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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu Mestrado em Ciências do Envelhecimento Daiane Fuga da Silva Aspectos psicológicos do idoso diabético em tratamento ambulatorial São Paulo 2019

Aspectos psicológicos do idoso diabético em tratamento … · 2019. 6. 28. · VII Silva, D. F. (2019). Aspectos psicológicos do idoso diabético em tratamento ambulatorial. (Dissertação

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu

Mestrado em Ciências do Envelhecimento

Daiane Fuga da Silva

Aspectos psicológicos do idoso diabético em

tratamento ambulatorial

São Paulo

2019

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu

Mestrado em Ciências do Envelhecimento

Daiane Fuga da Silva

Aspectos psicológicos do idoso diabético em tratamento

ambulatorial

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação

Stricto Sensu da Universidade São Judas Tadeu, como

requisito para obtenção do título de Mestre em Ciências do

Envelhecimento.

Área de concentração: Linha 1 - Doenças crônicas e

degenerativas no envelhecimento

Orientador: Prof. Dra. Adriana Machado Saldiba de Lima

Co-orientadora: Prof. Dra Claudia Aranha Gil

São Paulo

2019

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Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da

Universidade São Judas Tadeu

Bibliotecária: Cláudia Silva Salviano Moreira - CRB 8/9237

Silva, Daiane Fuga da.

S586a Aspectos psicológicos do idoso diabético em tratamento ambulatorial /

Daiane Fuga da Silva. - São Paulo, 2019.

f.: il.; 30 cm.

Orientadora: Adriana Machado Saldiba de Lima.

Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo,

2019.

1. Envelhecimento. 2. Doenças Crônicas. 3. Emoções. I. Lima, Adriana Machado

Saldiba de. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto

Sensu em Ciências do Envelhecimento. III. Título

CDD 22 – 155.67

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À minha avó, Cida (in memoriam),

que me despertou o interesse pelo

envelhecimento. A ela o meu eterno amor.

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V

Agradecimentos

Inicialmente, agradeço à minha orientadora, Dra. Adriana Machado Saldiba de

Lima por todo apoio, inspiração e amizade. Especialmente, por confiar na minha

capacidade para realização deste estudo e estimular o que há de melhor em mim.

Agradeço também à minha co-orientadora, Dra. Claudia Aranha Gil por todo apoio,

inspiração e amizade. Especialmente, por me acolher e impulsionar a minha trajetória

acadêmica.

Aos membros da banca examinadora, Dra. Ana Lucia Gatti e Dra. Leila Salomão

de La Plata Cury Tardivo por aceitarem o convite e pela cuidadosa leitura, avaliação e

discussão do estudo. Sobretudo, por serem fontes de inspiração e admiração.

Aos idosos diabéticos que contribuíram grandemente para a realização desta

pesquisa. Especialmente, pela relação de confiança, carinho e atenção. Levarei esta

vivência para sempre comigo.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),

Universidade São Judas Tadeu, Ambulatório de Endocrinologia e Instituto de Ortopedia

e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de

São Paulo (HCFMUSP), pela confiança e incentivo que possibilitaram a realização deste

estudo.

Ao Dr. Marcelo de Almeida Buriti e Dra. Carla Witter, por terem me apresentado a

pesquisa científica em envelhecimento e serem os responsáveis pela a minha grande

paixão: ser pesquisadora.

Aos meus pais, José e Hebe, por todo amor, paciência e constante apoio. Por

incentivarem o meu desenvolvimento profissional e acadêmico e viverem cada etapa

comigo. Agradeço ao André, por caminhar ao meu lado de forma compreensiva e

amorosa.

Às amigas, Anne e Bruna, por compartilhar momentos de aprendizado, parceria e

amizade. Às amigas do Mestrado, Aline, Helen, Josiane, Maria Daniela, Mayara e

Vanessa, pelo companheirismo, amizade e por tornarem a caminhada mais leve.

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VI

Não sei

Não sei se a vida é curta ou longa demais para nós,

Mas sei que nada do que vivemos tem sentido,

Se não tocarmos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:

Colo que acolhe, braço que envolve,

Palavra que conforta, silêncio que respeita,

Alegria que contagia, lágrima que corre,

Olhar que acaricia, desejo que sacia,

Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,

É o que dá sentido à vida.

É o que faz com que ela não seja nem curta,

Nem longa demais.

Mas que seja intensa, verdadeira e pura enquanto durar.

Feliz aquele que transfere o que sabe

E aprende o que ensina.

Cora Coralina

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VII

Silva, D. F. (2019). Aspectos psicológicos do idoso diabético em tratamento

ambulatorial. (Dissertação de Mestrado) – São Paulo, SP: Universidade São Judas Tadeu.

RESUMO

Com o crescimento da população idosa cria-se a necessidade de maior atenção a

esta faixa etária, especificamente, no que diz respeito às possíveis doenças crônicas que

acometem o idoso. O diabetes mellitus tipo 2 (DM 2) está entre as doenças crônicas mais

frequentes e suas especificidades podem interferir diretamente na qualidade de vida e

sintomas depressivos, dificultando ainda mais o tratamento. O objetivo geral do trabalho

foi compreender e analisar os aspectos psicológicos de pacientes idosos em tratamento

do diabetes. Tratou-se de uma pesquisa de campo do tipo descritiva, quali-quantitativa e

transversal. A coleta dos dados foi realizada no Ambulatório de Endocrinologia e Instituto

de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Foram utilizados os seguintes instrumentos:

questionário de identificação com perguntas relativas aos dados antropométricos e

exames laboratoriais; questionário sociodemográfico; entrevista semidirigida; escala de

qualidade de vida abreviada (WHOQOL-Bref), escala complementar sobre a qualidade

de vida em idosos (WHOQOL–Old), escala de depressão geriátrica (GDS-15), prancha

14 do teste de apercepção temática para idosos (SAT) e questionário desiderativo.

Participaram da pesquisa 35 idosos diabéticos, a maioria do sexo masculino (60%), com

idade média de 68 anos, 65,7% casados, 42,9% aposentados, com grau de escolaridade

entre o fundamental completo e o ensino médio incompleto. Os participantes tinham

renda mensal de um a dois salários mínimos; residiam com mais pessoas, sendo filhos

e/ou netos e a maioria custeava as suas despesas sozinhos. Praticavam atividade física e

tinham hipertensão associada ao DM 2. Os participantes apresentaram sobrepeso,

controle glicêmico inadequado, baixa qualidade de vida e ausência de sintomas

depressivos. Os idosos encararam o diagnóstico da doença com naturalidade, mas

apresentam pouca rede de apoio para lidar com o tratamento. Apresentaram dificuldade

de entrar em contato com seus sentimentos e emoções, bem como, abordaram temas

ligados à solidão, ao abandono e à baixa autoestima. Todos esses fatores podem dificultar

ainda mais a relação do idoso com o diabetes e a adesão ao tratamento.

Palavras-chave: envelhecimento, doenças crônicas, sentimentos, emoções.

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VIII

Silva, D. F. (2019). Psychological aspects the diabetic elderly in outpatient treatment.

(Masters dissertation) – São Paulo, SP: São Judas Tadeu University.

ABSTRACT

There is a great concern to the elderly population, specifically with regard to the

possible chronic diseases that affect this age group. Type 2 diabetes mellitus (DM 2) is

among the most frequent chronic diseases and its specificities can interfere with quality

of life and depressive symptoms, making treatment even more difficult. The objective of

the study was to understand and analyze the elderly patients psychological aspects in

diabetes treatment. This was a descriptive, qualitative and cross-sectional field research.

Data was collected at Ambulatório de Endocrinologia and Instituto de Ortopedia e

Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de

São Paulo (HCFMUSP). The following instruments were used: identification

questionnaire (anthropometric and laboratory exams data); sociodemographic

questionnaire; semidirectional interview; quality of life scale (WHOQOL-Bref),

complementary scale on quality of life for the elderly (WHOQOL-old), geriatric

depression scale (GDS-15), satisfaction test (board 14) for elderly (SAT) and desiderative

questionnaire. The study included 35 elderly people, mean age of 68 years, 60% male,

married couples (65.7%), retirees (42.9%), with a grade of schooling between elementary

school and incomplete secondary school. Participants have a minimum monthly fee; they

lived with more people, being children and/or grandchildren and a large cost as their

expenses alone. Participants practiced physical activity and had hypertensive events

related to DM 2. Participants were overweight according to BMI, inadequate glycemic

control, poor quality of life and absence of depressive symptoms. The elderly considered

the diagnosis of the disease naturally, but presented little support network to deal with the

treatment. They presented difficulties to get in touch with their feelings and emotions, as

well as, they addressed issues related to loneliness, abandonment and low self-esteem.

All of these factors may further hamper the elderly's relationship with diabetes and

adherence to treatment.

Keywords: aging, chronic diseases, feelings, emotions.

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IX

Lista de Tabelas

Tabela 1. Caracterização dos idosos com DM 2, em relação à variáveis numéricas: idade,

dado antropométrico e parâmetros do controle glicêmico ……………………………………. 11

Tabela 2. Caracterização dos idosos com DM 2, em relação à variáveis categóricas: estado

civil, escolaridade, profissão, rendimento, fonte de renda, responsável financeiro, grupo

familiar e atividade física ……………………………………………………………………..

Tabela 3. Caracterização da amostra em relação aos resultados do questionário WHOQOL-

Bref e WHOQOL-Old ..............................................................................................................

12

15

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X

Lista de Quadros

Quadro 1 - Principais aspectos de aplicação da Prancha 14 do SAT nas categorias Percepção

e Motivação (Parte 1) ………………………………………………………………………… 53

Quadro 2 - Principais aspectos de aplicação da Prancha 14 do SAT nas categorias Percepção

e Motivação (Parte 2) ………………………………………………………………………...

Quadro 3 - Principais aspectos de aplicação da Prancha 14 do SAT nas categorias

Sentimentos e Perspectivas para o futuro (Parte 1) ..................................................................

54

55

Quadro 4 - Principais aspectos de aplicação da Prancha 14 do SAT nas categorias

Sentimentos e Perspectivas para o Futuro (Parte 2) …………………………………………

Quadro 5 - Aspectos Gerais de Avaliação do Questionário Desiderativo..................................

56

57

Quadro 6 - Categoria Específica de Análise do Questionário Desiderativo ………………….

Quadro 7 – Categorias Específicas de Análise do Questionário Desiderativo......................................

58

59

Quadro 8 - Categorias Específicas de Análise do Questionário Desiderativo …………………

60

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XI

Lista de Figuras

Figura 1 – A. Correalação de Pearson entre hemoglobina glicada e grau de escolaridade de

dos idosos com DM 2 ……………………………………………………………………........

14

Figura 1 – B. Correlação de Pearson entre frutosamina e grau de escolaridade dos idosos com

DM 2 .........................................................................................................................................

14

Figura 2. Correlação de Pearson entre depressão e escolaridade dos idosos do sexo masculino

com DM 2 ……………………………………………………………………………………. 18

Figura 3. Diagnóstico do DM 2 ................................................................................................ 19

Figura 4. Reação ao diagnóstico do DM 2 ............................................................................... 21

Figura 5. Meios de informação sobre o DM 2 ......................................................................... 23

Figura 6. Tratamento do DM 2 ................................................................................................. 25

Figura 7. Dificuldades no tratamento do DM 2 ........................................................................ 26

Figura 8. Perspectiva para o futuro em relação ao DM 2 ......................................................... 29

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XII

Lista de Abreviaturas e Siglas

AVC – Acidente Vascular Cerebral

CD – Compact Disc

CENPA – Centro de Psicologia Aplicada

DCNT – Doenças Crônicas não Transmissíveis

DM 2 – Diabetes Mellitus tipo 2

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MP3 – MPEG Áudio Layer-3

OMS – Organização Mundial da Saúde

SAT – Teste de Apercepção Temática para Idosos (Senior Apperception Test)

SP – São Paulo

TAT – Teste de Apercepção Temática

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

USJT – Universidade São Judas Tadeu

WHO – World Healt Organization

WHOQOL – World Health Organization Quality of Life

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Sumário

Agradecimentos ................................................................................................................... V

Resumo ………...................................................................................................................................

Abstract ………..................................................................................................................................

Lista de Tabelas ……………………….......………………………….............................................

Lista de Quadros …………...……………………………………………………….......................

Lista de Figuras……………………………………............................…….....................................

Lista de Abreviaturas e Siglas………..............................................................................................

Apresentação ....................................................................................................................................

VII

VIII

IX

X

XI

XII

XVI

1. Introdução…………………………………………………………………………......................

2. Justificativa ……………………………………………………………………….......................

1

4

3. Objetivo.......................................................................................................................................... 5

3.1. Objetivo Geral ……………………….............................................………….......................

3.2 Objetivos Específicos ………………………………………….……………….....................

5

5

4. Método …….……………………………………………………...………………....................... 5

4.1 Desenho do estudo ................................................................................................................... 5

4.2 Participantes ............................................................................................................................

4.3 Instrumentos ............................................................................................................................

4.3.1 Questionário de identificação dos participantes .............................................................

4.3.2 Questionário sociodemográfico ........................................................................................

4.3.3 Entrevista semidirigida .....................................................................................................

4.3.4 Avaliação da qualidade de vida .......................................................................................

4.3.5 Avaliação da depressão .....................................................................................................

4.3.6 Questionário Desiderativo ................................................................................................

4.3.7 Teste de Apercepção Temática para Idosos (SAT) ........................................................

4.4 Procedimentos .........................................................................................................................

4.4.1 Aspectos éticos ...................................................................................................................

4.4.2 Coleta de dados ..................................................................................................................

4.4.3 Análise de dados ................................................................................................................

5

5

5

6

6

6

7

7

8

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8

9

9

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5. Resultados e Discussão .................................................................................................................

5.1 Caracterização dos participantes ..........................................................................................

5. 2 Medidas de qualidade de vida dos participantes ................................................................

5. 3 Medida do grau de depressão dos participantes .................................................................

5.4 Análise das categorias da entrevista semidirigida................................................................

5.5 Análise do Teste de Apercepção Temática para Idosos (SAT) ...........................................

5.5.1 Síntese do Teste de Apercepção Temática para Idosos (SAT) ......................................

5.6 Análise do Questionário Desiderativo ...................................................................................

5.6.1 Síntese do Questionário Desiderativo ..............................................................................

6. Considerações Finais ....................................................................................................................

Referências ........................................................................................................................................

Apêndices ..........................................................................................................................................

Apêndice I – Termo de Consentimento Livro e Esclarecido (TCLE) ......................................

Apêndice II – Questionário de identificação do participante ...................................................

Apêndice III – Questionário sociodemográfico ..........................................................................

Apêndice IV – Entrevista semidirigida .......................................................................................

Apêndice V – Avaliação do Teste SAT .......................................................................................

Apêndice VI – Análise do Questionário Desiderativo ..............................................................

Apêndice VII – CD-ROM com as transcrições das entrevistas semidirigidas, aplicações do

Questionário Desiderativo e SAT ................................................................................................

Apêndice VIII – Aprovação do Projeto no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) ...................

Anexos ...............................................................................................................................................

Anexo I – Escala de qualidade de vida abreviada (WHOQOL-Bref) .....................................

Anexo II – Escala complemente sobre a qualidade de vida de idosos (WHOQOL-Old) .......

Anexo III – Escala de Depressão Geriátrica (GDS-15) .............................................................

11

11

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30

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36

39

40

42

48

48

50

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52

53

57

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62

65

65

72

75

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XVI

Apresentação

Nas últimas décadas, é na população idosa que se observa as taxas mais altas de

crescimento populacional devido ao expressivo aumento da expectativa de vida. Se por

um lado o envelhecimento populacional trouxe os benefícios de uma maior longevidade,

por outro, aumentou a ocorrência do perfil de morbimortalidade, caracterizado por um

aumento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), especificamente, o diabetes

mellitus tipo 2 (DM 2). Assim, a preocupação com as condições de saúde do idoso têm

motivado o desenvolvimento de diversos estudos sobre a velhice.

Diante deste cenário, desde o início da minha formação como psicóloga e

pesquisadora, me dediquei a realizar estudos sobre a temática do envelhecimento. Em

2016, o meu Trabalho de Conclusão de Curso orientado pela Dra. Adriana Machado

Saldiba de Lima e co-orientado pela Dra. Carla Witter, buscou identificar a correlação

entre compulsão alimentar, depressão e ansiedade de idosos diabéticos do Ambulatório

de Diabetes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São

Paulo. Para atingir o objetivo proposto, utilizei questionários que trouxeram resultados

quantitativos sobre a representação do grupo estudado.

A partir disso, motivada pelo meu interesse pessoal e acadêmico, senti a

necessidade de aprofundar e conhecer melhor esta população idosa e diabética, mas,

agora, investigando os aspectos psicológicos também com o uso de testes projetivos e

qualitativos. Para esta investigação, a pesquisa trilhou os passos descritos a seguir, os

quais iniciaram pela introdução que abordou os aspectos gerais do envelhecimento, a

ocorrência de DCNT, especificamente o DM 2. Também foram abordados os aspectos da

qualidade de vida e fatores psicológicos que acometem esta população.

Na sequência são dispostos a justificativa, o objetivo geral e específicos e o método,

que contém informações sobre o processo de execução do estudo. Também são descritos

os critérios para a seleção dos participantes, os materiais utilizados para coleta dos dados

e o procedimento adotado para análise dos resultados.

Posteriormente são expostos os resultados encontrados, que foram dialogados com

a literatura científica especializada. Os resultados foram organizados a partir da

caracterização dos participantes e dos dados encontrados na aplicação de cada teste

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XVII

utilizado, acompanhado de uma síntese dos resultados mais prevalentes.

Ao término, estão dispostas as considerações finais desta pesquisa, que foram

elaboradas a partir de uma reflexão crítica sobre os aspectos mais relevantes. São

abordadas também as limitações deste estudo, assim como sugestões para pesquisas

futuras.

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1

1. Introdução

No Brasil, a partir do ano de 1970, o país teve seu perfil demográfico transformado:

de uma sociedade majoritariamente rural e tradicional, com famílias numerosas e alto

risco de morte na infância, passou-se a uma sociedade principalmente urbana, com menos

filhos e nova estrutura nas famílias brasileiras (Leone, Maia & Baltar, 2010). Esta

transição demográfica ocorreu devido à redução das taxas de mortalidade e queda de

natalidade, além de aspectos de ordem social, cultural e econômica, incluindo os avanços

da medicina, as campanhas preventivas e a implementação de Políticas Públicas,

provocando significativas alterações na estrutura etária da população (Alves, 2008;

Fattori, Santimaria, Neri, Moura & Santos, 2013). Neste cenário, é possível observar um

aumento cada vez mais significativo de pessoas com 60 anos ou mais de idade

(Vasconcelos & Gomes, 2012).

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2018), estima-se

que em 2060 um em cada quatro brasileiros terá 65 anos ou mais, correspondendo a 58,2

milhões de pessoas, 25,5% do total da população. Estima-se que a quantidade de idosos

no país crescerá mais rápido do que a média internacional, enquanto que o número de

idosos no mundo duplicará até o ano de 2050. O fato de a população idosa ter atingido

um crescimento muito maior em comparação aos jovens e crianças tem gerado

consequências, como o aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis

(DCNT), tornando um problema de ordem global (Macuco, Yassuda, Neri & Santos,

2013; Stopa et al., 2014). Na velhice, o caráter ameaçador das doenças crônicas pode ser

percebido de maneira bastante ampliada por seus portadores, por estar associada a

deterioração, ameaça à integridade e diminuição de competências e autonomia

(Giacomin, Santos & Firmo, 2013).

As DCNT caracterizam-se como um grupo de enfermidades, incluídas em um

conjunto mais amplo denominado Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT),

apresentando etiologia multifatorial com início gradual e duração longa ou incerta,

geralmente com manifestações tardias (Secretaria da Saúde, 2008), sendo a inatividade

física, o tabagismo, o uso abusivo do álcool e alimentação não saudável, com o consumo

de alimentos ultra processados, ricos em gorduras e açúcares, fatores de risco para o seu

desenvolvimento (Pereira, Nogueira & Silva, 2015; Graham et al., 2016).

Diante disso, foi elaborado, no Brasil, o Plano de Ações Estratégicas para o

Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que inclui metas de

diminuição nas taxas das principais DCNT entre os anos de 2011 e 2022. A finalidade

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2

desta estratégia é o desenvolvimento e implementação de políticas públicas efetivas,

integradas, sustentáveis e baseadas em evidências para a prevenção e o controle das

DCNT e seus fatores de risco (OMS, 2011).

Além disso, o plano prevê o fortalecimento dos serviços de saúde voltados para a

atenção aos portadores destas doenças. Para alcance das metas traçadas, são prioridades

os seguintes pontos: metodologias para detecção precoce de doenças, monitoramento dos

agravos, programas de prevenção e o sistema médico pessoal. É preciso lembrar que o

simples controle dos agravos crônicos na população mais velha não impacta as taxas das

DCNT a longo prazo. Esse plano será eficaz se suas estratégias atingirem todo o curso de

vida dos indivíduos, isto é, modificando o estilo de vida na infância e com projeção de

manutenção de hábitos saudáveis até a velhice (OMS, 2011). Mesmo diante da existência

deste plano, o país ainda apresenta dificuldades e desigualdades em saúde (Mássimo,

Souza & Freitas, 2015).

Dentre as DCNT mais frequentes, o diabetes mellitus tipo 2 (DM 2) mostra-se em

evidência, pois vem crescendo em consequência do aumento de idosos, da ociosidade, da

obesidade e do aumento da expectativa de vida dos diabéticos (Silva et al., 2016). No

Brasil, o estudo mais abrangente sobre a prevalência do DM 2 foi realizado em 1988 em

nove capitais brasileiras, quando se estimou uma prevalência de 7,4% em adultos com

idade entre 30 e 69 anos (Malerbi & Franco, 1992). Em dados mais atuais, no estudo feito

por Shaw, Sicree e Zimmet (2010), os autores identificaram que no ano de 2010, 285

milhões de indivíduos viviam com DM 2 no mundo e, em 2013, o Brasil ocupou a quarta

posição entre os países com o maior número de diabéticos, sendo que 50% da população

desconhece que tem a doença. Para o ano de 2030, a estimativa é de que esse número

pode chegar a 439 milhões (International Diabetes Federation, 2013; Bertoldi et al.,

2013).

O DM 2 é uma doença crônica causada por uma incapacidade do organismo em

manter a glicemia dentro dos limites normais, levando à hiperglicemia e a um

metabolismo alterado de outras fontes de energia, como os lípides. A falta de insulina é o

principal causador do desequilíbrio metabólico e a hiperglicemia crônica é responsável

pelas complicações tardias, com disfunção e falência de vários órgãos-alvo,

especialmente olhos, rins, nervos, coração e vasos sanguíneos (Sherwin, 1996; Francioni

& Silva, 2007).

O diagnóstico e a vivência do DM 2 exigem importantes alterações no cotidiano

dos pacientes e familiares. Os indivíduos acometidos tendem a ter seu estado de saúde

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3

atual deteriorado com o passar do tempo, por se tratar de uma doença progressiva, quando

complicações devido ao mau controle glicêmico começam a surgir (Silva, Lopes, Feitosa,

Sousa & Oliveira, 2017). Estas alterações podem comprometer o curso e a administração

da doença, de modo a interferir na qualidade de vida destes indivíduos.

O conceito de qualidade de vida relaciona-se à autoestima e ao bem-estar subjetivo

pessoal e abrange uma grande gama de aspectos, tais como: a capacidade funcional, o

nível socioeconômico, o estado emocional, a interação social, a atividade intelectual, o

autocuidado, o suporte familiar, o estado de saúde, os valores culturais, éticos e a

religiosidade, o estilo de vida, a satisfação com o emprego e/ou com as atividades da vida

diária e com o ambiente em que se vive (Neri, 2007). Segundo o Ministério da Saúde

(2002), as complicações do diabetes, levam à limitação da qualidade de vida dos

pacientes, devido a diminuição da sua capacidade funcional, menor comprometimento ao

tratamento, aumento da mortalidade e comorbidades associadas. Desta forma, a qualidade

de vida pode influenciar na adesão ao tratamento, melhorando ou agravando os resultados

clínicos, ou seja, baixo índice de qualidade de vida pode exercer influência negativa no

tratamento do DM 2 (Farias et al., 2014; Gusmai, Novato & Nogueira, 2015).

Em virtude do crescente número de pessoas atingidas e da complexidade de se viver

com o DM 2, pode-se desencadear impactos de ordem psicológica, financeira e social

(Sociedade Brasileira de Diabetes, 2017; Ministério da Saúde, 2013), além de fatores

relacionados ao próprio paciente, como aspectos emocionais e história de vida (Ramos &

Ferreira, 2011). O diagnóstico do DM 2 acarreta muitas vezes um choque emocional para

a pessoa que não está preparada para conviver com as limitações decorrentes da condição

crônica. A vivência do DM 2 quebra a harmonia orgânica e, muitas vezes, transcende a

pessoa do doente, interferindo na vida familiar e comunitária, afetando seu universo de

relações. Para o paciente mudar os hábitos de vida que já estão consolidados e assumir

uma rotina que envolve disciplina rigorosa do planejamento alimentar, da incorporação

ou incremento de atividade física, e uso permanente e contínuo de medicamentos, impõe

a necessidade de entrar em contato com sentimentos, desejos, crenças e atitudes. A

modificação do estilo de vida não se instala magicamente, mas no decorrer de um

percurso que envolve repensar o projeto de vida e reavaliar suas expectativas de futuro

(Péres, Santos, Zanetti & Ferronato, 2007).

Em virtude dessas transformações, podem aumentar os índices de depressão

associado a pacientes com DM 2 (Fontenelle et al., 2003). Segundo Dalgalarrondo (2000),

médico psiquiatra e autor de diversas obras sobre saúde mental, a depressão está

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relacionada à perda do sentido da vida, tristeza persistente e profunda, sentimento de

melancolia, apatia e perda do interesse por atividades que interessavam. Pode ocorrer,

também, anedonia (incapacidade de sentir prazer), irritabilidade, desesperança e

pensamentos negativos. Os pacientes podem apresentar ainda: ruminações com mágoas

antigas, negativismo e pessimismo com relação a qualquer coisa, visão de mundo com

marcas de tédio, vontade de dormir e não mais acordar.

Além disso, fatores de ordem sociodemográfica têm revelado influência no

processo de controle glicêmico, especificamente, o grau de escolaridade do indivíduo

portador da doença. A escolaridade coloca-se como um importante indicador e tal

característica implica em riscos diferenciados no adoecer e morrer, uma vez que está

relacionada ao acesso e ao consumo dos serviços de saúde, bem como influência nas

decisões sobre alimentação, cuidados com o corpo e prevenção de agravos da doença

(Flor & Campos, 2017). A desigualdade no acesso e utilização dos serviços de saúde está

relacionada ao nível econômico, sendo que o grau de escolaridade está vinculado ao

autocuidado (Assunção et al., 2017; Souza, Figueiredo & Machado, 2017).

2. Justificativa

Diante do aumento da população idosa em paralelo à ocorrência de Doenças

Crônicas não Transmissíveis (DCNT), o DM 2 tem atingido grande parte da população.

O idoso que vivência adaptações e ajustamentos inerentes ao processo de envelhecimento,

ainda se depara com questões particulares da doença e seus aspectos psicológicos

desencadeadores, que podem comprometer ainda mais o tratamento, dificultando a sua

compreensão e contato com o DM 2.

Esse trabalho se justifica por trazer contribuições ao campo do conhecimento das

repercussões psicológicas que a doença pode evocar na vida dos idosos e, ao mesmo

tempo, convida à reflexão de proposta para atuação, sendo essa uma justificativa do ponto

de vista da prática profissional do psicólogo em equipes multidisciplinares. Assim, torna-

se relevante abordar aspectos que envolvem este grupo, especificamente, considerando as

particularidades de sua dinâmica psíquica, que podem refletir na manutenção da doença,

tendo em vista os maiores cuidados que deve haver no envelhecimento, em específico, no

diabetes.

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3. Objetivo

3.1 Objetivo Geral

Compreender e analisar os aspectos psicológicos de pacientes idosos em tratamento

do diabetes.

3.2 Objetivos Específicos

a) Avaliar a qualidade de vida dos idosos diabéticos;

b) Investigar sintomas depressivos em idosos diabéticos;

c) Correlacionar: dados sociodemográficos, exames laboratoriais, depressão e qualidade

de vida dos idosos diabéticos;

d) Avaliar a vivência de vida do idoso com relação ao DM 2;

4. Método

4.1 Desenho do estudo

Pesquisa de campo, do tipo descritiva, quali-quantitativa e transversal.

4.2 Participantes

A amostra foi composta por 35 pacientes do Ambulatório de Diabetes e Instituto de

Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo – HCFMUSP. Foram incluídos no estudo idosos de ambos os

sexos, portadores de DM 2, com faixa etária de 60 a 85 anos, frequentadores do

Ambulatório de Diabetes e Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HCFMUSP, os

quais ocorrem às terças-feiras, no período das 13 horas às 15 horas. Não foram incluídos

no estudo, indivíduos portadores de complicações neurológicas e que receberam

diagnóstico recente de diabetes, há menos de um ano, considerando os aspectos

psicológicos que se intensificam com o maior tempo de doença.

4.3. Instrumentos

4.3.1 Questionário de identificação dos participantes

Para conhecer os participantes, foi elaborado um questionário de identificação

(Apêndice II) com perguntas relativas ao nome; data de nascimento; estado civil;

profissão; gênero; prática de atividade física; e doenças adquiridas. Neste instrumento,

também foram registrados os dados antropométricos (massa corporal, estatura, índice de

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massa corporal - IMC) e exames laboratoriais (glicose plasmática, hemoglobina glicada,

frutosamina) que demonstram o controle glicêmico dos pacientes.

Essas informações estavam disponíveis no prontuário eletrônico de cada paciente,

cujo acesso foi por meio dos computadores do Ambulatório de Diabetes do HCFMUSP.

Em todas as consultas, a equipe multidisciplinar aferia as medidas antropométricas e os

pacientes traziam exames bioquímicos atualizados, que eram inseridos no prontuário

eletrônico.

4.3.2 Questionário sócio demográfico

No intuito de analisar o perfil da amostra, foi utilizado um questionário sócio

demográfico (Apêndice III) para identificar os seguintes aspectos: nível de escolaridade;

rendimento familiar mensal; fonte de renda; principal responsável financeiro; e grupo

familiar com quem reside.

4.3.3 Entrevista semidirigida

Foi elaborado pela pesquisadora, um roteiro de entrevista semidirigida (Apêndice

IV), com cinco perguntas relativas ao diagnóstico do DM 2, especificamente: principais

meios de informação sobre a doença, forma de administração do tratamento e principais

dificuldades, e perspectivas para o futuro.

As entrevistas foram gravadas em áudio (MP3) e posteriormente transcritas na

íntegra pela pesquisadora. Os dados foram transferidos para a mídia de CD-ROM e

encontram-se no Apêndice VII.

4.3.4 Avaliação da qualidade de vida

Considerando as diversas transformações que ocorrem na vida do idoso com DM

2, fez-se necessário verificar a qualidade de vida desta população. Para isto, foi aplicado

o questionário WHOQOL-Bref (Anexo I), criado por Power e Schmidt (1998) e validado

no Brasil por Fleck et al., (2000), que consiste em 26 questões que avaliam quatro

domínios: físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente. Quanto mais elevada a

pontuação obtida na aplicação do questionário, melhor é a avaliação da qualidade de vida.

Para complementar esta avaliação, foi aplicado WHOQOL-Old (Anexo II), que é

um instrumento que mensura a qualidade de vida específica da população idosa, composto

por 24 itens divididos em seis facetas. Cada uma das facetas possui quatro itens, portanto,

para todas as facetas o escore dos valores pode oscilar de 4 a 20. Os escores destas seis

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facetas ou os valores dos 24 itens podem ser combinados, para produzir um escore geral

(global) para a qualidade de vida em idosos. Basicamente, escores altos representam uma

alta qualidade de vida e escores baixos representam uma baixa qualidade de vida (Fleck,

Chachamovich & Trentini, 2003).

4.3.5 Avaliação da depressão

Para identificar possível estado depressivo, foi utilizada a Escala de Depressão

Geriátrica (GDS) (Anexo III), elaborada por Yesavage et al. (1983), que tem o objetivo

de mensurar a presença e a intensidade de sintomas depressivos na população idosa.

Trata-se de uma escala de fácil aplicação, composta por respostar do tipo Sim/Não. Em

sua versão original, é composta por 30 perguntas, possuindo também versões reduzidas

com 15, 12, 10, 4 e 1 perguntas. Neste estudo foi utilizada a versão areviada de 15

perguntas, adaptada e validada por Almeida e Almeida (1999).

O uso da escala de depressão se justifica dada a elevada incidência de sintomas

depressivos constatadas na população idosa, caracterizando-se como uma das

psicopatologias mais presentes nesta população. Esta escala foi analisada a partir do

número de respostas positivas para a sintomatologia depressiva, sendo que, quanto maior

a pontuação obtida na escola, mais sintomas depressivos estão presentes. As pesquisas

brasileiras com a GDS-15 sugerem o ponto de corte de 5/6, que foi, portanto, adotado no

presente estudo. (Almeida & Almeida, 1999; Paradela, Louenço & Veras, 2005).

4.3.6 Questionário Desiderativo

Este instrumento (Apêndice VI) é uma técnica projetiva que foi apresentada em

sua forma original em 1946 pelos psiquiatras argentinos J.M. Pigen e J. Cordoba. As

instruções propõem ao sujeito: “Se você não pudesse ser uma pessoa, o que mais gostaria

de ser?” É pedido, então, que o sujeito explique: “Por que você gostaria de ser...?” A

pergunta é repetida por mais duas vezes, abrangendo os reinos animal, vegetal e

inanimado. Em seguida, é feita a eleição negativa: “Se você não pudesse ser uma pessoa,

o que você menos gostaria de ser? Por quê?” São percorridos, mais uma vez, os três

reinos, totalizando três escolhas e três rejeições.

Nesta tarefa, o entrevistado vive uma situação de ameaça à sua identidade,

envolvendo a sua pseudo-morte (perda e luto). A possibilidade de enfrentar e modificar

ou sucumbir à ansiedade presente no teste depende da sua capacidade de reestruturar o

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seu mundo interno, através da criação de símbolos1. Esta técnica tem a sua utilização

baseada no referencial psicanalítico e, em 2000, Nijankim e Braude propuseram a

atualização da técnica e, segundo as autoras, à medida que o sujeito articula a

fundamentação de suas respostas ele transmite o significado pessoal que o símbolo

escolhido tem para si. Desta forma, o sujeito irá demonstrar o modo como simboliza e

significa a realidade. Dessa forma, em presença de certas situações, em geral figuradas

por imagens possivelmente relacionadas com conflitos vividos, ou por instruções, o

sujeito responde aos estímulos em função dos próprios problemas, dando livre curso às

ideias inconscientes (Tardivo & Pinto Junior, 2012; Tardivo, Pinto Junior & Vieira,

2012).

Esta técnica tem sido de grande utilidade para determinar características de

personalidade do paciente, sua bagagem defensiva, os pontos de fixação predominantes,

os conflitos básicos, a força do ego, a maturidade ou imaturidade do superego, os aspectos

afetivos, o tipo de relações objetais, o desenvolvimento cognitivo ou aptidões intelectuais,

interesses, aspectos valorizados e desvalorizados de si mesmo, auto-estima, auto-imagem,

identificação, imagem corporal, identidade sexual e desempenho das funções do ego, pois

permitem obter informações a respeito de como são os objetos introjetados e projetados

pelo participante (Nijamkim & Braude, 2000; Tardivo, et al., 1999; Grassano, 1997).

A sua aplicação no presente estudo, tem a finalidade de identificar o modo como o

idoso diabético simboliza e significa a realidade, especificamente, em relação à doença.

As respostas foram gravadas e a transcrição, encontra-se no CD-ROM (Apêndice XII).

4.3.7 Teste de Apercepção Temática para Idosos (SAT)

O SAT é constituído por 17 pranchas com temáticas referentes ao envelhecimento,

caracterizando-se como um teste projetivo que possibilita a investigação de questões e

problemáticas específicas desta etapa da vida. A tarefa deste teste consiste na solicitação

de uma história com começo, meio e fim (Tardivo, Miguel, Silva & Tosi, 2012).

Neste estudo, utilizamos a prancha de número 14, tendo em vista a relação entre os

objetivos do trabalho e as normas temáticas estipuladas pelo manual para cada uma das

pranchas em questão. A figura 14 é denominada “no banheiro” e retrata uma pessoa frente

1 Um símbolo é todo objeto ou representação abstrata e verbal, que adquire capacidade

representativa de outros objetos, baseado em uma ligação de significado (Grassano,

1997).

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a um armário de banheiro e evoca temas como autonomia e independência para cuidar de

si, cuidados pessoais e necessidade de tomar remédios frente ao adoecimento.

A história foi gravada em um equipamento de áudio visando facilitar a coleta das

informações e sem modificações no seu conteúdo. A sua transcrição encontra-se no CD-

ROM (Apêndice XII).

4.4 Procedimentos

4.4.1 Aspectos éticos

Inicialmente, o projeto foi cadastrado na Plataforma Brasil e aprovado sob o número

do parecer 2.144.289 e o número do CAAE: 68825417.5.0000.0089 (Apêndice VIII).

Todos os participantes que aceitaram fazer parte deste estudo assinaram e rubricaram

todas as folhas do termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice I), segundo

critérios do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), o qual foi apresentado em duas vias,

sendo uma via para os participantes e outra via para a pesquisadora. Além disso, o

trabalho seguiu as normas éticas para pesquisas com seres humanos, estabelecidas pela

Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 466/2012.

4.4.2 Coleta de dados

Para a coleta dos dados e aplicação dos instrumentos, os pacientes foram abordados

no momento de espera da consulta médica no Ambulatório de Diabetes e Instituto de

Ortopedia e Traumatologia do HCFMUSP. A administração dos instrumentos ocorreu de

forma individual, em uma sala cedida pelo próprio Ambulatório de Diabetes Instituto de

Ortopedia e Traumatologia.

Inicialmente, os pacientes que aceitaram participar do estudo assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que foi apresentado em duas vias, sendo uma

via para o participante e outra via para a pesquisadora e, na sequência, iniciou-se a

aplicação dos instrumentos, obedecendo à seguinte ordem: questionário relativo aos

dados de identificação e questionário sociodemográfico; entrevista semidirigida;

questionário de qualidade de vida (WHOQOL-Bref e WHOQOL-Old); Escala de

Depressão Geriátrica (GDS-15); Questionário Desiderativo; e, por último, a prancha de

número 14 do Teste de Apercepção Temática para Idosos (SAT).

Em virtude da maioria dos participantes apresentarem comprometimento na leitura

e escrita, a pesquisadora fez a aplicação dos instrumentos oralmente e pontuou as

respostas mencionadas pelos idosos. Ao final da coleta, a pesquisadora acessou o

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prontuário eletrônico de cada paciente, para complementar as informações com os dados

antropométricos e exames laboratoriais recentes. Todas as informações coletadas pelos

diferentes instrumentos empregados neste estudo foram armazenadas em local seguro e,

após o prazo de cincos anos, serão incinerados.

4.4.3 Análise dos dados

Os testes projetivos (SAT e Questionário Desiderativo) foram analisados conforme

os parâmetros de cada técnica utilizada, com o objetivo de compreender a dinâmica

psíquica do participante. A partir da análise qualitativa, buscou-se compreender esta

dinâmica, partindo do significado vivenciado para o indivíduo (Turato, 2005).

Com o objetivo de estabelecer correlações entre os testes utilizados, os resultados

dos testes projetivos e dados quantitativos (questionário sociodemográfico, dados

antropométricos e exames laboratoriais, WHOQOL-breef, WHOQOL-Old e GDS-15),

foram tabulados em planilha eletrônica no Microsoft Excel (Pacote Office 2016) e

calculados no Software GraphPad Prism 8.0. Foi adotada estatística descritiva (média,

desvio padrão) para descrever o perfil da amostra estudada e foram feitas correlações de

Pearson e Teste T de Student, para identificar possível associação entre as variáveis.

Com relação à análise das entrevistas semidirigidas, foi adotado a Análise Temática

de Conteúdo, segundo Minayo (2007). Esta análise é dividida em três etapas: pré-análise;

exploração do material ou codificação e tratamento dos resultados obtidos/ interpretação.

A etapa da pré-análise compreende a leitura flutuante e requer do pesquisador o contato

direto e intenso com o material de campo. O pesquisador procede à formulação e

reformulação de hipóteses, que se caracteriza por ser um processo de retomada da etapa

exploratória por meio da leitura do material e o retorno aos questionamentos iniciais.

Na etapa da exploração do material, o investigador busca encontrar categorias que

são expressões ou palavras significativas em função das quais o conteúdo de uma fala

será organizado. A categorização consiste num processo de redução do texto às palavras

e expressões significativas. Posteriormente, o pesquisador escolhe as regras de contagem

por meio de codificações e índices quantitativos. Na última etapa, o pesquisador realiza a

classificação e a agregação dos dados, escolhendo as categorias teóricas ou empíricas,

responsáveis pela especificação do tema. A partir disso, o pesquisador propõe inferências

e realiza interpretações, inter-relacionando-as com o quadro teórico desenhado

inicialmente ou abre outras pistas em torno de novas dimensões teóricas e interpretativas,

sugeridas pela leitura do material.

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5. Resultados e Discussão

5.1 Caracterização dos participantes

Para caracterização dos idosos diabéticos, foram coletados os seguintes dados:

nome, gênero, idade, estado civil, escolaridade, profissão, rendimento, responsável

financeiro; grupo familiar; prática de atividade física, doenças adquiridas além do DM 2,

dado antropométrico (IMC), exames laboratoriais (glicemia2, hemoglobina glicada3,

frutosamina4). A seguir, os resultados serão apresentados na Tabela 1 e Tabela 2.

Tabela 1

Caracterização dos idosos com DM 2, em relação à variáveis numéricas: idade, dado

antropométrico e parâmetros do controle glicêmico.

Geral

Homens

Mulheres

(n=35) (n=21) (n=14)

Média (DP) Média (DP) Média (DP)

Idade (anos) 68 (5,1) 67,2 (3,1) 69,5 (7,1)

IMC (Kg/m2) 28,2 (4,3) 27,7 (4,2) 28,7 (4,6)

Glicemia (mg/dL)1 153,5 (56,1) 145,4 (51,3) 165,6 (62,6)

Hemoglobina glicada (%)1 8,2 (1,8) 8 (2) 8,6 (1,4)

Frutosamina (µmol/L)1 345,5 (80,6) 326,5 (78,5) 373,4 (78,2)

IMC: Índice de Massa Corpórea; DP: desvio padrão. 1Valores de referência: Glicemia 70 a 100 mg/dL; Hemoglobina glicada < 5,7%;

Frutosamina 205 a 285 µmol/L (Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2017).

De acordo com os dados, a maioria dos participantes é do sexo masculino (60%)

com idade média de 68 anos. Embora haja uma feminilização da velhice (Luz et al., 2014),

em nossa amostra, foram selecionados mais participantes do sexo masculino, pois os

idosos que participaram da pesquisa advindos do Instituto de Ortopedia e Traumatologia

do HCFMUSP foram predominantemente do sexo masculino e se sobrepôs às mulheres.

Estudos com pacientes diabéticos atendidos em Unidades Básica de Saúde de outros

municípios (Faria et al., 2014; Pereira et al., 2012), assim como no nosso estudo, também

encontraram média de idade de 60 a 69 anos.

2 Concentração de glicose no sangue. 3 Valor da glicose presente no sangue nos últimos três meses. 4 Variação da glicose presente no sangue nas últimas duas semanas.

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Em relação à antropometria e exames laboratoriais é possível notar que de acordo

com a média do IMC, os idosos apresentam sobrepeso5, e os parâmetros do controle

glicêmico (glicemia, hemoglobina glicada e frutosamina) estão acima do recomendado

pela Sociedade Brasileira de Diabetes (2017). No estudo de Franchi et al., (2010), os

autores também identificaram que os idosos com DM 2 apresentavam sobrepeso e perfil

glicêmico acima do normal. Um controle glicêmico inadequado está relacionado com

diversas complicações crônicas de alta prevalência no diabetes (Sociedade Brasileira de

Diabetes, 2017).

A seguir, será apresentado os resultados da Tabela 2.

Tabela 2

Caracterização dos idosos com DM 2, em relação à variáveis categóricas: estado civil,

escolaridade, profissão, rendimento, fonte de renda, responsável financeiro, grupo

familiar e atividade física.

5 IMC normal varia de > 22 a < 27 kg/m2, conforme a classificação de IMC para idosos

(Diretrizes Brasileira para Obesidade, 2016).

Categorias Frequência %

Estado civil

Casado 23 65,7

Viúvo 6 17,1

Solteiro 5 14,3

Divorciado 1 2,9

Escolaridade

Nunca foi à escola 4 11,5

Fundamental incompleto 6 17,1

Fundamental completo 12 34,3

Ensino médio incompleto 2 5,7

Ensino médio completo 6 17,1

Superior incompleto 0 0

Superior completo 3 8,5

Especialização 2 5,8

Profissão

Aposentado 23 65,7

Outros 12 34,3

Rendimento

Menos de 1 salário mínimo 2 5,7

De 1 à 2 salários mínimos 17 48,6

Acima de 2 salários mínimos 16 45,7

Fonte de renda

Reforma por tempo de trabalho 15 42,9

Trabalho 8 22,9

Reforma por invalidez 2 5,7

Subsídio por doença 1 2,8

Reforma por idade 7 20,0

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No que diz respeito ao estado civil, 65,7% são casados e a maioria apresenta grau

de escolaridade entre o fundamental completo e o ensino médio incompleto, sendo que o

sexo masculino revela um grau de escolaridade superior ao das mulheres: os homens

ficaram na faixa de ensino médio incompleto à ensino médio completo, enquanto que as

mulheres ficaram entre o ensino fundamental completo e o ensino médio incompleto.

A escolaridade pode ser considerada como um dos determinantes sociais de saúde

e pode impulsionar a busca por melhores hábitos de vida (Organização Mundial da Saúde,

2010). Nos indivíduos com maior escolaridade, a aquisição de conhecimento e a

compreensão das orientações dos profissionais no cuidado com sua saúde podem tornar-

se mais fáceis, levando-os a adotar comportamentos saudáveis (Patrocínio & Pereira,

2013). Assunção et al. (2017) fizeram uma análise bivariada para associar o conhecimento

que os pacientes tinham sobre o diabetes com o nível de escolaridade, cujo resultado foi

significativo (p<0,001), indicando que o nível de escolaridade pode influenciar no

adequado controle glicêmico.

Referente à profissão, a maioria dos participantes é aposentado por tempo de

trabalho (42,9%), sendo esta a maior fonte de renda. O valor aproximado da renda mensal

dos participantes foi categorizado e corresponde a: abaixo de um salário mínimo (5,7%),

de um a dois salários mínimos (48,6%) e mais de dois salários mínimos (45,7%).

Referente ao responsável financeiro, foi perguntado com quem estava a responsabilidade

econômica da casa. Os participantes podiam responder: se é do próprio participante, se

há uma divisão de despesas, se o sustento é realizado por filhos, netos ou outros. 51,5%

dos participantes custeia suas despesas e, além disso, 82,9% mora com mais pessoas,

sendo filhos e/ou netos.

Em relação à atividade física, 54,3% não fazem atividade física. Entre as mulheres

31,29% e entre os homens 68,71%. Com relação às doenças adquiridas, além do DM 2,

Outros 2 5,7

Responsável financeiro

Individual 18 51,5

Divisão de despesas 15 42,9

Filhos 1 2,8

Outros 1 2,8

Grupo familiar

Mora sozinho 6 17,1

Mora com mais pessoas 29 82,9

Atividade física

Sim 16 45,7

Não 19 54,3

Total 35 100

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destaca-se a hipertensão (63%), colesterol (17%), insuficiência renal (17%) e 11%

relataram questões visuais (glaucoma, catarata, deslocamento e sangramento da retina).

Para Pereira (2016), os indivíduos com menor renda e menor escolaridade são de duas a

quatro vezes mais propensos a ter pior controle glicêmico do diabetes, ou seja, a

população menos favorecida tende a enfrentar maiores dificuldades no tratamento e

adquirir comorbidades associadas. No trabalho de Franco, Heleno e Lopes (2013), os

autores verificaram que não houve relação entre controle glicêmico e atividade física,

entretanto, observaram que, de fato, quanto maior o tempo da doença, pior o controle

glicêmico.

Ao realizar correlações de Pearson, observamos uma correlação negativa entre a

hemoglobina glicada e frutosamina com o grau de escolaridade de todos os participantes.

Ou seja, quanto menor o grau de escolaridade dos pacientes, pior o controle do diabetes,

refletido por valores altos de hemoglobina glicada e frutosamina (Figura 1, A e B).

A B

Figura 1- A. Correalação de Pearson entre Hemoglobina Glicada e grau de escolaridade

dos idosos com DM 2. B. Correlação de Pearson entre frutosamina e grau de escolaridade

dos idosos com DM 2.

Os resultados demonstram que a baixa escolaridade está relacionada com o aumento

da descompensação glicêmica de pacientes diabéticos. Sampaio et al. (2015) verificaram

a prevalência de descompensação no quadro de DM 2 entre as pessoas mais velhas e

0 10 20 300

5

10

15

p = 0,001r = -0,53

n = 35

Escolaridade (anos)

Hem

og

lob

ina g

licad

a (%

)

0 10 20 300

200

400

600

p < 0,0001

r = -0,52

n = 35

Escolaridade (anos)

Fru

tosam

ina

(m

mo

l/L

)

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15

menos escolarizadas. Ressaltando a importância da educação, principalmente naqueles

com maior idade e menos anos de estudo.

5.2 Medidas de qualidade de vida dos participantes

A seguir, será apresentado na Tabela 3 os resultados obtidos no WHOQOL-Bref e

WHQOL-Old.

Tabela 3

Caracterização da amostra em relação aos resultados do questionário WHOQOL-Bref e

WHOQOL-Old.

DP: desvio padrão.

*Valores de referência: Teste T de Student; p<0,005 em relação aos homens.

De acordo com a Tabela 3, é possível observar que em média, a população geral

estudada apresentou o escore de 69,4±16,0 para o WHOQOL-Bref e de 65,1±12,6 para o

WHOQOL-Old. Embora não haja ponto de corte para interpretar esses resultados, estudos

buscam estabelecer uma estimativa como preditores da qualidade de vida. Silva, Soares,

Santos e Silva (2014), em estudo com 391 idosos, identificaram que pontuação < 60 no

WHOQOL-Bref obteve sensibilidade (95%) e valor preditivo negativo para pior

qualidade de vida. Com relação ao WHOQOL-Old, não há estudos que estabelecem

Geral

(n=35)

Homens

(n=21)

Mulheres

(n=14)

Média

(DP)

Mínimo/

Máximo

Média

(DP)

Mínimo/

Máximo

Média

(DP)

Mínimo/

Máximo

WHOQOL-BREF

Domínio Físico 61,8 (22,6) 17,9/96,4 64,1 (20,5) 25/96,4 58,4 (25,7) 17,8/92,8

Domínio psicológico 74,4 (17,4) 25/100 76,3 (15,4) 37,5/95,8 71,4 (20,4) 25/100

Domínio Relações sociais 71,9 (18,7) 25/100 74,2 (20,5) 25/100 68,4 (15,7) 41,6/100

Domínio meio ambiente 69,7 (16,3) 25/100 68,9 (15) 37,5/90,6 70,9 (18,7) 25/100

Média total 69,4 (16,0) 31,3/94,1 70,9 (15,8) 31,3/90,5 67,3 (16,7) 38,8/94,1

WHOQOL-OLD

Funcionamento do

Sensório 65,8 (28,2) 0/100 67,5 (25) 18,7/93,7 63,3 (33,2) 0/100

Autonomia 67,1 (17,6) 25/100 66 (13,9) 37,5/87,5 68,7 (22,6) 25/100

Atividades presentes,

passadas, futuras 71,2 (17,1) 31,25/100 71,4 (17,0) 31,2/93,7 70,9 (17,9) 37,5/100

Participação Social 58,3 (24,0) 6,25/100 62,5 (16,7) 18,75/93,7 52,2 (31,7) 6,2/100

Morte e morrer 44,4 (28,7) 0/100 52,6 (26,7) 0/100 32,1 (28,1)* 0/81,2

Intimidade 83,7 (26,5) 50/100 80,9 (18,1) 50/100 87,9 (12,1) 68,7/100

Média total 65,1 (12,6) 33,3/85,4 66,8 (11,1) 41,7/85,4 62,5 (14,6) 33,3/83,3

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16

estimativas de ponto de corte, portanto, segue-se o que foi estabelecido pelo grupo

WHOQOL, sendo que, escores mais próximos de 100 indicam melhor qualidade de vida

(Who, 1998). Em estudo comparativo entre 50 idosos saudáveis e 50 idosos diabéticos,

Beltrame (2008) verificou os seguintes resultados: WHOQOL-Bref (78,6±8,1) e

WHOQOL-Old (79,6±7,4) na população saudável; WHOQOL-Bref (73,8±9,5) e

WHOQOL-Old (76±11,5) nos idosos diabéticos. Indicando que a qualidade de vida dos

idosos diabéticos do presente estudo é menor, quando comparado à outras pesquisas.

No trabalho de Bazello, Portella, Antunes e Gatti (2016), os autores avaliaram 36

homens idosos e encontraram no WHOQOL-Bref um valor de 79,30 ± 8,97. Em estudo

recente, Dias e Ribeiro (2018) avaliaram 400 idosos inseridos em uma comunidade

brasileira e identificaram o escore de 69,3 ± 7,8 no WHOQOL-Old. Esses dados indicam

que a qualidade de vida dos idosos diabéticos do presente estudo é inferior em

comparação à outras pesquisas.

Quando avaliamos os domínios desses instrumentos, observamos maior escore do

WHOQOL-Bref nos domínios Psicológico e Relações Sociais, que diz respeito a

sentimentos positivos, espiritualidade, autoestima, relações pessoais e suporte (apoio)

social. Lima et al., (2018) ao avaliarem a qualidade de vida em idosos com DM 2, também

observaram que os domínios do WHOQOL-Bref com maiores escores foram: relações

sociais (66,70 ± 20,95) e psicológico (60,18 ± 14,89).

No WHOQOL-Bref o menor escore foi no domínio Físico na amostra total. Este

domínio se refere à necessidade do paciente em levar um tratamento médico em sua vida

diária e sensações de dor, desconforto, fadiga, entre outros aspectos (Dahmer et al., 2015).

Pontuações baixas nesse domínio corroboram a fragilidade inerente às complicações do

processo do envelhecimento e do diabetes. Beltrame (2008) também observou uma menor

qualidade de vida no domínio físico do WHOQOL-Bref em pacientes diabéticos com

média de idade de 68,7±5,1 anos.

Em relação ao WHOQOL-Old, os domínios Intimidade e Atividades presentes,

passadas e futuras, apresentaram pontuação elevada. No estudo de Lima et al., (2018), os

autores também identificaram que os melhores escores foram: intimidade (69,51±23,48)

e atividades passadas, presente e futura (66,10±18,22). Quando separamos por sexo,

apenas observamos uma diferença significativa no escore da faceta Morte e Morrer que

foi menor entre as mulheres quando comparado com os homens. Segundo Torres,

Camargo, Boulsfield e Silva (2015), para os homens, o envelhecimento é representado

através de uma perspectiva patológica e negativa (doença, solidão e incapacidade) que se

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relaciona com o elemento aposentadoria, indicando o quanto a perda do trabalho está

vinculada às perdas da saúde, dos contatos sociais e da capacidade física, além de indicar

a proximidade de finitude da vida. O que justifica o alto score na faceta Morte e Morrer.

5.3 Medida do grau de depressão dos participantes

Para identificar o grau de depressão nos idosos diabéticos, utilizou-se a Escala de

Depressão Geriátrica (GDS-15). Para melhor entendimento, os resultados serão

apresentados de acordo com a média ± desvio padrão.

A amostra geral obteve os valores de 4 ± 2,3, que represente ausência de depressão.

Entretanto, este número está muito próximo do valor de corte considerado para classificar

sintomas depressivos6. Em pacientes com diabetes, a prevalência da depressão apresenta-

se ainda maior, acometendo 20% de toda a população diagnosticada (Linhares et al.,

2015). Os mesmos autores relatam que, embora a associação entre diabetes e depressão

ainda não esteja completamente compreendida, existem duas principais teorias que

explicam essa relação. A primeira está associada ao aumento de dopamina, adrenalina e

noradrenalina no paciente com depressão, que desencadearia o aumento da glicemia. A

segunda considera os efeitos neuroquímicos sobre os sistemas centrais diminuindo a

atividade dessas aminas. Compreendendo assim, a relação entre diabetes e depressão

como variáveis relacionais.

Na Figura 2, verificamos uma correlação negativa entre o grau de escolaridade e

depressão entre a amostra geral.

6 Nos estudos brasileiros, o ponto de corte considerado para classificar sintomas

depressivos é de 5/6 (Almeida & Almeida, 1999; Paradela, Louenço & Veras, 2005).

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Figura 2. Correlação de Pearson entre depressão e escolaridade dos idosos do sexo

masculino com DM 2.

Observa-se na Figura 2 uma correlação negativa entre a depressão e o nível escolar,

ou seja, quanto mais anos de escolaridade menores os sintomas depressivos. O que indica

que o conhecimento pode ser um recurso para desenvolver maiores habilidades de

enfrentamento, especificamente, em situações que possam ocasionar sintomas

depressivos. Pinho, Custódio & Makdisse (2009) ressaltam que a depressão geriátrica

está associada a inúmeros fatores de risco, dentre eles, a baixa escolaridade.

Quando separado por sexo, os homens obtiveram o resultado de 3 ± 1,8 e as

mulheres 4,7 ± 2,7. O que pode indicar que, quando as mulheres apresentam um maior

número de sintoma depressivos pode haver maior negligência de cuidados consigo

própria e consequentemente, com o tratamento do DM 2, comprometendo ainda mais a

sua relação com a doença. Segundo Salomé, Blanes e Ferreira (2011), a depressão é 50 a

75% mais frequente em mulheres diabéticas do que nos homens. As causas dessas

diferenças são desconhecidas, porém, existem possibilidades de relação com influências

hormonais, predisposição genética ligada ao cromossomo X, ao fato dos sintomas

depressivos serem culturalmente mais observáveis no sexo feminino, por sua maior

facilidade em expressar suas emoções, tornando mais visível que no sexo masculino.

5.4 Análise das categorias da entrevista semidirigida

Para análise das entrevistas, foram identificadas e agrupadas seis categorias com

unidades temáticas, que, em seguida, foram divididas em unidades de significado segundo

a Análise Temática de Conteúdo (Minayo, 2007).

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Para melhor compreensão, foram criadas Figuras constando o nome da Categoria

Temática (vertical), suas Unidades de Significado (horizontal) e o número de

participantes que fizeram parte daquela Unidade de Significado. Para garantir o

anonimato, os idosos foram identificados com a letra “P” seguido de seu número

correspondente (exemplo: P1; P2; e assim, sucessivamente). Os dados encontram-se a

baixo.

Figura 3. Diagnóstico do DM 2.

Buscou-se compreender a forma como os pacientes descobriram que estavam com

diabetes e, entre os fatores responsáveis pelo diagnóstico, a unidade de significado que

mais se destacou foi “sintomas físicos”, que se refere a falhas na acuidade visual, cansaço,

boca seca e vontade exacerbada de urinar. Segundo P7, “Eu sentia muita sede”; P20: “Eu

comecei a ir muito no banheiro e tinha secura na boca” e P23: “Comecei a sentir uma

fraqueza (...) vi que a visão não tava normal”. O reconhecimento desses sinais e sintomas

da doença são fundamentais para o diagnóstico, pois servem de parâmetros para avaliar

possível presença do diabetes e iniciar o tratamento, para evitar maiores comorbidades

associadas à doença (Pace et al., 2006).

A descoberta da doença através de “Exames de rotina”, esteve presente em doze

participantes, validando que o diabetes é considerado uma doença silenciosa e que muitas

vezes, seu diagnóstico pode ser tardio. Segundo P4 “Eu fui fazer um exame periódico da

empresa que eu trabalhava” e P5 “Fui fazer uma avaliação, pediram um exame de

sangue e descobriram que eu tinha.” O autocuidado com o corpo e sistema de saúde que

preze um planejamento assistencial efetivo é fundamental para um bom diagnóstico,

Dia

gn

óst

ico d

o D

M 2

Sintomas físicos

(18 Participantes)

Exames de rotina

(12 Participantes)

AVC/Infarto

(3 Participantes)

Aspectos emocionais

(3 Participantes)

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20

visando maior adesão ao tratamento e compreensão da doença (Almeida & Almeida,

2018).

Três participantes relataram que a descoberta do DM 2 foi decorrente de um

Acidade Vascular Cerebral (AVC) e/ou infarto. Segundo P12 “Eu enfartei e quando eu

entrei no hospital fizeram exames. Um deles, foi pra saber a glicemia, ai eu soube que eu

tava com 520 de glicemia. Foi quando eu fiquei sabendo que eu tava com diabetes.”

Neste cenário, as complicações consistem na principal causa de morbimortalidade

associada ao DM. As chances de ocorrer AVC é duas a três vezes maior em pessoas com

diabetes. Já o risco de infarto é duas a três vezes maior do que o de pessoas com níveis

glicêmicos normais. Tais complicações podem reduzir a qualidade de vida e influenciar

o cumprimento das atividades de vida diárias (AVD) (Santos, Souza & Barros, 2018).

O diagnóstico do DM 2, para três participantes, foi após terem vivenciado

situações que desestabilizou o emocional e desencadeou a doença. De acordo com P8 “Eu

não tinha diabetes, aí minha filha separou do marido e meu neto foi no lugar errado e

mataram ele. Ai pra cá que começou a diabete. Antes eu não tinha.” O diagnóstico

relacionado aos sintomas emocionais e após momentos conturbados da vida do sujeito,

confirma a existência da relação entre a emoção e o diabetes. Essa relação pode estar

presente antes, durante ou após o diagnóstico e, indica o quanto as emoções e os

sentimentos podem atuar na saúde (Ferreira et al., 2013).

A seguir, será apresentada a segunda Categoria Temática analisada: “Reação ao

diagnóstico do DM 2” (Figura 4).

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21

Figura 4. Reação ao diagnóstico do DM 2.

Referente a reação ao diagnóstico do DM 2, a unidade de significado que mais se

destacou foi “encarou com naturalidade”. Quinze participantes relataram que reagiram de

forma natural à notícia. Conforme P2, “Não gostei muito da ideia, mas também não

reclamei não, né.” (SIC). Embora isto indique em um primeiro momento, que há

adaptação às novas condutas estabelecidas após o diagnóstico, demonstrando equilíbrio

diante das instabilidades de sua saúde (Amorim, Ramos & Gazzinelli, 2016), é importante

resgatar o conceito de adesão ao tratamento como resposta ao diagnóstico. Segundo

Silveira e Ribeiro (2005), devemos conceber adesão ao tratamento como um processo,

composto por três componentes principais: a noção de doença que possui o paciente; a

ideia de cura ou de melhora que se forma em sua mente; e o lugar do médico no imaginário

do doente. O fato da maioria dos participantes ter encarado o diagnóstico com

naturalidade, pode estar atrelado a esses três fatores, uma vez que ao receber o diagnóstico

os pacientes não têm uma ideia clara do diabetes e de suas dimensões associadas ao

mesmo tempo em que buscam se apresentar como um paciente adequado e adaptativo

para ser aceito na relação médico-paciente, que está inserida em um contexto hospitalar

e comumente passível de ser avaliado.

Nove participantes relataram tristeza diante do diagnóstico da doença, referindo-

se às mudanças no cotidiano da vida, com implementação de alimentação restrita. Para

Rea

ção

ao

dia

gn

óst

ico

do

DM

2

Encarou com naturalidade

(15 Participantes)

Tristeza

(9 Participantes)

Resignação

(7 Participantes)

Medo

(4 Participantes)

Revolta

(3 Participantes)

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P16, “Fiquei muito triste, porque ninguém tem diabetes na minha casa. Eu sou muito

chegado em doce” e P29: “Ruim demais. Fiquei triste. Sabia que eu não ia sarar e tinha

que mudar a vida né. Não comer doce. Todo o regime do diabete”. A tristeza associa-se,

também, às complicações diárias decorrentes do tratamento (Travieso, Mendes & Sousa,

2017). De acordo com P34, “Aí minha vida ficou bem triste. Levo a vida como se fosse

um drogado. É furo na barriga, nas coxas”. Desta forma, pode-se dizer que o tratamento

e uso constante da medicação, salienta a presença da doença que leva o paciente a se

lembrar de sua condição crônica, podendo gerar tristeza.

Na fala de sete participantes, identifica-se certa resignação ao diagnóstico. De

acordo com P11, “Ah não falei nada, fiquei quieta né. Eu já tava com ela, não adiantava

eu falar. Fiquei quietinha” e P15, “Ah, porque a família tem, né?. Minha mãe, meu pai,

meu irmão, minha irmã, então, eu não ia escapar, né?”. Esse sentimento permeia a

sensação de que não há mais nada o que fazer diante do diagnóstico (Travieso, Mendes

& Sousa, 2017). Sabe-se que desde o início do tratamento é ressaltado para o idoso que o

DM 2 não tem cura, apenas controle. Assim, os sentimentos atrelados ao diagnóstico

fazem parte do processo de adaptação do indivíduo à doença crônica e o alerta quanto às

possíveis complicações, cujos aspectos podem favorecer sentimentos e expectativas

negativas, o que agrava ainda mais a autoestima (Lima et al., 2018). O fato dos

participantes estarem resignados e terem recebido o diagnóstico com naturalidade

também pode estar associado à baixa autoestima dos idosos diabéticos, uma vez que a

doença remete à sentimentos de menor valia e isto propicia o descaso com a sua saúde,

diminuindo o autocuidado e favorecendo o aparecimento de complicações crônicas da

doença.

O medo foi uma das reações ao diagnóstico descrita por quatro participantes.

Segundo P35, “A primeira coisa que eu pensei: vou ficar cega. Porque todos os meus

familiares que tinha diabetes morreram cegos. Tem muita gente na minha família

diabética. Então, eu fiquei com medo”. Os desdobramentos da doença e a perspectiva

negativa podem ocasionar complicações e o sentimento de medo com relação ao futuro,

sendo que a ruptura do conhecido gera o medo da doença (Baade & Bueno, 2016), uma

vez que revela o distanciamento entre o paciente, a doença e de sua própria capacidade

para lidar com o DM 2.

Três participantes expressaram o sentimento de revolta em relação ao diagnóstico.

Conforme P24, “Fiquei revoltado. Não achei muito bom não, porque eu não imaginava

que era uma doença tão complicada”. Nesse sentido, a revolta está associada à

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complexidade de lidar com a doença e os desafios diários, gerados pela necessária

mudança de hábitos de vida, que antes, já estavam consolidados (Cecilio et al., 2016).

A Figura 5 trata dos “meios de informação sobre o DM 2” e os dados

encontrados estão na figura a baixo.

Figura 5. Meios de informação sobre o DM 2.

No que diz respeito aos meios de informação sobre o DM 2, a unidade de

significado que mais se destacou foi “equipe multidisciplinar”, presente na fala de

dezenove participantes. Esta ocorrência reflete o atendimento recebido pelos idosos no

ambulatório de endocrinologia do HCFMUSP. Frequentemente, os pacientes são

avaliados pela equipe multidisciplinar de profissionais da saúde (nutricionista, psicólogo,

enfermeiro, médico), que, em conjunto, buscam orientar os idosos.

Uma equipe multidisciplinar é uma das estratégias para que haja um controle

metabólico e um aumento na adesão do tratamento. Os profissionais devem ser

capacitados para tal contato, pois uma assistência feita do modo adequado é capaz de

conscientizar o paciente da importância de adquirir novos hábitos. Esse processo de

educação é necessário para a motivação e conscientização das possíveis complicações

geradas por falhas no tratamento (Iquize et al., 2016; Machado et al., 2013).

Outros meios de informação foram descritos pelos participantes. Nove idosos

relataram que obtém esclarecimentos por meio de programas de televisão, o que indica

que a mídia tem um papel fundamental na instrução da prevenção e tratamento de doenças

Mei

os

de

info

rma

ção

so

bre

o D

M 2 Equipe multidisciplinar

(19 Participantes)

Programa de Televisão

(9 Participantes)

Médicos em geral

(9 Participantes)

Jornal/ Internet/ Palestra

(4 Participantes)

Familiares e amigos

(2 Participantes)

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como o DM 2. Conforme a fala do paciente P28: “Eu acompanho na televisão, quando

tem aqueles programas de diabete.” A televisão é um meio de comunicação gratuito,

disponível e com a linguagem acessível a todos, sendo um canal importante para a

disseminação de informações para camadas da população que possuem diferentes níveis

de escolaridade (Dias et al., 2017).

Nove participantes relataram a área médica como fonte de informação sobre a

DM. Segundo P23, “Ah, a informação vem sempre do médico, que tá sempre

acompanhando.” Desta forma o acompanhamento médico é fundamental para o controle

glicêmico e o tratamento medicamentoso, visando a redução da incidência de outras

doenças associadas e melhores condições na qualidade de vida dos idosos (Belon et al.,

2016).

Jornal, internet e palestra foram descritos por quatro participantes. Segundo P35,

“Hoje eu participo de palestra (...). Tento ser bem informada, porque eu tenho que

aprender a lidar com ele (diabete)”. A formação de grupos onde ocorrem palestras

educativas, faz-se importante, pois é uma das formas de promover a educação em saúde,

favorecendo a conscientização do paciente diabético em relação ao seu tratamento

(Machado et al., 2013).

Por fim, dois participantes destacaram a família e amigos como meio de adquirir

informações sobre a doença. A rede de apoio (família e os amigos) possui papel

determinante no dia a dia do indivíduo que carece de maior apoio e ajuda nesta situação

de doença. De acordo com P16 “A informação vem dos amigos que têm diabetes, tenho

muitos amigos que tem diabetes. Aí vai trocando informação”. A troca de informação e

as recomendações dentro de um círculo social podem influenciar a tomada de decisão

sobre o seguimento de orientações para o melhor controle do DM 2 (Neta, Silva & Silva,

2015).

A quarta Categoria Temática analisada foi a “tratamento do DM 2” e quatro

Unidades de Significado foram encontradas, como observado na Figura 6.

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Figura 6. Tratamento do DM 2.

Entre as Unidades de Significado da Categoria “Tratamento do DM 2”, a que mais

se destacou foi “Administra o medicamento sozinho”, referindo-se à capacidade de

autocuidado e autonomia, trazido no relato de doze participantes. Embora os resultados

suscitem certa independência do idoso diabético no desempenho de atividades de vida

diária (Nunes et al., 2017), identifica-se, também, que há um desejo do paciente em poder

contar com a ajuda de outras pessoas, como é identificado na fala da participante P14:

“Eu mesma que aplico (insulina). É que a minha filha trabalha, né. Ela não tem tempo

(...)”. Indicando uma busca por apoio e afiliação para colaborar no tratamento.

Não sentir dificuldade no tratamento do DM 2 foi descrito por oito participantes e

denota naturalidade para o enfrentamento da doença, conforme descrito por P3: “Hoje

acho fácil. Consegui me enquadrar bem. Tô controlado pra caramba. Educado.”. A

ajuda familiar na administração do medicamento foi descrita por seis participantes e é

vista como um facilitador no tratamento da doença, pois segundo a participante P29: “Eu

não enxergo direito, aí não dá pra medir (insulina), então, ela (irmã) mede (...) Tenho

uma sobrinha que vai lá e faz um painel na geladeira (risos). Aí ajuda. Tô bem

acompanhada, graças a Deus.” Para P11: “Eu não sei ler (...) Tudo é ela (filha) que faz

pra mim. É tudo ela”. Desta forma, a família é vista como um componente essencial, uma

Tra

tam

ento

do

DM

2

Administra o medicamento sozinho

(12 Participantes)

Não sente dificuldades

(8 Participantes)

Administra o medicamento com ajuda da família

(6 Participantes)

Disciplina no tratamento

(4 Participantes)

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26

vez que o apoio e a participação, repercutem positivamente para a melhoria das condutas

de autocuidado (Neta, Silva & Silva, 2015).

Quatro participantes relataram a disciplina no tratamento, indicando a busca por

estabelecer uma nova rotina de cuidados a partir do diagnóstico da doença. Segundo P12,

“Eu tenho uma disciplina muito boa, né. Sou muito disciplinado. E aí, recomendações de

alimentação eu mudei algumas coisas e periodicamente faço o controle. Controle através

dessa medição diária (...).” A disciplina é fator primordial para o autocuidado, incluindo

dieta, exercícios e o tratamento medicamentoso (Tavares et al., 2014).

A seguir, a Figura 7, trata das “Dificuldades no tratamento do DM 2”.

Figura 7. Dificuldades no tratamento do DM 2.

Na categoria “Dificuldades no tratamento do DM 2” (Figura 7) a unidade de

significado que apresentou maior destaque foi “Restrição Alimentar”. De acordo com P34

“A gente evita tudo quase. Não pode comer arroz, não pode comer feijão. Tudo tem que

ser duas colhereszinhas”. A dificuldade do paciente diante da reeducação alimentar está

ligada à dificuldade em realizá-la a longo prazo, o que ocasiona uma possível diminuição

do prazer, tornando-se, assim, um desafio à adesão com um planejamento alimentar

(Machado, 2013).

Dif

icu

lda

des

no

tra

tam

ento

do

DM

2

Restrição na alimentação

(11 Participantes)

Dificuldades com a medicação

(8 Participantes)

Manter o controle glicêmico do DM 2

(3 Participantes)

Falta de recursos fianceiros

(3 Participantes)

Encontrar a medicação

(2 Participantes)

Fraqueza no corpo

(2 Participantes)

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Dificuldades com a medicação foram descritas por oito participantes. Segundo P11,

“Ah, porque tem que tá tomando insulina. Toma muito remédio, né” e P29 “Ah (...) o

difícil é a insulina, né. Eu tomo três vezes no dia, aí é chato”. Esta dificuldade também

foi encontrada no trabalho de Silva et al. (2016) que, ao avaliar a adesão medicamentosa

de 763 idosos diabéticos em Porto Alegre – RS, verificou que 13,3% tiveram baixo grau

de adesão, sendo um dos fatores primordiais para a piora do controle glicêmico.

Três participantes relataram o controle glicêmico como principal dificuldade no

tratamento do DM 2. De acordo com P19, “A dificuldade é que às vezes sobe assim e a

gente nem sabe. Quando ela tá baixa, eu já conheço mais ou menos” e P15 “É descobrir,

né? O que eu posso tomar pra ficar naquele nível né, estabilizado, pra não ficar

aumentando, né”. A automonitorização glicêmica é uma forma eficaz para o controle

metabólico e identificar o que causa suas variações serve de instrumento para sinalizar

uma hiper ou hipoglicemia (Dias et al., 2017).

A falta de recursos financeiros foi apontada por três participantes como maior

dificuldade no tratamento da doença. Segundo P20 “Dificuldade tem quando às vezes

acaba um remédio e a gente não pode comprar”. P24 relata: “Que nem esses dias, tinha

a insulina mas não tinha a agulha pra tomar. E eu pego as agulha no posto. Aí, no

postinho, a enfermeira falou pra eu lavar as agulhas pra tomar. Aí eu falei pra ela que

me informaram que isso não podia, mas eu tive que fazer isso porque eu não tinha agulha.

Aí a gente se sente humilhado, né? Leva a vida inteira e contribui, depois (...) é difícil.”

(SIC). Além da doença representar uma importante carga financeira para os portadores e

suas famílias, em razão dos gastos com insulina e outros medicamentos essenciais, o

diabetes também tem um relevante impacto econômico nos países e nos sistemas de

saúde. Isso decorre de maior utilização dos serviços de saúde, perda de produtividade e

cuidados prolongados requeridos para tratar suas complicações crônicas, como

insuficiência renal, cegueira, problemas cardíacos e pé diabético (Sociedade Brasileira de

Diabetes, 2017). A maioria dos países despende em casos de diabetes entre 5 e 20% do

seu gasto total com saúde. Com esse custo elevado, o diabetes é um importante desafio

para os sistemas de saúde e um obstáculo para o desenvolvimento econômico

(International Diabetes Federation, 2015).

Dois participantes narraram que encontrar a medicação é uma dificuldade para o

tratamento. Segundo P34, “O problema tá sendo a falta de remédio que as farmácia não

manda. Se caça num canto e tem que dispor do seu dinheiro”. A disponibilização das

medicações de acordo com a necessidade dos usuários é um grande desafio, pois, mesmo

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28

com os programas de assistência à população criados para sanar esse problema, ainda

existem lacunas a serem melhoradas para que a distribuição seja equânime para todos os

usuários do Sistema Único de Saúde (Gois et al., 2017). O fato de não encontrar a

medicação necessária, pode agravar ainda mais o controle da doença e aumentar as

chances de desenvolver comorbidades associadas.

De outro ponto de vista, dois participantes relataram a fraqueza no corpo como

principal dificuldade. De acordo com P13, “Eu percebo que eu to ficando fraco. Eu

percebo. Eu falo pra ela (esposa) (...) to ficando fraco, não to enxergando mais, essa já

não tem, a outra ta ficando defeituosa também, sente fraqueza.”, demonstrando que as

alterações do corpo que antes era vigoroso, dificultam o tratamento, uma vez que não há

forças para cuidar de si.

A última Categoria Temática apresentada na Figura 8, indica a “perspectiva para

o futuro em relação ao DM 2”.

Figura 8. Perspectiva para o futuro em relação ao DM 2.

Per

spec

tiv

a p

ara

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utu

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ela

ção a

o D

M 2

Ter fé para melhorar

(3 Participantes)

Visão negativa do futuro

(11 Participantes)

Ter qualidade de vida

(2 Participantes)

Controlar o DM 2

(11 Participantes)

Descoberta de novos medicamentos

(1 Participante)

Prolongar a vida

(4 Participantes)

Cura do DM 2

(4 Participantes)

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29

Entre as Unidades de Significado da Categoria “perspectiva para o futuro em

relação ao DM 2”, as que mais se destacaram foram “controlar o DM 2” e “visão negativa

do futuro”. Esses dois resultados refletem a ambivalência em relação à doença, pois

embora haja o desejo de se estabelecer o controle glicêmico, há certo receio e insegurança,

caso isso não ocorra. Isto ficou evidente na fala dos participantes: P20: “A gente fica

pensando e fica com medo (...) A gente vê pessoas que faz a aplicação (insulina) e não

consegue. Gente que não enxerga.” (SIC). Para P24, “Aí, eu nem gosto de pensar no

futuro. Por que eu penso assim, já pensou eu paro numa cadeira de rodas e não levanto

da cama mais?! Porque a diabetes faz isso. A minha glicemia é complicada, é difícil.”

(SIC), indicando um futuro negativo e marcado por dificuldades.

Em seguida, houve ocorrência de quatro participantes que relataram que pretendem

prolongar a vida através de maiores cuidados com a doença e quatro idosos esperam curar

o DM 2, com referência ao transplante de rim. Segundo P3, “Quero vida longa. Se

continuar educadinho, quero vida longa.” e para P8, “Depois do transplante vai ser

melhor, vai ser melhor.” (SIC), refletindo que a visão mais positiva de melhora na doença

pode facilitar a compreensão da doença.

A unidade de significado “ter fé para melhora” foi referida por três participantes e

se refere ao apoio religioso e/ou espiritual que os participantes encontram para lidar com

a doença. Para P18: “Seguindo com fé, muita fé, eu fico bom disso aí. Tem que correr

atrás para tratar direitinho, né?! É isso que eu tô fazendo. Seguir com fé e coragem e

vamo à frente! Vamo embora! Não pode desanimar, né?!” P13 relata que para o futuro,

tem fé em Deus, primeiramente, e nos médicos. Assim, a religiosidade foi vista como um

apoio para falar do futuro com DM 2.

Dois participantes relataram que esperam ter qualidade de vida no futuro, referindo-

se à possibilidade de viver bem e com qualidade de vida. Além disso, um participante

mencionou que espera da medicina a criação de um novo medicamento que seja mais

eficaz para o tratamento do diabetes; segundo P12: “Talvez ficar sem diabetes eu não sei

se eu conseguiria, porque é uma deficiência de um órgão da gente, né?! Porém, do jeito

que vai a medicina, é possível que até daqui a pouco tenha uma medicação que reverta

tudo isso (...) De repente vem aí uma medicação que melhore a qualidade da insulina, do

pâncreas. Eu acho que vou chegar aos 90 anos” (SIC), apresentando o seu desejo de

prolongar a vida através do tratamento medicamentoso.

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5.5 Análise do Teste de Apercepção Temática para Idosos (SAT)

Para apresentar os resultados obtidos no Teste de Apercepção Temática para Idosos

(SAT), desenvolvido por Leopold Bellak e Sonya S. Bellak (1998), inicialmente, os dados

foram distribuídos em um quadro (Apêndice V) de acordo com as categorias de

avaliação. Em seguida, foi realizada a análise detalhada dos principais temas evocados

nas narrativas da prancha e os resultados encontram-se a seguir.

Análise temática

Observamos que o tema mais frequente nas narrativas da prancha denominada “no

banheiro”, foi a dos cuidados pessoais (tomar banho, escovar os dentes, passar perfume,

lavar as mãos e fazer a barba), presente em 57% das narrativas, seguido da necessidade

de tomar medicamentos (31%), pegar ou guardar ao algo no armário (26%) e referências

a solidão e abandono (20%). Além disso, notamos considerações sobre o envelhecimento

(14%) e problemas com quedas (9%). Temas atípicos foram encontrados, como a

construção do banheiro e residência (6%), seguida de cirurgia médica (3%). Por fim, a

tarefa também estimulou temas ligado à morte (3%).

Ao comparar esses resultados com os dados obtidos no estudo de validação do teste,

Tardivo, Miguel, Silva e Tosi (2012) também identificaram maior ocorrência da temática

envolvendo cuidados pessoais (61%). A necessidade de tomar medicamentos também

esteve presente (25,5%) e foi semelhante ao nosso estudo. Com relação a pegar algo no

armário (1,5%) e solidão e abandono (8%), houve discrepância com relação aos temas

evocados em comparação aos nossos resultados. Houve considerações sobre o

envelhecimento (10%) e um valor alto de temas ligados a quedas, males físicos ou mentais

(26%). No presente estudo, poucos idosos diabéticos se referiam a quedas e não houve

menção de males físicos ou mentais. Os temas atípicos encontrados não foram referidos

pela população que participou da validação do teste.

O clima das narrativas foi neutro em sua maioria (46%), seguido de negativo (34%)

nas situações de malefícios e morte, e em 21% o clima foi identificado como positivo,

associado aos prazeres dos cuidados pessoais. Esses dados vão ao encontro do que foi

encontrado por Tardivo, Miguel, Silva e Tosi (2012), que também identificou maior

ocorrência do clima neutro (40%), seguido de negativo (35%) e positivo (25%).

A maioria dos participantes identificou a personagem como idosa (51%); em 40%

dos casos a idade não foi identificada; 6% relatou que era padre e 3% disseram que se

tratava de farmacêutico. A população do estudo de Tardivo, Miguel, Silva e Tosi (2012),

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também identificou a personagem como idosa (62%) e, em 38% a idade não foi definida.

Não houve outro tipo de referência à pessoa principal, o que difere do presente resultado

em que os participantes fizeram referência à figura de padre e farmacêutico.

Quanto ao sexo, predominou o masculino (49%), sendo que 29% não indicaram o

gênero do personagem e 22% foram mulheres. Tardivo, Miguel, Silva e Tosi (2012),

também verificou que o gênero masculino foi predominante (55%), seguido do gênero

feminino (40%) e apenas 5% não indicou o gênero, o que diferente do presente estudo,

pois identificou-se um número maior de pessoas que não atribuíram gênero ao

personagem e citaram pouco o feminino.

Na maioria dos casos, as narrativas concentraram-se na personagem presente na

figura (88%). Houve introdução de outro personagem em 9% dos casos (na busca por

ajuda - afiliação) e 3% omitiu a presença da personagem. A ocorrência de narrativas

concentradas no personagem central e introdução de outro personagem também esteve

presente no estudo de Tardivo, Miguel, Silva e Tosi (2012). Entretanto, não houve casos

de omissão do personagem, o que difere da nossa população, embora esse número seja

pouco representativo.

Vale ressaltar que nenhum dos participantes trouxe diretamente suas referências

pessoais nas narrativas, diferente do que foi verificado em outros estudos. As técnicas

projetivas têm a possibilidade de ser um facilitador da comunicação e expressão de

recursos internos (sentimentos), e narrativas na primeira pessoa são frequentes na

população idosa (Paulo, 2006; Bellak e Abrams, 1997).

Na pesquisa de Gil (2005), ao avaliar idosos com depressão, as autoras verificaram

que o uso do SAT foi um mediador do contato com os participantes, através das narrativas

contadas na primeira pessoa. No estudo de Tardivo, Miguel, Silva e Tosi (2012), houve

maior recorrência dos idosos se colocarem nas histórias e também fizeram uso deste

recurso como um facilitador para realizar a tarefa. Diante disto, verificamos que os

participantes apresentaram certa atitude defensiva. Além da análise temática, foram

analisados outros aspectos, destacados a seguir.

Categoria percepção

A categoria “percepção” diz respeito à qualidade da interação do participante com

a tarefa e pode ser notada pela precisão ao explicar a cena representada no teste (Teglasi,

2001). O processo envolve o quanto o indivíduo percebe o que se passa à sua volta e

consigo mesmo, como organiza as informações e o grau em que percebe os eventos, como

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a maioria das pessoas o faz (Weiner, 2000). Esta categoria é dividida em três

subcategorias: adequação, qualidade e vida interior.

Com relação à adequação, esta é examinada através da coerência ao realizar a tarefa.

A maioria (74%) respondeu ao teste de acordo as normas, pois apresentou temas que

remetem ao esperado na prancha utilizada (autonomia, cuidados pessoais). Apenas 26%

dos idosos interpretaram a tarefa de forma atípica, com histórias diferentes do adotado

pela maioria das pessoas, como por exemplo, narrativas envolvendo a construção de um

banheiro e residência, cirurgia médica e morte.

A qualidade é analisada em relação à percepção dos elementos e sua articulação

com a tarefa. 71% dos participantes discriminaram detalhes do contexto da figura e

relataram pelo menos um elemento da prancha, além da imagem central, como por

exemplo, os detalhes do banheiro (chuveiro, banheira, pia). 29% dos idosos relataram

apenas o elemento central, sem mencionar outros detalhes e sendo superficiais nas

narrativas.

A vida interior engloba aos pensamentos e sentimentos que estão inseridos no

contexto da cena apresentada. A maioria (69%) mencionou sentimentos, pensamentos

e/ou atitudes do personagem, porém, 31% dos participantes fizeram relatos descritivos e

empobrecidos, apresentando dificuldade de projetar aspectos de sua personalidade. De

modo geral, os participantes tiveram percepção adequada em relação à tarefa, não

havendo distorções de sentimentos.

Categoria motivação

Com relação à “motivação”, ela permite a análise dos tipos de interações com o

ambiente e posicionamento diante das dificuldades. Além disso, busca identificar os

princípios gerais que costumam orientar a ação do narrador. Esta categoria é dividida em

duas subcategorias: interação com o ambiente e solução de problemas.

A interação com o ambiente é definida a partir das necessidades do elemento central

da narrativa dirigidas em relação ao outro. 72% dos participantes narraram histórias com

comportamentos de postura ativa e independente. Apenas 11% dos idosos, abordaram a

busca por estabelecer relações com o ambiente. Em 8% dos participantes, a motivação

para interação foi ausente. Além disso, em 9% das narrativas não foi possível identificar

a interação, pois não houve elementos suficientes.

No que diz respeito a solução de problemas, a maioria (69%) buscou solucionar os

dilemas enfrentados pelo personagem principal. Apenas 11% dos participantes não

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apresentaram soluções da situação criada e 20% idosos não mencionou elementos

suficientes para identificar este aspecto na narrativa. De modo geral, os participantes

estabeleceram pouca busca de apoio ao ambiente para enfrentar os problemas.

Categoria sentimentos

A categoria “sentimentos” permite a análise dos principais sentimentos/emoções

evocados nas narrativas e a sua qualidade. Esta categoria é subdivida em: predominantes,

em relação ao ambiente e em relação à velhice.

Grande parte dos idosos (43%) estabeleceu aspectos positivos como predominantes

(bem-estar, cuidados pessoais), porém, 35% dos participantes abordou sentimentos

negativos de tristeza, solidão e desamparo. Em 22% das narrativas não foi possível

identificar os sentimentos predominantes, pois não havia elementos suficientes, indicando

possível embotamento afetivo.

Em relação ao ambiente, a maioria (40%) relatou que o ambiente é percebido como

acolhedor, gratificante ou como possibilidade de solução de problemas. Em 35%

narrativas, não foi possível identificar a relação com o ambiente, pois não foi explorada.

Para 25% dos idosos, o ambiente é percebido como hostil e indiferente.

No que diz respeito aos sentimentos ligados à velhice, há predomínio de

sentimentos negativos (43%), seguidos de insatisfação e impotência. 37% dos

participantes relataram aspectos positivos da velhice, com possibilidade de bem-estar e

gratificação. Em 20% das narrativas não foi possível identificar, por ausência de

elementos suficientes. Embora a maior parte dos participantes tenha apresentado

sentimentos positivos, destaca-se a presença significativa dos sentimentos negativos

atrelados à velhice.

Categoria perspectivas para o futuro

A última categoria diz respeito a “perspectivas para o futuro”, sendo caracterizado

pela aspiração à continuidade positiva, negativa ou apenas de resignação da vida. Esta

categoria é subdivida em: futuro imediato e futuro remoto.

No futuro imediato, a maioria (43%) trouxe aspectos positivos, com perspectiva de

solução de problemas imediatos e bem-estar. 20% dos participantes adotaram o

negativismo, indicando problemas e conflitos. 20% dos idosos adotou a resignação,

aceitando o que o futuro trouxer. Apenas 17% dos participantes não relataram elementos

suficientes para indicar a sua perspectiva de futuro imediato.

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O futuro remoto foi visto como positivo na maioria dos participantes (37%) com

narrativas que evocam lições para a vida toda. Para 23% dos idosos, o futuro remoto é

visto como negativo, pois denota condições insatisfatórias por toda a vida, sem

perspectiva de mudança. Por outro lado, 20% dos idosos apresentaram resignação e em

20% das narrativas não foi possível identificar a perspectiva de futuro remoto. Este dado,

novamente suscita a hipótese de há um distanciamento entre o paciente e os aspectos do

diabetes, uma vez que a doença pode trazer comorbidades associadas e comprometer a

visão positiva da vida, isto não têm sido percebido pelos participantes. No trabalho de

Salles (2018), verificou-se que em grupo de idosos longevos inseridos na comunidade, o

percentual de futuro remoto negativo foi presente na maioria das narrativas (14,6%). No

trabalho de Rafael (2017), em seu estudo com idosos cardiopatas, a utilização da técnica

SAT apresentou que para a maioria dos participantes, o futuro remoto foi carregado de

angústia, possivelmente devido ao fato de que a tarefa ampliou o contato com aspectos

relacionados a finitude e possibilidade de morte. Esses dados diferem do presente estudo

e revela o distanciamento entre o (DM 2) e os reais impactos psíquicos que acomete a

população idosa. Além disso, destaca-se que na análise das entrevistas semidirigidas,

quando questionados sobre a perspectiva de futuro, a maioria trouxe aspectos negativos,

o que também difere dos achados na aplicação do teste SAT. Assim, hipotetiza-se que o

fato dos idosos não terem se identificado com o personagem da história e estarem

inseridos no ambiente hospitalar que é comumente caracterizado por um contexto

avaliativo, faz com que eles tenham presumido a necessidade de adequação ao responder

o teste, trazendo aspectos mais positivos para se adequar à tarefa solicita pela

pesquisadora.

5.5.1 Síntese do Teste de Apercepção Temática para Idosos (SAT)

Durante a realização da tarefa, os participantes demonstraram coerência para a

realização, percebendo o tema da prancha de forma adequada, revelando bom contato

com a realidade e capacidade de organizar as informações, a partir da percepção do teste.

O tema mais frequente nas narrativas da prancha foi a dos cuidados pessoais,

necessidade de tomar medicamentos, pegar ou guardar ao algo no armário, aspectos do

envelhecimento e problemas com quedas. Destaca-se a ocorrência de temas ligados à

solidão e abandono, visto que a velhice é percebida como negativa e envolve solidão,

abandono, desamparo e baixa autoestima.

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O clima das narrativas foi neutro em sua maioria e houve identificação do

personagem como uma pessoa idosa e do gênero masculino. A maior parte das histórias

foi concentrada no personagem central e houve pouca interação na busca de estabelecer

relações com outras pessoas, sendo o ambiente percebido como ambivalente, ora é

acolhedor, ora é ausente, o que dificulta as relações de apoio e amparo.

Diante das dificuldades, as aspirações futuras são de que seja possível manter

relações gratificantes e realizar investimentos afetivos de modo positivo, para colaborar

no enfrentamento da solução de problemas, visando um ambiente que forneça amparo

para que seja possível continuar alcançando coisas boas durante a vida.

De modo geral, os participantes apresentaram certa dificuldade de entrar em contato

consigo mesmos e fazer uso de seus recursos pessoais como facilitadores da comunicação,

indicando uso de mecanismos defensivos, que limitaram a expressão de seus sentimentos

durante a realização do teste levando em conta que a avaliação ocorreu no contexto

hospitalar, o que pode ter contribuído para acirrar as defesas.

5.6 Análise do Questionário Desiderativo

Para apresentar os resultados obtidos no Questionário Desiderativo, desenvolvido

por Pigem e Córdoba (1949) e atualizado em 2000 por Nijamkim e Braude, inicialmente,

todas as respostas foram analisadas e criou-se uma planilha eletrônica no Microsoft Excel

- Pacote Office 2016 para compilar os dados. Cada categoria de análise foi tabulada e as

respostas foram decodificadas em: “sim” (1) e “não” (0) de acordo com a proposta de

validação do instrumento no Brasil. Visando a melhor compreensão dos dados, os

resultados foram apresentados no formato de quadros (Apêndice VI e sua análise

detalhada será apresentada a seguir.

Inicialmente, é avaliado os aspectos gerais do teste, sendo subdivido em: teste

completo; perseveração e resposta antropomórfica. O “teste completo” diz respeito à

capacidade dos participantes em responder a todos os reinos (animal, vegetal e

inanimado) com as devidas explicações nas catexias positivas e negativas (Nijamkim &

Braude, 2000). A maioria (60%) completou a tarefa da forma correta, correspondendo

bem às especificidades do teste, demonstrando atitude reflexiva para verbalização de cada

resposta e interesse na tarefa, baseada nos aspectos lúdicos que se suscita.

Entretanto, um número significativo de participantes (40%) não completou o teste,

pois deixou de responder a algum dos reinos e fez uso de suas defesas para preservar a

sua identidade, seja por se sentir ameaçado, à medida que sentiu a consigna como um

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ataque concreto à integridade do ego ou pelas emoções, caso perdesse o controle de si

(Nijamkim & Braude, 2000)

A categoria “perseveração” indica se o participante apresenta mais de um símbolo

em um ou mais reinos nas catexias positivas ou negativas. Por exemplo, na primeira

categoria positiva, diz que gostaria de ser cachorro e na segunda categoria positiva,

gostaria de ser borboleta, assim, perseverando no reino animal. Geralmente, quando se

persevera, há necessidade de indução aos demais reinos (Nijamkim & Braude, 2000).

Houve 50% de perseveração nas catexias positivas, indicando forte representação dos

valores que os participantes desejam conservar e 26% nas negativas, que se refere a

valores, atributos e características indesejáveis dos objetos, ou seja, o que se deseja

perder. 24% dos participantes responderam ao teste sem perseverar em um dos reinos.

Referente a categoria “resposta antropomórfica”, ela diz respeito às escolhas de

elementos para-humanos, ou seja, elementos nos quais permanece presente a identidade

humana (Nijamkim & Braude, 2000). Na catexia positiva, houve a frequência de 15% dos

participantes e nas negativas, apenas 3%. Como por exemplo, o participante P7 disse que

gostaria de ser um Beatle, referind-se à banda The Beatles. As demais respostas positivas

se referiam ao desejo de permanecerem humanos. Na categoria negativa, P32 disse que

não gostaria de ser um político, permanecendo a essência humana. Esse processo, por sua

vez, fornece indícios de elevado impacto das instruções do teste sobre a dinâmica psíquica

do indivíduo, a ponto de não conseguir responder adequadamente às orientações da

técnica, sugerindo que os participantes sentiram a consigna como um ataque concreto à

integridade do eu, denotando dificuldades de instrumentalizar as suas defesas para

realizar o teste de forma adequada.

Referente à análise de categorias específicas, esta é subdividida em: qualidade da

resposta, dissociação, identificação projetiva, racionalização e perspectiva vincular da

resposta. No que diz respeito à “qualidade da resposta”, cada símbolo e sua referida

explicação é avaliado em termos de sua qualidade (Nijamkim & Braude, 2000). Respostas

do tipo “convencionais”, se referem a algo comum e mencionado pela a maioria dos

sujeitos, como por exemplo: árvore, flor, cachorro, entre outros. 53% dos participantes

apresentaram respostas convencionais, seguidos de originais (47%). As respostas

“originais” são classificadas como adequada e criativa e tem menos ocorrência entre os

sujeitos, pois tem relação com a criatividade individual. Exemplo de respostas originais:

bailarina de porcelana, berinjela, banco da praça, entre outros. Nenhum participante

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37

apresentou uma resposta “bizarra”, ou seja, não escolheram respostas que são

classificadas como diferentes e esquisitas, por exemplo: Deus, areia, cacto no deserto.

A “dissociação” refere-se à capacidade de discriminar os aspectos valorizados dos

aspectos desvalorizados e indica a possibilidade de reconhecer situações que geram

ansiedade e de identificar os recursos para controlá-la (Nijamkim & Braude, 2000). Neste

quesito, um pouco mais da metade dos participantes (52%) apresentou dissociação

inadequada e esses aspectos puderam ser observados, por exemplo, na fala do participante

P17, na categoria negativa do objeto inanimado: “Um carro, porque só traz muita coisa

ruim, muito acidente.” (SIC), apresentando dificuldade de discriminar os aspectos

valorizados dos desvalorizados. Por outro lado, 48% dos participantes corresponderam

bem à capacidade de dissociação atribuindo corretamente as características ao que o

símbolo escolhido representa.

A dissociação seria esperada para conseguir, temporariamente, separar as emoções

e sentimentos para se organizar. Quando utilizada de forma inadequada, pode resultar

numa perda de funcionalidade ou em um comportamento atípico. Quando utilizada de

forma adequada, há maior facilidade de reconhecer situações que geram ansiedade e de

identificar os recursos para controlá-la (Perry, 1991). Nos idosos diabéticos, a falha na

dissociação pode ser compreendida como anterior à doença, uma vez que os mecanismos

de defesa se estabelecem ao longo de toda a vida e para chegar ao diagnóstico, o princípio

do prazer se sobrepôs a privação. Há a hipótese de que o paciente, ao entrar em contato

com as consequências da doença e seu tratamento, ele não consegue se organizar

emocionalmente e isto dificulta sua ação.

A “identificação projetiva” é o mecanismo pelo qual o Ego deposita um aspecto de

si num símbolo com o qual se identifica. No Questionário Desiderativo, a identificação

projetiva é reconhecida através da capacidade do sujeito em escolher símbolo

adequadamente estruturado e com consistência (Nijamkim & Braude, 2000). A maioria

dos participantes (80%) não apresentou fracasso na instrumentalização da identificação

projetiva, pois escolheram símbolos adequados e estruturados. Como por exemplo, na

categoria positiva ao reino animal, o participante P5 gostaria de ser uma ave, porque ela

tem mais liberdade e enxerga as coisas de cima.

Apenas 20% dos participantes falharam nesta categoria, seja por não responder ao

teste ou por não escolher um símbolo adequadamente, como por exemplo, na categoria

negativa ao vegetal a participante P32 relatou: “Não sei, porque eu gosto de todas. Tudo

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o que tem vida, eu adoro. Menos os políticos.” (SIC), indicando a perda da distância entre

o símbolo e os aspectos representados.

A racionalização refere-se ao procedimento pelo qual o sujeito tenta oferecer uma

explicação coerente do ponto de vista lógico ou aceito socialmente para uma atitude, ato,

ideia ou sentimento. No Questionário Desiderativo, a racionalização é identificada

quando o indivíduo justifica suas escolhas e pode fazê-lo dentro da lógica formal

(Nijamkim & Braude, 2000). A maioria dos participantes (66%) apresentou falha para

operacionalizar esta defesa, pois, em alguns momentos, não relataram a justificativa da

escolha do símbolo e/ou não a fizeram de forma coerente. Por exemplo, na fala da

participante P32, na categoria negativa do objeto inanimado, relata: “Uma arma de fogo,

porque Avê Maria. Deus ô livre.” (SIC). P1 não conseguiu relatar um símbolo no reino

negativo ao vegetal, pois disse que não se lembrava e não soube responder.

A racionalização é considerada uma defesa de evitação e quando ocorrem falhas,

indica certo distanciamento entre as razões, ou ausência delas para justificar suas

escolhas, disfarçando seus reais motivos ou impulsos. A ausência de justificativa indica

uma incapacidade de refletir sobre a sua própria escolha e representa um fracasso do Ego,

que não sabe discriminar a escolha do símbolo (Perry, 1991; Nijamkim & Braude, 2000).

Nos idosos diabéticos, a falha na racionalização pode ser observada nas situações em que

há a necessidade de fazer escolhas e não há uma justificativa dentro do ponto de vista

lógico e formal, por exemplo, nas situações em que é necessário renunciar ao prazer da

comida para se adequar ao tratamento. Desse modo, muitas vezes, os pacientes têm

dificuldade para fazer a escolha dos alimentos de forma correta, conforme orientação

médica e nutricional, bem como, em perceber o benefício ou malefício imediato de tal

escolha, pois na maioria das vezes, a doença tem sintomatologia silenciosa.

Apenas 34% dos participantes fizeram bom uso da racionalização, como a

participante P24, que, na categoria negativa ao vegetal, não quer ser um cacto porquê os

espinhos podem furar, atribuindo uma explicação coerente ao símbolo escolhido.

Ao analisar a perspectiva vincular das respostas, este item é determinado pela

capacidade ou não do sujeito em estabelecer vínculo ou relação com o outro. Respostas

narcisistas incluem racionalizações com ausência de objeto e de relações objetais, e

respostas que incluem o outro indicam racionalizações que aludem à presença do outro e

de relações objetais (Nijamkim & Braude, 2000). 60% dos participantes responderam de

forma narcísica e 31% incluíram o outro. 9% não apresentaram relações pois não

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39

responderam ao teste. A maioria de respostas narcísicas, indica um prejuízo na relação

vincular com o outro.

5.6.1 Síntese do Questionário Desiderativo

Diante da tarefa exigida no teste, ao avaliar o grau de estruturação do Ego,

colocando os idosos diabéticos diante da possibilidade simbólica de morrer (se você não

fosse uma pessoa), essa consigna expressa a mobilização de ansiedades e defesas e

representa a atuação de força e fraqueza do Ego.

Assim, embora a maioria dos participantes tenha completado o teste de forma

adequada, demonstrando atitude reflexiva para corresponder à tarefa, um número

significativo dos idosos sentiu a consigna como ataque concreto à integridade do Eu,

adotando atitude defensiva para preservar a sua identidade e demonstrando dificuldade

para instrumentalizar as defesas que seriam esperadas na situação do teste.

Ao analisar as respostas, observa-se a perseveração nas catexias positivas dos

reinos, que, mais uma vez, indica falha na estruturação das defesas, na busca de se

preservar os aspectos positivos dos símbolos escolhidos. Referente à qualidade das

respostas, predominaram as respostas que grande parte da população adota, seguidas de

respostas originais, que tem relação com a criatividade de cada indivíduo.

Houve falha na dissociação, o que indica a dificuldade dos participantes em lidar

com mudanças externas, sendo a qual é esperada para conseguir, temporariamente,

separar as emoções e sentimentos para se organizar. Quando utilizada de forma adequada,

há maior facilidade de reconhecer situações que geram ansiedade e de identificar os

recursos para controlá-la, e isto está faltando aos idosos diabéticos.

Na identificação projetiva não houve falha. Os participantes conseguiram mediar a

ação através do pensamento e corresponderam bem à escolha de símbolos adequados e

estruturados. Houve falha na racionalização, que representa o distanciamento entre as

razões ou ausência delas para justificar as escolhas dos participantes, que disfarçaram

seus reais motivos ou impulsos, revelando o fracasso do Ego que não soube discriminar

a eleição do símbolo escolhido. Quanto à perspectiva vincular, grande parte das respostas

foi narcísica, indicando um prejuízo na relação vincular com o outro.

6. Considerações Finais

O crescimento da população idosa tem despertado atenção, em virtude das

particularidades em lidar com essa etapa da vida. Neste contexto, é cada vez mais

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frequente a ocorrência de doenças crônicas associadas à velhice, especificamente, o DM

2, cuja doença envolve a implementação ou mudança no estilo de vida, visando a melhor

adesão ao tratamento. Assim, compreender os aspectos psicológicos associados ao DM 2

se faz importante, uma vez que é necessário ter uma compreensão global desta população.

A partir dos objetivos deste estudo, foi possível identificar resultados que podem

contribuir para a compreensão dos aspectos psicológicos de idosos com DM 2. Fatores

sociodemográficos apresentaram influência neste contexto e, embora o nível de

escolaridade dos participantes seja baixo, a maioria dos idosos relatou que está bem

informado sobre o diabetes, o que revela um distanciamento entre as informações que os

pacientes recebem e o que de fato se transforma em prática no dia a dia.

Este distanciamento foi recorrente na análise dos instrumentos projetivos, uma vez

que os participantes apresentaram, em alguns momentos, dificuldade de aprofundar e

entrar em contato com seus sentimentos. Entretanto, a entrevista semi-dirigida colaborou

para que os idosos pudessem exteriorizar as suas emoções e forneceu um espaço de fala

e escuta. Ainda que a população pesquisada tenha comorbidades associadas, este estudo

apontou que os idosos diabéticos encaram a doença com naturalidade e com uma

perspectiva positiva do futuro remoto. O que faz com que a falha na dissociação dificulte

a separação das emoções e sentimentos da ação e, como resposta a esta condição há perda

da funcionalidade e estagnação, bem como a dificuldade de entrar em contato com os

seus sentimentos em relação à doença e ao tratamento. O baixo índice da depressão, pode

intensificar este distanciamento, uma vez que a posição depressiva na situação de doença

seria esperada para que os participantes fossem impulsionados à integração e pela busca

de mudança de atitude frente ao diagnóstico de DM 2.

O fato dos participantes não terem feito uso das técnicas projetivas como

facilitadores de seus recursos internos para falar de si e se colocarem na posição de menor

valia, pode-se justificar pela aplicação ter ocorrido no ambiente hospitalar, que está

inserido em um contexto avaliativo e educativo.

Como proposta de mudança, é preciso ressaltar a importância da rede de apoio, pois

os participantes percebem a base familiar como ambivalente, ou seja, ora esse ambiente

é acolhedor, ora é ausente. E isto traz indícios de que os idosos vivem a doença de modo

mais solitário e com dificuldade de se sentir apoiado. Este ambiente também se estende à

relação médico-paciente, cujo atendimento precisa ser amplo, incluindo a compreensão

da dificuldade do diabético em lidar, também, com o seu envelhecimento, visto que,

direcionar a visão apenas para o diabetes não é efetivo. É preciso compreender o paciente

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de forma global, visando favorecer um ambiente que acolhe seus sentimentos e emoções

de forma ampliada, contemplando diferentes enquadres que possam favorecer a expressão

emocional e o fortalecimento dos idosos diabéticos, melhorando a autoestima e a sua

relação com a doença para resultados satisfatórios no tratamento.

Dentre as limitações destaca-se que o número da amostra limita a generalização das

discussões levantadas, porém, não desqualifica os resultados encontrados para a

compreensão desta população e contribui para a implementação de possíveis intervenções

e melhorias no atendimento a este público, bem como, sugere estudos futuros que

abordem de modo aprofundado a rede de apoio familiar e comunitária, tão importante

para o enfrentamento do diabetes.

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48

Apêndice I – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu_________________________________,_____ anos, RG______________ Residente

______________________________________________________________________

Telefone_______________ abaixo assinado, dou meu consentimento livre e esclarecido

para participar como voluntário(a) da atividade de campo citada acima, sob

responsabilidade da aluna do Mestrado em Ciências do Envelhecimento da Universidade

São Judas Tadeu (USJT): Daiane Fuga da Silva. O trabalho é de cunho acadêmico e está

sendo orientado pela Profa. Dra. Adriana Machado Saldiba de Lima e Co-orientado pela

Dra. Claudia Aranha Gil.

Assinando este termo de Consentimento estou ciente de que:

1. Concordo em ser participante da pesquisa, sendo que posso desistir a qualquer

momento, sem nenhum prejuízo.

2. O objetivo geral da pesquisa é identificar os aspectos psicológicos que influenciam na

adesão ao tratamento do idoso diabético.

3. Serão utilizados materiais para a coleta de informações: questionários de

caracterização, qualidade de vida e testes que avaliam a dinâmica psíquica. Cujo tempo

de preenchimento é de aproximadamente 20 minutos.

4. A pesquisa é considerada de risco mínimo, porém se este procedimento gerar

desconforto, constrangimento ou outra situação desagradável qualquer, a minha

participação poderá ser interrompida, a qualquer momento, sem qualquer prejuízo para

qualquer das partes. Caso este desconforto se perdure, será oferecido o atendimento

psicológico no CENPA – Centro de Psicologia Aplicada da Universidade São Judas

Tadeu.

5. Os benefícios diretos obtidos por minha participação são: trazer contribuições a

comunidade científica, integrando informações para desenvolver e auxiliar nas questões

sociais, econômicas, políticas e psicológicas.

7. Minha participação na pesquisa é voluntária, não receberei qualquer forma de

remuneração.

8. Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos por meio

da pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, expostos

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49

acima, incluída sua divulgação em eventos científicos e publicação na forma de artigos

em revistas

9. Poderei entrar em contato com as responsáveis pela pesquisa, Profa. Dra. Adriana

Machado Saldiba de Lima e Profa. Dra. Claudia Aranha Gil, sempre que julgar necessário

pelo telefone (11) 2799-1767 para esclarecer eventuais dúvidas sobre a atividade ou com

o Comitê de Ética da Universidade São Judas Tadeu pelo telefone (11) 2799.1944 ou e-

mail: [email protected].

10. O arquivamento dos materiais coletados durante a pesquisa obedecerá às leis vigentes

ficando sua guarda e proteção sob responsabilidade do pesquisador, por cinco anos, e

disponível para consulta do comitê de ética quando este julgar necessário.

12. O presente documento deverá ser assinado em duas vias de igual teor, sendo que uma

ficará em poder do pesquisador e outra em poder do participante. Os participantes deverão

rubricar todas as páginas do presente documento.

Obtive todas as informações necessárias das pesquisadoras para poder decidir

conscientemente sobre a minha participação na referida pesquisa.

São Paulo _____, de _______________de 201_.

__________________________________________________

Nome e/ou assinatura do voluntário

______________________________ __________________________

Adriana Machado Saldiba de Lima Claudia Aranha Gil

e-mail: [email protected] e-mail: [email protected]

____________________________

Daiane Fuga da Silva

RA 817112166

Cel (11) 94333-8431

e-mail: [email protected]

Universidade São Judas Tadeu

End.: Rua Taquari, 546. Mooca – São Paulo – SP

Telefone: (11) 2799-1767

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50

Apêndice II – Questionário de identificação do participante

Nome: ____________________________________ Data de nascimento: ___/___/___

Estado civil: _______________ Profissão: _______________ Gênero: M ( ) F ( )

Faz atividade física? Sim ( ) Não ( ) Qual?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Peso: ____________ Altura: ____________ IMC: _______________

Doenças adquiridas:

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Faz uso de quais medicamentos?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Data do exame: ___/___/___ Glicemia: ______ HbA1c: ______ Frutosamina _______

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51

Apêndice III – Questionário sócio demográfico

1. Escolaridade:

( ) Fundamental incompleto ( ) Fundamental completo

( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino Médio completo

( ) Superior incompleto ( ) Superior completo

( ) Nunca foi a escola ou não chegou a concluir a 1a serie primaria ou o curso

dealfabetização de adultos

( ) Especialização _______________________________________

3. Rendimento familiar mensal

( ) Menos de 1 salário mínimo

( ) De 1 a 2 salários mínimos

( ) Acima de 2 salários mínimos

4. Fonte de renda (se for o caso, assinale mais de uma opção).

( ) Trabalho

( ) Reforma por invalidez

( ) Subsidio por doença (baixa médica)

( ) Reforma por idade (aposentadoria)

( ) Reforma por tempo de trabalho (aposentadoria)

( ) Subsidio de desemprego

( ) Transferência financeira dos familiares

( ) Pensão por viuvez

( ) outro

5. Quem é o principal responsável financeiro em sua residência

( ) somente eu

( ) há uma divisão das despesas

( ) filho (s)

( ) Neto (s)

( ) Outros

06. Grupo familiar

( ) Mora só

( ) Mora com mais pessoas

Informe quantas pessoas moram com você, sem se incluir _______.

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52

Apêndice IV – Entrevista semidirigida

1- Conte como descobriu que tinha Diabetes, em que época da sua vida foi e como reagiu

a esse diagnóstico.

2- Você se considera informado sobre o diabetes e o tratamento necessário? Quais são

as principais fontes de informação?

3- Como tem sido administrar o tratamento da diabetes?

4- Quais são as dificuldades que você enfrenta no tratamento?

5- Com relação à doença, qual a sua perspectiva para o futuro?

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53

Apêndice V – Avaliação do Teste SAT

Quadro 1 – Principais aspectos de aplicação da Prancha 14 do SAT nas categorias Percepção e Motivação (Parte 1)

Participante

Percepção Motivação

Adequação

Qualidade

Vida interior

Interação com o ambiente

Solução de problemas

Típica Atípica Discriminada Superficial Presente Ausente Ação Relação Ausente ND Presente Ausente ND

P1 x x x x x

P2 x x x x x

P3 x x x x x

P4 x x x x x

P5 x x x x x

P6 x x x x x

P7 x x x x x

P8 x x x x x

P9 x x x x x

P10 x x x x x

P11 x x x x x

P12 x x x x x

P13 x x x x x

P14 x x x x x

P15 x x x x x

P16 x x x x x

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54

Quadro 2 – Principais aspectos de aplicação da Prancha 14 do SAT nas categorias Percepção e Motivação (Parte 2)

Participante

Percepção Motivação

Adequação

Qualidade

Vida interior

Interação com o ambiente

Solução de problemas

Típica Atípica Discriminada Superficial Presente Ausente Ação Relação Ausente ND Presente Ausente ND

P17 x x x x x

P18 x x x x x

P19 x x x x x

P20 x x x x x

P21 x x x x x

P22 x x x x x

P23 x x x x x

P24 x x x x x

P25. x x x x x

P26 x x x x x

P27 x x x x x

P28 x x x x x

P29 x x x x x

P30 x x x x x

P31 x x x x x

P32 x x x x x

P33 x x x x x

P34 x x x x x

P35 x x x x x

Total 26 9 25 10 24 11 25 4 3 3 24 4 7

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Quadro 3 – Principais aspectos de aplicação da Prancha 14 do SAT nas categorias Sentimentos e Perspectivas para o futuro (Parte 1)

Participante

Sentimentos Perspectivas para o futuro

Predominantes

Em relação ao ambiente

Em relação à velhice

Futuro Imediato Futuro remoto

Positivo Negativo ND Positivo Negativo ND Positivo Negativo ND Positivo Negativo Resignado ND Positivo Negativo Resignado ND

P1 x x x x x

P2 x x x x x

P3 x x x x x

P4 x x x x x x

P5 x x x x x

P6 x x x x x

P7 x x x x x

P8 x x x x x

P9 x x x x x

P10 x x x x x

P11 x x x x x

P12 x x x x x

P13 x x x x x

P14 x x x x x

P15 x x x x x

P16 x x x x x

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56

Quadro 4 – Principais aspectos de aplicação da Prancha 14 do SAT nas categorias Sentimentos e Perspectivas para o futuro (Parte 2)

Participante

Sentimentos Perspectivas para o futuro

Predominantes

Em relação ao ambiente

Em relação à velhice

Futuro Imediato Futuro remoto

Positivo Negativo ND Positivo Negativo ND Positivo Negativo ND Positivo Negativo Resignado ND Positivo Negativo Resignado ND

P17 x x x x x

P18 x x x x x

P19 x x x x x

P20 x x x x x

P21 x x x x x

P22 x x x x x

P23 x x x x x

P24 x x x x x

P25. x x x x x

P26 x x x x x

P27 x x x x x

P28 x x x x x

P29 x x x x x

P30 x x x x x

P31 x x x x x

P32 x x x x

P33 x x x x x

P34 x x x x x

P35 x x x x x

Total 15 12 8 14 9 12 13 15 7 15 7 7 6 13 8 7 7

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57

Apêndice VI – Análise do Questionário Desiderativo

Quadro 5 – Aspectos Gerais de Avaliação do Questionário Desiderativo

Participante

Aspectos gerais

Teste completo

Perseveração Resposta

antropomórfica

Sim Não Catexia

positiva

Catexia

negativa

Catexia

positiva

Catexia

negativa

P1 1 0 1 0 0 0

P2 1 0 1 0 0 0

P3 1 0 0 0 1 0

P4 1 0 0 0 0 0

P5 1 0 1 0 1 0

P6 1 0 0 0 0 0

P7 1 0 1 0 1 0

P8 0 1 1 0 0 0

P9 1 0 0 0 0 0

P10 1 0 1 0 1 0

P11 0 1 0 1 1 0

P12 1 0 0 0 0 0

P13 1 0 0 1 0 0

P14 1 0 1 0 0 0

P15 1 0 1 0 0 0

P16 1 0 1 0 0 0

P17 0 1 0 1 0 0

P18 1 0 1 0 0 0

P19 0 1 0 1 0 0

P20 0 1 0 1 0 0

P21 0 1 1 0 0 0

P22 1 0 1 0 0 0

P23 0 1 0 1 0 0

P24 1 0 1 0 0 0

P25 0 1 1 0 0 0

P26 0 1 1 0 0 0

P27 0 1 0 0 0 0

P28 0 1 0 1 0 0

P29 1 0 1 0 0 0

P30 1 0 1 0 0 0

P31 1 0 0 1 0 0

P32 0 1 0 0 0 1

P33 0 1 1 0 0 0

P34 1 0 1 0 0 0

P35 0 1 0 1 0 0

Total (%) 60 40 50 26 15 3

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58

Quadro 6 – Categoria Específica de Análise do Questionário Desiderativo

Participante

Categoria específica

Qualidade da resposta

Convencional Original Bizarra

P1 1 0 0

P2 0 1 0

P3 1 0 0

P4 0 1 0

P5 0 1 0

P6 0 1 0

P7 0 1 0

P8 1 0 0

P9 0 1 0

P10 0 1 0

P11 1 0 0

P12 0 1 0

P13 0 1 0

P14 1 0 0

P15 0 1 0

P16 0 1 0

P17 1 0 0

P18 1 0 0

P19 1 0 0

P20 1 0 0

P21 1 0 0

P22 1 0 0

P23 0 0 0

P24 1 0 0

P25 0 0 0

P26 1 0 0

P27 1 0 0

P28 0 1 0

P29 1 0 0

P30 1 0 0

P31 0 1 0

P32 1 0 0

P33 0 1 0

P34 0 1 0

P35 1 0 0

Total (%) 53 47 0

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Quadro 7 - Categorias Específicas de Análise do Questionário Desiderativo

Participante

Categorias específicas

Dissociação

Identificação projetiva Racionalização

Adequada Inadequada Símbolo

estruturado

Símbolo não

estruturado Adequada Inadequada

P1 1 0 1 0 1 0

P2 1 0 1 0 1 0

P3 1 0 1 0 0 1

P4 0 1 1 0 0 1

P5 1 0 1 0 0 1

P6 0 1 1 0 0 1

P7 0 1 1 0 1 0

P8 0 1 1 0 0 1

P9 1 0 1 0 0 1

P10 1 0 1 0 1 0

P11 0 1 1 0 1 0

P12 1 0 1 0 0 1

P13 0 1 1 0 0 1

P14 1 0 1 0 0 1

P15 0 1 1 0 1 0

P16 1 0 1 0 1 0

P17 0 1 1 0 0 1

P18 1 0 1 0 0 1

P19 0 1 0 1 0 1

P20 0 1 1 0 0 1

P21 0 1 1 0 0 1

P22 1 0 1 0 1 0

P23 0 1 0 1 0 1

P24 1 0 1 0 1 0

P25 0 1 0 1 0 1

P26 0 1 1 0 0 1

P27 0 1 0 1 0 1

P28 0 1 0 1 0 1

P29 1 0 1 0 0 1

P30 1 0 1 0 0 1

P31 1 0 1 0 1 0

P32 0 1 0 1 0 1

P33 1 0 1 0 1 0

P34 1 0 1 0 1 0

P35 0 1 0 1 0 1

Total (%) 48 52 80 20 34 66

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Quadro 8 - Categorias Específicas de Análise do Questionário Desiderativo

Participante

Categoria específica

Perspectiva vincular

Resposta

narcísica

Resposta

que inclui o

outro

P1 1 0

P2 0 1

P3 0 1

P4 0 1

P5 1 0

P6 1 0

P7 1 0

P8 1 0

P9 1 0

P10 1 0

P11 1 0

P12 0 1

P13 1 0

P14 1 0

P15 1 0

P16 0 1

P17 1 0

P18 0 1

P19 0 1

P20 0 1

P21 1 0

P22 1 0

P23 0 0

P24 0 1

P25 0 0

P26 0 1

P27 0 0

P28 0 1

P29 1 0

P30 1 0

P31 1 0

P32 1 0

P33 1 0

P34 1 0

P35 1 0

Total (%) 60 31

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61

Apêndice VII – CD-ROM com as transcrições das entrevistas semidirigidas,

aplicações do Questionário Desiderativo e SAT

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62

Apêndice VIII – Aprovação do projeto no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)

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63

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64

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65

Anexo I – Escala de qualidade de vida abreviada (WHOQOL-Bref)

Instruções

Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida,

saúde e outras áreas de sua vida. Por favor, responda todas as questões. Se você não

tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as

alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua primeira

escolha.

Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós

estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando como referência as duas

últimas semanas. Por exemplo, pensando nas últimas duas semanas, uma questão

poderia ser:

nada Muito

pouco médio muito completamente

Você recebe dos outros

o apoio de que

necessita?

1 2 3 4 5

Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto você recebe dos

outros o apoio de que necessita nestas últimas duas semanas.

Portanto, você deve circular o número 4 se você recebeu "muito" apoio como abaixo.

Você deve circular o número 1 se você não recebeu "nada" de apoio.

nada Muito

pouco médio muito Completamente

Você recebe dos

outros o apoio de que

necessita?

1 2 3 4 5

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66

Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número que lhe

parece a melhor resposta.

muito

ruim Ruim

nem

ruim

nem boa

boa muito boa

1 Como você avaliaria

sua qualidade de vida? 1 2 3 4 5

As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas

últimas duas semanas.

nada muito

pouco

mais

ou

menos

bastante extremamente

3 Em que medida

você acha que sua

dor (física) impede

1 2 3 4 5

muito

insatisfeito Insatisfeito

nem

satisfeito

nem

insatisfeito

satisfeito muito

satisfeito

2

Quão

satisfeito(a)

você está

com a sua

saúde?

1 2 3 4 5

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67

você de fazer o que

você precisa?

4

O quanto você

precisa de algum

tratamento médico

para levar sua vida

diária?

1 2 3 4 5

5 O quanto você

aproveita a vida? 1 2 3 4 5

6

Em que medida

você acha que a sua

vida tem sentido?

1 2 3 4 5

7

O quanto você

consegue se

concentrar?

1 2 3 4 5

8

Quão seguro(a)

você se sente em

sua vida diária?

1 2 3 4 5

9

Quão saudável é o

seu ambiente físico

(clima, barulho,

poluição,

atrativos)?

1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou

é capaz de fazer certas coisas nestas últimas duas semanas.

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68

nada muito

pouco médio muito completamente

10

Você tem

energia

suficiente

para seu dia-

a- dia?

1 2 3 4 5

11

Você é capaz

de aceitar sua

aparência

física?

1 2 3 4 5

12

Você tem

dinheiro

suficiente

para

satisfazer

suas

necessidades?

1 2 3 4 5

13

Quão

disponíveis

para você

estão as

informações

que precisa

no seu dia-a-

dia?

1 2 3 4 5

14

Em que

medida você

tem

oportunidades

de atividade

de lazer?

1 2 3 4 5

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69

As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a

respeito de vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas.

muito

ruim ruim

nem

ruim

nem

bom

bom muito

bom

15

Quão bem você

é capaz de se

locomover?

1 2 3 4 5

16

Quão

satisfeito(a)

você está com o

seu sono?

1 2 3 4 5

17

Quão

satisfeito(a)

você está com

sua capacidade

de desempenhar

as atividades do

seu dia-a-dia?

1 2 3 4 5

18

Quão

satisfeito(a)

você está com

sua capacidade

para o trabalho?

1 2 3 4 5

19

Quão

satisfeito(a)

você está

consigo

mesmo?

1 2 3 4 5

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70

20

Quão

satisfeito(a)

você está com

suas relações

pessoais

(amigos,

parentes,

conhecidos,

colegas)?

1 2 3 4 5

21

Quão

satisfeito(a)

você está com

sua vida

sexual?

1 2 3 4 5

22

Quão

satisfeito(a)

você está com

o apoio que

você recebe de

seus amigos?

1 2 3 4 5

23

Quão

satisfeito(a)

você está com

as condições do

local onde

mora?

1 2 3 4 5

24

Quão

satisfeito(a)

você está com

o

seu acesso aos

serviços de

saúde?

1 2 3 4 5

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71

25

Quão

satisfeito(a)

você está com

o seu meio de

transporte?

1 2 3 4 5

As questões seguintes referem-se a com que frequência você sentiu ou

experimentou certas coisas nas últimas duas semanas.

nunca Algumas

vezes frequentemente

Muito

frequente

mente

sempre

26

Com que

frequência

você tem

sentimento

s negativos

tais como

mau

humor,

desespero,

ansiedade,

depressão?

1 2 3 4 5

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Anexo II – Escala complementar sobre a Qualidade de Vida em Idosos

(WHOQOL-Old)

Instruções

Por favor, tenha em mente os seus valores, esperanças, prazeres e preocupações.

Pedimos que pense na sua vida nas duas últimas semanas. As seguintes questões

perguntam sobre o quanto você tem tido certos sentimentos nas últimas duas semanas.

Q.1Até que ponto as perdas nos seus sentidos (por exemplo, audição, visão, paladar,

olfato, tato), afetam a sua vida diária?

Nada (1) Muito pouco (2) Mais ou menos (3) Bastante (4) Extremamente (5)

Q.2 Até que ponto a perda de, por exemplo, audição, visão, paladar, olfato, tato,

afeta a sua capacidade de participar em atividades?

Nada (1) Muito pouco (2) Mais ou menos (3) Bastante (4) Extremamente (5)

Q.3 Quanta liberdade você tem de tomar as suas próprias decisões?

Nada (1) Muito pouco (2) Mais ou menos (3) Bastante (4) Extremamente (5)

Q.4 Até que ponto você sente que controla o seu futuro?

Nada (1) Muito pouco (2) Mais ou menos (3) Bastante (4) Extremamente (5)

Q.5 O quanto você sente que as pessoas ao seu redor respeitam a sua liberdade?

Nada (1) Muito pouco (2) Mais ou menos (3) Bastante (4) Extremamente (5)

Q.6 Quão preocupado você está com a maneira pela qual irá morrer?

Nada (1) Muito pouco (2) Mais ou menos (3) Bastante (4) Extremamente (5)

Q.7 O quanto você tem medo de não poder controlar a sua morte?

Nada (1) Muito pouco (2) Mais ou menos (3) Bastante (4) Extremamente (5)

Q.8 O quanto você tem medo de morrer?

Nada (1) Muito pouco (2) Mais ou menos (3) Bastante (4) Extremamente (5)

Q.9 O quanto você teme sofrer dor antes de morrer?

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Nada (1) Muito pouco (2) Mais ou menos (3) Bastante (4) Extremamente (5)

As seguintes questões perguntam sobre quão completamente você fez ou se

sentiu apto afazer algumas coisas nas duas últimas semanas.

Q.10 Até que ponto o funcionamento dos seus sentidos (por exemplo, audição, visão,

paladar, olfato, tato) afeta a sua capacidade de interagir com outras pessoas?

Nada (1) Muito pouco (2) Mais ou menos (3) Bastante (4) Extremamente (5)

Q.11 Até que ponto você consegue fazer as coisas que gostaria de fazer?

Nada (1) Muito pouco (2) Mais ou menos (3) Bastante (4) Extremamente (5)

Q.12 Até que ponto você está satisfeito com as suas oportunidades para continuar

alcançando outras realizações na sua vida?

Nada (1) Muito pouco (2) Mais ou menos (3) Bastante (4) Extremamente (5)

Q.13 O quanto você sente que recebeu o reconhecimento que merece na sua vida?

Nada (1) Muito pouco (2) Mais ou menos (3) Bastante (4) Extremamente (5)

Q.14 Até que ponto você sente que tem o suficiente para fazer em cada dia?

Nada (1) Muito pouco (2) Mais ou menos (3) Bastante (4) Extremamente (5)

As seguintes questões pedem a você que diga o quanto você se sentiu satisfeito,

feliz ou bemsobre vários aspectos de sua vida nas duas últimas semanas.

Q.15 Quão satisfeito você está com aquilo que alcançou na sua vida?

Muito insatisfeito (1) Insatisfeito (2) Nem satisfeito nem insatisfeito (3) Satisfeito (4)

Muito satisfeito (5)

Q.16 Quão satisfeito você está com a maneira com a qual você usa o seu tempo?

Muito insatisfeito (1) Insatisfeito (2) Nem satisfeito nem insatisfeito (3) Satisfeito (4)

Muito satisfeito (5)

Q.17 Quão satisfeito você está com o seu nível de atividade?

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74

Muito insatisfeito (1) Insatisfeito (2) Nem satisfeito nem insatisfeito (3) Satisfeito (4)

Muito satisfeito (5)

Q.18 Quão satisfeito você está com as oportunidades que você tem para participar

de atividades da comunidade?

Muito insatisfeito (1) Insatisfeito (2) Nem satisfeito nem insatisfeito (3) Satisfeito (4)

Muito satisfeito (5)

Q.19 Quão feliz você está com as coisas que você pode esperar daqui para frente?

Muito infeliz (1) Infeliz (2) Nem feliz nem infeliz (3) Feliz (4) Muito feliz (5)

Q.20 Como você avaliaria o funcionamento dos seus sentidos (por exemplo, audição,

visão, paladar, olfato, tato)?

Muito ruim (1) Ruim (2) Nem ruim nem boa (3) Boa (4) Muito boa (5)

As seguintes questões se referem a qualquer relacionamento íntimo que você

possa ter. Por favor, considere estas questões em relação a um companheiro ou uma

pessoa próxima com a qual você pode compartilhar (dividir) sua intimidade mais do

que com qualquer outra pessoa em sua vida.

Q.21 Até que ponto você tem um sentimento de companheirismo em sua vida?

Nada (1) Muito pouco (2) Mais ou menos (3) Bastante (4) Extremamente (5)

Q.22 Até que ponto você sente amor em sua vida?

Nada (1) Muito pouco (2) Mais ou menos (3) Bastante (4) Extremamente (5)

Q.23 Até que ponto você tem oportunidades para amar?

Nada (1) Muito pouco (2) Mais ou menos (3) Bastante (4) Extremamente (5)

Q.24 Até que ponto você tem oportunidades para ser amado?

Nada (1) Muito pouco (2) Mais ou menos (3) Bastante (4) Extremamente (5)

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Anexo III – Escala de Depressão Geriátrica (GDS-15)

Instruções

Agora vou ler algumas frases sobre sentimentos e comportamentos e o Sr (a) me

dirá se durante a semana passada se sentiu assim.

1. Satisfeito(a) com a vida? 0.Sim ( ) 1. Não ( )

2. Interrompeu muitas de suas atividades? 1.Sim ( ) 0. Não ( )

3. Acha sua vida vazia? 1.Sim ( ) 0. Não ( )

4. Aborrece-se com frequência? 1.Sim ( ) 0. Não ( )

5. Sente-se de bem com a vida na maior parte do tempo? 0.Sim ( ) 1. Não ( )

6. Teme que algo ruim lhe aconteça? 1.Sim ( ) 0. Não ( )

7. Sente-se alegre a maior parte do tempo? 0.Sim ( ) 1. Não ( )

8. Sente-se desamparado (a) com frequência? 1.Sim ( ) 0. Não ( )

9. Prefere ficar em casa a sair e fazer coisas novas? 1.Sim ( ) 0. Não ( )

10. Acha que tem mais problemas de memória que outras pessoas? 1.Sim ( )

0. Não( )

11. Acha que é maravilhoso estar vivo(a) agora? 0.Sim ( ) 1. Não ( )

12. Vale a pena viver como vive agora? 0.Sim ( ) 1. Não ( )

13. Sente-se cheio(a) de energia? 0.Sim ( ) 1. Não ( )

14. Acha que sua situação tem solução? 0.Sim ( ) 1. Não ( )

15. Acha que tem muita gente em situação melhor? 1.Sim ( ) 0. Não ( )