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Asma
Natália Moriya Xavier da CostaMédica Especialista em Alergia e Imunologia Clínica
Faculdade de Farmácia e Bioquímica - SOES
Asma
• Definição: Doença inflamatória crônica das
vias aéreas caracterizada por obstrução ao
fluxo aéreo, hiperresponsividade brônquica
e episódios recorrentes de sibilância
(chiados), dispnéia (falta de ar), tosse e
aperto no peito.
N.M.X.C
Epidemiologia
• Poucos estudos epidemiológicos no Brasil
• 5% das consultas pediátricas ambulatoriais
• 16% dos atendimentos de urgência em pediatria e 12% em adultos
• Uma das principais causas de internação
• Aumento na mortalidade nas últimas décadas
• 1993 a 1995: 60 milhões de reais (SUS)
• Custos indiretos
Asma
N.M.X.C
RANTESTNF-
IL-1
Alergeno Epitélio
Asma
N.M.X.C
EosinófiloEosinófilo
corecoreCore:
MBP
Matriz:
ECPEDNEPO
Produtos lipídicos:
LTC4PGE2TXB2PAFLIPOXINAS
Citocinas e quimiocinas
Corpos lipídicos
Grânulos específicos
Weller, P.F. JACI adaptado
Proteínas dos grânulos
• Proteína básica principal
– Papel na hiperresponsividade brônquica– Bloqueio do receptor muscarínico M2
• Proteína catiônica eosinofílica
– Toxicidade sobre o epitélio respiratório
• Neurotoxina derivada do eosinófilo
– Elevada em secreções respiratórias na infecção por VSR
Asma
N.M.X.C
Barnes, PJ , Baraniuk, JN & Belvesi, MGV Am Rev Respir Dis 1991; 144:1391-99, adaptado
Lesãoepitelial
SPNKA
CGRP
Broncoconstrição
Permeabilidade capilar
Vasodilatação
SNC
Arco reflexo local
Estímulo doparassimpático
Casale, TB & Baraniuk, JN in: Allergy Principles and Practice 1998, adaptado
Histamina
Fatores precipitantes da asma
• Aeroalérgenos domiciliares
– Ácaros da poeira domiciliar– Fungos– Epitélios de animais– Insetos
Asma
N.M.X.C
Fatores precipitantes da asma
• Agentes ocupacionais
• Refluxo gastro-esofageano
• Exercício
• Drogas
• Infecções
Asma
N.M.X.C
Quadro Clínico
• Sinais e sintomas
– Tosse
– Sibilância (chiados) – fluxo aéreo por
uma via aérea estreita
(broncoespasmo)
– Dispnéia (falta de ar) - cansaço
– Desconforto torácico
Asma
N.M.X.C
Diagnóstico
• História clínica• Exames complementares
– Teste cutâneo de leitura imediata (Prick test)
– Dosagem de IgE específica (RAST)
– Espirometria
– Medidas de hiperresponsividade brônquica
Asma
N.M.X.C
Diagnóstico diferencial
• Fibrose cística
• Sinusites (tosse crônica)
• Bronquite crônica
• Refluxo gastro-esofageano
• Uso de IECA (captopril, enalapril)
• Aspiração de corpo estranho
• Neoplasias e doenças infecciosas
Asma
N.M.X.C
Tratamento
• Crise
• Intercrise
Asma
N.M.X.C
Tratamento da crise
• Reconhecimento da gravidade da crise
• Identificação do paciente de risco
• Identificação de fatores desencadeantes
• Orientação correta do paciente
Gravidade da criseLeve/mod Grave Muito grave
Condiçõesgerais
Normais Normais Cianose, sudorese, exaustão
Estado mental Normal Normal Agitação, confusão,
sonolência
Esforço respiratório
Ausenteou leve
Moderado Acentuado ou em declínio
FC(bpm) <110 >110 >140 ou bradicardia
Sibilos Ausentes com MV normal/localizados ou difusos
Localizados ou difusos
Ausentes com MV/localizados ou difusos
III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma 2002
Identificação do paciente de risco
Crises mais graves e maior chance de recaída
• Visitas freqüentes a serviços de emergência ou > 2 hospitalizações no último ano
• Necessidade de corticosteróide parenteral
• Intubação prévia
• Uso > 2 tubos de BD por mês
• Co-morbidades
• Asma lábil
• Paciente com má percepção da crise
III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma 2002
Identificação de fatores desencadeantes
• Radiografia de tórax
• Radiografia de seios da face
• Hemograma
• Dosagem de eletrólitos: hipocalemia
por BD, corticosteróides e xantinas
Avaliação da gravidade
Crise leve/moderada
Crise grave
Crise muito grave
UTI
Medicação parenteral
Examinar após 20 minutos
Repetir até 3 vezes se persistem sintomas
2 agonista
Broncodilatadores Broncodilatadores
2-agonistas de curta duração2-agonistas de curta duração
• Preferir via inalatória (nebulização ou Preferir via inalatória (nebulização ou
spray + espaçador)spray + espaçador)
• Observar taquicardia e tremoresObservar taquicardia e tremores
– Fenoterol ou salbutamol: nebulização (10 Fenoterol ou salbutamol: nebulização (10
gotas em SF com Ogotas em SF com O22 6 – 8 l/min) 6 – 8 l/min)
– Fenoterol ou salbutamol: spray com Fenoterol ou salbutamol: spray com
espaçadorespaçador
200 mcg ( 2 jatos)200 mcg ( 2 jatos)
GTP GDPG
Adenylyl ciclase
Relaxamento domúsculo liso
Bloqueio colinérgico Liberação de mediadores
de mastócitos
2 Agonista 2 Agonista
Receptor inativo
Receptor ativo
Adaptado de Middleton : Allergy Principles and Practice, 5ª edição, 1998
GDP
G GTP
VIP / PHM / NOVIP / PHM / NO
AchAch
M1M1
22Músculo lisoMúsculo liso
EpitélioEpitélio
SP / NKA / CGRPSP / NKA / CGRP
Casale, TB & Baraniuk, JN in: Allergy Principles and Practice 5ª edição 1998, adaptado
Agonista 2
Agonista 2
Nervo vago
22
Brometo de IpratrópioBrometo de Ipratrópio
• Redução do tônus colinérgico das vias Redução do tônus colinérgico das vias
aéreas e da secreção brônquicaaéreas e da secreção brônquica
• Melhor ação em extremos de idadeMelhor ação em extremos de idade
• Crianças: 20 gotas ou 250 mcgCrianças: 20 gotas ou 250 mcg
• Adultos: 40 gotas ou 500 mcgAdultos: 40 gotas ou 500 mcg
• Bloqueio não seletivo de receptores MBloqueio não seletivo de receptores M22 e M e M33
SPNKA
CGRP
Broncoconstrição
Permeabilidade capilar
Vasodilatação
SNC
Arco reflexo local
Estímulo doparassimpático
Casale, TB & Baraniuk, JN in: Allergy Principles and Practice 1998, adaptado
Histamina
VIP / PHM / NOVIP / PHM / NO
AchAch
M1M1
Bloqueio M3Músculo lisoMúsculo liso
EpitélioEpitélio
SP / NKA / CGRPSP / NKA / CGRP
Casale, TB & Baraniuk, JN in: Allergy Principles and Practice 5ª edição 1998, adaptado
Bloqueio M2
Agonista 2
Modulação da atividade colinérgica
Corticosteróides Corticosteróides
• Início de ação lentoInício de ação lento• Ação anti-inflamatória: bloqueio da fase Ação anti-inflamatória: bloqueio da fase
tardia do processo inflamatóriotardia do processo inflamatório• Via oralVia oral: :
– Pacientes com PFE > 50% após 3 doses de Pacientes com PFE > 50% após 3 doses de 22• Prednisona 1 mg/kg (40 – 60 mg)Prednisona 1 mg/kg (40 – 60 mg)
• Via parenteralVia parenteral::– Pacientes com obstrução muito gravePacientes com obstrução muito grave– Pacientes com PFE < 50% após 3 doses de Pacientes com PFE < 50% após 3 doses de 22
• Metil-prednisolona 40 – 60 mg Metil-prednisolona 40 – 60 mg • Hidrocortisona 200 mgHidrocortisona 200 mg
Corticosteróides Corticosteróides
• Corticosteróide inalatórioCorticosteróide inalatório– Tratamento da intercriseTratamento da intercrise
– Uso controverso na asma agudaUso controverso na asma aguda• Efeitos colateraisEfeitos colaterais
– HipertensãoHipertensão•Dexametasona Dexametasona 0,75 mg ~ 5 mg prednisona0,75 mg ~ 5 mg prednisona
– Intolerância a glicoseIntolerância a glicose•Deflazacort Deflazacort 1,5 mg ~ 1 mg prednisona 1,5 mg ~ 1 mg prednisona
Xantinas Xantinas
• Aminofilina:Aminofilina: 4 - 6 mg/kg até máximo de 240 mg 4 - 6 mg/kg até máximo de 240 mg em infusão venosa lenta (20 a 30 minutos)em infusão venosa lenta (20 a 30 minutos)
• Tabagismo, hepatopatia, edema pulmonar, Tabagismo, hepatopatia, edema pulmonar, idade, medicações: alteração do metabolismoidade, medicações: alteração do metabolismo
• Risco de intoxicação:Risco de intoxicação:
– Sintomas gastrointestinaisSintomas gastrointestinais
– Convulsões, encefalopatiaConvulsões, encefalopatia
– Arritmias, hiperglicemia, hipocalemiaArritmias, hiperglicemia, hipocalemia
GTP GDP
Adenylyl ciclase
2 Agonista
Receptor inativo
Receptor ativo
ATPcAMP
inflamação
Relaxamentomusculatura
lisa
AMP
Fosfodiesterases
Xantinas
Adaptado de Middleton : Allergy Principles and Practice, 5ª edição, 1998
G GDP
G GTP
Adenosina
ReceptorReceptor
Xantinas
da ventilaçãodurante a hipóxia
da fadiga dodiafragma
liberação demediadores de
mastócitos
Adaptado de Middleton : Allergy Principles and Practice, 5ª edição, 1998
Alta hospitalarAlta hospitalar
• Corticosteróide na alta hospitalar:
– Prednisona 1 mg/kg (40 – 60 mg) VOPrednisona 1 mg/kg (40 – 60 mg) VO
– Redução lentaRedução lenta
• Orientações
– Nova criseNova crise
– Tratamento de intercriseTratamento de intercrise
• Corticosteróide inalatório
– Checar técnica e doseChecar técnica e dose
Tratamento da intercrise
• Controle ambiental
• Tratamento farmacológico
• Imunoterapia
Asma
N.M.X.C
Tratamento da intercrise
• Corticosteróides inalatórios
Corticosteróides na regulação da resposta inflamatória
• Mastócitos e basófilos
• Linfócitos
• Macrófagos e monócitos
• Eosinófilos
• Células epiteliais
• Reparo tecidual
Corticosteróides inalatórios na asma
• Possibilidade de reduzir os brutais efeitos
colaterais dos corticosteróides orais
• Benefício para pacientes com quadros
mais leves
• Mellhora da qualidade de vida
• Tentativas iniciais com hidrocortisona e dexametasona: catabolização lenta e elevada absorção pulmonar
• Atualmente uso de drogas mais rapidamente metabolizadas, com elevada afinidade pelo receptor
Corticosteróides inalatórios na asma
Corticosteróides inalatórios utilizados no tratamento da
asma• Dipropionato de beclometasona
– Miflasona 200 ou 400 mcg – Beclosol 250 mcg– Clenil jet 250 mcg – Clenil pulvinal 200 ou 400 mcg– Clenil A 800 mcg/flaconete
• Propionato de fluticasona
– Flixotide 250mcg– Seretide 50/100, 50/250, 50/500
Corticosteróides inalatórios utilizados no tratamento da
asma• Budesonida
– Busonid caps 200 ou 400 mcg– Alenia 6/200 – Pulmicort 100, 200 ou 800 mcg– Symbicort 6/200– Miflonide 200 ou 400 mcg– Novopulmon 200 ou 400 mcg
• Flunisolida
– Flunitec 250 mcg
Efeitos indesejados dos corticosteróides inalatórios
• Efeitos locais
• Efeitos sistêmicos
Inhaled and nasal corticosteroids: safety aspects
Passalacqua et al. 2000 Allergy 55:16-33
Sub-comitê de drogas anti-alérgicas da EAACI
Efeitos locais
• Candidíase orofaringeana– tratamentos de longo prazo
– evitada com uso de espaçadores de grande volume
• Disfonia– associada à droga ativa e não aos propelentes
– miopatia inespecífica dos músculos da laringe
• Tosse e broncoespasmo– efeito associado à hiperreatividade brônquica– associados ao propelente e não à droga ativa
• Alergia de contato– ocasional– eczema perioral e edema de mucosa
Efeitos locais
• Alteração do metabolismo ósseo
– maior efeito sobre os ossos trabeculados
– absorção intestinal reduzida e aumento da perda
renal de Ca++
– aumento da atividade do PTH
– dificuldade de avaliação dos efeitos dos CEI por
fatores individuais (sexo, idade, tabagismo, etc)
Efeitos sistêmicos
• Alteração do metabolismo ósseo
– efeitos observados no metabolismo ósseo
somente detectados por avaliação laboratorial
– efeitos sobre densidade óssea somente em
estudos de muito longo prazo (5 a 10 anos) com
doses elevadas
– exclusão de pacientes > 50 anos e no climatério
= dificuldade de mensurar o risco real
Efeitos sistêmicos
Efeitos sistêmicos
• Inibição do eixo hipotálamo-hipófise-adrenalavaliações por cortisol matutino, ACTH, cortisol urinário de
24 horas, estimulação com ACTH, teste da metirapona e
hipoglicemia induzida por insulina:
– todos os CEI disponíveis atualmente supressão
do eixo dose-dependente
– efeitos com doses acima de 800 g/dia em
adultos e 400 g/dia em crianças
• Efeito sobre o crescimento vertical em crianças
– inibição de todos os componentes do eixo de
crescimento: GH, ILGF, síntese de colágeno, produção de
androgênios na adrenal.
– asma: efeito importante sobre o crescimento
– crescimento em surtos dificulta a interpretação de
estudos de curto prazo
– uso cuidadoso em crianças, com uso da menor dose e
monitorização da estatura
Efeitos sistêmicos
Broncodilatadores de longa duração
Broncodilatação com duração de 12 horas
• Formoterol: dose usual de 12 mcg a cada 12 horas– Disponível em spray e pó seco e em
associações com corticosteróides inalatórios– Foradil , Fluir , Symbicort
• Salmeterol: dose usual de 50 mcg a cada 12 horas– Disponível em spray e pó seco e em
associações com corticosteróides inalatórios– Serevent, Seretide
Broncodilatadores de longa duração
Broncodilatação com duração de 24 horas
• Cloridrato de bambuterol– Bambec 1mg/ml
Crianças até 05 anos = 10 mg/dia
Adultos e crianças > 05 anos = 10 ~20 mg/dia
Xantinas
Ação broncodilatadora com possível efeito anti-inflamatório
– Teofilina• Dose diária de 400 a 600 mg/dia
– Bamifilina • Dose diária de 600 mg/dia
Anti-leucotrienos
• Antagonistas dos receptores dos cisteinyl-leucotrienos
• Montelucaste (Singulair) e Zafirlucaste (Accolate)
• Efeito anti-inflamatório
• Permitem redução das doses de corticosteróides inalatórios
• Asma por exercício
• Monoterapia – contra-indicado
• Vasculite de Churg-Strauss ???
Acetil CoA
Acetil transferase
CoA
PAF
ABBAS, adaptado
Fosfolipase A2 citosólica
Acil fosfolípide Alquil fosfolípide
LYSO- PC LYSO-PAFARAQUIDONATO
5-LIPOXIGENASE
CICLOXIGENASE(COX)
PGE1
PGD2
TXB2
LTC4
LTD4
LTE4
LTB4
LEUCOTRIENOS
PROSTAGLANDINAS
Anti-IgE
• Anticorpo monoclonal anti-IgE Omalizumab - Xolair
• Aplicação parenteral
• Alto custo
• Problema em países em desenvolvimento: papel protetor da IgE
RANTESTNF-
IL-1
Alergeno Epitélio
Asma
N.M.X.C
EosinófiloEosinófilo
Eosinófilo ativadoEosinófilo ativado por anticorpopor anticorpo Degranulação e Degranulação e
liberação de MBPliberação de MBP
Herniação e Herniação e destacamentodestacamento da membranada membrana
ParasitoParasito
IgEIgE