As Parábolas de Mateus 13_os Mistérios Do Reino Dos Céus

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  • 7/25/2019 As Parbolas de Mateus 13_os Mistrios Do Reino Dos Cus

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    23 de Fevereiro de 2014 [AS PARBOLAS DE MATEUS 13]

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    AS PARBOLAS DE MATEUS 13(Os Mistrios do Reino dos Cus)

    INTRODUO

    Qual o futuro proftico da igreja?Para responder a essa pergunta, devemos primeirocompreender que a igreja se relaciona em dois sentidos com o programa de Deus.

    1) H a Igreja verdadeira, que formada de judeus e gentios que genuinamentereconhecem a Cristo como seu Salvador e tiveram seus pecados perdoados. A Igrejaverdadeira composta por todos os crentes a partir do Dia de Pentecostes em Atos 2at o Arrebatamento, todos esses crentes fazem parte do Corpo de Cristo.

    A Igreja verdadeira ser Arrebatada pelo Senhor Jesus, como Ele prometeu (Jo 14:1-3; I Co 15:51,52; I Ts 4:13-18).

    2) H a rea de influncia da igreja confessional, que chamamos de Cristandade. ACristandade constitui tudo que associado com a igreja visvel, incluindo todos osseus ramos, tais como o catlico romano, o ortodoxo oriental, o protestante, e aindaas seitas. A Cristandade inclui tanto os crentes verdadeiros quanto os meramentenominais.

    A Cristandadeno ser arrebatada, pelo contrrio, ser deixada para trs para entrarno perodo de Tribulao. Ela servir como meretriz de Satans (Ap 17:1), ajudando afacilitar a grande iluso do Anticristo na forma de igreja mundial. Essa igrejaecumnica e apstata vai pavimentar o caminho para a religio mundial, que incluir aadorao ao Anticristo e a aceitao da marca da besta (Ap 13:16-18).

    Esses dois aspectos da igreja crentes verdadeiros e cristandade tm destinosprofticos muito diferentes. As sete 1parbolas de Mateus 13 abrangem e desvendamesses dois aspectos, indicando suas caractersticas particulares.

    OBS: Mateus 13 o terceiro dos cinco sermes registrados por Mateus: (1) nos captulos5-7; (2) no captulo 10; (4) no captulo 23; e, (5) nos captulos 24 e 25.

    A. CONTEXTO

    Quando Cristo apareceu ao povo judeu, a prxima coisa, na ordem da revelaoconforme deveria ter acontecido, deveria ser o estabelecimento do reino davdico.Aconteceu que Israel rejeito esse reino e o seu Rei (Mt 10-12 comp. Rm 9:3), atravsdos seus lderes religiosos, isso porque aguardavam um Messias poltico, um Reiconquistador que os libertasse do domnio romano [[aarreejjeeiiooooffiicciiaallaaccoonntteecceerriiaammaaiissttaarrddeeMMtt2277::2211--2255]].

    O Senhor responde a essa situao informando que haver uma nova famlia da fque vai ultrapassar os direitos raciais que Israel conhecia at aquele momento e ondeEle vai receber todos aqueles (qualquer que quiser, 12:50) que quiserem ser Seusdiscpulos. Ento, profere uma srie de parbolas em Mateus 13 informando aosdiscpulos que o reino viria bem mais tarde, mas Ele ofereceu-se como um Rei

    espiritual para governar os coraes de seus sditos.1Parbola (do gregoparabolejogado ao lado) uma figura de linguagem em que uma verdade moralou espiritual ilustrada por uma analogia derivada de experincias cotidianas.

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    Os profetas do AT viram numa viso mesclada os sofrimentos e a glria do Rei, mas ascircunstncias em que esses dois eventos ocorreriam no lhes foi revelado, apenasque no era para eles mesmos (I Pe 1:10-12). Jesus revela nessas parbolas que umintervalo existiria entre os dois adventos, o qual ocupado pelos mistrios do reinodos cusaqui descritos.

    Mateus 13, ento, introduz este outro estgio do reino, explicando o que o Rei estariafazendo enquanto estivesse fisicamente ausente.

    B. PROPSITO

    O propsito das parbolas do reino em Mateus 13 no registrar a histria da Igreja,mas, antes, a histria do reino em forma de mistrio (v.11) a Cristandade umaspecto at ento desconhecido.

    Os mistrios do reino dos cus referem-se s condies reinantes na terra enquanto oRei est ausente, uma estrutura indita de governo teocrtico, que passou a ser

    necessria aps Israel recusar Jesus Cristo. Ento esses mistrios relacionam essepresente sculo aos propsitos eternos de Deus com relao ao Seu reino.

    As sete parbolas, intituladas por nosso Senhor de oossmmiissttrriiooss((nnoovvaassvveerrddaaddeess))ddoo((aa rreessppeeiittoo)) RReeiinnoo ddooss CCuuss ((vv..1111)), tomadas junto descrevem o resultado dapresena do Evangelho no mundo durante o perodo da sementeira que comeoucom o ministrio pessoal de nosso Senhor e que terminar com a colheita (vv.40-43), no final dos 7 anos da Tribulao. O resultado a mistura do Joio e do Trigo, dospeixes bons e dos maus, na esfera da profisso crist (a Cristandade).

    C. O ELEMENTO TEMPO EM MATEUS 13

    1. O comeo

    A segunda parbola introduzida assim: o reino dos cus semelhante a[[LLiitt..oorreeiinnooddoossccuuss tteemmvviinnddooaasseerrsseemmeellhhaanntteeaa]]. Em outras palavras, o reino doscus estava assumindo a forma descrita nas parbolas naquele tempo em queCristo estava pessoalmente ministrando na terra. Essa expresso marca o limitede tempo para o comeo do assunto em pauta.

    2. O fim

    O fim do perodo abrangido por essas parbolas indicado pela expresso fimdo mundo ou mais literalmente a consumao do sculo (vv.39,40 e 49) [[AAppaallaavvrraaAAiioonn ((eerraa)) eesssseenncciiaallmmeennttee rreellaattiivvaa aa tteemmppoo]]. Esse o tempo daSegunda Vinda de Cristo, quando Ele vir em poder e grande glria.

    A forma misteriosa do reino, ento, refere-se ao perodo entre os dois adventos deCristo, ou seja, entre a ocasio em que Cristo contou essas parbolas e o fim destaera (aion), entre a rejeio at a futura aceitao do Messias por parte de Israel.Desse modo, o perodo inclui desde antes do Pentecostes, abrangendo a era daIgreja, e indo alm do arrebatamento, incluindo a Tribulao.

    Portanto, o reino em sua natureza total ainda no foi estabelecido quando Cristo

    esteve na terra. Apenas a sua forma de mistrio"foi estabelecido na Primeira Vindade Cristo.

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    O quadro a seguir resume esse mistrionas Parbolas do Reino de Mateus 13:

    A Cristandadeem Mateus 13

    Parbola do Semeador vv.1-23O evangelho ser disseminado por todo o

    mundo, causando diversas reaes.

    Parbola do Joio vv.24-30 Satans tentar atrapalhar semeando o mal.

    Parbola do Gro de Mostarda vv.31-32 A cristandade crescer de forma abundante.

    Parbola do Fermento vv.33-35 O evangelho impregnar todas as reas da vida.

    Parbola do Tesouro Escondido

    Parbola da Prola de Grande Valor

    v.44

    vv.45-46Deus tomar para si um povo especial.

    Parbola da Rede vv.47-51 Com um julgamento, Deus por um fim era.

    D. FORMAS DE INTERPRETAOH trs formas bsicas de interpretao para esse captulo:

    1. Os que dissociam qualquer significado proftico da passagem e a estudamapenas por suas lies espirituais e morais, e sua influncia nos crentes hoje.Este grupo no faz distino entre Israel e a Igreja, vendo apenas verdadeseclesisticas na passagem. Tal a abordagem interpretativa no dispensacionaldo Ps-Milenismo e do Amilenismo.

    2. H os que reconhecem a diferena entre Israel e a Igreja, e que creem que essa

    passagem esteja totalmente limitada ao plano de Deus para Israel, no perodotribulacional em que Deus est preparando a nao para o Reino vindouro. Esta a forma de interpretao Ultradispensacionalista.

    3. E existem os que creem que essa passagem das Escrituras mostre as condiesterrenas com relao ao desenvolvimento do plano do Reino durante o perodo daausncia do Rei. Essas parbolas referem-se aos acontecimentos de todoperodo interadventos. Essa a forma de interpretao adotada neste estudo.

    E. REINO DE DEUS & REINO DOS CUS

    1. REINO DE DEUS

    O Reino de Deus o governo soberano de Deus sobre todas as criaturas e coisas(Sl 103:19; Dn 4:3), abrangendo tudo no Cu e no Universo, desde a eternidadepassada at a futura. Neste sentido o Reino de Deusinclui o Reino dos Cus. OReino de Deus tambm usado para designar a esfera da salvao, onde seentra apenas pelo novo nascimento (Jo 3:5-7) em contraste com o Reino dosCus como esfera de profisso de f que pode ser verdadeira ou falsa.

    O Reino de Deustem sido mediado na terra atravs do domnio do homem sobrea criao e atravs da instituio divina do governo humano. Em relao naode Israel, o Reino de Deus deveria ser administrado por reis divinamentedesignados na descendncia de Davi (a descendncia do Messias). Mas sersomente com a vinda do Messias que as esperanas e os sonhos de um Reino deDeusna terra sero plenamente realizadoso Reino Milenial de Cristo.

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    Durante a era da Igreja, o Reino de Deusno vem com aparncia exterior (Lc17:20). Tornamo-nos cidados deste reino pela f em Jesus Cristo como nossoRei. Desse modo, a nossa cidadania a do cu (Fp 3:20). Durante esta era daIgreja, somos embaixadores de Cristo na terra, comissionados a anunciar oevangelho a todas as naes.

    2. REINO DOS CUS

    O Reino dos Cus uma expresso peculiar ao livro de Mateus, e refere-se aogoverno dos cus, isto , ao governo de Deus, dos cus sobre a terra. Portanto, oReino dos Cus refere-se a qualquer governo que Deus pode exercer emqualquer tempo na terra, sendo que o Reino Milenar de Cristo na terra a suaforma final, como tambm ser a expresso definitiva da atividade criadora deDeus e do Seu plano original para o planeta. O Reino dos Cus continuar noestado eterno (comp. Dn 4:3), quando se fundir ao Reino de Deus.

    Considerando que o Reino dos Cus est na esfera terrena do Reino Universal deDeus, os dois tm muitas coisas em comum e em alguns contextos os termos sointercambiveis.

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    3. OS MISTRIOS DO REINO DOS CUS

    1. A interpretao do captulo

    Parece que a chave da interpretao dessas parbolas est na parbola do Paide Famlia (vv.51-52). As palavras coisas novas e coisas velhas (v.52) falam

    sobre as coisas que precedem, se referindo as 7 parbolas anteriores comoalgumas novase algumas velhas.

    Mas quais so velhas e quais so novas?

    No v.1, lemos que saindo Jesus da casa, assentou-se beira-mare ensinou; e,no v.36 ento, despedindo as multides, foi Jesus para casa e ensinou.Portanto, temos quatro parbolas contadas em pblico, para as multides, e trscontadas em particular, para os discpulos. A evidencia demonstra que as quatroprimeiras so os novos tesouros da verdade, segredos at ento no reveladosacerca do reino dos cus, e as trs ltimas so os velhos tesouros, isto ,

    verdades reveladas anteriormente.Baseando-nos nisso, a presente era apresentada numa srie de sete figurasprogressivas, que descrevem o curso do reino em mistrio.

    AS COISAS NOVAS

    A Semente e os Solos: proclamao do Reino (vv.3-9 e 18-23)

    O Trigo e o Joio: falsa imitao do Reino (vv.24-30 e 36-43)

    O Gro de Mostarda: expanso visvel do Reino (vv.31-32)

    O Fermento na Farinha: o crescimento da nova forma do Reino (v.33)

    AS COISAS VELHAS

    O Tesouro Escondido: a nao israelita (v.44)

    A Prola: o remanescente judeu na Tribulao (vv.45-46)

    A Rede: o juzo das naes no fim da Tribulao (vv.47-50)

    2. A interpretao das parbolas

    a. A Semente e os Solos: Proclamao do Reino (vv.1-9 e 18-23)

    Nesta primeira parbola o Senhor no disse O reino dos cus semelhantea como nas outras seis parbolas (vv.24,31,33,44,45,47), porque o Reinodos Cus comeou com a segunda parbola. Nesta primeira parbola, oSenhor saiu apenas para semear, com vistas ao reino. Nesta ocasio, asemente ainda no havia crescido para se tornar a seara que formaria o reino.

    A interpretao da parbola do semeador destaca a verdade que o reino serpropagado pela pregao da Palavra (Lc 8:11). Ensina, tambm, que essasementeira produzir somente uma safra limitada e parcial no mundo. Dequatro qualidades de solo, somente uma provar ser um solo bom, apenasuma qualidade recebe a semente e produz fruto.

    Com base na interpretao apresentada pelo Senhor, vrios fatos importantesso dados a conhecer sobre a presente era:

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    (1) Essa era um perodo caracterizado pela semeadura da semente, que,na passagem paralela de Marcos 4:14, revelada como a Palavra.

    (2) Dentro da era h uma diferena marcante na preparao dos solos para arecepo da semente plantada.

    (3) A era marcada pela oposio Palavra por parte do diabo, da carne edo mundo.

    beira do caminho fala daquele que est com o coraoendurecido, como a terra pisada beira do caminho. Para tais o amorde Deus, a compaixo de Cristo, a glria e as bnos dos cus e ohorror do inferno no significam coisa alguma. To certo como ospassarinhos comero a semente que cair na dura terra beira docaminho, assim tambm Satans tirar a Palavra que foi semeada nocorao que no permitiu a sua penetrao.

    em solo rochoso fala daqueles que aceitam a palavrasuperficialmente; no h profundidade na sua experincia. Estoatrados pela glria da vida crist, chegam com alegria, mas no tmcoragem de romper com seus vcios, nem com suas vontades carnais.So medrosos, covardes. So aqueles que vivem achando defeitos noscristos e os tm como pedra de tropeo. So os que se afastam porqualquer tribulao. Eles no suportam perseguies. Por terem feitouma profisso de f superficial, ficam vencidos pelas circunstnciasexteriores.

    entre os espinhosfala daqueles que esto abertos Palavra, e at

    tem certa profundidade. Mas deixam os cuidados do mundo sufocar avontade de servir a Deus. No dedicam tempo para Deus. No achamtempo para orar, nem para ler a Sua Palavra e nem ensina-las aosfilhos, pois esto demasiadamente ocupados.

    (4) em boa terrasomente uma quarta parte deles geram frutos, uns emmaior e outros em menor grau. Esta quarta parecem ser os nicos queesto salvos; so aqueles que tm o corao lavrado por Deus, e osespinhos arrancados. Nestes a Palavra no furtada, nem negligenciadae nem sufocada. So os que creem de todo corao e produzem fruto.

    Mas, nem todos os cristos so iguais (Mt 13:23). Muitos cristos estosatisfeitos em serem cristos de ndice trinta. Mas o desejo de nossoSenhor que haja esforo para nos tornarmos cristos de ndice cem.

    APLICAO: A sade da igreja diretamente proporcional sade de cadaindivduo cristo. Para a igreja crescer e ser saudvel, osindivduos cristos que formam a igreja precisam crescerespiritualmente.

    S uma igreja dinamicamente saudvel pode ter a esperanade cumprir a comisso de Cristo de ir pelo mundo todo e pregaro evangelho a todas as pessoas (cf. Mc 16:15).

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    b. O Trigo e o Joio: falsa imitao do Reino (vv.24-30 e 36-43)

    Na parbola do Trigo e do Joio, mesmo depois da semente entrar no solo enascer, o inimigo semeia joio entre o trigo, o qual se assemelha ao trigo aoponto de s serem distinguidos no dia da colheita.

    Outros fatos importantes sobre o decurso desta era (Cristandade) sorevelados pelo Senhor na Sua interpretao da parbola:

    (1) A verdadeira semeadura mencionada na primeira parbola ser imitadapor uma falsa semeadura.

    (2) Haver um desenvolvimento paralelo entre o que bom e o que mauem consequncia dessas duas semeaduras.

    (3) O Filho do Homem(v.37), o Semeador, na primeira parbola semeou asemente da Palavra. Aqui a boa sementeno a Palavra, mas aquiloque a Palavra produziu, isto , os filhos do reino (v.38). Estes sosemeados (v.37), isto , espalhados por toda a parte no campo domundo(v.38).

    (4) Satans semeia os seus filhos joio, isto , os filhos do maligno, queprofessam ser filhos do reino e, na aparncia, so iguais aos verdadeirosfilhos do reino de tal modo que apenas os anjos podem, no fim, separ-los (vv.40-43).

    (5) Haver um julgamento ao fim da era para separar o bom do mau. O bomser recebido no reino milenar, e o mau ser excludo.

    (6) O carter essencial de cada semeadura pode ser determinado apenaspela colheita frutfera ou infrutfera, no pela observao externa.

    A parbola do Trigo e do Joio no uma descrio do mundo, mas daquelesque dizem constituir o reino. Nem todos os incrdulos so chamados de filhosdo maligno; apenas aqueles que obstinadamente rejeitam a luz (v.38 comp.Jo 8:38-44).

    No presente momento, a Igreja verdadeira o trigo que est sendoespalhado pelo mundo, levando a mensagem do evangelho para a expansodo Reino de Deus. Ela ser arrebatada antes do julgamento descrito nesta

    parbola. Mas durante os 7 anos de Tribulao ainda haver trigo,provavelmente composto dos judeus remanescentes que crero em Jesuscomo o Cristo, o Messias enviado de Deus, e pelos gentios que crero noEvangelho do Reino.

    OBS: O Joio da famlia das gramneas uma erva daninha nociva, tambmchamada ciznia (joio barbado), muito semelhante ao trigo. Suassementes so txicas e podem causar sonolncia, nusea, convulsese at mesmo a morte. O broto e as folhas so muito parecidas com asdo trigo. praticamente impossvel de distinguir do trigo, at que a

    espiga se desenvolva (se forme o fruto). A espiga do trigo amarelo-dourado, j o do joio preto.

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    c. O Gro de Mostarda: expanso visvel do Reino (vv.31-32)

    Ilustra a expanso notavelmente rpida do cristianismo apesar de seuhumilde comeo.

    OBS: A mostarda uma planta que em apenas um ano passa de simples

    semente a uma rvore de seis a dez metros de altura.

    Por isso, a parbola no d a entender que o crescimento do gro demostarda, at ser uma rvore, anormal, nem que representa crescimentodesagradvel a Deus. Apesar de ter havido um crescimento anormal e falsona histria da igreja que professa ser de Cristo, como se v nodesenvolvimento da Igreja Romana, no prova que Cristo queira ensinar talcoisa nessa parbola.

    Aqui, a semente de mostarda revela que o reino em sua nova forma tercomeo insignificante (At 1:15; 2:41; I Co 1:26), mas crescer at atingir

    propores enormes, e multides se beneficiaro dele.

    d. O Fermento na Farinha: o crescimento da nova forma do Reino (v.33)

    OBS: Era prtica comum guardar uma bola de massa levedada oufermentada de uma fornada de po no assada, a fim de us-la nalevedao de nova massa.

    J que o fermento, nas Escrituras, tem conotaes negativas (x 12:15; Lv2:11; 6:17;10:12; Mt 16:6; Mc 8:15; I Co 5:6,8; Gl 5:9), e considerado um

    tipo da presena do mal ou da impureza, alguns pensam que ele aqui indica apresena do mal no seio da cristandade, como a m doutrina que corrompe as doutrina. O apstolo Paulo afirma que h uma forma misteriosa de malnesta era que j havia comeado a operar em seu tempo (II Ts 2:7).

    Outros consideram de maneira positiva esta meno ao fermento, umaindicao do crescimento do Reino dos Cus pelo poder penetrante doevangelho.

    Nesta passagem a tnica no est no fermento em si, como se para realar oseu carter, mas no fato de que o fermento foi escondido na massa,

    destacando assim a maneira pela qual ele age (o processo de fermentao).Uma vez introduzido na massa, comea um processo irreversvel quecontinuar at que sua ao levedante se complete.

    A inteno da parbola destacar a maneira pela qual a nova forma do reinose desenvolver. O poder do reino no externo, mas interno. Por suaoperao interior efetuar transformao externa.

    e. O Tesouro Escondido: a nao israelita (v.44)

    O propsito dessa parbola retratar o relacionamento de Israel com apresente era, pois o tesouro no campo o Seu povo, no sentido de ficarescondido no mundo (v.38 cf. Jo 10:16). Embora deixado de lado at que estaera se complete, Israel no foi esquecido e a presente era de fato fazreferncia quele plano (Rm 11:25).

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    A Aliana Mosaica advertia que muitas maldies aconteceriam sedesobedecessem (Dt 28:15-37 cf. Lv 26:16-39), incluindo expulso forada daterra (Dt 28:38-57). A Aliana Mosaica advertia ainda que, se o exliotemporrio no restaurasse os judeus obedincia, eles sofreriam dispersomundial e perseguio (Dt 28:58-68; Lv 26:32-39). Ver tambm Jr30:7,8,10,11; Ez 20:33,34; Rm 11:25.

    Observemos que:

    (1) Um homem, que identificado com Cristo (cf. v.37) que sacrificou tudoque possua para remir o Seu povo, est comprando um tesouro. Essacompra foi efetuada na cruz.

    (2) Este tesouro est oculto num campo, escondido dos homens, masconhecido pelo comprador.

    (3) Durante a presente era, o comprador no toma posse de Seu tesouro

    comprado, mas apenas do lugar no qual fica o tesouro.A parbola mostra que Cristo estabeleceu o fundamento para a aceitao deIsrael nesta era, mesmo que ela termine sem que Ele tenha tomado posse doSeu tesouro. O tesouro ser desenterrado quando Ele vier para estabelecerSeu reino. Israel est cego agora, mas j foi comprado por Cristo.

    f. A Prola: a Igreja verdadeira (vv.45-46)

    Provavelmente est parbola relaciona a prola igreja, a qual o Senhoramou e comprou por um alto preo, com Seu prprio sangue (I Pe 1:18,19).

    Sua formao cobre uma grande parte do perodo dos mistrios do reino,chamada de Cristandade.

    interessante que, na parbola do tesouro, o reino comparado ao prpriotesouro. Aqui o reino no comparado prola, mas ao negociante,enfatizando o tremendo preo que foi pago pelo Rei para comprar seussditos. Tambm, na parbola do "tesouro escondido", o tesouro no foicomprado, mas o campo. Nesta parbola a "prola"que comprada.

    g. A Rede: o juzo das naes no fim da Tribulao (vv.47-50)

    A parbola da rede (Lit. rede de arrasto) apresenta outra viso igual ao trigoe ao joio, do mistrio do reino na esfera da profisso de f. O Reino dosCus como uma rede que, jogada no mar da humanidade, rene todaespcie, os bons e os maus. Permanecem juntos na rede (v.49) e nosimplesmente no mar, at o fim da dispensao.

    Essa parbola mostra que a era terminar com um julgamento, principalmentedas naes gentias, j que a rede ser lanada ao mar (v.47). Isso secontrape ao julgamento sobre Israel retratado na segunda parbola. Os

    descrentes sero excludos do reino a ser estabelecido, como ensinadoanteriormente nas parbolas, e os justos sero colocados nEle.

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    4. RESUMO

    Podemos resumir o ensinamento sobre o curso desta era, dizendo:

    1. A presente forma de reino caracterizada pela semeadura da Palavra, que podeproduzir diversos tipos de resposta, dependendo da preparao do solo

    (Parbola do Semeador).2. Simultaneamente com a semeadura da Palavra, h a disseminao de ervas

    daninhas (Parbola do Joio).

    3. Esta nova forma de reino teve um incio irrisrio, mas alcanar enormespropores externas (Parbola do Gro de Mostarda).

    4. O poder no reino ser marcado por uma operao interior que efetuartransformao externa (Parbola do Fermento).

    5. Durante esta era, Deus reunir um tesouro excepcional (Parbola do TesouroEscondido= Israel; Prola de Grande valor= Igreja).

    6. A presente forma de reino terminar em um julgamento, no final da Tribulao,que determinar quem justo e apto a entrar no futuro reino milenial, e quem injusto e deve ser excludo deste futuro reino (Parbola da Rede).

    CONCLUSO

    Esta , portanto, a forma misteriosa do reino. a esfera da profisso crist durante estadispensao. um reino misturado da verdade com a falsidade, o trigo e o joio, o bem e o

    mal. Mas, no grande campo, o mundo, Cristo v o seu tesouro redimido por Ele e para Eleatravs da Sua cruz, os verdadeiros filhos do verdadeiro reino que, no fim,resplandecero como o sol.