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    UNIVERSIDADE DA AMAZNIA - UNAMA

    Andr Ricardo Bueno

    Anselmo Sergio Souza de Moraes

    AS FERRAMENTAS DO PLANEJAMENTO EM OBRAS CIVIS COMO

    MECANISMO DE REDUO DE CUSTOS E AUMENTO DA PRODUTIVIDADE

    BELM PAR

    DEZEMBRO 2010

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    Andr Ricardo Bueno

    Anselmo Sergio Souza de Moraes

    AS FERRAMENTAS DO PLANEJAMENTO EM OBRAS CIVIS COMO

    MECANISMO DE REDUO DE CUSTOS E AUMENTO DA PRODUTIVIDADE

    Projeto do Trabalho de Concluso de

    Curso apresentado Universidade da

    Amaznia para obteno do grau de

    Bacharel em Engenharia Civil.

    Orientador: Prof. M.Sc. Alexandre

    Ferreira

    BELM PA

    DEZEMBRO 2010

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    Andr Ricardo Bueno

    Anselmo Sergio Souza de Moraes

    AS FERRAMENTAS DO PLANEJAMENTO EM OBRAS CIVIS COMO

    MECANISMO DE REDUO DE CUSTOS E AUMENTO DA PRODUTIVIDADE

    Trabalho de Concluso de Curso

    apresentado ao curso de Engenharia Civil

    do Centro de Cincias Exatas da

    Universidade da Amaznia como requisito

    para obteno do ttulo de Engenheiro Civil.

    Banca Examinadora:

    ______________________________________ Professor Alexandre de Moraes Ferreira, M.Sc.

    (Orientador)

    ______________________________________ Professor Selnio Feio da Silva, D.Sc.

    (Examinador Interno)

    ______________________________________ Prof. Wandemyr da Mata Filho, M.Sc.

    (Examinador Interno)

    Apresentado em: ______ / ______ / _______

    Conceito: ____________________________

    BELM PA

    DEZEMBRO 2010

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    AGRADECIMENTOS

    A Deus pela vida e porque Dele, com Ele e para Ele so todas as coisas.

    Ao Dr. Bueno que sempre me conduziu, me mostrou a dignidade do

    trabalho e por ser meu anjo da guarda aqui na Terra. Creio que por isto Deus o

    confiou um de seus prprios nomes: Pai. A minha me Carme, que desde

    pequeno me protege, cuida e olha por mim. Contigo aprendi coisas que no d para

    descrever em simples palavras, mas creio que j sinta e saiba o que estou tentando

    escrever pois corao de me conhece todos os sentimentos e atitudes dos filhos.

    Aos irmos Mariane, T-ta - como te chamava quando eu ainda era beb - e

    Fernando. Ter crescido com vocs dois, irmos ntegros, honestos e amados foi um

    privilgio de poucos, alis, privilgio maior poder pertenter a esta famlia.

    Ana Carolina, minha mulher e meu amor. Voc um presente do Cu.

    Sou grato todos os dias Deus e sua famlia de me confiarem um tesouro to

    precioso e raro. Obrigado por estar comigo, pela pacincia, amor e dedicao.

    Aos companheiros de curso, em especial, Rosildo e Nilson (antigos

    integrantes de grupo), Alexandre Soares, Anselmo Sergio e Mariana

    Paumgarten (Equipe Mambiras), pela dedicao, pelas horas de trabalho e noites

    em claro, pela pacincia, companherismo e ajuda prestada durante toda a vida

    acadmica. Foi uma honrra cursar Engenharia Civil com vocs e honrra maior ser

    te-los como parceiros de trabalho.

    Aos meus amigos da Embrapa em especial Valmi Borges, que me acolheu

    nesta cidade, sempre me aconselhou e deu apoio nos momentos bons e difceis.

    No d pra esquecer uma amizade sincera! Aos Srs. Aldecy, Michell e Cludio

    Carvalho por acreditarem e confiarem no meu trabalho. Ao Paulo Leles meu brao

    direito (as vezes o esquerdo tambm), por seu profissionalismo e dedicao.

    Tambm minha equipe de trabalho pela dedicao e apoio incondicionais.

  • 5

    Aos professores que nos deram a oportunidade de seus ensinamentos, em

    especial, ao Msc. Alexandre Ferreira por nos engrandecer com seus

    conhecimentos e nos agraciar com sua orientao.

    A todas as pessoas que fazem parte da minha jornada e que contribuiram

    para este trabalho. Creio que a todos cabe uma antiga frase: Fica sempre um

    pouco de perfume nas mos que nos oferecem rosas.

    A vocs notveis, toda gratido e admirao!

    Andr Ricardo Bueno

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    A Deus pelo Dom da vida e muito obrigado por todas as pessoas colocadas

    em meu caminho que certamente foram degraus na caminhada da minha vitoria.

    minha famlia, que no pouparam esforos para eu concluir esse objetivo.

    Em especial minha me Celestina por todas as oraes feitas em prol das minhas

    realizaes, meu pai Paulo por todos os conselhos, a minha esposa Cristina pela

    perseverana e companheirismo em sempre acreditar que eu poderia ir mais longe,

    ao meu filho Raphael que chegou em um momento to especial que uma luz em

    minha vida, e a minha v Celeste, que sempre torceu e onde estiver sei que

    continua torcendo pelas minhas vitorias.

    Aos meus amigos da Universidade Andr Bueno, Alexandre Andrade,

    Murilo Andr e Mariana Domingues que foram muito mais do que horas e horas

    de estudo. Sempre lembrarei desse grupo.

    Em especial,aos muitos anjos que sempre que eu precisei de ajuda ao longo

    da minha caminhada no mediram esforos nas palavras de conforto e incentivo,

    meu padrinho e cumpadre Rodrigo Pimentel pela alegria e companheirismo que

    sempre encontrei; minhas personais psicologas Dra. Vania Gemaque e Dra. Laura

    Caroline por todas as vezes que me escutaram em relao as minhas

    preocupaes, aos amigos Alex Reis e Gilson Hugo pela sinceridade em cada

    sorriso e conselho.

    Aos Engenheiros que sempre acreditaram em meu potencial e sempre foram

    os meus espelhos de profissionais, Eng. Renato Lima, Eng. Ruy Klautau, Eng.

    Lourival Alcantara que nunca mediram esforos ao me repassar seus

    conhecimentos.

    E a todos aqueles que direta ou indiretamente contriburam para este trabalho

    A vocs o meu muito obrigado.

    Anselmo Moraes

  • 7

    Planeje com antecedncia: No estava

    chovendo quando Ne construiu a arca

    Richard C. Cushing

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    RESUMO

    AS FERRAMENTAS DO PLANEJAMENTO EM OBRAS CIVIS COMO

    MECANISMO DE REDUO DE CUSTOS E AUMENTO DA PRODUTIVIDADE

    Autor: Andr Ricardo Bueno, Anselmo Sergio Souza de Moraes.

    Orientador: Alexandre de Moraes Ferreira.

    Trabalho de Concluso de Curso Engenharia Civil

    Belm PA, Dezembro de 2010.

    O presente estudo aborda a aplicao de ferramentas do planejamento em

    obras civis como mecanismo de reduo de custos e aumento da produtividade. A

    construo civil um ramo que est em constante desenvolvimento e necessita de

    adequao de seus processos aos anseios do mercado cada vez mais exigente em

    rapidez e qualidade. Neste contexto, o planejamento apresenta-se como uma soluo

    empresarial para proporcionar mecanismos necessrios para reduo de custos,

    aumento da produtividade. Consequentemente o produto final ser uma obra

    executada de forma mais precisa, com maior qualidade e com valores agregados. Ante

    as ferramentas de planejamento expostas neste trabalho conclui-se portanto que o tipo

    de ferramenta a ser adotada depender de deciso da alta gerncia em conjuto com a

    equipe de planejamento, estando a complexidade do processo diretamente ligada ao

    tipo e tamanho do empresa, sendo adotada metodologia de acordo com cada caso.

    Embora parea complicada a utilizao as ferramentas de planejamento, estas nada

    mais so que os elementos comumente encontrados nas obras de engenharia como os

    projetos de Arquitetura, projetos de Engenharia e seus memoriais, s que elaborados e

    utilizados de forma mais estratgica e efetiva. Alm disso h necessidade que a equipe

    de planejamento seja composta por pessoas treinadas e capacitadas, coordenadas por

    engenheiros civis experientes que tenham perfil de gerentes de projetos. Assim as

    ferramentas de planejamentos apresentam-se como um poderoso instrumento gerencial

    para as empresas da construo civil e seu sucesso est diretamente ligado forma

    que o mesmo ser concebido e executado, devendo ser um processo contnuo, cclico,

    divulgado, com acompanhamento e retroalimentao.

    Palavras-Chave: Planejamento, obras civis, produtividade, custos.

  • 9

    ABSTRACT

    TOOLS OF PLANNING IN CIVIL WORKS AS A MECHANISM FOR LOWERING

    COSTS AND INCREASE PRODUCTIVITY

    Author: Andr Ricardo Bueno, Anselmo Sergio Souza de Moraes.

    Supervisor: Alexandre de Moraes Ferreira.

    End of Course Work Civil Engeneering.

    Belm PA, December de 2010.

    The study examines the application of planning tools in civil engineering works

    as a mechanism for reducing costs and increasing productivity. The construction

    industry is one sector that is constantly evolving and need to adapt their processes to

    the expectations of increasingly demanding market in speed and quality. In this context,

    planning is presented as an enterprise solution to provide necessary mechanisms for

    reducing costs, increasing productivity. Consequently, the final product will be a work

    executed with greater precision, higher quality and added values. Before the planning

    tools presented in this work it is therefore concluded that the type of tool to be adopted

    will depend on the decision of top management in conjuto with the planning team, with

    the complexity of the process directly linked to the type and size of company, being

    adopted methodology according to each case. Although it looks complicated to use

    planning tools, these are nothing more than the elements commonly found in works of

    engineering projects such as architecture, engineering projects and their memorials,

    only developed and used more strategically and effectively. In addition there is need for

    the planning team is comprised of trained and skilled staff, coordinated by civil engineers

    who have experienced project managers profile. So the planning tools are presented as

    a powerful management tool for firms in the construction industry and its success is

    directly linked to the way that it will be designed and implemented, should be an

    ongoing, cyclical, released with monitoring and feedback.

    Keywords: planning, construction, productivity, costs.

  • 10

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1.1: Runas de MohenjoDaro Vale do Indo ............................................. 19

    Figura 1.2: Carcassonne........................................................................................ 20

    Figura 1.3: Catedral de So Pedro Vaticano....................................................... 21

    Figura 1.4: Revoluo Industrial............................................................................. 22

    Figura 1.5: Croqui do Plano Piloto de Braslia........................................................ 26

    Figura 2.1: Planejamento como Processo Segundo Limmer (1997)................... 29

    Figura 2.2: Planejamento como Processo Segundo Nocra (2000)................... 30

    Figura 2.3: Planejamento como Funo de Apoio Coordenao Segundo

    Cardoso e Erdmann (2001)....................................................................................

    31

    Figura 2.4: Planejamento como Ferramenta de Agrupar Recursos Segundo

    Cimino (1987).........................................................................................................

    32

    Figura 2.5: Planejamento como Processo (Ciclo PDCA)....................................... 34

    Figura 2.6: Perdas Segundo o Tipo de Recurso Consumido................................. 38

    Figura 2.7: Perdas Segundo Momento de Incidncia na Produo...................... 39

    Figura 2.8: Como Reduzir Desperdcios................................................................ 42

    Figura 2.9: Diferentes abrangncias do estudo da Produtividade........................ 45

    Figura 3.1: Benefcios do Planejamento................................................................. 50

    Figura 3.2: Deficincias no Planejamento.............................................................. 56

    Figura 3.3: Site do CUB (Custo Unitrio Bsico).................................................... 62

    Figura 3.4: Site do SINAPI..................................................................................... 63

    Figura 3.5: Site do IBRE......................................................................................... 64

    Figura 3.6: Site da Revista Construo e Mercado ............................................... 65

  • 11

    SUMARIO

    INTRODUO....................................................................................................... 13

    1.1 Origem do Planejamento............................................................................... 13

    1.2 Trajetria da Pesquisa.................................................................................. 15

    1.3 Objetivos....................................................................................................... 16

    1.4 Metodologia.................................................................................................. 17

    CAPTULO I HISTRICO DO PLANEJAMENTO.............................................. 18

    1.1 Antiguidade.................................................................................................... 18

    1.2 Idade Mdia................................................................................................... 19

    1.3 Renascimento............................................................................................... 21

    1.4 Revoluo Industrial...................................................................................... 22

    1.5 Sculo XX Tempos Atuais.......................................................................... 23

    CAPTULO II PLANEJAMENTO NA COSTRUO CIVIL................................. 27

    2.1 Conceito de Planejamento............................................................................ 27

    2.2 Conceito de Desperdcio............................................................................... 35

    2.3 Conceitos sobre Produtividade...................................................................... 43

    CAPTULO III IMPORTNCIA, BENEFCIOS E DEFICINCIAS DO

    PLANEJAMENTO................................................................................................

    46

    3.1 Importncia do Planejamento........................................................................ 46

    3.2 Benefcios do Planejamento.......................................................................... 49

    3.3 Perfil do Engenheiro Planejador.................................................................... 53

    3.4 Deficincias das Empresas em Relao ao Planejamento........................... 54

    CAPTULO V FERRAMENTAS DE PLANEJAMENTO..................................... 58

    5.1 Principais Ferramentas Utilizados para Elaborao do

    Planejamento........................................................................................................

    58

    5.1.1 Projeto........................................................................................................ 58

  • 12

    5.1.2 Oramento.................................................................................................. 60

    5.1.2.1 Oramento paramtrico........................................................................... 61

    5.1.2.2 Oramento discriminado.......................................................................... 67

    5.1.3 Discriminao oramentria (DO).............................................................. 68

    5.1.4 Especificaes tcnicas (ET).................................................................... 69

    5.1.5 Caderno de encargos (CE)........................................................................ 70

    5.1.6 Memorial descritivo.................................................................................... 70

    5.1.7 Cronograma................................................................................................ 70

    5.1.7.1- Cronograma de rede das atividades.........................................................

    5.1.7.2. Cronograma de barras ou Gantt.............................................................

    5.1.7.3- Cronograma de mo de obra....................................................................

    5.1.7.4 Cronograma de equipamentos................................................................

    5.1.7.5 Cronograma fsico Financeiro.................................................................

    5.1.8 Tecnologia da Informao na Construo Civil..........................................

    5.1.8.1 Softwares de projetos..............................................................................

    5.8.2 Softwares de gerenciamento......................................................................

    5.1.9 Indicadores de Desempenho......................................................................

    71

    72

    72

    73

    73

    74

    74

    75

    76

    CONCLUSES E SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS......................

    78

    REFERNCIAS...................................................................................................... 82

    ANEXOS................................................................................................................. 87

    ANEXO I Estudo Preliminar................................................................................. 88

    ANEXO II Oramento Paramtrico...................................................................... 91

    ANEXO III Oramento Discriminado.................................................................... 93

    ANEXO IV Memorial Descritivo........................................................................... 100

    ANEXO V Projeto Arquitetnico.......................................................................... 127

    ANEXO VI Projetos de Engenharia..................................................................... 130

    ANEXO VII Cronogramas.................................................................................... 135

  • 13

    INTRODUO

    1.1. Origem do Planejamento

    O processo de planejamento est presente cotidianamente em nossas

    vidas. Planeja-se o que fazer no dia que se inicia uma viagem de frias ou como

    aplicar o dinheiro que se tem disponvel. Pode-se, portanto, definir o planejamento

    como um processo consciente e metdico de construo do futuro. Constitui-se

    numa interveno na realidade de forma a se obter uma situao desejada num

    perodo de tempo determinado.

    Verifica-se, entretanto, a existncia de fortes resistncias ao processo de

    planejamento dentro das organizaes. A ruptura com o conhecido, com a rotina,

    traz insegurana, o que compreensvel, pois mudanas, em geral, geram riscos. A

    introduo de medidas inovadoras tem um impacto, em graduaes diferenciadas,

    na vida das pessoas, das organizaes e da sociedade. H ainda a idia de que se

    perde tempo com o planejamento quando h tanto o que se fazer, o que

    demonstra a dificuldade de se lidar com as tenses naturais entre as demandas do

    cotidiano e as necessidades de longo prazo. Complemente-se a isso o fato de que o

    planejamento funciona tambm como um instrumento de controle. A partir da

    definio de objetivos a serem alcanados e as atividades a serem desenvolvidas e

    seus responsveis, h a possibilidade de se avaliar o desempenho da organizao

    como um todo e de seus integrantes.

    Alega-se, tambm, que o planejamento envolve custos, o que verdadeiro.

    No entanto, nosso cotidiano reafirma que j est amplamente comprovado que

    pequenos investimentos resultam em melhores planos que representam importantes

    ganhos. O que se despendeu com o planejamento amplamente recompensado

    pela efetividade da ao empreendida, uma vez que ele disponibiliza um acervo de

    informaes que subsidiam as tomadas de deciso, possibilita que se proceda

  • 14

    monitoria e avaliao da interveno e ainda facilita a continuidade da ao, caso

    haja mudanas na composio da equipe responsvel pela sua execuo.

    Nesta perspectiva da importncia do ato de planejar, vislumbra-se a

    necessidade das empresas, pertencentes rea da construo civil, entenderem-se

    como um sistema organizacional, buscando sincronizar sua produo com a

    realidade e anseios do macro-sistema que as envolvem; permitindo-se, desta forma,

    definir suas estratgias para manter e/ou conquistar mercado.

    Assim, apartir de 1990 o pas e o setor da construo civil tm passado por

    transformaes aceleradas no que se refere ao cenrio produtivo e econmico.

    Foram fatores decisivos para estas transformaes a abertura do mercado nacional,

    a criao do MERCOSUL1, a privatizao de empresas estatais, dentre outros.

    Sendo assim, uma nova realidade coloca desafios importantes para as empresas de

    construo civil, entre eles o da sobrevivncia em um mercado cada vez mais

    exigente e competitivo.

    A organizao e a gesto na produo, antes deixadas a segundo plano,

    passaram a ter uma importncia fundamental no controle dos custos, dos

    desperdcios e do retrabalho dentro das empresas. As empresas iniciaram uma

    nova formulao em que os custos diretos e indiretos ocorridos na gerao do

    produto e a lucratividade tornaram-se decorrncia da capacidade da empresa em

    racionalizar seus processos de produo, reduzir custos e aumentar a

    produtividades para satisfazer um consumidor cada vez mais exigente.

    Com a entrada em vigor do Programa Brasileiro de Qualidade e

    Produtividade PBQP2, que tem como objetivo apoiar a qualidade e produtividade

    em vista de aumentar a competitividade de bens e servios produzidos no pas, a

    1 MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) um processo de integrao econmica entre Brasil,

    Argentina, Uruguai e Paraguai constitudo em 26 de maro de 1991, com a assinatura do Tratado de Assuno. 2 O Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade (PBQP) comeou em 1990, para apoiar a

    modernizao das empresas brasileiras que precisavam se ajustar abertura econmica e forte concorrncia estrangeira

  • 15

    realidade interna das empresas e de seus canteiros de obras ganham uma forte

    influncia para evitar os desperdcios na construo civil originados de uma serie de

    falhas que ocorrem ao longo das vrias etapas do processo de construo. Assim,

    comeou uma forte influncia para a introduo de programas de qualidade visando

    a melhoria de produtos e processos.

    Neste Trabalho de Concluso de Curso, demonstrado algumas

    ferramentas que combatem esses desperdcios e aumentam a produtividade e,

    conseqentemente, levam as empresas de construo civil a uma forte presso

    competitiva no qual as ferramentas de planejamento se apresentam como

    instrumentos gerenciais que permitem as empresas focar a sua ateno nos

    clientes, fazendo com que cada vez mais empreendimentos sejam entregues no

    prazo, com qualidade e reduo de custos.

    1.2. Trajetria da Pesquisa

    Um dos principais problemas observados no setor da construo civil a

    falta de adequao dos processos de planejamento existentes s condies

    presentes na maioria das empresas do mercado de construo de edificaes. O

    setor ainda carece de propostas que consiga lidar com questes de incerteza,

    comprometimento, transparncia e formalizao do processo de planejamento- em

    muitos casos, o planejamento das aes seria a soluo.

    Porter (1986) ao tratar sobre estas questes nas organizaes como fator

    crucial ao sucesso empresarial confere que as estratgias de liderana no custo

    total de uma obra, por exemplo, tem merecido a devida ateno em perodos de

    crise econmica. No caso brasileiro, a indstria da construo civil tem procurado

    seguir este raciocnio.

    Assim, to importante quanto planejar uma obra, ser flexvel para

    readaptar os planos de produo realidade do canteiro de obras. O que se

  • 16

    constata- por meio de uma simples visita em um canteiro de obras- que hoje

    vrias obras civis padecem principalmente pela falta de um correto planejamento.

    Atrasos, baixa qualidade de execuo, utilizao de mo-de-obra no especializada

    ocasionam grandes transtornos e queda de produtividade. Para Bernardes (2001), o

    planejamento e controle da produo (PCP) uma ferramenta capaz de

    proporcionar a introduo de melhorias nos aspectos organizacionais e temporais,

    reduzindo atividades que no agregam valor e aumentando a confiabilidade da

    produo.

    Numa poca em que se fala em qualidade e, por conseqncia, em

    produtividade, preciso que o gerenciamento de um projeto seja feito como um

    todo: Recursos humanos, materiais, equipamentos como forma de se obter o

    produto desejado a obra construda dentro dos parmetros de prazo, custo,

    qualidade e riscos previamente calculados.

    1.3. Objetivos

    O objetivo geral, demonstrar como a sistemtica do planejamento pode ser

    uma ferramenta poderosa para reduo de custos e aumento da produtividade em

    obras civis.

    Deste modo elenca-se como objetivos especficos:

    Demonstrar como a sistemtica do planejamento pode contribuir para a

    reduo de custos e aumento de produtividade;

    Evidenciar o planejamento de obras como uma ferramenta de melhoria da

    qualidade dos servios prestados em obras civis;

    Utilizar valores agregados ao planejamento para melhorar a imagem

    empresarial e valorizar a marca da empresa objeto de estudo;

    Mensurar a melhoria da organizao do trabalho, da eficincia e eficcia

    empresariais geradas atravs da aplicao da sistemtica de planejamento.

  • 17

    1.4. Metodologia

    A estratgia de pesquisa utilizada no trabalho composta por duas etapas.

    A primeira etapa refere-se reviso bibliogrfica dos temas abordados. A segunda

    etapa compe-se de um estudo exploratrio dos temas estudados para a anlise e

    elaborao do diagnstico, atravs do tratamento das informaes coletadas na

    literatura especfica sobre o tema.

    Encontra-se no escopo da pesquisa qualitativa a opo terico-

    metodolgica que possibilitou o desvelamento da compreenso do significado do

    Planejamento no campo da construo civil. Atravs de revises de literatura

    tcnica e cientfica relacionada ao planejamento de obras civis, estudando as

    sistemticas apropriadas para o objeto de estudo e conceitos importantes para o

    tema proposto.

    A pesquisa bibliogrfica proporciona suporte terico ao longo de todo o

    processo da pesquisa e auxiliar as discusses centrais (conceitos, concepes,

    fundamentos), correlacionando-as com as fontes documentais oficiais que tratam

    sobre o tema.

    Posteriormente foi realizada a comparao dos dados pesquisados na

    literatura tcnico-cientfica com as ferramentas aplicadas na prtica pelas empresas,

    a fim de descobrir possveis pontos positivos, efetividade quanto sua utilizao e

    oportunidades de melhoria no processo de construo civil; identificando valores

    agregados de relevncia para valorizao das empresas (melhoria da qualidade dos

    servios) e verificando indicadores de melhoria do desempenho e a necessidade de

    utilizao dessas ferramentas no que se refere a reduo de custos e aumento da

    produtividade em obras civis.

  • 18

    CAPTULO I

    HISTRICO DO PLANEJAMENTO

    Embora a viso e conceituao de planejamento, no tenham sido

    consideradas com maior ateno e rigor cientfico na antigidade, o mesmo j

    existia em termos prticos. Isso pode ser visualizado a partir das grandes

    construes e inventos da poca. Nos ltimos tempos, principalmente no perodo

    ps-guerra at nossos dias, o assunto tem tido grande nfase e, em volta dele,

    vrios conceitos foram surgindo. Tudo isso devido complexidade do mundo atual

    que exige novas e dinmicas abordagens com a finalidade de acompanhar a

    velocidade das transformaes que vm ocorrendo.

    A seguir descreve-se a histria do planejamento onde descrito a evoluo

    do planejamento urbano desde a antiguidade at os tempos atuais.

    1.1. Antiguidade

    A Civilizao do Vale do Indo reconhecida como a primeira civilizao a

    desenvolver o senso de planejamento urbano, por volta de 2600 a.C. onde algumas

    pequenas vilas cresceram em grandes cidades contendo milhares de pessoas, que

    no trabalhavam primariamente na agricultura, criando uma cultura unificada. O

    repentino aparecimento dessas grandes cidades, bem como o crescimento e a

    formao organizada destas cidades, parece ser o resultado de um esforo

    planejado e deliberado.

    Habitantes de cidades da antiguidade criaram certas reas destinadas para

    encontros, recreao, comrcio e culto religioso. Muitas destas cidades possuam

    muralhas em volta, cujo objetivo era impedir (ou, ao menos, de dificultar) o acesso

    de possveis inimigos cidade. A construo de prdios pblicos e monumentos

  • 19

    so outros exemplos de planejamento urbano nos tempos antigos, das quais, as

    cidades mais famosas so Roma e Atenas.

    A figura 1.1 mostra parte das runas de MohenjoDaro no Vale do Indo, uma

    das primeiras civilizaes a adotar senso de planejamento urbano. Vivendo da

    agricultura e do comrcio, surgiu uma cidade cujas moradias atestavam a

    sofisticao alcanada por aquele povo. As casas ofereciam todo o conforto

    domstico: um poo interno com gua fresca, sala de banhos, ptio com

    balaustrada e claraboia mantendo o ar fresco, cozinha, dependncias de servio,

    quarto para dormir no andar superior para os donos da casa e no andar inferior para

    seus servos.

    Figura 1.1: Runas de MohenjoDaro Vale do Indo Fonte: Wikibooks (2010)

    1.2. Idade Mdia

    Muitas cidades e feudos medievais3 eram protegidos por muros. Com o

    crescimento populacional, muitas destas cidades tornaram-se super

    3 Feudo medieval: Na Europa, durante a Idade Mdia (sculo V ao XV) o feudo era um terreno ou propriedade

    (bem material) que o senhor feudal (nobre) concedia a outro nobre (vassalo). Um feudo medieval (territrio),

  • 20

    populacionadas. Para solucionar este problema, algumas cidades derrubavam seus

    muros (e muitas vezes construindo outra, protegendo uma rea maior), e outras

    simplesmente deixavam seus muros antigos de p, construindo novas cidades e

    vilas ao redor da antiga cidade.

    A religio fazia parte integral da vida poltica, cultural e social da Europa da

    Idade Mdia, e isto se reflete nas cidades da poca, onde na maioria das vezes, a

    principal igreja estava localizada no centro da cidade, e era a maior, a mais alta e a

    mais cara estrutura.

    Figura 1.2: Carcassonne Fonte: Site da UNC School of Information and Library Science

    A figura 1.2 exemplifica bem a estrutura de uma tpica cidade da idade

    mdia. Trata-se de Carcassonne que durante a Idade Mdia foi defendida por um

    imponente conjunto de fortificaes, ficando circundada por uma dupla linha de

    muralhas, que ainda hoje pode ser vista, e representa o pice da engenharia militar

    do sculo XIII. O traado irregular de suas ruas estreitas contrasta com a

    geralmente, era constitudo pelas seguintes instalaes: castelo fortificado (residncia do nobre e sua famlia), vila camponesa (residncia dos servos), rea de plantio, igreja ou capela, moinho, estbulo, celeiro, etc.

  • 21

    magnificncia das muralhas e do castelo guarnecido por 59 torres e barbacs,

    poternas e portas. Pode-se verificar que as edificaes da igreja e do palcio se

    destacam das demais existentes por seu tamanho e formatos.

    1.3. Renascimento

    Durante o Renascimento, um perodo de grande desenvolvimento artstico,

    planejadores urbanos desenhavam partes de uma cidade em grande escala, criando

    grandes reas para solucionar a super lotao de tempos antigos. Exemplos a

    Catedral de So Pedro, em Veneza, e a Baslica de So Pedro, no Vaticano (Figura

    1.3 vista abaixo). J um exemplo de uma rea que foi inicialmente planejada, antes

    de ter sido construda, o Palcio de Versailles, na Frana, uma mini-cidade por si

    mesma.

    Figura 1.3: Catedral de So Pedro - Vaticano Fonte: Vatican: the Holy See

    Alguns artistas conhecidos, como Leonardo da Vinci e Michelangelo, por

    exemplo, desenharam e ajudaram a embelezar algumas cidades italianas, no sculo

    XV e XVI, enquanto Georges Eugene Haussmann planejou grandes avenidas e

  • 22

    praas, em Paris, no sculo XVIII, que ajudaram a cidade francesa em se tornar

    reconhecida mundialmente como uma das cidades mais belas do mundo.

    Algumas cidades dos Estados Unidos, na Amrica colonial foram planejadas

    de antemo, antes de terem sido construdas. Exemplos incluem Charleston,

    Filadlfia e Savannah. O exemplo mais famoso, porm, o da atual cidade de

    Washington, DC, a atual capital do pas. George Washington contratou Pierre

    Charles L'Enfant, um arquiteto francs, para planejar a cidade.

    1.4. Revoluo Industrial

    Com a Revoluo Industrial, nos sculos XVIII e XIX, e a criao de

    fbricas em cidades, a populao de muitas cidades europias e americanas

    comearam a aumentar rapidamente, recebendo milhares de pessoas vindas dos

    campos, abandonando trabalhos nas reas rurais, para trabalhar na indstria. Isto

    fez com que cidades da poca ficassem superlotadas, sujas, barulhentas. Muitas

    pessoas viviam em bairros que possuam pssimas condies sanitrias, na qual

    famlias inteiras viviam espremidas em casas de um ou dois cmodos, perto das

    fbricas.

    Figura 1.4: Revoluo Industrial Fonte: Enciclopdia Virtual (2010)

  • 23

    Reformistas sociais comearam a pedir ao governo que melhorassem tais

    condies precria de vida, sugerindo planos como novo zoneamento, com casas,

    jardins e reas verdes. Tambm sugeriu a separao de zonas industriais e

    residenciais, cada uma em zonas separadas da cidade. Vrias municipalidades e

    governos tomaram medidas para melhorar a qualidade de vida nas cidades, mas

    medida que estas continuavam a crescer rapidamente, as poucas medidas tomadas

    foram insuficientes para surtir algum efeito.

    Planejadores urbanos tentaram mostrar a imagem de uma cidade ideal, na

    Feira Mundial de Chicago, em 1893. Largas e grandes avenidas, com grandes

    estruturas pblicas, eram dois dos muitos aspectos numa cidade ideal. A exposio

    marcou o incio do movimento City Beautiful (Bela Cidade, em ingls), nos Estados

    Unidos.

    1.5. Sculo XX - Tempos atuais

    At o final do sculo XIX, o planejamento urbano na maioria dos pases

    industrializados era de responsabilidade de arquitetos, que eram contratados por

    empresas particulares ou, raramente, pelo governo. Mas o crescimento dos

    problemas urbanos durante o final do sculo 19 forou governos de muitos pases,

    em especial, o dos Estados Unidos, a participar mais ativamente no processo de

    planejamento urbano.

    O Movimento moderno na Arquitetura e no Urbanismo pregava que a

    atividade de planejar as cidades era matria de ordem eminentemente tcnica, e

    que, portanto, possua a neutralidade poltica inerente ao trabalho cientfico. Tal

    pensamento se formalizou especialmente com o trabalho dos CIAM (Congressos

    internacionais da Arquitetura moderna) e, especialmente, com a Carta de Atenas.

    Reflexos deste pensamento urbanstico podem ser observados em projetos de

    novas reas de expanso urbana totalmente desvinculados das necessidades

  • 24

    efetivas das comunidades que a morariam. O plano-piloto da cidade de Braslia

    considerado o exemplo mais perfeito deste tipo de urbanismo modernista.

    Entre 1900 e 1930, muitas cidades nos Estados Unidos introduziram

    comisses de planejamento urbano e leis de zoneamento. Um dos mais famosos

    planos de revitalizao urbana desse perodo foi o Plano Burhan, que revitalizou

    uma grande parte da cidade de Chicago.

    A exploso populacional da dcada de 1950 e da dcada de 1960 criou

    problemas como congestionamentos, poluio, aparecimento ou crescimento de

    favelas, e falta de moradia. Para vencer os novos desafios destas cidades em

    crescimento, agncias de planejamento urbano precisaram expandir seus

    programas, incluindo novas residncias, reas recreacionais e melhores distritos

    comerciais e industriais. Atualmente, o planejamento urbano de uma cidade

    geralmente feito por acordos entre agncias governamentais e empresas privadas,

    especialmente nos pases desenvolvidos. Nos pases subdesenvolvidos, porm, o

    Planejamento Urbano passa por um momento de redefinio.

    Se, por um lado, tais pases atravessaram longos perodos de planejamento

    centralizador e autoritrio (no raro resultando em periferias urbanas espraiadas,

    estruturadas por projetos residenciais movidos mais pelo carter quantitativo que

    pelo qualitativo), nas ltimas duas dcadas, o Planejamento Urbano no Brasil, por

    exemplo, tem procurado colocar-se como possvel mediador no conflito social pelo

    solo urbano. Surge da a ideia de planejamento urbano participativo (trabalhada,

    por exemplo, por tericos como Ermnia Maricato4, ex-Secretria Executiva do

    Ministrio das Cidades) no qual as decises so tomadas atravs de um processo

    4 Ermnia Maricato: Graduao (1971), mestrado (1977) e doutorado (1984) e Livre Docncia (1996),

    professora titular (1997) em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de So Paulo. Professora visitante da University of British Columbia/Center of Human Settlements, Canad (2002) e da University of Witswaterhand of Johannesburg, frica do Sul (2006). Secretaria de Habitao e Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de So Paulo (1989/1992), Coordenadora do Programa de Ps Graduao da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (1998/2002) e Ministra Adjunta das Cidades (2003/2005). Foi consultora ad-doc da FINEP, CAPES, CNPQ, FAPESP, e tambm de inmeras prefeituras no Brasil e no exterior. Criou o LABHAB - Laboratrio de Habitao e Assentamentos Humanos da FAUUSP (1997) e formulou a proposta de criao do Ministrio das Cidades.

  • 25

    democrtico no qual o profissional no assume mais o papel de "autor do plano",

    mas de "condutor do processo".

    Contrariamente a esta tendncia, tericos internacionais, como Manuel

    Castells5, propem o que se convencionou chamar de Planejamento urbano

    estratgico, que procura tratar as cidades sob a lgica da guerra fiscal e de sua

    localizao na suposta nova rede de cidades globais.

    Um plano diretor, plano compreensivo ou plano mestre, um plano criado

    por um grupo de planejadores urbanos6 que tem impacto vlido para toda a

    comunidade da cidade, por certo perodo de tempo. Mostra a cidade como ela

    atualmente e como ela deveria ser no futuro, demonstrando como o terreno da

    cidade deve ser utilizado e se a infra-estrutura pblica de uma cidade como

    educao (escolas e bibliotecas), vias pblicas (ruas e vias expressas), policiamento

    e de cobertura contra incndio, bem como saneamento de gua e esgoto, e

    transporte pblico, deve ser expandida, melhorada ou criada. Limites impostos pelo

    plano diretor incluem a altura mxima de estruturas em algumas ou em todas as

    regies da cidade, por exemplo.

    No Brasil um exemplo de cidade planejada sua capital: Braslia. O Plano

    Piloto de Braslia, no Distrito Federal, foi projetado por Lucio Costa, vencedor do

    concurso, em 1957, para o projeto urbanstico da Nova Capital, demonstrado na

    figura 1.5, teve sua forma inspirada pelo sinal da Cruz. O formato da rea

    popularmente comparado ao de um avio. Lucio Costa, entretanto, defendeu a tese

    de que a capital federal pudesse ser comparada a uma borboleta, rejeitando a

    comparao anterior.

    5 Manuel Castells: catedrtico de sociologia e de planejamento urbano e regional da Universidade da Califrnia

    desde 1979, j foi professor em universidades de Paris, Madri e tambm da Amrica Latina. Publicou vrios livros editados em 11 idiomas e, h 20 anos investiga os efeitos da informao sobre economia, cultura e a sociedade em geral. 6 Planejadores urbanos: profissionais que lidam com processo de planejamento, organizao e o desenho de

    assentamentos humanos, aconselham municpios, sugerindo possveis medidas que podem ser tomadas com o objetivo de melhorar uma dada comunidade urbana, ou trabalham para o governo ou empresas privadas que esto interessadas no planejamento e construo de uma nova cidade ou comunidade, fora de uma rea urbana j existente.

  • 26

    Segundo o decreto 10.829/87, os limites do Plano Piloto so definidos pelo

    lago Parano, a leste; pelo crrego Vicente Pires, ao sul; pela Estrada Parque

    Indstria e Abastecimento (EPIA), ao oeste; e pelo crrego Bananal, ao norte.

    Figura 1.5: Croqui apresentado por Lcio Costa para escolha do "Plano Piloto" de Braslia Fonte: http://doc.brazilia.jor.br

    O projeto consistiu basicamente no Eixo Rodovirio (ou "Eixo") no sentido

    norte-sul, e Eixo Monumental no sentido leste-oeste. A criao arquitetnica dos

    monumentos centrais foi designada a Oscar Niemeyer. O Eixo Rodovirio formado

    pelas asas Sul e Norte e pela parte central, onde as asas se encontram sob a

    Rodoviria do Plano Piloto. As asas so reas compostas basicamente pelas

    superquadras residenciais, quadras comerciais e entrequadras de lazer e diverso

    (onde h tambm escolas e igrejas). O Eixo Monumental composto pela

    Esplanada dos Ministrios e pela Praa dos Trs Poderes, a leste; a rodoviria, os

    setores de autarquias, setores comerciais, setores de diverso e setores hoteleiros

    em posio cntrica; a torre de televiso, o Setor Esportivo e a Praa do Buriti, a

    oeste. A sede do governo do Distrito Federal, originalmente localizada na Praa do

    Buriti, dever ter suas funes administrativas transferidas do Palcio do Buriti para

    a Regio Administrativa de Taguatinga at 2010.

  • 27

    CAPITULO II

    PLANEJAMENTO NA CONSTRUO CIVIL

    Este captulo apresenta uma descrio geral do processo de planejamento e

    sua contribuio para o controle da produo na construo civil. Na tentativa de

    conhecer o percurso histrico do planejamento, pretende-se buscar nos

    pressupostos tericos a justificativa para os principais problemas encontrados no

    processo de planejamento e controle da produo das empresas do setor. Assim,

    apresenta-se alguns conceitos bsicos relacionados ao planejamento e controle.

    2.1. CONCEITO DE PLANEJAMENTO

    De acordo com o conceito de planejamento defendido por Peter Drucker,

    existem dois critrios que so indispensveis para o bom funcionamento das

    organizaes: "eficcia e eficincia". A eficcia, na opinio de Drucker, o critrio

    mais importante, j que nenhum nvel de eficincia, por mais alto que seja, ir

    compensar a m escolha dos objetivos, isto , a eficincia no desempenho das

    atividades operacionais jamais ir compensar o erro na definio dos objetivos

    amplos da organizao. Stoner e Freeman (1985) embora, usando uma terminologia

    diferente a de Drucker (1985) para definir Planejamento, apresenta um conceito

    bastante similar ao deles, no que se refere ao estabelecimento de objetivos, isto ,

    direo e linhas de ao adequadas para alcan-los.

    O processo de planejamento e controle da produo passa a cumprir um

    papel fundamental nas empresas, medida que o mesmo tem um forte impacto no

    desempenho da funo produo. Inmeros estudos realizados no Brasil e no

    exterior comprovam este fato, indicando que deficincias no planejamento e controle

    esto entre as principais causas da baixa produtividade do setor, das suas elevadas

    perdas e da baixa qualidade dos seus produtos. Em que pese o custo relativamente

    baixo do processo de planejamento e controle da produo e o fato de que muitos

  • 28

    profissionais tm conscincia da sua importncia, poucas so as empresas nas

    quais este processo bem estruturado.

    Slack et al. (1997) definem planejamento e controle da produo como

    sendo a atividade de se decidir sobre o melhor emprego dos recursos de produo,

    assegurando assim, a execuo do que foi. O mesmo autor tambm define

    planejamento como atividade que garante que a produo ocorra eficazmente e

    produza produtos e servios como devido.

    Planejamento, no sentido mais amplo, conceituado por Acroff (1981),

    como um processo de avaliao e tomada de decises inter-relacionadas antes que

    haja alguma ao, em uma situao na qual se acredite que ao menos que alguma

    coisa seja feita, um estado desejado no futuro provalvelmente no ocorrer; e se a

    ao adequada for tomada, a probabilidade de um resultado favorvel pode ser

    aumentada.

    Segundo Cleland (1994) planejamento uma viso do futuro e o

    estabelecimento de aes para atingir este estado futuro. Envolve uma interao

    entre considerar alternativas no futuro e estruturar aes no presente para atingir o

    futuro desejado.

    Laufer (1992) conceitua planejamento como um conjunto de componentes,

    sendo: processos de tomada de deciso; processos de integrao; processos de

    hierarquizao; processos de coletas de dados, anlise e desenvolvimento de

    alternativas; desenvolvimento de procedimentos em forma de planos; e

    implementao.

    Ainda segundo Cleland (1994), o planejamento um processo de tornar

    explicito os objetivos, metas e estrategias necessrias para conduzir o

    empreendimento com sucesso dentro do seu ciclo de vida, at que o produto ou

    servios entregue ocupe o seu lugar na execuo das estrategias do proprietario do

    empreendimento.

  • 29

    Segundo Limmer (1997) planejamento um processo por meio do qual se

    estabelecem objetivos, discutem-se expectativas de ocorrncias de situaes

    previstas, veiculam-se informaes e comunicam-se resultados pretendidos entre

    pessoas, entre unidades de trabalho, entre departamentos de uma empresa e,

    mesmo, entre empresas.

    Complementa Limer (1997) citando Acroff que, planejamento algo que

    fazemos antes de agir, isto , a tomada antecipada de decises, sendo necessrio

    quando a consecuo do estado de futuro que deseja-se envolvem um conjunto de

    decises interdependentes, isto , um sistema de decises.

    A figura 2.1 demonstra o conceito de Limer descrito graficamente como um

    processo numa linha de produo, com fases sucessivas:

    Planejamento como Processo Segundo Limmer (1997)

    Figura 2.1: Planejamento como processo segundo Limmer (1997)

    Fonte: Elaborado pelos Autores

    Sendo assim, a aplicabilidade do planejamento em obras civis de extrema

    relevncia segundo as afirmaes de Limmer e Acroff. Em sua grande maioria, as

    obras civis envolvem diversas pessoas para tomada de decises interdependentes,

    com objetivo comum de executar aquilo que se proposto dentro de um prazo

    limitado de tempo, formando um sistema de decises.

    Para Nocra (2000), o planejamento o processo que visa estabelecer,

    com antecedncia, as aes a serem executadas com o intuito de alcanar um

    Discutir situaes previstas

    Tomadar deciso

    antecipada

    Veicular informaes

    AoComunicar resutados

  • 30

    objetivo definido, visando estabelecer no s as aes, mas tambm os recursos a

    serem usados, os mtodos e os meios necessrios para se alcanar os objetivos.

    A figura 2.2 apresenta graficamente o conceito de planejamento de Nocra

    numa linha de produo com fases sucessivas:

    Planejamento como Processo Segundo Nocra (2000)

    Figura 2.2: Planejamento como processo segundo Nocra (2000)

    Fonte: Elaborado pelos Autores

    Comparando a definio de Nocra com a definio de Limmer e Acroff,

    nota-se uma similaridade, uma vez que ambos tratam o conceito de planejamento

    como um processo. A diferena est que Limmer e Acroff destacam a importncia

    da informao e divulgao de dados do planejamento. J Nocra acrescenta ainda

    um elemento importante em sua definio quando descreve:

    ... visando estabelecer no s as aes, mas tambm

    os recursos a serem usados, os mtodos e os meios

    necessrios para se alcanar os objetivos.

    Laufer e Tucker (1987) citam que planejamento pode ser definido como

    processo de tomada de deciso realizado para antecipar uma desejada ao futura,

    utilizando meios eficazes para concretiz-la. O planejamento tem a finalidade de

    reduzir o custo e a durao dos projetos e as incertezas relacionadas aos objetivos

    do projeto.

    Cardoso e Erdmann (2001) definem o planejamento como uma funo de

    apoio coordenao das vrias atividades de acordo com os planos de execues,

    de modo que os programas preestabelecidos possam ser atendidos com economia

    Estabelecer aes a serem

    executadas

    Definir objetivo

    Estabelecer aes e recursos

    necessrios

    Estabelecer mtodos e

    meios necessrios

    Alcanar os objetivos

  • 31

    e eficincia, com a determinao do momento em que cada atividade deve ser

    concluda e o desenvolvimento de um plano de produo que mostre as atividades

    conforme necessidade e ordem de execuo.

    Para Cardoso e Erdmann (2001), o planejamento responsvel em

    demonstrar o tipo de atividade a ser executada, quando executar, os sistemas

    construtivos e os recursos utilizados.

    Na figura 2.3 apresenta-se a concepo de planejamento de Cardoso e

    Erdmann, onde o planejamento o resultado da soma de um plano de execuo

    com um plano de produo, com suas atividades especficas agregadas. Assim a

    soma destes dois planos resulta no planejamento que ir determinar o que executar,

    quando executar, quais sistemas construtivos sero necessrios e quais recursos

    financeiros, tecnolgicos e de pessoas deve-se adotar:

    Planejamento como Funo de Apoio Coordenao Segundo

    Cardoso e Erdmann (2001)

    Figura 2.3: Planejamento como funo de apoio coordenao segundo Cardoso e Erdmann

    Fonte: Elaborado pelos Autores

    Conforme Cimino (1987), o planejamento tem por critrio agrupar todos os

    recursos, objetivando concretizar o tratamento de um determinado empreendimento,

    Pla

    no

    de

    Exec

    u

    o

    Programas pr-estabelecidos

    Atividades com prazos determinados

    Gerao de economia e eficincia

    Pla

    no

    de

    Pro

    du

    o

    Atividades planejadas

    Ordem de execuo das atividades

    Pla

    nej

    amen

    to

    O que executar

    Quando executar

    Sistemas construtivos

    Recursos utilizados

    + =

  • 32

    evitando disperso prejudicial e preparando as solues dos problemas

    construtivos. O isolamento de qualquer uma das atividades pode dificultar a

    execuo da obra. O planejamento deve ser ajustado da melhor maneira possvel

    s diversas funes; necessrio que o coordenador tenha capacidade de definir

    as etapas fundamentais do planejamento.

    Planejamento como Ferramenta de Agrupar Recursos Segundo Cimino (1987)

    Figura 2.4: Planejamento como ferramenta de agrupar recursos segundo Cimino (1987)

    Fonte: Elaborado pelos Autores

    Todas os conceitos apresentados definem bem o que planejamento e

    convergem para um nico fim: alcanar um objetivo de forma eficiente e econmica.

    Nas definies tem-se o planejamento como um processo que tem seu incio,

    processamento e fim bem claros.

    Levando em considerao que toda construo realizada por uma

    empresa, h de se pensar que esta uma entidade que necessita de continuidade e

    melhoria constante em seus processos visando a sobrevivncia e garantindo

    destaque no mercado atravs de seus diferenciais competitivos.

    Soluo de Problemas Construtivos

    Tcnicas Construtivas

    Pessoas Recursos

  • 33

    O planejamento e controle nas obras civis, por ser um processo, necessita

    de tratamento como tal, seguindo um ciclo lgico que garanta a sua melhoria

    contnua.

    Para Fonseca, et al (1996), um dos procedimentos mais bem conhecidos na

    gesto da qualidade total (TQM), o uso do ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Action).

    No ciclo PDCA melhorar um processo significa estabelecer uma nova meta

    para permanecer nela. De acordo com Campos (1992), as fases que compem esse

    ciclo so:

    Fase P (Plan ou Planejamento): consiste nas etapas de identificao do

    problema, observao (reconhecimento das caractersticas do problema),

    anlise do processo (descoberta das causas principais que impedem o

    atingimento das metas) e plano de ao (contramedidas sobre as causas

    principais);

    Fase D (Do ou Execuo) : a de ao, ou atuao de acordo com o plano

    de ao para bloquear as causas fundamentais de insucesso. Nesta fase so

    trabalhados alm dos planos de ao a comunicao e disseminao do

    planejamento por todos os nves hierrquicos da empresa, garantindo que

    todos estejam treinados, conscientes e informados sobre o que e como fazer;

    Fase C (Check ou Checar): feita a verificao, ou seja, a confirmao da

    efetividade do plano de ao para ver se o bloqueio foi efetivo. Esta etapa

    de fundamental importncia pois ela que ir definir os indicadores de

    desempenho que iro medir a eficcia de planejamento bem como a

    definio dos mecanismos para o controle do empreendimento.

    Fase A (Action ou Agir Corretivamente): nesta faze existem duas etapas, a de

    padronizao e a de concluso. Na etapa de padronizao, caso o bloqueio

    tenha sido efetivo, feita a eliminao definitiva das causas para que o

    problema no reaparea. Na etapa de concluso ocorre a reviso das

  • 34

    atividades e planejamento para trabalhos futuros. Caso na fase C (check), o

    bloqueio no tenha sido efetivo, deve-se voltar na etapa observao da fase

    P (plan).

    Considerando o planejamento como um processo, tendo em vista os

    conceitos apresentados e adaptando o mesmo ao ciclo PDCA, tem-se uma

    definio bastante ampla e continuada de tal processo, conforme apresentado na

    figura 2.5 a seguir.

    Planejamento como Processo (Ciclo PDCA)

    Figura 2.5: Planejamento como processo seguindo metodologia do ciclo PDCA

    Fonte: Elaborado pelos Autores

    Elaborar planos de execuo e produo;

    Veicular informaes;

    Realizar treinamentos.

    Checar materiais, equipamentos e pessoas necessrias;

    Checar mtodos e meios necessrios;

    Definir indicadores de desempenho.

    Discutir e prever situaes

    Estabelecimento de aes: mtodos e meios necessrios

    Tomada de decises antecipadas

    Definir objetivos

    Acompanhamento da execuo x planejamento;

    Aplicao de indicadores de desempenho;

    Padronizao de aes e atividades ;

    Relatrios conclusivos.

    Action

    Agir e Corrigir

    Plan

    Planejar

    Do

    Executar

    Check

    Checar

  • 35

    Reunindo os conceitos dos autores citados anteriormente, pode-se definir

    portanto, um conceito de planejamento bastante amplo:

    Planejamento um processo de tomada antecipada de um conjunto

    de decises, baseadas em estudos de ocorrncia de situaes previstas, para

    estabelecimento de aes, recursos e mtodos, com a utilizao de meios

    eficazes e econmicos visando alcanar um objetivo.

    Dentre outras variveis para o sucesso deste processo, est a necessidade

    de um sistema de informaes capaz de dissociar o planejamento por toda fora de

    trabalho, sensibilizando todos sobre a importncia de cada etapa e a integrao de

    pessoas e aes. O acompanhamento, checagem e divulgao de resultados

    obtidos essencial para garantir a continuidade do processo.

    2.2. CONCEITO DE DESPERDCIO

    Segundo o Dicionrio Aurlio (2010), desperdcio definido como ato de

    desperdiar, gasto ou despesa intil, esbanjamento, perda, desapropriamento.

    A perda de material ocorre toda vez que se utiliza uma quantidade, do

    mesmo maior que a necessria conforme definido::

    Perda como toda quantidade de material

    consumida, alm da quantidade teoricamente

    necessria, que aquela indicada no projeto e

    seus memoriais, ou demais prescries do

    executor, para o produto sendo executado.

    (SOUZA, 2005)

    Segundo Messeguer (1991), o desperdcio advm, ou se origina, de todas

    as etapas do processo de construo covil, que so: planejamento, projeto,

    fabricao de materiais e componentes, execuo e uso e manuteno.

  • 36

    Desta forma, ao contrrio do que a maioria dos leigos acredita, os

    desperdcios da Construo Civil no ocorrem apenas no momento da execuo de

    uma obra. So decorrncia de um processo formado de vrias etapas e composto

    de diferentes empresas e pessoas.

    Segundo Pinto (1995) identifica que os acrscimos nos custos da

    construo, advindos do desperdcio, so de 6% e os acrscimos na massa de

    materiais atingem os 20%.

    O mesmo autor afirma que na Blgica, o acrscimo nos custos advindos do

    desperdcio de 17%; na Frana de 12%; e, no Brasil, de cerca de 30% (dado que

    comprova, em parte, a afirmao anterior de que com o desperdcio de trs obras,

    constri-se outra).

    Para Souza (2005), a quantidade de materiais teoricamente necessrias

    pode ser descrita atravs da expresso:

    (2.1)

    Onde:

    QMT = quantidade de material teoricamente necessria,

    QS = quantidade de sadas (ou servios) executada,

    QM = quantidade de material (nico ou composto) demandada,

    QMS = quantidade de material simples demandada

    Segundo Souza (2005), a perda de um material pode ser expressa tambm

    de forma percentual, relacionando a quantidade de material necessria

    quantidade de material teoricamente necessria atravs da seguinte frmula:

    (2.2)

  • 37

    Onde:

    IP(%) = indicador de perdas expresso percentualmente,

    QRM = quantidade de material realmente necessria,

    QMT = quantidade de material teoricamente necessria.

    O percentual de perdas aceitvel diretamente ligado ao percentual de

    lucro de determinado empreendimento. Desta forma deve-se avaliar a lucratividade

    do empreendimento para se definir qual ser o ndice de perdas (IP%) aceitvel.

    Existem diversas formas de classificao das perdas. Souza (2005)

    classifica as perdas segundo:

    o tipo de recurso consumido;

    a unidade para sua medio;

    a fase do empreendimento em que ocorrem;

    o momento de incidncia na produo;

    sua natureza;

    a forma de manifestao;

    sua causa;

    sua origem;

    seu controle.

    2.2.1. Perdas segundo o tipo de recurso consumido

    Est relacionado aos recursos fsicos, podendo-se estudar os materiais, a

    mo-de-obra e os equipamentos; e financeiros, podendo ser ou no decorrentes da

    ocorrncia de perdas fsicas, conforme mostrado na figura 2.6:

  • 38

    Figura 2.6: Perdas segundo o tipo de recurso consumido

    Fonte: Souza (2005)

    2.2.2. Perdas segundo a unidade para sua medio

    As perdas podem ser medidas em diferentes unidades, sendo as principais:

    em massa, em volume e em unidades monetrias. importante salientar que o

    valor das perdas pode mudar bastante ao se adotar uma ou outra unidade. Podem

    ser expressas em valores absolutos ou relativos/percentuais como por exemplo ter-

    se perdido 2 metros cbicos de concreto ou ter perdido um volume de 5% de

    concreto.

    2.2.3. Perdas segundo a fase do empreendimento em que ocorrem

    Na medida em que as perdas acontecem toda vez que se estabelece um

    consumo de materiais superior ao teoricamente necessrio, tal ocorrncia pode se

    dar em diferentes momentos do empreendimento: na concepo, na produo da

    obra e na sua utilizao.

    2.2.4. Perdas segundo o momento de incidncia na produo

    Perdas

    Financeiras

    Estritamente financeiras

    Decorrentes das perdas de recusos fsicos

    Fsicas

    Mo-de-obra Equipamentos Materiais

  • 39

    Acontecimentos na produo podem ser responsveis por grandes

    consumos excessivos de materiais. As perdas podem se manifestar em vrias

    etapas da produo desde o recebimento de materiais at etapa final da obra,

    demonstrado na figura 2.7:

    Figura 2.7: Exemplo de perdas segundo momento de incidncia na produo - transporte

    Fonte: Souza (2005)

    No caso da figura 2.7 pode-se verificar que todas as etapas esto

    diretamente ligadas ao transporte do insumo ou produto a ser processado. Se existir

    alguma perda ocasioada em funo do transporte, esta poder se repetir por todo o

    processo de produo, gerando reduo de lucros ou aumento excessivo do valor

    do produto final.

    2.2.5. Perdas segundo sua natureza:

    As perdas fsicas de materiais podem ocorrer sobre trs diferentes

    naturezas: furto ou extravio; entulho; e incorporao.

    Furto ou extravio costuma ser um pouco significativo no caso das obras de

    um certo porte. Embora mais significativo em obras pequenas, onde se usa uma

    quantidade reduzida de materiais.

    O entulho representa a natureza das perdas mais comumente presente na

    mente das pessoas, quando se fala em perdas materiais, mesmo no sendo, para o

    caso de vrios servios, a mais relevante quantitativamente falando. o entulho que

    Recebimento EstocagemProcessamento intermedirio

    Processamento Final

    Transporte

  • 40

    representa a maior fonte de resduos da construo, gerando sensao de sujeira

    num canteiro de obras e sendo fonte para ocorrncia de acidentes.

    Perda incorporada, embora muitas vezes imperceptvel visualmente

    representada pelas incorporaes de materiais superiores teoricamente prescrita,

    como exemplos, ao se fazer uma laje um pouco mais espessa que o indicado no

    projeto de formas; toda vez que um revestimento interno de paredes com

    argamassa, previsto para ter 1 centmetro, alcanar 2 centmetros de espessura

    mdia, tem-se perda incorporada.

    2.2.6. Perdas segundo a forma de manifestao

    So aquelas no oriundas de furto, entulho ou incorporao ocasionadas de

    diferentes formas de manifestao. Entre elas pode-se citar:

    sacos de cimento, cal, gesso ou argamassas com peso real inferior ao

    nominal;

    ao desbitolado;

    areia carreada do estoque pelas chuvas;

    pontas de ao no aproveitveis,

    etc.

    2.2.7. Perdas segundo sua causa

    Mais que identificar a forma de manifestao das perdas, o entendimento do

    porqu de elas ocorrerem pode ajudar bastante na futura tarefa de tentar evitar que

    tais perdas aconteam.

    Portanto a causa de uma perda seria a razo imediata para que ela tenha

    acontecido. Assim que, para as vrias manifestaes possveis, podem-se elencar

    as provveis causas (que necessariamente so nicas, isto , a perda, ocorrida sob

    uma determinada forma de manifestao, pode ter sido fruto de diferentes causas).

  • 41

    2.2.8. Perdas segundo sua origem

    Se as causas das perdas se relacionam s razes imediatas para sua

    ocorrncia, mais importante, tambm dentro do objetivo de diminuir o desperdcio,

    entenderem-se as razes mais distantes que fomentaram manifestaes

    detectadas, que representariam as origens das perdas.

    2.2.9. Perdas segundo seu controle

    A ocorrncia de perdas, enquanto sinnimo de ineficincia de um certo

    processo de produo, pode ser associada a quaisquer processos; em outras

    palavras, as perdas esto presentes em todas as atividades. Portanto comum

    conviver com perdas na construo, o que se deve evitar que tais perdas

    alcancem nveis preocupantes ou que ocorram predominantemente por negligncia

    na coordenao dos processos.

    2.3. Como reduzir os desperdcios

    Vieira Netto (1993), aponta algumas aes para reduzir os desperdcios,

    sendo esta uma tarefa que demanda ateno para diversas reas envolvendo:

    pessoas, desburocratizao, elaborao de programa de metas, implantao de

    programas de qualidade, utilizao adequada do fator tempo com estabelecimento

    de prioridades. Na figura 2.8 apresenta-se algumas aes propostas por Vieira Neto

    para reduzir os desperdcios:

  • 42

    Figura 2.8: Aes para reduzir desperdcios

    Fonte: Modificado de Vieira Netto (1993)

    Valorizao de talentos;

    Seleo com competncia e critrios definidos;

    Formao na produo;

    Conhecimento da fora de trabalho e tcnicas dos concorrentes;

    Educao, treinamento e capacitao continuada.

    Pessoas

    Promoo de resultados;

    Ouvir os stakeholders;

    Encurtar caminhos de comunicao;

    Realizar reunies produtivas.

    Desburocratizar

    Gerar agilidade e acrescimo de desempenho com reconhecimento e premiaes;

    Terceirizao de servios;

    Gerenciar a produo ao invs de somente executar;

    Conceito de excelncia;

    Estabelecer metas e prioridades;

    Motivao e atendimento de necessidades.

    Programa de metas

    Qualidade total;

    Padronizao por normas;

    Aplicao de tcnicas de qualidade.

    Programa de qualidade

    Etabelecer prioridades;

    Controlar tempo das atividades dirias

    Cumprir prazos e horriosGerenciar o tempo

  • 43

    2.4. Conceitos sobre produtividade

    A nfase na produtividade foi mais intensificada, a partir do acirramento da

    concorrncia, instalada pela globalizao dos mercados. Na percepo de Macedo

    (2002), no panorama competitivo vivenciado pelas organizaoes, sem

    produtividade ou sem a eficincia do processo produtivo, dificilmente uma empresa

    vai ser bem-sucedida ou at mesmo sobreviver no mercado.

    Para Smith (1993), diversas so as maneiras de ver e definir produtividade.

    Dependendo da percepo, do conhecimento e da experincia das pessoas, melhor

    ser a compreenso sobre o termo, como tambm sobre sua medida, sobre como

    melhor-la para atingir a competitividade a partir de sua medio.

    Nas definies de produtivadade em sua maioria, aborda-se termos como

    lucratividade, eficincia, efetividade, valor, qualidade, inovao e qualidade de vida

    no trabalho, como tambm se pode combinar variveis especficas de efetividade

    humana e organizacional.

    Para realizar avaliaes descritivas e medies numricas de produtividade,

    usa-se padres e taxas, onde os padres servem de base para as taxas e muitas

    delas so usadas para definir e medir produtividade do tipo output / input.

    Moreira (1996), argumenta que a produtividade esta ligada eficcia de um

    sistema produtivo, sendo a eficcia relativa a melhor ou pior utilizao dos recursos.

    Uma viso mais clssica sobre produtividade analisada por Severiano

    Filho (1999) ao tomar como referncia trs definies:

    a) Produtividade de Fator simples: quando relaciona alguma

    medida de produo a, apenas, um dos insumos usados no

    processo produtivo, tais como: capital, mquina, energia,homem,

  • 44

    sendo este ltimo o mais referenciado nas medidas de

    produtividade parcial.

    b) Produtividade de Valor Agregado: baseado no conceito de

    agregao de valor, cujo desempenho produtivo medido pela

    relao entre o valor agregado e os diversos recursos de

    produo utilizados. Como utiliza em seus clculos somente

    valor monetrio, elimina a possibilidade de determinar a

    produtividade tcnica dos fatores, da, seus indicadores serem

    utilizados no mbito de produtividade econmica.

    c) Produtividade de Fator Total: quando so considerados

    simultaneamente mais de um insumo (geralmente mo-de-obra e

    capital) combinados.

    Segundo Sink (1985), o conceito de produtividade para um sistema fsico de

    produo, definido como a relao entre o que obtido na sada e o que

    consumido na entrada desse sistema.

    Este conceito tambm defendido por Souza (1998), que considera que a

    produtividade seja a eficincia em se transformar entradas e sada num processo

    produtivo. Assim, a produtividade a eficincia em se transformar entradas em

    sadas num processo produtivo.

    Desta maneira, conforme demonstrado na Figura 2.9, o estudo da

    produtividade no processo de produo da construo civil, pode ser feito em

    diversas abordagens. Dependendo do tipo de entrada a ser transformada, pode-se

    ter o estudo da produtividade com variados pontos de vista (fsico no caso de se

    estar estudando a produtividade no uso dos materiais, equipamentos ou mo-de-

    obra; financeiros quando a anlise recai sobre a quantidade de dinheiro

    demandada; ou social quando o esforo da sociedade como um todo

    considerada como recurso inicial do processo).

  • 45

    Figura 2.9: Diferentes abrangncias do estudo da produtividade Fonte: Souza (1998)

    A quantificao da abrancncia do estudo da produtivida apresentados na

    figura 2.9 ir gerar os ndices (ou indicadores) fsicos, financeiros e de produtividade

    do processo produtivo.

  • 46

    CAPTULO III

    IMPORTNCIA, BENEFICIOS E DEFICINCIAS DO PLANEJAMENTO

    3.1. Importncia do Planejamento

    Na atualidade a construo civil vem delineando as formas de um processo

    produtivo mais adequado e profissional. O aumento da concorrncia e a evoluo

    tecnolgica pressionam as empresas para que reavaliem seus mtodos e sistemas

    de produo em busca de produtividade e competitividade. Muitas so as

    perspectivas e idias que se surgem no setor para adaptar a produo aos novos

    tempos.

    Seguindo as novas tendncias de construo, suas aes so direcionadas

    para minimizar o desperdcio de recursos. A proposta reduzir custos sem

    necessidade de investimentos, somente atravs de uma melhor organizao do

    processo, eliminando reservas de mo-de-obra ociosa e otimizando cada recurso

    disponvel.

    Assim, para Assumpo e Fugazza (1998), a programao de obras,

    atravs de modelos mais eficientes, vem deixando de ser uma proposta acadmica

    para transformar-se em necessidade para as empresas, como forma de contribuir

    para melhorar a qualidade de seus produtos e sua competitividade frente ao

    mercado em que atua.

    Neste cenrio, ganha importncia o Planejamento. O planejamento

    essencial, porm, ele nem sempre feito de maneira coerente e realista,

    considerando custo, tempo, flexibilidade e qualidade, privilegiando o trabalho em

    equipe, realizado de forma coordenada.

  • 47

    Assim, com um planejamento executvel e dinmico, possvel equilibrar e

    manejar o cotidiano do plano, ajustando os recursos para assegurar o fluxo da obra

    e cuidando para que o ambiente seja favorvel ao cumprimento das metas,

    ganhando velocidade e qualidade para obter resultados e, conseqentemente, o

    trmino da obra dentro das projees de prazo e custo.

    Indiscutivelmente planejamento demanda quantidade significativa de tempo

    e recursos. Talvez por esta afirmativa que algumas empresas da construo civil

    deixam de disponibilizar tempo, pessoas e recursos financeiros para este fim e

    centralizam esforos na execuo de atividades operacionais.

    Se por determinaes legais tem-se os elementos que detalham a obra

    como projetos arquitetnicos, projetos de engenharia (estruturais, hidrossanitarios,

    eletricos, SPDA, terraplanagem, drenagem, fundaes, etc.), memorial descritivo e

    planilhas de oramento, qual seria a necessidade de se gastar mais tempo e

    recursos para elaborar e executar um planejamento de determinada obra, j que

    existem os elementos que caracterizam e permitem a execuo com bom nvel de

    preciso?

    Segundo Mattos (2010), a indstria da construo tem sido um dos ramos

    produtivos que mais vem sofrendo alteraes substanciais nos ltimos anos. Com a

    intensificao da competitividade, a globalizao dos mercados, a demanda por

    bens mais modernos, a velocidade com que surgem novas tecnologias, o aumento

    do grau de exigncia dos clientes sejam eles os usurios finais ou no e a

    reduzida disponibilidade de recursos financeiros para a realizao de

    empreendimentos, as empresas se deram conta de que investir em gesto e

    controle de processos inevitvel, pois sem essa sistemtica gerencial os

    empreendimentos perdem de vista seus principais indicadores: o prazo, o custo, o

    lucro, o retorno sobre o investimento e o fluxo de caixa. Informao rpida um

    insumo que vale ouro.

  • 48

    Mattos demonstra, portanto, que apesar de se ter elementos que

    caracterizam a obra com nvel de preciso adequada, esses elementos podem

    sofrer influncia de uma srie de fatores externos que iro alterar a dinmica da

    realizao de atividades operacionais podendo gerar atrasos na execuo, aumento

    de custo e conseqentemente reduo do lucro.

    O processo de planejamento e controle passa a cumprir um papel

    fundamental nas empresas, na medida em que tem forte impacto no desempenho

    da produo. Aponta ainda que estudos realizados no Brasil e no exterior

    comprovam esse fato, indicando que deficincias no planejamento e no controle

    esto entre as principais causas da baixa produtividade do setor, de suas elevadas

    perdas e da baixa qualidade dos seus produtos.

    Tem-se, portanto que um bom planejamento, controle e acompanhamento

    no ser apenas um desprendimento de tempo, recursos e pessoas para um fim

    desnecessrio, uma vez que este ir impactar de forma positiva a produo.

    Alm do impacto positivo na produo, h outros ganhos em termos

    gerenciais para as empresas que utilizam as tcnicas de planejamento e controle.

    Para Mattos (2010), atualmente, mais do que nunca, planejar garantir de certa

    maneira a perpetuidade da empresa pela capacidade que os gerentes ganham de

    dar respostas rpidas e certeiras por meio do monitoramento da evoluo do

    empreendimento e do eventual redirecionamento estratgico.

    Segundo Goldman (1997), o planejamento constitui hoje em um dos

    principais fatores para o sucesso de qualquer empreendimento. Na construo civil,

    afirma que necessrio um sistema que possa canalizar informaes e

    conhecimentos dos mais diversos setores e, posteriormente, direcion-los de tal

    forma que todas essas informaes e conhecimentos sejam utilizados a favor da

    construo.

  • 49

    Para Goldman (1997), nas empresas do setor da construo civil o setor de

    planejamento tcnico deve ser interligado com quase todos os outros setores da

    empresa. Esta estratgia ttica de informao permite visualizar todo o

    funcionamento da empresa e traz benefcios aos planejadores e gerncia da

    empresa. Assim deve-se articular o setor de planejamento tcnico com outras reas

    da empresa, como setor de arquitetura, setor financeiro, setor contbil, setor de

    processamento de dados, tesouraria, setor jurdico, setor de compras, entre outros,

    a fim de se formar uma rede de informaes.

    Confrontando as afirmaes de Mattos e Goldman, o planejamento pode ser

    uma ferramenta poderosa para garantir a execuo de uma obra de forma mais

    precisa possvel e servir como um diferencial ttico, estratgico e competitivo,

    atravs da criao de sistemas de informao, como subsdios para tomada de

    decises antecipadas e futuras por parte da alta gerncia.

    3.2. Benefcios do Planejamento

    O planejamento de fundamental importncia, pois executar um projeto

    implica em realizar algo que nunca foi feito antes. O planejamento bem elaborado

    de um projeto a atividade fundamental para o sucesso de qualquer

    empreendimento tanto na etapa da concorrncia quanto no incio e durante todo o

    perodo da obra, pois assegura, com base nas premissas assumidas, uma

    probabilidade favorvel com relao aos resultados esperados.

    Alm disso, o planejamento de grande relevncia para captao de

    possveis recursos financeiros, reduzindo as dificuldades na hora de buscar

    financiamento e facilitando a obteno de crdito, garantindo a segurana para

    possveis investimentos.

  • 50

    Fbio Lacerda, gerente de acesso a servios fincaneiros do Sebrae em So

    Paulo, em entrevista no site Telecentros de Informaes e Negcios do Ministrio

    do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior, afirma:

    importante que, antes do empreendedor pedir o

    emprstimo, ele tenha um conhecimento profundo

    sobre o seu negcio. Ao solicitar o crdito, ele ter

    que justificar como vai fazer uso do dinheiro.

    fundamental fazer o planejamento...

    Existe uma srie de benefcios que o planejamento poder trazer s

    empresas que utilizam esta poderosa tcnica. Na Figura 3.1, apresentam-se alguns

    dos benefcios do planejamento:

    Figura 3.1: Benefcios do Planejamento Fonte: Mattos (2010) adaptado pelos autores

    Benefcios do Planejamento

    Agilidade de

    decises Deteco de situaes

    desfavorveis

    Conhecimento pleno da Obra

    Relao com oramento

    Otimizao de alocao de recursos

    Referncia para

    acompanha-mento

    Padronizao

    Referncia para metas

    Documentao e

    rastreabilidade

    Criao de dados

    histricos

    Profissiona-lismo

  • 51

    Conhecimento pleno da obra

    A elaborao do planejamento impe ao profissional o estudo dos projetos,

    a anlise do mtodo construtivo, a identificao das produtividades consideradas no

    oramento, a determinao do perodo trabalhvel em cada frente ou tipo de servio

    (rea interna, externa, concreto, terraplenagem etc.)

    Deteco de situaes desfavorveis

    A previso oportuna de situaes desfavorveis e de indcios de

    desconformidade permite ao gerente da obra tomar providencias a tempo, adotar

    medidas preventivas e corretivas, e tentar minimizar os impactos no custo e no

    prazo.

    Quanto mais cedo o gestor puder intervir, melhor. A figura ilustra o que se

    costuma chamar de oportunidade construtiva, que a poca em que se pode alterar

    o rumo de um servio ou do prprio planejamento a um custo relativamente baixo.

    Com o passar do tempo, essa interveno passa a ser menos eficaz e sua

    implantao mais cara.

    Agilidade de decises

    O planejamento e o controle permitem uma viso real da obra, servindo de

    base confivel para decises gerenciais, como: mobilizao e desmobilizao de

    equipamentos, redirecionamento de equipes, acelerao de servios, introduo do

    turno da noite, aumento da equipe, alterao de mtodos construtivos, terceirizao

    dos servios, substituio de equipes pouco produtivas.

    Relao com o oramento

    Ao usar as premissas de ndices, produtividades e dimensionamento de

    equipes empregadas no oramento, o engenheiro casa oramento com

    planejamento, tornando possvel avaliar inadequaes e identificar oportunidades de

    melhoria.

  • 52

    Otimizao da alocao de recursos

    Por meio da anlise do planejamento, o gerente da obra pode jogar com

    as folgas das atividades e tomar decises importantes como nivelar recursos,

    protelar a alocao de determinados equipamentos etc.

    Referncia para acompanhamento

    O cronograma desenvolvido no planejamento uma ferramenta importante

    para o acompanhamento da obra, pois permite comparar o previsto com o realizado.

    Padronizao.

    O planejamento disciplina e unifica o entendimento da equipe, tornando

    consensual o plano de ataque da obra e melhorando a comunicao.

    Referncia para metas

    Programas de metas e bnus por cumprimento de prazos podem ser

    facilmente institudos porque h um planejamento referenciais bem construdo,

    sobre o qual as metas podem ser definidas.

    Documentao e rastreabilidade

    Por gerar registros escritos e peridicos, o planejamento e o controle

    propiciam a criao de uma historia da obra, til para resoluo de pendncias,

    resgate de informaes, elaborao de pleitos de outras partes, mediao de

    conflitos e arbitragem.

    Criao de dados histricos

    O planejamento de uma obra pode servir de base para o desenvolvimento

    de cronogramas e planos de ataques para obras similares. A empresa passa a ter

    memria.

  • 53

    Profissionalismo

    O planejamento da ares de seriedade e comprometimento a obra e a

    empresa. Ele causa boa impresso, inspira confiana nos clientes e ajuda a fechar

    negcios.

    3.3. Perfil do Engenheiro Planejador

    Este profissional deve atuar de forma mais aprofundada e estratgica que o

    chamado tocador de obra, devendo aplicar os conhecimentos inerentes

    Engenharia Civil e atuando como um gerente de projeto7. Cleland e Ireland (2002)

    lembram que os gerentes de projeto e outros profissionais que atuam nesta rea

    dependem de quatro competncias a saber:

    Conhecimento: que a compreenso da teoria, dos conhecimentos e

    prticas da gerncia de projetos;

    Destreza: que a capacidade de usar as tcnicas e os recursos da profisso

    para obter resultados adequados;

    Habilidade: que a capacidade de integrar e usar de modo eficaz o

    conhecimento e as aptidoes;

    Motivao: que a capacidade de desenvolver e manter valores, atitudes e

    aspiraes adequadas, ajudando os stakeholders a trabalharem em conjunto

    para o aperfeioamento do projeto.

    Segundo Scholtes (1999), esse tipo de profissional deve compreender e

    liderar relacionamentos, equipes de trabalho e a comunidade, bem como interaes.

    Assim, ao engenheiro civil, enquanto gerente de projetos, tambm de

    recursos humanos, mquinas e materiais, alm dos conhecimentos tcnicos e

    7 Gerente de projeto: profissional que tem o papel de gerenciar determinado projeto, alocando recursos,

    ajustando as prioridades, coordenando interaes com clientes e usurios e geralmente mantm a equipe do projeto concentrada na meta certa. O gerente de projeto tambm estabelece um conjunto de prticas que garantem a integridade e a qualidade dos artefatos do projeto.

  • 54

    tcitos, so requeridas atitudes (motivao e envolvimento com o projeto, assuno

    de riscos, comportatamento e delegao equipe) e habilidades (gerenciais, de

    relaes humanas e polticas) ( VALERIANO, 1998).

    Surge da a necessidade de um profissional experiente com perfil

    compatvel s exigncias gerenciais inerentes ao planejamento e acompanhamento

    de obras.

    3.4. Deficincia das Empresas em Relao ao Planejamento

    Segundo Mattos (2010), algo que pode ser tristemente constatado no

    mundo da construo civil a ausncia ou a inadequao do planejamento das

    obras. Esse fenmeno sentido muito mais nas obras de pequeno e mdio portes,

    em sua maioria efetuadas por empresas pequenas, por profissionais autnomos, ou

    mesmo pelos seus proprietrio.

    Percebe-se, portanto que o planejamento no indispensvel apenas para

    empresas de grande porte, com obras de grande complexidade e envergadura, mas

    que altamente aplicvel e fundamental tambm para melhorar o desempenho,

    garantir competitividade e a subsistncia de pequenas e mdias empresas.

    Ferreira (2001), apresenta as necessidades, os problemas e as falhas

    apresentadas na aplicao do planejamento na construo civil:

    Informao incompleta sobre o projeto;

    Oramento executivo operacional no detalhado;

    Desconhecimento dos critrios de aplicao das tcnicas construtivas;

    Falta de comunicao e integrao da equipe de trabalho;

    Saber como e quando aplicar as tcnicas de planejamento;

    Desconhecimento de uso de tcnicas modernas (computadorizadas);

    Ausncia de planos formais;

  • 55

    Abandono prematuro do estudo previamente elaborado;

    Viso de curto prazo;

    Desconhecimento das tcnicas de planejamento e/ou mal uso dessas

    tcnicas;

    Elaborar um planejamento desprovido da funo de controle e planejamento.

    Para Mattos (2010), a deficincia dos construtores se manifesta em graus

    variados. H empresas que planejam, mas o fazem mal; outras que planejam bem,

    mas no controlam; e aquelas que funcionam na base da total improvisao.

    Enquanto algumas construtoras se esforam por gerar cronogramas detalhados e

    aplicar programaes semanais de servio, outras crem que a experincia de seus

    profissionais o bastante para garantir o cumprimento do prazo e do oramento.

    A deficincia do planejamento pode trazer conseqncias desastrosas para

    uma obra e, por extenso, para a empresa que a executa. No so poucos os casos

    conhecidos de frustraes de prazo, estouros de oramento, atrasos injustificados,

    indisposio do construtor com seu cliente (contratante) e at mesmo litgios

    judiciais para recuperao de perdas e danos (MATTOS, 2010).

    Como soluo eficaz, Mattos (2010), discorre que a melhor maneira de

    minimizar esses impactos produzir um planejamento lgico e racional, pois assim

    se dispe de um instrumento que se baseia em critrios tcnicos, fcil de manusear

    e interpretar.

    4.1. Causas das Deficincias das Empresas

    Mattos (2010) aponta que as causas da deficincia em planejamento e

    controle podem ser agrupadas em funo dos seguintes aspectos arraigados de

    longa data.

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    Figura 3.2: Deficincias do Planejamento Fonte: Mattos (2010) adaptado pelos autores

    Planejamento e controle como atividades de um nico setor

    Em vez de serem vistos como um processo gerencial que deve permear

    toda a estrutura da empresa, o planejamento e o controle muitas vezes so

    confundidos com o trabalho isolado de um setor da empresa ou com a simples

    aplicao de tcnicas para a gerao de planos.

    Outro problema como a equipe fazer o planejamento inicia