis falhas podem ser melhoradas?

“Olha, eu diria que o nível de satisfação dos franqueados com a administração da Liga, só

para que você entenda, o seguinte: qualquer mudança na Liga tem que ser feita, não por

maioria absoluta, mas sim por número geral dos votos, ou seja, os vinte têm que concordar

para que seja estabelecida qualquer regra diferente. Isso deu para a Liga uma estabilidade

operacional e a confiança que os franqueados da Liga têm na direção. É muito grande! Com

a apresentação de balanços semestrais, de que está movimentando um dinheiro importante.

Como eu disse, a Liga é auto-suficiente para dirigir os seus destinos. Então essa

administração conseguiu um nível de resultados muito satisfatório. Quando eu afirmo essa

administração, é porque é aquela que eu conheço e participo, quer dizer, eu não quero julgar

aquela que eu não conheci, julgo aquilo que eu presencio. Nós já estamos fazendo melhorias

nos meios de comunicação. A melhoria dos serviços de imprensa, a melhoria dos serviços de

arquivo e iconografia. Ou seja, tudo aquilo que você não consegue fazer em um ou dois anos,

você tem que ter uma política de estabelecimento e desenvolvimento”.

24. Você tem idéia de qual é o valor atual que um clube cobra para negociar sua

franquia?

“Eu acho que uma franquia hoje em dia, deve estar pra mais de trezentos mil - isso era no

passado - acho que hoje, por menos de quatrocentos, quatrocentos e cinqüenta, você não vai

achar não. Um proprietário de uma franquia pode passar para outro. Por exemplo, a

DalPonte é detentora - se eu não me engano - de duas licenças, e se ela decide vender uma,

é um critério dela, a gente não interfere. A Confederação toma conhecimento e acompanha

os contratos de transferência. Um exemplo agora é o da Topper, que resolveu vender seus

direitos para a Intelli, e ela assumiu a franquia. Eu não me lembro de quanto pagou, mas os

valores naquela época giravam em torno de trezentos, trezentos e cinqüenta mil”.

25. Toda a estrutura administrativa da Liga é remunerada?

“A administração da Liga é toda profissional, com exceção do Diretor Executivo que é o

Vice-Presidente da Confederação que não tem remuneração. Mas os níveis gerenciais, o

pessoal de imprensa, o pessoal do site, todos eles têm salário mensal. São registrados e tudo

o mais. São registrados na Confederação. Quer dizer, a Liga, em si, recebe esses serviços,

recebe prestação de contas e tem discriminado todo esse pessoal que trabalha ‘full time’ pra

ela”.

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26. Existe a possibilidade de ter mais divisões da Liga Futsal?

“Olha, eu acho que isso vai ser inevitável. O próprio crescimento do esporte vai tornar

necessária uma Liga Ouro, Prata e Bronze, isso é um caminho inevitável. A Liga Ouro

sempre será a mais importante e a que tem contrato de televisão. Eu não posso garantir que a

Liga Prata tenha esse tipo de contrato. Então quer dizer, é a mesma coisa com o Futebol e a

série B, ela tem lá Televisão, depois de quantos anos? Então, não é uma coisa que você

estabelece de uma hora para a outra”.

27. Os jornalistas e assessores de imprensa gostariam de ver a Liga Futsal com jogos aos

domingos de manhã. Por que essa data não é usada?

“Eu digo pra você que tem jogo de futebol todo o dia, estou falando de futebol de campo.

Como ele resolve futebol de campo então? Futebol de campo tem no sábado à noite, no

sábado à tarde, tem domingo e tudo o mais, é uma questão de espaço e de grade de

programação. Eu tenho que, também respeitar aquele sujeito, que é meu parceiro. Se a

Sportv me diz o seguinte: ‘Oscar, eu tenho aqui uma programação montada e pra mim é

interessante o sábado à noite, segunda à noite e etc’. Agora você pega jogos do futsal nessa

fase de semifinal tem todo dia, então essa questão de grade você precisa respeitar aquele que

está fazendo com você. Não é só chegar para um cara e falar: ‘Ah, não quer domingo então

não vou colocar’. Se qualquer televisão me propuser espaço no domingo a qualquer hora eu

vou tentar encontrar uma forma de ajudar, porque é a minha divulgação. Nós precisamos

olhar o conjunto, não dá para olhar especificamente a questão de um jornal. Qual é a

questão do jornal que você vê objetivamente aqui? Você olha para o dia o seguinte: ‘A

Maurren Maggi ganhou uma medalha’ - e eram duas da madrugada - o jornal só vai mostrar

no dia seguinte, aquilo, não tem jeito! A dinâmica de cada veículo vai ser diferente. A

televisão vai dar - com uma agilidade brutal - ela transmite 24 horas. Agora você vai dizer

porque você não faz jogo para o jornal? Eu não posso pensar nos trezentos mil, duzentos e

cinqüenta mil leitores, ou vezes quatro, um milhão de leitores de um jornal, eu tenho que

pensar na cobertura que eu tenho que dar - tentar dar, num evento - não tem jeito! Tem que

respeitar rádios e tudo o mais. Então você tem que optar, você tem que escolher, e a minha

opção eu diria pra você o seguinte, e de uma forma muito objetiva: ‘se uma TV aberta me

desse as terças à tarde, nos dias de semana, eu faria um grande evento, porque eu vou

provocar a divulgação e vou atingir crianças e famílias. Se me der à noite entre as dez e

meia, perfeito! Eu vou fazer um negócio trabalhando adultos, aí depende como você vai se

encaixar”.

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28. Você gostaria de acrescentar alguma coisa que não foi dita na sua entrevista?

“Nós temos hoje - talvez sejamos o único esporte que tem - súmula de jogo on-line. O que eu

digo para você é o seguinte: ‘se teve uma falta agora, daqui a cinco minutos você pode ir no

site que tem a informação’. Então com jogo ocorrendo você vai estar tendo a informação do

resultado do jogo, e número de qualquer tipo de penalidade. Ou seja, você tem uma súmula

on-line. Terminou o jogo você sabe de tudo”.

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2.2 Entrevista pessoal com Jorge Luiz Rodrigues – Editor de esportes do jornal O Globo

Entrevista realizada em 10 de julho de 2008. Jorge Luiz Rodrigues é editor de esportes

do jornal, ‘O Globo’, do Rio de Janeiro. Telefone: (21) 2534 5242 – e-mail:

[email protected]. Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado; afirmações

geradas a partir do material gravado.

1. Por que a mídia em geral não dá uma maior cobertura para a Liga Futsal?

“O que acontece com a Liga é que os jornais são divididos em dois tipos: o jornal que é

esportivo, e jornal que é de informação geral – que é o caso de ‘O Globo’. Como nosso

jornal não é um jornal esportivo, o nosso espaço só permite que se contem as melhores

histórias do esporte. Imagina se nós conseguíssemos noticiar, diariamente, vinte e oito

esportes olímpicos, mais Fórmula 1, mais aqueles que são esportes panamericanos. Em

resumo, a gente não tem espaço para tudo isso, nós precisamos de boas histórias pra contar.

A meu ver, o problema essencial da Liga - e que eu bato nisso, há anos - e que parece que

entra por um ouvido e sai pelo outro - é que ela, a Liga, se preocupa muito com a

transmissão da televisão. Ela acha que: ‘Ponto um’ - se a televisão transmitir, seus

problemas estão solucionados. ‘Ponto dois’- um ginásio lotado no interior do Rio Grande do

Sul, vale mais para ela que o alcance nacional que possa ter aquele jogo. O primeiro grande

absurdo da gestão da Liga é exatamente esse. Já o segundo é - você ao marcar uma rodada

completa da Liga - todos os jogos, exceto o jogo da TV que é sábado à tarde, para o sábado

às dezenove horas ou vinte horas, impossibilita que os grandes jornais do país noticiem

aquele evento, porque os jornais de domingo eles têm um tamanho imenso e por isso eles

demandam uma antecipação da rodagem da impressão de determinados cadernos. O prazo

máximo pra fechar um jornal de domingo é dezenove e trinta do sábado”.

2. Quais ajustes devem ser feitos para que a mídia se interesse pela Liga Futsal?

“O primeiro deles é utilizar o maior dia para a realização de eventos esportivos que é o

domingo. A Liga ignora solenemente - burramente - eu posso até me dar o direito de usar

essa palavra forte, porque eu gosto de futebol de salão - desde que eu me entendo como

gente. Então eu diria a você, que é meu esporte número dois, depois do futebol de campo.

Então eu posso usar essa palavra - cavalheiro - porque desde que eu comecei no jornalismo

eu já me interesso por futsal. Então, a partir do momento que ela não utiliza os domingos pra

suas rodadas, ela despreza o fato de que às segundas-feiras, todos os grandes jornais do país,

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terem um Caderno de Esportes, ou seja, o maior espaço que o esporte tem na mídia nacional,

é segunda-feira. Realizando um jogo sábado você já sai perdendo, porque a internet já

divulgou aqueles resultados. Você vai ter que buscar uma coisa que já é velha pro leitor,

então você vai ter que priorizar o que acontece no domingo. Porque todas as finais de tênis

são aos domingos? Porque a maioria dos grandes jogos de futebol são aos domingos?

Porque a Formula 1 só tem corrida aos domingos? Porque todos os grandes eventos

esportivos - da face da terra - são realizados nos domingos. Não é por- falta de aviso- que a

Liga vem fazendo isso, já há anos que a gente vem pedindo isso e não tem sucesso”.

3. O veículo de comunicação que você trabalha dá a devida cobertura a este esporte?

“Nós damos um espaço menor do que eu gostaria de dar, por essas razões que eu já te

relatei. Como que eu vou valorizar um esporte ou, vou anunciar um bom jogo, se eu não

tenho condição de dar o resultado do jogo pro dia seguinte, pro meu leitor! Como eu vou

anunciar um bom jogo de futsal no sábado, num espaço decente, se eu não tenho condição, de

no domingo, o leitor ter esse resultado na página, porque o jogo começa depois do jornal ser

fechado. Então, eu não posso enganar o meu leitor, ele é o único que eu não posso enganar, e

ele não é burro - ao contrário do que os dirigentes acreditam - o leitor não é burro. O Vasco

da Gama fez uma pesquisa há pouco tempo, perguntando quais os esportes que os vascaínos

gostavam mais. O futsal está entre os três, e o Vasco não tem um bom time de futsal. O Futsal

é o esporte brasileiro que mais tem atletas federados, depois do futebol, três vezes mais

atletas federados do que o Vôlei, segundo o anuário estatístico do IBGE”.

4. Como você avalia a organização da CBFS para a Liga Futsal e como você avalia o real

estágio dos clubes de futsal do país?

“Eu acho que a CBFS, ela tem avanços e retrocessos. Por exemplo, avanços: ela conseguiu

construir um centro de treinamento que está entre os melhores do Brasil de todos os esportes

em Fortaleza. Ao mesmo tempo, ela é uma entidade retrógrada a partir do momento que ela

faz uma licitação para o Mundial de Futsal e permite que uma filha de um Diretor ganhe a

licitação. Então, se ela cria uma boa imagem por um lado, ela joga por terra toda a imagem

boa que ela pode vir a ter com entidades internacionais. Eu acho que essas coisas, por

exemplo, para se construir um muro você leva dois, três dias, isso se botar um número

considerável de homens. Já para você destruir um muro, basta você ter uma marreta, aí vai

marretando, e no máximo, em uma hora, você derruba aqui tudo, não é verdade? Pra

destruir é muito mais fácil que construir. E ela com essas pequenas coisas, que na verdade,

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de pequenas nada têm, ela consegue destruir a imagem dela, como nesse episódio da

licitação do Mundial. Quem ganhou a licitação foi a filha do Diretor Executivo do Mundial,

para administrar 20 milhões de reais! Então é um negócio que joga por terra, e a imprensa

está noticiando isso aí. Isso esvazia o Mundial. Já os clubes da Liga, têm uns com estruturas

muito boas, como a Malwee de Santa Catarina, o Carlos Barbosa, o próprio Petrópolis aqui

do Rio que está dando exemplo de boa organização, e vêm crescendo ano a ano, investindo

no esporte com os pés no chão. Mas o que falta a esses clubes é a visão macro, a visão deles

é muito interiorana, muito bairrista, eles se contentam em encher os ginásios deles e não

alcançam a visão nacional da coisa. É Liga Nacional? Então você tem que ter uma visão

macro. Agora, você não consegue chegar ao macro, se você não conseguir atingir o seu

público. O leitor de Petrópolis de ‘O Globo’ jamais vai conseguir acessar o noticiário do

clube dele. Porque o Petrópolis fica a sessenta quilômetros do Rio, é fora da cidade do Rio.

‘O Globo’ tem quase que 90% de sua base de leitores como assinantes. Esses assinantes

precisam que o jornal chegue na casa deles o mais rápido possível, então quanto mais tarde

eles fizerem o jogo, menos chances têm de entrar num primeiro clichê. Infelizmente o

marketing da Confederação de Futsal, é muito mal feito, é uma coisa muito pequena para o

potencial que tem. O futsal para o que ele é, era pra estar entre os cinco maiores esportes do

Brasil em divulgação, pelo número de praticantes, gente que gosta, torcedor que se identifica

com o esporte”.

5. Você conhece alguma ação de divulgação da Liga Futsal realizada pela CBFS? Se sim,

qual?

“As ações da Confederação que eu acho são fracas. Porque não adianta você levar a Liga

pra promover eventos em que você vai fazer uma festa de abertura, como foi feito este ano,

num sábado às vinte horas, ninguém vai divulgar isso, gente! Isso tem que ser feito durante a

semana, fazer um almoço para reunir o maior número possível de órgãos de comunicação,

para que eles tenham um maior tempo hábil, para digitar suas matérias e enviar as suas fotos

com rapidez, para que entre na internet, entre nos jornais. Jamais fazer um jantar! Ninguém

lança nenhum grande evento de esporte que queira alcançar mídia no dia seguinte

promovendo um jantar. Tem que fazer um almoço, uma solenidade, um café da manhã.

Porque a FIFA marcou o sorteio do Mundial para meio dia em Brasília? Para que a Europa

pudesse ter o resultado em tempo hábil”.

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6. Você pode mencionar os veículos de imprensa que mais cobrem o futebol de salão? Há

efetivamente jornalistas especializados nesse esporte? Há veículos especializados no

futebol de salão? Se não, por que isso não acontece se é o esporte mais praticado no

Brasil?

“Internet, jornais do interior, pois têm cidades que vivem para o Futsal, como Jaraguá do

Sul, Carlos Barbosa, mas é uma visão muito bairrista, muito interiorana. O futsal se contenta

com pouco, ele não alcança os grandes centros. É desconhecida essa ação da Liga em São

Paulo, por exemplo. Basta ver que você tem equipes paulistas de mais força como o Orlândia

e o Garça”.

7. Quais seriam os dias ideais para se jogar a Liga Futsal? Você acha que o calendário

da Liga Futsal deve ser modificado? Se sim, por que?

“Eu não sou contra segunda-feira, por exemplo. Segunda-feira é um bom dia, mas que os

horários sejam mais acessíveis. Não se pode desprezar o domingo, esse dia é fundamental

para se ter um jogo de Futsal às onze da manhã. Porque não fazer às dezesseis? Porque é o

horário do Futebol de Campo. A imprensa não tem condições de cobrir o Futsal às dezesseis

e nem o torcedor vai. Então faça às onze!

8. Na sua opinião, quem lucra mais com o futebol de salão. São os Jogadores, a

Confederação ou os Patrocinadores?

“Quem ganha mais é a Confederação! Basta você ver o potencial do futsal que o Banco do

Brasil e os Correios estão patrocinando, os dois brigando para patrocinar, mais a Malwee, a

Tramontina, a VM de Minas e o Banespa. As empresas patrocinam, mas quem ganha mais é a

Confederação. Parece que o valor da franquia gira em torno de cento e cinqüenta mil reais.

Os clubes poderiam ganhar muito mais dinheiro, se eles estivessem voltados pra isso, com um

lado mais profissional da coisa. O futsal se profissionalizou dentro de quadra, os jogadores

ganham muito dinheiro, as comissões técnicas são muito bem preparadas, agora no lado

mercadológico ainda está engatinhando, está na idade da pedra! A Liga poderia estar muito

mais avançada do que está, sem sombra de dúvida!”.

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2.3 Entrevista pessoal com Denis Borges – Malwee Futsal

Entrevista realizada em 04 de julho de 2008. Denis Borges é assessor de comunicação

da equipe ‘Malwee Futsal’ da cidade de Jaraguá do Sul - SC. Telefone: (47) 9919 1177 – e-

mail: [email protected]. Todas as citações a seguir são de autoria do

entrevistado; afirmações geradas a partir do material gravado.

1. O trabalho de assessoria de imprensa que você presta para o clube de futebol de salão

está voltado para a imprensa local, regional ou nacional?

“Na verdade, o futsal é diferente dos outros tipos de esporte, mais especificamente, do futebol

de campo. O meu trabalho acaba sendo dividido em três partes. Primeiro o meu trabalho

com a imprensa local é diário e contínuo, ou seja, todos os dias eu mando uma sugestão de

pauta para a imprensa local, eu acompanho todos os treinamentos e estou com o time

durante o tempo todo. Um outro trabalho que eu faço é com relação à imprensa nacional.

Então, na imprensa nacional, eu tenho alguns veículos e tenho alguns jornalistas estratégicos

que incluo no meu ‘mailling’. Eu mando nossas notícias diariamente para o ‘Globo Esporte’

e ‘Jornal O Lance’. Veículos como estes recebem diariamente nossas notícias. Não pra todos,

eu mando notícias diariamente. Têm alguns veículos que eu só mando quando tem alguma

coisa diferente, por exemplo, quando o time foi disputar o Mundial na Espanha. Aí, eu já

abro para um ‘mailling’ nacional mais completo, porque não adianta você mandar um

material diariamente, e o jornalista simplesmente deletar. Então, ele precisa saber que se eu

estou mandando o material para ele, é porque tem alguma importância, alguma razão. E um

outro trabalho que eu também faço está relacionado à imprensa local de onde nós estamos

jogando. Vamos supor: vamos fazer um jogo em Minas, em Belo Horizonte, como eu tenho

um ‘mailling’, muito bom, com mais de seis mil jornalistas, eu faço a divulgação regional de

onde estamos jogando e disparo nossas notícias”.

2. Como a mídia tem reagido a esse trabalho? Há espaços cativos para o futebol de salão

ou ele tem que competir com os outros esportes e, por isso, leva desvantagem em termos

de divulgação?

“Na verdade o futsal é o esporte mais praticado no Brasil, só que o espaço que ele tem na

mídia, nem de longe condiz com o espaço que ele tem na vida das pessoas. Eu tenho

conseguido um resultado muito bom desde que eu cheguei aqui, em todos esses três pontos

que eu já falei. Agora realmente, a gente disputa espaços com muitos outros esportes. Por

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exemplo, você pega o handebol, ou esportes que são menos praticados, eles têm um espaço

muito maior que o nosso, por isso, nós estamos sempre brigando por poucos espaços. Um

jornal, ‘O Lance’, por exemplo, tem mais de vinte páginas, mas apenas duas são destinadas a

todos os esportes, tirando o Esporte Motor, o Futebol, e Olimpíadas. Em resumo, nós ficamos

lutando por duas, ou três páginas para colocar nossas notícias. Às vezes nós damos uma –

mordiscada - no espaço dos outros, mas não é sempre”.

3. Como são mensurados os resultados dos serviços prestados? Existe algum relatório de

controle?

“Bom, na verdade é um trabalho novo que eu faço aqui na Malwee. Muitas equipes não têm

feito esse tipo de trabalho o que dificulta o comparativo. Mesmo assim, eu acredito que, hoje,

o grande ganho que a equipe vem tendo com o meu trabalho, é com relação aos aspectos

qualitativos e também quantitativos. Eu tenho tido um envolvimento muito grande com a

imprensa nacional e também com a imprensa local. Temos conseguido aumentar muito o

nosso espaço, temos aumentado a freqüência de inserção das nossas notícias nesses veículos.

Mas, eu não tenho um serviço de ‘clipping’ que é muito importante para medir os resultados

obtidos. Nós temos uma empresa, que estamos orçando, eles já fizeram um trabalho para nós

durante um tempo, eles fazem todos os cálculos de valor de retorno de mídia e tudo o mais.

Em relação a nossa exposição de mídia do ano passado, em apenas um mês, nós aumentamos

cerca de 40%, o retorno dentro dos veículos que já tínhamos espaços”.

4. Na sua opinião, qual a importância do futsal como produto para a mídia em geral e

em especial para a TV aberta?

“Nesse caso, eu vou falar até como um profissional de marketing que eu sou. O futsal está

por ser descoberto, o futsal enquanto produto é excelente para quem investe, porque ele dá

um retorno muito bom, até mesmo para a TV que abre espaço para ele. É muito bom, pois,

ele é um esporte muito agradável. O futsal hoje, talvez até ousando achar alguma coisa, é

uma versão americanizada do futebol, porque ele é uma corrida contra passagens, ele é um

futebol com gols. É muito raro você ver uma partida, ‘ zero a zero’, nessa Liga. Foram

apenas três, você vê partidas com cinco, seis, sete gols, é um esporte muito dinâmico. Quando

eu converso com pessoas ligadas ao esporte, de muita expressão, elas sempre me comentam

como seria bom ter o futsal na TV aberta - pelo quão dinâmico ele é - e pelo retorno que ele

pode dar”.

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5. Em que ambiente e segmentos de veículos (jornais, revistas, TV aberta, TV fechada,

rádio e internet) há maior espaço para a divulgação desse esporte e do clube para o qual

presta serviço em particular?

“Então, a Malwee tem um espaço aberto na mídia estadual, eles têm um espaço muito bom. A

Malwee Futsal é um nome muito forte, ela leva o Estado a um status de estrela no esporte em

nível mundial. Aqui nós temos um espaço ‘muito legal’: TV, Jornal, Rádio. Eles são

fantásticos, nos dão muito espaço. Então, aqui nós temos um espaço muito legal! Com

relação à mídia nacional, eu te diria que, a internet é muito mais aberta a outros esportes,

como é o futsal. Nessa mídia nosso espaço também é muito bom. Sempre que acontece algo

de relevante, nós também conseguimos um maior espaço na mídia nacional. Então eu não

reclamo com relação à Malwee Futsal, mas eu acho que ainda falta, com relação ao esporte,

uma maior cobertura da grande imprensa”.

6. Você tem alguma sugestão para que a Liga Futsal possa ter uma maior exposição nos

veículos de comunicação?

“Na verdade - quem sou eu pra falar isso - eu trabalho aqui na Malwee Futsal, eu procuro

fazer o meu trabalho aqui no meu clube. A Liga tem bons profissionais que trabalham por lá.

Profissionais que eu tenho algum contato, e que sempre estão presentes nos eventos. Eles se

desdobram para participar de tudo, não só da Liga, mas da seleção também. Agora o que

acho é que, se todos os clubes fizessem um esforço para aparecer mais na mídia,

trabalhassem com assessoria de imprensa profissional, com as ferramentas que a

comunicação oferece, sem dúvida, o esporte iria ganhar muito”.

7. Quais são as técnicas utilizadas para conseguir uma melhor exposição do clube nas

mídias locais, regionais e nacionais?

“Eu tento passar para todos esses veículos as informações que eu, enquanto torcedor,

telespectador, gostaria de receber. Então eu procuro trabalhar um material que dê ao

jornalista condições de falar do futsal, com a fluência que ele fala do futebol. É claro que, eu

não consigo fazer isso pelo esporte como um todo, porém eu faço pela minha equipe. Em

todos os jogos eu tenho uma relação de todos os jogadores. Essa relação vem com idade,

apelido, nome completo, naturalidade, peso, altura etc. Outro dia mesmo, foi muito legal:

tínhamos um jogador nosso fazendo aniversário no dia do jogo e todos ficaram sabendo

graças e essa relação de dados que nós temos. Outras informações que eu sempre passo para

mídia em geral, são todos os títulos que nós temos, os resultados de todos os nossos jogos

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durante o ano, e todos os atletas que fizeram os gols. Enfim, eu tento passar o maior número

de informações aos profissionais para que se trabalhe como se trabalha no futebol, com o

máximo de recursos possíveis”.

8. A Copa do Mundo de Futsal será realizada no Brasil. Como o seu clube vai aproveitar

esse momento para ampliar a divulgação do esporte?

“Então, a Copa do Mundo é muito importante – agora, mais do que nunca - porque o Brasil

perdeu as duas últimas edições. A Copa do Mundo vindo para Brasil é uma chance grande da

nossa equipe aparecer também, devido ao fato de termos quatro jogadores na seleção: - o

Thiago goleiro, o Ari, o Lenísio e o Falcão – quatro de catorze, é um número muito

expressivo. Assim que acabarem os Jogos Olímpicos, entra em destaque o Mundial de Futsal,

e dependendo dos resultados do Brasil nos Jogos Olímpicos, essa evidência do futsal poderá

ser ainda maior”.

9. O que as estratégias de comunicação e marketing podem fazer para ampliar a

divulgação do esporte?

“Na verdade essas estratégias são muito específicas. Elas dependem muito de onde se quer

chegar, de onde o clube ou o patrocinador querem chegar. Na verdade, o futsal é um esporte

onde clubes e patrocinadores, muitas vezes, são basicamente a mesma coisa. Eu vejo isso

como uma coisa positiva, vejo de uma forma muito boa. Você vê, por exemplo, o nome da

nossa equipe é Malwee Futsal, não é Malwee Jaraguá, não é Jaraguá do Sul. Não é Jaraguá,

mas alguns veículos nos chamam de Jaraguá, negando o nome da empresa que é Malwee.

Esses veículos utilizam o argumento que a empresa não os está pagando para que o nome

seja falado durante a transmissão, só que se existe um interesse muito grande no esporte, e se

o Futsal dá resultado para quem transmite, é porque empresas como a nossa, estão

investindo no esporte e pagando jogadores, como o Falcão, para ficarem no país”.

10. Qual é o prazo mínimo para que um bom trabalho de assessoria de imprensa no

futsal possa dar resultados?

“Eu estou aqui há seis meses, na verdade, estou completando seis meses esses dias. Eu vou te

dizer que a Malwee já tinha um trabalho de assessoria de imprensa diferente, não era um

assessor dedicado exclusivamente à equipe, mas um prestador de serviços. O meu trabalho

aqui é diário com a equipe, inclusive nos treinos e nos jogos. Eu estou desde o primeiro

treino da semana até a viagem de ônibus de dezoito horas. Eu acho que o fato de estar

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sempre com a equipe fez a grande diferença no trabalho. Existem coisas que, se você não faz

um trabalho diário, não irão aparecer, como um treino, por exemplo. Eu acho que quem

começar um trabalho de assessoria no futsal, em um mês já vai sentir a diferença, desde que

esteja no dia a dia do grupo”.

11. Relate detalhadamente as principais dificuldades encontradas por você em seu

trabalho como assessor de imprensa dentro do esporte, no âmbito local, regional e

nacional?

“Na verdade o grande desafio para divulgar o clube para o qual eu trabalho é a divulgação

do próprio esporte, ele ainda não é tão divulgado quanto poderia, não sei de quem é a culpa

disso. Se o futsal tivesse a sua grandeza traduzida em mídia, seria muito mais fácil pra todo

mundo. Eu sei que o esporte pode aparecer muito mais na imprensa nacional. Na regional eu

não tenho nenhum problema, até porque o sul do país é muito ligado ao futsal”.

12. Você pode mencionar os veículos de imprensa que mais cobrem o futebol de salão?

Há efetivamente jornalistas especializados nesse esporte? Há veículos especializados no

futebol de salão? Se não, por que isso não acontece se é o esporte mais praticado no

Brasil?

“A que mais dá cobertura é a internet. Sem dúvida a internet para o futsal é importantíssima.

Ela é de fundamental importância para a divulgação de nosso esporte, até porque, a maioria

das pessoas passa o dia inteiro no trabalho em frente a um computador, e essas pessoas,

acabam tendo contato com o mundo exterior através da internet. Esse veículo te dá uma

possibilidade infinita. Você pode mandar as notícias quase em tempo real e o espaço de

publicação não é um limitador. O Jornal dá muita cobertura para o nosso esporte em nível

regional. A TV aqui no Estado de Santa Catarina, também dá uma boa cobertura. Sempre

que vamos jogar em alguma outra cidade tem TV cobrindo. Em resumo, nossa penetração

nos veículos é boa, porém, onde menos aparecemos é na mídia Revista. As revistas são muito

específicas, só vamos aparecer em uma que fale do futsal, já as outras não. Numa ‘Placar’,

por exemplo, não é fácil, pois eles trabalham só futebol de campo”.

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135

2.4 Entrevista pessoal com Falcão – Jogador da Malwee Futsal

Entrevista realizada em 04 de julho de 2008. Falcão é jogador da Malwee Futsal e da

Seleção Brasileira, é também, o melhor jogador do mundo considerado pela FIFA. Telefone

da loja do atleta: (47) 3055 0012. Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado;

afirmações geradas a partir do material gravado.

1. Qual é a sua opinião sobre a organização geral da Liga Futsal?

“Olha, eu acho que a organização da Liga poderia melhorar um pouco, a gente tem alguns

débitos ainda - alguns defeitos - e tinha que ter a humildade de melhorar. Eu acho que a

gente tem que seguir alguns padrões de divulgação, de mídia. A gente vê que o esporte, todo

muito gosta, todo mundo pratica, mas tem algo pra melhorar. A gente espera que melhore, e

isso é uma coisa que eu brigo muito, mas tem alguma coisa a ser melhorada sim”.

2. Qual é a sua sugestão para que a Liga Futsal possa ganhar mais espaço na mídia?

“Não pode um jogador ter mais mídia que o esporte inteiro, isso pra mim é muito bom, só

que para o esporte isso não é bom. A gente tem que rever, olhar para as empresas que

investem nesse lado promocional de mídia, e tentar melhorar. Tem gente que acha que está

bom, e infelizmente o pensamento é assim, não faz crescer o esporte. A gente espera que seja

revisto isso, principalmente num ano especial de Mundial da Fifa, se o Brasil ganhar, vai ser

uma grande repercussão, e isso, tem que ser estendido, se manter, não pode acabar no

Mundial”.

3. Se você fosse convidado pela Liga para ser garoto propaganda, você aceitaria?

“Com certeza. Eu acho que tudo está direcionado para o esporte, em todos os lados, eu estou

a favor. Eu sou um cara que não penso só em mim, eu penso no esporte, eu estou louco para

que apareça um fenômeno novo. Pra mim é horrível escutar que, quando eu parar ninguém

sabe o que vai ser do esporte aqui no Brasil, e não pode ser assim! Isso depende da mídia,

ela tem que pegar dois, três garotos e trabalhar eles, pra que lá na frente quando eu estiver

parando já tenha substituto, pelo menos, pra chamar público”.

4. Você já jogou fora do Brasil. Qual a principal diferença administrativa?

“Olha, a gente tá em julho, nós já jogamos mais jogos que eles jogam numa temporada

inteira, muito mais jogos! Eu acho que lá, quando um jogador se machuca, um jogador

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importante, e fica um mês parado, ele vai perder no máximo três, quatro jogos. Aqui o

jogador fica um mês parado vai perder dez, doze jogos, isso é um absurdo! Isso pesa muito

na hora de jogar. Na Liga Espanhola se eles quiserem treinar pra um Mundial e botar todas

as convocações dos mesmos jogadores, eles convocam, porque todos os jogadores estão lá.

Já no Brasil, isso não acontece. Por eles pensarem mais no atleta, do que na parte comercial,

faz com que eles estejam alguns passos na nossa frente”.

5. Destaque o aspecto positivo e o negativo de disputar a Liga Futsal?

“Cara, é o torneio que a gente mais gosta de jogar! É prazeroso, quando acaba a Liga a

gente já começa a contar os dias para começar a outra. Só que às vezes é maçante, você

jogar sábado, por exemplo, em Canoas, e ter que jogar na segunda lá em Teresópolis; é uma

coisa absurda, sobre-humana, e isso acontece muito com todas as equipes. Aí, de repente,

você fica quinze dias sem jogar, aí, de repente, tem quatro jogos em uma semana. São tão

visíveis essas coisas, que poderia ser visto com um pouco mais de carinho, o que melhoraria

muito!”.

6. Quais são os principais produtos licenciados com a marca ‘Falcão’?

“Olha, tirando o patrocínio com a Umbro, que a Umbro faz os meus produtos, tanto tênis

quanto roupa, e desde a linha infantil, temos uma fabricação de mais doze produtos juntos

com a Malwee, oito masculinos e quatro femininos. Agora vai sair uma nova coleção. A idéia

é lançar chinelos, toalhas e outras coisas. O público aqui em Jaraguá do Sul consome muito,

eles vivem pro esporte e isso pra nós é maravilhoso, é um reconhecimento fantástico!”.

7. Você tem a idéia de franquear a sua loja?

“Tenho, tenho sim, a procura até é grande. Muita gente já vem me procurando, eu estou

entrando em detalhes sobre isso, que não é uma coisa tão simples de se fazer, envolve

documentação, envolve muita coisa, mas é um pensamento sim. Quem sabe ganhando alguns

títulos individuais de novo, a gente vai ter mais tempo pra pensar. As minhas escolinhas de

futebol já são franquias, e eu quero fazer a mesma coisa com a loja”.

8. Você tem alguma empresa que gerencia a sua imagem?

“A maioria das coisas é feita pelo meu escritório mesmo. Na minha loja a gente tem o nosso

escritório. E para a parte comercial de alguns produtos tem uma empresa de Florianópolis

que faz. Até o comercial da ‘Choco Leite’ que eu estou fazendo agora, foi fechado por eles”.

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2.5 Entrevista pessoal com Joelma de Souza – Falcão Sports

Entrevista realizada em 04 de julho de 2008. Joelma de Souza é vendedora da loja

Falcão Sports, localizada na Rua Marechal Deodoro da Fonseca nº 739 – Jaraguá do Sul - SC.

Telefone: (47) 3055 2112. Todas as citações a seguir são de autoria da entrevistada;

afirmações geradas a partir do material gravado.

1. É comum encontrar o jogador aqui na loja?

“Ele treina o tempo inteiro, treina dois, três períodos, então é raro encontrar ele por aqui.

Sorte das pessoas que estão aqui, na raridade, quando ele vem. Quando ele vem, ele

autografa camisas, mas isso, quando ele vem”.

2. O Falcão faz algum evento específico dentro da loja?

“Ah, sim! Aqui em Jaraguá foi feito isso na inauguração da loja. Ele estava aqui

autografando, mas isso, é feito em eventos isolados. Ele vai fechando contratos e realiza os

eventos. Por exemplo: inauguração de um ginásio, lá não sei aonde, aí chamam ele, e ele vai,

autografa, tira fotos”.

3. Ele é um jogador acessível ao torcedor?

“É sim, na arena se você vai lá ver o jogo, você consegue falar com ele. Se você espera,

depois do jogo, tu consegues tirar foto. Na questão de fãs, ninguém tem o que reclamar. Se a

pessoa tiver paciência de esperar terminar o jogo, ficar lá fora esperando, ele atende. Eu

nunca vi nenhum fã reclamar dele, ele é muito atencioso com todo mundo”.

4. Quais são os produtos mais vendidos aqui na loja?

“Especificamente a camisa da Malwee com o nome dele, existem outras camisas da Malwee

sem nome nenhum, mas, a que mais vende, é com o nome dele. Aqui na loja o nosso

diferencial é que a gente consegue o autógrafo. O cliente compra a camisa, deixa aqui e

depois ele autografa. A gente pega o nome, pega o telefone e quando fica pronto, a gente liga

para o cliente vir buscar a camisa autografada”.

5. Existem produtos específicos que só vendem aqui na loja?

“Ele tem uma grife só dele, que foi montada exclusivamente pela Malwee para ele. Quando

ele veio para Jaraguá, a empresa montou toda uma grife com o nome dele. Ele escolheu

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como queria algumas coisas e o resto foi feito pela Malwee. Foram produzidas essas

camisas, que só aqui na loja a gente tem, com exceção de duas que a loja da Malwee vendia

também. Depois, no ano passado, foi lançado a grife com a Umbro, agora a Umbro está

lançando produtos atrás de produtos. Fizeram tênis que só ele usa, novas camisas com

bordados, foi feito bonés, foi feito bolas, foi feito‘munhequeiras’. Esses produtos vendem aqui

e pela loja virtual pra todo Brasil”.

6. Qual é o tipo de público que mais compra na loja?

“Público geral, não tem um público específico, é geral mesmo. Os praticantes do esporte são

os que menos compram, se for ver, compram mais tênis e calção. O que eu vejo, é que as

crianças gostam mais de ter o quite com o nome dele. Já uma pessoa adulta vai comprar só a

camisa, não vai andar por aí com o quite completo”.

7. Quais são as principais estratégias de divulgação da loja?

“Os adesivos que estão na loja mesmo, quando a loja fez um ano, foi feita divulgação na

rádio. Às vezes, alguma revista vem fazer uma reportagem com ele, e aí sai algo da loja.

Quando tem evento dele, eles levam os ‘banners’ da loja e do site”.

8. Ele tem outros negócios em Jaraguá do Sul?

“Sim, ele tem escolinha de futebol e tem quadras pra alugar. A escolinha de futebol é

realizada em parceria com um clube da cidade, daí as crianças treinam lá”.

9. Qual é a circulação média de pessoas na loja?

“É difícil dizer, tem dias que segunda-feira a loja tem bastante gente. Nós nunca controlamos

isso, depende muito da época, tem gente que recebe dia dez, tem gente que recebe no dia

primeiro, isso muda o movimento das pessoas na loja. O que tem também, são os curiosos

que entram pra ver a loja, na maioria das vezes são crianças que ficam olhando pra ver se

encontram o Falcão”.

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2.6 Entrevista pessoal com Dalvino Coelho – Torcedor da Malwee Futsal

Entrevista realizada em 04 de julho de 2008 em jogo realizado na cidade de Jaraguá do

Sul entre as equipes da Malwee Futsal e Teresópolis/DalPonte. Dalvino Coelho é morador da

cidade de Jaraguá do Sul, proprietário da ‘Braz Fox Games’ e torcedor da equipe de futebol

de salão Malwee Futsal. Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado; afirmações

geradas a partir do material gravado.

1. Qual é a importância da Malwee Futsal para a cidade de Jaraguá?

“O time da Malwee contribui no desenvolvimento, na divulgação do nome da cidade dentro

do país. Ela é um entretenimento a mais que soma para o povo, para a população. Ela ajuda

no desenvolvimento social com a garotada que estuda na escolinha do Falcão e que se

esforça também, pra ser um jogador. Então, eu acho que essa contribuição pra sociedade, é a

nossa satisfação de ver o time da Malwee vencer”.

2. Na sua opinião, o que tem de pior e de melhor aqui na Arena de Jaraguá?

“De pior eu acho que, a quadra devia ser reformulada, pois os próprios jogadores reclamam

um pouco do piso, devia ser um piso melhorado. A parte do fundo das arquibancadas devia

ser reconstruída também”.

3. Quando você vem para a Arena, você torce para a Malwee ou para Jaraguá do Sul?

“Pra Malwee, pra Malwee. Eu acredito que o dono da empresa vestiu a camisa desse time; é

ele que divulga a marca dele em cima do time, e sem ele, nós não íamos conseguir ter um

time desse nível. Então, eu penso que, o nome do time devia ficar sendo Malwee mesmo.

Inclusive, nas redes de televisão, quando eles falam o nome Jaraguá, e não utilizam o nome

da Malwee, eu acho que, isso é uma falta de incentivo, pois as empresas de telecomunicação

vivem dizendo que as empresas deviam incentivar mais os esportes, aí quando tem uma

empresa que divulga o nome, eles pegam e usam o nome da cidade, e não usam o nome do

patrocinador”.

4. Quais são os meios de comunicação que você usa para acompanhar o futsal?

“Bom, eu acompanho aqui pessoalmente na arena, e também acompanho pela internet, pelo

site da Liga Futsal, que eu gosto muito! E na televisão, quando tem jogo, eu assisto, mas é

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pouco divulgado na televisão, pouco incentivado. Pela ‘Sport TV’ eu assisto também, quando

tem”.

5. O que você acha do modelo de disputa da Liga Futsal 2008?

“Ele me agrada, eu acho que está bem legal assim. Teve uma mudança este ano, mas eu acho

que não vai dar muita diferença. Que vença o melhor né!”.

6. Você tem alguma consideração final a fazer?

“Eu acho legal, a iniciativa de vocês de estar tentando fazer um trabalho em cima do futsal,

porque o futsal é um dos esportes mais praticados no mundo, e um dos menos incentivados. E

hoje, por exemplo, Jaraguá do Sul está dando uma grande força para o futsal. É uma das

maiores potências deste esporte. Eles estão indo pro Japão, pra outros países, estão levando

o nome não só da cidade, mas do próprio futsal, que eles querem que cresça”.

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2.7 Entrevista pessoal com Júlia Tischner – Torcedora da Malwee Futsal

Entrevista realizada em 04 de julho de 2008 em jogo realizado na cidade de Jaraguá do

Sul entre as equipes da Malwee Futsal e Teresópolis/DalPonte. Júlia Tischner é moradora da

cidade de Jaraguá do Sul, dona de casa e torcedora da equipe de futebol de salão Malwee

Futsal. Todas as citações a seguir são de autoria da entrevistada; afirmações geradas a partir

do material gravado.

1. Qual é a importância da Malwee Futsal para a cidade de Jaraguá?

“Eu acho que é muito importante, porque ela além de nos fornecer esses eventos, patrocinar,

porque eu acho que elas patrocinam o futsal, eu acho que é muito legal. Isso é cultura

também, não deixa de ser cultura”.

2. Na sua opinião, o que tem de pior e de melhor aqui na arena de Jaraguá?

“A diversão, a gente vê muita família, eu acho que isso é importante é algo que une a família.

De ruim, até agora, eu não vi nada, apesar de eu não vir muito. Quando eu venho, eu gosto

muito”.

3. Quando você vem para a arena, você torce para a Malwee ou para Jaraguá do Sul?

“Olha, eu torço pro time, porque eu conheço pessoas do time. Então é claro que é dentro da

Malwee, eles estão jogando por ela. Eu gosto do time porque a Malwee tá em Jaraguá, mas

eu amo a cidade”.

4. Quais são os meios de comunicação que você usa para acompanhar o futsal?

“Sim, eu vejo pela TV. Eu gosto de ver pela TV a Cabo, pela Sportv”.

5. O que você acha do modelo de disputa da Liga Futsal 2008?

“Não, eu não conheço, eu não acompanho a disputa”.

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2.8 Entrevista pessoal com Ari Valdemeri – Torcedor da Malwee Futsal

Entrevista realizada em 04 de julho de 2008 em jogo realizado na cidade de Jaraguá do

Sul entre as equipes da Malwee Futsal e Teresópolis/DalPonte. Ari Valdemeri é morador da

cidade de Jaraguá do Sul, construtor autônomo e torcedor da equipe de futebol de salão

Malwee Futsal. Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado; afirmações geradas

a partir do material gravado.

1. Qual é a importância da Malwee Futsal para a cidade de Jaraguá?

“A importância muito grande, não só pra Jaraguá como para o esporte dentro de Santa

Catarina”.

2. Na sua opinião, o que tem de pior e de melhor aqui na arena de Jaraguá?

“A Arena está toda ela boa. Eu acho que está faltando na arena é mais limpeza nos

banheiros. A limpeza não está legal, as cadeiras também, você chega e elas não estão bem

limpas, seria mais uma limpeza, porque o resto está tudo legal”.

3. Quando você vem para a arena, você torce para a Malwee ou para Jaraguá do Sul?

“Eu torço primeiro pra Malwee, depois pra cidade, pois torcendo pra Malwee naturalmente

está torcendo pra Jaraguá”.

4. Quais são os meios de comunicação que você usa para acompanhar o futsal?

“Acompanho mais por TV, pela Sportv, eu sou um assinante deles”.

5. O que você acha do modelo de disputa da Liga Futsal 2008?

“Eu conheço o modelo, eu acho que está bem legal. Este ano, até eu acho que, mudou um

pouquinho. A classificação está pra quatro equipes por grupo, se bem, que a de antes, que

classificava dois, eu acho que era melhor”.

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2.9 Entrevista pessoal com Sirla Cdxezz – Torcedora da Malwee Futsal

Entrevista realizada em 04 de julho de 2008 em jogo realizado na cidade de Jaraguá do

Sul entre as equipes da Malwee Futsal e Teresópolis/DalPonte. Sirla Cdxezz é moradora da

cidade de Jaraguá do Sul, dona de casa e torcedora da equipe de futebol de salão Malwee

Futsal. Todas as citações a seguir são de autoria da entrevistada; afirmações geradas a partir

do material gravado.

1. Qual é a importância da Malwee Futsal para a cidade de Jaraguá?

“A Malwee é muito importante para a cidade de Jaraguá do Sul. O futsal foi a melhor coisa

que eles podiam fazer. É bom ter esse jogo numa arena bonita assim né, isso é muito

importante pra nós”.

2. Na sua opinião, o que tem de pior e de melhor aqui na arena de Jaraguá?

“Não, eu acho que está ótimo! Eu não tenho nada pra me queixar, está muito bom!”.

3. Quando você vem para a arena, você torce para a Malwee ou para Jaraguá do Sul?

“Ah, eu torço pra Malwee, porque eu sou de Jaraguá, eu gosto do time da Malwee, eu venho

assistir o jogo da Malwee, porque eu gosto de ver eles jogarem”.

4. Quais são os meios de comunicação que você usa para acompanhar o futsal?

“Eu vejo só aqui na arena de Jaraguá”.

5. O que você acha do modelo de disputa da Liga Futsal 2008?

“Não conheço o modelo de disputa da competição”.

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2.10 Entrevista pessoal com João Antônio – Torcedor da Malwee Futsal

Entrevista realizada em 04 de julho de 2008 em jogo realizado na cidade de Jaraguá do

Sul entre as equipes da Malwee Futsal e Teresópolis/DalPonte. João Antônio é morador da

cidade de Jaraguá do Sul, motorista de veículos de turismo e torcedor da equipe de futebol de

salão Malwee Futsal. Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado; afirmações

geradas a partir do material gravado.

1. Qual é a importância da Malwee Futsal para a cidade de Jaraguá?

“Olha eu acho que nós estamos simplificando a coisa, Malwee hoje, é nacional. Isso aqui é

uma maravilha, um espetáculo! A arena é uma coisa de primeiro mundo, não é? A Malwee

não é algo pra se discutir, é uma realidade, um espetáculo de grandeza!”.

2. Na sua opinião, o que tem de pior e de melhor aqui na arena de Jaraguá?

“Sinalização, principalmente, não é? E eu acho que em boa parte, apesar de que Santa

Catarina promove muito o esporte, mas eu acho que ainda falta um pouco de promoção. Eu

quero parabenizar também, a Prefeitura aqui de Jaraguá do Sul, que já conheço de longo

tempo, e sei que é uma Prefeitura super organizada, os seus projetos esportivos são bem

organizados”.

3. Quando você vem para a arena, você torce para a Malwee ou para Jaraguá do Sul?

“Na verdade pra Malwee, mas todos sabem que se trata de Jaraguá do Sul, é a Malwee que

investe. Ela desenvolve o esporte de uma forma muito organizada”.

4. Quais são os meios de comunicação que você usa para acompanhar o futsal?

“Esse é o problema! As nossas TV`s infelizmente não transmitem o futsal, transmitem outra

coisa, mostram o futebol de campo. As empresas de comunicação não dão tanta importância

para o futebol de salão, raramente você vê transmissão de jogos de futsal”.

5. O que você acha do modelo de disputa da Liga Futsal 2008?

“Eu acho muito legal!”.

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2.11 Entrevista pessoal com Camila Roberta Galo – Torcedora da Malwee Futsal

Entrevista realizada em 04 de julho de 2008 em jogo realizado na cidade de Jaraguá do

Sul entre as equipes da Malwee Futsal e Teresópolis/DalPonte. Camila Roberta Galo é

moradora da cidade de Jaraguá do Sul, jornalista e torcedora da equipe de futebol de salão

Malwee Futsal. Todas as citações a seguir são de autoria da entrevistada; afirmações geradas a

partir do material gravado.

1. Qual é a importância da Malwee Futsal para a cidade de Jaraguá?

“Olha eu acho que a Malwee, ela representa - meio que, uma realização da cidade - por meio

do futebol. Eles cobram muito da equipe, e a equipe acaba, meio que, correspondendo. Eles

representam o sucesso da cidade”.

2. Na sua opinião, o que tem de pior e de melhor aqui na arena de Jaraguá?

“De melhor, eu acho que o conforto sabe! Você chega fácil, senta fácil, bem confortável, o

banheiro é bom. O pior, eu acho que a arena é pouco usada, ela podia ter mais funções além

do esporte”.

3. Quando você vem para a arena, você torce para a Malwee ou para Jaraguá do Sul?

“Eu torço pra Jaraguá. Se fosse qualquer outro nome do time eu viria pra torcer do mesmo

jeito”.

4. Quais são os meios de comunicação que você usa para acompanhar o futsal?

“Eu acompanho mais pela televisão, por causa da Liga que passa e pelo jornal daqui, o

‘Correio do Povo’, que cobre bastante esse time”.

5. O que você acha do modelo de disputa da Liga Futsal 2008?

“Eu acho muito bom!”.

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2.12 Entrevista por e-mail com Dalton Dirceu Hanemann – Assistente Administrativo

Entrevista recebida por e-mail em 03 de outubro de 2008. Dalton Dirceu Hanemann é

assistente administrativo da empresa Malwee. Telefone: (47) 2107 7613 – e-mail:

[email protected]. Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado;

afirmações geradas a partir do e-mail recebido na data acima citada.

1. Por que a sua empresa escolheu o futebol de salão para patrocinar?

“A Malwee Futsal iniciou a parceria no ano de 2001 com equipe de futsal da cidade de

Jaraguá do Sul (SC). Inicialmente, já se planejavam projetos para a finalidade de conotação

social de colaborar com esporte jaraguaense, pois, por meio desta equipe buscava-se

projetar-se nacionalmente. Surpreendentemente o patrocínio ganhou grande projeção:

conquistando uma torcida apaixonada, que vai aos estádios gritando o nome da equipe

Malwee”.

2. Descreva todas as ações de comunicação que são realizadas pela empresa baseada

neste patrocínio?

“Exposição nos meios de comunicação, seja na mídia eletrônica ou impressa, ocasionando

melhorias na imagem institucional e difundindo a marca em todo o Brasil. Tanto que hoje,

para muitos não há mais distinção entre a equipe de Jaraguá e a patrocinadora Malwee

Malhas, tudo se resume ‘Equipe Malwee Futsal’. Obviamente, esta interação entre a equipe e

patrocinador não foi conquistada ‘da noite para o dia’. Estamos caminhando no oitavo ano

do patrocínio, uma parceria que proporciona sucesso, alcançando significativos resultados

para a empresa, como uma empresa que ‘abraça o esporte’”.

3. A pouca divulgação dos meios de comunicação afeta a sua ação de patrocínio?

“Conforme descrevemos na primeira questão, nossa ação de patrocínio sempre se focou em

interagirmos com projetos de conotação social e de colaborar com o esporte. Sendo assim, a

comunicação não afeta nossas ações”.

4. Como vocês acham que esse esporte poderia ser mais divulgado pela mídia?

“A falta de transmissões de emissoras abertas tem nos afetado de forma negativa, pois não

sabemos a razão que as mesmas não têm interesse em transmitir alguns jogos de clubes”.

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5. Onde está o principal problema do futebol de salão?

“Mídia TV aberta, pouca projeção, esporte amador e não olímpico. Como já havíamos

comentado, a mídia de TV aberta nos afeta de forma negativa, a falta de interesse nas

transmissões dos jogos é um dos maiores problemas. Também, não podemos nos esquecer

que por este esporte ser amador e não ser olímpico, também gera uma falta de interesse pelas

mídias”.

6. A empresa vem tendo retorno de imagem com essa ação de patrocínio. Qual retorno?

“Temos um bom retorno, pois nossa busca sempre foi um reconhecimento do público pelo

compromisso que assumimos ao esporte”.

7. Qual o principal problema encontrado para patrocinar um time de futebol de salão?

“Precisaríamos de um maior apoio das emissoras abertas, para uma visibilidade maior do

esporte e, por assim, do patrocinador também”.

8. Quanto tempo mais sua empresa patrocinará esse esporte e por quê?

“Não temos previsão até quando permanecerá a parceria da empresa Malwee Malhas e o

Futsal de Jaraguá do Sul. Mas temos confirmado que para este ano de 2009 nossa parceria

continuará”.

9. Quanto em média as empresas investem para patrocinar um clube de futsal?

“Não divulgamos valores”.

10. O que poderia ser feito para aumentar o interesse e o retorno do investimento em

futebol de salão no Brasil?

“A associação que fazemos com o clube e da marca é um elemento decisivo na estratégia de

valorização, divulgação e rejuvenescimento do que estamos querendo vender. Acreditamos

que um respaldo maior das mídias como Globo, SporTv, ESPN, favoreceria um interesse

maior da população brasileira”.

11. Qual é o valor aproximado que a Liga cobra para ser um franqueado? O

investimento vale a pena? Se sim, por quê?

“Não divulgamos valores”.

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2.13 Entrevista por e-mail com Roberto Toledo – Assessor de Imprensa da Liga Futsal

Entrevista recebida por e-mail em 06 de setembro de 2008. Roberto Toledo é assessor

de imprensa da Liga Futsal. Telefone: (62) 9228 1464 – e-mail: [email protected].

Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado; afirmações geradas a partir do e-

mail recebido na data acima citada.

1. O trabalho de assessoria de imprensa que você presta para a Liga Futsal está voltado

para a imprensa local, regional ou nacional? Como a mídia tem reagido a este trabalho?

Há espaços cativos para o futebol de salão ou ele tem que competir com os outros

esportes e por isso leva desvantagem em termos de divulgação?

“O trabalho que a gente faz está voltado para a imprensa nacional. Temos um ‘mailling’ com

os principais veículos de comunicação de todo o país. Lógico que, em algumas regiões, temos

um espaço maior normalmente em cidades que estão diretamente envolvidas com a Liga

Futsal. É comum ver textos produzidos pela assessoria de imprensa em jornais destes

Estados. Conseguimos fazer esse acompanhamento, através de empresas de ‘clipagem’, que

são contratadas para termos a noção da resposta do nosso trabalho. O futsal tem seu espaço

em alguns jornais e outras regiões. Em jornais de âmbito nacional, normalmente a cobertura

se dá através de fatos inusitados, históricos, ou pela Seleção Brasileira”.

2. Como são mensurados os resultados dos serviços prestados? Existe algum relatório de

controle?

“Há sim! Todo ano tem o relatório de tudo que foi publicado nos sites e do material que foi

publicado em jornais, revistas de todo o país. Essa medição é feita por empresas

especializadas”.

3. Na sua opinião, qual a importância do futsal como produto para a mídia em geral e

em especial para a TV aberta? Em que ambiente e segmentos de veículos (jornais,

revistas, TV aberta, TV fechada, rádio e internet), há maior espaço para a divulgação

desse esporte e do clube, para o qual presta serviço, em particular?

“Vejo o futsal como um produto de entretenimento para a mídia em geral. É um esporte

bonito de se ver e que atrai a atenção do público como espetáculo. Acredito que o grande

desafio do futsal, é se transformar em um esporte de competição, para os demais públicos,

assim como é o futebol. Mas isso só ocorreria se a TV aberta transmitisse jogos de clubes.

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Existem muitas transmissões de rádio, sites especializados, jornais que dão grande espaço,

mas ainda falta a tv aberta transmitir jogos de futsal. Tvs regionais, às vezes transmitem,

como é o caso da TV Sergipe, que transmite os jogos do campeonato sergipano e tem uma

boa audiência. Entretanto é um fato isolado”.

4. Você tem alguma sugestão para que a Liga Futsal possa ter uma maior exposição nos

veículos de comunicação?

“Acredito que deve se preocupar com a tabela. Colocar jogos em poucos dias. Eleger o‘dia

do futsal’, como já foi feito com o basquete. Ter um calendário que atraia os veículos de

comunicação. Não pode dividir a atenção com o futebol, porque sempre vai perder. Tem que

procurar horários estratégicos, que fica bom para os meios de comunicação, e para o público

que vai aos jogos”.

5. Quais são as técnicas utilizadas para conseguir uma melhor exposição da Liga nas

mídias locais, regionais e nacionais?

“Fazer contato direto com os jornalistas que cobrem esporte. Quando o evento é importante,

a Confederação os convida para acompanhar, com todas as despesas pagas pela entidade.

Sempre procuramos mandar material para os jornais, antes do horário do fechamento, porém

isso é difícil, porque muitos jogos acabam tarde”.

6. A Copa do Mundo de Futsal será realizada no Brasil. Como a Liga Futsal vai

aproveitar esse momento para ampliar a divulgação do esporte?

“A Liga Futsal em si não está envolvida com o Mundial. Mas o Comitê organizador do

Mundial no Brasil, montado pela Fifa, faz um trabalho de divulgação do esporte em todo o

país, que se chama ‘Promotional Tour’. Em todas as capitais existem palestras sobre o futsal,

onde é abordado o esporte, e dá um destaque para os campeonatos, incluindo a Liga Futsal”.

7. O que as estratégias de comunicação e marketing podem fazer para ampliar a

divulgação do esporte?

“Procurar pontos positivos e diferentes no esporte, e dar maior visibilidade. Um exemplo

disso foi uma matéria que saiu no ‘Lance’ no final de 2007. Era um momento que se discutia

o que fazer com o futebol feminino no Brasil, já que não conseguiram organizar nenhum

campeonato nacional. Aproveitei o momento para dar um destaque para o futsal feminino,

que tem diversas competições nacionais, bem diferentes do futebol. O jornalista gostou da

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idéia porque ele pôde fazer esse paralelo. Ou seja, sempre procurar idéias diferentes, que

fujam da rotina para atrair a atenção do público. Para que, aos poucos, o esporte possa ficar

mais popular”.

8. Qual é o prazo mínimo para que um bom trabalho de assessoria de imprensa no futsal

possa dar resultados?

“Não sei, exatamente, em questão de tempo. Mas deve criar uma rotina de contatos com os

veículos, para os resultados aparecerem”.

9. Relate detalhadamente as principais dificuldades encontradas por você em seu

trabalho como assessor de imprensa dentro do esporte, no âmbito local, regional e

nacional?

“Acredito que, a maior dificuldade é, a falta de conhecimento do esporte por grande parte

dos profissionais, e falta de interesse por outro esporte, que não seja o futebol. Quando

acompanho as partidas ‘em loco’, normalmente jogos decisivos da Liga e campeonatos da

CBFS, recepciono todos os profissionais de imprensa e tiro as dúvidas. Para alguns, tenho

que explicar fundamentos básicos do esporte. Dar dicas que, qualquer mínimo conhecedor do

esporte saberia. A falta de interesse também é grande, porque para o futsal está reservado o

espaço que sobra do noticiário”.

10. Você pode mencionar os veículos de imprensa que mais cobrem o futebol de salão?

Há efetivamente jornalistas especializados nesse esporte? Há veículos especializados no

futebol de salão? Se não, por que isso não acontece se é o esporte mais praticado no

Brasil?

“Os principais veículos normalmente estão na região sul. Entretanto existem locais onde o

futsal atrai a atenção da mídia local, como o Acre, Roraima, Pará, Rio Grande do Norte,

Sergipe. São locais onde o futsal tem um espaço grande, às vezes até pelo não

desenvolvimento do futebol. Jornais como ‘Correio do Povo’, ‘A Notícia’, de Santa Catarina

e alguns do interior do Rio Grande do Sul, até mesmo o ‘Zero Hora’, de Porto Alegre, dão

espaços bons para o futsal. ‘O Globo’, é outro jornal que acompanha bem o futsal,

principalmente por causa do seu editor de esportes, que tem um contato direto com o esporte.

Existem algumas revistas sobre futebol de salão e blogs, porém são poucos. Jornalistas

especializados em futebol de salão eu conheço apenas o Marcelo Rodrigues, da Sportv,

porém existem outros em rádios, principalmente do interior do país. Como eu já disse antes,

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não há essa especialidade do futsal no país, porque ele é visto como modalidade de

espetáculo, e não como competição. Acredito que uma Olimpíada ajudaria bastante a mudar

essa visão”.

11. Relate detalhamente todas as ações de comunicação, em especial, a de assessoria de

imprensa, que foram utilizadas para a divulgação da Liga Futsal 2008, tanto no seu

decorrer, quanto no seu lançamento?

“Na abertura da Liga Futsal, convidamos jornalistas dos principais veículos de comunicação

do país para acompanhar a entrega dos prêmios dos melhores da Liga 2007 e da abertura da

competição. No decorrer é enviado material em forma de release e boletins informativos para

todo o mailling cadastrado diariamente. Há um contato direto com jornalistas da área na

tentativa de conseguir espaço para o futsal. Esse contato é feito por telefone, e-mail e msn”.

12. Como foi organizado o evento de lançamento da Liga Futsal 2008? A quais públicos

ele foi direcionado e por quê? Quais foram os aspectos positivos e negativos desse

evento?

“O lançamento foi organizado pela CBFS e pelo Praia Clube, em Uberlândia. O clube, que

participava da competição pela primeira vez, cedeu o espaço para fazer o lançamento. Ele foi

direcionado à imprensa em geral e clubes participantes. A Confederação Brasileira de Futsal

aproveitou o momento de realização de um amistoso da Seleção Brasileira contra a Sérvia,

na mesma época, atraindo a atenção da imprensa nacional. Pontos positivos: - Atraiu a

atenção de um público que não tem costume em acompanhar a Liga Futsal, que é o caso da

imprensa de Minas Gerais. Pontos negativos: - Ficou longe do centro-sul do país, onde estão

os principais veículos que acompanham o esporte, por isso, muitos deles não enviaram

repórteres para cobrir o evento”.

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2.14 Entrevista por e-mail com Adeodato Rosa da Silva Júnior – Coordenador de Futsal

Entrevista recebida por e-mail em 22 de agosto de 2008. Adeodato Rosa da Silva Júnior

é coordenador de futsal do SPFC Praia Clube de Uberlândia. Telefone: (34) 3256 3100 – e-

mail: [email protected]. Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado;

afirmações geradas a partir do e-mail recebido na data acima citada.

1. O clube foi fundado há quanto tempo e há quanto tempo mantém equipe de futebol de

salão? Em que modalidades profissionais o clube atua ou dedica-se apenas ao futebol de

salão? Enumere os títulos conquistados ou desde quando está filiado à Liga?

“O Praia Clube foi fundado em 1972. Todas as modalidades (basquete, futsal e vôlei) são

semi-profissionais. Fomos, Campeão Mineiro em 93 e em 2003, Vice da Liga Sudeste em

2006. É a primeira vez que disputamos a Liga (parceria com o São Paulo Futebol Clube)”.

2. Existe um setor específico de comunicação/marketing? Quem é o responsável? Qual é

a sua estrutura (número de pessoas e formação profissional)? Que atividades e ações o

clube desenvolve em comunicação/marketing? Quais as ações específicas antes, durante

e depois dos jogos? Qual o e-mail, fone direto para contato com este setor?

“Sim. Sergio Gouvêa. Nove pessoas (jornalistas, publicitários e designers gráficos).

Marketing esportivo, marketing institucional e assessoria de comunicação. (34) 3256 3201 –

[email protected]”.

3. A mídia local, regional e nacional dá, no seu entender, atenção adequada ao futebol de

salão no Brasil? Se não, por que?

“Sim”.

4. Como se poderia atrair mais público para o futebol de salão?

“Com um apoio maior de empresas para a formação de equipes mais fortes, e

conseqüentemente campeonatos mais atrativos”.

5. Quais os principais desafios do futebol de salão no Brasil?

“Tentar segurar os atletas ‘revelações’, para que os mesmos permaneçam no país, e não

saiam tão cedo para o exterior”.

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6. Como avalia especificamente o relacionamento com a mídia? Existe uma ação

específica para a imprensa? Existe uma assessoria de imprensa ou assessor de imprensa

que trata especificamente do relacionamento com os veículos e jornalistas? Se sim, qual

é o nome do assessor de imprensa e como fazer o contato direto com ele (fone, e-mail)?

“Excelente. Sim, a Cláudia Salgado. (34) 3256 3113 – [email protected]”.

7. Que retorno o futebol de salão tem propiciado para o clube em termos de imagem,

marca, etc?

“O retorno poderia ser maior, caso houvesse transmissões na Tv aberta”.

8. O clube tem um plano de comunicação/marketing para o futebol de salão?

“Especificamente para o Futsal não”.

9. Como avalia a Liga Futsal atualmente? Pode enumerar aspectos positivos e/ou

negativos da Liga?

“Excelente. A organização é um ponto positivo, pois existem pessoas de bom caráter e que

estão sempre dispostas a atender os clubes participantes”.

10. De que recursos um clube de Futebol de Salão dispõe além do patrocínio das

empresas? Só o patrocínio das camisas sustenta o futebol de salão do clube?

“Recursos próprios (mensalidades, etc...). Não, não sustenta”.

11. Existe um vínculo entre os clubes de futebol de salão e a cidade/comunidade? Como

avalia no momento esta relação?

“Sim. Boa relação, pois a Prefeitura sempre está aberta a nos atender”.

12. Qual a sua visão sobre o presente e o futuro do futebol de salão no Brasil? E da Liga

em particular?

“O futsal brasileiro precisa se expandir para outras regiões, como norte, nordeste, centro

oeste (equipes da Liga). Precisamos também, buscar o título mundial, para que maiores

investimentos sejam feitos no esporte. Quanto à Liga, acho que seria muito interessante abrir

mais vagas para uma possível segunda divisão”.

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2.15 Entrevista por e-mail com Marcelo Vido – Gerente de Negócios e de Marketing

Entrevista recebida por e-mail em 11 de agosto de 2008. Marcelo Vido é gerente de

negócios e de marketing do Minas Tênis Clube. Telefone: (31) 3516 1091 – e-mail:

[email protected]. Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado;

afirmações geradas a partir do e-mail recebido na data acima citada.

1. Você tem acompanhado o futebol de salão nos últimos anos?

“Sim, tanto os jogos da Liga Futsal, quanto os jogos da Seleção Brasileira”.

2. Por quais meios de comunicação você atualiza seus conhecimentos quanto ao esporte?

“Site do Minas, Sportv, Internet e Jornal”.

3. A cobertura feita pelos veículos de comunicação tem contribuído para o

desenvolvimento do esporte?

“No Brasil a cobertura dada ao futebol é demasiada. Entendo também que é uma questão

comercial, pois se existe uma cobertura enorme é porque existem receptores das informações

e empresas que investem em forma de publicidade e patrocínio. Com isso, as modalidades,

ditas como especializadas, que incluem o futsal, têm uma cobertura muito pequena. Mesmo

com uma pequena cobertura, o futsal tem crescido através dos veículos de comunicação”.

4. Por que, no seu entender, a mídia ainda dá pouca atenção ao futebol de salão?

“Não só ao futsal, mas em todas as modalidades. Por outro lado, há uma questão comercial

envolvida. Quando o futsal tiver uma audiência nacional grande, com toda certeza o espaço

será maior nos veículos”.

5. A Liga Futsal é um produto da CBFS que equivale a um Campeonato Brasileiro de

clubes de futebol de salão. Você conhece a Liga Futsal?

“Como esportista e ‘minastenista’, acompanho todas as ligas que o clube participa”.

6. Você já viu alguma propaganda da Liga Futsal em algum veículo de comunicação?

“Não vejo propaganda. Vejo sim, os resultados pelo site e intranet do clube, no Sportv,

Internet e Jornal”.

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7. Você sabe quem foi o último Campeão da Liga Futsal?

“Sim, Malwee Jaraguá”.

8. Na sua opinião, quem é o principal jogador da Liga Futsal atualmente?

“Individualmente, o Falcão. Não tenho conhecimento técnico suficiente para uma análise

mais aprofundada. Talvez, o melhor para uma equipe, no sentido coletivo, não seja o

Falcão”.

9. Você acha que esse jogador tem um real potencial de Marketing para auxiliar na

divulgação da Liga nos meios de comunicação?

“Sim, pois é um ídolo reconhecido nacionalmente. Portanto, existe um real potencial para ser

trabalhado”.

10. Quais são as principais ações de Marketing realizadas pela CBFS para a Liga

Futsal?

“A Liga Futsal, na minha opinião, é uma das mais organizadas. Quando televisionados, a

publicidade estática é estruturada tanto nas laterais, fundos e no piso. Isso é um avanço”.

11. Qual a principal falha na divulgação do produto Liga Futsal junto aos seus diversos

públicos?

“Primeiro, quais são os públicos? Um dos problemas, novamente na minha opinião, é que o

futsal é mais uma modalidade vinda do futebol de campo, assim, como o de areia, o society, o

show bol. Desse modo, o futsal tem um concorrente pesado que é o futebol. Inclusive a mídia

do futsal é prejudicada pelo futebol. Uma pesquisa para definir em qual público o futsal tem

uma penetração maior, talvez possa ser um início”.

12. Na sua opinião quais seriam os principais problemas enfrentados pela Liga Futsal

para aumentar a sua visibilidade na mídia?

“Apesar de eu gostar da estrutura de franquias, acredito que vinte equipes é um número alto.

Tenho um quadro comparativo entre as quatro equipes de ponta no Minas (VM, VF, BA e

FUTSAL) em relação ao retorno de visibilidade. Sem dúvida, o futsal é a menor das quatro”.

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13. Como você vê o desenvolvimento deste esporte em nível mundial?

“Um acelerado desenvolvimento, principalmente na Europa. No mercado Americano, que é

importante para qualquer modalidade, é pouco desenvolvido. Um outro grande problema é o

político. A FIFA e o COI não se entendem. Com isso, acho que dificilmente o futsal volte a

ser modalidade panamericana e muito menos olímpica”.

14. A participação da FIFA na divulgação das Ligas em âmbito nacional pode ser

ampliada?

“Não sei se a FIFA tem muito interesse nessa divulgação. Força eles têm”.

15. A próxima Copa do Mundo de Futsal será realizada no Brasil. Como você analisa

esse evento do ponto de vista da divulgação da imagem institucional do esporte?

“Todo mundial é importante em vários aspectos. A divulgação é um deles. Qual seria o maior

interesse na divulgação? Aumentar os simpatizantes pela modalidade, atrair novos

investidores, novos praticantes, mostrar aos veículos de comunicação que o futsal é um bom

negócio? Do ponto de vista comercial para os veículos, a audiência (seja ela qual for) é a

principal razão para uma maior ou menor cobertura”.

16. Você acha que os nossos ginásios são adequados para os torcedores e atletas?

“Com algumas exceções, por exemplo, Maracanãzinho, Arena HSBC e Arena Vivo”.

17. Os ginásios permitem aos profissionais de imprensa exercerem bem seu trabalho?

“Nos locais citados acima, sim. Não conheço as outras praças de futsal”.

18. Você acha que a Liga Futsal tem um público adequado em seus jogos?

“Necessito atualizar os números. No Minas o público é razoável”.

19. Como ampliar a participação do torcedor nos dias de jogos?

“Identificando quem é o público alvo. Com isso, a assertividade pode ser maior. O futsal tem

que ser encarado como um entretenimento. Para isso, a presença e participação dos

torcedores são fundamentais. Vamos aprender com as ligas americanas, como a NBA”.

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20. O fato de muitas vezes o nome do clube vir atrelado ao nome do patrocinador

dificulta a fidelização dos torcedores e a criação de uma marca forte?

“É um assunto para uma boa discussão. Primeiro que a TV não divulga o nome do

patrocinador e, também, os clubes trocam os patrocínios com freqüência. Pode haver uma

dificuldade na assimilação pelos amantes da modalidade. Sou contra o excesso de ‘ logos’

nas camisas assim como nos nomes dos clubes”.

21. Na sua opinião, existe a possibilidade de transformar os clubes de futebol de salão

em clubes de tradição como existe no futebol de campo?

“Não, o futebol no Brasil é um caso totalmente especial. Nunca haverá a paixão pelo futebol,

comparada a nenhuma modalidade esportiva. No Brasil, chega a um ponto em que os

torcedores falam: ‘Eu sou atleticano, ou cruzeirense ou flamenguista’. E não falam que

torcem pelo Atlético ou Cruzeiro. Eles falam que são brasileiros, assim como são atleticanos

ou cruzeirenses”.

22. Atualmente os dirigentes esportivos no futsal são dirigentes profissionais?

“Acredito que tenham bons profissionais no futsal. O importante é, que atualizem seus

conhecimentos em outros mercados e outras modalidades”.

23. Quais são as principais características que um dirigente deve ter para atuar no

futebol de salão?

“Ética, respeito, conhecimento, inovação, ousadia, dentre outras características”.

24. Qual o principal problema enfrentado pela administração esportiva no futebol de

salão?

“É muito específico para eu dar minha opinião. Mas, a partir do momento que os valores e

princípios básicos do ser humano são usados em prol de alguma coisa, os objetivos poderão

ser alcançados. Temos que ter em mente, que o produto futsal só será um grande produto

quando a gestão for profissional e transparente. Com isso a credibilidade é conseqüência.

Não podemos jamais esquecer que o esporte é o único segmento da indústria que necessita de

concorrentes, ou seja, quanto mais equipes competitivas estiveram na disputa, mais o produto

terá atratividade para todos os envolvidos. É o famoso balanço competitivo”.

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2.16 Entrevista por e-mail com Tiago Amaral – Gerente de Marketing

Entrevista recebida por e-mail em 9 de julho de 2008. Tiago Amaral é gerente de

marketing da DalPonte & Cia Ltda. empresa de materiais esportivos e patrocinadora da Liga

Futsal. Telefone: (54) 3441 9013 – E-mail: [email protected]. Todas as citações

a seguir são de autoria do entrevistado; afirmações geradas a partir do e-mail recebido na data

acima citada.

1. Por que a sua empresa escolheu o futebol de salão para patrocinar?

“A DALPONTE entrou no segmento do Futsal, pela grande tradição que este esporte tem

aqui no sul, e pelo espaço que o mercado calçadista oferecia nessa modalidade esportiva”.

2. Descreva todas as ações de comunicação que são realizadas pe la empresa baseada

neste patrocínio?

“Atualmente patrocinamos três clubes da liga futsal, onde possuímos placas de publicidade

nas quadras e fechamos contrato com a Liga em 2008, para colocação do centro de quadra

em todos os ginásios da Liga. Patrocinamos também atletas do Brasil e exterior que utilizam

os nossos calçados. Essas são algumas das formas que temos para comunicar a marca, e

apresentar nossos produtos de performance”.

3. A pouca divulgação dos meios de comunicação afeta a sua ação de patrocínio?

“Certamente, a pouca divulgação dessa prática esportiva pelos meios de comunicação, faz

com que o investimento seja mais controlado. Dizer controlado, não significa que seja menor,

mas sim mais analisado, pois o retorno em termos de imagem se dá mais nas quadras e nos

pontos de venda”.

4. Como vocês acham que esse esporte poderia ser mais divulgado pela mídia?

“Para que o Futsal seja mais divulgado, acredito basicamente no interesse de clubes de

futebol em entrar com força nessa modalidade. Hoje o futebol de campo concentra todas as

atenções da mídia e acaba enfraquecendo o apoio no futsal”.

5. Onde está o principal problema do futebol de salão?

“Hoje o futebol de campo não é mais visto como um esporte e sim como uma empresa. Tem

administração profissional, estratégias de negócios, marketing bem definido e todo um

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glamour que envolve as competições. No futsal ainda não temos esse perfil. Os clubes são

dirigidos por pessoas que têm afinidade com o esporte, são amantes do futsal e tentam fazer

com que o futsal cresça. Acredito que o grande problema seja a falta de profissionalismo na

administração. Não digo que as pessoas que dirigem os clubes, não saibam o que fazem, mas

uma administração profissional, faz com que o foco deixe de ser um pouco,‘o amor que o

dirigente tem pelo esporte’, e passe a ser encarado como um negócio, que tenha atratividade,

lucro, e que desperte o desejo de praticantes e torcedores”.

6. A empresa vem tendo retorno de imagem com essa ação de patrocínio. Qual retorno?

“Hoje, segundo pesquisa de mercado, a ‘DalPonte’ é vista como a marca número 1 do futsal.

Como patrocinamos por 7 anos a Seleção Brasileira e sempre fizemos ações com os clubes,

nos deu a possibilidade de ter essa imagem no mercado. Mesmo com a saída da Seleção, no

início do ano, conseguimos manter esse status”.

7. Qual o principal problema encontrado para patrocinar um time de futebol de salão?

“Acredito que o principal problema está na mensuração do retorno. Se esse retorno será

institucional, em termos de imagem da marca, ou se será um retorno financeiro, onde a

marca se tornará desejada e procurada no ponto de venda, devido ao patrocínio de um

clube”.

8. Quanto tempo mais sua empresa patrocinará esse esporte e por quê?

“A DALPONTE nunca deixará de apoiar o futsal, pois está no DNA da empresa. A empresa

cresceu com o futsal e tem um grande know-how. Esse segmento, mesmo não sendo a grande

atração dentro do cenário do futebol, é muito praticado devido ao crescimento das cidades

que, cada vez menos, possuem campos de futebol. As pessoas que praticam futebol, acabam

praticando futsal pela disponibilidade de locais, e pela necessidade de agrupar um menor

número de pessoas”.

9. Quanto em média as empresas investem para patrocinar um clube de futsal?

“Este número é muito flexível, pois depende da estrutura do clube e das competições que ele

participa. Se tivesse que te dizer um valor médio, seria em torno de 50 mil reais”.

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2.17 Entrevista por e-mail com Atílio Cláudio Fonseca – Supervisor de Futsal

Entrevista recebida por e-mail em 7 de julho de 2008. Atílio Cláudio Fonseca é

supervisor de futsal do Sport Club Ulbra. Telefones: (51) 3477 9149 e (51) 8445 7986 –

e-mail: [email protected]. Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado;

afirmações geradas a partir do e-mail recebido na data acima citada.

1. O clube foi fundado há quanto tempo e há quanto tempo mantém equipe de futebol de

salão? Em que modalidades profissionais o clube atua ou dedica-se apenas ao futebol de

salão? Enumere os títulos conquistados ou desde quando está filiado à Liga?

“O clube foi fundado em 23/01/1998 e mantém o futsal desde então. O Sport Club Ulbra

dedica-se ao Futsal, Vôlei, Basquete, Atletismo, Futebol de Campo e Judô. Os principais

títulos conquistados foram: Campeão da Liga Futsal: 1998, 2002, 2003 – Em parceria com o

Inter – Inter/Ulbra em 1996”.

2. Existe um setor específico de comunicação/marketing? Quem é o responsável? Qual é

a sua estrutura (número de pessoas e formação profissional)? Que atividades e ações o

clube desenvolve em comunicação/marketing? Quais as ações específicas antes, durante

e depois dos jogos? Qual o e-mail, fone direto para contato com este setor?

“Sim, o responsável é o Campelo. Fale com eles lá no marketing. O telefone e o e-mail são

estes: (51) 3477 9149 - [email protected]”.

3. Como avalia especificamente o relacionamento com a mídia? Existe uma ação

específica para a imprensa? Existe uma assessoria de imprensa ou assessor de imprensa

que trata especificamente do relacionamento com os veículos e jornalistas? Se sim, qual

é o nome do assessor de imprensa e como fazer o contato direto com ele (fone, e-mail)?

“Ernane Campelo - [email protected] - 3477 9149 – imprensa”.

4. A mídia local, regional e nacional dá, no seu entender, atenção adequada ao futebol de

salão no Brasil? Se não, por quê?

“Sim”.

5. Como se poderia atrair mais público para o futebol de salão?

“Times de ‘camisa’ e Tv Aberta”.

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6. Quais os principais desafios do futebol de salão no Brasil?

“Ser olímpico. Voltar a ser campeão mundial em outubro”.

7. Que retorno o futebol de salão tem propiciado para o clube em termos de imagem,

marca, etc?

“Muito acima do esperado”.

8. O clube tem um plano de comunicação/marketing para o futebol de salão?

“Temos um plano de comunicação para todos os esportes”.

9. Como avalia a Liga Futsal atualmente? Pode enumerar aspectos positivos e/ou

negativos da Liga?

“O negativo é não ter TV Aberta. E o positivo é ter adquirido um padrão de formato de

disputa de clubes fixos. São 20 atualmente”.

10. De que recursos um clube de Futebol de Salão dispõe além do patrocínio das

empresas? Só o patrocínio das camisas sustenta o futebol de salão do clube?

“Dispõem das Parcerias e dos Patrocinadores. De forma alguma, tem que ter outros

apoios”.

11. Existe um vínculo entre os clubes de futebol de salão e a cidade/comunidade? Como

avalia no momento esta relação?

“Sim, na maioria tem. Aqui a relação é com a cidade de Suzano-SP. Muito bom pra nós e pra

eles. Divulga a cidade, nós os representamos nos jogos regionais e abertos de São Paulo”.

12. Qual a sua visão sobre o presente e o futuro do futebol de salão no Brasil? E da Liga

em particular?

“Precisamos com urgência ter a TV Aberta. Temos que ter uma Liga de Prata. Com o

Mundial agora em 2008, aqui no Brasil, esperamos que dê um ´plus’ de crescimento. A Liga

Nacional está crescendo e vai indo bem. O que precisa é o que já falei: TV Aberta, Times de

Camisa e que o Futsal se torne Olímpico”.

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2.18 Entrevista por e-mail com Cláudia Mendes – Assessora de imprensa

Entrevista recebida por e-mail em 4 de julho de 2008. Cláudia Mendes é assessora de

imprensa do PEC – Petrópolis Esporte Clube. Telefones: (24) 8811 1059 e (24) 2242 7909 –

e-mail: [email protected]. Todas as citações a seguir são de autoria da entrevistada;

afirmações geradas a partir do e-mail recebido na data acima citada.

1. O trabalho de assessoria de imprensa que você presta para o clube de futebol de salão

está voltado para a imprensa local, regional ou nacional? Como a mídia tem reagido a

este trabalho? Há espaços cativos para o futebol de salão ou ele tem que competir com os

outros esportes e por isso leva desvantagem em termos de divulgação?

“O trabalho é voltado para a imprensa local, regional e nacional. Porém, cada uma tem a

sua característica e foco. Por isso, necessitamos adequar o trabalho para que todos sejam

atendidos. Os órgãos de imprensa, de maneira geral, têm muito mais propensão a divulgar

uma marca com assessoria do que outra que não tem. A assessoria passa transparência,

profissionalismo, respeito pela informação e pelo torcedor. Quanto ao espaço para o futsal,

este é um dos problemas mais graves da atualidade, pois ele perde, a cada dia, pelo fato de

não ser olímpico”.

2. Como são mensurados os resultados dos serviços prestados? Existe algum relatório de

controle?

“Sim, trabalhamos com um ‘clipping’ mensal, e relatórios de impacto de mídia”.

3. Na sua opinião, qual a importância do futsal como produto para a mídia em geral e

em especial para a TV aberta? Em que ambiente e segmentos de veículos (jornais,

revistas, TV aberta, TV fechada, rádio e internet) há maior espaço para a divulgação

desse esporte e do clube para o qual presta serviço em particular?

“Infelizmente, o futsal perdeu em importância nos últimos anos, por ações não-profissionais

e pelo afastamento de craques dos grandes centros brasileiros, especificamente no Rio de

Janeiro. Os jornais podem dar divulgação maior, assim como as TVs abertas”.

4. Você tem alguma sugestão para que a Liga Futsal possa ter uma maior exposição nos

veículos de comunicação?

“Várias. E a principal delas é a mudança dos dias e horários dos jogos”.

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5. Quais são as técnicas utilizadas para conseguir uma melhor exposição do clube nas

mídias locais, regionais e nacionais?

“A melhor técnica é o contato direto, no dia a dia. Atender às necessidades da imprensa seria

fundamental para aumentar a divulgação do futsal. Envio de fotos, vídeos e ‘releases’

pontuais também são necessários”.

6. A Copa do Mundo de Futsal será realizada no Brasil. Como o seu clube vai aproveitar

esse momento para ampliar a divulgação do esporte?

“Este é um momento especial para o futsal. Mas as ações de aumento da divulgação do

esporte devem partir das entidades. Cremos que, com o Brasil campeão e um plano detalhado

de marketing e divulgação, modificando-se a estrutura do calendário atual e os vícios

existentes, poderá render algo inesperado para o esporte”.

7. O que as estratégias de comunicação e marketing podem fazer para ampliar a

divulgação do esporte?

“Tudo. Sem elas, nada existe. Sem divulgação, o torcedor não toma conhecimento do que

acontece no esporte. Assim, o patrocinador também se afasta, pois não há gente interessada

em consumir o produto. E o esporte morre, pois não há como se sustentar”.

8. Qual é o prazo mínimo para que um bom trabalho de assessoria de imprensa no futsal

possa dar resultados?

“Depende do planejamento. Se for feito de acordo com o que a imprensa precisa, pode ter

retorno imediato, em poucos meses, dependendo, é claro, da credibilidade dos profissionais

que executam”.

9. Relate detalhadamente as principais dificuldades encontradas por você em seu

trabalho como assessora de imprensa dentro do esporte, no âmbito local, regional e

nacional?

“Os jornais encontram extrema dificuldade por causa de seus fechamentos antecipados e

falta de recursos. Outra dificuldade é o péssimo horário em que o futsal é jogado. Isto

inviabiliza qualquer tipo de trabalho mais profundo. Falta também o apoio da entidade

estadual (Federação de Futsal)”.

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10. Você pode mencionar os veículos de imprensa que mais cobrem o futebol de salão?

Há efetivamente jornalistas especializados nesse esporte? Há veículos especializados no

futebol de salão? Se não, por que isso não acontece se é o esporte mais praticado no

Brasil?

“No Rio, o ‘Jornal dos Sports’ e ‘O Globo’ são os que mais divulgam o futsal. O Sportv

divulga apenas os jogos que transmite ao vivo. Há alguns jornalistas especializados neste

esporte. Alguns até exercem funções de chefia em determinados órgãos. Porém, eles não

podem brigar pelo esporte se os dirigentes das entidades não ajudarem. Existem sites

especializados, como o Futsal Brasil, Futsal na Rede, entre outros. A divulgação só não é

maior porque jamais se executou um plano para identificar quais seriam os melhores

horários e datas para as competições mais importantes e porque jamais se executou um plano

comercial sério, detalhando o público alvo, suas carências e seus desejos, para atrair

investidores e consumidores para o futsal”.

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2.19 Entrevista por e-mail com Kleber Rangel – Gerente de Futebol

Entrevista recebida por e-mail em 2 de julho de 2008. Kleber Rangel é gerente de

futebol da Malwee Futsal. Telefone: (47) 3376 3262 – e-mail: [email protected].

Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado; afirmações geradas a partir do e-

mail recebido na data acima citada.

1. O clube foi fundado há quanto tempo e há quanto tempo mantém equipe de futebol de

salão? Em que modalidades profissionais o clube atua ou dedica-se apenas ao futebol de

salão? Enumere os títulos conquistados ou desde quando está filiado à Liga?

“A equipe tem mais de 15 anos de existência, apenas a modalidade de futsal é mantida pela

equipe. Somos filiados à liga desde 2001, somos Bi Campeões da Liga Nacional, Penta

Campeões Brasileiros, Penta Campeã Estadual, Bi Campeã da Super Liga, Tetra Campeã da

Libertadores da América , Tetra Campeã Sul americana, entre outros”.

2. Existe um setor específico de comunicação/marketing? Quem é o responsável? Qual é

a sua estrutura (número de pessoas e formação profissional)? Que atividades e ações o

clube desenvolve em comunicação/marketing? Quais as ações específicas antes, durante

e depois dos jogos? Qual o e-mail, fone direto para contato com este setor?

“Existe hoje um assessor de imprensa chamado Denis, ele faz toda a comunicação da equipe,

o marketing é vinculado ao Dep. de Marketing da Empresa. Não temos uma ação de

marketing específica para a equipe, já que a empresa trabalha direcionada à empresa de

malhas. Denis é o nosso assessor, seu tel é: (47) 9919 1177”.

3. Como avalia especificamente o relacionamento com a mídia? Existe uma ação

específica para a imprensa? Existe uma assessoria de imprensa ou assessor de imprensa

que trata especificamente do relacionamento com os veículos e jornalistas? Se sim, qual

é o nome do assessor de imprensa e como fazer o contato direto com ele (fone, e-mail)?

“Resposta acima”.

4. A mídia local, regional e nacional dá, no seu entender, atenção adequada ao futebol de

salão no Brasil? Se não, por que?

“A mídia nacional vem crescendo no esporte como o próprio esporte, mas deixa muito a

desejar, isso é claro porque as ações de marketing das equipes de futsal não são feitas da

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maneira correta, até porque nenhuma equipe tem um departamento específico para o

marketing da equipe. Isso dificulta em muito as ações. Quando as equipes tiverem uma visão

mais profissional, com certeza, isso será fundamental para os patrocinadores”.

5. Como se poderia atrair mais público para o futebol de salão?

“Profissionalizando as equipes. No eixo sul do Brasil é melhor, pois os ginásios sempre têm

público, e o mais importante, público pagante, isso ajuda na receita de uma equipe. No

restante das regiões do Brasil é muito difícil”.

6. Quais os principais desafios do futebol de salão no Brasil?

“O principal desafio do Brasil é primeiramente ser campeão mundial, e com certeza assim, o

esporte ganhará novo oxigênio”.

7. Que retorno o futebol de salão tem propiciado para o clube em termos de imagem,

marca, etc?

“É muito satisfatório. Com certeza maior do que se investe”.

8. O clube tem um plano de comunicação/marketing para o futebol de salão?

“De comunicação já temos, com assessoria de imprensa, mas o marketing ainda esbarra nas

ações específicas da empresa”.

9. Como avalia a Liga Futsal atualmente? Pode enumerar aspectos positivos e/ou

negativos da Liga?

“A Liga Nacional necessita ainda aprender a ser mais profissional, está engatinhando,

mesmo com seus 11 anos, mas é que houve uma mudança de estratégia e quando há

mudanças, existem dificuldades. Lado positivo, é que os clubes vieram a ser mais respeitados,

a modalidade teve um crescimento, a mídia está um pouco mais perto, entre outras coisas. O

lado negativo é a mudança constante de jogos em virtude de atender a tv, isso não ajuda no

planejamento”.

10. De que recursos um clube de futebol de salão dispõe além do patrocínio das

empresas? Só o patrocínio das camisas sustenta o futebol de salão do clube?

“Posso falar pela minha equipe, hoje o patrocínio da empresa”.

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11. Existe um vínculo entre os clubes de futebol de salão e a cidade/comunidade? Como

avalia no momento esta relação?

“Aqui o vínculo com a cidade e a comunidade é muito grande, uma relação de carinho e

respeito”.

12. Qual a sua visão sobre o presente e o futuro do futebol de salão no Brasil? E da Liga

em particular?

“O futsal já se mostrou ser um grande produto, precisamos sim, é entender que este produto

precisa ser bem trabalhado para que a cada ano tenha crescimento, sabemos da importância

do produto, mas se não tivermos bons profissionais para desenvolver ações para crescimento,

o futuro poderá ser ruim, então o que fazer? Tornar o produto atrativo para que o público

alvo permaneça, e assim, atrair mais e mais público”.

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2.20 Entrevista por e-mail com Flávio Berredo – Coordenador de Marketing

Entrevista recebida por e-mail em 26 de junho de 2008. Flávio Berredo é coordenador

de marketing do PEC – Petrópolis Esporte Clube. Telefones: (24) 8811 1059 e (24) 2242

7909 – e-mail: [email protected]. Todas as citações a seguir são de autoria do

entrevistado; afirmações geradas a partir do e-mail recebido na data acima citada.

1. Você tem acompanhado o futebol de salão nos últimos anos?

“Na verdade, comecei a acompanhar mais com o Petrópolis, pois trabalhava como repórter

esportivo de um canal de TV local em 2002. Era o primeiro ano do clube, que surpreendeu e

conquistou o título estadual. Fui à final contra o Botafogo - épica, por sinal - e ali vi que o

Petrópolis tinha estrela”.

2. Por quais meios de comunicação você atualiza seus conhecimentos quanto ao esporte?

“Na verdade, acompanho mais as novidades da Liga pelo site e vejo os jogos da competição

pelo SporTV”.

3. A cobertura feita pelos veículos de comunicação tem contribuído para o

desenvolvimento do esporte?

“Sem dúvida, a cobertura da mídia é o que sustenta a modalidade, com a visibilidade das

marcas envolvidas”.

4. Por que, no seu entender, a mídia ainda dá pouca atenção ao futebol de salão?

“Na minha opinião particular, o futebol ofusca o futsal. Acredito que este seja um exercício

interessante e um desafio para os dirigentes, em especial os promotores da Liga Futsal.

Acredito que a saída da RedeTV, um canal aberto, tenha sido mais uma grande perda e

contribua para este quadro”.

5. A Liga Futsal é um produto da CBFS que equivale a um Campeonato Brasileiro de

clubes de futebol de salão. Você conhece a Liga Futsal?

“Passei a conhecer só com a inclusão do Petrópolis em 2005”.

6. Você já viu alguma propaganda da Liga Futsal em algum veículo de comunicação?

“Não”.

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7. Você sabe quem foi o último Campeão da Liga Futsal?

“Sim”.

8. Na sua opinião, quem é o principal jogador da Liga Futsal atualmente?

“Falcão”.

9. Você acha que esse jogador tem um real potencial de Marketing para auxiliar na

divulgação da Liga nos meios de comunicação?

“Sem dúvida”.

10. Quais são as principais ações de Marketing realizadas pela CBFS para a Liga

Futsal?

“Há ações básicas como publicidade estática, negociação com fornecedores de bola e

materiais e com o SporTV para transmissão. Isso é o que eu me lembro, no momento. No

campo da comunicação, o site da Liga é um ponto de referência e a assessoria de imprensa

apresenta um bom trabalho”.

11. Qual a principal falha na divulgação do produto Liga Futsal junto

aos seus diversos públicos?

“Acredito que a inserção da Liga Futsal na televisão aberta deveria ser tratada como

prioridade. Com isso, as equipes teriam um potencial de visibilidade maior, poderiam atrair

mais investimentos e as equipes tenderiam e ficar mais fortes, com a conseqüente elevação do

nível dos espetáculos”.

12. Na sua opinião quais seriam os principais problemas enfrentados pela

Liga Futsal para aumentar a sua visibilidade na mídia?

“Acredito que a falta da TV aberta, o futsal não ser considerado olímpico e a concorrência

'desleal' com as grandes marcas do futebol. Como a maioria das equipes da Liga é do

interior, isso requer uma atenção especial e torna o desafio ainda maior. É preciso seguir o

exemplo do vôlei. A Copa do Mundo pode ser um ótimo momento para alavancar o nosso

futsal. É preciso ter um plano pronto para valorização da modalidade, a começar agora com

reflexos já em 2009”.

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13. Quais são as fontes de receita de um clube de futsal? Como ele se mantém já que não

cobram ingressos?

“As receitas vêm de patrocínios, no caso do Petrópolis, da Ikinha Malhas. Com certeza,

mesmo que outros clubes cobrem ingressos, a maior fonte de receita não vem daí, mas sim,

de patrocínios e parcerias”.

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2.21 Entrevista por e-mail com Norberto Mello – Presidente do Petrópolis Esporte Clube

Entrevista recebida por e-mail em 20 de junho de 2008. Norberto Mello é presidente do

PEC – Petrópolis Esporte Clube. Telefones: (24) 2242 9195 e (24) 2242 9227 – e-mail:

[email protected]. Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado; afirmações

geradas a partir do e-mail recebido na data acima citada.

1. O clube foi fundado há quanto tempo e há quanto tempo mantém equipe de futebol de

salão? Em que modalidades profissionais o clube atua ou dedica-se apenas ao futebol de

salão? Enumere os títulos conquistados ou desde quando está filiado à Liga?

“O clube foi fundado em dezembro de 2001, a equipe de futsal existe desde fevereiro de 2002.

Não disputamos nenhuma modalidade profissional, dedicamo-nos apenas ao futsal. Campeão

Estadual 2002, Campeão Carioca 2004, Campeão Estadual 2005, Campeão Carioca 2006 e

Campeão Estadual 2006. Disputamos a Liga desde 2005”.

2. Existe um setor específico de comunicação/marketing? Quem é o responsável? Qual é

a sua estrutura (número de pessoas e formação profissional)? Que atividades e ações o

clube desenvolve em comunicação/marketing? Quais as ações específicas antes, durante

e depois dos jogos? Qual o e-mail, fone direto para contato com este setor?

“Temos uma assessoria de Marketing prestada pelo Flávio Berredo (formado

em Comunicação Social, com pós em Assessoria de Comunicação e MBA em Marketing).

Temos um projeto embrionário de sócio torcedor (40 associados), encartamos no jornal

Tribuna de Petrópolis um Guia da Liga (15.000 exemplares - antes do início de cada fase),

distribuímos um jornal bimestral do PEC (2.000 exemplares). O e-mail para contato é

[email protected]”.

3. Como avalia especificamente o relacionamento com a mídia? Existe uma ação

específica para a imprensa? Existe uma assessoria de imprensa ou assessor de imprensa

que trata especificamente do relacionamento com os veículos e jornalistas? Se sim, qual

é o nome do assessor de imprensa e como fazer o contato direto com ele (fone, e-mail)?

“Temos uma assessoria de Imprensa prestada pela Claudia Mendes (formada em

Comunicação Social). Enviamos releases para 145 e-mails em todo o Brasil. O e-mail para

contato é: [email protected]”.

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4. A mídia local, regional e nacional dá, no seu entender, atenção adequada ao futebol de

salão no Brasil? Se não, por quê?

“A mídia local dá uma boa cobertura, a regional é média, e a nacional só se interessa pela

Seleção. Acho que temos pouca cobertura, pois ainda não temos campeonatos estruturados,

como por exemplo: datas de início e término das competições anunciadas com antecedência,

rodadas semanais com apenas um jogo, todas as equipes estarem com o mesmo número de

jogos durante o campeonato”.

5. Como se poderia atrair mais público para o futebol de salão?

“Nas cidades grandes (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, etc...) os jogos

deveriam ser nos finais de semana, de preferência aos domingos pela manhã, pois temos que

transformar os jogos em um momento de lazer para as famílias. Nas cidades do interior

(Petrópolis, Garça, Orlândia, Carlos Barbosa, etc...) podemos até ter jogos durante os dias

da semana, de preferência às 19:00h (conseguimos enviar informações para os jornais após

o jogo), mas acho que também deveriam ser aos domingos”.

6. Quais os principais desafios do futebol de salão no Brasil?

“Acho que a grande luta é torná-lo olímpico ou profissionalizá-lo (CBFS). Temos que

mostrar para o resto do mundo que o futsal é um esporte apaixonante. O futsal cresceu muito

em número de participantes, mas ainda precisamos de uma competição nacional melhor

formatada, precisamos de talvez mais uma ou duas Ligas (Prata e Bronze), onde as equipes

participantes tenham o direito de ascender até a Liga Nacional”.

7. Que retorno o futebol de salão tem propiciado para o clube em termos de imagem,

marca, etc?

“Somos um clube com apenas 06 anos, conseguimos conquistar alguns títulos estaduais e

temos tido boas participações nos certames nacionais. Isto nos proporcionou uma

visibilidade maior dentro de nosso estado, pois nenhuma equipe do interior tinha alcançado

tais resultados”.

8. O clube tem um plano de comunicação/marketing para o futebol de salão?

“Estamos inicialmente procurando consolidar a marca PEC em nossa cidade, ações como a

do sócio-torcedor, guias da Liga Futsal, jornais do PEC, a divulgação do hino do clube, a

divulgação do mascote, fazem parte de nosso plano inicial. Esperamos em breve poder ter

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um ‘hospitality center’ para recebermos convidados de nossos patrocinadores. Em um prazo

médio termos uma sala de imprensa, com internet disponibilizada para podermos receber

jornalistas”.

9. Como avalia a Liga Futsal atualmente? Pode enumerar aspectos positivos e/ou

negativos da Liga?

“Podemos melhorá-la bastante, os franqueados envolvidos estão cientes disso, e estão se

mostrando receptivos às mudanças necessárias. Como aspectos positivos, posso citar a total

transparência da comissão organizadora, a eficiência da comissão disciplinar, a busca

incessante da comissão de arbitragem na reciclagem dos árbitros. Em relação aos aspectos

negativos (ver resposta da pergunta 6), estamos buscando soluções para que em 2009 já

possamos estar modificando-os”.

10. De que recursos um clube de Futebol de Salão dispõe além do patrocínio das

empresas? Só o patrocínio das camisas sustenta o futebol de salão do clube?

“Infelizmente, não é só com o futsal, todos os esportes ‘amadores’ vivem exclusivamente da

ajuda de seus patrocinadores. Algumas equipes conseguem ajuda pública (municipal e

estadual), mas acho que esta é muito complicada (as equipes iniciam e acabam ao bel prazer

do político), não existe planejamento de médio e longo prazo”.

11. Existe um vínculo entre os clubes de futebol de salão e a cidade/comunidade? Como

avalia no momento esta relação?

“Com certeza isto ocorre nas cidades do interior dos estados. A relação aqui em Petrópolis é

excelente, temos uma média de 1.500 pessoas por jogo, muitas famílias comparecem e isso é

muito importante para nós”.

12. Qual a sua visão sobre o presente e o futuro do futebol de salão no Brasil? E da Liga

em particular?

“Como disse anteriormente, temos que melhorar muito para nos tornarmos uma modalidade

respeitada e com visibilidade. Estamos no caminho certo, buscando transformar a Liga

Nacional em modelo e exemplo para outras modalidades esportivas. Em nível estadual (RJ),

temos que recomeçar do zero. Precisamos urgentemente de mudanças!”.

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2.22 Entrevista por e-mail com Elton Jose Dalla Vecchia – Preparador Físico

Entrevista recebida por e-mail em 17 de junho de 2008. Elton Jose Dalla Vecchia é

preparador físico e supervisor do C.E.R. Atlânt ico – Clube Esportivo e Recreativo Atlântico.

Telefone: (54) 3321 1121 – e-mail: [email protected]. Todas as citações a seguir são de

autoria do entrevistado; afirmações geradas a partir do e-mail recebido na data acima citada.

1. O clube foi fundado há quanto tempo e há quanto tempo mantém equipe de futebol de

salão? Em que modalidades profissionais o clube atua ou dedica-se apenas ao futebol de

salão? Enumere os títulos conquistados ou desde quando está filiado à Liga?

“O C.E.R. Atlântico foi fundado em 1915. Mantém equipe de futsal desde 1999. É a única

modalidade que o clube disputa competições a nível nacional. Principais títulos são

Campeão da Copa Max – Assunción/ Paraguay - 2003, Campeão da Copa Sul – Joaçaba/SC

– 2003 e Vice-Campeão da Liga Nacional em 2005”.

2. Existe um setor específico de comunicação/marketing? Quem é o responsável? Qual é

a sua estrutura (número de pessoas e formação profissional)? Que atividades e ações o

clube desenvolve em comunicação/marketing? Quais as ações específicas antes, durante

e depois dos jogos? Qual o e-mail, fone direto para contato com este setor?

“Rodrigo de Vargas é o Assessor de imprensa, e-mail”.

3. Como avalia especificamente o relacionamento com a mídia? Existe uma ação

específica para a imprensa? Existe uma assessoria de imprensa ou assessor de imprensa

que trata especificamente do relacionamento com os veículos e jornalistas? Se sim, qual

é o nome do assessor de imprensa e como fazer o contato direto com ele (fone, e-mail)?

“Rodrigo de Vargas é o Assessor de imprensa, (54) 9948 4675”.

4. A mídia local, regional e nacional dá, no seu entender, atenção adequada ao futebol de

salão no Brasil? Se não, por quê?

“Ainda não, pois o futebol de campo ainda é muito mais divulgado que o futsal, não devemos

tentar competir com o futebol, mas bem que a mídia poderia divulgar um pouco mais nossa

modalidade, pois a quantidade de praticantes em nosso país é muito grande, mas nos últimos

anos melhorou bastante”.

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5. Como se poderia atrair mais público para o futebol de salão?

“Através de mais propaganda, principalmente da TV, que com certeza, com o nível do futsal

do nosso país e o número de praticantes poderia explorar mais esta modalidade”.

6. Quais os principais desafios do futebol de salão no Brasil?

“Primeiro fazer com que os meios de comunicação divulguem mais a modalidade para em

conseqüência disso as grandes empresas aumentarem seus investimentos nesta modalidade”.

7. Que retorno o futebol de salão tem propiciado para o clube em termos de imagem,

marca, etc?

“Dentro das nossas expectativas até o momento sim, mas o objetivo é que num futuro bem

próximo este retorno de imagem e marca seja muito maior devido ao crescimento que vem

ocorrendo nesta modalidade nos últimos anos”.

8. Existe um vínculo entre os clubes de futebol de salão e a cidade/comunidade? Como

avalia no momento esta relação?

“Existe sim, principalmente devido ao trabalho sério que o clube sempre fez, com isso

aumenta a cada ano a credibilidade com a comunidade, mesmo assim, nota-se que quanto

melhor os resultados, maior a integração da comunidade com a equipe, pois toda equipe vive

de resultados”.

9. Como avalia a Liga Futsal atualmente? Pode enumerar aspectos positivos e/ou

negativos da Liga?

“A Liga Nacional de Futsal vem evoluindo a cada ano. Com uma administração muito boa

com a participação de representantes das equipes nas reuniões, com essa troca de idéias

CBFS com Clubes, ela tende a crescer ainda mais. Acredito que está no caminho certo”.

10. O clube tem um plano de comunicação/marketing para o futebol de salão?

“Sim. Mas ainda não é da maneira que esperamos por isso estamos sempre tentando

melhorar para com isso aumentarmos a divulgação da marca, nome, conseguindo assim mais

recursos financeiros”.

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11. De que recursos um clube de futebol de salão dispõe além do patrocínio das

empresas? Só o patrocínio das camisas sustenta o futebol de salão do clube?

“O clube dispõe além dos patrocínios das empresas, colaboradores, torcedores (ingressos

nos jogos) o apoio da CBFS nos jogos da liga com repasse de verba da venda de espaços na

quadra, fardamento da arbitragem, representantes da marca da bola”.

12. Qual a sua visão sobre o presente e o futuro do futebol de salão no Brasil? E da Liga

em particular?

“É uma modalidade que está em ascensão, e tende a crescer muito mais após a realização do

mundial no Brasil este ano. A Liga é sem dúvida a maior competição de futsal do país talvez

até do mundo, e devido a sua organização tende a crescer ainda mais”.