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Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará Ano V n N o 54 n NOVEMBRO/2011 Impresso Especial 9912285067/2011-DR/CE FIEC CORREIOS 3 Impresso fechado, pode ser aberto pela ECT As sete unidades do SENAI/CE em Fortaleza, Maracanaú e Juazeiro do Norte receberam cerca de 12 000 estudantes para conhecer as opções de formação profissional que a instituição oferece no estado FOTO: GIOVANNI SANTOS

As sete unidades do SENAI/CE em Fortaleza, Maracanaú e ... · Ano V n No 54 n NOVEMBRO/2011 Impresso Especial 9912285067/2011-DR/CE FIEC CORREIOS 3 Impresso fechado, pode ser aberto

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Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do CearáAno V n No 54 n NOVEMBRO/2011

ImpressoEspecial

9912285067/2011-DR/CEFIEC

CORREIOS

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Impresso fechado, pode ser aberto pela ECT

As sete unidades do SENAI/CE em Fortaleza, Maracanaú e Juazeiro do Norte receberam cerca de 12 000

estudantes para conhecer as opções de formação profissional que a instituição oferece no estado

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SENAI Casa AbertaSENAI vai duplicar a oferta de matrícula no Brasil nos próximos anos. No Ceará, serão investidos 30 milhões de reais na capacitação de 200 000 novos trabalhadores até 2014 e na ampliação das sete unidades

22CAPA

NOVEMBRO 2011 | No 54

Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará

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TransparênciaNOVas REgRasA partir de janeiro de 2012, os sindicatos terão de separar, em suas contabilidades, os recursos próprios daqueles oriundos da contribuição sindical

Formação cidadãFIREsOA instituição promove o Programa Formação Cidadã, em parceria com a Câmara de Ensino Superior do Ceará. Trata-se de uma rede de colaboração formada por 27 instituições de ensino

SESI/CEPORtuguês E MatEMátIcaO SESI/CE foi escolhido pelo

governo federal para implementar o

projeto piloto de acompanhamento

pedagógico de programa nacional do

Ministério da Educação e Cultura

ENAI 2011DEsaFIOs Tornar a indústria brasileira mais competitiva e próxima do ambiente das decisões políticas no país foram os principais alertas do 6º Encontro Nacional da Indústria

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Seções

MensagemdaPresidência........5

Notas&Fatos..............................6 Inovações&Descobertas.........21

ONGs

Olimpíada do conhecimento

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SindibritaNOVO cóDIgO MINERalNo Ceará, o setor mineral está em alerta

com a proposta de nova legislação para

o segmento, que refletirá diretamente

nas unidades produtivas locais, a

maioria de pequeno e médio portes

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DIsPuta cONtINuaAté outubro de 2012, os dois primeiros colocados em cada modalidade continuarão em treinamento. Quem tiver melhor desempenho disputará em São Paulo a etapa nacional

OPINIãO PúBlIcaFiscalização deficiente e pouca transparência estão colocando as organizações não governamentais diante da opinião pública num mesmo patamar negativo

O Laboratório de Controle Ambiental do SENAI agora oferece o serviço de Análises de Emissões

Atmosféricas, desenvolvendo ações para efi ciência dos processos produtivos, atendimento à legislação e

melhoria da qualidade do ar.

SENAI, soluções ambientais para sua indústria.

Centro de Treinamento e Assistência às EmpresasRua Júlio Pinto, 1873 - Jacarecanga85 3421.5200 | cetae-nac@sfi ec.org.brwww.senai-ce.org.br

3Novembro de 2011 | RevistadaFIEC |

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MensagemdaPresidênciaRoberto Proença de Macêdo

Revista da FIEC. – Ano 5, n 54 (nov. 2011) -– Fortaleza : Federação das Indústrias do Estado do Ceará, 2008 -

v. ; 20,5 cm.Mensal.ISSN 1983-344X

1. Indústria. 2. Periódico. I. Federação das Indústrias doEstado do Ceará. Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia.

CDU: 67(051)

Coordenação e edição Luiz Carlos Cabral de Morais ([email protected]) Redação Ângela Cavalcante ([email protected]), G evan Oliveira ([email protected]), Luiz Henrique Campos ([email protected]) e Ana Paola Vasconcelos Campelo ([email protected]) Fotografia José Sobrinho e Giovanni Santos Diagramação Taís Brasil Millsap Coordenação gráfica Marcograf Endereço e Redação Avenida Barão de Studart, 1980 — térreo. CEP 60.120-901. Telefones (085)

3421-5435 e 3421-5436 Fax (085) 3421-5437 Revista da FIEC é uma publicação mensal editada pela Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia (AIRM)

do Sistema FIEC Coordenador da AIRM Luiz Carlos Cabral de Morais Tiragem 5.000 exemplares Impressão Marcograf Publicidade (85) 3421-5434, 9187-5063, 8857-1594 e 8786-2422 — [email protected] e [email protected] Endereço eletrônico www.sfiec.org.br/publicacao/

revistadafiec

Federação das Indústrias do Estado do ceará — FIEcDIRETORIA Presidente Roberto Proença de Macêdo 1o Vice-Presidente Ivan Rodrigues Bezerra Vice-presidentes Carlos Prado, Jorge

Alberto Vieira Studart Gomes e Roberto Sérgio Oliveira Ferreira Diretor Administrativo Carlos Roberto Carvalho Fujita Diretor Administrativo Adjunto José Ricardo Montenegro Cavalcante Diretor Financeiro José Carlos Braide Nogueira da Gama Diretor Financeiro Adjunto Edgar Gadelha

Pereira Filho Diretores Antonio Lúcio Carneiro, Fernando Antonio Ibiapina Cunha, Francisco José Lima Matos, Frederico Ricardo Costa Fernandes, Geraldo Bastos Osterno Júnior, Hélio Perdigão Vasconcelos, Hercílio Helton e Silva, Ivan José Bezerra de Menezes, José

Agostinho Carneiro de Alcântara, José Alberto Costa Bessa Júnior, José Dias de Vasconcelos Filho, Lauro Martins de Oliveira Filho, Marcos Augusto Nogueira de Albuquerque, Marcus Venicius Rocha Silva, Ricard Pereira Silveira e Roseane Oliveira de Medeiros.

CONSELHO FISCAL Titulares Francisco Hosanan Pinto de Castro, Marcos Silva Montenegro e Vanildo Lima Marcelo Suplentes Fernando Antonio de Assis Esteves, José Fernando Castelo Branco Ponte e Verônica Maria Rocha Perdigão. Delegados da CNI Titulares Fernando

Cirino Gurgel e Jorge Parente Frota Júnior Suplentes Roberto Proença de Macêdo e Carlos Roberto Carvalho Fujita.Superintendente geral do Sistema FIEC Paulo Studart Filho

serviço social da Indústria — sEsICONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Marcos Silva Montenegro,

Alexandre Pereira Silva, Carlos Roberto Carvalho Fujita, Cláudio Sidrim Targino Suplentes Pedro Jacson Gonçalves de Figueiredo, Marcus Venicius, Coutinho Rodrigues, Ricardo Nóbrega Teixeira, Vicente de Paulo Vale Mota Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Júlio Brizzi Neto Representantes do Governo do Estado do Ceará Efetivo Denilson Albano Portácio Suplente Paulo Venício Braga de Paula Representantes da Categoria Econômica da Pesca no Estado do Ceará Efetivo Elisa Maria Gradvohl Bezerra Suplente Eduardo Camarço

Filho Representante dos Trabalhadores da Indústria no Estado do Ceará Efetivo Pedro Valmir Couto Suplente Raimundo Lopes Júnior Superintendente Regional Francisco das Chagas Magalhães

serviço Nacional de aprendizagem Industrial — sENaICONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Aluísio da Silva Ramalho, Ricard Pereira Silveira, Edgar Gadelha Pereira Filho, Ricardo Pereira Sales Suplentes Luiz Eugênio Lopes Pontes, Francisco Túlio Filgueiras Colares, Paula

Andréa Cavalcante da Frota, Luiz Francisco Juaçaba Esteves Representante do Ministério da Educação Efetivo Cláudio Ricardo Gomes de Lima Suplente Samuel Brasileiro Filho Representantes da Categoria Econômica da Pesca no Estado do Ceará Efetivo Paulo de Tarso Teófilo Gonçalves

Neto Suplente Eduardo Camarço Filho Representante do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Júlio Brizzi Neto Representante dos Trabalhadores da Indústria no Estado do Ceará Efetivo Francisco Antônio Ferreira da Silva Suplente Antônio Fernando Chaves de Lima

Diretor do Departamento Regional Francisco das Chagas Magalhães

Instituto Euvaldo lodi — IElDiretor-presidente Roberto Proença de Macêdo Superintendente Vera Ilka Meireles Sales

Movidos pela busca de referências que nos ajudem a enfrentar o desafio da inovação, fomos conhecer de perto a experiência exitosa de Israel na relação Empresa, Universi-dade e Estado. A comitiva organizada pela FIEC contou com a participação da Universidade Federal do Ceará (UFC), da Universidade de Fortaleza (Unifor), da Faculdade 7 de Se-tembro (FA7), da CNI e com industriais cearenses que acre-ditam e querem atuar nesse processo de mudança. Entre os dias 14 e 17 deste mês, visitamos a Ben-Gurion University, o Centro para Em-preendedorismo e Gestão de Alta Tecnologia (BENGIS) e os centros universitários Sapir e Ruppin. Vimos ainda como funciona o Programa Governa-mental Magnet, com atuação na formação de consórcios universi-dade/empresa para a inovação, e o programa Magneton, exemplar na produção de alumínio, com baixo consumo de energia e utilização de magnésio, um recurso natural abundante no Mar Morto. É impressionante como nos últimos 30 anos o povo israelense conseguiu fazer uma di-versificação no terreno de novas tecnologias, criando cen-tros de pesquisa e desenvolvimento de projeção mundial. Embora envolto em circunstâncias históricas e determi-nismos naturais, que conferiram grande necessidade de desenvolvimento da indústria bélica e de refinadas tecno-logias no uso do solo e da água, Israel conseguiu atrair empresas como HP, IBM, Microsoft e General Eletric para instalar no país núcleos de inovação para atender seus mercados globais.

Inovação em Israel Os avanços científicos e tecnológicos que constata-mos em Israel têm características decorrentes de condi-ções específicas do país, que levaram o Estado a discipli-nar e financiar fortemente o esforço de desenvolvimento tecnológico e de inovação por meio da atuação conjunta das universidades com as empresas, numa visão de lon-go prazo. Esse posicionamento do Estado, como estraté-gia de desenvolvimento de país, garantiu uma mudança cultural capaz de construir a sólida ponte que uniu a

academia às empresas. Em nossa visita à Watec – Conferência e Feira Internacio-nal sobre Tecnologias da Água, Energias Renováveis e Controle Ambiental, realizada em Tel Aviv, chamou nossa atenção a partici-pação direta das universidades no desenvolvimento tecnológico das empresas expositoras. Con-versamos com pesquisadores e professores que participavam nos estandes das empresas, pres-tando esclarecimento sobre as inovações. Esse fato nos serviu

de testemunho vivo da nossa crença de que universidades e empresas são complementares. Com os meios e os processos que vimos adotados em Israel, com a metodologia que nos será passada pela con-sultoria que está sendo contratada pela FIEC e com o clima de aproximação que será construído entre acadêmicos e em-presários, e o apoio do governo, estou certo que brevemente teremos uma cultura de cooperação que só benefícios trará para colocar as nossas empresas em um novo patamar tec-nológico e competitivo, em proveito da sociedade.

“ É impressionante como

nos últimos 30 anos

o povo israelense conseguiu

fazer uma diversificação no

terreno de novas tecnologias,

criando centros de pesquisa

e desenvolvimento de

projeção mundial.

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OSENAI lançou o Caderno Perfil Moda – Inspirações + Tendências Inverno 2012 em 27 de outubro, durante evento na Casa da Indústria. A publicação

é inspirada em pesquisas de macrotendências internacionais mescladas com informações locais acerca da cultura brasileira. O objetivo é colaborar com as empresas na identificação dos diversos perfis de consumidores de moda e apontar as tendências para as próximas estações. O caderno tem distribuição gratuita e é dirigido para estilistas, designers e demais profissionais e indústrias cearenses do setor.

R EPRESENTANTES da indústria, do governo e de organizações

ligadas à propriedade intelectual debateram a adesão do Brasil ao Protocolo de Madri, tratado internacional que promove registro único de marcas em 84 países signatários. O encontro foi realizado em 11 de novembro no escritório

da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em São Paulo. O governo brasileiro discute há anos a assinatura do Protocolo de Madri, criado em 1989. A propriedade intelectual é o primeiro item da agenda da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), movimento liderado pela CNI para disseminar a inovação nas empresas.

Notas&FatosO q u E a c O N t E c E N O s I s t E M a F I E c , N a P O l í t I c a E N a E c O N O M I a

FieC destaca dez empresas cearenses

DEsEMPENHO aMBIENtal

Notas&Fatos

sENaI

>> Cartas à redação contendo

comentários ou sugestões de

reportagens podem ser enviadas

para a Assessoria de Imprensa

e Relações com a Mídia (AIRM)

Avenida Barão de Studart, 1980,

térreo, telefone: (85) 3421-5434.

E-mail: [email protected]

Caderno lança tendências para o inverno 2012

sEtE cuMEs

ROsIER alEXaNDRE sE PREPaRa PaRa DEsaFIO Na aNtáRtIDaCom patrocínio da FIEC/SESI, o montanhista cearense Rosier Alexandre se prepara para, em janeiro de 2012, escalar o monte Vinson, ponto mais alto da Antártida (4 897 metros). O desafio é mais uma etapa do Projeto Sete Cumes, que consiste na escalada da montanha mais alta de cada continente. Rosier já

subiu o Aconcágua, maior montanha da Ásia; o Kilimanjaro, maior da África; e o Elbrus, cume da Europa. Os interessados podem acompanhá-lo pelo site www.rosier.com.br. Além da FIEC/SESI, o Sete Cumes tem o patrocínio da Bspar Incorporações, DCDN, EIM Instalações Industriais, Esmaltec e AYO Fitness Club.

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empResáRios CeaRenses viajam à China

saúDE E sEguRaNça

sesi oFeReCe ConsultoRia on-line

UMA MISSão empresarial organizada pelo Centro Internacional de Negócios levou em outubro cerca de 50 empresários cearenses à China. Representantes dos setores metalmecânico, químico, farmacêutico, de rações, de serrarias, da reciclagem e da construção civil participaram da comitiva, com o objetivo de visitar feiras e indústrias e ficar por dentro da realidade do país. Além de conhecer empresas em Xangai e Hong Kong, a comitiva cearense participou da Canton Fair, em Guangzhou, a maior feira multissetorial do mundo, que este ano reuniu 210 países, 15 000 expositores e 32 000 estandes.

o SESI lançou no dia 1º de novembro uma consultoria on-line para esclarecer dúvidas sobre saúde e segurança no trabalho (SST). São ofertados serviços como informações técnicas sobre doenças ocupacionais, ações de prevenção e legislação a respeito do tema. Para participar, as empresas devem preencher um cadastro no site. O acesso é por meio do número do CNPJ. O serviço, prestado por um grupo de consultores do SESI em todo o país, contou com a parceria do Canadian Centre for Occupational Health and Safety, entidade do Canadá que é referência internacional em segurança e saúde no trabalho. A consultoria está disponível no site do Pro-SST (http://pro-sst1.sesi.org.br).

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n o Movimento Ceará Competitivo (MCC) entrega o Prêmio Ceará de Exce-lência em Gestão (PCEG) no dia 1º de dezembro, às 18h30, no auditório Waldyr Diogo de Siqueira, na Casa da Indústria. PCEG busca promover a melhoria da qualidade da gestão e o aumento da competitivida-de das empresas sediadas no estado, reconhecendo as melhores práticas. A pre-miação tem apoio da FIEC, por meio do INDI. Informa-ções: (85) 3421-5486.

AGENDA

aEDIção 2011 do Prêmio FIEC por Desempenho Ambiental, realizada

em 3 de novembro, premiou a Heineken Brasil, na categoria Reuso de Água; a Makro Engenharia e a Coelce, na modalidade Educação Ambiental; o Grupo Tavares em Produção mais Limpa; e a Nutrilite, na categoria Integração com a Sociedade. Ceará Portos, Gerdau, Cerâmica Torres, Vulcabras Azaleia e

Cerâmica Gomes de Matos receberam certificado de participação. A premiação ocorreu durante a abertura da Recicla Nordeste 2011, feira promovida pelo Sindicato das Empresas de Reciclagem de Resíduos Sólidos Domésticos e Industriais do Estado do Ceará (Sindiverde), com apoio da FIEC, por meio do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (INDI).

empresários discutem propriedade intelectual

PROtOcOlO DE MaDRI

n A FIEC sediou o evento Do álcool ao crack – uma viagem sem pai. Realizada nos dias 18 e 19 de novembro, a ação teve como objetivo promover informações sobre prevenção e tratamento na área de dependência química. A coordenação foi do Conselho de Políticas Públicas sobre Drogas do Estado do Ceará. n o SINDICATo das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Ceará (Simec) inaugurou recentemente a sua delegacia regional na região do Cariri. A unidade, que terá à frente o empresário Adelaído de Alcântara Pontes, está localizada no SENAI de Juazeiro de Norte. n o CENTRo Regional de Treinamento em Moagem e Panificação (Certrem) Senador José Dias de Macêdo, unidade do SENAI no Mucuripe, realiza a solenidade de encerramento de mais uma turma do curso de Moleiro Júnior em 2 de dezembro, às 19h. São 16 concludentes.

CURTAS---------------------

VIRaVIDa

pRojeto vai paRa maRaCanaúo PRESIDENTE do Conselho Nacional do SESI, Jair Meneguelli, e o prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, reuniram-se em outubro para discutir ações conjuntas para o projeto ViraVida. A prefeitura de Maracanaú poderá indicar jovens ao processo seletivo do projeto. O município irá ceder um galpão para instalação da sede da cooperativa Caxangá, iniciativa de empreendedorismo coletivo do ViraVida. No Ceará, mais de 200 jovens vítimas de abuso ou exploração sexual já receberam capacitação profissional e ingressaram no mercado de trabalho mediante o projeto. O programa é realizado em 13 estados, beneficiando mais de 1 800 jovens. O ViraVida é finalista do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social de 2011.

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A instituição, por meio do FIRESO, promove o Programa Formação Cidadã em parceria com a Câmara de Ensino Superior do Ceará. Trata-se de uma rede de colaboração formada por 27 instituições de ensino superior

FIEC alarga conceito

A era da tecnologia tem proporcionado à humanidade transformações em hábitos, conceitos e modelos que abarcam desde o

comportamento humano à gestão empresarial, com reflexos diretos no nosso dia a dia. É nesse caldo cultural que o mundo tem vivenciado, em meio à perplexidade e regozijo, as mudanças do nosso tempo. Se até meados do século passado ainda nos surpreendíamos com o advento do telefone, hoje somos obrigados a nos adaptar o mais rápido possível aos aparelhinhos revolucio-nários criados por Steve Jobs.

Para o setor produtivo, essas transformações abrem possibilidades diversas, mas também o colocam diante de riscos de uma concorrência cada vez mais voraz inerente ao mercado. Os avanços tecnológicos, todavia, implicam olhar holístico, sob pena de esgotarmos as condições de vida no planeta. Assim, um primeiro passo é promover a mudança de cultura no segmento

empresarial. Desde 2000, a Federação das In-dústrias do Estado do Ceará (FIEC) tem

se voltado a trabalhar nessa perspectiva com a criação de ações específicas na área

de responsabilidade social empresarial.Com vistas a alargar tal conceito, a institui-

ção, por meio do Instituto FIEC de Responsa-bilidade Social (FIRESO), criou o Programa Formação Cidadã em parceria com a Câmara de Ensino Superior do Ceará. O trabalho ini-ciado em 2002, com a participação de dez fa-culdades particulares, visa construir projetos sistêmicos que promovam impactos na forma-ção das futuras gerações em sua visão de mun-do e na condução de suas carreiras profissio-nais. Atualmente, o Formação Cidadã consiste em uma rede de colaboração formada por 27 instituições de ensino superior comprometidas com a gestão socialmente responsável.

A iniciativa, pioneira no Brasil, procura disseminar o conhecimento e a cultura da

Responsabilidade social empresarial

responsabilidade social, privilegiando o in-tercâmbio entre as instituições de ensino. Ini-ciado em Fortaleza, o trabalho do Formação Cidadã já atinge o interior do estado, com ações em Sobral, Quixadá e Aracati. O sucesso da ini-ciativa vai ganhar dimensão nacional em 2012 com a disseminação do projeto pela Confede-ração Nacional da Indústria (CNI) por meio do seu Conselho Temático de Responsabilidade Social, presidido pelo ex-presidente da FIEC, Jorge Parente Frota Júnior.

Na visão do presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo, a importância do Formação Cidadã pode ser medida quando se vislumbra a possibilidade de ir além do aspecto teórico, de-senvolvendo também, e principalmente, ações práticas. Outro aspecto ressaltado é que o pro-jeto nasceu da criação de uma agenda social co-mum, envolvendo o corpo docente e diretores das instituições, bem como estudantes e comuni-dade. “O programa objetiva formar pessoas com base na ética e na solidariedade, contribuindo, ao mesmo tempo, para a formação da cidadania. O propósito é encaminhar o indivíduo como agen-te atuante, que tome suas próprias ações para o bem comum”, acrescenta Roberto Macêdo.

Presidente do Conselho de Responsabilida-de Social da CNI, Jorge Parente liderava a FIEC quando o programa foi criado. Por isso conhece bem a sistemática do trabalho. Segundo ele, a base de força para a construção de uma socie-dade sustentável e próspera é o conhecimento. Daí porque faz-se necessária a participação das instituições de ensino nesse processo, unindo esforços com governos e a sociedade. "As ins-tituições de ensino têm, portanto, papel funda-mental na consolidação do desenvolvimento da formação profissional pautada na ética e na res-ponsabilidade social”, completa Jorge Parente.

Vice-presidente do FIRESO e uma das idealizadoras do Formação Cidadã, Wânia Cysne Dummar é entusiasta do projeto por entender que "estamos literalmente jogados ao futuro das incertezas", mas que é possível acre-ditar na possibilidade de uma saída. Para ela, porém, "não há possibilidade de transformação socioambiental e humana sem que seja firmado um contrato emocional, o qual comporta um pro-cesso de responsabilização pessoal no interior de cada indivíduo". Wânia Dummar afirma que "sem vontade ativa do cidadão do planeta não tem ciên-cia, nem política, nem inovação tecnológica capa-zes de nos salvar de um desastre anunciado".

Diretora da Faculdade Estácio FIC, Ana Flá-via Chaves diz que o projeto Formação Cidadã tem gerado ganhos para a sociedade porque os esforços são multiplicados de forma conjunta. Ela destaca o papel do FIRESO como indis-pensável para dar amplitude às ideias e ações com foco em capacitação e transformação da nossa realidade.

Na visão da diretora geral da Faece/Fafor, Rita Silveira, o programa tem o mérito de reu-nir as universidades "para que se aproximem mais do mercado e, ao mesmo tempo, realizem um trabalho social". Rita diz ser preciso esse intercâmbio porque o aluno vai à comunidade e conhece uma realidade que nem sempre faz parte do seu dia a dia.

O programa objetiva formar pessoas com base

na ética e na solidariedade, contribuindo, ao mesmo tempo, para a formação da cidadania. Roberto Macêdo, presidente da FIEC

“ “Wânia Dummar : "Não há possibilidade de transformação socioambiental e humana sem que seja firmado um contrato emocional"

Caminho em construção

O desenvolvimento de trabalhos por instituições de ensino na área da responsabilidade social pelo programa

Formação Cidadã ganhou corpo e exigiu um espaço específico para a divulgação dessas iniciativas. Foi assim que surgiu o Encontro de Responsabilidade Social no Ensino Superior, que este ano chegou à sua quarta versão. Na programação do evento, que teve como tema Sustentabilidade como Aprendizado, a proposta era discutir a responsabilidade social a partir de palestras, minicursos, mesa redonda e apresentação de trabalhos acadêmicos.

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Na conferência de abertura, Jorge Parente alertou sobre as tendências globais a caminho do colapso por causa da poluição do meio ambiente, do crescimento populacional e da crise econômica. “Se nada for feito, esse funil vai se estreitando cada vez mais e a situação tende a ter uma explosão ou até uma implosão. Nós temos de transformar esse funil, precisamos alargar a boca dele com a sustentabilidade para termos uma perspectiva de vida melhor.” Apontou ainda que para o futuro os conceitos são o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social relacionados com o tripé ambiental, social e econômico, onde os três se intercalam. “Se não houver a organização desse tripé, haverá uma ruptura sem tamanho. Tudo isso, todavia, está ligado à inovação, pois não vamos conseguir nada se não for com ela, que deve ser compartilhada e não isolada. Deve ser desenvolvida nas esferas acadêmica, governamental e empresarial”, finalizou Jorge Parente Frota Júnior.

Jorge Parente alertou sobre as tendências globais a caminho do colapso por causa da poluição do meio ambiente, do crescimento populacional e da crise econômica

Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec)

Faculdade Integrada Grande Fortaleza (FGF)

Faculdade Nordeste (Fanor)

Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza (Fametro)

Faculdade Christus

Instituto Federal do Ceará

Faculdade Ateneu (Fate)

Faculdade Integrada do Ceará (FIC)

Faculdade Católica do Ceará (Marista)

Faculdade Darcy Ribeiro (FDR)

Faculdade de Tecnologia e Aperfeiçoamento Humano (Fatene)

Faculdade de Tecnologia Intensiva (Fateci)

Faculdade Evolutivo (Face)

Faculdade Farias Brito

A ginástica rítmica como possibilidade de inclusão social: a visão das famílias (FIC).

20 mil contra 1 (FA7).

Grupo Enfermagem da Alegria – Ações de prevenção, promoção e educação em saúde (FG).

Responsabilidade Social Escola de Postura e Terapia Manual (FIC).

Universidades que compõem o programa

Trabalhos apresentados no encontro

Faculdade oboé

Faculdade Sete de Setembro (FA7)

Faculdade Teológica e Filosófica (Ratio)

Instituto Federal do Ceará (Sobral)

Universidade Vale do Acaraú (UVA)

Faculdade Rainha do Sertão (Quixadá)

Faculdade Cearense (FAC)

Faculdade de Ensino e Cultura do Ceará (Faece)

Faculdade de Fortaleza (Fafor)

Faculdades Inta (Sobral)

Faculdade Luciano Feijão (Sobral)

Faculdade Educare (Sobral)

Faculdade Vale do Jaguaribe

Escola Ambiental Aprendizes Seniores da Natureza – Destino final dos medicamentos em desuso (FIC).

Percepção do efeito do Bolsa Família na segurança alimentar e nutricional em famílias beneficiárias (Fateci).

Sustentabilidade no ensino superior – Uma análise Prime (Faculdade Farias Brito).

E ncontrar caminhos para tornar a indústria brasileira mais competitiva e também mais próxima do ambiente das decisões políticas no país foram os principais alertas

deixados aos empresários do setor industrial que participa-ram do 6º Encontro Nacional da Indústria (ENAI), promo-vido em São Paulo pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 26 e 27 de outubro, no Transamérica Expo. Tendo como tema central O fortalecimento da competitividade da in-dústria brasileira, o evento reuniu cerca de 1 500 empresários.

Como uma das mais atuantes do país, a Federação das In-dústrias do Estado do Ceará (FIEC) enviou delegação consti-tuída de 40 pessoas para conferir as palestras do evento, como também trocar experiências com os demais participantes das federações brasileiras. O evento teve a participação de impor-tantes nomes da indústria e da economia brasileira.

Na abertura, o presidente da CNI, Robson Braga de An-drade, disse que a indústria não pode estar ausente do am-biente das decisões políticas. Por isso a instituição faz o mo-nitoramento direto de 130 políticas públicas em curso e de 4 500 projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional.

FIEC enviou a São Paulo delegação com 40 pessoas ao 6º Encontro Nacional da Indústria, que assistiram a grandes palestras e debates sobre os desafios do setor industrial brasileiro

Desafios à competitividadeENAI 2011

Robson Braga criticou a constante mudança de leis no Brasil e comparou o país com a Inglaterra, onde a confederação da indústria monitora menos de 20 projetos. “Brasília se tornou uma fábrica de projetos de lei.”

Segundo Robson Braga, mais de 70 ações diretas de incons-titucionalidade (Adin) foram resultantes da defesa da indústria perante o Estado. “Conseguimos importantes vitórias”, ressal-tou, para acrescentar: “O trabalho de defesa dos interesses da indústria só pode ser feito com a integração das federações, sin-dicatos, instituições e empresários”.

O presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo, vê as indefinições políticas e legais expostas na fala do presidente da CNI como dificuldades que o setor empresarial brasileiro de uma forma geral tem – não apenas o industrial. “O tempo e a energia que a CNI e as federações gastam com a perseguição de medidas que poderão acontecer, como mudanças de leis da noite para o dia, são muito grandes. Temos de correr atrás para tentar impedir. O melhor é que as medidas indesejadas sejam contidas, até aumento de impostos, que é algo inadmissível nes-te momento”, acrescentou Roberto Macêdo.

Robson Braga: "A indústria não pode estar ausente do ambiente das decisões políticas"

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Com um exemplo emblemático, Luciano Pires ilustrou a situação de crescimento e desafios no cenário brasileiro. “Abrimos vagas para 600 aprendizes no Pará e só conseguimos preencher 400. Ali, em todos os projetos da Vale há algum tipo de atraso porque as empreiteiras têm dificuldade de preencher as vagas. Muitas vezes, observamos que faltam conhecimentos de português e de matemática. A situação na base não está boa”, destacou. (Veja matéria na página 16)

Mesmo anunciando que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) vai dobrar o número de matrículas, Rafael Lucchesi considera que é preciso mudar a “cultura do bacharel” no Brasil. “A sociedade brasileira quer seus filhos médicos, doutores, funcionários do Banco do Brasil”. Enquanto isso, disse, um técnico soldador, com uma boa inserção no mercado, tem salário inicial de 3 000 reais.

O diretor corporativo do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (INDI), instituição ligada à FIEC, Carlos Matos Lima, destacou que a indústria não é uma bolha isolada da sociedade; é preciso que se perceba o modelo de sociedade que se quer. “No painel de educação, nós vimos isso. Que escola nós queremos? Porque não chegamos

a essa conclusão, nenhuma pedagogia vai resolver o problema. Dificuldade de recrutar novos profissionais vamos ter porque existem obstáculos em todos os setores. Também há muitas oportunidades para as quais o país e os próprios alunos não atentaram. Ficam pensando apenas na universidade e não na profissionalização e no nível médio”, alertou. “Isso acaba não sendo o melhor para ele, para o país e nem para o setor produtivo.” Carlos Matos destaca que essa realidade precisa ficar mais clara. “Acredito que o SENAI não terá dificuldades. No entanto, tão importante quanto dobrar o número de vagas é ter uma formação consistente com a realidade da indústria e com o que ela precisará no futuro”, arrematou.

É preciso mudar a

'cultura do bacharel' no Brasil.Rafael Lucchesi, diretor de

Educação e Tecnologia da CNI

“ “Ricard Pereira, presidente do Simec

Hélio Perdigão, presidente do Sindiembalagens e diretor da FIEC

“ Além de ser um momento de troca de ideias e de experiências, ter as federações reunidas já é uma grande riqueza. O que a gente espera é que o governo ponha os olhos na indústria a partir da agenda que está sendo montada e que realmente tenha um compromisso mais sério. O que vemos é um crescimento grande e voraz na carga tributária e esperamos que o governo possa encontrar soluções para que possamos manter as responsabilidades do nosso setor. No Ceará, temos uma situação muito favorável. A quantidade de oportunidades tem crescido de forma acentuada. ”

“ Foram discutidos temas muito importantes para as federações e para a CNI, como a capacitação profissional. O SENAI e o SESI estão à frente, com mais infraestrutura, laboratórios e unidades móveis de formação de mão de obra. Isso é fundamental. O que me causou estranheza foi a falta de interesse do governo num evento tão importante para a indústria como este. Poderia haver mais pessoas influentes participando, o evento ser mais prestigiado pelo governo. O industrial brasileiro está aqui e eles não vêm ouvir nossas reivindicações. ”

O ENAI e o futuro da indústria

Carlos Prado, vice-presidente da FIEC

“ É sempre uma oportunidade unir os industriais de todo o Brasil para que possam mostrar não só sua força, como também suas necessidades e colocá-las em discussão. Os painéis são importantes porque trazem pessoas de vários setores, colocam o governo também no contato direto e outros setores da sociedade, como o Poder Legislativo, também participam. É um momento de reflexão, é um momento de diálogo, é aquela parada necessária para que se coloquem as ideias no mesmo nível e se possa progredir. ”

Para o presidente da FIEC, o setor tem de fa-zer o governo entender que ele precisa promover mudanças para aumentar a competitividade das empresas, destacando ser necessário dar susten-tabilidade à sobrevivência das indústrias, além de construir ações imediatas a fim de evitar que a crise econômica mundial não atrapalhe o cres-cimento brasileiro. “Esperamos que a crise não nos afete numa intensidade indesejada. Temos de buscar alternativas e caminhos para ocuparmos a nossa posição. O mundo está enxergando o Brasil como a bola da vez e não podemos fracassar. Te-mos de nos preparar para isso”, afirmou.

A crise mundial foi o assunto tratado na con-ferência de abertura do economista norte-ameri-cano de Harvard, Lawrence Summers, ex-diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Bran-ca, segundo quem as raízes da crise resultam de bolhas financeiras emergentes provocadas por excessiva confiança, empréstimos e gastos. No entanto, ressaltou que não vê empenho dos países europeus em resolvê-la e que as consequências vão muito além dos Estados Unidos e Europa.

Muito otimista em relação ao Brasil, Lawren-ce Summers destacou que o país tem muito espaço para crescer. “O Brasil conta com uma

Educação profissionalizante

O utro tema importante para o desenvolvimento industrial, e destacado pelos participantes do ENAI, foi a

educação profissionalizante. No painel que reuniu nomes como o diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Rafael Lucchesi, e o diretor Global de Recursos Humanos da Vale, Luciano Pires, além do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugênio Vieira, foi discutido que a baixa qualidade da educação básica, principalmente no que se refere aos conhecimentos de português e de matemática, compromete os resultados da educação profissionalizante.

enorme fonte de recursos naturais e, dentre os mercados emergentes, mostrou capacidade para inovar. Há fraquezas tradicionais, como a ne-cessidade de melhorar a infraestrutura. Mas há também muito espaço para crescer”, completou. Mesmo assim, entende que o futuro do país de-penderá “inevitavelmente” do que viera aconte-cer com a economia global.

FIEC levou a São Paulo comitiva para

conferir as palestras e debates do ENAI

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O setor mineral do Ceará está em estado de alerta com a proposta de uma nova legislação para o segmento, que refletirá diretamente nas unidades produtivas locais, a maioria de pequeno e médio portes

Preocupação à vista

O Ceará possui hoje cerca de 350 empresas que explo-ram a atividade mineral, tendo como fontes princi-pais areia e cascalho, argilas comuns, calcário, cobre,

columbita, diatomita, feldspato, ferro, gás natural, gemas, gnaisse, granito ornamental, lepidolita, magnesita, mármo-re, mica, pedras britadas, petróleo, quartzo, sal marinho, rocha fosfática e urânio. Com produção mensal de 142 mi-lhões de reais e gerando cerca de 16 000 empregos, o setor ainda tem potencial indefinido. Segundo dados do Depar-tamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), somente a extração de calcário por aqui ultrapassa a produção bruta anual de um milhão de toneladas.

Apesar disso, a produção é pequena em relação ao país, representando apenas 2% do total. Em parte, tal fenômeno se deve à característica das empresas, já que a maioria é de pequeno e médio portes. É esse um dos principais motivos que levaram a Câmara Setorial Mineral e o Sindicato das Indústrias de Extração e Beneficiamento de Rochas para Britagem do Estado do Ceará (Sindbrita) a preocupar-se com possíveis mudanças no setor com reflexos diretos nas unidades produtivas locais.

Atualmente na Casa Civil da Presidência da Repúbli-ca, a nova legislação, sob análise da presidente Dilma, está com cerca de 80% de seu conteúdo definido. Em breve, seguirá ao Congresso Nacional para ser discuti-do entre os deputados federais, e deve gerar mudanças significativas nas empresas cearenses. Pela ideia inicial, uma das mudanças previstas é na tributação da explora-ção do minério de ferro, principal produto de exportação do setor no país, que pode passar dos atuais 2% do fa-turamento líquido para 4% a 6% do faturamento bruto. Segundo a proposta, a faixa de tributação em estudo, que varia de acordo com o minério, elevaria o piso de 0,2% para 0,5% e o teto de 3% para 6%.

Em todo o país, a Compensação Financeira pela Ex-ploração de Recursos Minerais (CFEM) gerou, em 2010, 1,08 bilhão de reais. Com a nova alíquota, os cálculos preliminares indicam que as receitas vão aumentar para mais de 3 bilhões de reais por ano. A definição das tabe-las será feita por meio de decreto presidencial, posterior à aprovação do novo marco regulatório.

Novo Código Mineral

Outra alteração prevista que preocupa o se-tor, segundo o presidente da Câmara Setorial Mineral e presidente do Sindbrita, José Ricardo Cavalcante Montenegro, é a que diz respeito à concessão de lavra. De acordo com a propos-ta, será estabelecido prazo determinado para a exploração das jazidas. Hoje, cada jazida pode ser explorada indefinidamente. O novo Código Mineral, todavia, deve fixar esse prazo em 20 anos, prorrogáveis por mais 20. Mas o prazo, para o dirigente da Câmara Setorial, é muito curto porque a consolidação da exploração de uma jazida não se dá antes de oito ou dez anos. "É inviável tal prazo", alerta, ressaltando que atualmente ele é ilimitado.

Segundo o presidente da Câmara Setorial Mineral, mesmo que a proposta ainda não tenha sido enviada ao Congresso Nacional, é preciso que o setor se mobilize a fim de que a informação sobre os riscos seja dissemina-da nas empresas. Foi com esse objetivo que em 7 de novembro o setor esteve reunido na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC). De acordo com Ricardo Montene-gro, o importante nesse momento é colocar os empresários em alerta para que, quando o

DNPM deve ser extinto

P ara o superintendente do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) no Ceará, Fernando Antônio da Costa Roberto, apesar da proposta do

novo Código Mineral já estar no site do Ministério das Minas e Energia, somente com o envio ao Congresso Nacional e o início das discussões é que as coisas vão começar a ficar claras. Fernando Antônio disse que muitos aspectos podem ser modificados. “A mobilização dos empresários é importante nesse momento, antecipando um debate que com certeza deverá esquentar no Congresso.”

Lembrou ainda que a extinção do órgão é esperada logo que a nova legislação seja discutida, pois, "para se ter um novo marco regulatório, há a necessidade de ser criada uma agência nacional de mineração". A nova agência será responsável por tarefas como autorizações de pesquisa, concessões de lavras e elaboração de editais. Ao falar sobre a necessidade do novo órgão, Fernando Antônio apresentou o diagnóstico do Ministério de Minas e Energia que classifica a antiga legislação como "burocrática, focada no procedimento de outorga e como instrumento de gestão". A favor do novo modelo, entende que irá "fortalecer a ação do Estado no processo regulatório".

projeto começar a ser debatido, ninguém seja pego de surpresa.

Na opinião de Ricardo Montenegro, ape-sar de ainda não haver uma minuta de pro-jeto de lei sobre o código, o esboço, que se encontra no site do Ministério das Minas e Energia, é preocupante. Ele acrescenta que as empresas cearenses são pequenas e médias e o marco regulatório proposto nivela todas, inclusive as grandes, sem levar em conta as especificidades regionais.

A mobilização dos empresários é

importante nesse momento, antecipando um debate que com certeza deverá esquentar no Congresso.

Fernando Antônio da Costa Roberto, superintendente do DNPM

“ “Ricardo Montenegro: "Prazo de 20 anos para exploração de jazidas é inviável"

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ideia é melhorar seu desempenho, aumentando, assim, suas chances de ingresso em cursos técnicos profissionalizantes e, por consequência, no mercado de trabalho.

Até 16 de dezembro, 74 estudantes da rede estadual, que estão cursando o primeiro ano do ensino médio na Escola Moema Távora, no bairro Pirambu, em Fortaleza, estarão participando da prova conceito do programa (projeto ex-perimental). O curso presencial, ministrado pelo SESI/CE, oferece 50 horas/aula de português e 50 horas/aula de ma-temática, totalizando cem horas adicionais de reforço. Para 2012, as metas serão ampliadas com atendimento aos alunos do segundo e terceiro anos do ensino médio.

Experiência será modelo para o paísSetenta e quatro estudantes da rede estadual de ensino do Ceará participam da prova conceito de acompanhamento pedagógico de programa nacional do Ministério da Educação e Cultura

O Serviço Social da Indústria no Ceará (SESI/CE), en-tidade componente do Sistema Federação das Indús-trias do Estado do Ceará (FIEC), foi escolhido pelo

governo federal para implementar o projeto piloto de acom-panhamento pedagógico do programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), do Ministério da Educação e Cultura (MEC), por meio do qual serão ofere-cidos oito milhões de vagas até 2014, em todo o país, para a formação de jovens do ensino médio e trabalhadores que ne-cessitam de qualificação profissional. A iniciativa se propõe a reforçar o conhecimento dos estudantes da rede pública de ensino nas disciplinas de português e de matemática. A

SESI/CE

De acordo com o Departamento Nacional do SESI, além do Ceará, a prova conceito, que se propõe a testar a aplicação do programa, será adotada este ano nos estados de Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Rondônia, Espírito Santo, Paraíba e Bahia. Em todos eles, a iniciativa será desenvolvida por mais duas instituições apontadas pelo MEC, além do SESI: o Serviço Social do Comércio (Sesc) – instituição componente do Sistema S – e os Institutos Federais de Educação.

“No Ceará, o MEC convidou o SESI, o Sesc e o Instituto Federal do Ceará (IFCE) para formatarem o projeto de acompanha-mento pedagógico do Pronatec, lançado pelo governo federal em abril. Porém, o SESI/CE foi mais uma vez escolhido para aplicar a prova conceito, que é o projeto piloto”, ex-plica a gerente de Educação do SESI/CE, Cleosanice Barbosa Lima. Ela acrescenta: “Juntos, o SESI/CE e a Secretaria da Educação do Ceará (Seduc) elegeram a escola Moema Távora para ministrar os cursos de português e de matemática em caráter experimental”.

Segundo a educadora, o reforço em por-tuguês e em matemática é uma ação que antecede o programa de expansão da educa-ção profissional no Ceará e no Brasil, já que pretende aumentar as chances de os alunos ingressarem nos cursos de educação profis-sional que serão oferecidos pelos governos federal e estadual. “O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) vai colo-car à disposição vagas de curso técnico e de qualificação profissional dentro do Pronatec, enquanto o SESI vai fazer o acompanhamen-to pedagógico dos alunos que não conse-guem concorrer aos processos seletivos das escolas de educação profissional por não apresentarem conhecimento suficiente exi-gido no perfil de entrada. Ou seja, a esco-laridade básica é muito fraca. Dessa forma, o SESI atua para dar esse acompanhamento pedagógico – na verdade um reforço esco-lar”, diz Cleosanice Barbosa.

A prova conceito do projeto tem o obje-tivo de sistematizar e validar a metodologia de ensino, a carga horária, os conteúdos e o material didático para depois socializar com mais alunos também noutros estados. Em 3 de outubro, foi aplicada a primeira prova diagnóstico para os 74 alunos que estão par-ticipando do projeto experimental. As aulas começaram em 17 de outubro.

A escolaridade básica é muito

fraca. Dessa forma, o SESI atua para dar esse acompanhamento pedagógico – na verdade um reforço escolar.

Cleosanice Barbosa Lima, gerente de Educação do SESI/CE

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Alunos da escola Moema Távora estão recebendo os cursos de Português e de Matemática em caráter experimental

Ganhos

D e acordo com Cleosanice Barbosa, o SESI/CE só tem a ganhar estando à frente de uma experiência inicial de

acompanhamento pedagógico que contribuirá para o desenvolvimento da educação profissional e da educação básica de todo o país por meio de uma política de governo como o Pronatec. “É o momento também de sistematizar, de colocar em evidência nossa metodologia, de mostrar nosso modelo pedagógico para todos os departamentos regionais.”

Conforme a gerente, o principal motivo de o MEC ter escolhido o Ceará para aplicar a prova conceito está ligado à expansão do ensino profissionalizante, sobretudo no atual governo. “Existe hoje um incentivo grande para implantar escolas profissionalizantes, que geram um aumento significativo de matrículas na educação profissional do estado. Segundo ela, com mais escolas de educação profissional e uma quantidade grande de cursos e vagas, será necessário também que os alunos da educação básica estejam preparados para concorrer às vagas. “Eu penso que o ganho maior é esse. Vamos poder influenciar na qualidade da educação básica”, avalia a educadora.

A perspectiva de Cleosanice é que seja gerado um ciclo virtuoso. “À medida que desenvolvermos essas atividades com os alunos e eles ampliem seu conhecimento, tal fato poderá motivar os professores da rede pública a refletirem sobre as metodologias que o SESI/CE utilizou e os materiais didáticos aplicados que possibilitaram aos alunos

POR ÂNGELA CAVALCANTEFo

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melhorar suas médias, levando-os à aprovação nos processos seletivos”, diz, para reforçar: “Logo, vai ser um ganho para a rede pública e para todos que trabalham com educação no Ceará”.

Ela acrescenta que os cursos técnicos de qualificação profissional têm um rigor acadêmico diferente da educação básica. “Há muito conhecimento tecnológico e muita exigência, na educação básica não tão valorizados assim. Por estarem sendo preparados para o mercado de trabalho – e como no mundo do trabalho na indústria somos permeados por tecnologia, por informação e por novos indicadores que impactam diretamente na competitividade –, isso requer mais dedicação, mais estudos técnicos e mais aperfeiçoamento dos conceitos”, argumenta a executiva.

Departamento Nacional

Embora a prova conceito seja na modalidade presencial, o acompanhamento pedagógico para o Pronatec também utilizará outros métodos de apresentação. “O acompanhamento

pedagógico contará com outras duas modalidades: semipresencial e a distância, que devem começar a ser desenvolvidas em novembro”, antecipa a gerente de Educação Básica do SESI, Mara Ewbank.

A prova conceito é o momento em que as três instituições envolvidas no programa colocam em prática e testam as propostas elaboradas para o acompanhamento pedagógico que será oferecido aos beneficiários do Pronatec. “A ideia desse processo é validar a metodologia de ensino, os conteúdos e o material didático que serão utilizados pelos professores mais adiante”, ressalta.

Mara Ewbank afirma que o objetivo do acompanhamento não é recuperar o que o aluno não conseguiu aprender durante a vida escolar, mas trabalhar habilidades básicas necessárias para que ele faça bem um curso profissionalizante. “Para 2012, nossa expectativa é atender 100 000 alunos do ensino médio no primeiro semestre.”

Foco na escolaridade básica

P ara ajudar as indústrias do Ceará a enfrentar o obstáculo do baixo nível de escolaridade da força de trabalho, o SESI dispõe de 30

diferentes opções de cursos nas modalidades educação básica e educação continuada voltados ao industriário cearense. Para os jovens e adultos trabalhadores que precisam elevar seu nível de escolaridade, as opções em educação básica são os cursos de ensino fundamental e médio. A meta do SESI é elevar a escolaridade de 30 158 industriários do Ceará entre 2011 e 2015, conforme projeção do Plano Estratégico do Sistema SESI de Educação.

Na educação continuada, o SESI possui mais de 20 opções de cursos de curta duração em várias áreas de atuação, notadamente em leitura, inclusão digital e matemática. A carga horária média varia de 5 horas/aula a 30 horas/aula. Esses treinamentos visam melhorar as competências específicas dos trabalhadores, daí porque foram criados para auxiliá-los nas diversas necessidades que surgem nos ambientes de trabalho. A previsão do SESI é capacitar 214 740 industriários na modalidade até 2015.

“Os programas educacionais desenvolvidos pelo SESI priorizam o fortalecimento dessas competências fundamentais requeridas pela sociedade do conhecimento: flexibilidade, criatividade, empreendedorismo e inovação”, sublinha Cleosanice Barbosa. Segundo ela, investir na educação do trabalhador é investir no desenvolvimento sustentável do Brasil, considerando-se que a educação é fonte de crescimento e uma das bases da elevação da produtividade.

Entenda o contexto

U niversalizar e ampliar o acesso à educação, com atendimento em todos os níveis educacionais, são metas do Plano Nacional de

Educação (PNE) para vigorar de 2011 a 2020. Com a aprovação da Emenda Constitucional nº 59/2009, a obrigatoriedade do ensino dos quatro aos 17 anos deverá estar garantida até 2016, propósito que vai ao encontro da meta três do PNE, que propõe a universalização do ensino médio até 2020, com taxa líquida de 85% nessa faixa etária de 15 a 17 anos.

Em função desse macrodesafio, o governo federal conta com o apoio da sociedade e das instituições com know-how em educação de qualidade, nesse âmbito, compreendida por educação básica em concomitância com educação profissional. O SESI, em sua trajetória de instituição sexagenária, reúne experiências necessárias para atender às necessidades e expectativas dos jovens brasileiros, principalmente por trabalhar na perspectiva do desenvolvimento de competências e habilidades que, por estarem contextualizadas, garantem uma aprendizagem significativa.

O projeto de acompanhamento pedagógico está pautado nas Diretrizes Curriculares Nacionais

Para 2012, nossa expectativa é

atender100 000 alunos do ensino médio no primeiro semestre.

Mara Ewbank, gerente de Educação Básica do SESI

“ “Curso de educação continuada para trabalhadores da Fábrica Fortaleza

No âmbito do estado, a Secretaria da Educação (Seduc) estima que, em 2012, serão ofertadas 28 000 matrículas no ensino profissionalizante. O processo seletivo para que os alunos ingressem nos cursos será a média do ano anterior das disciplinas de português e de matemática. Dessa forma, quanto maior for a média de português e de matemática dos alunos, mais chances eles terão de ingressar nos cursos.

“Na educação básica, eles apresentam muitas dificuldades nas duas disciplinas, considerando-se os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (Spaece), as duas avaliações que a Seduc adota. Então, vai ser fundamental esse acompanhamento pedagógico”, completa Cleosanice Barbosa.

para o Ensino Médio e não se restringe ao “reforço” dos conteúdos curriculares, nem à substituição do aprendizado do aluno de responsabilidade da escola; ao contrário, apresenta-se como metodologia diferenciada para que os estudantes acessem práticas sociais que os auxiliem a aprender de forma significativa, possibilitando que compreendam a importância da língua materna e a ciência matemática como elementos básicos para a compreensão das relações na sociedade, no trabalho, na ciência, na tecnologia e na cultura.

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Dilma sanciona lei que cria o Pronatec

A presidente Dilma Rousseff destacou a excelência do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) na formação de mão de obra ao sancionar, em 26 de

outubro, durante solenidade no Palácio do Planalto, a lei que cria o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técni-co e Emprego (Pronatec). “Poucos países no mundo podem contar com a qualificação do SENAI e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Com o Pronatec, es-tamos dizendo: o Estado cumpre a sua parte e os setores produtivos, como a indústria, dão a sua importante contri-buição”, declarou a presidente da República.

O vice-presidente da Confederação Nacional da Indús-tria (CNI), Paulo Tigre, lembrou, na solenidade, o desempe-nho dos alunos do SENAI no WorldSkills, o maior torneio de educação profissional do mundo, realizado entre os dias 5 e 8 de outubro, em Londres. O Brasil obteve o segundo lugar dentre 51 países competidores, atrás apenas da Coreia do Sul e à frente de países como Japão, Suíça e Singapura.

“A elevada qualidade da competição torna esse resultado notável, sobretudo porque o nosso desempenho nas últimas

três edições do WorldSkills, com dois segundos lugares e um terceiro, mostra que conseguimos construir uma das melho-res educações profissionais do mundo”, assinalou Tigre.

A meta do Pronatec é criar oito milhões de vagas, até 2014, no ensino profissionalizante. O público-alvo do pro-grama são os estudantes do ensino médio de escolas públi-cas, bolsistas das escolas privadas, trabalhadores e os benefi-ciários do programa Bolsa Família.

O SENAI tem disponíveis, ainda para este ano, mais de 80 000 vagas de cursos de qualificação para alunos do ensino médio. Com a iniciativa Você na Indústria, começará a aten-der, a partir de 2012, também os trabalhadores que queiram se qualificar ou que sejam reincidentes no recebimento do seguro-desemprego e ainda os beneficiários do Bolsa Família.

Serviço:Mais informações sobre os cursos oferecidos pelas unidades do SENAI podem ser obtidas no site www.vocenaindustria.com.br.

InovaçoesDescobertas&

NoTEbook qUE CozINhA

Essa é para revolucionar a indústria da panificação. Pesquisadores do Fraunhofer Institute for Interfacial Engineering and Biotechnology (IGB), na Alemanha, desenvolveram um equipamento autolimpante para a fabricação de massas que evita o uso de conservantes em alimentos. O produto foi apresentado na Parts2Clean Trade Fair, no final de outubro, em Stuttgart. Como se sabe, a massa usada pelos padeiros se estraga rapidamente devido ao acúmulo de microrganismos. Com o novo sistema, a massa passa a ser esterilizada e pode ser guardada para utilização futura ou até fabricada fora das padarias e embalada para venda. Outra vantagem é que o equipamento não precisa ser desmontado para limpeza, já que o sistema entra em funcionamento automaticamente depois de cada lote de massa processado. Segundo Alexander Karos, responsável pela inovação do IGB, a máquina não possui arestas nem cantinhos, evitando-se, assim, o acúmulo de sujeira. “Após a limpeza, o equipamento automaticamente testa a água utilizada na lavagem, certificando que está livre de proteínas, gorduras, carboidratos e resíduos de agente de limpeza”, explica Alexander Karos.

O maior desafio da indústria tecnológica atualmente é aumentar o número de horas de funcionamento de seus produtos. As baterias, por exemplo, ainda são pouco eficientes. A boa notícia é que uma das maiores empresas de eletroeletrônicas (Sanyo) apresentou uma novidade que promete dar um up no segmento. Trata-se de uma nova geração das pilhas eneloop (recarregáveis), capazes de reter 90% da recarga original após um ano de uso, e 70% após cinco anos. Além disso, o número de ciclos de recarga subiu para 1 800 vezes, 20% a mais que a geração anterior e 80% a mais que a primeira eneloop lançada em 2005. O resultado são dois anos a mais de uso. O ganho de desempenho se deu graças ao desenvolvimento de uma nova formulação que melhorou a estrutura cristalina usada no eletrodo negativo. As eneloops devem se vendidas já pré-carregadas com energia proveniente de fontes renováveis, como painéis solares, e em embalagens feitas de PET reciclado e fabricadas com um material antibactericida. As pilhas serão comercializadas a princípio somente no Japão, e em dois modelos: a eneloop padrão e a eneloop plus, que virão com acessórios como porta USB e um recarregador solar. Os preços variam de 1 050 ienes (cerca de R$ 24,00) a 1 260 ienes (cerca de R$ 29,00).

RoUPAS AUTolIMPANTES

Uma equipe da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, desenvolveu um tecido de algodão autolimpante que, quando exposto à luz, é capaz de eliminar bactérias que causam maus odores, além de resíduos químicos. Para chegar ao resultado, os cientistas incorporaram nas fibras de algodão um composto chamado 2-AQC (ácido carboxílico 2-antraquinona). O composto liga-se fortemente às fibras de celulose do algodão, tornando a ligação resistente mesmo a fortes lavagens. Na presença da luz, o 2-AQC produz as chamadas espécies reativas de oxigênio, como os radicais hidroxila e o peróxido de hidrogênio, que matam bactérias e quebram as moléculas de compostos químicos como pesticidas e outras toxinas. Na mesma linha de estudos, a pesquisadora norueguesa Susie Jahren está criando um tecido capaz de se autoconsertar em caso de furos. Para tanto, ela está usando uma solução à base de

poliuretano, disperso em tecido plástico, por meio de microcápsulas. Se um tecido plástico se rasgar ou for perfurado, por exemplo, as cápsulas se rompem na área danificada. O selante é liberado e endurece quando entra em contato com o ar ou com a água.

SUPER PIlhA RECARREgáVEl

Nessa inovação nem os criadores da família Jetsons foram capazes de imaginar: um notebook que funciona como fogão e tábua de cortar carnes, ou seria um fogão com acesso à web? Na prática, a intenção do designer Dragan Trenchevski é possibilitar que, no mesmo aparelho, seja possível navegar na internet e cozinhar. O conceito une três pilares das modernas cozinhas: fogão elétrico que funciona por indução, capaz de aquecer vários tamanhos de panelas; uma eficiente e prática tábua de cortes e um computador com tela sensível. E tudo isso numa peça do tamanho de um notebook, ou seja, portátil e leve. A parte do notebook inclui, além de conexão wi-fi ou 3G e bluetooth, uma câmera com microfone e acesso direto às redes sociais.

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Despertando para o mundo profissionalSENAI vai duplicar a oferta de matrículas no Brasil nos próximos anos. No Ceará, serão investidos 30 milhões de reais na capacitação de 200 000 novos trabalhadores até 2014 e na ampliação das sete unidades

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) vai investir R$ 1,5 bilhão até 2014 na criação de cem novas escolas, cem unidades móveis, 22 institutos de

inovação e 40 institutos de tecnologia em todo o território nacional. Grande parte dos alunos que viverão essa chama-da explosão do ensino profissionalizante participou pelo Brasil afora da terceira edição do SENAI Casa Aberta, em 20 e 21 de outubro, cujo objetivo foi divulgar as opções de formação das escolas e também despertar os jovens para as oportunidades da formação tecnológica.

O evento mudou para melhor a expectativa profissional de cerca de 12 000 estudantes cearenses. Nas sete unida-des do SENAI/CE, entidade componente do Sistema FIEC, nas cidades de Fortaleza, Maracanaú e Juazeiro do Norte jovens do ensino médio e fundamental conheceram as ins-talações, os modernos laboratórios e os cursos do SENAI, além de ampliar suas perspectivas em relação ao mercado

SENAI Casa Aberta

de trabalho. Alguns até descobriram sua vocação e chega-ram a decidir a profissão a seguir.

No SENAI da Barra do Ceará (Centro de Formação Pro-fissional Waldyr Diogo de Siqueira), por exemplo, as escolas que chegavam eram recepcionadas com festa e ginástica la-boral para aumentar a disposição e a expectativa dos jovens visitantes. Nesse espaço, cada aluno preenchia ficha e recebia informações sobre os produtos oferecidos pela instituição para depois assistir no auditório à exibição de um vídeo. Esclarecidas as primeiras dúvidas, os jovens eram conduzidos por ex-alunos voluntários em visita supervisionada aos laboratórios e demais dependências da escola. Em seguida, participavam de palestras sobre o mercado de trabalho relacionado às qualificações ofe-recidas pelo SENAI e conheciam a experiência pessoal do ex--aluno anfitrião. Ao final, antes de retornar aos ônibus, pausa para um brinde – uma mochila com a marca SENAI – e lanche.

Ainda no começo do trajeto, no estacionamento da escola, os alunos podiam posar para foto em displays exclusivos do SENAI, que simulavam profissionais da in-dústria em tamanho real. No espaço vazado das peças, os visitantes eram fotografados. Washington Felipe Nasci-mento Diógenes e Rayanne Tayná Duarte da Silva, ambos alunos do 3º ano do ensino médio da Escola de Ensino Fundamental e Médio Branca Carneiro de Mendonça, lo-calizada no município de Caucaia, região metropolitana de Fortaleza, posaram antes de iniciarem a visita às ins-talações da unidade. Curiosos, os jovens de 18 anos afir-maram estar ansiosos para descobrir o que o SENAI tem a oferecer. "Aqui no SENAI posso ter uma base técnica para me tornar um bom profissional. Espero encontrar muitas oportunidades pela frente”, antecipou Washington. Sua colega não estava menos otimista. "Quero trabalhar na área de segurança industrial. Por isso minhas expectativas são grandes nessa visita”, disse Rayanne.

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aqui no SENAI posso ter uma base técnica para me tornar um bom profissional. Washington Diógenes, aluno da escola Branca

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Alunos assistem a palestras sobre as oportunidades do mercado de trabalho na indústria

Programação conjunta

V izinhas fisicamente, as unidades do bairro Jacarecanga, na capital cearense – Centro de Formação Profissional Antônio

Urbano de Almeida e Centro de Treinamento e Assistência às Empresas (Cetae) –, organizaram uma programação conjunta num itinerário que ensejou aos visitantes conhecer o funcionamento dos laboratórios de cada escola. Antes de iniciarem o percurso para conhecer na prática essas instalações nas áreas de manutenção industrial, fresagem, refrigeração, gráfica e instalações elétricas prediais, dentre outras, nas quais recebiam explicações de técnicos das unidades, os alunos assistiam a uma palestra sobre as oportunidades do mercado de trabalho na indústria.

“Quando esses jovens chegam aqui, um mundo de oportunidades se abre para eles. A maioria não tem a menor ideia do que faz o SENAI, daí a importância do Casa Aberta”, destaca o gerente do Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida, Raimundo Façanha, para quem as oportunidades existem, mas não são conhecidas. “A grande diferença do SENAI é que a instituição prepara o aluno diretamente para a linha de produção.”

Façanha lembra que o mercado está muito aquecido por causa dos investimentos que estão vindo para o Ceará e que a inserção dos egressos de cursos da instituição no mercado de trabalho atinge mais de 70% dos alunos. Um das grandes demandas da escola, conforme ele, é de profissionais nas áreas da automação ou mecatrônica, que envolvem conhecimentos múltiplos e polivalentes, como mecânica, eletrônica, elétrica e informática.

De fato, um mundo de oportunidades se abre aos visitantes. Um exemplo do que disse o gerente da unidade é o da estudante Karen Viana, 15 anos, que estuda no Colégio Luzardo Viana, em Caucaia. Ela chegou às unidades do SENAI Jacarecanga acompanhada da tia, Ivonete Viana, que viu na televisão uma reportagem sobre o evento. “Eu resolvi trazer minha sobrinha para incentivá-la e também para ver se ela desperta interesse em alguma profissão porque sei que as escolas do SENAI preparam bem os jovens para o trabalho”, disse Ivonete. A jovem Karen Viana, a partir daquele dia, passou a conhecer o que existia entre os muros do SENAI e também a enxergar além deles. “Nunca imaginei que as instalações fossem tão modernas. Eu tenho muito interesse na área de desenho e acho que estou no lugar certo.”

Engana-se quem pensa que a construção civil não é uma área especializada. Nos laboratórios do Cetae, os visitantes do SENAI Casa Aberta puderam constatar que erguer estruturas de concreto, com instalações hidráulicas e elétricas, não é para qualquer um e requer muita técnica. Os alunos do Cetae que participaram da Olimpíada do Conhecimento na unidade tiveram uma imensa plateia formada pelos jovens visitantes nos dois dias do evento, ao executarem

as tarefas de revestimento em cerâmica e construção em alvenaria.

“Historicamente, a evolução tecnológica da construção civil não conseguiu alcançar outras áreas. Isso acabou afastando as pessoas da profissão, mas já estamos vivendo uma época em que é preciso rever os conceitos, isso porque a introdução de novas tecnologias nos canteiros de obras provocou a revisão dos perfis”, explica Sebastião Feitosa. Por causa disso, diz ele, conseguiram atrair para a construção civil pessoas que até então não pensavam no mercado e isso vem resultando em ótimas oportunidades na carreira industrial.

Elisângela Oliveira de Amorim, coordena-dora pedagógica do Waldyr Diogo de Siqueira, apresentou aos visitantes quais as profissões que a indústria precisa e o que o SENAI tem a oferecer ao mercado em termos de qualifica-ção profissional. A ideia, segundo ela, é que os jovens conheçam o que o mercado demanda e os cursos que estão ao seu alcance na institui-ção para ver se tem algum com o qual se iden-tifiquem. “Há grande necessidade de mão de obra qualificada no nosso estado, mas muitas vezes os jovens buscam profissões saturadas no mercado e não aquelas que oferecem vagas de emprego”, argumenta Elisângela.

Conforme a educadora, as possibilidades de formação são amplas nas sete unidades do SENAI, mas é necessário que haja interesse dos alunos para buscarem profissões dentre as demandas que estão surgindo no mercado. “Há muita gente desempregada sem forma-ção. Porém, existem muitas formas de se pro-fissionalizar, inclusive com cursos gratuitos, seja na aprendizagem industrial ou em outros programas oferecidos em parceria com o go-verno federal. Formação não falta”, alertou Elisângela Amorim.

Segundo o ex-aluno Jean Bandeira, 20 anos, o diferencial do SENAI é que ele só cria cursos de acordo com a realidade da indús-tria, o que facilita o ingresso do jovem no mercado de trabalho. “Depois que a gente entra no SENAI as portas se abrem”, afirmou. Bandeira é a prova dessa premissa. Chegou à escola com apenas 16 anos de idade. Logo que terminou o curso, foi trabalhar na Na-cional Gás Butano. Depois, teve a oportuni-dade de atuar no próprio SENAI na área de oficina mecânica das Baterias Moura. “Com

qualificação, só fica fora do mercado quem quer”, resume Jean Bandeira.

Para o gerente do Centro de Formação Profissional Waldyr Diogo de Siqueira, Cid Fraga, o evento cumpriu seu papel e superou a meta traçada para este ano na escola. “Con-seguimos instigar cerca de 3 000 alunos para o mundo profissionalizante do SENAI. Nossa meta era de 2 700 alunos.” Segundo Fraga, a maioria dos estudantes que visitaram a escola não sabia o que o SENAI tem a oferecer. “Não é possível que tanta incentivo não mexa e motive esses jovens”, acrescentou, esperando que a escola receba cerca de 9 000 matrículas. Lá, as áreas mais demandadas são a automo-tiva e energia, seguidas de telecomunicações e tecnologia da informação. Ele lembra que a escola da Barra do Ceará foi a primeira do SENAI/CE a realizar o Casa Aberta. “Hoje, já temos know-how. É o terceiro ano que participamos. E estamos trabalhando para aumentar a produção de visitas à nossa uni-dade”, avisa Cid Fraga.

Acompanhando seus alunos no SENAI da Barra, a professora Marizângela Santiago, da Escola de Ensino Fundamental e Médio Go-vernador Flávio Marcílio, ressaltou que a vi-sita ao SENAI Casa Aberta ajuda os jovens em suas escolhas profissionais. “Trazer os nossos estudantes para cá lhes possibilita a noção de que profissão seguir, pois nem to-dos têm a opção de ingressar no ensino supe-rior. O nosso objetivo é mostrar que existem ótimas oportunidades ao alcance deles”, fina-lizou Marizângela Santiago.

Depois que a gente entra

no SENAI as portas se abrem.

Sei que as escolas do

SENAI preparam bem os jovens para o trabalho.

Jean Bandeira, ex-aluno e hoje

professor do SENAI

Ivonete Viana, que levou a

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Moda atrativa

N o SENAI Parangaba – Centro de Formação Profissional Ana Amélia Bezerra de Menezes e Souza – os alunos participaram de palestra

sobre empregabilidade e assistiram à exibição de um vídeo institucional. Depois, visitaram a exposição de moda das alunas participantes da edição 2011 da Olimpíada do Conhecimento. As criações são das designers Mágyla Tâmara Ribeiro

Maracanaú e Juazeiro

C om uma programação semelhante à desenvolvida nas unidades da capital, Juazeiro do Norte e Maracanaú também mostraram para a comunidade

as vantagens de se profissionalizar em cursos do SENAI. A unidade do SENAI de Maracanaú (Centro de Educação e Tecnologia Alexandre Figueira Rodrigues), na região metropolitana de Fortaleza, recebeu cerca de 2 000 visitantes. Durante a programação, eles participaram de palestras sobre as especificidades das profissões e profissionais demandados pela indústria cearense e atendidos por cursos no SENAI nas áreas de mecânica,

Mão na massaQ uando entrou na sala de vídeos do Centro Regional

de Treinamento em Moagem e Panificação (Certrem) Senador José Dias de Macêdo, unidade do SENAI/CE

localizada ao lado do Porto do Mucuripe, em Fortaleza, para participar do SENAI Casa Aberta 2011, Jonathan Rodrigues, 16 anos, aluno do 2º ano do ensino médio da Escola de Ensi-no Fundamental e Médio Paróquia da Paz, sentiu-se em casa. A recepção na unidade foi feita por meio da apresentação de reportagens de TV, mostrando professores e alunos com a mão na massa, literalmente. “Minha mãe passou vários anos fazendo pães caseiros para o sustento da família. Quando vi as reportagens, identifiquei-me na hora com este ambiente”, disse o adolescente, morador de uma comunidade perto da unidade.

A identificação de Jonathan ficou mais evidente quando ele visitou a oficina de panificação e confeitaria, ministrada pela docente Rosimeire Carneiro. Depois de demonstrar como se faz pães artesanais e tirar dúvidas dos alunos, que, dentre outras curiosidades, desejavam saber a diferença de fabricação entre o carioquinha e o massa fina, qual o segredo para o pão crescer, ou ainda por que alguns são grandes, mas com pouco miolo, enquanto outros são pequenos e “recheados”, a professora pediu um voluntário para as demonstrações de confeitaria.

Em coro, a turma com cerca de 30 alunos chamou pelo garoto de cabelo moicano. “Não, não! Era minha mãe quem fazia, eu só olhava”, tentava justificar e negando o convite. Mas logo sucumbiu às pressões e às brincadeiras e resolveu colabo-rar. Com massa americana (matéria-prima de variadas sobre-mesas) nas mãos, ele se revelou habilidoso e, sob a orientação da professora, produziu alguns biscoitos “casadinhos”, devida-mente saboreados por ele mesmo, após a experiência.

“Na verdade, eu ajudava minha mãe e aprendi a mexer na massa desde pequeno. Não é difícil, mas não sabia que padeiro ou confeiteiro profissional precisava estudar tanto. É uma profissão bonita e importante para a sociedade, mas ainda não decidi se entro para a universidade, ou tento um curso técnico; se decidir por este, o Certrem certamente será minha escolha”, finalizou.

Para André da Silva Rodrigues, 16 anos, fazer um curso técnico do SENAI não é só mais uma opção. É uma realidade que terá início neste mês de novembro. Depois de visitar o laboratório de trigo do Certrem (a unidade é referência na América Latina na formação de moleiro júnior), onde os alu-nos fizeram um passeio pela história e logística do produto, desde o campo até à prateleira, ele confessa que não vê a hora de começar as aulas do Curso de Banco de Dados, no SENAI Waldyr Diogo de Siqueira, na Barra do Ceará.

André faz parte de um programa social do governo deno-minado Pirambu Digital. A iniciativa oferece capacitações bá-sicas em informática para jovens de comunidades carentes da periferia de Fortaleza. Para cursos avançados, a entidade faz parceria com outros organismos educacionais, como o SENAI.

“Depois de ver como os laboratórios do Certrem são avançados, fiquei ainda mais ansioso para iniciar as aulas. Conheço pessoas que passaram pela entidade e hoje têm uma vida profissional bem ajustada. É o que todo mundo deseja, não é?, argumenta.

A professora de inglês da escola Paróquia da Paz, Maria Paula Rocha, às vezes intervia durante as exposições, ressal-tando a seus alunos que a opção do curso técnico é, de fato, uma boa alternativa à vida profissional. “A universidade não é o único caminho para a pessoa se dar bem. Em países de-senvolvidos, a grande maioria da população opta pelos cur-sos técnicos. A universidade é apenas para quem deseja se dedicar à vida acadêmica”, sublinhou.

A docente disse ainda que o Brasil precisa de mão de obra formada por escolas como o SENAI para se desenvolver. “Nos-so país é a bola da vez em termos de desenvolvimento, mas esse progresso só se concretizará com pessoas capacitadas, sobretudo, tecnicamente. Isso significa que quem faz um curso técnico aqui terá grandes chances de conseguir emprego”, arrematou.

Por meio de um moderno Laboratório de Controle de Qua-lidade do Trigo e Derivados (LCQT) o Certrem presta servi-ços técnicos especializados, realizando as seguintes análises: moagem experimental, peso hectolitro, umidade, cinzas, cor, glúten (úmido, seco e index), falling number, granulometria, fa-rinografia, extensografia, alveografia e amilografia. O LCQT é credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste-cimento (Mapa) para determinar a classe do trigo, com as aná-lises de umidade, alveografia e falling number.

Nunca havia participado do

SENAI Casa Aberta. Ele incentiva a gente a querer aprender mais.Samara Simplício, aluna da Escola Estadual Maria Tomásia

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Bezerra, Ana Carla Andrade Luz e Karine Matos de Amorim, classificadas nas três primeiras colocações da etapa estadual. “Além da oportunidade de conhecer o trabalho das nossas alunas na Olimpíada e de participar da palestra, os alunos foram convidados a votar na criação preferida”, explicou Ana Verônica, técnica do SENAI.

Samara Simplício do Carmo, 16 anos, aluna da 9ª série da Escola Estadual Maria Tomásia, aprovou a experiência. “Nunca havia participado do SENAI Casa Aberta. Ele incentiva a gente a querer aprender mais. Vi que aqui tem curso de aprendizagem industrial. Agora, quero entrar no SENAI para ter mais chance de conseguir meu emprego”, disse Samara. Daniel de Oliveira, 17 anos, aluno do 2º ano do ensino médio também saiu da visita motivado. “Antes dessa visita, não sabia bem o que queria ser nem o que o SENAI podia me oferecer. Hoje, me senti motivado. Estou interessado em fazer um curso técnico aqui porque sei que o SENAI vai dar direção à minha carreira profissional”, finalizou.

soldagem, automação, petróleo e gás, mecatrônica e manutenção industrial, dentre outras. Lá, segundo o gerente da unidade, Tarcísio Bastos, são oferecidos cinco cursos técnicos, dez cursos de aprendizagem e mais de 50 variedades de cursos de aperfeiçoamento e qualificação. Alguns desses alunos que visitaram o Casa Aberta, certamente, farão parte da ampliação de 7 600 para 10 000 matrículas ainda em 2011.

Em Juazeiro do Norte, o evento realizado no Centro de Formação Profissional Wanderillo de Castro Câmara conseguiu atrair jovens e interessados nos cursos da

instituição de várias cidades do Cariri, como Crato e Barbalha. Assim como nas outras escolas, os visitantes viram os alunos do SENAI testando e demonstrando seus conhecimentos, durante as competições da Olimpíada do Conhecimento, com provas nas áreas de tornearia mecânica, mecânica geral, tecnologia da informação e confecção de roupas. E mais: receberam dicas de manutenção de máquinas de moda e visitaram exposição de peças de vestuário e calçados. O SESI, na oportunidade, deu uma atenção especial à saúde dos visitantes, realizando aferição de pressão arterial e testes de glicemia.

Professora Rosimeire Carneiro mostra como se faz pães artesanais

SENAI de Maracanaú atraiu muitos jovens interessados em seus cursos

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Preparando a ampliaçãoU m dos desafios da educação profissio-

nal no Brasil é capacitar mão de obra para atender às demandas da indústria.

No Ceará, que vem recebendo muitos inves-timentos e perspectivas favoráveis ao cresci-mento econômico, pela vinda, dentre outros, de empreendimentos como a siderúrgica, termelétrica e usinas de energia eólica, bem como de obras da Copa do Mundo e do Pro-grama de Aceleração do Crescimento (PAC), a perspectiva é que as ofertas de cursos profis-sionalizantes cresçam muito.

Atentas a esse cenário, as escolas do SENAI/CE estão aumentando a oferta de oportunidades. Além de investir 30 milhões de reais na capaci-tação de 200 000 novos trabalhadores até 2014 no estado, as unidades já ampliam instalações e salas de aulas para suprir a demanda da indús-tria. E o SENAI Casa Aberta, que recebeu 12 000 visitantes nas sete unidades do Ceará [500 000 no Brasil] para apresentar as oportunidades de formação para a carreira industrial, funciona neste momento como um termômetro do que está por vir.

Isso porque mais 245 000 trabalhadores de-vem se juntar aos 305 000 dos diversos setores da indústria cearense. Trata-se de um aumen-to acima de 80% no setor, fenômeno que vem sendo visto pela área como o “boom do Ceará”.

E para que isso realmente ocorra, é necessário formar pessoas – capacitar e qualificar mão de obra para acelerar os investimentos.

Conforme o diretor regional do SENAI/CE, Francisco das Chagas Magalhães, as escolas do Ceará vão aumentar de 50 000 para 80 000 ma-trículas até 2014. “A instituição está com pensa-mento estratégico o tempo todo porque as de-mandas da indústria são dinâmicas e nós temos de estar sempre lado a lado. Nós, que trabalha-mos com educação, temos de estar de mãos da-das com a indústria, observando as demandas e oferecendo melhor capacitação para aumentar a competitividade do segmento”, explica.

As unidades, diz Magalhães, já vivem essa ampliação, uma vez que muitas estão em obras, adequando-se para ofertar mais cursos e receber mais alunos. Nova escola do SENAI no Ceará, em Sobral, deve ser inaugurada em março de 2012. O diretor regional anuncia ainda a aquisi-ção de cinco unidades móveis, que podem aten-der às necessidades de cidades do interior aonde as escolas ainda não chegaram.

Em Fortaleza, dentre as transformações, Magalhães destaca a construção de área para oferecer capacitação ao setor têxtil, no SENAI da Parangaba, resultante de investimentos da ordem de 10 milhões de reais, e a inauguração do laboratório de tintas, artes gráficas e de no-vas instalações para a construção civil nas uni-dades do bairro Jacarecanga.

A outra inovação é o Centro de Tecnologia Construtiva, que, de forma geral, vai desenvol-ver novas tecnologias na construção civil para serem aplicadas nos empreendimentos. “Por exemplo, nós podemos estudar e desenvolver os tipos de estruturas que podem ser utilizadas para a camada do pré-sal ou o melhor material para se construir uma ponte de metal em deter-minado lugar. Será um local de conhecimentos transversais”, explica Magalhães.

O Centro de Formação Profissional Waldyr Diogo de Siqueira, na Barra do Ceará, vai quase que duplicar sua oferta de vagas. Formando pro-fissionais nas áreas de eletroeletrônica, energia, automotiva, telecomunicações, gestão, tecno-logia da informação, segurança do trabalho e construção civil, a unidade, que tem atualmente 8 000 matrículas por ano, deve atingir, em 2014, a marca de 16 000 alunos.

As estratégias, explica o gerente da unidade, Cid Fraga, já estão em curso. São quatro linhas de ampliação, relacionadas à área física, com no-vas instalações, salas de aula e laboratórios; ensi-no a distância, com etapa presencial, interioriza-ção das ofertas de cursos, por meio das unidades móveis, e cursos in company, realizados dentro das empresas, no chão de fábrica.

Com previsão de aumentar o número de ma-trículas de 7 600 para 20 000 a partir de 2014, o Centro de Educação e Tecnologia Alexandre Fi-gueira Rodrigues, instalado no Distrito Industrial de Maracanaú, passará por expansão. A amplia-ção das instalações ensejará que o local se torne um centro de tecnologia industrial até o ano de 2014. Por meio do centro, que vai permitir aten-der à demanda dos novos empreendimentos que estão chegando ao estado, será possível oferecer cursos superiores nas áreas de automação e meta-lurgia. De acordo com Rosane Andrade, analista da unidade, o processo de transformação deverá ter como mote a gestão da inovação com foco na indústria nacional.

O SENAI de Maracanaú atende também por meio de unidades móveis. Trata-se de carretas adaptadas com estrutura de salas de aula, que podem ser levadas para o interior do estado. Se-gundo o coordenador do Núcleo de Serviço Téc-nico e Tecnológico, Edglei de Sousa Marques, essas unidades estão preparadas para suprir a demanda de qualquer município cearense, des-de que não interfira no espaço de abrangência das demais escolas do SENAI. Ele diz que essa

o Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida foi a primeira escola do SENAI do Ceará com instalações físicas próprias. Criada em 1978, no bairro Jacarecanga, ela atua nas áreas de automação industrial, administração e gestão da produção, design, gráfica e editorial, informática, metal-mecânica, mecatrônica, refrigeração e climatização e segurança no trabalho. Informações: (85) 3421-5300.

o Centro Regional de Treinamento em Moagem e Panificação Senador José Dias de Macêdo foi criado em 25 de fevereiro de 1980. Localizada no bairro Vicente Pinzón, a escola atua nas áreas de panificação, culinária, confeitaria, laticínios, chocolataria, mas-sas alimentícias (biscoitos), moagem de trigo e segurança alimentar. Informações: (85) 3421-5100.

o Centro de Formação Profissional Waldyr Diogo de Siqueira iniciou suas atividades em 1975 homenageando o primeiro presidente da FIEC. Suas áreas de atuação são automação, automobilística, me-cânica automotiva, eletrônica industrial, telecomunicação, tecnologia da informação, eletroeletrônica, energia, eletrotécnica e informática. Informações: (85) 3421-5500.

Unidades do SENAI/CE

o Centro de Treinamento e Assistência às Empresas foi inaugurado em 1978 no bairro Jacarecanga, sendo voltado aos programas de treinamento opera-cional de supervisores e gerentes industriais, oferecendo ainda serviços técnicos e tecnológicos. As áreas de atuação são segurança do trabalho, minerais não metáli-cos, meio ambiente, gestão e construção civil. Informações: (85) 3421-5200. o Centro de Formação Profissional Ana Amélia bezerra de Menezes e Souza é a unidade do SENAI voltada ao atendimento dos segmentos têxtil e de vestuário. Informações: (85) 3421-6133 / 3421-6130. o Centro de Educação e Tecnologia Alexandre Figueira Rodrigues, também conhecido como SENAI Maracanaú, foi criado em 1979 e oferece cursos nas áreas de automação industrial, automação pneumática, eletricidade, eletroele-trônica, gás natural, gestão, informática, instrumentação, metal-mecânica, metrolo-gia, refrigeração e soldagem. Informações: (85) 3421-5000. o Centro de Formação Profissional Wanderillo de Castro Câmara ini-ciou suas atividades em 1970. Suas áreas de atuação são metalmecânica, informá-tica, confecção industrial, calçados, eletroeletrônica, saúde e segurança, qualidade e gestão e recursos humanos. Informações: (88) 3571-2185 / 3571-1616.

flexibilidade permite que, mesmo com a capaci-dade de atendimento chegando a 100% em Ma-racanaú, a unidade estará constantemente reali-zando cursos. Por isso, este ano, a meta de 10 000 atendimentos está próxima de ser superada.

Em Juazeiro do Norte, está sendo constru-ída uma oficina na área da construção civil em prédio de dois andares, propiciando a in-tegração de novas modalidades de cursos em 2012. Conforme a analista técnica Antônia dos Santos, essa nova estrutura vai oferecer qualifi-cação para mestre de obras, pedreiros e outros profissionais que atuam na área, atendendo às necessidade da indústria e de novos empreen-dimentos na Região do Cariri.

Construção civil é uma área na qual o SENAI

está investindo para aumentar ofertas de

capacitação profissional

A instituição está com

pensamento estratégico o tempo todo porque as demandas da indústria são dinâmicas e nós temos de estar sempre lado a lado.

Francisco das Chagas Magalhães, diretor regional do SENAI/CE

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A entrega das medalhas aos classificados nos três pri-meiros lugares da etapa estadual de seis unidades partici-pantes foi realizada na tarde do dia 24 de outubro durante solenidade realizada no pátio do Centro de Treinamento e Assistência às Empresas (Cetae) em Jacarecanga. No Centro de Formação Profissional Wanderillo de Castro Câmara (Juazeiro do Norte), ocorreu a premiação dos vencedores caririenses.

Falando em nome dos colegas, Francisco Alexsandro Lima de Morais, medalha de prata na modalidade revesti-mento cerâmico pelo SENAI/Cetae, lembrou que a jornada exigiu a superação dos participantes. “Alguns desistiram,

Disputa continua até a etapa nacionalAté outubro de 2012, os dois primeiros colocados em cada modalidade continuarão em treinamento. Quem tiver melhor desempenho disputará em São Paulo a etapa nacional em novembro

D ezessete jovens alunos do Serviço Nacional de Apren-dizagem Industrial do Ceará (SENAI/CE) disputarão em novembro de 2012, com alunos da instituição de

outros estados, a etapa nacional da edição 2011 da Olimpía-da do Conhecimento na cidade de São Paulo. Estudantes das unidades localizadas nos bairros Barra do Ceará, Parangaba, Mucuripe e Jacarecanga, em Fortaleza, em Juazeiro do Norte (região do Cariri, sul do estado), e em Maracanaú (região metropolitana de Fortaleza), eles serão escolhidos dentre os competidores que conquistaram medalhas de ouro ou de prata na etapa estadual da competição para representarem o Ceará em 16 modalidades de ocupação industrial.

Olimpíada do Conhecimentomas muitos dos que continuaram perseveran-do estão entre os vitoriosos”, disse. Perseve-rança e capacidade de superação são qualida-des comuns a todos os alunos participantes. Em cada uma das 16 modalidades disputadas foram entregues medalhas de ouro, prata ou bronze. No total, classificaram-se e receberam medalhas 49 alunos.

No Centro de Formação Profissional Antô-nio Urbano de Almeida, também em Jacarecan-ga, foram premiados dez alunos em três moda-lidades: mecatrônica, mecânica de manutenção e fresagem. O Cetae, com duas modalidades – construção em alvenaria e revestimento cerâmi-co – realizou seis premiações.

Seis medalhas foram entregues pelo Centro Regional de Treinamento em Moagem e Panifi-cação (Certrem) Senador José Dias de Macêdo, que participou da Olimpíada 2011 com duas ocupações: panificação e confeitaria.

O Centro de Formação Profissional Ana Amélia Bezerra de Menezes e Souza (Paranga-ba) premiou três alunos em uma modalidade: design de moda. O mesmo ocorreu em Mara-canaú. Concorrendo na modalidade eletricis-ta industrial, o Centro de Educação e Tecno-logia Alexandre Figueira Rodrigues conferiu medalhas de ouro, prata e bronze.

O SENAI da Barra do Ceará – Centro de Formação Profissional Waldyr Diogo de Si-queira – entrou na disputa em três modalida-des: eletrônica digital, mecânica de automóveis e instalação e manutenção de redes PC. Pre-miou nove alunos nas três primeiras posições.

Em Juazeiro do Norte, 12 alunos obtiveram os três primeiros lugares em quatro modalida-des: tornearia mecânica, mecânica geral, tec-nologia da informação e confecção de roupas. Dentre eles quatro representarão o Ceará na etapa nacional em suas respectivas modalidades.

Segundo o coordenador técnico da Olimpíada do Conhecimento no SENAI/CE, analista edu-cacional Jonas Bezerra Rolim, a representação do estado na etapa nacional poderá ser feita por alunos que conquistaram a medalha de ouro ou de prata na etapa estadual. “Ter tirado o primeiro lugar não garante ao aluno disputar a etapa na-cional. Durante um ano, até outubro de 2012, os dois primeiros colocados em cada modalidade continuarão em treinamento. O que tiver melhor desempenho irá para São Paulo disputar a etapa nacional em novembro do próximo ano”, explica. Excetuando a ocupação mecatrônica, na qual os alunos competiram em duplas, todas as outras modalidades enviarão a São Paulo um único re-presentante à etapa nacional.

Na edição 2010, a etapa nacional da competi-ção foi realizada no Rio de Janeiro e contou com 612 competidores distribuídos em 46 ocupações profissionais. Mais de 150 000 pessoas, dentre empresários, estudantes e professores, visitaram o evento. Para a gerente de Educação e Tecno-logia do SENAI/CE, Rangélia Coelho, a grande repercussão da competição serve de vitrine para estudantes e docentes porque os estudantes têm a oportunidade de expor o conhecimento adqui-rido e serem vistos por empresas que podem se tornar seus futuros empregadores.

Francisco Alexsandro (à direita): “Alguns desistiram, mas muitos dos que continuaram perseverando estão entre os vitoriosos”

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Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeidaocupação: mecatrônica (concorreram em duplas)1° lugar – Tiago Alves e Francisco Heleno2° lugar – Franklin Teixeira e Danyel Garrison3° lugar – José Aroldo e Henrique de Sousa ocupação: mecânica de manutenção1° lugar – Alexandre Benício2° lugar – Francisco Bruno ocupação: fresagem1° lugar – Felipe Henrique2° lugar – Anderson Soares Cetae – Centro de Treinamento e Assistência às Empresasocupação: construção em alvenaria1° lugar – Daniel Lima Viana2° lugar – César Sidney Bôa Lima Bezerro3° lugar – Gustavo André Régis Militão ocupação: revestimento cerâmico1° lugar – Iago Rodrigo oliveira Juvêncio2° lugar – Francisco Alexsandro Lima de Morais3° lugar – Antônio Aloísio Carvalho Junior Centro de Formação Profissional Ana Amélia bezerra de Menezes e Souzaocupação: design de moda1° lugar – Mágyla Tâmara Ribeiro Bezerra2° lugar – Ana Carla Andrade Luz3° lugar – Karine Matos de Amorim SENAI/Certrem – Centro Regional de Treinamento em Moagem e Panificação Senador José Dias de Macêdoocupação: panificação1° lugar – Allison Mateus Tomas Morais2° lugar – Francisco Gilliard Santos Dias3° lugar – Leidiana da Rocha Coelho ocupação: confeitaria1° lugar – Rônia Mara Rodrigues Pinheiro2° lugar – Amanda Karine Jales de Matos3° lugar – Renan Moreira Reinaldo

Centro de Formação Waldyr Diogo de Siqueiraocupação: eletrônica industrial1° lugar – Diego Silva de oliveira2° lugar – Mauri Saraiva dos Santos3° lugar – Demetrius Lopes Teixeira Filho ocupação: instalação e manutenção de redes PC1° lugar – Edlaine Santiago de oliveira2° lugar – Hanany de oliveira Silva3° lugar – Cássio Guimarães Passos ocupação: mecânica de automóveis1° lugar – Ramires Nascimento Moreira2° lugar – Felipe Nascimento Moreira3° lugar – Claudiano Sobrinho Pereira Centro de Formação Profissional Alexandre Figueira Rodriguesocupação: eletricista industrial1° lugar – Alexandre Ferreira2° lugar – João Alves Filho3° lugar – Clóvis de Sousa Barroso Neto Centro de Formação Profissional Wanderillo de Castro Câmaraocupação: tornearia mecânica1° lugar – Josué Santos Teixeira2° lugar – Humberto Talisson Souza Silva3° lugar – Diego Silva oliveira ocupação: mecânica geral1° lugar – Cícero Emerson Ferreira2° lugar – Regivaldo Moraes Barbosa3° lugar – Rafael Camargo da Silva ocupação: tecnologia da informação1° lugar – Juliana Bezerra Patrício2° lugar – Káthia Myra Feitosa Alencar3° lugar – José Pereira da Silva Neto ocupação: confecção de roupas1° lugar – Jéssica de Lima Nonato2° lugar – Josefa Michele Ferreira de Lima3° lugar – Roseane Maria de oliveira

Exemplos

Avitória na fase estadual é um importante passo, que merece ser festejado. Chegar ao pódio, no último dia 24 de outubro, exigiu sacrifícios e muito

esforço de todos os classificados. Para os vencedores, que conquistaram medalhas de ouro e de prata, a exigência foi ainda maior. Sem abnegação, perseverança e determinação para superar seus próprios limites os jovens não teriam atingido o objetivo.

O medalhista de ouro na ocupação mecânica de automóveis pelo SENAI Waldyr Diogo de Siqueira, Ramires Nascimento Moreira, 20 anos, é exemplo de determinação e perseverança. Pela segunda vez consecutiva concorrendo na Olimpíada do Conhecimento, ele se desligou do emprego, onde recebia cerca de quatro salários mínimos, para se dedicar exclusivamente à competição, passando a receber uma bolsa de menos de um salário mínimo.

Ramires diz que não poderia deixar de participar agora da Olimpíada do Conhecimento porque já tem 20 anos e essa, portanto, seria sua última chance. Ele justifica o

motivo de tanta persistência: “Além da satisfação pessoal de vencer a competição, estar entre os melhores, ter acesso a um amplo leque de cursos na minha área de conhecimento e tomar parte da competição nacional são diferenciais na minha carreira profissional. Participar da etapa nacional da olimpíada vai ser um divisor de águas na minha vida”.

Dois anos mais jovem, o irmão Felipe Nascimento Moreira, 18 anos, conquistou a medalha de prata na mesma modalidade e terminará o curso no SENAI da Barra em dezembro. “Meu sonho é chegar à etapa nacional”, diz.

Ganhadora da medalha de ouro na ocupação instalação e manutenção de redes PC, Edlaine Santiago de Oliveira, 19 anos, repetiu a façanha obtida na edição anterior da competição. “Da outra vez, também fiquei em primeiro lugar na etapa estadual”, recorda. A jovem fez dois cursos no SENAI. O primeiro, em 2008, foi de aprendizagem industrial em telecomunicações. Em 2009, cursou uma ocupação técnica na área de informática.

Ramires Nascimento Moreira, medalhista de ouro na ocupação

mecânica de automóveis

Edlaine Santiago de Oliveira, medalha de ouro na ocupação

instalação e manutenção de redes PC

Felipe Nascimento Moreira, medalhista de prata na ocupação

mecânica de automóveis

“ Participar da etapa nacional da olimpíada vai ser um divisor de águas na minha vida. ”

“ Da outra vez, também fiquei em primeiro lugar na etapa estadual. ”

“ Meu sonho é chegar à etapa nacional. ”

Vencedores da etapa estadual

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Contribuições sindicais

Objetivo é garantir a transparência e a aplicação adequada do dinheiro recolhido compulsoriamente das empresas, conforme previsto na Consolidação das Leis do Trabalho

Contabilidade terá novas regras

A partir de janeiro de 2012, os sindicatos terão de se-parar, em suas contabilidades, os recursos próprios daqueles oriundos da contribuição sindical. A mu-

dança, que irá impactar na gestão financeira das entidades classistas, tem base na orientação normativa nº 1 do Minis-tério do Trabalho e Emprego (MTE), datada de 25 de agos-to do corrente ano e publicada um dia depois no Diário Oficial da União (DOU). O objetivo da medida é garantir a transparência e a aplicação adequada do dinheiro recolhi-do compulsoriamente das empresas, conforme previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

O documento informa textualmente no seu artigo 1º que “as entidades sindicais deverão promover ajustes em seus planos de contas, de modo a segregar contabilmen-te as receitas e as despesas decorrentes da contribuição sindical a fim de assegurar a transparência”. No artigo seguinte, a norma determina que tais “ajustes nos proce-dimentos de escrituração contábeis” devem ser adotados obrigatoriamente a partir de 1º de janeiro de 2012 ou, de

forma facultativa, a partir da data de publicação, isto é, 26 de agosto deste ano.

Segundo o MTE, a orientação normativa atende ao Acór-dão nº 1663/2010 do Tribunal de Contas da União (TCU), que determina em seu item 9.2 que, no prazo de 60 dias, a contar da publicação, as entidades adequem seus planos de contas, fazendo a segregação contábil dos montantes decor-rentes da contribuição sindical, de modo a viabilizar o con-trole da aplicação de recursos públicos.

De acordo com José Itamar Pereira de Matos, coordenador da Unidade Sindical e Trabalhista do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), a iniciativa do TCU de criar meios para intensificar o controle dos valores arrecadados na contribuição sindical foi motivada pela denúncia de que um sindicato de trabalhadores, noutra região do país, não estaria utilizando adequadamente o dinheiro que deveria ser aplicado em benefício dos associados. Provocado, o TCU fiscalizou e comprovou a destinação irregular, resultando na elaboração e encaminhamento do acórdão ao MTE.

Presidente do Sindicato das Indústrias Meta-lúrgicas, Mecânicas e de Materiais Elétricos do Estado do Ceará (Simec) – um dos mais atuan-tes sindicatos filiados à FIEC –, Ricard Pereira Silveira apoia a mudança. “Os recursos dos sin-dicatos devem ser bem utilizados e com finali-dades predefinidas. Acredito que a orientação deverá garantir tal finalidade, sendo, portanto, uma coisa positiva”, diz Ricard Pereira.

À frente da gerência de Contabilidade e Or-çamento (GCO) do Sistema FIEC, Vanderley Coelho Viana ratifica que os recursos advindos das contribuições sindicais devem ser aplicados exclusivamente em prol do associado, mas alerta para a dificuldade operacional e a burocracia que serão geradas com a segregação de contas. “Além de os sindicatos precisarem criar e administrar duas contas bancárias separadas, sendo uma es-pecífica para o dinheiro das contribuições, eles terão de apresentar aos conselhos de represen-tantes orçamento e contabilidade especificando a destinação de cada centavo arrecadado na forma de contribuição sindical”, observa o executivo.

Para Vanderley Viana, a segregação é “ino-portuna”, considerando que as receitas próprias também são decorrentes da contribuição sindi-cal. “Ou fiscaliza tudo ou nada. Agora, separar é um retrocesso de 30 anos”, frisa o gerente, que também levantou a questão no Sindicato dos Contabilistas do Estado do Ceará e na Federação dos Contabilistas do Norte e Nordeste, entida-des das quais é membro.

Na oitava reunião do Comitê de Pronun-ciamentos Contábeis do Sistema Indústria, realizada em 30 de setembro último em Bra-sília, a orientação normativa do MTE esteve em pauta, despertando polêmica no meio industrial. De acordo com Vanderley Viana, que também integra o Comitê, na ocasião o gerente executivo jurídico da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Cássio Borges, pediu atenção para os principais pontos que estão em jogo a partir da mudança determina-da pela orientação normativa.

“Em primeiro lugar, é preciso definir se a portaria é uma orientação ou uma determina-ção”, questiona Vanderley, ratificando o primei-ro ponto colocado em xeque pela CNI. Segundo ele, enquanto o primeiro artigo orienta os sindi-catos a promoverem ajustes em seus planos de contas, o segundo já determina que eles sejam adotados de forma obrigatória a partir de janei-ro de 2012. Ou seja, a interpretação dada pelo MTE ao acórdão do TCU é passível de dúvida.

Vanderley Viana: "Ou fiscaliza tudo ou nada. Agora, separar é um retrocesso de 30 anos"

O segundo ponto é que a medida fere a au-tonomia sindical. Em terceiro lugar, ele corro-bora a CNI quando questiona a competência de fiscalizar do TCU. O último ponto diz res-peito ao fato de que o poder normativo para baixar normas contábeis, que são de natureza técnica, não cabe ao MTE – é competência do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). “O certo é que essa orientação normativa deveria ter sido mais debatida antes de entrar em vi-gor”, argumenta Vanderley Viana.

Ações

P ara tentar reverter a medida, uma das ações tomadas pelas confederações patronais (Confederação Nacional da

Indústria, Confederação Nacional do Comércio, Confederação Nacional da Agricultura, Confederações Nacionais dos Transportes, Confederação Nacional do Sistema Financeiro, Confederação Nacional de Serviços e Confederação Nacional das Cooperativas) foi o envio no mês de setembro de expediente conjunto ao MTE, pedindo a revogação da orientação normativa 01/11, sob o argumento principal de que ela viola o princípio da liberdade sindical. Além disso, o departamento jurídico da CNI entrará com mandado de segurança requerendo a revogação da norma.

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FIEC

Odiretor financeiro da FIEC, José Carlos Braide Nogueira da Gama, foi quem trouxe o tema à tona aos industriais

cearenses durante reunião ordinária da diretoria plena da instituição realizada em 10 de outubro último. Empresário do setor da construção civil e diretor do Sinduscon/CE, Gama está sensível às dificuldades operacionais que serão causadas pelas novas regras. “Tem razão o Vanderley quando diz ser necessária a abertura de contas em separado, de forma tal que aquela que receber as contribuições sindicais fique apartada das demais receitas do sindicato”, pondera. Entretanto, explica a postura prática defendida pela Federação: “Enquanto não houver uma decisão da Justiça, mesmo que preliminar, é dever da FIEC orientar seus associados a se prepararem para cumprir o disposto na orientação normativa do MTE”, arremata.

Enquanto não houver uma

decisão da Justiça, é dever da FIEC orientar seus associados a se prepararem para cumprir o disposto na orientação normativa do MTE.

José Carlos Braide Nogueira da Gama, diretor financeiro da FIEC

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Vala comum?Fiscalização deficiente e pouca transparência estão colocando as organizações não governamentais diante da opinião pública em um mesmo patamar

O cupando espaço intermediário entre a es-fera pública e a privada, as organizações não governamentais (ONGs) têm exerci-

do no Brasil, nos últimos anos, importante papel de complementaridade às ações do estado, seja no campo das políticas públicas, ou por meio da pressão legítima em busca de solucionar demandas dos menos favorecidos. A experiência dessas enti-dades as tornou socialmente organizadas e profis-sionalmente preparadas para exercer suas funções, muitas delas sendo referência internacional. Como definiu o sociólogo Herbert de Souza, conhecido como Betinho, "as ONGs são comitês de cidadania e surgiram para ajudar a construir a sociedade de-mocrática com que todos sonham".

Mas se esses espaços de serviço surgem como alternativas de sistematização de ações para a socie-dade, a amplitude das demandas de um país pobre como o Brasil também abre portas para o desvir-tuamento de finalidades. É o que se tem visto nos

ONGs

As ONGs são comitês de

cidadania e surgiram para ajudar a construir a sociedade democrática com que todos sonham.

Herbert de Souza, sociólogo

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últimos anos com a exposição corriqueira na mídia de irregularidades envolvendo entidades do gêne-ro. O caso mais recente, relacionado ao programa Segundo Tempo, do Ministério dos Esportes, não só levou à queda do ministro Orlando Silva, como fez com que a presidente Dilma Rousseff decidis-se suspender temporariamente convênios federais com ONGs. Antes, o ministro do Turismo, Pedro Novais, fora destronado por causa de suspeitas de desvios na pasta em função de relações com essas entidades. A bola da vez, agora, é o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, também pego em denúncias de irregularidades. Reportagem da revista "Veja" deste mês afirma que três servidores e ex-servido-res do Ministério do Trabalho estavam envolvidos com ONGs num esquema de cobrança de propinas que revertia recursos para o caixa do PDT, partido de Lupi, que está afastado temporariamente da pre-sidência da sigla por ser ministro.

Pela medida determinada por Dilma Rousseff, os recursos só voltarão a ser liberados após pare-cer técnico que ateste a regularidade da parceria. A presidente determinou ainda que a Controladoria Geral da União (CGU) criasse edital-modelo a ser adotado pelos ministérios para a contratação de convênios com ONGs. A preocupação não é sem motivo. Apenas neste ano, mais de 2 bilhões de reais foram repassados a esse tipo de entidade – sem licitação, na grande maioria. Nos últimos seis anos, por exemplo, instituições privadas sem fins lucrativos receberam cerca de 19 bilhões de reais da União para executar atividades que caberiam ao estado, segundo registros do Tesouro Nacional e revelados pela ONG Contas Abertas, que faz o acompanhamento sistemático das contas públicas.

O mais grave é que o próprio governo tem se mostrado ineficaz no controle do repasse de recur-sos a tais entidades. A péssima estrutura de fiscali-zação, aliada a um processo simplificado de con-tratações de convênios, acaba por facilitar a burla e o desvio de dinheiro. O resultado não poderia ser outro, com denúncias se avolumando e ganhando mais espaço nos noticiários. Relatório recente do Tribunal de Contas da União (TCU) mostra que, apenas no Ministério do Trabalho, há 500 convê-nios feitos com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) nos quais existem prestações de contas pendentes de análise.

Com base na estrutura deficitária de fiscaliza-ção dos órgãos federais, o TCU mostrou também que, em média, cada servidor de ministério teria de dar conta hoje de mais de 300 processos com prazo vencido. Para chegar ao dado, o órgão levan-tou não apenas contratos com ONGs, mas também com prefeituras, estados e demais entes públicos. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Edu-cação (FNDE), por exemplo, ligado ao Ministério da Educação (MEC), acumula 15 400 prestações de contas, com repasses totalizando 4 bilhões de reais, sem que haja pareceres sobre a regularidade. A mé-dia de pendências chega a 173 casos por fiscal.

O Fundo Nacional de Assistência Social, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, tem 347 casos para cada servidor anali-sar. Na sequência, aparecem o Fundo Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça (126 processos por funcionário), o Ministério do Tu-rismo (92), a Fundação Capes, do MEC (74), e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Mi-nistério da Ciência e Tecnologia (43). O relatório

do TCU analisou os 13 órgãos do governo fede-ral com maior número de convênios. Juntos, res-pondem por 89% das pendências em termos de análise, com aproximadamente 44 000 processos e valores girando em torno de 16 bilhões de reais. Desse pacote, fazem parte desde programas de atendimento de saúde à população indígena até polêmicas emendas parlamentares que destinam parcela do dinheiro público a obras de interesse dos políticos, como quadras esportivas ou obras de infraestrutura turística.

O certo é que o governo Dilma está diante de uma excelente oportunidade para mudar essa reali-dade vergonhosa. Deveria aproveitar a medida cor-reta adotada pela presidente, que mandou fazer um verdadeiro pente fino em todos os contratos com ONGs. Pode ser o primeiro passo para dar transpa-rência total nessa área, acabando com as boquinhas destinadas a promover feudos políticos.

Irregularidades no programa Segundo Tempo levaram à queda do ministro Orlando Silva

POR LUIZ HENRIQUE CAMPOS

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Peso importante no PIB

As ONGs no Brasil estão inseridas dentro do chamado terceiro setor, que corresponde às instituições com

preocupações e práticas sociais, sem fins lucrativos, que geram bens e serviços de caráter público. O primeiro setor corresponde à emanação da vontade popular, pelo voto, que confere o poder ao governo; o segundo corresponde à livre iniciativa, que opera o mercado, define a agenda econômica usando o lucro como instrumento. Apesar de compor o terceiro setor, as ONGs são apenas parte dessa classificação, que inclui outras organizações sem fins lucrativos, como fundações e entidades filantrópicas. Todas elas com o objetivo de gerar serviços de caráter público.

Para se ter uma ideia da dimensão no Brasil, as organizações sem fins lucrativos representam 5% do Produto Interno Bruto (PIB), número que chega a superar o da indústria extrativa mineral (petróleo, minério de ferro, gás natural, carvão etc.), e é maior que a de 22 estados brasileiros (só fica atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná).

Sustentabilidade e transparência

Responsável pelo Centro de Apoio Operacional ao Terceiro Setor do Ministério Público de Minas Gerais e estudioso do

tema, o procurador de Justiça Tomáz de Aquino Resende entende que as pessoas precisam conhecer melhor o assunto. Para ele, “é muito fácil falar e dar ar de moralidade a quem afirma que é preciso tirar as ONGs das tetas do Estado”. Além da necessária denúncia de malfeitos, é importante analisar "que o terceiro setor tem

Os dados são do estudo Manual sobre a contribuição da sociedade civil para o desenvolvimento humano, projeto do Programa de Voluntários das Nações Unidas (UNV), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com o Johns Hopkins Center for Civil Society Studies, instituição norte-americana que estuda as organizações sem fins lucrativos. Ainda em elaboração, o trabalho cruza dados de 2002 da Pesquisa Nacional por Amostra (PNAD), do arquivo do Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas, Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) e dados de assistência médica sanitária.

O levantamento inclui ONGs, sindicatos, partidos políticos e instituições filantrópicas. A última pesquisa do gênero havia sido feita no ano de 1995. De lá para cá, essa participação do setor no PIB cresceu quase quatro vezes, já que à época estava em torno de 1,5%.

No mesmo período, a quantidade de organizações subiu 71%: de 190 000 para cerca de 325 000. O número de trabalhadores, por sua vez, pulou de 1,5 milhão em 1995 para 3 milhões em 2002.

Muitas dessas entidades que se dizem sem fins lucrativos, todavia, acabam na prática em busca do lucro, ou voltadas a interesses de seus gestores. Esse é o caso, por exemplo, de várias instituições de ensino e hospitais, que, amparados pelo conceito de filantrópicas ou fundações, terminam por obter mais lucro do que até mesmo as empresas privadas.

cada vez mais influência na sustentabilidade do país. Gera emprego e renda tal qual o mercado e cuida de questões sociais e ambientais a muito menor custo, com mais eficiência e em maior quantidade do que os governos". Ele cita, por exemplo, que mais de 70% das internações hospitalares pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são feitas pelas chamadas entidades filantrópicas, que nada mais são do que hospitais do terceiro setor.

As instituições educacionais mantidas por fundações e associações, aponta o procurador, “têm também demonstrado que é possível fazer ensino de qualidade e quantidade a preço bem mais baixo do que o gratuito (escandalosamente caro) ensino público”. Tomáz revela ainda que diagnóstico realizado em Belo Horizonte confirmou que menos de 40% das organizações sem fins lucrativos utilizam recursos públicos para atender às demandas a que se propõem. “Mesmo nelas, o repasse não representa mais do que 30% de suas receitas."

Em Belo Horizonte, menos

de 40% das organizações sem fins lucrativos utilizam recursos públicos para atender às demandas a que se propõem.Tomáz de Aquino Resende, procurador de Justiça

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A média salarial nessas entidades é baixa, cerca de 3,8 salários mínimos por mês. Além disso, as organizações em-pregam em torno de 1,7 milhão de trabalhadores assala-riados, mas há, de fato, muito trabalho voluntário, militan-te e precarizado. As que mais empregam são aquelas que trabalham nas áreas da saúde e da educação, sendo que cerca de 70% empregam um milhão de pessoas. o restan-te se distribui em 30%, consideradas de pequeno porte.

A distribuição regional, ainda que avaliada em proporção à população das regiões, na pesquisa, demonstra, em rela-ção a 2002, um crescimento de organizações no Nordeste e afirma o alto percentual de associativismo da região Sul, já com tradição nesse sentido. o Sudeste é a região que mais apresenta organizações sem fins lucrativos.

A pesquisa aponta para um crescimento das entidades classificadas como de “defesa de direitos e de interesses dos cidadãos”, mas vale desmembrar essa informação para reconhecer o crescimento também de entidades corporativas patronais, de defesa de interesses de classe.

- 35,2% das instituições atuam na defesa dos direitos e interesses dos cidadãos.

- 57,1% dos trabalhadores das Fasfil estavam no Sudeste.

Características das Fundações e Associações Privadas sem Fins Lucrativos no Brasil (Fasfil)

Números

Há um percentual de entidades situadas na área de assistência social que, em relação a 2002, não sofrem aumento significativo, porém cabe considerar que muitas não se enquadram exatamente nas atri-buições de assistência social do Ministério de Desen-volvimento Social (MDS).

As entidades são relativamente novas, tendo uma média de 12 anos de existência. A pesquisa não abor-da a “mortalidade” delas e seria um aspecto interes-sante a se levantar para avaliar a sustentabilidade. As que de fato demonstram maior longevidade são as que trabalham com saúde, em especial hospitais. Isso é relevante para entender a sustentabilidade em termos das relações com o Estado brasileiro, no acesso a isenções e imunidades fiscais.

Há também um crescimento significativo do grupo de organizações ligadas ao grupamento de religião, demonstrando a forte natureza confessional do associativismo.

- 79% das Fasfil não possuíam sequer um empregado formalizado.

- o tempo médio de existência das Fasfil é 12,3 anos.

As organizações sem fins lucrativos representam 5% do Produto

Interno Bruto (PIB)

Fonte: estudo Fundações e Associações Privadas Sem Fins Lucrativos no Brasil (2005), pesquisa desenvolvida a partir da parceria entre o Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGe), Instituto de Pesquisa econômicas e Aplicadas (IPeA), Associação Brasileira de onGs (Abong) e o Grupo de Institutos, Fundações e empresas (GIFe)

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Busca pelo marco regulatório

F undada em 1991, a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong) é a principal entidade representativa do

setor no país. Por meio da entidade têm partido as mais importantes conquistas e discussões sobre o segmento no Brasil. São cerca de 300 filiadas, a maioria fundada nas últimas três décadas, com pequeno destaque para o período entre 1981 a 1990. Com dados apontando que o terceiro setor no país tem cerca de 300 000 entidades sem fins lucrativos, a representatividade da Abong seria apenas de 1%, diz Suzany de Sousa Costa, da ONG Cearah Periferia, e representante do colegiado da Abong no estado.

Apesar disso, destaca Suzany, a associação há anos defende a criação de um marco regulatório [um conjunto de normas, leis e diretrizes que regulam o funcionamento dos setores nos quais agentes privados prestam serviços de utilidade pública] para as entidades sem fins lucrativos. A ideia é que seu trabalho seja reconhecido e elas possam, legitimamente e com transparência, ter acesso a recursos públicos quando sua atividade for um serviço público – como ocorre na maioria dos países desenvolvidos. Essa luta se expandiu e está agregando outros setores, com várias discussões na perspectiva de desenho de um modelo que garanta essas normas. Segundo Suzany, a necessidade de um marco regulatório não se prende apenas à questão da liberação de recursos. Hoje, diz ela, o terceiro setor é tratado administrativamente como empresa em termos de gestão, o que não condiz com a sua realidade na forma de operar.

"Nós sempre trabalhamos com recursos de agências internacionais, e não somos entidades geradoras de lucro", afirma Suzany. Nesse aspecto, explica que fatores conjunturais interferiram já antes do governo Lula na mudança do perfil de sustentabilidade das organizações que compõem o terceiro setor, “desmistificando o argumento de que a partir de 2003 o governo passou a liberar recursos de forma descontrolada às ONGs". Antes, os recursos eram carreados para várias regiões do planeta por meio de agências internacionais. O Brasil era um desses destinos. “Mas começamos uma discussão sobre esse modelo porque somos paradoxalmente entidades que trabalhamos para não existirmos, já que, se conseguirmos erradicar determinado problema, não seremos mais necessárias", explica Suzany.

A partir dessa discussão sobre sustentabilidade, aponta ela, "muitas de nossas ações começaram a virar política pública e também as ONGs foram buscando formas de subsistência, seja por meio de consultorias, parceria com o setor privado, ou com a venda de produtos para obtenção de receita". Essa mudança de postura ocorreu a partir de 2000. "Mas isso tudo é difícil e até para conseguir recursos públicos não é fácil como se diz”, acrescenta. O marco regulatório, portanto, é visto por Suzany como fundamental para evitar muitas distorções. "Cada vez que acontece um escândalo, somos todos prejudicados."

Ela explica que existe, em relação às ONGs, aspectos distintos. "Não é possível nivelar por baixo. Defendemos que, quanto mais transparente a relação for, mais ela será positiva. Continuamos trabalhando normalmente e preocupados com os resultados e impactos que pretendemos atingir. Fazemos um apelo à sociedade para que conheça o nosso trabalho. Estamos sempre abertos para quem quiser nos conhecer. A gente quer desmistificar a ideia de que toda ONG é ruim ou rouba. A intenção é que devemos construir juntos", sublinha Suzany Costa.

A pressa do governo em estancar o escândalo e a insegurança dessas entidades é o resultado, dizem muitos ativistas, da inexplicável demora do governo em criar um marco regulatório para as relações entre o governo e o chamado terceiro setor. "Dentre as mais de 300 000 ONGs há algumas criadas para servir a interesses particulares e que se beneficiam da ausência desse marco regulatório", arremata Fátima Mello, do Núcleo Justiça Ambiental e Direitos da Fase, uma ONG voltada para a educação.

Suzany Costa: "Não é possível nivelar por

baixo. Nem toda ONG é ruim ou rouba"

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