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    As Grandes Religies em Seu Contexto

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    As Grandes Religies em

    Seu Contexto

    Uma abordagem panormica das grandes religies

    mundiais dentro da histria em seu contexto evolutivo.

    1. Edio

    So Jos - SC

    2013

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    NDICE

    Apresentao............................................................................ 4

    Prefcio.................................................................................... 5

    1. Introduo............................................................................ 6

    2. Definio de Termos............................................................. 8

    3. Porque Estudar Herisiologia................................................ 11

    4. A Caracterizao das Seitas................................................ 11

    5. Caractersticas Particulares................................................ 12

    6. Anlises Possveis das Religies......................................... 12

    7. A Religio Elementar O Animismo.................................... 13

    8. As Religies da ndia O Hindusmo.................................. 16

    9. As Religies da ndia O Siquismo...................................... 21

    10. As Religies do Extremo Oriente O Confucionismo.......... 24

    11. As Religies do Extremo Oriente O Taosmo.................... 28

    12. As Religies do Extremo Oriente O Budismo.................... 31

    13. As Religies do Extremo Oriente O Xintosmo.................. 34

    14. As Religies do Oriente Mdio O Islamismo..................... 37

    15. As Religies do Oriente Mdio O Judasmo ...................... 42

    16. As Religies do Oriente Mdio O Cristianismo................. 45

    Concluso ............................................................................... 47

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    APRESENTAO

    Diante da balburdia teolgica que se apresenta em nossos dias, urge

    perguntar: Onde est a verdade? Somos assediados diuturnamente por

    novas e estranhas filosofias religiosas e refazemos a pergunta: Qual a

    relao que isto tem com Deus?

    Esta obra tem o objetivo de ser o indicativo da ponta do iceberg de

    confuses que se pratica em nome de Deus, que surgem todos os dias

    justamente com o intuito de busc-Lo e ter comunho com Ele...

    Entendemos a necessidade de mostrar ao leitor as referncias indicativas de

    origem, evoluo e objetivos finais de algumas das grandes religies

    conhecidas, uma vez que a palavra chave de sobrevivncia destas chama-se

    proselitismo (o ato de tornar algum adepto para fins de sobrevivncia

    econmica).

    lgico que no esgotaremos o assunto. Longe disso tal pretenso. Porm,

    se o leitor puder de alguma forma, orientar-se no meio da confuso

    religiosa de nossos dias com este manual, o objetivo do autor e da editora

    ter sido alcanado com sucesso.

    Mos a obra!

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    PREFCIO

    Em minha trajetria ministerial sempre fui questionado por pessoas acerca das

    diversas ALTERNATIVAS ao cristianismo ( religies no crist, religies seculares,

    ocultismo e seitas). E este livro vem para atuar como ferramenta de esclarecimento a

    essas dvidas e argumentos de que o cristianismo compatvel com outras religies

    e seitas e de que no deveramos acentuar a singularidade de Jesus Cristo como

    nico caminho pelo qual uma pessoa pode conhecer o Deus Vivo e Verdadeiro.

    Este manual demostra esta incompatibilidade, ainda que no est sugerindo que os

    fundadores desses grupos enganam intencionalmente seus seguidores, pois, na

    realidade, alguns deles podem ter comeado numa busca sincera pela verdade, mas

    acabaram nos palcos secundrios de Satans.

    Tambm cabe salientar que no foi o VERDADEIRO cristianismo que atacou as seitas,

    pelo contrrio, foram as seitas que sempre atacaram o cristianismo. O resultado

    que o cristianismo autntico teve que defender-se, apresentando sua verdade para

    combater as distores que as seitas desejam perpetrar como doutrina crist

    histrica.

    Pastor Anilton J. de Souza Jnior Primeiro Vice-presidente da IEAD e

    Dirigente da Sede So Jos.

    Muito bom o contedo. Amplia o desejo da busca por mais, deparando com uma

    abordagem, sintetizada de temas profundos em seu contedo, apontando para o

    "Gigante" que nos espreita, difundido atravs dos sculos pela serpente no dem.

    O contedo leva a entender e aplicar a Apologia em seu sentido prtico, causticando

    a razo e lgica, para sntese da proposta, corroborando tanto mestres e discpulos,

    leigos e exegticos a abrangncia dos termos explicados neste livro.

    Esta obra desperta em mim, a viso necessria, explcita e aplicvel no ministrio

    pastoral e de um aprendiz das escrituras.

    Ev. Sergio, professor e amigo, parabns pela obra. Me sinto nefando diante de um

    mestre.

    Pastor Aci Nazareno Silveira Jnior Segundo Vice-presidente da IEAD So

    Jos e Pastor Distrital do Setor Flor de Npolis.

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    1 - INTRODUO:

    As seitas seduzem pela fora de suas convices, pela sinceridade de seu

    entusiasmo e pela simplicidade de sua doutrina1.

    Desde o princpio da humanidade o ser humano trava uma batalha

    inconsciente contra o ex-anjo portador de luz. Afirmamos que esta batalha

    inconsciente pelo fato de que a maioria das pessoas que so adeptas de

    alguma seita, no sabem em que esto metidas, pois, afinal de contas

    quando a luz da revelao bblica raia no corao e no intelecto humano,

    este passa a dar testemunho pblico de quanto tempo esteve escravizado

    aqui ou acol...

    O diabo, depois do SENHOR Deus, o maior estrategista de todos os

    tempos, e para piorar a situao, todas as estratgias dele so motivadas

    pela e para a destruio da raa humana, coroa da criao divina.

    Entre muitas estratgias utilizadas por este ser infame, sua maior realizao

    foi a da confuso religiosa. Sabendo que o ser humano havia cado do

    estado de inocncia, e que Deus havia estipulado uma forma do homem

    reaproximar-se Dele atravs de preceitos e mandamentos de cunho

    religioso at o dia em que o Redentor efetuasse de uma vez por todas o

    sacrifcio perfeito, Satans conspurcou, deturpou e denegriu a maneira de

    servir a Deus que o homem aprendeu ao longo da histria.

    Deus revelou-se aos homens em todos os lugares de muitas maneiras,

    porm sempre com a mesma mensagem breve vir o Cordeiro de Deus

    que tirar o pecado do mundo! O trabalho de Satans foi sempre bsico

    entrar na seara de Deus e semear o joio da confuso para destruir o pouco

    conhecimento que o homem possuia acerca da divindade.

    Todas as seitas herisiolgicas ab-rogam para si a interpretao perfeita da

    Bblia, o conhecimento real de como acabar o mundo, da origem e

    1 HERNANDO, J. Garcia. Pluralismo Religioso, II, p.28. Da carta de um pai que

    perdeu o filho por suicdio, tendo este sido adepto de uma das seitas.

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    significado de Deus e sua atuao na histria e porque Deus os escolheu

    para serem especiais entre seus pares.

    Nossa proposta conhecermos as diferenas existentes nos termos religio,

    seita e heresia, bem como seu modus operandi (maneira de atuao) e

    como identific-los e refut-los.

    As perguntas que faremos acerca dos textos bblicos utilizados pelas

    diversas religies sero: Isto se baseia na verdade? O que a verdade?

    ou O que diz a verdade acerca disso?

    Lembre-se sempre que nosso padro de avaliao ser a Bblia Sagrada,

    sendo que para ns o estudo da mesma chama-se teologia e que o estudo

    daqueles que no seguem o nosso padro chama-se herisiologia, porm em

    muitas religies e seitas herticas, ns tambm somos vistos como hereges,

    pois o padro de aferio utilizado por eles baseado em suas revelaes e

    escrita.

    Entender essas revelaes, escritos, mitos, ritos e crenas que nos

    ajudar a saber como abordar os adeptos desses movimentos e levar-lhes a

    luz da verdade divina...

    A tua palavra lmpada para guiar os meus passos, luz que ilumina o

    meu caminho. Sl 119:105 - Bblia NTLH

    Que esta obra seja um poderoso auxiliar para aqueles que so salvos e

    receberam a ordem: Ide por todo o mundo e pregai...

  • 8

    2 DEFINIES DE TERMOS:

    1.1 Religio:

    A enciclopdia eletrnica ILUMINA traz para o termo a seguinte

    interpretao: Crenas, atitudes e prticas relacionadas com o culto a Deus

    ou com o sobrenatural.

    Desde o princpio formou-se duas grandes estradas que correram separadas

    no af de agradar e achegar-se a Deus; de um lado a revelao divina em

    seu estado de pureza guardada por uma linhagem de pessoas que deram

    suas vidas para conserv-la at que a lei viesse como um alento para o

    homem, afinal de contas, a partir de ento seria fcil servir a Deus, pois

    Ele havia preceituado por escrito o que queria que o homem fizesse. De

    outro lado, a revelao divina humanamente interpretada, com pequenas

    inseres diablicas que visavam apenas oferecer ao homem um pouco de

    paz com o seu interior destrudo pelo pecado...

    Temos ento o conceito de religio como sendo o comprometimento e

    obedincia s exigncias de uma mensagem divina.

    A forma mais comum de interpretao do termo religio provm do latim

    religio e religare que traduzido significa tornar a ligar e nos d a idia

    de restaurao das relaes rompidas entre o homem e a divindade. Dentro

    desse sentido podemos afirmar que uma religio pode ser aprovada pela

    Bblia ou no.

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    1.2 Seita:

    O segundo termo comum a ser estudado seita. Segundo o dicionrio

    ilustrado das religies, seita o grupo menor que se separa da grande

    comunidade. O termo tem carter depreciativo. Se no queremos

    preconizar nem depreciar, prefiramos a expresso comunidade especial ou

    simplesmente comunidade religiosa. Exemplos de seitas ou sectrios:

    Hassidim para os judeus; Testemunhas de Jeov para os cristos; alevitas

    para os muulmanos. - Pode originar- se do latim secare = cortar,

    separar. Ou do termo latino sequi = seguir2.

    De alguma maneira, todas as religies existentes podem ser denominadas

    seitas, pois, em algum momento da histria, saram de alguma religio

    maior para tornar-se um movimento separado e especial... O carter

    depreciativo que o termo possui nos faz meditar no fato de que, via de

    regra, quando um grupo se separa de outro, isto acontece por motivos

    doutrinrios, e baseados em alguma nova revelao, fundam-se novos

    movimentos.

    1.3 Heresia:

    Novamente o dicionrio ilustrado das religies nos ajuda na identificao

    terminolgica: Heresia : tese que se desvia da doutrina comumente aceita

    (dogma). As religies e confisses religiosas definiram mais ou menos o que

    faz e o que no faz parte do seu elenco doutrinrio. Caso o membro da

    2 Schwikart, Georg. Dicionrio lustrado das Religies. Aparecida, SP: Editora Santurio, 2001.

    O Judasmo

    O Islamismo

    O Cristianismo

    AS RELIGIES DO ORIENTE MDIO

    O Hindusmo

    O Siquismo

    AS RELIGIES DA NDIA

    O Taosmo

    O Confucionismo

    O Budismo

    O Xintosmo

    AS RELIGIES DA SIA ORIENTAL

    A RELIGIO TRADICIONAL

    O Animismo

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    comunidade em questo sustente uma opinio fortemente contrria, esta

    condenada como heresia, conforme o princpio: Uma doutrina que leva ao

    erro, j errnea. No caso de graves heresias, pode-se chegar at

    excluso da comunidade. Do grego hairesis = diferena, escolha3.

    Assim podemos afirmar em um grfico comparativo:

    Precisamos ento fazer algumas avaliaes primrias para entender o real

    objetivo de determinado movimento religioso, que so elas:

    Avaliao histrica ir fornecer dados bsicos como data de fundao, nome do fundador, motivos de fundao, situao social

    da regio de nascimento, principais lderes e fatos importantes registrados em seu perodo de evoluo.

    Avaliao doutrinria dir o que ensina, o que diz da Bblia Sagrada, como trata seus membros e como relaciona-se com a questo da salvao em Cristo Jesus.

    Avaliao Religiosa qual a liturgia utilizada por seus membros para desenvolver a santificao e aproximao de Deus.

    Avaliao Social qual a sua insero na comunidade local, obras sociais, prestao de contas junto aos poderes pblicos,

    manifestaes polticas, postura diante da biotica, etc.

    3 dem.

    REVELAO

    DIVINA

    (por Palavra Falada

    ou Escrita) RELIGIO A

    (Leitura cultural da revelao divina)

    RELIGIO B

    (Leitura cultural da revelao divina)

    RELIGIO C

    (Leitura cultural da revelao divina)

    SEITA X

    (separao do grupo original por motivos

    de disputa de poder)

    SEITA Y

    (separao do grupo original por motivos

    de disputa de poder)

  • 11

    3 POR QUE ESTUDAR HERISIOLOGIA:

    2.1 Para estar pronto a responder, a qualquer momento, a razo da

    esperana que h em vs. I Pe 3:15

    2.2 Para anunciar ao prximo a verdade, de maneira apropriada, que nos

    foi confiada por Cristo no dia da nossa salvao.

    2.3 Para que nunca descuidemos do rebanho que nos foi confiado,

    permitindo que as raposinhas invadam e arrebatem os incautos e fracos

    que esto entre ns.

    2.4 Para nunca nos esquecermos de orar por aqueles que esto nas

    garras de Satans atravs das filosofias religiosas destitudas de Deus.

    4 A CARACTERIZAO DAS SEITAS:

    A Bblia Apologtica de Estudo4 nos informa que o mtodo mais eficiente de

    se identificar uma seita conhecer os quatro caminhos seguidos por elas:

    ADIO SUBTRAO MULTIPLICAO e DIVISO. Elas conhecem as

    operaes matemticas, contudo, nunca atingem o resultado satisfatrio.

    Assim o grupo que ADICIONA, coloca suas prprias convices no texto

    bblico.

    O grupo que SUBTRAI, retira algo do poder exclusivo de salvao

    pertencente ao SENHOR Jesus.

    O grupo que MULTIPLICA, apregoa a auto-salvao por meio da

    multiplicao de boas obras.

    Por fim, o grupo que DIVIDE, apregoa que a salvao s poder ser

    encontrada dentro do seu grupo, negando assim que Cristo possa salvar

    qualquer outra pessoa que no pertena a sua denominao.

    4 BBLIA, Portugus. Bblia Apologtica de Estudos. Jundia SP: ICP, 2000. p. 1352

  • 12

    5 CARACTERSTICAS PARTICULARES5:

    A) Revelao extra bblica.

    B) Variaes nas doutrinas, como por exemplo:

    (1) Autoridade. (2) Doutrina de Deus.

    (3) Cristologia. (4) Doutrina do homem.

    (5) Conceito de salvao: a) por membresa. b) por obras. c) por uma experincia especial. d) por um rito especial.

    (6) Escatologia C) Falta de segurana na salvao.

    D) Liderana messinica.

    E) Doutrina ambgua. F) Revelaes especiais e ocultas. G) Cristologia errnea. H) Retaliao dos textos bblicos. I) Estrutura organizacional rgida. J) S eles detm a salvao.

    K) Sincretismo religioso e filosfico.

    6 ANLISES POSSVEIS DAS RELIGIES:

    5.1 Sob o ponto de vista do historiador narrao histrica.

    5.2 Sob o ponto de vista do socilogo influncia social.

    5.3 Sob o ponto de vista do telogo desenvolvimento espiritual.

    Lembre-se que ao estudo da minha religio, denomino como TEOLOGIA e

    certamente todas as religies pensam assim...

    5 Adaptado de: Habn, Christopher. Templn, Felipe. Apostila Eletrnica: Guia de

    Estdio de Las Sectas. 1994

  • 13

    Aps definirmos os conceitos e mtodos de identificao bsicos em relao

    a religies, vamos partir diretamente para a evoluo religiosa ao longo da

    histria.

    7 A RELIGIO ELEMENTAR O ANIMISMO:

    Definio: deriva-se da palavra latina anima, que significa alma. Pode ser

    descrito como uma crena que atribui vida espiritual ou uma alma s coisas

    inanimadas, e isto inclui a crena que atribui vida aos mortos. Acreditam

    que existe um poder sobrenatural que sobre todos, porm no um Deus

    pessoal, sendo esta tarefa (relacionamento do mundo espiritual com os

    humanos) relegada aos seres espirituais que invisivelmente esto a nossa

    volta.

    Crenas: Segundo Edward B. Tylor, algumas das crenas animistas so:

    Seres espirituais vivem na alma ou no esprito do homem. A vida continua aps a morte, nos antepassados. A alma pode sair do corpo em xtases ou sonhos. Animais, plantas, aves e outros objetos possuem alma.

    Existem outros espritos alm de Deus.

    Localizao:

    Raas negrides e bantus da frica. Sudoeste da sia e nas Ilhas do Pacfico. Nos povos primitivos do Norte da ndia, da China e dos grupos

    tribais da Sibria.

    A maioria dos aborgenes da Austrlia so animistas. Em grandes reas da Amrica do Sul e entre os ndios da Amrica

    do Norte.

    Doutrinas Fundamentais:

    Reconhecimento da deidade.

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    Venerao dos espritos. Fuso dos conceitos.

    Expiao pelo sacrifcio. Mediao por pessoas sagradas.

    Definio das Pessoas Importantes dentro do Animismo:

    O feiticeiro usa a magia para lesar ou destruir. A magia opera contra o sistema social e as leis da comunidade. A magia negra usada

    para danificar, ao passo que a magia branca usada para ajudar. O mgico aquele que usa recitaes montonas, encantamentos e

    sortilgios para levar a efeito a sua magia. No sacerdote nem xam.

    O xam um sacerdote-mdico que emprega a magia para curar os enfermos ou para adivinhar aquilo que est oculto. um mdium que notvel pelo uso que faz do xtase. O Xamanismo uma

    religio animstica que se acha na sia setentrional, na Europa, e entre alguns ndios da Amrica do Norte.

    O mdium uma pessoa atravs de quem outras pessoas procuram

    comunicar-se com os espritos dos mortos. Na frica Central, acredita-se que o mdium est encarnado no esprito de um ancestral.

    O sacerdote aquele que est autorizado a realizar os deveres

    sagrados da religio. considerado um tipo de mediador entre o povo e a divindade.

    Resultados do Sincretismo Animista Cristo:

    O Profetismo : Muitos profetas nomeados por si mesmos , que procuram poder e altas posies, tem atrado os membros das

    igrejas para si. Reivindicaes Messinicas: Outros homens alegam que receberam

    uma revelao da parte de Deus segundo a qual assevera que o mesmo foi enviado por Deus...

    Dons Especiais de Curas: Fazem as pessoas abandonarem sua f para segui-los por causa dos seus pretensos milagres.

    Pontos positivos e negativos do animismo6:

    6 WRIGHT, Paul. As Pessoas e Suas Crenas, ICI-FAETAD, 1990.

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    Pontos Positivos Pontos Negativos

    Acreditam no ser supremo, embora

    vagamente.

    Acredita que Deus est muito distante da necessidade do

    indivduo.

    Observam a prtica do sacrifcio para

    a expiao.

    Acredita que os mortos ainda estejam ao redor

    Respeitam os idosos. Tem medo dos espritos danosos.

    Tem sensibilidade para com as coisas

    espirituais.

    Depende dos fetiches e da magia.

    Recomendam unio na comunidade. Tem pouca esperana na eternidade com Deus e depende

    das obras para a salvao.

    No tem conscincia do pecado

    por falta da lei.

    No tem nenhum ajudador presente nas provaes da vida.

  • 16

    8 - AS RELIGIES DA NDIA O HINDUSMO

    O hindusmo declara ser a religio mais antiga do mundo. Apesar disso, tem

    razes no animismo, que por sua vez, tem suas razes no monotesmo dos

    tempos da criao. Seria, portanto, mais exato dizer que o hindusmo a

    religio mais antiga com um nome. Sua histria remonta aos dias de

    Abrao, e at mesmo a rea deste.

    Fundao: Entre 1700 e 1200 a.C., chegaram ao Vale do Indu os rias e

    conquistaram os habitantes das cidades daquela rea. Os rias falavam um

    idioma antigo da ndia, eram divididos em tribos, comandadas por chefes

    chamados Rajs, e os que no migraram para a ndia, ficaram em sua terra

    e fundaram o reino persa, que hoje se chama Ir.

    Os Quatro Perodos da Histria Hindu:

    1 O Perodo Vdico: Esse o perodo da invaso ariana, desde 2000 at

    600 a.C. Cerca de 1400 a.C. os Vedas, os escritos sagrados dos hindus,

    foram compostos. Os mais famosos deles eram chamados de os

    Upanishadas e vieram a ser a origem documentria do hindusmo clssico e

    filosfico. A salvao ainda pelo sacrifcio nesta poca.

    2 O Perodo da Reforma: Nos sculos X e IX a.C., algumas pessoas

    reagiram contra os sacrifcios, os sistema de castas, e a reencarnao

    ensinada no sistema vdica. A revolta perdurou por muito tempo, porm s

    produziu escritos por volta de 600 a.C. at 200 d.C. A salvao agora pelo

    conhecimento.

    3 O Perodo Clssico: Durou cerca de 200 d.C. at 1000 d.C. e os deuses

    foram reduzidos a Trimurti ou trs modos de Deus: Brahma, Shiva e

    Vishnu.

    4 O Perodo Bhakti (devoo): Forte no perodo de 1000 a 1750 d.C.,

    tornou-se notvel pelo retorno ao politesmo. Nesta poca, tanto o

    Islamismo, quanto o Siquismo influenciaram os ensinamentos hindus.

  • 17

    Vale lembrar que o hindusmo acredita em mais de 33 milhes de deuses

    menores, ainda que os lderes e sacerdotes afirmem que cada manifestao

    de uma destas divindades reverenciada em todos os lugares, no passa de

    representaes dos diferentes atributos de Brahma ou nomes do mesmo.

    Caracterstica Religiosa: No missionria, porm absorve qualquer

    religio atravs da tolerncia. Cresce absorvendo as demais religies, pois

    os hindus dizem: Que os outros se transformem, pois ns no temos essa

    necessidade!

    Caractersticas Sociais: O sistema de castas exclusivo da religio hindu.

    Trata-se da separao dos hindus em nveis sociais. As quatro divises so:

    1 Brahmans, a classe sacerdotal e intelectual.

    2 Kshatriyas, os governantes e guerreiros.

    3 Vaisyas, os agricultores e arteses.

    4 Sudras, a classe mais baixa de trabalhadores.

    Existe ainda os prias que so os sem-casta e fazem as tarefas mais servis.

    As Quatro Etapas da Vida:

    1 O Estudante: Os meninos hindus recebem um fio sagrado que passa por

    cima do ombro e devero manter respeito e obedincia aos seus mestres.

    2 O Chefe de Famlia: Na segunda etapa, o homem amadurece e cria a

    sua famlia. Passa mais tempo com a esposa e filhos, devendo ser bom

    trabalhador e hospitaleiro.

    3 O Aposentado: Nessa etapa, ainda pode morar com a esposa, mas

    passa muito tempo em meditao na floresta.

    4 O Sbio Santo: Nesta etapa, o homem deixa a sua famlia e anda pelas

    estradas da ndia como um homem santo.

    O Trimurti: a trs formas de Deus segundo o hindusmo:

  • 18

    A Lei do Karma: Segundo a crena hindu, o destino da pessoa relaciona-se

    com a sua conduta. A salvao nada mais do que o Karma que a pessoa

    tem. Karma significa obras e vinculado a lei da causa e efeito. Por meio

    das boas obras o homem pode merecer moksha (libertao) do samsara (o

    ciclo do nascimento, da morte e da reencarnao).

    Como um hindu sabe que forma alcanar na prxima reencarnao? A lei

    do Karma e a tradio ensinam:

    Um Brahmim que furta o ouro de um Brahmim passar mil vezes pelos

    corpos de aranhas, cobras e lagartixas. Por furtar cereais, o homem

    transformado em rato; por furtar frutas e razes, em macaco; por furtar

    uma mulher, um urso; por furtar gado, um cabrito; etc...

    A Salvao: Para o hindu no se trata de fazer as pazes com Deus como

    no cristianismo, mas libertar-se do ciclo de reencarnao. H trs caminhos

    a serem seguidos para isso. So eles:

    1. O Caminho das Obras: o caminho das prticas religiosas atravs das cerimnias.

    2. O Caminho do Conhecimento: a autodisciplina e meditao so os veculos responsveis a ensinar que o homem no est separado do Brahman, mas que so um e que quando compreendido isso h a libertao da corrente da roda do nascimento, da morte e da reencarnao.

    3. O Caminho da Devoo: o Bhagavad Gita (o livro sagrado dos Hare-Krishna) ensina que o amor a Brahman e a outros deuses preparam a alma para a unio eterna com Deus...

    BRAHMA - o criador - sua esposa Sarasvati - deusa da cincia e da sabedoria SHIVA - o destruidor ou deus da morte, da destruio e da doena - sua esposa Kali - exigente, pede sacrifcios

    de sangue.

    VISHNU - deus de amor, graa e perdo - j apareceu nove vezes na terra e na dcima vez, vir para destru-la. Krishna o avatar (encarnao) de Vishnu.

  • 19

    Pontos Positivos e Negativos do Hindusmo:7

    Pontos Positivos Pontos Negativos

    Toleram outras crenas. Acreditam que o ser supremo no

    tem caractersticas pessoais.

    Acreditam num ser supremo e

    onipresente.

    Praticam a idolatria, tanto pblica

    quanto particular.

    Acreditam na unio com o divino

    numa vida futura.

    Acreditam que sua responsabilidade

    depende do Karma.

    Consideram a sociedade mais

    importante do que cada membro.

    Acreditam que a condio presente

    do homem iluso.

    Acreditam que a religio uma

    parte vital da vida dos seus

    seguidores.

    Alegam que somente a morte pode

    alterar a condio social da pessoa.

    Demonstram reverncia pelos

    escritos sagrados e no por um

    fundador.

    Praticam extremos de cerimnias

    vazias e de meditao pessoal.

    Tem mantido unio mais tempo do

    que os seguidores de qualquer outra

    religio mundial.

    Aceitam o sistema de castas e a

    condio inferior das mulheres,

    deixando os escritos sagrados

    disposio exclusiva dos Brahmins.

    7 7 WRIGHT, Paul. As Pessoas e Suas Crenas, ICI-FAETAD, 1990.

  • 20

    A idolatria na ndia atinge graus de

    completa ignorncia, quando

    reverencia e/ou adora animais

    considerados repugnantes como na

    foto ao lado.

  • 21

    9 - AS RELIGIES DA NDIA O SIQUISMO

    O Siquismo o participante mais recente do cenrio das grandes religies

    do mundo. Foi fundado no incio do sculo XVI d.C. Embora tivesse suas

    razes no hindusmo na ndia, o Siquismo enxertou algumas idias do

    islamismo na rvore de suas crenas.

    Na realidade, o Siquismo era um movimento de reforma que procurava

    reunir os melhores aspectos de vrias religies numa nica nova f. Como o

    Judasmo, foi uma das poucas religies que fundaram um novo estado.

    Definio: A palavra Sikh provm de sisya em Snscrito ou sikha em Pali,

    com o significado de discpulo.

    Localizao Geogrfica: O pas dos 5 rios no noroeste da ndia, ficou

    sendo o palco de grandes batalhas religiosas, polticas e militares desde o

    sculo XV at os nossos dias. Seu fato mais marcante foi a diviso de seu

    territrio em duas partes entre o Paquisto (islmico) e a ndia (hindusta).

    Os siques consideram o Punjab o seu lar e profetizam a sua volta um dia.

    O Fundador: Guru Nanak nasceu em 1469 na aldeia de Talvandi, a 64 Km

    de Lahore. Religioso, cantor e compositor de hinos sacros, procurou quebrar

    o tabu da discriminao criando um lugar onde muulmanos e hindus

    pudessem comer juntos. Casou com uma mulher de casta superior, mas

    no foi feliz, abandonando o lar e passando a peregrinar orando e jejuando

    at receber uma visitao divina e receber a comisso pregar uma nova

    religio...

    As Doutrinas da Nova Religio: Ascetismo / Caridade / Ablues /

    Adorao / Meditao

    Doutrinas

    Hindustas

    Lei do Karma Sahaj (unio com o seu conceito de

    Deus)

    Doutrinas

    Muulmanas

    S um Deus e

    nenhum avatar

    Deus transcendental no ao

    pantesmo.

  • 22

    Deus: Segundo Nanak, Deus era, tanto o Al do Islamismo, como a

    representao dos muitos deuses hindus ou seja, na realidade todos

    expressavam o grande Deus. Seu nome Sat Nam ou Nome Verdadeiro.

    Os Escritos do Siquismo: Guru Nanak nada escreveu, porm seus

    discpulos fizeram alguns registros que juntos tornaram-se o livro sagrado

    dos siques o Adi Granth compilado em 1604, com 1500 pginas e 3384

    hinos compostos por Nanak, Kabir e outros gurus.

    Pontos Positivos e Negativos do Siquismo:8

    Pontos Positivos Pontos Negativos

    O fundador tinha uma forte crena

    numa deidade nica.

    O ser supremo era mias mstico do

    que pessoal.

    Acreditava na salvao mediante a

    submisso a Deus.

    Eles vem uma necessidade da

    repetio interminvel do Sat Nam.

    Reconhecia a importncia das

    oraes.

    Sustentavam uma idia de um

    fatalismo quase impotente.

    Eles tem forte reverncia pelos seus

    escritos sagrados.

    O Adi Granth, no est disponvel

    para todos e ainda veio a ser objeto

    de adorao.

    O fundador reconhecia o valor da

    graa de Deus.

    Eles misturavam religies e

    doutrinas diferentes.

    Denunciava qualquer forma de

    idolatria.

    A salvao descrita como sendo

    absorvida por Deus depois de muitas

    encarnaes.

    Lutavam contra a hipocrisia religiosa, O guru Nanak foi adorado como

    8 8 WRIGHT, Paul. As Pessoas e Suas Crenas, ICI-FAETAD, 1990.

  • 23

    desmascarando lderes hipcritas. Deus depois de sua morte.

    Os Dez Gurus:

    1. NANAK (1469-1538) 2. ANGAD (1538-1552) 3. AMAR DAS (1552-1574) 4. RAM DAS SODHI (1574-1581) 5. ARJUN MAL (1581-1606) 6. HARGOBIND (1606-1644) 7. HAR RAJ (1644-1661)

    8. HARI KRISHEN (1661-1664) 9. TEGH BAHADUR (1664-1675) 10.GOBIND RAI (1675-1708)

    A Khanda consiste na figura de

    uma nica espada de dois gumes

    ao centro, que representa a f no

    deus nico e a proteo da

    comunidade contra a opresso. As

    duas espadas laterais representam

    o poder espiritual e material, e o

    crculo simboliza esse deus e a

    unio da comunidade sikh.

  • 24

    10 - AS RELIGIES DO EXTREMO ORIENTE - O CONFUCIONISMO

    Antes mesmo de comearmos a conhecer a quatro principais religies

    do extremo oriente individualmente, precisamos analis-las

    conjuntamente em um grfico, a fim de entender suas razes, elementos

    comuns e locais de origem. Assim temos:

    Levando-se em conta que Siddharta Gautama oriundo da ndia, onde tentou sem sucesso reformar o Hindusmo das castas, e em sua peregrinao acabou encontrando solo frtil na Monglia, China e

    posteriormente no resto do mundo, sobram-nos Lao Ts e Confcio para

    Religio Taosmo Confucionismo Budismo

    Xintosmo

    Nome do

    Fundador Lao Tse Confcio

    Siddharta

    Gautama

    Ningum em

    especial

    Idade do

    Fundador 75 anos 25 anos 35 anos

    ----

    Data de

    Origem

    Cerca do

    sculo 5 ou 6

    a.C.

    Cerca do sculo

    5 ou 6 a.C.

    Cerca do sculo

    5 ou 6 a.C.

    Remotssimo

    como o

    animismo.

    Local de

    Origem China China ndia

    Japo

    Elementos

    Comuns Animismo Animismo Animismo

    Animismo

    Razes da

    Religio

    Sistema tico

    p/ sociedade

    Sistema tico p/

    sociedade

    Reforma do

    Hindusmo

    Devoo ao

    imperador

  • 25

    tratarmos como verdadeiros fundadores de religies chinesas; a grande comparao entre ambos, para fins didticos a seguinte:

    Lao Ts era um mstico que ensinava o povo a escapar do caos do mundo...

    Confcio era um moralista que ensinava a ficar e tentar melhorar o caos em que estava o mundo...

    Confcio nasceu em 551 a.C. no estado de Lu, que agora a provncia de

    Shantung. Sendo caula de onze filhos, ficou rfo aos trs anos de idade,

    porm mesmo assim sua me lhe deu o melhor ensino que havia na poca

    (histria, msica e poesia da China antiga tudo escrito em cascas de

    bambu).

    Cedo se tornou um moralista, adquiriu um emprego pblico para ajudar a

    formar um bom governo. Decepcionado pelas corrupes, resolveu ser

    professor e, em breve, sua escola particular, espalhada em vrias

    provncias, possua mais de trs mil alunos. Ensinava histria, poesia,

    literatura, poltica, cincias naturais e msica. Seu estilo era semelhante ao

    de Scrates, e no campo da tradio teve srios confrontos com Lao Ts,

    pois este ensinava a poltica da no resistncia...

    Faleceu em 479 a.C. e logo passou a ser considerado um deus por causa

    dos seus ensinamentos e escritos sagrados. Durante a dinastia Han, cerca

    de 220 a.C., o imperador Han Wu, foi persuadido por um estudioso a

    proclamar o confucionismo como ideologia oficial da China. Foi um grande

    passo para a unificao do pas!

    Significado: A palavra Confcio provm do termo chins Kung-fu-tzu que

    significa mestre Kung. Kung um sobrenome, e o ttulo inteiro recebeu a

    forma latina de Confucius, dos missionrios jesutas antigos.

    Religio ou tica Social?: Aos que questionam o fato do confucionismo

    ser chamado de religio, citamos a pregao do prprio Confcio:

    Amor s cerimnias e sacrifcios de oferendas ao cu. Adorao aos antepassados. Sistema de tica moralista (o que no queres que faam a ti no

    faa aos outros...). Teorias de governo (justia para todos). Conjuntos de alvos sociais (igualdade no trato com as diversas

    camadas sociais).

  • 26

    Princpios ticos: Ensinava cinco virtudes cardinais que levam ao bem

    comum. Usava a analogia da rvore:9

    Jen a raz = a palavra pode ser traduzida como amor, bondade e humanidade. A abnegao do Jen resulta nos relacionamentos humanos apropriados do Li.

    Yi o tronco = significava a justia (em todos os apectos da vida humana).

    Li os ramos = o significado da palavra varia com o seu contexto cortesia, reverncia, decncia, justia, ordem moral, ritual. Dizia

    ele: Li baseia-se no cu, padronizado na terra. O Li era vital para os cinco relacionamentos: governante e sdito / pai e filho / marido e mulher / primognitos e os mais novos / velhos e jovens.

    Chih a flor = significava a sabedoria. Hsin o fruto = significava a fidelidade.

    Os escritos do confucionismo:10

    As Analectas Coletnea dos ditos de Confcio. Origens documentrias

    mais importantes sobre a obra e vida de Confcio.

    A Grande Trata-se da educao e treinamento de um cavalheiro. o

    9 9 WRIGHT, Paul. As Pessoas e Suas Crenas, ICI-FAETAD, 1990.

    10 DEM.

  • 27

    Sabedoria primeiro texto estudado no chins clssico.

    A Doutrina do

    Meio Termo

    Trata-se do relacionamento entre a natureza humana e a

    ordem moral do universo.

    O Livro de

    Mncio

    A obra remonta ao ano 300 a.C. e oferece um registro

    sistemtico da filosofia de Confcio.

    Pontos Positivos e Negativos do Confucionismo:11

    Pontos Positivos Pontos Negativos

    Encoraja a bondade para com o

    prximo.

    Sustenta a opinio no bblica de

    que o homem basicamente bom.

    Procura promover o bom governo. No reconhece um ser supremo.

    Ensina um sistema de boa tica. No oferece ensinos a respeita do

    pecado e da salvao.

    Promove bons relacionamentos filiais. No possui promessa de uma

    esperana alm da morte.

    Aceita uma regra de ouro semelhante

    quela de Cristo.

    No oferece nenhum socorro divino

    enquanto o homem est na terra.

    Aprecia o valor da famlia. Enfatiza aquilo que tico e

    terrestre, mas no celeste.

    Aceita a existncia de um desgnio

    maior que pode interromper o curso

    da histria por ns escrita.

    Idolatra uma pessoa superior, e no

    o Deus superior que pode ajudar o

    ser humano comum a tornar-se uma

    pessoa melhor.

    11

    WRIGHT, Paul. As Pessoas e Suas Crenas, ICI-FAETAD, 1990.

  • 28

    11 - AS RELIGIES DO EXTREMO ORIENTE - O TAOSMO

    Definio: A palavra Taosmo, pronunciada dausmo significa uma senda

    ou caminho. Os taostas acreditam que tudo no universo muda e sofre

    alterao. Movimenta-se num caminho de harmonia e ordem. O homem

    perdeu o caminho por causa da prpria desarmonia e dos seus prprios

    desgnios. Precisa voltar ao caminho da simplicidade e da humildade,

    mediante a ao passiva e de um caminho moralmente correto. Na prtica,

    Tao uma filosofia, uma religio e um sistema de rituais mgicos, tudo ao

    mesmo tempo.

    Fundador: Lao Ts nasceu em Chujen, uma aldeia no distrito Hu da

    Provncia de Honan, em 604 a.C. e faleceu em 5l7 a.C. Sua vida cercada

    de lendas e uma delas diz que teria vivido 60 anos no ventre de sua me e

    quando nasceu j era um velho mestre...

    O Taosmo e a Deidade: O Tao no chamado Deus, mas na crena

    taosta, realiza a mesma obra que um deus, porm no sendo pessoal.

    Vrios escritores chamam o Tao de : fora, razo, ser supremo,

    providncia, deus, palavra, logos. Nas palavras de Lao-Ts: Os caminhos

    dos homens so determinados por aqueles caminhos do cu, os caminhos

    do cu, por aqueles do Tao, e o Tao veio a existir por si mesmo.

    Yin e Yang: As crenas chinesas referem-se ao equilbrio das foras

    positivas e negativas da natureza.

    O yin a fora negativa; escuro, frio, mido, feminino a terra e a lua. O yang a fora positiva; luminoso, quente, masculino, seco o sol. Nem so bons, nem so maus. Quando cooperam em harmonia, a vida aquilo que deve ser. Entre outras finalidades e filosofias, o yin

    e yang so usados na adivinhao.

    O Tao e a Conduta: No Tao-te-Ching (o livro

    sagrado), temos quatro consideraes acerca da vida

    e da conduta:

  • 29

    1. A fora bsica por detrs do universo o Tao. No d para lutar contra o Tao. Ele a fora impessoal bsica do universo. O

    melhor viver a quietude e juntar-se ao Tao. 2. A vida a maior de todas as posses. J que o Tao a origem da

    vida, no adianta procurar riquezas aqui... o melhor juntar-se ao Tao e ser feliz com a imortalidade por ele doada...

    3. A vida deve ser vivida com simplicidade. Para cessar as guerras e brigas, o melhor renunciar a tudo, inclusive famlia e viver

    como eremita, unindo-se ao Tao. 4. A soberba e a glria devem ser desprezadas. melhor ser

    humilde e imperfeito do que se destacar dos demais inclusive nos erros. A maior rvore do bosque a que ser derrubada primeira...

    Pontos Positivos e Negativos do Taosmo:12

    Pontos Positivos Pontos Negativos

    Podemos conseguir a unio com o

    ser supremo.

    O supremo ser, o Tao, no um

    deus pessoal.

    Devemos devolver o bem pelo mal e

    no resistir ao homem maligno.

    O ensino do fundador no tocante

    inao ativa, leva a uma abordagem

    negativa em relao vida.

    Devemos controlar as emoes

    mediante a razo.

    O taosmo procura negar o mal que

    h no mundo, mediante o

    retraimento.

    A vida mais importante do que as

    posses materiais.

    O taosta negligencia os fatos fsicos

    e as duras realidades da vida.

    O servio prestado aos outros o

    ideal.

    O taosta procura uma simplicidade

    atrasada, sem progresso social.

    Para ser perfeito, o homem deve O seguidor no tem recursos para

    resistir ao politesmo, a demonologia

    12

    12 WRIGHT, Paul. As Pessoas e Suas Crenas, ICI-FAETAD, 1990.

  • 30

    seguir um caminho divino. e as prticas da magia.

    O taosta procurar aquietar-se diante

    do materialismo desenfreado que o

    homem buscou em todas as pocas.

    O taosmo no oferece ajudador para

    o ser humano na sua vida pessoal e

    social e nenhuma promessa de um

    futuro de bem-aventuranas.

  • 31

    12 - AS RELIGIES DO EXTREMO ORIENTE - O BUDISMO

    Salmo 53:1 Diz o budismo: No h Deus.

    O Fundador: Siddharta Gautama nasceu em Kapilavastu, no vale do

    Ganges, no Nepal, parte da ndia, cerca de 563 a.C. Filho de um raj, da

    casta Kshatriya, ou guerreiro, era de descendncia real. Criado no luxo

    tinha trs palcios um para a estao fria, outro para a estao quente e

    um para a estao das chuvas. O pai o impedia de ver as tragdias da vida,

    at que este fugiu do palcio e viu um cadver, uma idosa encurvada, um

    doente com uma ferida putrefata e um monge cheio de paz. Isto foi decisivo

    para sua mudana de vida. Aps 49 dias de jejum assentado em baixo de

    uma rvore, foi atingido pela iluminao e passou a ser chamado de

    Buddha ou o iluminado. Concluiu que o problema humano estava somente

    no desejo, e que as pessoas ficam atadas ao ciclo de morte e renascimento

    por causa da tanha, ou o anseio pelo prazer sensual. Quando este cessa de

    desejar, porque foi iluminado, e est pronto para atingir o nirvana, que

    significa a extino.

    Crenas iniciais do Budismo: semelhante ao hindusmo, cria na

    reencarnao, no karma, porm discordou deste no que tange as castas.

    Diferente de outras religies, dizia que deus no existe e que o homem

    seria encarregado do prprio destino.

    Ensinos Budistas: O ensino de Buda resume-se em duas declaraes. Estas so chamadas de as Quatro Verdades Nobres e o Nobre Caminho

    ctuplo. Nestes conjuntos de declaraes estaria contida a resposta para o sofrimento em comum da humanidade. So elas:

    As Quatro Verdades Nobres:

    1. A vida dukka (sofrimento ou angstia). 2. A tanha (desejo) a causa do sofrimento. Buda disse: Por

    prezarmos demais o nosso ego, nos trancamos dentro dele.

  • 32

    3. A terceira verdade nobre diz respeito ao trmino do sofrimento. A cura do desejo egosta acha-se no abandono deste sentimento. A

    libertao provm quando a pessoa liberta do ciclo interminvel do renascimento (sansara) e entra no estado bem-aventurado de nirvana.

    4. A quarta verdade nobre o modo de eliminar a cobia. Trata-se de seguir o caminho do meio termo. Ele chamado pelo Buda de Nobre Caminho ctuplo. Segue abaixo:

    1. A crena ou compreenso certa. 2. O propsito ou as intenes certas. 3. A fala certa. 4. O comportamento ou conduta certa. 5. A ocupao certa. 6. O esforo ou diligncia certa.

    7. A conscincia ou disciplina certa. 8. A meditao certa.

    Escritos Budistas: De incio a religio possua

    apenas tradio oral. Foi somente no sculo I

    a.C., no Sri Lanka que apareceram os primeiros

    escritos registrados. O Cnon Pali conhecido

    como Tripitaka ou Trs Cestos, porque tem trs

    partes, tambm porque foram originalmente

    escritos em folhas de palmeiras e conservados

    em cestos.

    Ramos Principais: O Budismo Theravada acredita representar o budismo

    em sua forma original. J o Budismo Mahayana o caminho da ajuda

    mtua. Acreditam em Buda como um salvador e do ateno especial as

    escrituras no includas na Tripitaka. Alm destes existem outros conforme

    a adaptao da cultura do pas em que foram se instalando, como no Tibet,

    por exemplo, onde so denominados Lamas. O Dalai-Lama atualmente

    Tenzin Gyatso, prmio Nobel da paz em 1989.

    Pontos Positivos e Negativos do Budismo:13

    13

    13 WRIGHT, Paul. As Pessoas e Suas Crenas, ICI-FAETAD, 1990.

  • 33

    Pontos Positivos Pontos Negativos

    Enfatiza altos padres morais e

    ticos

    No reconhece um ser supremo.

    Reconhece que o egosmo e o

    orgulho so males.

    Seus fiis tendem a adorar o

    fundador.

    Seu fundador foi notvel pela vida de

    abnegao.

    Despreza como indigno o corpo

    humano e as suas emoes.

    Enfatiza a atitude interior da pessoa. No reconhece nenhum pecado

    contra o ser supremo.

    Ensina a negao de si mesmo como

    parte importante da salvao.

    Tende vida monstica e asctica.

    Ope-se ao sistema de castas. No tem sistema nem mtodo de

    melhoria social.

    Seu sistema de justia sugere que a

    pessoa ceifa aquilo que semeia.

    Sustenta uma atitude geralmente

    negativa e passiva para com a vida.

    uma religio de auto-redeno; a

    salvao mediante mtodos

    negativos e supressivos.

    No oferece esperana nenhuma de

    vida de alegria depois da morte.

  • 34

    13 - AS RELIGIES DO EXTREMO ORIENTE - O XINTOSMO

    O Xintosmo uma religio nacional e uma crena sem igual, pois no tem fundador, nem teologia, nem salvador. Mas, assim como o Cristianismo,

    tem templos, escolas, sacerdotes, seitas e cerimnias. Assim como o Hindusmo, uma religio com muitos deuses e tolera muitas crenas, com

    vrias prticas, desde a auto-gratificao at a abnegao, desde a cincia at a magia, desde a f at os fogos de artifcio.

    A bandeira do Japo, tendo o sol nascente no centro da mesma, lembra os

    japoneses de que eles so sditos do imperador divino e que so um povo

    santo numa terra santa...

    A Origem: A palavra Xinto derivada de Shen

    Tao, que significa o caminho dos deuses. A

    ltima parte do ttulo, tao, refere-se ao

    taosmo chins.

    Quando da invaso das religies chinesas e

    Hindustas no Japo do sculo V a.C. chegaram a

    concluso que antiqssima religio dos kamis no tinha sequer um nome, a

    despeito de sua falta de organizao e disciplina. Sendo assim adotaram a

    expresso Xintosmo, que num sentido mais amplo refere-se ao modo de

    viver do povo durante mais de 25 sculos.

    H quatro emblemas diferentes no Xintosmo:

    1. O Torii, ou o repouso de pssaros , que consiste em dois troncos de rvore em posio vertical, com outro deitado no pice deles, e uma

  • 35

    trava horizontal em baixo. Simboliza tanto a separao entre o sagrado e o profano, como indica para a sustentao entre o cu e a terra que a colunas

    da religio sagrada representam... 2. O Gohei, ou uma varinha de madeira sem pintura, com dois papis compridos fixados em posio alternada nos entalhes do lado oposto dela. 3. Um espelho sagrado que representa a beleza do interior do corao humano. 4. Uma corda de palha de arroz, que relembra a vida em torno da

    agricultura abenoada por seus Kamis de forma que o sustento sempre est presente.

    Crenas do Xintosmo: Por no possuir fundador e ser totalmente

    animista, alistamos umas poucas crenas comuns:

    A insuficincia das crenas por ser um sistema religioso e poltico, a nica doutrina saliente e importante para os japoneses a crena na divindade do imperador (que comeou a cair em desuso partir

    da 2 guerra mundial. Seres sobrenaturais no mago do Xintosmo h um poder

    chamado Kami, que no pode ser totalmente explicado por palavras, mas aceito e crido pela f, numa forma politestica, pois cria, sustenta, governa e mantm tudo o que existe no universo. a causa e o efeito, o presente, o passado e o futuro. Calcula-se segundo a tradio japonesa que existam 80.000 Kamis,

    representados desde o sol at alguns deuses festeiros e beberres .

    O imperador supremo declara-se que Amaterasu (deusa sol) enviou seu filho para reinar no solo sagrado do Japo e este foi o primeiro dos imperadores, por isso o Mikado (imperador) tido como divino.

    Lugares e pessoas sagrados mais de 100.000 santurios pblicos e mais de 10.000.000 de santurios particulares do ambiente para sacerdotes, liturgias e doutrinas prprias do animismo politesta florescer.

    Festivais Xintostas sendo uma religio de regozijo e celebrao, em todas as estaes de semeadura e colheita so celebradas

    cerimnias com oraes e festivais.

    Escritos Xintostas: respondendo ao desafio de competir com a avalanche de religies que estavam invadindo o Japo h vrios anos, por volta do sculo V a.C. foi escrito o Kijiki, que consistia nos Registros das Questes

  • 36

    Antigas. Em 720 a.C., o Nihongi ou Crnicas do Japo foi compilado, dedicando-se a questo budista na sociedade japonesa.

    Pontos Positivos e Negativos do Xintosmo:14

    Pontos Positivos Pontos Negativos

    Reverencia um poder sobrenatural na

    natureza

    Abrange um politesmo e animismo

    de grande alcance.

    Mantm um respeito abnegado

    autoridade.

    Segue muitos mitos estranhos e

    grosseiros a respeito da deidade.

    Sustenta um forte senso de

    patriotismo e de unio social.

    No tem nenhuma lei moral nobre,

    nem padres ticos.

    Seus seguidores so religiosos nos

    valores externos da pureza e

    limpeza.

    No reconhece o pecado do homem,

    nem oferece plano de salvao.

    Fomenta um senso religioso da

    beleza na natureza.

    No tem fundador histrico para

    inspirar altos ideais.

    No precisa de nenhum alvo na vida

    futura, porque a morte uma iluso.

    No oferece nenhuma fonte divina

    de ajuda nesta vida.

    14 WRIGHT, Paul. As Pessoas e Suas Crenas, ICI-FAETAD, 1990.

  • 37

    14 - AS RELIGIES DO ORIENTE MDIO - O ISLAMISMO

    Definio: O Islamismo um movimento religioso fundado pelo profeta

    Maom no incio do sculo VII d.C. A palavra Islam provm da palavra

    rabe Salam, que significa entrega, submisso, paz e dedicao. O

    Islamismo f em Allah que significa O Deus. Combina o artigo definido

    rabe al (o) com a palavra rabe illah, que significa Deus. Islam,

    portanto, significa a paz perfeita que provm da verdadeira entrega a Al.

    Os adeptos do Islamismo so chamados Muslins (aportuguesado:

    muulmano), termo este que derivado de Islam.

    Al Deus? : O islamismo, Al e grande parte do Alcoro j existiam antes

    de Maom. O pai de Maom chamava-se Abed Al, que significa escravo de

    Al (...) A Enciclopdia do islamismo nos fala que os rabes pr-islmicos conheciam Al como um das divindades de Meca (...) Segundo a Enciclopdia Chambers, a comunidade onde Maom foi criado era pag, com diferentes localidades que tinham os seus prprios deuses, freqentemente representados por pedras. Em muitos lugares havia santurios para onde eram feitas peregrinaes. Meca possua um dos mais

    importantes, a Caaba, onde foi colocada a pedra negra, h muito tempo um objeto de adorao (...) Al era o deus lua. At hoje os muulmanos usam a forma do quarto crescente sobre as suas mesquitas e ningum tem uma boa explicao para isso. Na Arbia havia uma deusa feminina que era a

    deusa sol e um deus masculino que era o deus lua. Diz-se que eles se casaram e deram luz trs deusas chamadas as filhas de Al, cujos nomes eram Al Lat, Al Uzza e Manat. Al, suas filhas e a deusa sol eram

    reconhecidos como deuses supremos. Al, Allat, Al Oza e Akhbar eram alguns dos deuses pagos...(www.ictus.com.br)

  • 38

    Um Resumo Histrico: Maom nasceu cerca de 570 d.C. e devido ao

    falecimento precoce de seus pais, foi criado pelo tio Abu Talib em meio a

    certo conforto. Sendo Meca uma encruzilhada de estradas de comerciantes,

    oferecia templos com adorao a centenas de deuses. Aonde existe

    idolatria, comerciantes e dinheiro, tambm floresce o barbarismo, sexo,

    violncia e toda sorte de corrupo.

    Maom perturbado pelo que via a sua volta achou uma caverna a cinco

    quilmetros de Meca, no monte Hira, onde se refugiava quando possvel

    para meditar sobre o Deus nico e verdadeiro. Ficou grandemente atrado

    por Allah, o deus adorado com verdadeira devoo pelos cidados de Meca,

    e passou a orar a este deus entendendo que ela criara todas as coisas e

    enchia o cu e a terra...

    Torre com parte da fachada

    central da Mesquita localizada em

    Lages (SC).

    Percebe-se claramente a meia-lua

    localizada no topo da torre, alis,

    comum a todas as Mesquitas...

  • 39

    Segundo a lenda, certa noite, ao meditar na caverna, ouviu uma voz dizer:

    Recite em nome do teu Senhor que criou o homem a partir de um cogulo

    de sangue. Recite: Teu Senhor muito benevolente, pois pela caneta

    ensinou aos seres humanos as coisas que no sabem. Sua esposa ao ouvir

    tal revelao da boca de Maom, o incitou a iniciar uma peregrinao como

    profeta, pois segundo ela, ele havia recebido um chamado divino.

    No sendo bem recebido em Meca fugiu (a hejira ou fuga como

    conhecido) para Yatrib em 622 d.C., que posteriormente passou a chamar-

    se Medina a cidade do profeta de Deus.

    Dali s conquistas pela espada e converso forada ao islamismo, a histria

    d-nos detalhes. Antes de sua morte em 632 d.C., Maom tinha Meca e a

    totalidade da Arbia sob seu controle.

    As Cinco Colunas do Islamismo:

    1. A Profisso de F (Shahadah) La Ilaha Illa Allah (No h Deus seno Al). Alm disso, deve-se professar que no h profeta maior

    que Maom, crer em anjos, ressurreio e juzo para os penitentes. 2. A Obrigao de Orar (Salat) cinco vezes ao dia (ao amanhecer, ao

    meio-dia, tarde, ao por do sol, e depois de escurecer) seja particular ou publicamente, voltados direo de Meca. Alm de ouvir o Imam (lder) pregar na sexta-feira, no dia de descanso muulmano.

    3. A Doao de Esmolas (Zakat) aos pobres ou Mesquita, o imposto de 2,5% a 10% obrigao para os muulmanos.

    4. O Jejum de Ramadam (Sawm ) o nono ms lunar (mvel no calendrio) marca o ms de jejum durante o dia no perodo de 30 dias e abstinncia total de sexo para dedicao de leituras do alcoro e oraes todos os dias.

    5. A Romaria a Meca (Hajj) o momento mais brilhante da vida de um muulmano a romaria para orar diante da Caaba, visitar Zam-Zam (poo de Agar e Ismael). Isto deve ser feito pelo menos uma vez na vida.

    Divises Sectrias do Islamismo:

    Os Sunitas subdivide-se em quatro grupos principais, cada um deles com uma escola de interpretao da sharia (cdigo de tica que refora as doutrinas e prticas do Alcoro): hanafitas,

  • 40

    malequitas, chafeitas e hambanitas. So os seguidores da tradio do profeta Maom, continuada por All-Abbas, seu tio. Calcula-se que

    84% dos muulmanos sejam sunitas. Para eles, a autoridade espiritual pertence comunidade.

    Os Xiitas tambm possuem sua prpria interpretao da sharia. Seu nome deriva da expresso shi at Ali, partido de Ali, que foi marido de Ftima, nica filha de Maom que sobreviveu. Seus descendentes teriam a chave para interpretar os ensinamentos do

    Isl. Os sufistas enfatizam a relao pessoal com Deus e praticam

    rituais que incluem danas e exerccios de respirao para atingir um estado mstico. So membros praticantes do sufismo os faquires (monge muulmano mendicante que vive em rigoroso ascetismo) da ndia e outras regies da sia, e os dervixes (religiosos muulmanos que fizeram voto de pobreza) da Turquia.

    Os Bahais no Ir, no sculo XIX, surgiu uma pessoa que se intitulava o Bad ud Din ou Porta da F e o precursor do Esperado. Foi executado em 1850 como herege, porm um de seus seguidores assumiu o nome de Bahaullah (Glria de Deus) e seu movimento ficou conhecido como Bahai.

    Escritos Sagrados do Islamismo: Os escritos de Maom no decurso de

    um perodo de cerca de vinte anos foram compilados no Quram

    (aportuguesado: Coro ou Alcoro), palavra esta que significa recitar. O

    anjo ordenou a Maom para recitar as revelaes que ouviu. As recitaes

    em rabe tinham conexo com a adorao, assim como os cristos e os

    judeus recitam suas Escrituras nas ocasies religiosas. O Alcoro o escrito

    sagrado mais lido e decorado das religies do mundo.

    Pontos Positivos e Negativos do Islamismo:15

    Pontos Positivos Pontos Negativos

    Os muulmanos tm uma crena Permite uma crena excessiva e

    15

    15 WRIGHT, Paul. As Pessoas e Suas Crenas, ICI-FAETAD, 1990.

  • 41

    firme em Deus e na sua supremacia arbitrria de Deus que leva ao

    fatalismo.

    Tem desfrutado de uma coeso

    bsica centralizada em sua crena

    em Deus.

    Praticam a poligamia apesar da

    condio social da mulher j haver

    melhorado...

    Sua crena fundamentada numa

    literatura sagrada impede

    esfacelao doutrinria.

    Os muulmanos precisam merecer a

    sua salvao mediante as boas

    obras.

    Os muulmanos tm a vontade de

    Deus em alta estima.

    Eles no tm certeza de um salvador

    do pecado nem promessa de vida

    eterna.

    Crem que haver um dia do juzo

    das obras humanas.

    A reverncia pelo Alcoro e pela

    pedra de Caaba fica prxima da

    idolatria.

    Todo membro obrigado a praticar a

    orao diria.

    O texto sagrado possui contradies

    Os muulmanos crem que Deus

    abundante em misericrdia e

    compaixo.

    A conquista de adeptos pode ser

    pela fora e o futuro paraso

    prometido de prazeres sensuais.

  • 42

    15 - AS RELIGIES DO ORIENTE MDIO - O JUDASMO

    A palavra judasmo provm da palavra judeu. O judeu era membro da

    tribo de Jud e da nao judaica que existia na Palestina desde o sculo VI

    a.C. at o sculo I d.C. Jud era o nome de um dos filhos de Jac, que deu

    origem a uma tribo com o seu nome, que aps o cativeiro das dez tribos do

    norte, passou a representar toda a nao hebraica, bem como passou a

    expressar as crenas e prticas dos judeus, conforme foram reveladas a

    Abrao, Moiss e aos profetas.

    O Cdigo de tica do Judasmo: Dez leis morais absolutas norteiam a

    vida dos judeus. Registradas em Ex 20:1-17, so completadas com as

    demais leis contidas nos livros de xodo, Nmero e Deuteronmio,

    contendo 623 mandamentos ao todo, divididos em lei Moral, lei Cerimonial e

    lei Civil e regulam todas as fases da vida dos judeus.

    Moiss Maimonides (1135-1204), um rabino que nasceu na Espanha e que

    foi exilado para o Egito, reduziu as crenas judaicas a um credo de treze

    pontos principais. Foram condensados da seguinte maneira:

    1. Creio no nico Deus (YHWH), Criador de todas as coisas. 2. Deus uma Unidade. 3. Ele esprito e no tem corpo. 4. Ele existe desde a eternidade passada at a eternidade futura.

    5. Ele o nico Deus que deve ser adorado. 6. Todas as palavras dos profetas so verdadeiras.

    7. Moiss o principal dos profetas. 8. A lei foi dada por Deus a Moiss. 9. Essa lei a nica lei e imutvel. 10.Deus conhece os pensamentos e aes dos homens.

    11.Ele recompensa o obediente e castiga o transgressor.

    12.O Messias vir para guiar o seu povo.

    13.Haver uma ressurreio dos mortos.

    Lugares, Pessoas e Prticas Sagradas para o Judasmo: O

    Tabernculo, o Templo, as Sinagogas e o Muro das Lamentaes compem

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    o primeiro grupo. J o segundo grupo composto pelos Profetas, os

    Sacerdotes, e os Rabinos. O terceiro e ltimo grupo composto pelos

    Sacrifcios e Oferendas, a Orao e os Filactrios, a Circunciso e o

    Concerto, o Filho do Mandamento e as Festas e Dias Santos.

    As Principais Festas dos Judeus so:

    1. Pesach A Pscoa comea no dia 15 de Nis, entre maro e abril. um memorial do xodo israelita do Egito, o aniversrio de Israel.

    A festa dura oito dias.

    2. Shavuot A Festa das Semanas ou Pentecostes (cinqenta) celebrada cinqenta dias depois da Pscoa, no ms Siv. Celebra a colheita dos cereais e a promulgao da lei no Sinai.

    3. Rosh Hashanah O Ano Novo Civil judaico celebrado nos dias 1 e 2 de Tishri, que cai em Setembro ou Outubro.

    4. Yom Kippur O Dia da Expiao celebrado no dia 10 de Tishri, o dia sagrado em que o sumo sacerdote entrava no Lugar Santssimo.

    Sukkot, a Festa dos Tabernculos, no dia 15 de Tishri. Os judeus acampavam durante sete dias em cabanas ou tendas para

    relembrarem a experincia de Israel no deserto na ocasio do xodo.

    5. Hanukkah A Festa das Luzes celebrada no dia 25 de Kisleu ou dezembro. Representa a rededicao do templo em 165 a.C., depois dele ter sido profanado pelo rei selucido maligno, Antoco Epifnio.

    Durante a festa, os judeus deixam velas acesas durante oito dias. 6. Purim A Festa das Sortes comemora a intercesso da rainha Ester

    em favor dos judeus na Prsia. celebrada no ms de Adar, entre fevereiro e maro.

    Pontos Positivos e Negativos do Judasmo:16

    Pontos Positivos Pontos Negativos

    No judasmo, os seguidores

    sustentam uma firme convico da

    existncia do Deus Verdadeiro e

    Os judeus negam que Jesus Cristo o

    Messias e o Filho de Deus.

    16

    16 WRIGHT, Paul. As Pessoas e Suas Crenas, ICI-FAETAD, 1990.

  • 44

    uma repugnncia idolatria.

    Os judeus mantm uma unio

    bsica do povo atravs de uma

    longa histria, unio esta que

    creditada unidade de Deus.

    Os judeus no se preocupam em

    termos de salvao atual mediante a

    graa, nem com a intercesso por um

    mediador vivo.

    O povo judaico tem uma f

    inabalvel nas Sagradas Escrituras

    por terem sido inspiradas por Deus.

    Os judeus enfatizam as obras como

    meio de salvao pessoal.

    A reverncia que os judeus tem aos

    antepassados no chegou a ser

    adorao a estes.

    O Judasmo tende fortemente em

    direo ao legalismo e ao formalismo.

    Os princpios da Tor so a base

    para muitos dos padres ticos e

    morais do restante do mundo.

    Os judeus no aceitam a natureza

    basicamente m do homem.

    Os judeus tm alto respeito pela

    totalidade da vida, e acreditam que

    o ser humano total feito

    imagem de Deus.

    O pecado considerado

    principalmente como violao de uma

    lei cerimonial.

    Os judeus tm um dever tico e

    social diante de toda a humanidade.

    Os judeus enfatizam indevidamente a

    preferncia divina pelo povo de Israel.

    O povo judaico fica firme e unido na

    perseguio.

    Pelo fato de negarem a Jesus, logo

    rejeitam o Novo Testamento e, por

    conseguinte, a graa aplicada sobre a

    lei veterotestamentria.

    Os judeus ortodoxos sustentam a

    esperana na vinda do Messias para

    introduzir uma era de justia, e a

    esperana da ressurreio dentre os

    mortos.

    Como outras religies, permitiram que

    esta fosse influenciada e absorvida

    pela poltica do estado, como forma

    impor sua cultura sobre os nativos e

    estrangeiros.

  • 45

    16 AS RELIGIES DO ORIENTE MDIO - CRISTIANISMO:

    O cristianismo histrico bibliocntrico dispensa nossos comentrios nessa

    obra, pois ele melhor abordado nas matrias de Bibliologia, Histria da

    Igreja, Hermenutica, Exegese e Apologtica.

    Sendo assim vamos encerrar esse captulo com um grfico histrico da

    evoluo do cristianismo com seus principais cismas e relevncias.

    Acompanhe abaixo:

  • 46

    17

    17

    Franzem, Edson de Almeida e. Apostila Eletrnica de Seitas e Religies. CuritibaPr: Ed. HERR e CEO, 2003, p.35.

  • 47

    CONCLUSO:

    Aps uma observncia mais detalhada, conclumos que todas as grandes

    religies nasceram, indubitavelmente, com o objetivo mximo de revelar a

    divindade e Sua vontade.

    As influncias culturais, econmicas e polticas que deram o tom e

    delinearam seus objetivos secundrios. Prova disso prprio cristianismo,

    por ns to bem conhecido, que hoje uma verdadeira colcha de retalhos.

    No d pra acusar a ou b, mas possvel estabelecer os momentos

    crticos que contriburam para que as religies deixassem de ser a busca e

    revelao de Deus para tornarem-se uma abominao diante da revelao

    divina atravs da Bblia Sagrada.

    Como expressei no incio desse manual, a idia aqui apresentada no era de

    se fazer uma anlise herisiolgica, mas, antes, esclarecer ao pblico leitor

    os aspectos histricos e culturais que nortearam aqueles movimentos

    religiosos que hoje so to ferrenhamente defendidos como sendo a

    verdade acerca da revelao divina.

    Que o Esprito Santo divino ilumine nossas mentes a fim de podermos

    compreender, com todos os santos, qual a largura, e o comprimento, e a

    altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo

    entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus.

    (Efsios 3:18,19)

    Que a graa e a paz de nosso SENHOR Jesus Cristo seja sobre todos ns.

    Abrao a todos.