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Ano XVI - Novembro 2011 - Nº 133 1 CAPA Ano XVIII - Dezembro 2013 - Nº 144 ASEF NA LUTA SEMPRE! Em todo o Brasil, diversos sindicatos, centrais sindicais, federações e associações de trabalhadores estão intensificando as denúncias e as lutas contra o assédio moral no trabalho. Assédio moral é quando trabalhadores e trabalhadoras são submetidos/as a situações humilhantes e constrangedoras. Em geral, situações que se repetem e durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções. A ASEF não poderia ficar fora dessa jornada de lutas. Consideramos muito importante todo o nosso apoio ao movimento que está se espalhando para denunciar esse crime! Assédio Moral capa Fique Sócio pág. 02 Assédio Moral no trabalho pág. 03 Reflexão pág. 05 Trabalho no mundo pág. 06 CNE em negociação... pág. 10 Você sabia? pág. 12 O que acontece no Congresso Nacional pág. 13 Energias Renováveis pág. 14 Novas tecnologias pág. 16 História pág. 18 Geração de Energia pág. 19 A ASEF DESEJA UM FELIZ 2014 PARA TODOS OS COMPANHEIROS E COMPANHEIRAS

ASEF NA LUTA SEMPRE! Ano XVIII - Dezembro 2013 - Nº 144 ASEF DEZEMBRO 2013.pdf · Daniel Olavo Orsida Brum Dorivê Pires da Silva Erick Sampaio da Silva Jefferson B. de Faria

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Ano XVI - Novembro 2011 - Nº 133

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CAPA

Ano XVIII - Dezembro 2013 - Nº 144ASEF NA LUTA SEMPRE!

Em todo o Brasil, diversossindicatos, centrais sindicais,federações e associações detrabalhadores estãointensificando asdenúncias e as lutascontra o assédio moralno trabalho.

Assédio moral équando trabalhadorese trabalhadoras sãosubmetidos/as asituações humilhantese constrangedoras. Emgeral, situações que serepetem e durante ajornada de trabalho e noexercício de suas funções.

A ASEF não poderia ficar foradessa jornada de lutas.Consideramos muito importantetodo o nosso apoio aomovimento que está seespalhando para denunciaresse crime!

Assédio Moral capaFique Sócio pág. 02Assédio Moralno trabalho pág. 03Reflexão pág. 05Trabalho no mundo pág. 06CNE em negociação... pág. 10

Você sabia? pág. 12 O que acontece noCongresso Nacional pág. 13Energias Renováveis pág. 14Novas tecnologias pág. 16História pág. 18Geração de Energia pág. 19

A ASEF DESEJA UM FELIZ 2014 PARA TODOS OS COMPANHEIROS E COMPANHEIRAS

Ano XVI - Novembro 2011 - Nº 133 Ano XVI - Novembro 2011 - Nº 133

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Assédio MoralEspaço do Leitor

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Esperamos sua contribuição. Vamos fazer o Jornal da ASEF ficar ainda melhor.

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Sede própria:Rua Capistrano de Abreu,12Botafogo-Rio de Janeiro-RJSede Administrativa:Rua Real Grandeza, 219Anexo - sala 302CEP: 22281-035Tel.: (21) 2579-3956/ 2286-2368Fax.: (21) 2286-4931/ MO - 855706E-mail: [email protected]: www.asef.com.br

* O conteúdo e qualidade dos anúncios são de responsabilidade dos anunciantes.

Alex Gomes C. CarvalhoAlexsandre M. LopesAntonio dos S. MagalhãesÁttila de Castro FilhoDaniel Olavo Orsida BrumDorivê Pires da SilvaErick Sampaio da SilvaJefferson B. de FariaJordan Drumond PimentaJorge Luiz FerreiraJosé Carlos V. de MirandaLuiz Fernando P. de SouzaMiguel Nunes do N. Filho

Editor Responsável:Ernesto G. Parés- MTB8529

Projeto Gráficoe DiagramaçãoRicardo AntonioBarbedo Nogueirae Ernesto G. Parés

Envio Edição Eletrônica:5.000 exemplares

Distribuição:Internet

Narciso de O. CardosoRoberto de C. PanissetSérgio Mussi MottaSeverino Regis da SilvaWilliam Vidal GonçalvesYara Argolo VianaYuri W. A. dos Santos

Secretaria:José MatiasLucia ElayneRaquel SoaresRicardo Barbedo

Diretoria:

É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a si-tuações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e pro-longadas durante a jornada de trabalho e no exercício desuas funções, sendo mais comuns em relações hierár-quicas autoritárias e sem simetrias, em que predominamcondutas negativas, relações desumanas e aéticas de longaduração, de um ou mais chefes dirigida a um ou maissubordinado(s), desestabilizando a relação da vítima como ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a de-sistir do emprego.

Caracteriza-se pela degradação deliberada das condi-ções de trabalho em que prevalecem atitudes e condutasnegativas dos chefes em relação a seus subordinados,constituindo uma experiência subjetiva que acarreta preju-ízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organi-zação. A vítima escolhida é isolada do grupo sem explica-ções, passando a ser hostilizada, ridicularizada,inferiorizada, culpabilizada e desacreditada diante dos pa-res. Estes, por medo do desemprego e a vergonha de se-rem também humilhados associado ao estímulo constan-te à competitividade, rompem os laços afetivos com a víti-ma e, frequentemente, reproduzem e reatualizam ações eatos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando opacto da tolerância e do silêncio no coletivo, enquanto avítima vai gradativamente se desestabilizando efragilizando, perdendo sua autoestima.

O desabrochar do individualismo reafirma o perfil do‘novo’ trabalhador: autônomo, flexível’, capaz, competitivo,criativo, agressivo, qualificado e empregável. Estas habili-dades o qualificam para a demanda do mercado que pro-cura a excelência e saúde perfeita. Estar ‘apto’ significaresponsabilizar os trabalhadores pela formação/qualifica-ção e culpabilizá-los pelo desemprego, aumento da po-breza urbana e miséria, desfocando a realidade e impon-do aos trabalhadores um sofrimento perverso.

A humilhação repetitiva e de longa duração interfere navida do trabalhador e trabalhadora de modo direto, com-prometendo sua identidade, dig-nidade e relações afetivas e so-ciais, ocasionando graves da-nos à saúde física e mental,que podem evoluir paraa incapacidadelaborativa, desem-prego ou mesmo aMORTE, constituin-do um risco invisí-vel, porém concreto,nas relações e condi-ções de trabalho.

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHOFonte: http://www.sina.org.br/

E o que é assédio moral no trabalho?Estratégias do agressor* Escolher a vítima e isolar do grupo.* Impedir de se expressar e não ex-

plicar o porquê.* Fragilizar, ridicularizar, inferiorizar,

menosprezar em frente aos pares. *Culpabilizar/responsabilizar publica-mente, podendo os comentários de suaincapacidade invadir, inclusive, o espa-ço familiar.

* Desestabilizar emocional e profis-sionalmente. A vítima gradativamente vaiperdendo simultaneamente suaautoconfiança e o interesse pelo traba-lho.

* Destruir a vítima (desencadeamentoou agravamento de doenças pré-exis-tentes). A destruição da vítima englobavigilância acentuada e constante. A víti-ma se isola da família e amigos, pas-sando muitas vezes a usar drogas, prin-cipalmente o álcool.

* Livrar-se da vítima que são força-dos/as a pedir demissão ou são demiti-dos/as, frequentemente, por insubordi-nação.

* Impor ao coletivo sua autoridadepara aumentar a produtividade.

As manifestações do assédio se-gundo o sexo:

Com as mulheres: os controles sãodiversificados e visam intimidar, subme-ter, proibir a fala, interditar a fisiologia,controlando tempo e frequência de per-manência nos banheiros. Relacionaatestados médicos e faltas a suspensãode cestas básicas ou promoções.

Com os homens: atingem a virilida-de, preferencialmente.

Atenção:Se você é testemunha de cena(s) de

humilhação no trabalho supere seumedo, seja solidário com seu colega.Você poderá ser “a próxima vítima” enesta hora o apoio dos seus colegastambém será precioso. Não esqueçaque o medo reforça o poder do agressor!

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Assédio Moral Reflexão

Uma antiga luta do Sindserv SBC (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e Autárquicosde São Bernardo do Campo) foi, finalmente, vencida: a Câmara dos Vereadores aprovou, nodia 12 de junho, a Lei Contra a Prática do Assédio Moral no Serviço Público.

Já na Campanha Salarial de 2012, a aprovação de uma lei nesses moldes era reivindicadapelo nosso Sindicato. Agora, em 2013, reapresentamos a reivindicação, que foi aprovada naMesa Permanente de Negociações e referendada pela categoria através de Assembleia Geral.Depois disso, o Executivo encaminhou o Projeto de Lei para aprovação dos vereadores.

“Esta é uma grande vitória de nossa categoria! Com este dispositivo legal, teremos condi-ções de enfrentar com muito mais força a prática do assédio moral. Nosso Sindicato não admiteque trabalhadores continuem sendo submetidos a situações vexatórias, levadas, muitas vezes,a desenvolver doenças por conta do assédio”, afirma o presidente Giovani Chagas.

Veja a íntegra da Lei aprovadaLEI Nº 6.276, DE 14 DE JUNHO DE 2013Projeto de Lei no 33/2013 - Executivo MunicipalDispõe sobre alteração da Lei Municipal nº 1.729, de 30 de dezembro de 1968, Estatuto dos

Funcionários Públicos do Município de São Bernardo do Campo, e dá outras providências.LUIZ MARINHO, Prefeito do Município de São Bernardo do Campo, faz saber que a Câmara

Municipal de São Bernardo do Campo decretou e ele promulga a seguinte lei:

Art. 1º - A Lei Municipal nº 1.729, de 30 de dezembro de 1968, passa a vigorar com as seguin-tes alterações:

Art. 230. ...XVIII - promover práticas de assédio moral no ambiente de trabalho.Parágrafo único. Para fins do disposto no inciso XVIII deste artigo, considera-se como assé-

dio moral todo tipo de ação, gesto ou palavra que atinja, pela repetição, a autoestima e a segu-rança de um indivíduo, fazendo-o duvidar de si e de sua competência, implicando em dano aoambiente de trabalho, à evolução da carreira profissional ou à estabilidade do vínculo empregatíciodo servidor, tais como: marcar tarefas com prazos impossíveis; tomar crédito de ideias de ou-tros; ignorar ou excluir um servidor, só se dirigindo a ele, por meio de terceiros; espalhar rumoresmaliciosos; criticar com persistência; subestimar esforços.

Art. 230-A. Os servidores que venham a praticar as condutas previstas no inciso XVIII do art.230 desta Lei serão obrigados a participar de atividades de reeducação ou curso de aprimora-mento profissional, cujo conteúdo verse sobre a matéria de que trata esta Lei, sem prejuízo daspenalidades administrativas cabíveis.

Parágrafo único. O tema “assédio moral” constará da pauta das publicações da Administra-ção Pública Municipal, ao menos uma vez ao ano, e deverá ser abordado em atividades derecepção de novos servidores e nos treinamentos promovidos e elaborados diretamente porequipe própria da Prefeitura, que tenham por objetos o ambiente e as relações de trabalho.”

Art. 2º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Lei contra o assédio moral é aprovadaem São Bernardo do Campo

Costumo dizer aos meuscompanheiros que, em geral,conhecemos bem as principaiscaracterísticas e as conseqüên-cias do projeto neoliberal. Co-nhecemos as suas faces maisvisíveis através dadesregulamentação da econo-mia, flexibilização das relaçõesde trabalho, formação dos blo-cos econômicos regionais, redu-ção do papel do Estado e pre-domínio das grandes empresasglobais que chegam a sugerir aexistência de um “Estado” aci-ma dos Estados nacionais. Tam-bém o poder das instituiçõesmundiais que regem este proje-to – FMI, BIRD, OMC, etc. – mos-tram, quase que diariamente, afunção e o objetivo de suas exis-tências.

Porém, de onde veio esta ide-ologia? De que forma os ideaisdos antigos liberais comoFrançois Quesnay e outros(Laissez-Faire) foram resgata-dos a ponto de se transformaremna ideologia hoje dominante noplaneta?

Os primeiros anos da déca-da de 1930, marcados aindapela grande crise, registravamuma impressionante quantidadede trabalhadores desemprega-dos em todas as grandes eco-nomias ocidentais. Nos EstadosUnidos, em particular, os núme-ros em 1933 eram arrasadores:25% da força de trabalho norte-americana, cerca de 13 milhõesde trabalhadores, estavam sememprego. E alguns críticos jáapontavam a crise como um si-nal de exaustão do sistema ca-pitalista e sua inviabilidadecomo sistema social.

É neste cenário que, em no-vembro de 1932, é eleito o tri-gésimo segundo presidente dosEstados Unidos, FranklinDelano Roosevelt (Democrata).Em seu programa de governo,trazia uma proposta de tirar o

A volta dos que não foram I.(Ernesto Germano Parés)

país da crise através de investi-mentos do Estado e a criaçãode um novo modelo que supe-rasse a crise. Para sustentar seuprojeto, trazia uma inabalávelconfiança nos estudos do eco-nomista britânico John MaynardKeynes que, dois anos antes,havia publicado seu livro ‘Teoriada Moeda’. Keynes fazia umacrítica aos inconvenientes deuma economia baseada na to-tal liberdade dos mercados (mo-nopólios, oligopólios, concentra-ção de poderes, etc.) e sugeriaque o Estado deveria passar aregular algumas atividades eco-nômicas: salários, preços, taxasde juros, valor da moeda, etc. Éfavorável a que o Estado assu-ma o papel de investidor em al-guns setores que naquele mo-mento não interessam ao setorprivado, como a indústria debase, por exemplo, mas propõeuma nova relação entre o Esta-do e a sociedade, sem que eleseja levado a assumir os meiosde produção (defesa da propri-edade privada), idéia que seespalhava entre os trabalhado-res através da propaganda mar-xista.

Roosevelt implanta então suapolítica de combate à recessãoe um novo modelo conhecidocomo New Deal (Nova Distribui-ção).

Em 1936, Keynes publica suaobra “Teoria Geral do Emprego,do Juro e do Dinheiro”. Fortale-ce sua convicção de que o Es-tado deveria assumir para si atarefa de controlar e orientar osistema econômico. Em verda-de, estava apresentando umaalternativa também para um con-flito que se anunciava desde1917 e que assustava o sistema,em particular o capitalismo eu-ropeu: a) havia uma classe ope-rária em movimento, disposta afazer a revolução. Para que arevolução não incendiasse a

Europa, era necessário darmais algum espaço para os tra-balhadores dentro da socieda-de capitalista; b) e havia umaburguesia ávida com as possi-bilidades dos novos negóciossurgidos na fase da reconstru-ção econômica que, para nãoenfrentar revoluções por toda aparte, tinha que pagar um preçopara a paz. E Keynes ofereceesta alternativa com sua teoriade permitir que o Estado admi-nistrasse essa relação, intervin-do na economia com programasde investimentos públicos, açãosocial e políticas protecionistaspara reativar a indústria.

Mas é apenas ao final da Se-gunda Guerra (1945) que suasidéias serão integralmente utili-zadas através do chamadoWalfare State (Estado de Bem-estar Social). Tratava-se de umconjunto de programas voltadosa dar um mínimo de vida dignapara a camada mais desprovi-da da população através de cré-ditos para a moradia, atendi-mento sanitário gratuito, progra-mas de aposentadoria, etc.

O modelo conhecido comokeynesianismo imperou sobe-rano desde os primeiros anosda década de 1930, até que acrise do petróleo e as novasexigências do mercado que seexpandia colocaram em che-que seus princípios. O libera-lismo volta a cobrar sua condi-ção de melhor filosofia para ocapital.

Ainda que a falência da teo-ria keynesiana só tenha sido sen-tida a partir da década de 1970,quando também entra em crisea era de ouro do capitalismo ini-ciada no pós-guerra, a verdadeé que a contestação de suasidéias de um Estado reguladorda economia e promotor dobem-estar social já havia surgi-do bem antes, na verdade, qua-se que ao mesmo tempo.

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ATrabalho no MundoTrabalho no Mundo

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• A pobreza se espalha nomundo. O Relatório Econômi-co Social 2013, elaborado peloConselho de DesenvolvimentoEconômico e Social da ONU edivulgado na terça-feira (02),alerta que o número de pesso-as que vivem em situação depobreza pode triplicar e atingira marca de 3 bilhões até 2050.A entidade defende que inten-sifiquem as medidas fixadasnos Objetivos para o Desenvol-vimento do Milênio, que incluemesforços para a melhoria dosserviços de saúde e ampliaçãoda produção de alimentos.

O estudo diz ainda que hácerca de 1 bilhão de pessoasmorando em bairros que nãotêm infraestrutura mínima: águapotável, saneamento, eletricida-de, serviços básicos de saúdee educação. A estimativa deatingir 3 bilhões, em 2050, deveacontecer caso não sejamadotadas medidas para amelhoria da qualidade de vida.

• Panorama do trabalho naEuropa. O desemprego naUnião Europeia, em maio, afe-ta 26,4 milhões de pessoas (ou10,9%) nos 27 países que inte-gram o bloco. O número é ligei-ramente inferior ao verificadoem abril, que ficou em 26,5 mi-lhões. Mas nos 17 países quefazem parte da “zona do euro”o quadro piorou e a taxa foi li-geiramente superior: 12,1%,contra 12% de abril. Segundo o

A situação dostrabalhadores

no mundoEurostat, o escritório de estatís-ticas da União Europeia, osdados correspondem às proje-ções macroeconômicas.

Os países do continente queregistraram os maiores índicesde desemprego foram aEspanha, com 26,9%, e aGrécia, 26,8%. Portugal teverecuo de 0,2 pontos percentuaisem relação a abril e a taxa ficouem 17,6%, a terceira pior docontinente. O desemprego émenor na Áustria (4,7%), Alema-nha (5,3%) e Luxemburgo(5,7%). Os indicadores dosdois últimos países são meno-res, inclusive, quando compara-dos com o Brasil. Em maio, oIbge (Instituto Brasileiro de Ge-ografia e Estatística) registrouum percentual de 5,8% em seisregiões metropolitanaspesquisadas. Mas devemoslembrar que os números na Ale-manha são maquiados pelo usodos “mini-jobs”.

• A pobreza aumentou emPortugal. Os vários pacotesimpostos pela “troika” provoca-ram sérios danos à populaçãoportuguesa. Segundo dados ofi-ciais, 21,3% da população, oequivalente a mais de 2 milhõesde pessoas, se encontram per-to da linha de pobreza. A infor-mação foi divulgada pelo Insti-tuto Nacional de Estatísticas.

Os dados demonstram quehouve uma grande queda nascondições de vida da classe

trabalhadora onde o desempre-go já chega a 18%. E vem au-mentando também a desigual-dade social.

• Mais cortes na Inglaterra.O governo britânico anunciounesta semana um novo pacotede redução de gastos sociais.De acordo com as novas defini-ções, haverá um grande cortenas ajudas dadas às famílias. Onovo limite é de 500 libras se-manais para famílias que preci-sam da ajuda do governo e de350 libras semanais para soltei-ros.

A medida vai afetar a vida de56.000 famílias de baixa renda,incluindo 7.000 que vivem emLondres onde o gasto com alu-guel e transporte é três vezesmaior do que em outras regiõesdo país.

• França: novo recorde dedesemprego. Segundo dadosoficiais divulgados pelos institu-tos franceses na quarta-feira(24), a taxa de desemprego nopaís alcançou um novo recorde:11,2%. São 26 meses seguidosde crescimento do desempregoe a situação começa a preocu-par a União Europeia.

De acordo com os dados ofi-ciais, 14.900 pessoas se soma-ram ao exército de desempre-gados no mês de junho, fazen-do o total chegar a 3.279.000

pessoas! Vale lembrar que aFrança está em recessão e suaeconomia não apresenta núme-ros positivos há mais de doisanos.

• Na Espanha, 36 bilhõesde euros para os bancos.Quem se esqueceu do escân-dalo PROER? Em 1995, no go-verno FHC, foi criado um pro-grama de apoio àreestruturação do sistema fi-nanceiro. Resultado: R$ 37 bi-lhões (na época) foram para oralo porque o governo resolveudar uma ajuda a bancos falidos.O modelo está sendo usado naEspanha, apesar da imensa cri-se econômica e social do país.

O “Fundo de ReestruturaçãoOrdenada Bancária” (FROB), naEspanha, admitiu na sexta-fei-ra (02) que os bancos e agên-cias financeiras que receberamdinheiro público em outubro doano passado não devolverão asajudas milionárias aos cofrespúblicos. O comunicado oficialdo governo Mariano Rajoy ad-mite que, dos 52 bilhões deeuros que foram dados aos ban-cos privados, cerca de 36 bi-lhões são considerados “fundosperdidos” e o governo não vairecuperar.

• Espanha aumenta gas-tos militares e corta orçamen-to da saúde e educação. OGoverno da Espanha aprovouum novo aumento no orçamen-to militar na ordem de 877,33milhões de euros. Segundonota oficial, o aumento é para“pagar programas de arma-mentos novos”. Segundo notaoficial, eis a relação dos gastos:424,2 milhões para a compra denovos aviões de combate;163,14 milhões para a compra

de navios de guerra; 88,26 mi-lhões para compra de helicóp-teros.

Mas o governo não comentaos novos cortes efetuados noorçamento nas áreas de saúdee educação. Sabe-se apenasque as medidas de “austerida-de” foram impostas pela “troika”e já estão causando novas de-missões nas duas áreas e ou-tro programa de privatização nosetor público.

• Crise leva italianos aosuicídio. A Itália vai afundandotambém na crise que se alastrapela Europa e, segundo o Cen-tro de Estatísticas da Itália, 25%da população italiana vivia em“famílias carentes”, em 2012,representando um aumento de9% em relação ao ano anterior.A taxa de desemprego alcan-çou, em maio passado, 12,2%- o maior índice da história dopaís.

Diante da situação, vemcrescendo o número de suicídi-os. Um estudo recente da Glo-bal revela que a situação finan-ceira dos italianos está relacio-nada ao aumento do número desuicídios no país. Segundo a

pesquisa, apenas em 2013 oscasos de pessoas que tirarama vida em função dos reflexosda crise econômica praticamen-te dobraram – no total, mais de40% aumento.

Segundo o instituto Link Lab14 empresários suicidaramapós a perda do patrimônio eoutras 16 pessoas perderam avida após depressão e proble-mas psicológicos pela falta deemprego.

• Espanha deve cortar 10%nos salários. Olli Rehn, vice-presidente econômico da Co-missão Europeia, defendeu naterça-feira (06) um corte salari-al de até 10% para os trabalha-dores na Espanha, como já ha-via sido aconselhado pelo FMI.Escrevendo em uma página ofi-cial do Governo espanhol, eledisse que o país deve continuarcortando direitos sociais e tor-nando mais barata a demissãode trabalhadores como únicaforma de vencer a atual crise.

• Desemprego na Gréciabate novo recorde. A cadamês, a Grécia bate novamenteum recorde. E não se trata dealguma marca heróica, mas damensal constatação da profun-da crise econômica pela qual opaís passa. De acordo com aagência de estatísticas daGrécia (Elstat), a taxa de de-semprego subiu para 27,6% emmaio — em abril foi de 27%. Nomesmo período do ano passa-do, o índice tinha sido de 23,8%.

Segundo os dados da Elstat,divulgados nesta quinta-feira(08) o desemprego entre aspessoas com idades entre 15e 24 anos aumentou acentuada-mente para 64,9% em maio, de57,5% abril. Dos 25 aos 34,

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Trabalho no Mundo Trabalho no Mundo

37,7%, enquanto que dos 35aos 44 anos a taxa é de24,7%. O dado de maio é omaior desde que o Elstat come-çou a publicar dados mensaisde desemprego, em 2006.

• Uma nova forma de ex-ploração do trabalho. Umanova forma de exploração dostrabalhadores avança velozmen-te pela Europa. Trata-se do con-trato de trabalho sem definiçãoda jornada diária, chamados de“contratos sem horas definidas”.Na Inglaterra, por exemplo, em-presas como a McDonald’s jáusam este tipo de contrato com90% dos seus empregados.

O contrato determina que ajornada é ditada pelas necessi-dades do empregador. Em Lon-dres, alguns trabalhadores jácumprem jornadas de até 70horas em algumas semanas emenos de 10 horas semanaisem outras. Tudo depende daquantidade de trabalho que aempresa tenha ou das enco-

mendas a serem atendidas.Segundo estudos de um im-

portante Instituto inglês especi-alista em recursos humanos, oCIPD (Chartered Institute ofPersonnel and Development),este tipo de contrato vem cres-cendo de forma assustadora.Em seu relatório, o CIPD dizque mais de um milhão de tra-balhadores já estão submetidosa este tipo de exploração.

Este modelo está sendo ago-ra adotado na Espanha e naGrécia, pelo que se sabe.

• Grécia tem 20 trimestresseguidos de recessão. A eco-nomia grega registrou, no se-gundo trimestre de 2013, maisuma queda no PIB. Os novosdados apresentam uma quedade 4,6% em relação ao mesmoperíodo do ano passado e re-presentam o vigésimo trimestreseguido de recessão no país.

A taxa de desemprego já che-gou a 27,6%, superando a deabril. Se comparado com maio

de 2010, quando a Grécia re-correu à ajuda da “troika”, a taxade desemprego já subiu129,4%. Os mais atingidos sãoos jovens e a taxa de desem-prego para menores de 25 anosjá atinge 64,9%!

• Aumenta a pobreza naFrança. Com uma produçãoanual superior a 1,9 trilhões deeuros, a França, quinta potên-cia mundial, jamais foi tão ricaem sua história. Mas, por outrolado, o país nunca teve tantosmiseráveis, com mais de 8,6milhões de pessoas vivendoabaixo da linha de pobreza, ouseja, mais de 14% da popula-ção. Um relatório oficial do go-verno fala sobre esta alarmantesituação e reconhece “amassificação da uma precarie-dade que alcança lares antesprotegidos”.

As crianças e jovens em ge-ral são as primeiras vítimas dapobreza. “Cada vez mais jovensadultos e crianças só conhecem

a pobreza como condição defuturo”, admite o governo fran-cês de François Hollande. Defato, dois de cada três novospobres, ou seja, 65% deles, têmmenos de 18 anos. A pobrezaentre os menores de idade che-ga a 19,6%.

• 4,7 milhões de britânicosdependem de receber ali-mentos. As receitasneoliberais impostas pelo go-verno de David Cameron, inclu-indo os cortes nos benefíciossociais, estão causando gravesproblemas à população e redu-zindo as condições de vida demuitos britânicos.

Segundo pesquisa realizadapela empresa Kellogg, o núme-ro de pessoas que dependemda ajuda de “bancos de alimen-tos” vem crescendo de formapreocupante. “Pelo menos 4,7milhões de britânicos não con-tam com dinheiro suficientepara comprar comida”, alerta oestudo. Em outra pesquisa, re-alizada pelo centro de caridadeTrussell Trust, verifica-se que36,6% dos que são beneficia-dos com a distribuição de ali-mentos são crianças.

• Mundo: aumentou o nú-mero dos “super ricos”. A

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matéria está na Folha de SãoPaulo (11/09). O número de“super ricos” no mundo atingiuum novo recorde e pouco maisde 199 mil pessoas concentramriqueza de US$ 27,7 bilhões,afirma o relatório. É um avançode 6,3% em comparação aoano passado.

Na Europa, onde as fortunascresceram 10,4%. Comprovan-do a crueldade do sistema eco-nômico atual, a Grécia, um dospaíses mais atingidos pela cri-se, abriga a segunda populaçãode “super ricos” que mais cres-ce na Europa — 11%. A fortunadessas pessoas cresceu 20%em um ano, de US$ 50 bilhõespara US$ 60 bilhões.

Por outro lado, as fortunaslatino-americanas registraramqueda de 4,1% no período. NoBrasil o número de super milio-nários recuou 13% em relaçãoa 2012, passando de 4.640para 4.015 neste ano, informourelatório divulgado nesta terça-feira (10) pelo banco UBS epela Wealth-X, empresa espe-cializada em pesquisas sobre osegmento de altíssima renda.

• 19 milhões de desem-pregados na Eurozona. Osdados são oficiais e divulgados

pelo centro de estatísticas eu-ropeu mostrando que o desem-prego cresceu significativa-mente no início deste ano secomparado ao primeiro trimes-tre de 2012. O desemprego nazona do euro alcançou a im-pressionante cifra de 19 mi-lhões de pessoas, segundo oEurostat.

Em todo o continente euro-peu o número de desemprega-dos já chegou a 26,58 milhõesde pessoas, mostrando a gra-vidade da atual crise.

• Ainda a recessão econô-mica na Eurozona. O escritó-rio de estatísticas da ComissãoEuropeia, Eurostat, confirmouque a economia da Eurozonacaiu 0,2% durante o primeiro tri-mestre do ano. O país mais afe-tado foi o Chipre, com umarecessão de -1,3%. Segundo oEurostat, 8 dos 17 países dobloco estão em recessão:Espanha, França, Itália, Chipre,Holanda, Portugal, Eslovênia eFinlândia. De acordo com osdados divulgados, a Françacaiu -0,2%, a Espanha caiu -0,5% e a Itália -0,5%. As maio-res quedas foram no Chipre (-1,3%), Estônia (-1%) e Repúbli-ca Checa (-0,8%).

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O Coletivo Nacional dosEletricitários se reuniu na quin-ta-feira, dia 05 de dezembro,em Brasília, com a direção doSistema Eletrobras. A pauta dareunião foi composta dos se-guintes itens: Compensação degreve, auxílio alimentação nata-lino de 2013,anistiados, concur-so público e PCR.

A reunião serviu tambémpara o CNE lembrar que nesteprimeiro ano depois da MP 579(convertida na Lei 12.783/13),os sinais de que o Setor Elétri-co Brasileiro está agonizandoficam cada vez mais evidentes.O sistema está fragilizado e asconsequências são terríveis,principalmente para os trabalha-dores, pois partir dessadesestruturação, as empresaspassaram a descumprir aindamais a NR 10. Nos últimos seismeses, houve mais mortes noSetor Elétrico do que nos últi-mos 20 anos. Isso descon-siderando os terceirizados.

Isso é uma calamidade queprecisa acabar. Onde está oGoverno eleito com o apoio daclasse trabalhadora?

Que tipo de empresa estãoprojetando para os próximosanos? Certamente não é aque-la que os sindicatos defendem.

A medida renovou as con-cessões, mas também contri-buiu para esse quadro de

Informes Informes

CNE em negociação com a Eletrobras.

VERGONHA!Resultados da Lei 12.783: Morreram mais trabalhadores

no setor elétrico nos últimos 6 meses do que em 20 anos

desestruturação do Setor Elétri-co. E pior, está transformandoa classe trabalhadoraeletricitária em vítima fatal. Oque é lamentável e deplorável!

Trabalhadores querem res-peito ao seu ACT

Os trabalhadores daEletrobras enfrentaram umadas campanhas mais acirradasdos últimos anos, com a reali-zação de greve prolongada,descumprimento de acordospor parte da Holding, persegui-ção as entidades e a dirigentessindicais, e para culminar oACT foi fechado no TribunalSuperior do Trabalho, atravésde dissídio coletivo.

Todas essas dificuldades,impensáveis no Governo Lula,onde havia respeito aos acor-dos e a categoria, não deixamdúvidas de que o CNE tem quecontinuar cobrando daEletrobras o cumprimento de

tudo que foi acordado e assina-do no TST.

Compensação de greveNo que diz respeito à com-

pensação da greve de 2012, oCNE cobrou o cumprimento daAta formulada pelo Tribunal Su-perior do Trabalho, inclusive oque foi acordado sobre o docu-mento com as distribuidoras. AEletrobras ficou der dar umaresposta na próxima semana. OCNE foi contundente na sua crí-tica com relação à postura dadireção das distribuidoras, quenão acatam os encaminhamen-tos feitos pela Holding, que porsua vez se faz de desentendi-da, e não faz nenhum movimen-to para cobrar o cumprimentodas suas determinações, ouseja, é a surrada técnica de sefazer “morto” para não cumpriro seu papel.

Mortes disparam no setorelétrico!

Auxílio AlimentaçãoCom o intuito de se fazer jus-

tiça com os (as) trabalha-dores(as) que cumpriram todauma trajetória profi ssional den-tro da Holding, mas que agorase desligaram através do PDV,o CNE reivindicou a Eletrobrasque todos estes (as) com-panheiros(as) tenham o direitoa receber o auxílio alimentaçãoneste fi nal de ano. A direção daEletrobras fi cou de fazer umaconsulta jurídica para avaliaressa situação excepcional.

Concurso PúblicoA perda de quadros com

grande acúmulo de conheci-mento técnico tem preocupadoa todos que temem pelo futurodas empresas. O PDV tem im-pacto direto em funções essen-ciais. Por isso, o CNE cobrouda direção da Eletrobras a rea-lização de concurso públicopara suprir a saída destes qua-dros. De acordo com a direçãoda Eletrobras haverá concurso,mas somente em áreas pontu-ais. O CNE e a FNU defendema realização de um concursomais amplo, pois em diversasáreas falta mão de obra, quevem sendo suprida com o au-mento indiscriminado daterceirização.

O CNE alertou que a substi-

tuição desses trabalhadoresestá ocorrendo de forma irres-ponsável.

Muitos deles estão sendotreinados para ser operador dosistema em curso à distância,num curto período de 15 dias,sendo que o ONS recomendatreinamento presencial de 6meses. Uma vergonha para amaior empresa de energia docontinente.

PCR, Mérito e AntiguidadeCom relação ao tão falado

PCR, o CNE cobrou o paga-mento do mérito de 2013 retro-ativo a maio de 2013, e que notermo de compromisso constea data de pagamento da anti-guidade e do mérito.

Sobre esse ponto da pautafoi lembrado que o então Dire-tor de Administração, MiguelColassuono, assumiu o com-promisso de reavaliar o PCR,já que em 2014 teremos umnúmero menor de trabalhado-res no Sistema Eletrobras, épreciso corrigir, por exemplo, opiso salarial que está totalmen-te defasado. Esse é o momen-to de cumprir o que foi prometi-do.

Está no nosso ACT a aplica-ção do mérito para o ano de2013. Nas empresas as infor-mações são desencontradas,

pois algumas não tinham previ-são, outras aguardam ordem daholding e algumas empresas seposicionaram igual a holding,ao dizer que seria realizado oSGD nos meses de janeiro e fe-vereiro de 2014 e pagamentoem março de 2014 retroativo adezembro de 2013.

Por fi m, foi debatida a situa-ção dos anistiados. O CNE co-brou uma posição daEletrobras, no sentido de permi-tir a adesão destes companhei-ros ao PDV, bem como o retor-no as suas empresas de ori-gem. A FNU vai encaminhar ofí-cio ao MME e ao DEST refor-çando esse pleito.

O CNE continuará vigilante ecobrando o cumprimento doque foi assinado no TST e oscompromissos assumidos comos trabalhadores. Em breve te-remos novas reuniões com adireção da Holding para cobrarestes encaminhamentos.

DIEESEVeja o boletim do setor elétrico, sobre o tema renovação das concessões e seus efeitos sobre

os trabalhadores que atuam nas concessões do segmento distribuição, onde se encontra a maiorparte da força de trabalho.

Entre no site do DIEESE: http://www.dieese.org.br, clique em estudo setorial e em 2013 cliqueno item PDF Dez - boletim do setor eletrico nº 2

Novo diretor de Administração da Eletrobras começa malPara a surpresa do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), o novo diretor de Administra-

ção da Eletrobras, Sr. Manoel Aguinaldo Guimaraes, não compareceu a reunião do dia 5 dedezembro.

O CNE considerou o fato lamentável, até porque para exercer esse cargo, é preciso respeitaros trabalhadores da Eletrobras e as entidades sindicais, que estão presentes nas mesas denegociação durante todo o ano.

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OUPara os trabalhadores do

setor privado e estatais

1. Projetos favoráveis aostrabalhadores

a. Política de valorização dosaposentados (tramita o PL4.434/08, que recupera o valordas aposentadorias);

b. Redução da jornada de tra-balho (PEC 231/95 e PL 4.653/94);

c. Fim do fator previdenciário(3.299/08);

d. Igualdade de gênero notrabalho (PL 6.653/09 e PLS136/11, entre outros);

e. Contra o trabalho escravo(PEC 57-A/99);

f. Contra a demissãoimotivada (MSG 59/08).

2. Projetos contrários aosinteresses dos trabalhadores

A partir de 1850, com a impo-sição dos ingleses em terminaro tráfico negreiro, a classe domi-nante brasileira vive uma crise demão-de-obra. As oligarquias doRio, Minas e São Paulo passama importar escravos do nordes-te, onde a economia já estava emdecadência. Em 1872, a áreacafeeira reunia 66% de todos osescravos no Brasil. Outro proble-ma para os proprietários locaisera a existência de uma popula-ção de homens livres que nãoaceitavam vender sua força detrabalho e consideravam que ain-da havia condições de viver demaneira autônoma.

Na verdade, havia tanta terradisponível que muitos desseshomens livres preferiam seembrenhar no interior e criar suaspróprias condições de vida, semaceitarem o trabalho assalariado.Um Congresso de proprietários,em 1878, realizou-se em SãoPaulo para recomendar “umaboa lei de locação de serviços”para obrigar o trabalhador nacio-nal “indolente” e “perdido por es-sas matas” ou aos “vadios” dascidades a aceitarem trabalharnas plantações. A proposta dosproprietários era muito parecidacom a Lei Contra a Vadiagemcriada pelo governo inglês paraimpedir a itinerância dos traba-lhadores.

Em fins de 1878, foi aprovadauma lei regulamentando as rela-ções de trabalho para os nacio-nais, libertos ou estrangeiros: fi-

Você sabia? Congresso

Um pouco da história dos trabalhadoresbrasileiros e suas lutas.

(Ernesto Germano)

xava uma vigência mínima de 6anos para os nacionais e 5 anospara os estrangeiros, além deconter disposições contra qual-quer tipo de greve. Mas a indus-trialização, mesmo que muitobásica, já chegava ao Brasil ecomeçava a mudar as relaçõesde produção e de trabalho.

Algumas Características doPeríodo: apesar dos váriosexemplos de lutas, com um graujá acentuado de organização emalguns casos, este período nãopode ainda ser chamado de sin-dical. Já traz o embrião, a semen-te do que estava por nascer, já eraum reflexo da situação de misé-ria e exploração econômica docapitalismo, mas ainda estavaem um período anterior ao sindi-cal. As organizações de trabalha-dores ainda se limitavam a en-contrar remédios para a situaçãode miséria. Essas organizaçõesficaram conhecidas como “soci-edades mutualistas”.

O que são “SociedadesMutualistas”? Eram sociedadesmantidas por um fundo do própriotrabalhador, espontâneo, e quecriavam uma caixinha, uma es-pécie de poupança para socor-rer os sócios em casos de doen-ças, velhice ou morte. Tinham umpapel assistencialista e, com ra-ras exceções, não questionavamo sistema.

Um exemplo dessas associa-ções era a Sociedade de Socor-ro Mútuo. De um modo geral, pro-punham-se a realizar programasassistenciais que incluíam ser-viços médicos, farmacêuticos eauxílio em caso de enfermida-des, desemprego, invalidez oufuneral.

As primeiras “Mutuais” noBrasil datam de 1872/73, for-madas por membros da colônia

alemã, artífices gráficos e assa-lariados de diversas categoriasprofissionais. Nem todas especi-ficavam em seu título restriçõesquanto à origem, categoria soci-al ou credo religioso para a ad-missão em seus quadros. Sabe-se que de algumas participaramassalariados de diversas profis-sões. Entre 1872 e 1929, conhe-cemos a existência de 25mutuais constituídas de trabalha-dores de diversas categorias e,até, de emprego público.

Uma única tentativa de articu-lação entre elas foi realizada, em1899. Reuniram-se em São Pau-lo para criar uma Federação dasSociedades de Socorro Mútuo,mas foi uma tentativa frustrada.

Afinal, quem eram estes traba-lhadores brasileiros no período?

Eram principalmente: 1. osportugueses pobres, que vinhamtentar a vida aqui, ou os descen-dentes dos primeiros que haviamchegado; 2. os mestiços livres,filhos ou descendentes de bran-cos e índios, ou de brancos e es-cravas negras, que não eram es-cravos, mas também não possu-íam nada; 3. antigos escravos, li-bertados ou fugidos; 4. antigospequenos proprietários de terras,ou antigos artesãos, que tinhamperdido seus meios de produ-ção; 5. outros imigrantes euro-peus, pobres, que foram trazidosprimeiro para as fazendas decafé, como assalariados, parasubstituir o braço escravo que es-tava em falta desde 1850.

O que acontece noCongresso Nacional

a. Regulamentação daterceirização (PL 4.330/04);

b. Simples trabalhista (PL951/11);

c. Acordo extrajudicial de tra-balho (PL 5.101/13);

d. Impedir o empregado de-mitido de reclamar na Justiça doTrabalho (PL 948/11);

e. Suspensão de contrato detrabalho (PLS 62/13);

f. Prevalência do negociadosobre o legislado (PL 4.193/12);

g. Trabalho intermitente (PL3.785/12);

h. Código de Trabalho (PL1.463/11);

i. Redução da jornada e desalários (PL 5.019/09)

Para os servidores públicos

1. Projetos favoráveis aosservidores

a. Regulamentação da Con-venção 151 da OIT;

b. Extinção da contribuiçãode inativos (PEC 555/06);

c. Assédio moral no serviçopúblico (PLS 121/09).

2. Projetos contrários aosinteresses dos servidores

a. Dispensa por insuficiênciade desempenho (PLP 248/98);

b. Limite de despesa compessoal (PLP 1/07);

c. Restringe despesa compessoal (PLP 549/09);

d. Fundações estatais (PLP92/07).

Comum aos dois

- É favorável aos trabalhado-res o projeto de amplia a esta-bilidade do dirigente sindical(PL 6.706/09)

Vários projetos de grande interesse para os trabalhadoresestão tramitando no Congresso Nacional e muitos de nós

nem sabemos o que está correndo.O Jornal da ASEF trouxe algumas informações. Veja a seguir.

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OEnergias RenováveisEnergias Renováveis

O Brasil vive um momentoímpar no que tange à sua ma-triz energética, nunca houveuma demanda tão intensa ecrescente por energia, bemcomo uma oferta tão abundan-te e variada deste insumo im-prescindível ao desenvolvimen-to do país.

Apesar das gigantescas re-servas de petróleo que o paísdispõe, interessa-nos, de modoespecial, as fontes limpas erenováveis das quais não pode-mos abrir mão. Cabendo saberexplorá-las em favor da naçãoe do nosso povo.

O crescimento da demandapor energia elétrica no Brasil éda ordem de 05 GW/ano, noentanto, a fonte eólica vem con-seguindo contratar algo em tor-no de 02 a 03 mil MW/ano.

A indústria eólica brasileiravive o seu terceiro horizonte dedesenvolvimento, qual seja: aoperação dos grandes parqueseólicos, depois da primeiraonda representada peloPROINFA e da segunda fase,encarnada pelas obras de cons-trução dos empreendimentos.

Neste momento, dois enor-mes desafios são apresenta-dos aos agentes deste setor: aoperação desses parques e oescoamento de toda essa pro-dução até os centros de carga.O que não se pode mais toleraré que toda a sociedade brasi-leira suporte o prejuízo decorren-te da ausência de um planeja-mento adequado pra a inserçãodas novas fontes na matrizenergética nacional, como te-

ENERGIA RENOVÁVEL, ABUNDANTE E BEM VINDAmos visto até aqui, no caso dosparques eólicos nordestinosque, embora aptos a gerarenergia, deixam de fazê-lo emfunção da inexistência das li-nhas de transmissão necessá-rias para conectá-los ao siste-ma interligado nacional.

É urgente que se ponha umfim neste descompasso entre oinício da operação da transmis-são e o da geração. Ademais,neste contexto, cabe ainda odebate acerca do estabeleci-mento de novos parâmetrosnormativos e diferenciadospara a emissão das licençasambientais dos projetos de ge-ração por fonte renovável e daslinhas de transmissão a estesvinculadas, não sendo concebí-vel que continuem subordina-dos às mesmas regras que su-jeitam os projetos de fontes con-sideradas não limpas, portanto,poluidoras por sua própria na-tureza.

O Brasil deverá instalar 65GW de potência até o ano de2021, agregando-a à sua ma-triz elétrica. Sem dúvida, trata-

se de um desafio e, ao mesmotempo, uma excelente oportuni-dade para os agentes do setor.Precisamos estar preparadospara aproveitá-la. Afinal, o po-tencial brasileiro no que diz res-peito à geração por fonte eólicaé invejável, já que temos o mai-or fator de capacidade do mun-do, alcançando até 89% - mascom média de 55% - ao passoque na Europa este fator de ca-pacidade fica em torno de 25%a 30%. Destacando ainda o fatode que no Brasil o custo totalpara a implantação dos empre-endimentos de geração eólica,é o terceiro menor do mundo,somente havendo custo total in-ferior para a implantação dosparques na China e na Índia, algoque contribui fortemente para oingresso de novos agentes nes-te mercado promissor, sejamnacionais ou estrangeiros.

Por todas as razões aqui ex-postas, fica evidente a impor-tância das fontes renováveis,sobretudo a eólica, para o incre-mento da oferta de energia nopaís, como também para garan-

POR: ALEX CAMPOS (DIRETOR DA ASEF) tir a segurança no abastecimen-to, devido à sua comple-mentariedade com a nossaprincipal fonte, a hidrelétrica.Motivos mais do que robustospara que as empresas do Gru-po Eletrobras deixem de ocuparum papel de coadjuvante nestesegmento das fontes alternati-vas, até aqui experimentado,para exercer o protagonismoque a sociedade brasileira es-pera destas companhias, e quetodas elas são capazes de de-monstrar, principalmente emfunção do corpo técnico alta-mente qualificado que possu-em.

Isto posto, é com imensa ale-gria que festejamos o resultado

do leilão A-5/2013, realizadopela ANEEL, neste mês de de-zembro, no qual verificamos oinício de uma mudança de rumosque implicou em enorme suces-so empresarial para Furnas –animando e renovando as espe-ranças dos seus empregados

em um futuro melhor. Dessemodo, a ASEF parabeniza oscolaboradores responsáveispelo êxito no aludido certame, aotempo em que deseja que os fru-tos destas conquistas sejamcompartilhados com todos ostrabalhadores da empresa.

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Furnas Novas TecnologiasNovas Tecnologias

Apesar do sentimento de re-volta que essas palavras pos-sam causar, a verdade é queexpressam uma realidade in-discutível. Um dos discursosmais usados para justificar ofenômeno do desemprego,mesmo em nações desenvol-vidas, é o que busca jogar todaa culpa na questão da qualifi-cação profissional. Nega, as-sim, que o desemprego pas-sou a ser um fator estruturaldo novo processo de produ-ção e fala sempre da poucaqualificação ou da falta de for-mação dos operários.

Quando analisamos mais deperto a organização das linhasde produção, no novo mode-lo, vamos observar que se tratamuito mais de uma adaptaçãodo trabalhador ao processo,forçando-o a uma flexi-bilização e multifuncio-nalidade, do que de uma novaqualificação técnica ou demais formação profissional.Como assinala Peliano:

A Sociedade e as Novas Tecnologias.“A tecnologia, em si, não é boa nem má.Tampouco podemos considerá-la neutra”

(Ernesto Germano Pares)

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução

Um dos sérios problemas que enfrentamos ao debater sobre “Novas Tecnologias”é exatamente saber encontrar um equilíbrio entre a crítica mais ácida e o

deslumbramento mais irresponsável.

RRRRResumo do aresumo do aresumo do aresumo do aresumo do artigtigtigtigtigooooo

“As máquinas são o novo proletariado. A classe trabalhadora está recebendo seu bilheteazul.” (Jacques Attali1)

Um relatório divulgado pelaOIT, já em 1993, alertava paraa questão do bem-estar men-tal e físico de milhões de tra-balhadores no mundo. O do-cumento chamava o“estresse ocupacional” de“um dos problemas de saú-de mais sérios do século XX”e registrava que, só nos EUA,suas conseqüências custammais de 200 bilhões de dóla-res para as empresas, porano, em despesas médicas,processos de indenizações,faltas ao trabalho e reduçãoda produtividade. Na Inglater-ra o estresse ocupacionalchega a custar cerca de 10%do PIB do país.

O mesmo documento daOIT assinala que o estresse éresultado do ritmo acelerado

“Em outras palavras, as no-vas tecnologias de produção,ao requererem novas habilida-des e conhecimentos dos tra-balhadores, não exigem qua-lificação técnica nova, espe-cífica, como tal, mas sim ati-tudes de comportamento eatributos de personalidade,como atenção, vigilância, sen-so de responsabilidade, capa-cidade de previsão e experi-ência de trabalho. O tipo dequalificação exigida do traba-lhador pelo MJPI, portanto,tem ainda muito a ver com osistema anterior, o fordismo,pelo menos no que se refereà organização técnica do tra-balho.”2

Se olharmos no conjunto daclasse trabalhadora, o que po-deria significar um “ganho emqualificação” para um traba-lhador, individualmente, oupara um grupo de trabalha-dores dentro da empresa, naverdade significa uma perdade qualificação em todo o co-

letivo da categoria profissio-nal ou da própria classe tra-balhadora, uma vez que ex-clui desse “ganho” uma par-cela cada vez maior de tra-balhadores através do desem-prego. Um número cada vezmaior de trabalhadores exclu-ídos desse processo de “qua-lificação” será jogado no mer-cado informal, no empregoterceirizado ou subcontra-tado, onde seus conhecimen-tos e sua qualificação anteri-or estarão sendo desprezadosou diminuídos.

Em verdade, o que estásendo “qualificado” não é otrabalhador, mas o posto detrabalho que ele ocupa e parao qual transfere sua capaci-dade produtiva e criativa. Eeste é um dos fatores que es-tão enfraquecendo os traba-lhadores em sua resistênciaao capital e reduzindo o po-der de negociação dos sindi-catos e entidades representa-tivas.

imposto pelas novas máquinasautomatizadas, tanto na indús-tria (fábricas) como no setorde serviços (escritórios).

Mecanização x AutomaçãoA mecanização substitui

apenas a força necessáriapara a execução de uma ta-refa - a máquina passa a fa-zer força no lugar do traba-lhador. Em outras palavras, amáquina substitui a “força”.

Na automação a máquinasubstitui a força do trabalha-dor e executa seqüências deoperações sem haver neces-sidade da sua intervenção.

Em 1988, quando o avan-ço da informática e daautomação ainda não eramtão visíveis, um estudo reali-

zado na indústria automobilís-tica da Alemanha mostrou asseguintes características:

a) as atividades manuaisdentro da indústria diminuemaproximadamente de 70%para 42,5%;

b) as tarefas simples, de ali-mentação e operação das má-quinas, aumentam em médiade 4% para 27,2% e a ten-dência é que estes serviçosocupem até 51,2% da produ-ção.

Assim, será preciso um ní-vel de qualificação maior paraum minoria de trabalhadores(os que permanecem em ati-vidades manuais), enquanto amaioria terá uma queda nonível de qualificação.

(Endnotes)1 Jacques Attali - “Vencedores e perdedores na futura ordem mundial”, 1991, Nova Iorque

- citado por Rifkin2 “Reestruturação Produtiva ...”

1 Jacques Attali - “Vencedores e perdedores na futura ordem mundial”, 1991, Nova Iorque - citado porRifkin2 “Reestruturação Produtiva ...”

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U FFurnasHistória

Só para lembrar...“Em 1979 o Brasil vivia sob a

ditadura militar e a política salarialera ditada pelo governo que impu-nha aos trabalhadores um arrochosalarial sem precedentes na histó-ria. As perdas eram imensas e ostrabalhadores não podiam reivindi-car ou lutar. Todos os sindicatosestavam fechados ou sob adminis-tração de direções nomeadas pe-los militares. Nas empresas esta-tais era ainda pior, porque a legis-lação em vigor proibia que os tra-balhadores participassem de sin-dicatos.

Os reajustes salariais não eramnegociados com os trabalhadorese suas entidades. Eram reajustessemestrais baseados em um índi-ce “futuro” criado pelos técnicos dogoverno. E, para piorar, esses rea-justes eram diferenciados de acor-do com a faixa salarial.”

Durante toda a década de 1980os trabalhadores foram acumulan-do perdas salariais e não conse-guiam sequer negociar direitos so-ciais que compensassem as per-das econômicas.

O ano de 1982 foi muito difícilpara os trabalhadores. Seguindo areceita do FMI, o governo baixavauma série de decretos para atingira meta de reduzir os salários em30%, no prazo de dois anos. Osdecretos são conhecidos de todos:2.012. 2.024. 2.065 e por aí afora.As greves são muitas, nas cidadese no campo, em busca da reposi-ção do poder aquisitivo dos salári-os.

Em janeiro de 1983 o generalFigueiredo havia assinado a 1ª car-ta de intenções com o FMI e, a partirdeste documento, os técnicos doFundo passavam a monitorar ascontas do governo. Todos os gas-tos governamentais teriam que serautorizados pelo organismo e aeconomia deveria estar voltado

Um pouco maisda nossa história.

para o pagamento dos acordos dadívida. Ou seja, os trabalhadoresdas estatais passam por novo ar-rocho, ainda mais violento que oanterior.

Os anos seguintes foram demuitas greves e mobilizações e aAssociação dos Empregados deNível Universitário de Furnas jáparticipava ativamente das campa-nhas e procurava organizar os tra-balhadores, divulgando as lutasque aconteciam no país.

O ano de 1987 é marcado pelapresença das Forças Armadasnos movimentos sindicais. O Mi-nistério do Trabalho havia prome-tido que não faria mais intervençõesem sindicatos, mas não havia fa-lado sobre presença das tropas etanques de guerra.

Em outubro de 1988 é promul-gada a nova Constituição Brasilei-ra e os trabalhadores ganham no-vos espaços de luta, em particularos trabalhadores de empresas es-tatais que passam a ter novos di-reitos e a possibilidade de organi-zação em sindicatos. Nesta épo-ca a ASEF já havia também se ex-pandido na empresa e passado aser uma entidade representativa detodos os trabalhadores.

Em novembro do mesmo ano,pouco depois da promulgação daConstituição, os eletricitários inici-am uma greve nacional, paralisan-do Companhias Elétricas eHidroelétricas. Era uma “prova defogo” para nossa organização e aASEF entrou “de corpo e alma”.Reivindicávamos 150% de reajus-te salarial e 16,6% de produtivida-de. O movimento termina com umAcordo salarial e a promessa denenhuma punição aos grevistas.

Hoje, a ASEF tem nova direto-ria, um Estatuto discutido com oscompanheiros e novas frentes deluta. Mas a nossa história ainda épouco conhecida.

Rio de Janeiro – A estatalFurnas começou o projeto deuma usina, chamada deconversor offshore e inédita nopaís, para a geração de energiaa partir do aproveitamento dasondas em alto-mar. “A ideia, quejá está sendo conversada coma Marinha do Brasil, é a unidadeque vai ser desenvolvida ao fi-nal do projeto atender ao Farolda Ilha Rasa e às cerca de 200casas existentes no local”, dis-se hoje (30) à Agência Brasil ogerente da área de Pesquisa,Desenvolvimento e Inovação deFurnas, Renato Norbert. Em umasegunda etapa, a usina flutuantedeve gerar energia às platafor-mas do pré-sal.

A pesquisa é desenvolvidaem parceria com o InstitutoAlberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de En-genharia (Coppe), da Universi-dade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ), e com a empresaSeahorse Wave Energia de On-das.

Já foi iniciada a construçãodo protótipo, em pequena esca-la, que vai ser testado no tan-que de ondas da Coppe. Os tes-tes deverão se estender por seisa oito meses, informou Norbert. Após os aperfeiçoamentos queforem introduzidos no projeto, ostécnicos se dedicarão à constru-ção da unidade que será insta-lada na Ilha Rasa. A expectativade Norbert é que o projeto este-ja em condições de operar no fi-nal de 2015 ou, “eventualmente”,até o primeiro trimestre de 2016.

Em seguida, Furnas preten-de partir para um segundo pro-

Furnas desenvolve usinapara gerar energia a partirdo aproveitamentode ondas em alto-mar

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil (*)

jeto que visa a explorar outrapossibilidade coberta pela pa-tente da Coppe e daSeahorse, que é tornar a uni-dade de geração de energiaflutuante para servir às plata-formas do pré-sal que estãomuito afastadas da costa,onde a profundidade é eleva-da.

Norbert destacou que, atual-mente, para plataformas de pe-tróleo que operam próximo dacosta, a distâncias inferiores a100 metros, Furnas vai estudara possibilidade de serem aten-didas por usinas que são fixa-das no fundo do oceano. Paraprofundidades mais altas, a so-lução mais econômica previstaé a instalação de unidades degeração de energia flutuantes.

A usina que será construídainicialmente terá capacidade de100 quilowatts (kW) de energia,suficiente para abastecer 800pessoas. “Mas a gente preten-de, se tudo der certo, desenvol-ver outras unidades que vãoatender a ilhas próximas da cos-ta e plataformas de petróleo per-to da costa”.

A partir de acordo que seráfirmado com a Marinha, o geren-te de Furnas disse que preten-de-se atender a navios que es-tejam ancorados a pouca dis-tância da costa, à espera paraentrar em algum porto no país. “Eventualmente, no futuro, osportos vão poder ter unidadesdessas para abastecer os navi-os, que vão economizar diesel,combustível, enquanto estiveremparados, tornando o custo deespera no porto mais baixo, o

que é bom para o próprio por-to”.

A energia gerada pelas on-das em alto-mar é totalmentelimpa e o funcionamento da usi-na, bem simples, afiançouNorbert. “A própria manutençãovai ter um custo baixo”. Segun-do o gerente de Furnas, a cons-trução da unidade é mais bara-ta do que qualquer outra soluçãoque se proponha. “É muitomais barato do que uma usinade geração eólica da mesmacapacidade, por exemplo”, sali-entou. Sobretudo para ilhas,que não têm grande extensão,ele indicou que “é uma soluçãoexcelente”.

A Coppe, em conjunto com aempresa Tractebel Energia, jádesenvolve a primeira usina deondas da América Latina, queutiliza o movimento das ondaspara produzir energia elétrica. Ausina está situada no Porto doPecém (CE). Renato Norbertobservou, porém, que essa uni-dade se diferencia do projeto deFurnas porque é fixada no por-to (onshore), e não prevê a ge-ração de energia nearshore(próximo da costa), ou totalmen-te offshore, isto é, em alto-mar, como sugerem as unidades fu-turas de geração flutuantes deFurnas.

O investimento total da esta-tal, englobando todas as etapasde desenvolvimento do projeto,incluindo gastos com homens/hora e diárias de viagens, é cer-ca de R$ 8,2 milhões.

* Matéria publicada em Agên-cia Brasil - 30/10/2013 - 18h52

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