Ascensão e Queda Do Petismo_ Da “Década Da Inclusão” Ao Impeachment _ Brasil _ EL PAÍS Brasil

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  • 8/16/2019 Ascensão e Queda Do Petismo_ Da “Década Da Inclusão” Ao Impeachment _ Brasil _ EL PAÍS Brasil

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    16/05/2016 Ascensão e queda do petismo: da “década da inclusão” ao impeachment | Brasil | EL PAÍS Brasil

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    Ascensão e queda do petismo: da “década dainclusão” ao impeachmentAfastamento de Dilma Rousseff coloca fim a um ciclo de 13 anos

    de petismo na presidência

    Brasília - 14 MAI 2016 - 21:28 BRT

    TALITA BEDINELLI

    Lula ouve o discurso de Dilma Rousseff, após a presidenta ser afastada do Governo no dia 12 de

    http://brasil.elpais.com/autor/talita_bedinelli/a/http://brasil.elpais.com/tag/fecha/20160514http://brasil.elpais.com/tag/c/9ee51b56a07c53428c6e49c56b289628/http://elpais.com/

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    MAIS INFORMAÇÕES

    Lula: de “não sabia

    de nada” no

    mensalão a

    investigado

    Singer: “A

    democracia vai pagar

    um preço alto se o

    impeachment

     vingar”

    PT: de mais amado a

    mais odiado

    EDITORIAL: Um

    Brasil de Temer

    Quando na tarde de 1º de janeiro de 2003 o torneiro mecânico Luiz Inácio Lula da

    Silva se dirigia ao Congresso Nacional para seu primeiro discurso como

    presidente, oito de cada dez brasileiros acreditavam que seu Governo seria ótimo

    ou bom. O nível de esperança, palavra que havia se tornado seu lema na

    campanha, era o mais alto já visto em um início de mandato presidencial desde a

    volta da democracia. Depois de circular em um carro aberto cercado por

    simpatizantes e de ser agarrado até quase cair do automóvel, Lula deixava claro

    em sua fala seu objetivo pelos próximos anos: “Se ao final do meu mandato todos

    os brasileiros tiverem a possibilidade de tomar café da manhã, almoçar e jantar,

    terei cumprido a missão da minha vida”, afirmava, diante dos parlamentares e de

    milhões de brasileiros que acompanhavam pela TV a chegada do primeiro

    operário ao topo do poder federal.

    O Brasil de 2003 estava em crise e queria mudanças.

    Fernando Henrique Cardoso, padrinho da estabilidade

    econômica vinda com o Plano Real, deixava um país com

    uma inflação de 12,53% acumulada no ano e um

    crescimento econômico que, às vésperas das eleições, malpassava de 1% no ano. Quase 30% dos brasileiros viviam na

    pobreza.

    Lula chegava ao poder após três tentativas frustradas de

    vencer a disputa presidencial. Beneficiou-se não só do mau

    momento que a crise econômica trouxe para a oposição,

    mas de uma guinada na forma como o partido decidiu tratara política. Primeiro, propôs ao empresariado, que temia a

    esquerda, um pacto que assegurava para o mercado um

    continuísmo na área econômica. Mergulhou no pragmatismo

    político, que antes condenava, para costurar as alianças que

    precisava para vencer. E se apoiou no fisiologismo do PMDB para obter maioria

    no Congresso e poder governar. Aliou suas habilidades de negociador adquiridas

    quando liderava as históricas greves sindicais da década de 70 com a expertisede políticos petistas como José Genoino e José Dirceu –nove anos depois,

    condenados no escândalo do mensalão, de compra de votos no Parlamento. O PT

    estava no auge. As pesquisas mostravam que o partido era o preferido dos

    maio. /UESLEI MARCELINO REUTERS

    http://brasil.elpais.com/brasil/2015/08/15/politica/1439603254_047841.htmlhttp://brasil.elpais.com/brasil/2015/08/03/politica/1438622341_041894.htmlhttp://brasil.elpais.com/tag/fernando_henrique_cardoso/a/http://brasil.elpais.com/tag/luiz_inacio_da_silva/a/http://brasil.elpais.com/brasil/2016/05/12/opinion/1463073412_341127.htmlhttp://brasil.elpais.com/brasil/2015/08/15/politica/1439603254_047841.htmlhttp://brasil.elpais.com/brasil/2015/10/10/politica/1444431979_853273.htmlhttp://brasil.elpais.com/brasil/2016/05/04/politica/1462323953_837135.html

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    brasileiros. O carisma de Lula em seus discursos inflamados agradavam o povo.

    Surfando na popularidade, ele conseguiu governar sem maiores sobressaltos no

    Congresso e pode começar a mudança social que prometeu.

    Em 2010, último ano de seu Governo, os mais entusiastas se referiam a seu

    período na presidência como a “década da inclusão”. Por causa de políticas dedistribuição de renda como o Bolsa Família, em 10 anos o país conseguiu reduzir

    em 45% o número de pobres e em 47% o número de extremamente pobres,

    segundo dados compilados pelo Programa das Nações Unidas para o

    Desenvolvimento (PNUD). No mesmo período, o Programa Luz para Todos,

    criado para levar energia elétrica para as áreas mais remotas do país, quase

    universalizou o acesso à luz elétrica no Brasil, tirando do escuro cidades como

    Queimada Nova, no rincão do Piauí, onde apenas 12,62% das casas tinhamenergia em 2000 –em 2010, eram 96%. Entre 2002 e 2012, a taxa real de

    aumento do salário mínimo ao ano foi de 5,26%, diante da redução anual de

    0,22% ocorrida na década anterior, segundo dados do Instituto de Pesquisa

    Econômica Aplicada (IPEA).

    A política anticíclica adotada na economia ajudou o país a passar sem

    sobressaltos pela crise econômica internacional. Estimulou a indústria nacionalcom a redução de impostos. Com isso, reduziu as taxas de desemprego e

    inundou o mercado com produtos. Facilitou o acesso ao crédito pessoal e

    impulsionou o consumo de uma nova classe média que surgia, alçada para fora

    da pobreza, especialmente no Nordeste do país. Entre 2001 e 2011, o número de

    domicílios com geladeira, por exemplo, havia subido 12% no país –no Maranhão,

    52%; o dos que tinham máquina de lavar, 51% -190% em Alagoas; e o dos que

    tinham TV a cores, 16% - 51% no Piauí.

    Diante da boa aceitação a seu Governo e do impacto positivo gerado pelo boom

    das commodities na economia, não foi difícil para Lula, reeleito em 2006,

    emplacar sua sucessora, em 2010. Dilma Rousseff, sua ex-ministra, ganhou do

    padrinho político o apelido de mãe do PAC (Programa de Aceleração do

    Crescimento), um conjunto de obras de infraestrutura posta em prática pelo

    Governo. Em seu primeiro mandato, Rousseff conseguiu manter e ampliar asconquistas do antecessor. Em 2014, a ONU retirou o país do mapa da fome. Lula

    conseguia, assim, cumprir sua promessa inicial. Em dezembro deste mesmo ano,

    http://brasil.elpais.com/tag/dilma_rousseff/a/http://atlasbrasil.org.br/2013/http://brasil.elpais.com/tag/pbf_programa_bolsa_familia/a/http://brasil.elpais.com/brasil/2015/08/15/politica/1439603254_047841.html

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    a taxa de desemprego atingia o menor índice histórico no mês.

    Mas já em 2015, começou o lado B do projeto petista. A economia começaria a

    dar sinais de que as políticas anticíclicas foram mantidas por muito tempo. No

    final do ano, o dólar batia recordes e a inflação começava a voltar aos patamares

    do fim do Governo Cardoso. O desemprego já começava a voltar para a pautabrasileira, depois de uma década sem notícias dele.

    GESTÃO PETISTA, EM NÚMEROS

    Uma comparação dos principais indicadores e políticas publicas, desde antes do início

    das gestões petistas (2002), ao final da gestão Lula (2010) e agora

    Inflação (IPCA-IBGE)

    2002: 12,53%

    2010: 5,91%

    2016 (últimos 12 meses): 9,28%

    Desemprego (IBGE)

    2002: 10,5% (dezembro)

    2010: 5,3% (dezembro)

    2016: 10,2% (trimestre encerrado em fevereiro)

    Produto Interno Bruto (PIB) em US$

    2002: 508 bilhões

    2010: 2.209 trilhões 

    2016: 1.768 trilhões

    % de pobres (linha do Governo federal)*

    2002: 24,3%

    2010: 15,20%

    2016: (não disponível)

    *indivíduos com renda domiciliar per capta inferior a 140 reais

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    VEJA TAMBÉM...

    A difícil campanha que levou à reeleição de Rousseff, em 2014, aconteceu em

    meio a um cenário já tumultuado. A vida do brasileiro havia melhorado da porta

    de casa para dentro, mas a população exigia serviços públicos à altura dos

    impostos que pagava, como mostraram os protestos de 2013, que, já no fim,

    pediam condições melhores de saúde e educação. A condução econômica, vista

    como desastrosa por especialistas, desagradava o mercado, que rompeu o pacto

    feito com Lula anos antes. E a base petista nas ruas se encontrava combalida,

    depois de anos de paciência com um Governo que, em nome da governabilidade,

    não foi além na implementação das políticas progressistas –para agradar a

    bancada ruralista na Câmara, deixou de demarcar terras indígenas e de fazer

    reforma agrária; para agradar os aliados evangélicos, não defendeu o

    aperfeiçoamento da legislação sobre o aborto. Era o caldeirão perfeito para que o

    Congresso, que nunca tolerou a falta de tato político da presidenta, se rebelasse.

    Nesta quarta-feira, ao sair do Palácio do Planalto com a presidenta mais

    impopular da história democrática do país, o PT fechou um ciclo de 13 anos,

    mesmo número de sua legenda, no poder federal. Sai envolvido em um novo

    escândalo de corrupção, ainda em plena investigação, tratado como o maior de

    que já se tem história no país. Terá que se reconstruir como partido se quiser

    ganhar, novamente, a confiança de parte da esquerda que se sentiu traída. Sua

    principal estrela, Lula, terá que conviver com o fantasma da prisão trazido pela

    Lava Jato, sem grande parte do capital político que já teve. E a população terá

    como legado um país que nos últimos anos se tornou socialmente mais justo,

    mas que ainda espera viver em uma nação melhor e mais ética.

    Impeachment Dilma Rousseff  · Lula da Silva  · PT  · Câmara Deputados  · Impeachment 

    · Crises políticas  · Dilma Rousseff  · Destituições políticas  · Presidente Brasil 

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