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CUIDADOS COM O PÉ DIABÉTICO Ao iniciar esta leitura, acredito que a maioria já ouviu alguma notícia de alguém próximo, uma tia ou avó diabética, que teve feridas nas pernas ou pés e passou anos se tratando, com sofrimento e limitações. A Diabetes Mellitus é uma doença crônica que afeta cerca de 170 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, a estatística é de aproximadamente 10 milhões de diabéticos, todos os dias são diagnosticados 2.200 novos casos com uma estimativa de 780.000 novos casos por ano. O fato da incidência da Diabete estar aumentando, e de 15 % dos diabéticos irão desenvolver úlceras plantares, a maioria destes problemas são prevenidos com o cuidado apropriado e visitas regulares a uma equipe interdisciplinar, que poderá fornecer a informação na inspeção do pé e no cuidado com os calçados apropriados. Os fatores etiopatogênicos mais importante do surgimento das úlceras plantares, são a diminuição da sensibilidade, que possibilita um aumento de pressão na planta do pé, os microtraumatismos de repetição que não são percebidos pelo diabético, ou a isquemia, que por sua parte provoca uma diminuição do aporte de oxigênio, nutrientes metabólicos, etc., impedindo ou retardando a cicatrização da ferida.

CUIDADOS COM O PÉ DIABÉTICO

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Page 1: CUIDADOS COM O PÉ DIABÉTICO

CUIDADOS COM O PÉ DIABÉTICO

Ao iniciar esta leitura, acredito que a maioria já ouviu alguma notícia de alguém próximo, uma tia ou avó diabética, que teve feridas nas pernas ou pés e passou anos se tratando, com sofrimento e limitações.

A Diabetes Mellitus é uma doença crônica que afeta cerca de 170 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, a estatística é de aproximadamente 10 milhões de diabéticos, todos os dias são diagnosticados 2.200 novos casos com uma estimativa de 780.000 novos casos por ano.

O fato da incidência da Diabete estar aumentando, e de 15 % dos diabéticos irão desenvolver úlceras plantares, a maioria destes problemas são prevenidos com o cuidado apropriado e visitas regulares a uma equipe interdisciplinar, que poderá fornecer a informação na inspeção do pé e no cuidado com os calçados apropriados.

Os fatores etiopatogênicos mais importante do surgimento das úlceras plantares, são a diminuição da sensibilidade, que possibilita um aumento de pressão na planta do pé, os microtraumatismos de repetição que não são percebidos pelo diabético, ou a isquemia, que por sua parte provoca uma diminuição do aporte de oxigênio, nutrientes metabólicos, etc., impedindo ou retardando a cicatrização da ferida. 

Causas dos Problemas nos Pés:

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Os problemas dos pés nas pessoas com diabetes são geralmente o resultado de três fatores preliminares: neuropatia, circulação pobre (isquemia), e resistência diminuída à infecção. Também, as deformidades dos pés e lesões por traumas de repetição podem causar ulcerações e infecções na presença da neuropatia ou da isquemia.

Neuropatia

A habilidade de detectar sensações ou vibração pode ser diminuída. A neuropatia permite que os ferimentos remanesçam despercebidos e permanecem por períodos de tempo longos. Pode causar dores ardentes ou afiadas nos pés e interferir com seu sono. Ironicamente, a neuropatia dolorosa pode ocorrer em combinação com uma perda da sensibilidade. A neuropatia pode também afetar os nervos que fornecem os músculos em seus pés. Esta “neuropatia motora” pode causar a fraqueza do músculo ou a perda do tônus muscular músculos do membro inferior e os intrínsecos dos pés, desenvolvendo as deformidades dos dedos em martelo e/ou garra, calosidades, bolhas e outras deformidades dos pés. Se estes forem deixados sem tratamento, as lesões nos pés podem evoluir para ulcerações ou amputações.

Isquemia

As pessoas com diabetes têm frequentemente os problema da circulação (doença vascular periférica) que podem causar sintomas progredindo para a gangrena ou dor severa no descanso, com mudanças associadas da cor e de temperatura (os pés podem ficar um vermelho brilhante ao pendurar para baixo e sentem constantemente o frio). Também, a pele pode tornar-se brilhante, diluída e danificada facilmente e redução no crescimento dos pêlos.

A circulação pobre, tendo por resultado o fluxo reduzido do sangue aos pés, restringe a entrega do oxigênio e dos nutrientes que é requerido para a manutenção normal e reparadora. Cuidados com os ferimentos dos pés, infecção ou ulcerações são afetadas. As operações vasculares periféricas podem prevenir uma amputação da extremidade do membro inferior.

A Classificação do Pé do Paciente Daibético:

Pé Neuropático: é o que apresenta alterações neurológicas, que tem como resultado diminuição progressiva da sensibilidade, alterações na marcha, alterações dos pontos de pressão plantar (surgimento de deformidades e calosidades).Pé Isquêmico: apresenta diminuição da circulação arterial dos membros inferioresPé Neuro-Vascular: apresenta, ao mesmo tempo, alterações neurológicas e vasculares nos membros inferiores.

Infecção

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As pessoas com diabetes são geralmente mais propensas às infecções do que na população não diabética. Devido às deficiências na habilidade das células brancas do sangue de defender de encontro às bactérias, o diabético tem maior dificuldade em tratar e dar uma resposta imune à infecção.

Úlceras nos pés

As ulcerações plantares são geralmente um sofrimento na região plantar dos pés ou no dorso dos dedos dos pés, resultado das pressões excessiva nesse local, principalmente pelo uso de calçados inapropriados. As úlceras freqüentemente desenvolve-se através de uma região de calosidade pré-existente. O trauma do calor, do frio, da pressão do calçado ou a penetração por um objeto afiado são também potenciais causas. A neuropatia permite que as lesões passem por despercebido pelo diabético, pois as alterações da sensibilidade foram perdidas. A pressão continua ao andar na pele cria ferida. A ferida aberta freqüentemente tornará infectada e pode mesmo penetrar ao osso, levando a osteomielite (infecção).

O tratamento das úlceras deve ser realizada por uma equipe interdisciplinar, desde os médicos, enfermeira, fisioterapeuta, ortesista e protesista . Além do cuidado dos curativos avançados e dos medicamentos locais na ferida, outras medidas podem ser necessárias para aliviar adequadamente a pressão na área. O uso das sandálias de cicatrização, palmilhas confeccionadas sob medida e calçados especiais podem ser usados para a prevenção e efeito terapêutico.

Em todo o mundo, o pé diabético é a principal causa das amputações. Estudos realizados nos Estados Unidos têm mostrado que entre 5% e 10% de todos os pacientes diabéticos desenvolveram uma amputação ao longo de suas vidas. Ao redor de 50% das amputações nos diabéticos podem ser evitadas com medidas de prevenção, como uso de palmilhas e calçados especiais. Depois que apareça uma ferida no pé diabético, este pé tem um risco de 15 vezes maior de sofrer uma amputação.

As Palmilhas – Órteses Plantares

Um princípio básico na confecção das palmilhas em pés diabéticos, é que estas deverão ser fabricadas SEMPRE sob medida. Existe no mercado uma grande quantidade de palmilhas pré-fabricadas, que se apresentam com tamanhos distintos, segundo o número do pé do usuário. Estas palmilhas são fabricadas com materiais de dureza diferentes, desde o silicone até as de borracha rígida e/ou couro, mas no pé diabético não podemos correr o risco de adaptar estas palmilhas que não correspondam a morfologia destes pés, o que pode provocar por si só aparecimento de úlceras. Por tanto, no Pé Diabético, as palmilhas sempre devem ser confeccionadas sob medida, com o objetivo de dar proteção e estabilidade, alivio das áreas de pressão, reduzir a força de cizalhamento, atrito e impacto.

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Calçados Especiais – Sannabem

Originalmente os calçados têm como missão, proteger os pés do contato com o solo, o frio, da umidade etc. Posteriormente, os calçados têm se convertido por uma peça do vestuário, ou seja, como símbolo sexual e da moda. Assim, uma peça que há princípio deveria proteger os pés, com o tempo perdeu esta missão e provocando grandes problemas.

Nos diabéticos, os calçados podem atuar agressivamente sobre um pé “desprotegido” provocando sérios problemas. Por outra parte, os calçados desenvolvidos por profissionais da área da saúde, podem prevenir e tratar as lesões nos pés, com o objetivo de: alterar regiões de hiperpressão plantar, reduzir a fricção do pé, acomodar as deformidades (hiperprofundo), diminuir a mobilidade em articulações afetadas e prevenir aparecimento de úlceras no pé diabético.

Orientação e Cuidados com seus pés:

Inspecione seus pés diariamente, procurando bolhas, sangramento e lesões entre seus dedos do pé.

Use um espelho ver o fundo de seus pés.

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Não embeba seus pés a menos que a temperatura da água for morna, tão quentes como você pode o estar.

Evite extremos da temperatura - não use frascos da água quente ou almofadas de calor em seus pés.

Lave seus pés diários com água e seque-os bem, especial entre os dedos do pé.

Use em creme ou uma loção, mas evite-o de colocá-lo entre os dedos do pé.

Não use ácidos ou removedores químicos.

Não execute do "a cirurgia banheiro" em calos, bolhas e cortar unhas.

Apare suas unhas com cuidado e arquive-os delicadamente. Tenha um podólogo especializado para você regularmente se você não puder os aparar você mesmo sem dificuldade.

Contate seu profissional da saúde imediatamente se seu pé se tornar inchado ou se for doloroso.

Não fume.

Aprenda tudo sobre o que a diabetes pode afetar seus pés.

Matéria Elaborada por:

José Marcelo Carvalho

Fisioterapeuta – Ortesista – Protesista

Diretor da Andem Ortopedia – Centro de Prevenção do Pé Diabético

Campinas / Sp

Fone: 19.3236.7093 / 3236.7095

[email protected]