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IMPRESSO Gestão independência, democracia e luta Maio 2007 Assembléia Estadual da APP-Sindicato Dia: 26 - 05 - 07 • horário: 14h30 Local: Col. Estadual do Paraná - Curitiba

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IMPRESSO

Gestão independência, democracia e luta Maio 2007

Assembléia Estadual da APP-SindicatoDia: 26 - 05 - 07 • horário: 14h30Local: Col. Estadual do Paraná - Curitiba

Page 2: Assembléia Estadual da APP-Sindicato Dia: 26 - 05 - 07 ...sistema.app.com.br/portalapp/uploads/publicacoes/jornal30agosto_… · Maio de 2007 Jornal 30 de Agosto 02 EXPEDIENTE APP-Sindicato

Jornal 30 de Agosto Maio d e 2 0 0 7 0202020202

EXPEDIENTE

APP-Sindicato - Filiada à CUT e à CNTESindicato dos Trabalhadores em Educação Pú-blica do Paraná Rua Voluntários da Pátria, 475, 14ºandar, CEP 80.020-926, Curitiba, ParanáFone (41) 3026-9822, Fax (41) 3222-5261www.app.com.br

Presidente: José Rodrigues Lemos; Sec. Imprensa e Divulgação: Luiz CarlosPaixão da Rocha. Jornalistas: Valnísia Mangueira (893-SE) e Simone Giacometti(4441-PR) Diagramação: Jacqueline Licadiedoff (DRT 4672-PR) . Impressão:Gráfica Renascer - Tiragem de 60 mil exemplares.Gestão Independência, Democracia e Luta - 2005-2008José Rodrigues Lemos - Presidente • Idemar Vandelei Beki- Secretaria Geral •Saionara Cristina Bocalon - Secretaria de Finanças • Janesley A. Albuquerque-Secretaria Educacional • José Valdivino de Moares - Secretaria de Funcionários •Miguel Angel Alvarenga Baez -Secretaria de Políticas Sindicais • Élide Bueno -Sec. Adm. e Patrimônio • Edilson Aparecido de Paula - Secretaria de Municipais• Luiz Carlos Paixão da Rocha - Sec. Imprensa e Divulgação • Sérgio Marson -Secretaria de Assuntos Jurídicos • Sabina da Silva Turbay - Secretaria deAposentados • Silvana Prestes Rodacoswiski - Secretaria de Políticas Sociais •Marlei Fernandes de Carvalho - Secretaria de Organização • Maria MadalenaAmes - Sec. de Formação Sindical • José Ueldes Camilo - Secretaria deSindicalizados

AAAAA G E N D AG E N D AG E N D AG E N D AG E N D A D AD AD AD AD A A A A A A P PP PP PP PP P

Tabela Salarial Funcionários

Níveis 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

PDE Nível III

Especialização Nível II

Lic.Plena Nível I

Lic.Curta+Adic Nível Esp.III

Lic.Curta Nível Esp.II

Magistério Nível Esp.I

Classes

Nova Tabela de Vencimentos dos Professores

Cargo: Professor – Jornada 20 horas

OBS: Auxílio-transporte (AT) por 20h - R$ 175,03

RE

FE

NC

IA S

AL

AR

IAL

III II I01 580,00 906,06 1.415,41

02 600,30 937,77 1.464,95

03 621,31 970,59 1.516,23

04 643,06 1.004,56 1.569,29

05 665,56 1.039,72 1.624,22

06 688,86 1.076,11 1.681,07

07 712,97 1.113,78 1.739,90

08 737,92 1.152,76 1.800,80

09 763,75 1.193,10 1.863,83

10 790,48 1.234,86 1.929,06

11 818,15 1.278,08 1.996,58

12 846,78 1.322,82 2.066,46

III II I

870,00 1.371,79 2.162,99

900,45 1.419,80 2.238,69

931,97 1.469,49 2.317,05

964,58 1.520,93 2.398,15

998,35 1.574,16 2.482,08

1.033,29 1.629,25 2.568,95

1.069,45 1.686,28 2.658,87

1.106,88 1.745,30 2.751,93

1.145,62 1.806,38 2.848,24

1.185,72 1.869,61 2.947,93

1.227,22 1.935,04 3.051,11

1.270,17 2.002,77 3.157,90

III II I

2.088,00 3.353,26 5.385,22

2.161,08 3.470,62 5.573,70

2.236,72 3.592,09 5.768,78

2.315,00 3.717,82 5.970,69

2.396,03 3.847,94 6.179,67

2.479,89 3.982,62 6.395,95

2.566,69 4.122,01 6.619,81

2.656,52 4.266,28 6.851,51

2.749,50 4.415,60 7.091,31

2.845,73 4.570,15 7.339,50

2.945,33 4.730,10 7.596,39

3.048,42 4.895,66 7.862,26

AGENTE DE APOIO AGENTE DE EXECUÇÃO AGENTE PROFISSIONALClasse Classe Classe

EditorialCompanheiras e companhei-

ros de travessia,Conquista!Após muitas mobilizações, as-

sembléias e reuniões com o gover-no, a categoria acaba de conquistara reposição salarial de 17,04% paraos professores da ativa e aposenta-dos e 3,34% para os funcionáriosde escolas. Os índices diferenciadosde reposição correspondem as per-das inflacionárias de abril deste anoaté a data da última reposição; pro-fessores abril de 2004, funcionáriosjulho de 2006. Outra importanteconquista foi a garantia na Lei dareposição anual das perdas inflacio-nários em 1º de maio de cada ano.

Mais uma vez, a união da cate-goria em torno do sindicato foi fun-damental para esta nova conquista.Desta forma precisamos continuarcaminhando juntos para avançarmais. Temos muitos desafios aindapela frente. Precisamos garantirmelhores condições de trabalho, desaúde e de salário. Vamos continu-ar juntos para conquistar a equipa-ração salarial, o plano de carreirados funcionários, a implementaçãodo cargo de 40 horas, a redução donúmero de alunos por turma, aampliação da qualidade da educa-ção, entre outras.

Decisão judicial – Nesta edição,por determinação judicial, estamospublicando uma decisão judicialcontra a APP-Sindicato em favor daSra. Sônia Loyola, Diretora Geral daSeed, durante parte do governoLerner. A ação teve sua origem em

um artigo publicado no Jornal 30de Agosto, em junho de 2000. Oartigo que questionava um docu-mento assinado pela Sra. SoniaLoyola de orientações para a repo-sição de aulas ao final da greve da-quele ano foi considerado ofensivopela justiça.

Em virtude da decisão judicialfomos obrigados a retirar váriasmatérias desta edição. Nos descul-pamos pelo transtorno.

APP – 60 anos - No dia 26 deabril, nossa entidade completou 60anos. Uma história construída comgarra, sonho, ousadia e muita luta econquistas. Uma história carregadade emoção e de dedicação, tendosempre como horizonte a defesa epromoção da educação pública e,conseqüentemente a valorização denossa profissão.Desta forma, atuan-do para a construção de uma socie-dade melhor, justa e igualitária.

Todas as conquistas, todos osdireitos que temos na carreira hojesão frutos da ação e de luta da cate-goria em torno da APP. Esta é, comcerteza, a principal lição destes 60anos de história da APP.

Parabéns APP! Parabéns educa-dores!

É com este sentimento que convi-damos você professor, professora, fun-cionário e funcionária a também sersujeito desta nobre história. Venha coma gente e se filie ao sindicato. Se nãolutarmos pela nossa profissão, quem adefenderá?

Boa leitura!Direção Estadual da APP-Sindicato

1288,64 1353,072 1420,726 1491,762 1566,35 1644,667 1726,901 1813,246 1903,908 1999,104 2099,059

753,44 791,112 830,6676 872,201 915,811 961,6016 1009,682 1060,166 1113,174 1168,833 1227,274

602,75 632,8875 664,5319 697,7585 732,6464 769,2787 807,7426 848,1298 890,5363 935,0631 981,8162

512,33 537,9465 564,8438 593,086 622,7403 653,8773 686,5712 720,8998 756,9447 794,792 834,5316

452,06 474,663 498,3962 523,316 549,4818 576,9558 605,8036 636,0938 667,8985 701,2934 736,3581

421,92 443,016 465,1668 488,4251 512,8464 538,4887 565,4132 593,6838 623,368 654,5364 687,2632

MAIO22 - Reunião com Pedagogas doNS Laranjeiras do Sul, às 14h ecom a Diretoria Regional, às 18h22 - Assembléia Regional Extraor-dinária do NS Curitiba Sul, na sederegional, 16h25 e 26 - Ciclo de Debates – I Se-minário Estadual sobre Violência eEducação, no Salão Nobre do Co-légio Estadual do Paraná25 - Reunião do Conselho Estadu-al da APP-Sindicato, às 18h30, naAPP-Sindicato26 - ASSEMBLÉIA ESTADUAL DAAPP-SINDICATO, às 14h30, noAuditório do Colégio Estadual doParaná26 - Seminário Saúde dos Traba-lhadores em Educação, em Pru-dentópolis26 - Reunião do Comitê pela Rees-tatização da Vale do Rio Doce, emGuarapuava, 14h27 - Reunião do Comitê pela Rees-tatização da Vale do Rio Doce, emLondrina às 8h30 e em Maringá às14h29 – Homenagem aos 60 anosAPP-Sindicato na Câmara Muni-cipal de São José dos Pinhais, às19h31 - Coletivo Regional de Funcio-nários/as de Escolas do NS deMaringá, no auditório do CE Gas-tão Vidigal.

JUNHO01 - Comemoração dos 60 anos daAPP-Sindicato, no Clube Olímpi-cus de Cascavel01 - Seminário sobre a Lei 10639/03 em Apucarana02 - Seminário Estadual “AssédioMoral no Trabalho”, organizado peloFórum dos Servidores PúblicosEstaduais - no NS de Londrina, das9h às16h3004 - Curso Prevenção de Aciden-tes e Doenças de Trabalho, emMarialva06 - Encontro de Funcionários/asde Escolas em União da Vitória06 - Reunião para criação do Cole-tivo Regional de Funcionários/as deEscolas do NS Campo Mourão08 a 10 - II Etapa da Turma Esta-dual do Programa de Formação daAPP-Sindicato, no Seminário Vi-centinos, em Curitiba13 - Reunião do Coletivo Regionalde Aposentados/as do NS CuritibaNorte16 - Reunião do Coletivo Regionalde Funcionários/as de Escolas doNS de Ponta Grossa16 - Reunião do Coletivo Regionalde Aposentadas/os do NS de Pa-ranavaí – manhã16 - Reunião do Coletivo Regionalde Funcionários/as de Escolas doNS Paranavaí – tarde19 - Seminário Estadual sobre En-sino Fundamental de 9 anos, das9 às 17h30, em Curitiba20 - Audiência Pública sobre Ensi-no Fundamental de 9 anos, das 9às 12h, no Plenarinho da Assem-bléia Legislativa do Paraná21 - Dia Internacional da EducaçãoInclusiva e Não-Sexista22 - Reunião do Coletivo Regionalde Gênero e Classe do NS MetroNorte, as 14h, na APP-Sindicato27 - Reunião do Coletivo Regionalde Aposentados/as do NS CuritibaNorte

ConvêniosA APP-Sindicato

oferece uma série deconvênios para os seussindicalizados.

Comprovando suasindicalização você ob-tém descontos em umaampla rede de convenia-das no estado todo. Arede dispõe de acumpu-turista, médicos, clíni-cas, hotéis, lojas, farmá-cias etc.Confira no Portal daAPP: www.app.com.br

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Jornal 30 de AgostoMaio de 2 0 0 7

Campanha Salarial0303030303

Mobilização da categoria garante conquistas

Reposição Salarial de 17,04% será paga emparcela única no mês de maio

Os professores serão osprimeiros servidores públicos areceber a reposição salarialinstituída pelo Projeto de Lei311/2007 aprovado pelaAssembléia Legislativa.

A luta pela equiparaçãosalarial continua.

Saiba como vai ficar o seu salário!

Um professor Nível II, Classe 11, com 20 anos de trabalho (20h):

Recebia: Passará a receber

1.048,60 (salário base) 1.227,28 (salário base)

209,72 (20% de qüinqüênios) 245,45 (20% qüinqüênios)

150,24 (auxílio transporte) 175,84 (auxílio transporte)

R$ 1.408,56 (total) R$ 1.648,57 (total)

Após verificar o seu salário base (Nível e Classe) acrescente os qüinqüênios (5% a mais acada cinco anos de trabalho) e as gratificações que você recebe, como período noturno,auxílio transporte, de diretor, ensino especial.

No dia 1º de junho os professores aposentados e da ativa já terão os novos valoressalariais em seus contra-cheques. Para saber o seu novo salário, basta acrescentar 17,04%sobre o total dos seus vencimentos.

Você também pode calcular o seu novo salário a partir da nova tabela de vencimentos.Para isto, você de verá verificar a classe (de 1 a 11) e Nível que você se encontra na

tabela.

Professores PSS

A proposta inicial apresentada pelo governo no Pro-jeto de Lei 311/07 da reposição salarial excluía os traba-lhadores com contrato temporário ou especial. Contraisto, a diretoria da APP- Sindicato sugeriu uma emendaque foi discutida e acatada pelos deputados da basegovernista.A emenda apresentada pelo deputado prof.Luizão foi aprovada. Assim, a reposição para os profes-sores temporários está amparada legalmente, visto o De-creto 2947 de 06/05/2004 criado após a implantação doPlano de Carreira do Professor, em vigor até hoje.

O Decreto estabelece que o valor da hora-aula deveser calculado a partir da Classe 1 do Nível correspon-dente da atuação do professor. Assim, pelo decreto oprofessor PSS de 20 horas receberá:

1º a 4º série - R$ 421,92

5° a 8º série e ensino médio – R$ 602,75

Após diversas reuniões com osrepresentantes da APP-Sindicato, ogoverno do estado comunicou nodia 16/05,à direção sindical que faráo pagamento da reposição salarial de17,04% em parcela única no mês demaio. Na última Assembléia Estadu-al da categoria, realizada no dia 25de abril, os educadores definiramque este índice deveria ser pago deuma vez só, no pagamento referen-te ao mês de maio.

Os professores da ativa e aposen-tados serão os primeiros servidorespúblicos estaduais a serem benefi-ciados pelo Projeto de Lei 311/2007,aprovado pela Assembléia Legisla-tiva do Paraná.

O texto original do projeto proi-

bia a extensão da reposição aos edu-cadores contratados pelos contratosespeciais, temporários. Uma emen-da proposta pela APP-Sindicato eaprovada pela Assembléia Legislati-va retirou o impedimento, o que ga-rante a reposição para toda catego-ria. Outro ponto importante do pro-jeto é a garantia da reposição salarialanual, sempre na data de 1º de maio.A reposição salarial para os profes-sores é mais uma conquista da cate-goria. A luta pela equiparação sala-rial continua.

Funcionários de escolas –Os funcionários de esco-las terão uma reposição de3,34%. Este índice corres-ponde a defasagem infla-cionária do período de ju-lho de 2006 (data da últi-ma alteração na tabela daQPPE – Quadro Própriodo Poder Executivo) a abrilde 2007.

A última reposição dosprofessores aconteceu em

abril de 2004. Já os funcionários deescolas tiveram reposição em julhode 2006, o que justifica a diferença

da defasagem inflacionária dos doissegmentos.

No entanto, o governo ainda nãodefiniu quando fará a reposição dos3,34% para os funcionários de esco-las. O governo alega que a forma depagamento dependerá das condiçõesfinanceiras e fiscais do estado.

A APP-Sindicato continuaráatuando para que os funcionáriosde escolas sejam beneficiados coma reposição o mais rápido possí-vel, sendo esta, no entendimento

do sindicato, retroativa aprimeiro de maio.

Ao mesmo tempo, a dire-toria da APP-Sindicato inten-sificará o debate com o go-verno para a aprovação doPlano de Carreira dos Fun-cionários.

Assembléia Estadual daAPP

No dia 26 de maio, aAPP-Sindicato realiza As-

sembléia Estadual da categoria, às14:30h , no Colégio estadual emCuritiba. Participe!

Níveis 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

PDE Nível III

Especialização Nível II

Lic.Plena Nível I

Lic.Curta+Adic Nível Esp.III

Lic.Curta Nível Esp.II

Magistério Nível Esp.I

Classes

Nova Tabela de Vencimentos dos Professores

Cargo: Professor – Jornada 20 horas

1288,64 1353,072 1420,726 1491,762 1566,35 1644,667 1726,901 1813,246 1903,908 1999,104 2099,059

753,44 791,112 830,6676 872,201 915,811 961,6016 1009,682 1060,166 1113,174 1168,833 1227,274

602,75 632,8875 664,5319 697,7585 732,6464 769,2787 807,7426 848,1298 890,5363 935,0631 981,8162

512,33 537,9465 564,8438 593,086 622,7403 653,8773 686,5712 720,8998 756,9447 794,792 834,5316

452,06 474,663 498,3962 523,316 549,4818 576,9558 605,8036 636,0938 667,8985 701,2934 736,3581

421,92 443,016 465,1668 488,4251 512,8464 538,4887 565,4132 593,6838 623,368 654,5364 687,2632

OBS: Auxílio-transporte (AT) por 20h - R$ 175,03

Exemplo:

O auxílio transporte e as gratificações sãocalculadas a partir da tabela de vencimentos:

Auxílio transporte24% do vencimento do Nível I da Classe 5Período Noturno20% do Nível e Classe em que se encontra na CarreiraEnsino Especial50% do Nível e Classe em que se encontra na CarreiraDiretor de escola50% do Nível I, Classe 1Diretor auxiliar90% (noventa por cento) da gratificação do diretor.

Mobilização 25/04/07

Audiência entre a APP e o governo 25/04/07

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Jornal 30 de Agosto Maio d e 2 0 0 7 0404040404APP 60 Anos Em 26 de abril de 1947 a APP-Sindicato foi fundada

Aniversário de 60 anos da APP é marcadopela emoção

Uma extensa e variada progra-mação foi realizada, este ano,para comemorar os 60 anos daAPP-Sindicato. A data é um mar-co da longevidade desta entida-de que, durante décadas, tem lu-tado a favor dos educadores pa-ranaenses, da educação pública eda sociedade em geral.

Durante os meses de abril emaio, aconteceram palestras, ce-rimônias, entrega de troféus alu-sivos ao sexagenário, missa ecu-

Mobilização do dia 25 de abril

O aniversário de 60 anos da APPtambém foi marcado por uma gran-de mobilização, da qual tomaramparte educadores em todo o Estado,no dia 25 de abril. A data integrou aprogramação da “VIII Semana Nacio-nal em Defesa e Promoção da Educa-ção Pública”, promovida pela Con-federação Nacional dos Trabalhado-res em Educação (CNTE) em todo opaís.

Este ano, os temas de luta damarcha foram a manutenção do vetoà Emenda 3, a aprovação de um PisoSalarial Profissional Nacional(PSPN). Em nível estadual, a pautade reivindicações reforçadas duran-te a mobilização foram o reajuste sa-larial, a aprovação do Plano de Car-reira dos Funcionários, além da im-plementação de um sistema de saú-de digno, o combate à violência dasociedade que tem invadido às esco-las e melhores condições de traba-lho para os educadores.

O dia de mobilização também foi marcadopor mobilizações em vários municípios para-naenses, a exemplo de Guaíra, onde a categoriafechou por algumas horas a Ponte Airton Sen-na, na divisa com o Mato Grosso do Sul. EmPonta Grossa, professores e funcionários parti-ciparam de uma passeata. Já em Londrina, oseducadores fizeram um ato no calçadão da ci-dade. Umuarama, Toledo e outros municípiostambém promoveram atividades na data.

mênica, sessão solene na Assem-bléia Legislativa, bailes e jantarespor todo o Estado, além do lan-çamento do Caderno Pedagógicoe do Ciclo de Debates.

A APP também recebeu home-nagens de diversas Câmaras Mu-nicipais, através de votos de lou-vor e moções de aplausos. A co-memoração ainda continua du-rante o restante do ano. Confirao registro fotográfico dos mo-mentos!

Solenidade de aniversário da APP-Sindicato 26/04/07

A APP é homenageada na Assembléia Legislativa Homenageados nos 60 anos da APP-Sindicato - 26/04/07 Prof. Miguel Arroyo participa do Ciclo de Debates - 27/04/07

Coral da APP presente nos 60 anos da entidadeLançamento doCaderno Pedagógiconº 04 - 26/04/07

Educadores em frente ao Palácio Iguaçu - 25/04/07

Educadores caminham pelas ruas de Curitiba - 25/04/07

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Jornal 30 de AgostoMaio de 2 0 0 7 0505050505Mobilização Educadores do país todo reivindicam a implantação de um piso salarial nacional

Cerca de 2.300 funcionários daEducação do Paraná serão beneficia-dos, ainda este ano, pelos cursos deformação técnica que compõem oprograma Profuncionário, uma ini-ciativa do Ministério da Educação(MEC). A informação foi dada numareunião técnica realizada, em Curi-tiba, no último dia 4, da qual partici-param diretores de escolas, pedago-gos, técnicos dos Núcleos de Educa-ção e membros da coordenação esta-dual do programa. O objetivo do en-contro foi orientar e discutir ques-tões relacionadas ao encaminhamen-to e desenvolvimento dos cursos noParaná, em parceria com o governoestadual, através da Secretaria Esta-dual da Educação (SEED).

As aulas para 43 novas turmasiniciaram no último dia 12, nas es-colas indicadas pelos Núcleos Esta-duais de Educação. Segundo as nor-mas do MEC, só podem ofertar oscursos unidades que já atuam na for-mação do magistério. O programaoferece habilitação, para os funcio-nários que já concluíram o EnsinoMédio, em quatro áreas: Alimenta-ção Escolar, Gestão Escolar, Meio-Ambi-ente e Infra-estrutura Escolar e Multi-meios Didáticos. Os cursos têm uma car-ga horária de 1.260 horas, sendo 360horas de formação pedagógica, 600 ho-ras de formação técnica na área especí-fica de atuação do funcionário e 300 ho-ras de prática supervisionada, desenvol-vida nas escolas onde cada aluno atua.

Desde o ano passado, a habilita-ção em Gestão Escolar foi a que rece-beu maior número de turmas (foram27, enquanto as outras áreas, juntas,totalizaram 11).

Educadores e parlamentares discutemPiso Nacional

Audiência pública reuniudeputados federais e estaduais,sindicatos, secretários deEducação e educadores de todoo Estado

Curso de FormaçãoNúcleos organizam I etapa do Programa de Formação da APP-Sindicato

TURMAS REGIONAISAssis Chateaubriand: 26 e 27/05Campo Mourão: 25 (noite), 26 (diatodo) e 27 (manhã)/05Cascavel: 26 e 27/05Cianorte: 26 /05 e 02/06Foz do Iguaçu: 26/05Francisco Beltrão: 25 e 26/05Irati: 01 e 02/06Ivaiporã: 25 e 26/05Maringá: 26 e 27/05Paranavaí: Paranavaí: 26 e 27/05Pato Branco: 02 e 03/06Região MetroSul: 25 e 26/05Toledo: 26/06

Funcionários

APP atua para aampliação do Pró-funcionário

Os núcleos sindicais da APPestão a todo vapor organizando a IEtapa do Programa de Formação daAPP-Sindicato. São mais de 29 cur-sos que já estão acontecendo, des-de o último dia 11, em todo o Esta-

As propostas de mudança doprojeto de lei 619/2007 debatidaspelos sindicatos que integram a Con-federação Nacional dos Trabalhado-res em Educação (CNTE) foram oponto central da audiência públicarealizada na Assembléia Legislativado Estado, no último dia 18. O pro-jeto, de autoria do governo Federal,trata da instituição do Piso Salariale está sendo discutido na CâmaraFederal. Reuniões no mesmo moldeestarão sendo realizadas em todo opaís, por determinação da Comissãoda Educação e Cultura da CâmaraFederal. No Paraná, a audiência foiorganizada pelos mandatos do de-putado federal Angelo Vanhoni edeputado estadual Péricles de Mello,ambos do PT, juntamente com aAPP-Sindicato.

O projeto em questão define umpiso salarial de R$ 850,00 para osprofessores da educação básica ecom uma carga horária de 40 horassemanais. A CNTE defende o pisosalarial de R$ 1.050 para os profes-sores de nível médio e de R$ 1.575para os que têm curso superior, alémda redução da carga de trabalho para30 horas semanais. O deputado fe-deral Severiano Alves (PDT/BA), re-lator do projeto, participou da au-diência e ponderou sobre a impor-

tância da instituição de um piso na-cional para os educadores. Segundoele, a proposta vem acabar com dis-torções, a exemplo da grande dife-rença entre o piso salarial de um pro-fessor em Brasília, que pode chegaraté R$ 3.700, 00, e um do Nordeste,que recebe pouco mais de um salá-rio mínimo.

“Precisamos, a partir de agora,colocar um freio nos abusos. Acre-dito que seja um grande avanço eum grande começo a instituiçãodeste piso, principalmente para queo professor adquira a liberdade e adignidade que merece”, afirmou oparlamentar, também avaliando quea possibilidade de diminuir o nú-mero de horas da jornada de traba-lho de 40 para 30 - ou 25 horas se-manais – é mais fácil de passar noCongresso que o aumento no valor

do piso proposto. A APP continu-ará acompanhando, juntamentecom a CNTE, toda o debate e tra-mitação do projeto do PSPN a fimde melhorá-lo.

do de forma descentralizada. EstePrograma integra um movimento na-cional de formação promovido pelaConfederação Nacional dos Traba-lhadores em Educação (CNTE) eCentral Única dos Trabalhadores

(CUT), com o objetivo de contribuirpara a formação de novas liderançassindicais.

Nesta I Etapa os cursos estão abor-dando o tema “Introdução à Sociolo-gia”, onde o objetivo é: estudar a im-portância e a contribuição da Socio-logia para a compreensão da socie-dade e para a luta dos(as)trabalhadores(s) em geral, a partir dacompreensão de seus autores clássi-cos. O Programa de Formação da APP- em parceria com a CNTE /CUT e aUFPR - é composto de cinco etapaspresenciais e mais quatro atividadesnão presenciais, compondo um totalde 180 horas certificadas.

A I Etapa já foi realizada nos nú-cleos de Apucarana, Arapongas, Cam-bará, Curitiba Norte, Curitiba Sul,Guarapuava, Londrina, Mandaguari,Paranaguá, Loanda (Paranavaí), Pon-ta Grossa e Região Metro Norte. Os

núcleos de Cornélio Procópio, Jaca-rezinho e Laranjeiras do Sul aindanão definiram as datas. Já as próxi-mas etapas (II, III, IV e V), das tur-mas estaduais, já têm data marcada:08 a 10 de junho; 03 a 05 de agosto;07 a 09 de setembro e 12 a 14 deoutubro.

Audiência Pública no Plenário da AL - 18/08/07

Ação Sindical

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Jornal 30 de Agosto Maio d e 2 0 0 7

Aposentados

Encontro Nacional de Aposentadosdestaca importância de pesquisa

A 5ª Sessão do Fórum Permanen-te de Controle e Fiscalização do Fun-deb foi realizada nos dias 19 e 20 deabril, no auditório Irmã Antônia, emSarandi, no noroeste do Paraná. Edu-cadores dos 29 municípios partici-param das atividades.

Várias palestras e atividades aju-daram a esclarecer as dúvidas sobreo Fundeb, destacando a participaçãoda Secretaria de Municipais da APP-Sindicato. O Secretário de Munici-pais da APP-Sindicato, Edílson Apa-recido de Paula, fez uma explanaçãoenvolvendo todos os aspectos doFundo de Manutenção e de Desen-volvimento da Educação Básica e Va-lorização dos Profissionais da Edu-cação.

Criado a partir da aprovação daEmenda Constitucional nº53, de 19

Fórum Permanente de Controle eFiscalização do Fundeb

de dezembro de 2006 e pela Medi-da Provisória nº339 de 28 de de-zembro de 2006 o Fundeb tem o ob-jetivo de melhorar a qualidade e uni-versalizar a educação básica, alémde valorizar o profissionais da edu-cação.

A previsão é de que o Fundebatenda 48,1 milhões de alunos apartir do quarto ano de implanta-ção do novo sistema, empregandoneste primeiro ano de implantaçãoR$43,1 bilhões na educação, deacordo com os cálculos feitos peloMEC.

Mas, para que o Fundeb funcio-ne corretamente é preciso ficar aten-to à aplicação dos recursos. A re-gulamentação e a fiscalização devemser feitas por uma Junta de Acom-panhamento. De acordo com o Se-

cretário de Municipais, Edilson dePaula “ A orientação para os educa-dores é que lutem para ter represen-tantes da categoria dentro deste con-selho. A lei garante que o executivoofereça a formação aos conselheiroscom verbas do município.”

E ele complementa, “E o que émais interessante, o executivo nãopode, como fazia antigamente, darfalta ao conselheiro porque ele saiuda escola para ir às reuniões, istoestá previsto em lei. Estão proibidastambém a transferência à revelia e ademissão do conselheiro, salvo aque-le funcionário que tenha processoadministrativo transitado e julgadoporque ele está desempenhando umafunção de conselheiro”.

0606060606Municipais Secretaria de Municipais da APP participa intensamente das discussões sobre FUNDEB

Educação e Igualdade RacialPré-vestibular para afrodecendentes

No último dia 14, foi realizadaa aula inaugural da sexta edição docursinho “Pré-Vestibular Para Ne-gros e Negras” da Associação Cul-tural de Negritude e Ação Popular(Acnap). 180 alunos deverão par-ticipar da iniciativa, que conta como apoio da APP-Sindicato, As au-las acontecem em uma das salas doprédio central da UniversidadeFederal do Paraná (UFPR), tambémparceira do projeto.

Segundo a Associação, 60 alu-nos que freqüentaram as aulas docurso já foram aprovados na UFPR,

Ciclo de Debates

I Seminário Estadualsobre a Violência eEducação

Nos próximos dias 25 e 26 demaio, será realizado o I SeminárioEstadual sobre a Violência e Edu-cação, evento que integra o Ciclode Debates organizado pela APP-Sindicato. A atividade está sendopromovida em conjunto com o Gru-po de Estudos da Violência da Uni-versidade Federal do Paraná (UFPR)e acontece no Salão Nobre do Colé-gio Estadual d Paraná, em Curitiba.

A programação será iniciada,nos dois dias, às 9h e prosseguematé às 17h30. As inscrições devemser feitas antecipadamente nos Nú-cleos Sindicais. Cem vagas estão re-servadas aos núcleos do interior, 30vagas para o Núcleo Sindical daRegião Metropolitana Norte, 30 paraMetropolitana Sul, 45 vagas para oNúcleo Sindical Curitiba Norte e 45para o Curitiba Sul. O Seminárioterá certificação expedida pelaUFPR com carga horário de 16 ho-ras.

O Ciclo de Debates, que é com-posto por cinco palestras, foi oficial-mente iniciado no dia 27 de abril.Na ocasião, o professor Miguel Ar-royo, da Faculdade de Educação daUniversidade Federal de Minas Ge-rais, apresentou a seguinte reflexãopara discussão: “A escola pública eos movimentos sociais: que currí-culo para um projeto de sociedade?”.O material resultante da palestraestá sendo editado e em breve esta-rá disponível para a categoria. Maisinformações na APP, através do te-lefone (41) 3026-9822.

Veja as datas das próximas pa-lestras:

• Dia 19 de junho, das 9h as17h30 - Seminário sobre o Ensinode 9 anos

• Dia 17 de agosto, das 9h as 13h(tema a confirmar)

• Dia 28 e 29 de setembro, das9h as 17h30 (tema a confirmar)

Mulheres participam de audiênciaRepresentantes do Movimento de

Mulheres participaram de um audiên-cia com o Procurador Geral do Estado,Dr. Milton Riquelme de Macedo, no dia10 de maio, para tratar sobre vários as-suntos de interesse do gênero.

Participaram as representantes demovimentos sociais Vera AmstrongOliveira, Sara Leite, Daniela das Gra-ças F. Santos, da Marcha das Mulheres,Terezinha Mafioletti, do Centro de Re-ferência e Atendimento a MulheresVítimas de Violência, Santa, do Movi-mento Negro, Silvana Prestes, da APP-Sindicato, Eloiza Soares de Almeida,do mandato da vereadora professora Jo-sete, Dora Lúcia Bertúlio, procuradorada UFPR e a professora de ciências so-ciais Wanirley Guelfi, da UFPR.

O grupo fez a entrega da “Carta DasParanaenses”, elaborada na Audiência

enquanto outros 200 foram admiti-dos em universidades privadas.Com a nova turma, a Acnap já con-tabiliza a oferta de vagas para maisde 820 alunos afrodescendentes ede baixa renda.

Este ano, a instituição disponi-bilizou também 20% das suas vagaspara alunos não negros que optarãotambém pelas cotas sociais, ou seja,aquelas reservadas a estudantesoriundos da escola pública. O cur-so tem duração de oito meses e osestudantes pagam uma taxa única,de manutenção.

Pública realizada no dia 8 de Março -Dia Internacional da Mulher, sob otema “VIOLÊNCIA CONTRA AS MU-

LHERES: POLÍTICAS PELO FIM DA IN-VISIBILIDADE E DA IMPUNIDADE”.A carta propõe Políticas Públicas paracombater a violência contra as mulhe-res, como a criação dos Juizados Espe-cializados da Violência Doméstica e Fa-miliar em todas as Comarcas - exigên-cia da Lei 11.340 - Lei Maria da Penha,a criação das Casas Abrigo e Centrosde Referência e Atendimento.

A proposta recebeu a aprovação doProcurador, que se colocou à disposi-ção do Movimento de Mulheres. Segun-do ele, “as denúncias e as reivindica-ções serão sempre bem acolhidas no Mi-nistério Público”, afirmou Riquelme.

O Movimento de Mulheres aguar-da audiências com as Secretarias deEstado de Justica e de Segurança Pú-blica para este mesmo debate.

A APP-Sindicato participou, de 11a 14 de abril, em Salvador (BA), do VIIEncontro de Trabalhadores em Educa-ção Aposentados. No evento, mais de120 representantes sindicais discuti-ram, entre outros temas, os efeitos daatual conjuntura na organização dostrabalhadores aposentados da Educa-ção, o plano de carreira e a política deabonos.

Estiveram presentes, representandoa APP, as professoras Sabina Turbay, di-retora estadual de Aposentados da enti-dade, Maria Vany F. da Silva, secretáriade Aposentados do Núcleo Sindical Cu-ritiba Norte, Sebastiana Ruiz Dias, se-cretaria sindical de Aposentados deUmuarama e, como convidada da Con-federação Nacional dos Trabalhadoresem Educação (CNTE), a professora Te-rezinha Ribeiro Pichetti.

O grande foco do encontro foi a pes-

quisa nacional “Onde anda você?”, quea CNTE, junto com o Dieese, realizaráem todo o Brasil. No Paraná a pesquisaestá sob responsabilidade da APP, ten-do como coordenadora a professora Sa-bina. A Secretaria Estadual de Aposen-tados já iniciou a pesquisa em Curitibae está preparando um calendário esta-dual para realização da mesma em todoo Estado (que estará sendo divulgadooportunamente).

É importante ressaltar que ao res-ponder a pesquisa, os aposentados es-tarão construindo o retrato nacional“Como vivem os trabalhadores apo-sentados da Educação que nos ensi-naram o sentido da palavra educar?”.Responder a pesquisa, mais do queinformar dados, significa fazer partede um cadastro nacional que subsi-diará a pauta de reivindicação dasentidades.

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Jornal 30 de AgostoMaio de 2 0 0 7

Vistos e examinados estes Autos de Reparação de Danos Moraisque tramitam nesta Vara Cível, em que é parte requerente -Sonia Mariada Silva Loyola, e parte requerida - Romeu Gomes de Miranda e Sindi-cato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Paraná -APP-Sindicato, ambas as partes devidamente qualificadas às fls. 02dos autos.

A parte requerente compareceu em juízo, encartando os fatos e fundamentos jurídi-cos que se seguem:

Aduziu em primeiro plano, que a autora é professora da rede pública estadual,enquadrando-se na classe F, nível 6, havendo lecionado, por muitos anos em Colégiosdo Estado, inclusive como professora suplementarista.

Esclareceu ainda, que no ano de 1995, obteve perante a Universidade Federal doParará o título de Mestre em Administração, ocupando, a partir de então, diversoscargos da administração da Secretária do Estado da Educação do Paraná.

Denotou em sede de juízo, que em data de 01/03/2000, foi nomeada para o cargo deDiretora Geral da secretária supramencionada, sendo que, finda a greve dos professoresda rede estadual de educação que assolou 24 dias letivos, entre os dias 10 de maio últimoe 17 de junho, a Secretaria da Educação passou a tratar calendário escolar previsto parao ano letivo de 2000.

Noticiou, que a autora com a Superintendência de Gestão de Ensino e AssessoriaJurídica da Seed, após, reiteradas reuniões com a Secretária de Estado da Educação,estabeleceu os procedimentos para a elaboração do novo calendário escolar, prestandoaos Chefes dos Núcleos as orientações para a reposição das aulas, já sabendo de queestavam os mesmos encontrando certa resistência de alguns professores.

Afirmou, que todas as orientações prestadas aos Chefes dos Núcleos, decorreramde um estudo prévio a respeito da legalidade das determinações, entretanto, malgrado aabsoluta correção das orientações prestadas pela autora no uso de suas atribuições oprimeiro requerido, fez publicar no Jornal 30 de Agosto, edição do dia 30 de junho de2000, página 8, um editorial intitulado - Reposição de Aulas - Carta aberta à SenhoraSônia Loyola - Diretora Geral da Seed.

Sustentou, que o jornal onde foi publicada a carta aberta, pertence ao Sindicato dosTrabalhadores em Educação Pública do Estado do Paraná, tendo uma tirada de 60 milexemplares, sendo o requerido Romeu Gomes de Miranda seu presidente.

Alegou, que o requerido no consciente propósito de ultrajar e injuriar a requerente,lhe remeteu, no dia 06 de julho último, um ofício com o texto da referida carta aberta,ratificando a conduta ilícita de ofender moralmente a autora.

Argüiu, a legitimidade passiva ad causam do litisconsórcio passivo.Quanto ao mérito da pretensão deduzida em juízo, sustentou, que do conteúdo da

carta aberta, depreende-se o manifesto intuito de ofender diretamente a pessoa daautora, fazendo menção ao seu nome, não se limitando a criticar os atos administrativosque praticava no exercício de sua função, partindo para ofensas pessoais, adotando otexto o estilo e a técnica de redação próprio de quem objetiva ofender e escarnecer.

Comentou o conteúdo contido na carta, reiterando ao final o dano suportado emface da conduta proposital e prejudicial que o primeiro requerido engendrou a seudesfavor, sustentando, o atentado a sua personalidade social, com o natural sofrimentopsíquico e moral.

Fundamentou-se quanto ao direito pleiteado, no artigo 5" inciso X da Constitui-ção Federal, no artigo 49 da Lei de Imprensa, confluindo narrativa no sentido do eviden-te dano moral suportado.

Explicitados os fatos e fundamentos jurídicos em que se funda a pretensão deduzidaem juízo, a parte postulante requereu ao final, a procedência dos pedidos encartados naexordial, a publicação da sentença em consonância ao artigo 75 da Lei n" 5.250/67 ecominação da pena de multa por eventual descumprimento e, a fixação do quantumindenizatório mediante apreciação eqüitativa, a condenação da parte requerida ao paga-mento das custas processuais e honorários advocatícios, a produção de todos os meiosde provas em direito admitidas.

A parte postulada Romeu Gomes de Miranda e APP-Sindicato dos Trabalhadores emEducação Pública no Estado do Paraná, apresentou contestação sustentando em suma:

Em sede de preliminar, alegou inépcia da inicial ante a ausência de pedido claro edeterminado, com o conseqüente arquivamento do feito.

Sustentou, que o direito de greve encontra-se constitucionalmente previsto, sendoque, o primeiro requerido não infringiu ordem alguma por ter liderado o movimento grevis-ta.

Refutou a idéia de que a carta aberta, tenha sido confeccionada no desiderato deofender a pessoa da requerente, alegando que inclusive a carta foi enviada a pessoa dapostulante justamente para evitar que a mesma obtivesse ciência do conteúdo ali propa-lado por comentários ou leitura que não o ofício enviado.

Empreendeu justificativa terminologias empregadas no conteúdo da carta, susten-tando que a carta aberta nada mais fez que interpretar as orientações prestadas pelapostulante, haja vista, que não alterou nem acrescentou nada ao texto, apenas a inter-pretou com a visão de um dirigente sindical.

Alegou, a inexistência de ofensas pessoais a autora, fazendo comentários aos fatos

e fundamentos aludidos em sede inicial, no fito de destituir as alegações preambular-mente encartadas pela postulante.

Fundamentou-se no artigo 27 da Lei de imprensa, sustentando que não se constituiabuso da liberdade da manifestação do pensamento e de informação a intitulada carta aberta.

Sustentou em sede final, que os réus não violaram a honra nem a imagem da autora,bem como não causaram prejuízo a mesma, não sendo aplicáveis os dispositivos susci-tados pela postulante, não havendo que se cogitar em indenização, ante a inexistênciado reclamado dano moral.

Explicitados os fatos e fundamentos em que questionou o contido na exordial,requereu ao final, a improcedência dos pedidos formulados na inicial, a condenação daautora nas custas processuais e honorários advocatícios, protestando provar ao alega-do por todos os meios de provas em direito admitidas.

A parte autora apresentou impugnação a contestação aduzindo o que se segue:Argüiu a despeito da inaceitabilidade da preliminar de inépcia da inicial, aduzindo que ospedidos foram delineados de forma clara em bem ordenada. Reiterou os fatos e funda-mentos jurídicos elencados na exordial.

Em audiência preliminar a mesma resultou inexitosa, o controverso recaiu sobre oalcance ofensivo, da intitulada carta aberta, e sobre o desconforto moral da autora (fls.134 dos autos).

Aberta a audiência de instrução e julgamento, foram inquiridas quatro testemunhasarroladas pela parte autora e cinco pela parte ré, sendo que está ofereceu contradita emrelação ao depoimento pessoal de Zélia Maria Lopes Maroc, Laureni Martins Teixeira eVera Tomé Guimarães é o que cientificou fls. 154 usque 167 dos autos.

A parte requerida apresentou suas alegações finais na forma de memoriais susten-tando em síntese:

Em primeiro plano, procedeu breve retrospecção dos fatos, em argumentação contí-gua questionou a autoria dos documentos de (fls.113 dos autos), a ilegalidade contidaem referidos documentos.

Em segundo plano, defluiu argumentação quanto aos depoimentos pessoais pres-tados em juízo.

No demais, reiterou fundamentos consubstanciados nas demais peças processuais.A parte requerente apresentou de igual modo, suas alegações finais aduzindo o que

se segue:Apresentou os contornos da questão posta em juízo, procedendo a análise proba-

tória (fls.264 usque 276 dos autos), em seguida impugnou os documentos de (fls.168usque191 dos autos).

No demais, reiteirou os fatos e fundamentos encartados no curso da lide.É o relatório. Decido.Trata-se de pedido de reparação de danos de ordem moral, procedimento aforado

pela parte autora no desiderato de obter mediante juízo, indenização por danos moraisoriundos da conduta ilícita perpetrada pela parte requerida.

O presente feito atendeu os ditames legais não havendo qualquer irregularidade ounulidade que obstasse seu prosseguimento. Neste sentido, à luz das peças processuaisprofere-se decisório no sentido da plena consubstanciação do ideário da justiça.

Em sede de defesa processual, preliminarmente a postulada sustentou a inépcia dapeça inicial, aduzindo que, falta a peça inaugural pedido e causa de pedir.

A alegada inépcia da inicial, demonstra-se incabível in caso concreto, o artigo 295 dodiploma processual é taxativo quantos aos casos de inépcia da inicial, sendo que, nocaso sub judice encontra-se presente o pedido e causa de pedir, vislumbrando-se acausa de pedir próxima, ou seja, os fundamentos de fato do pedido e a remota osfundamentos jurídicos, vislumbrando-se ainda, o pedido imediato e mediato. Ademais,a narrativa dos fatos expendida pela parte autora apresentou-se ordenada, os pedidosevidenciaram-se possíveis não possuindo incompatibilidade entre si, desse modo nãoassiste razão os questionamentos insuflados pela parte requerida.

Atente-se ainda, pela ocorrência inquestionável do litisconsórcio passivo no quetange a responsabilidade civil a ser apurada no caso sub judice.

Compulsada as peças processuais, bem como o arcabouço probatório queintegram os autos, infere-se a inquestionável ocorrência do pleiteado dano moral.

Apesar do vasto conjunto probatício carreado aos autos, advirta-se de plano que aintitulada "Carta Aberta à Senhora Sônia Loyola ", por si só, fundamenta a análise domérito, ou seja, a ocorrência ou não do alegado dano moral e suas conseqüências apessoa da postulante.

Apercebe-se da investigação processual, tratar-se a autora de pessoa de condutailibada, porte modelar a conduta social ordinariamente exigida, moldada na probidade e,propiciadora do bem com um nas atividades que desenvolveu no transcurso da vidasocial e profissional, seja como professora ou coordenadora e diretora dos órgãospúblicos nos quais atuou.

Sendo assim, frente à emblemática conduzida a juízo, há de se esclarecer, que omagistrado deve fundar a construção de sua persuasão racional nas peculiaridades eparticularidades de cada caso concreto, levando em conta que a norma possui carátergenérico e abstrato. Assim impõem-se ao magistrado analisar as implicações de cadacaso, sob a pena de cometer sério gravam as partes conflitantes.

Deste modo, do conteúdo do objeto material que origina o dano moral suportado, ouseja, a carta aberta endereçada a parte autora, depreende-se a luz das particularidades docaso sub judice, o ferimento moral da postulante, haja vista, a acurada análise da condu-ta social, modo de vida, proceder, credibilidade, função exercida, relações sociais desen-cadeada pela mesma à época dos fatos que culminam no despertamento do institutojurídico do dano moral.

Neste conjunto de idéias, segue-se à lição dos insígnes doutrinadores que deitamraízes e entendimento em suas festejadas obras:

SENTENÇA JUDICIAL

AUTOS Nº 774/2000 - VIGÉSIMA VARA CÍVELCURITIBA/PR

0707070707

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Jornal 30 de Agosto Maio d e 2 0 0 7 0808080808Humberto Theodoro Júnior, na obra Alguns Impactos na Nova Ordem Constitucio-

nal sobre o Direito Civil,, RT 666/8, assim assevera:"A Constituição Federal assegura o princípio da reparabilidade do dano moral, seja

na esfera dos direitos da personalidade, seja na preservação dos direitos morais doautor da obra intelectual (art. 5, incisos Ve X). Com isso, a indenizabilidade do dano moralque ainda gerava alguma polêmica na jurisprudência, ganha foros de constitucionalida-de. Elimina-se o materialismo exagerado de só se considerar objeto do direito das obriga-ções o dano patrimonial. Assegura-se un/ll sanção para melhor tutelar setores importan-tes do direito privado, onde a natureza patrimonial não se manifesta, como os direitos dapersonalidade, os direitos do autor, etc."

O festejado civilista Caio Mário da Silva Pereira, assim comentou a norma cons-titucional que prevê a indenização por danos morais, in Seleções Jurídicas COAD ADV.Jun. 1989. p. 12:

"Com duas disposições contidas na Constituição Federal de 1988, o princípioda reparação do dano moral a inseriu na canonicidade do nosso direito positivo. Agorapela palavra mais firme e mais alta da norma Constitucional, tornou-se princípio denorma cogente o que restabelece a reparação por dano moral em nosso direito. Obriga-tório para o legislador e para o juiz".

Indenizar tem em sua raiz etimológica o sentido de restar indene, ou seja, semdanos, afastar o dano, tornar como se dano algum houvesse ocorrido. O dano se caracte-riza como diminuição ou subtração de um bem jurídico. O bem jurídico não é constituído dehaveres patrimoniais e econômicos exclusivamente, em sentido estrito, mas também porvalores morais, internos, extrapatrimoniais. É certo, portanto, que uma indenização pordanos morais, deveras, nunca será plena, se analisarmos o sentido literal da palavra.

O instituto da Ciência do Direito, por sua vez, compreende uma característica umpouco diversa. Pretende o instituto da indenização por danos morais uma compensaçãoem relação à dor causada à vítima (compensação esta normalmente em pecúnia) e umasanção para o causador do dano (tendo esta a intenção de penalizar ofensor, atingindoseu patrimônio, tentando dissuadi-Io de praticar atos análogos, bem como educar asociedade em geral, todos os semelhantes que poderiam causar danos neste sentido,demonstrando com exemplos de punição, para assim nortear a com unidade de acordocom os princípios elencados na Carta Magna).

Como assinala Teilhard de Chardin, citado por Clayton Reis:".. (...)...Mas o homem é mais que um indivíduo numa espécie. Ele é uma pessoa, e

como tal ele é uno, único, e não pode ser reproduzido. É o que se mostra sobretudo pelofato de que cada homem tem sua finalidade em si mesmo. Sua existência não tem somen-te o valor relativo de 111// indivíduo, que só existe como membro de sua espécie e quetem como finalidade a conservação e a realização desta espécie. O homem é para simesmo a sua meta, porque ele pode conhecer e amar pessoalmente a Deus, porque podeser pessoalmente chamado por Deus. Ele tem um valor absoluto, é homem individual" (Dano Moral. Clayton Reis. Editora Forense. 3° edição pág. 80)

Sobre os danos acima referidos, Miguel Serpa Lopes, in "Curso de Direito Civil" ,vol. II, pág. 370, cita e comenta:

"Quando a lei fala em dano, deve-se entender o de qualquer espécie. O direito foi tuteladoe existe para garantir e tutelar a existência,, a integridade, e o desenvolvimento da personali-dade humana, e esta, como sujeito de direito, é considerada no complexo de sua existênciafísica, moral e intelectual, pois de outro modo, falharia aos seus objetivo e]o direito dapersonalidade humana, conclui Brugi, não pode exaurir-se com os direitos patrimoniais"..

Amaldo Marmit, in "Responsabilidade Civil", 2" Edição, pág. 161, corrobora comos juristas aqui citados, assim manifestando-se:

"Como dito alhures, a preocupação maior sempre foi a de indenizar uma bicicleta,uma carroça, um automóvel, ao invés de ressarcir aquilo que o homem tem de mais caroe expressivo: a dignidade, a honradez e os demais predicados que ornamentam a suafigura humana. Formado de matéria e espírito, tem direito de preservar suas coisasespirituais, entre estas, os sentimento de tristeza, de prostração e de pesar. Esses valorestambém são bens jurídicos, e como tais, têm a proteção da lei. Violentadas, ocasionamprejuízos ressarcíveis com fulcro no próprio art. 159 do Código Civil. O princípio de quetodo dano é indenizável também diz respeito ao dano moral, já que o interesse moral,como está no Código Civil, é portentoso a conceder ação".

Maria Helena Diniz, em seu "Curso de Direito Civil Brasileiro - ResponsabilidadeCivil", 7o. volume! Editora Saraiva - SP,1984, pg. 79, disserta sobre o quantum a serdeterminado para a indenização:

"Na reparação do dano moral o juiz determina, por eqüidade, levando em contaas circunstâncias de cada caso, o quantum da indenização devida, que deverá corres-ponder à lesão, e não ser equivalente, por ser impossível tal equivalência".

Com relação à prova dos danos morais causados, o entendimento da doutrina ejurisprudência caminha no seguinte sentido: " Não há que se falar em prova do danomoral, mas, sim, na prova do fato que gerou a dor, o sofrimento, sentimentos íntimos queo ensejam. Provado assim o fato, impõe-se a condenação sob pena de violação ao art.334 do CPC." (STJ - Resp 86.271-SP - 3a T - ReI. Min. C. a Menezes Direito - DJU 09.12.97)

Nosso egrégio Tribunal de Justiça corrobora entendimento na mesma esteira de pen-samento: "O dano simplesmente moral, sem repercussão no patrimônio não há como serprovado. Ele existe tão somente pela ofensa, e dela é presumido, sendo o bastante parajustificar a indenização". (TJPR. 4a C. Ap. ReI. Wilson Reback. J. n/12/90 - RT 681/163.

Notadamente comprovado os distúrbios e sentimentos maléficos que a carta publi-cada e endereçada a postulante engendrou nos sentimentos dessa, somando-se a re-percussão que a carta ensejou, acompanha-se novamente o pensamento e posição deClayton Reis que assim preleciona:

" O fato é que toda e qualquer manifestação que resulte em desequilíbrio ao bem -

estar das pessoas representa um dano de natureza intima. Assim, para que ocorra essedesequilíbrio é necessário que as pessoas tenham sido alvo de lesões no seu patrimônioideal, no que resulta em dano. Ora, a ocorrência do ato lesivo e o surgimento do danoacarretam a conseqüente necessidade de reparar." ( Dano moral. Clayton Reis. EditoraForense. 30 edição, pág. 81).

Nesta esteira de pensamento, a doutrina pátria mais uma vez manifesta-se:"O vinculo entre o prejuízo e ação designa-se "nexo causal", de modo que o fato

lesivo deverá ser oriundo da ação, diretamente ou como sua conseqüência previsível"( Maria Helena Diniz. Direito Civil Brasileiro. VoI 7, pág. 98.)"

O artigo 159 do diploma civilista é expresso, ao denotar que o causador do danoobriga-se a repará-Io:

Art. 159. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência,violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano.

A parte requerida em defesa de mérito, instou a destituir o dano moral que ocasionou arequerente, sustentando a inexistência do prejuízo moral, tendo-se em vista que quando daconfecção da carta aberta, constitucional. o requerido exerceu garantia e liberdade constitucio-nal.

Ocorre, que não existe princípio que originariamente seja superior a outro, todos possu-em mesmo valor e força jurídica, o que ocorre é que pela complexidade da vida moderna, nomais das vezes, sucede o que a doutrina comumente denomina conflito de princípios, ondea evolução doutrinária há muito tempo já têm posto fim a emblemática, asseverando que osopesamento dos valores inerentes a cada caso, ditará o princípio prevalente.

Assim, indubitavelmente os princípios da intimidade a vida privada, a honra e aimagem da pessoa, sobrepõem à luz do caso concreto, o exercício de liberdade demanifestação de pensamento exercido pelo postulado.

Deste modo a liberdade de pensamento deve ser exercida, conquanto que não violeoutros princípios, ou seja, que no exercício e invocação de um princípio o mesmo nãoforneça um manto ilegal de proteção ao lesante para surrupiar a pessoa do lesado é aprópria sociedade.

Ademais assevero, o fato de a carta aberta expressivamente ao inicio já denominar oalvo de criticas e sarcasmos dos mais variados, não elidiu em momento algum em pouparconsiderações e com parações de natureza vexatórias.

Sendo assim, evidenciado que restou o dano moral nasce a obrigação de restarindene, passa-se desse modo a tarefa a que julgo uma das mais árduas ao magistradomensurar o imensurável.

Sabido é, que a indenização por danos morais além da natural reparação do dano empecúnia, tem uma função educativa que acaba por confundir-se com a função penal.Confluiu-se assim, que quando da mensuração o magistrado deve ater-se a critérios deordem subjetivo e objetivo.

Nesta esteira de pensamento, Carlos Alberto Bitlar em sua Remédio, José Antonio.obra" Responsabilidade Civil por danos morais, tese. In Dano Moral Doutrina, Jurispru-dência e Legislação Ed. Saraiva" delineia os critérios na seguinte ordem de pensamento:

"Inserem-se, neste contexto(da reparação), fatores subjetivos e objetivos, relacio-nados às pessoas envolvidas que, na prática, acabam influindo no espírito do julgador,a saber, de um lado, a análise do grau de culpa do lesante e a eventual participação dolesado na produção do efeito danoso, e de outro, a situação patrimonial e pessoal daspartes e a proporcionalidade do preceito obtido com o ilícito."

Na busca de um melhor aferimento do quantum indenizatório, valho-me novamentedos ensinamentos do conceituado Clayton Reis que assim explana:

"O melhor critério é o de confiar no arbítrio dos juízes, para a fixação do quantumindenizatório. Afinal, o magistrado, no seu mister diário de julgar e valer-se dos elemen-tos aleatórios que o processo lhe oferece e, ainda, valendo-se do seu bom senso esentido de eqüidade, é que determina o cumprimento da lei, procurando sempre restabe-lecer o equilíbrio social, rompido pela ação de agentes, na prática dos atos ilícitos." (ReisClayton. Dano Moral. Forense, 1998.pág 103)

O Tribunal de Alçada do Estado do Paraná neste sentido já se manifestou: "(...) Oestabelecimento do "quantum debeatur" da reparação de danos morais é atribuído aoprudente arbítrio do magistrado, observada a gravidade do dano, a intensidade do doloe a situação financeira das partes./I (tribunal de alçada do Estado do Paraná. T APR. Ac.N. 86147600. Quinta Câmara Cível. Relator Juiz Clayton Camargo. /17/04/96)

Concluo desse modo, o que penso ser necessário, ou seja, demonstrar a motivaçãodo ato decisório, em atendimento ao princípio da motivação da sentença, primando pelaimparcialidade, bom senso, sendo que, no que toca a fixação por danos morais passívelé o entendimento de que se deve, conferir à indenização, caráter dúplice, tanto punitivoe inibidor da conduta ilícita do agente, quanto compensatório, em relação à vítima.Atentando-se na gravidade da ofensa, nas condições econômicas do ofensor e davítima, sendo ainda, indeclinável a utilização do princípio da razoabilidade.

Quanto aos documentos impugnados pelas partes conflitantes, não se faz mistermanifestação expressa, haja vista, que a formação do livre convencimento em nada sedeve a referidos documentos.

Destarte, com fundamento na doutrina e legislação pátria supramencionada, acolhoo pedido de indenização de ordem moral o qual entendo como justo e plausível frenteaos fundamentos declinados o valor de 200 (duzentos salários mínimos atuais).

Posto isso, julgo procedente o pedido inicialmente formulado pela parte autora, comfundamento legal no artigo 5° incisos V e X da Constituição Federal e, artigo 159 doCódigo Civil, fixando a título de indenização por danos morais o valor de 200(duzentossalários mínimos atuais) a serem pagos solidariamente pelos réus formando-se um capi-tal integral. Condeno ainda, os réus ao pagamento solidário das custas processuais ehonorários advocatícios ao defensor da parte requerente, os quais fixo, em 20% sob o

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Jornal 30 de AgostoMaio de 2 0 0 7 0909090909valor da condenação, com fundamento no artigo 20, § 30 do Código de Processo

Civil, considerada a complexidade e a duração da causa, bem como o grau de dificuldadee trabalho do defensor.

Publique-se, registre-se e intimem-se.Curitiba 20, de agosto de 2002.

Astrid M. Carvalho RuthesJuíza de Direito

APELANTE: ROMEU GOMES DE MIRANDA e SINDICATO DOSTRABALHADORES EM EDUCAÇÃO PÚBLICA DO ESTADO DO PARANÁ.

APELADO: SÔNIA MARIA DA SILVA LOYOLA.RECURSOADESIVO: SÔNIA MARIA DA SILVA LOYOLA.

RELATOR: JUIZ CONVOCADO EDUARDO SARRÃO.REVISOR: DES. SÉRGIO RODRIGUES.

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOMORAL. PUBLICAÇÃO EM JORNAL DE SINDICATO DE MATÉRIA OFENSIVA ÀHONRA DA AUTORA. FIXAÇÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO. CRITÉRIOS.MONTANTE INDENIZATÓRIO ARBITRADO EM SALÁRIOS MÍNIMOS.IMPOSSIBILIDADE. VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL. CORREÇÃO MONETÁRIAE JUROS MORATÓRIOS. TERMOS INICIAIS.

1. A publicação em jornal de sindicato de carta aberta dirigida à autora, na qualconstam trechos ofensivos à sua honra, causa-lhe abalo moral a ser ressarcido peloautor da carta e pelo sindicato responsável pela sua divulgação. Art. 5º, inc. X, daConstituição Federal.

2. O magistrado, na fixação do valor da indenização por danos morais, deveagir com moderação e razoabilidade, levando em conta a conduta dos responsáveispelo dano, a situação econômica das partes, as atividades que desenvolvem e oefeito preventivo da indenização, valendo-se, para tanto, de sua experiência, do bomsenso e das peculiaridades de cada caso.

3. A correção monetária, em se tratando de ressarcimento por dano moral,deve incidir a partir da data em que o valor do ressarcimento é fixado. Precedentes doSTJ.

4. Os juros moratórios são contados a partir do fato danoso, no caso, da datada publicação do artigo ofensivo à autora. Súmula nº 54 do STJ e art. 1.062 do CódigoCivil, então vigente.

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de Apelação Cível nº135.576-0, de Curitiba 20ª Vara Cível, em que são apelantes Romeu Gomes de Mirandae Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Paraná APPSindicato e apelada Sônia Maria da Silva Loyola, que também recorreu adesivamente.

Sônia Maria da Silva Loyola propôs ação de reparação de danos morais emface dos ora apelantes, sob o argumento de que o sindicato réu, inconformado comas normas que ela, na condição de Diretora da Secretaria de Educação do Estado doParaná, editou para regulamentar a forma da reposição das aulas que não foramministradas durante o período de greve dos professores da rede pública estadual deensino, publicou em jornal de sua responsabilidade, cuja tiragem atinge sessenta milexemplares, carta aberta, subscrita pelo outro réu, por meio da qual lhe foram dirigidaspalavras ofensivas à sua honra, pois, ao lê-la, sentiu-se injuriada, ofendida e ultrajada.A mencionada carta afirma que as medidas que tomou o foram na intenção de agradarseus chefes e na busca por promoções ou destaque, afirmando, ainda, que as normasque baixou, sobretudo no que diz respeito às professoras gestantes, constituíam atofascista que gela a alma. Não bastasse isso, na carta aberta, ainda constou que o atoadministrativo por ela praticado faz o Mein Kampf de Adolf Hitler parecer inocentemanual para escoteiros.

Sustentou que o conteúdo da carta aberta violou sua honra e sua personalidadesocial, bens jurídicos invioláveis, conforme preceitua o art. 5º, inc. X, da ConstituiçãoFederal, entendendo, por tal razão, que os réus, ora apelantes, deveriam indenizá-la.

Após a instrução processual, a Dra Juíza a quo prolatou sentença (fls. 289/308), por meio da qual, julgou procedente o pedido formulado na inicial e, emconseqüência, condenou os réus solidariamente ao pagamento de uma indenizaçãono valor de duzentos (200) salários mínimos.

Opostos embargos de declaração pela autora, ora apelada, a magistrada deprimeiro grau complementou sua sentença e determinou à parte requerida a publicaçãono mesmo veículo informativo do provimento jurisdicional, devendo a veiculaçãoconstar no mesmo local donde erigiu-se o evento danoso, não sendo a tirageminferior a da época do fato lesante, determinando, também, a incidência de multa

APELAÇÃO CÍVEL Nº 135.576-0,DE CURITIBA 20ª VARA CÍVEL.

diária no valor de um mil reais (R$ 1.000,00) na hipótese de descumprimento destaordem.

Inconformados com a sentença, os réus interpuseram recurso de apelação.Em suas razões recursais (fls. 328/333), postulam, em sede de preliminar, a nulidade dasentença, sob o fundamento de que a magistrado que a prolatou, não apontou qualseria a conduta ilícita praticada pelos réus, sem o que não poderia julgar procedenteo pleito da autora, ora apelada. No mérito, requerem a reforma da sentença para queo pleito inicial seja julgado improcedente. Argumentam, para tanto, que em nenhummomento a Carta Aberta que originou a presente ação, faz ofensas pessoais à recorrida,apenas refere-se a mesma enquanto profissional, enquanto funcionária pública,professora que está à serviço da Secretaria de Estado da Educação, ocupando cargode extrema confiança (f. 329). Aduzem, também, que a mencionada carta não acarretouqualquer prejuízo à autora junto aos professores, haja vista que esse já havia sidoobtido quando ela própria enviou o Ofício determinando descontos dos salários dosprofessores em total desrespeito e descumprimento da legislação em vigor (f. 329).Afirmam, ainda, que o recorrente Romeu Gomes de Miranda não teve intençãodeliberada de ofender moralmente a recorrida(f. 329) e que a carta aberta nada mais édo que um debate político conceitual, opondo conceitos diferentes de administraçãode conflitos sociais, coerção versus convencimento (f. 330). Sustentam que nãopraticaram qualquer ato ilícito, tanto que a autora não o apontou, e que, em nenhumapassagem da carta, há ofensas à vida particular da apelada, injurias ou difamações,em razão do que não há como serem condenados ao pagamento de indenização pordano moral. Asseveram, por fim, que, na hipótese de ser mantida a sentença quantoao dever de indenizar, o valor fixado para a indenização deve ser reduzido, vez que,além de a magistrada ter indevidamente vinculado o valor da indenização ao saláriomínimo, o que é vedado pelo art. 7º, inc. IX, da Constituição Federal, arbitrou-o emvalor elevado, levando-se em conta que o primeiro recorrente é professor e que osegundo é uma entidade sindical.

A apelada, além de responder ao recurso (fls. 337/356), recorreu adesivamente,postulando a majoração do valor da indenização (fls. 348/356).

Apresentadas contra-razões ao recurso adesivo (fls. 360/363), foram os autosencaminhados ao Tribunal de Alçada, de onde vieram para esta corte por força dadecisão do vice-presidente daquele tribunal (f. 367), que entendeu ser deste e nãodaquele a competência para apreciar o presente recurso.

É o relatório.Voto.1. A preliminar que os recorrentes levantam, consistente na nulidade da

sentença por falta de indicação de qual tenha sido o ato ilícito por eles praticado, nãotem procedência, vez que, ao contrário do que sustentam, a Dra Juíza prolatora dasentença, deixou claro, embora de modo sucinto, que as expressões utilizadas nacarta aberta, de lavra de um dos apelantes e divulgada pelo outro, causou na autora,ora apelada, um dano moral. Constou da sentença objeto deste recurso:

Trata-se de pedido de reparação de danos de ordem moral, procedimentoaforado pela parte autora no desiderato de obter mediante juízo, indenização pordanos morais oriundos da conduta ilícita perpetrada pela parte requerida.

(...)Compulsando as peças processuais, bem como o arcabouço probatório que

integram os autos, infere-se a inquestionável ocorrência do pleiteado dano moral.Apesar do vasto conjunto probatício carreado aos autos, advirta-se de plano

que a intitulada Carta Aberta à Senhora Sônia Loyola, por si só, fundamenta a análisedo mérito, ou seja, a ocorrência ou não do alegado dano moral e suas conseqüênciasa pessoa da postulante(SIC fls. 296 e 297).

Não se vê, portanto, motivo para se acatar a preliminar levantada pelosapelantes.

2. Lendo-se o texto intitulado Carta Aberta à Senhora Sônia Loyola, constata-se que, efetivamente, ofensas pessoais foram dirigidas à autora. Os apelantes afirmaramque ela, ao elaborar o programa de reposição de aulas não ministradas durante agreve dos professores, o qual, no entendimento deles, seria fascista, teve comointeresse agradar seus superiores, na intenção de obter promoções e destaque.Chegaram a dizer, ainda, que um item do regulamento de responsabilidade da autorafaz o Mein Kampf de Adolf Hitler parecer inocente manual para escoteiros.

As expressões utilizadas no texto de lavra do apelante Romeu Gomes deMiranda e divulgado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública doEstado do Paraná APP Sindicato são injuriosas, pois atribuem à autora qualidadepejorativa, que atinge sua honra subjetiva. Diz-se isso porque, pelo texto publicado,fica claro que seu autor, além de indicar ser a autora, ora apelada, uma pessoa bajuladora,pois editou normas contrárias à lei na intenção de agradar seus superiores paraobtenção de promoções e posição de destaque, compara-a a Hitler, ditador alemãoque é conhecido por ter sido um indivíduo sanguinário, responsável pelo holocausto,no qual milhares de pessoas foram executadas, dando a entender, ainda, que seria elapior que o próprio Hitler, pois, no texto atacado há a seguinte passagem: No item 6desse index, que faz o Mein Kampf de Adolf Hitler parecer inocente manual paraescoteiros, a senhora Sônia brande uma espada in torrerem sobre a cabeça de todosaqueles que por motivos particulares fiquem impedidos de repor as aulas (e) sofrerãoos respectivos descontos. Ai de quem sofrer um acidente, adoecer, tiver morte na

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família ou coisa de ordem particular. Será alcançado pela espada flamejante dapunição. (f. 42)..

Levando-se em conta que a injúria caracteriza-se como a ofensa à dignidadeou ao decoro do ofendido, pode-se afirmar, com segurança, que o texto de lavra deum dos réus e divulgado pelo outro atingiu a dignidade, o decoro, o amor-próprio, areputação e o conceito da vítima, pois, como antes mencionado, além de atribuir-lhequalidades negativas, comparando-a a um ditador sanguinário, deixou claro que, aobaixar as normas para reposição das aulas não ministradas durante a greve, teve porintenção adular servilmente seus superiores, para obter promoções e posição dedestaque.

Youssef Said Cahali, em sua obra Dano Moral, a respeito da injuria, discorre:O art. 140 define a injúria como ofensa à dignidade ou decoro de alguém.

Dignidade e decoro são os aspectos da honra que está em nós. É sutil a diferençaentre uma e outro: dignidade é o sentimento de nossa própria honorabilidade ouvalor moral; decoro é o sentimento, a consciência de nossa respeitabilidade pessoal.E variadíssimos são os meios pelos quais se pode cometer a injúria. São, afinal, todosos meios de expressão do pensamento; a palavra oral escrita, impressa ou reproduzidamecanicamente, o desenho, a imagem, a caricatura, a pintura, a escultura, a alegoriaou símbolo, gestos, sinais, atitudes, atos. ( 2ª edição, Editora Revista dos Tribunais,1998, págs. 297 e 298).

Dúvida não há, portanto, que a autora foi injuriada pela carta aberta que lhefoi enviada pelo réu Romeu Gomes de Miranda (f. 43) e cujo conteúdo foi publicadona primeira página do jornal do sindicato réu (f. 42).

Não se está aqui afirmando que seria vedado aos réus qualquer crítica aoregulamento de reposição das aulas não ministradas durante o período de greve dosprofessores, mas apenas que essa não poderia ultrapassar os limites da própriacrítica, ou seja, deixar de tecer considerações a respeito das normas objeto deapreciação para atacar e ofender a pessoa que as editou, denegrindo a sua imagem eatingindo a sua honra.

A crítica ao regulamento que, insista-se, além de não ser proibida, configura-se um exercício da cidadania, deveria centrar-se em considerações racionais acercada legalidade do ato os próprios apelantes afirmam que seria ele contrário adispositivos legais , da sua conveniência e oportunidade e das conseqüênciasnegativas que teriam sobre os professores. Poderia, portanto, ser feito todo e qualquercomentário crítico sobre o regulamento, mas jamais, sob o argumento de se exercitara crítica, ofender a honra da pessoa que o editou.

Assim, se os réus, ora apelantes, discordavam da parte do regulamento queprevia o desconto nos vencimentos dos professores que, por qualquer motivo, nãoviessem a repor as aulas não ministradas durante a greve nas situações em que, porqualquer motivo (afastamento, licença especial, sem vencimentos, maternidade eoutros), o professor não puder efetuar a reposição de aulas ou de dias parados naforma do calendário, terá suas faltas descontadas poderiam, como antes afirmado,criticá-lo, valorando-o, afirmando ser ele injusto, ou tecer qualquer outro comentário,desde que não passasse para a ofensa pessoal. Como, na hipótese em exame, oslimites da crítica foram transpostos, não há como se acatar a tese dos apelantes deque tudo não passou de um debate político conceitual (f. 330).

Como a autora teve sua honra abalada, faz jus ao ressarcimento dos danosmorais, haja vista que o art. 5º da Constituição Federal, em seu inciso X, não só prevêa inviolabilidade da honra e da imagem das pessoas, como também assegura o direitoa indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação, verbis:

Art. 5º...(...)X São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,

assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de suaviolação.

A alegação dos réus, no sentido de que não foi o conteúdo da carta abertaque denegriu a imagem da autora perante os professores, mas sim o contido nasnormas por ela própria baixadas, não tem cabimento, pois, em se tratando de injúria,basta tão-somente que o próprio ofendido sinta-se injuriado, ou seja, atingido emsua dignidade e honra. Aqui, mais uma vez, se faz importante transcrever parte daobra de Youssef Saída Cahali: Na injúria, prossegue o notável Autor, não é essencial(diversamente da calúnia e da difamação) que o seu conteúdo seja comunicado aterceiro: é suficiente que seja ouvido, lido ou percebido apenas pelo sujeito passivo.

Esse também é o entendimento de Carlos Alberto Bittar, verbis:Na concepção moderna da teoria da reparação de danos prevalece, de início,

a orientação de que a responsabilização do agente se opera por força do simples fatoda violação. Com isso, verificado o evento danoso, surge, ipso facto, a necessidadede reparação, uma vez presentes os pressupostos de direito. Dessa ponderação,emergem duas conseqüências práticas de extraordinária repercussão em favor dolesado: uma, é a dispensa da análise da subjetividade do agente; outra, adesnecessidade da prova de prejuízo em concreto.

Neste sentido, ocorrido o fato gerador e identificadas as situações dosenvolvidos, segue-se a constatação do alcance do dano produzido, caracterizando-se o de cunho moral pela simples violação da esfera jurídica, afetiva ou moral, dolesado. (Reparação Civil por danos morais, pág. 202 S. paulo: RT, 1993).

Este Tribunal de Justiça, em hipótese semelhante a que se apresenta, decidiuque para a caracterização do dano moral é desnecessária a prova do efetivo prejuízo,justamente porque o que é ressarcido é a dor moral sofrida pelo ofendido. Transcreve-se, a seguir, ementa de julgado sobre a questão:

APELAÇÃO CÍVEL. DANOS MORAIS - AÇÃO INDENIZATÓRIA -VEICULAÇÃO DE MATÉRIA JORNALÍSTICA NITIDAMENTE OFENSIVA ÀHONRA E À REPUTAÇÃO DA VÍTIMA - PROVA DE EFETIVO PREJUÍZO -DESNECESSIDADE - INDENIZAÇÃO - FIXAÇÃO EM VALOR EXORBITANTESEGUNDO A ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL - REDUÇÃO DA CONDENAÇÃO- PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E DA JUSTA INDENIZAÇÃO.

Apelo parcialmente provido.1. Ao redigir e fazer publicar em jornal de ampla circulação local artigo de opinião

de conteúdo ofensivo e atentatório à honradez e a imagem do ofendido na comunidadeonde vivia, agiu o ofensor com indiscutível animus diffamandi ou calumniandi,circunstância que o torna responsável pelos danos morais perpetrados (CF, art. 5º, V eX).

2. Dispensa-se a prova de prejuízo para demonstrar a ofensa ao moral humano,já que o dano moral, tido como lesão à personalidade, ao âmago e à honra da pessoa,por vezes é de difícil constatação, haja vista os reflexos atingirem parte muito própriado indivíduo o seu interior.

(REsp 85.019-RJ, 4ª Turma., rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJU 18.12.98,p. 358).

3. A indenização pelo dano moral deve ser fixada de modo a oferecer compensaçãoao ofendido, bem como de impor sanção ao ofensor capaz de desestimular a reincidênciana prática de atos ilícitos semelhantes, não podendo servir como meio de enriquecimentosem causa (Apelação Cível nº 124.983-8, 8ª Câm. Cível, Rel. Des. Ivan Bortoleto, DJ 09/12/2002).

No caso em exame o dano moral decorre do próprio texto tido como ofensivo.O Superior Tribunal de Justiça, em hipótese semelhante, adotou o mesmo entendimentoaqui exposto, verbis:

RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MORAIS DECORRENTES DEPUBLICAÇÃO DE MATÉRIA JORNALÍSTICA OFENSIVA À DIGNIDADE E AODECORO DA AUTORA. COMPROVAÇÃO DOS DANOS.

- Dano moral que decorre do próprio noticiário, dispensando a demonstraçãoespecífica por parte da autora.

- Revolvimento de matéria fática. Incidência da Súmula 7/STJ.Recurso especial não conhecido (REsp nº 279.197/SE, 4ª Turma, unânime, Rel.

Min. Barros Monteiro, DJU 24/02/2003).PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL.1. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. Quando o Tribunal a quo deixa de aplicar

norma legal, para aplicar norma constitucional, o respectivo acórdão só pode seratacado por recurso extraordinário.

2. DANO MORAL. PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. JULGAMENTOANTECIPADO DA LIDE. Se o pedido de indenização por dano moral resulta denotas, comentários e charges publicados em jornal, a prova se circunscreve a esseselementos, autorizando o julgamento antecipado da lide. Recursos especiais nãoconhecidos (REsp nº 330209/SP, 3 ª Turma, Rel. Min. Ari Pargendler, DJU 25/09/2001).

Assim, restando demonstrado o dano moral, consistente em ofensas à honrada autora, correta a sentença que condenou os réus ao ressarcimento do abalo moralcausado àquela.

3. O recurso interposto pelos réus, na parte em que pleiteiam a redução dovalor arbitrado para a indenização, no entanto, merece provimento.

Inicialmente, necessário mencionar-se que a indenização não poderia ser fixadaem salários mínimos, vez que o art. 7º, inc. IV, da Constituição Federal, veda a suavinculação para qualquer fim. Isso, no entanto, não impede que este tribunal corrijatal equívoco, ainda mais que os próprios apelantes postularam tal correção.

O valor arbitrado para reparação dos danos morais, no caso em exame, mostra-se elevado.

Dúvida não há acerca da dificuldade existente para o arbitramento do valor daindenização em hipóteses de ressarcimento de dano moral, sobretudo porque não háum critério objetivo, matemático, para se medir monetariamente o bem lesado (ahonra, o sentimento, etc.).

Deve o magistrado, para arbitrar o montante do ressarcimento, cercar-se deprudência, evitando que a indenização do dano moral torne-se ato de puro arbítrio, oque, além de acarretar insegurança para as partes, dispensaria tratamento diverso asituações, muitas vezes, semelhantes, pois, dependendo dos magistrados que asjulgassem, os valores das indenizações poderiam ser dos mais variados. A esserespeito, oportuno transcrever trecho de artigo de lavra de Saulo Ramos, publicadono jornal Folha de São Paulo do dia 04/04/1996:

Nem de outra forma deveria ser, posto que a indenização não pode, ela também,transformar-se numa nova ofensa à vítima do dano por meio da fixação de quantiairrisória, um óbolo simbólico, que consubstanciaria um escárnio ao valor moralofendido.

Nem tampouco admite-se a indenização como instrumento de enriquecimentoilimitado da vítima, transformando-se o direito ao ressarcimento em loteria premiada,

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ou sorte grande, de forma a tornar um bom negócio o sofrimento causado porofensa.

Cumpre, pois, ao magistrado dosar a indenização de maneira que, suportadapelo patrimônio do devedor, consiga, na finalidade educativa da pena, inibi-lo denovas práticas lesivas, por sentir a gravidade e o peso da condenação, enquanto avítima, pelo grau de sua participação no meio social e pela extensão do dano sofrido,sinta-se razoável e proporcionalmente ressarcida pelo agravo sofrido.

Na intenção de se evitar disparidades, a reparação do dano moral deve seguirum processo idôneo que, de um lado, tente reconfortar a vítima, sem, porém,transformar-se em meio para que se enriqueça, nem em situação que gere a insolvênciado ofensor ou que lhe dificulte a continuidade de sua atividade. Aguiar Dias, arespeito da questão, discorre:

a reparação pecuniária será sempre, sem nenhuma dúvida, inferior ao prejuízoexperimentado, mas, de outra parte, quem atribuísse importância a esta reparação deordem inferior se mostraria mais preocupado com a idéia de lucro do que mesmo coma injúria às suas afeições; pareceria especular sobre sua dor e seria evidentementechocante a condenação cuja cifra favorecesse tal coisa (in Da ResponsabilidadeCivil, 9 ª ed., Rio, Forense, 1994, v. II, p. 740, nota 63).

Caio Mário da Silva Pereira, ciente da impossibilidade de se mensurar pelodinheiro a dor, o sofrimento puramente moral, sugere que, para se chegar ao valormais apropriado, o magistrado leve em conta: a) a idéia de punição do infrator; e b) ointuito de compensar a vítima pelos danos sofridos. Diz o conceituado civilista:

a) De um lado, a idéia de punição do infrator, que não pode ofender em vão aesfera jurídica alheia;

b) De outro lado, proporcionar a vítima uma compensação pelo dano suportado,pondo-lhe o ofensor nas mãos uma soma que não é o pretium doloris. (Instituiçõesde Direito Civil, 8ª Edição, Rio, Forense, 1986, vol. II, n º 176, p. 235).

Em sua obra Responsabilidade Civil, esse mesmo autor faz a seguinte sugestão:A vítima de uma lesão a algum daqueles direitos sem cunho patrimonial efetivo,

mas ofendida em um bem jurídico que em certos casos pode ser mesmo mais valiosodo que os integrantes de seu patrimônio, deve receber uma soma que lhe compensea dor ou o sofrimento, a ser arbitrada pelo juiz, atendendo as circunstâncias de cadacaso, e tendo em vista as posses do ofendido e a situação pessoal do ofendido. Nãotão grande que se converta em fonte de enriquecimento, nem tão pequena que setorne inexpressiva. (2 ª Edição, Rio, Forense, 1990, nº 49, p.67).

Necessário, portanto, para se chegar a um valor o mais próximo possível dojusto e correto, que se leve em conta quando de sua fixação: a) a situação da vítima;b) as condições do ofensor; c) a gravidade do ato praticado; e d) o fim punitivo epreventivo da indenização.

Na hipótese em exame, o ato praticado pelos réus não pode ser consideradode pouca gravidade, haja vista que divulgaram em jornal do sindicato, cuja tiragemchegou a sessenta mil (60.000) exemplares, ofensas injuriosas à autora que, à época,exercia o cargo de Diretora Geral da Secretaria de Estado da Educação, o que, porcerto, colocou-a em situação vexatória perante seus amigos, conhecidos e professoresda rede de ensino estadual.

A autora, como é demonstrado pelas provas existentes nos autos ereconhecido pela própria magistrada de primeiro grau, é pessoa de conduta ilibada,sendo certo que a ofensa a atingiu gravemente, causando-lhe forte abalo moral, oque foi, inclusive, demonstrado pelas provas testemunhais. A esse respeito, oportunose faz transcrever trechos dos depoimentos de algumas testemunhas ouvidas emjuízo, verbis:

... essa carta aberta deixou bastante deprimida, chocada e arrasada a professoraSônia; que todos os familiares pediram que ela se afastasse do cargo que estavaexercendo, em razão de seu abalo emocional pelo que estava acontecendo... (ZéliaMaria Lopes Marochi f. 159).

... que nos quinze anos que se encontra na Secretaria da Educação esta foi aprimeira em desfavor de alguém que la’atrabalh e que exerce cargo de comando; que aoreceber o Jornal e mais um ofício que o acompanhou a professor Sônia ficou bastantechocada, causando-lhe uma grande mágoa... (Laureni Martins Teixeira f. 160).

... que é de seu conhecimento que os professores grevistas tinham que reporas aulas, na (SIC) sabendo a conseqüência para aqueles que assim não fizessem; quelogo depois publicada uma carta aberta a prof. Sônia Loyola, deixando-a mesmodoente; (...) que a professora Sônia viu-se magoada como (SIC) contido na cartaaberta, pois esta foi dirigida contra ela... (Vera Thomé Guimarães f. 161).

... que nesta carta aberta, constava que a professora Sônia Loyola buscavapromoção pessoal, além de compararem a sua postura a de Adolf Hitler, um nazista, oque causou a professora um grande desconforto moral, inclusive o seu marido pediupara que ela deixasse a função que ocupava... (Cláudio Adriano Bombati f. 162).

Não se pode também olvidar que a indenização também objetiva desestimulara prática, por parte dos apelantes, de outros fatos danosos semelhantes ao que foivítima a autora, sobretudo o sindicato que possui sob seu controle jornal de grandealcance - tiragem de sessenta mil (60.000) exemplares. Caso a indenização seja fixadaem valor irrisório, tal fim não será atingido.

Por outro lado, não se pode deixar de levar em consideração, que a magistradade primeiro grau, após a oposição de embargos de declaração pela própria autora, fez

constar do dispositivo da sentença a determinação para que os réus providenciassema publicação, no mesmo jornal e espaço em que a carta aberta foi divulgada, oprovimento jurisdicional de seu pedido, fixando, ainda, para caso de descumprimentouma multa diária de mil reais (R$ 1.000,00).

Ora, certo é que a publicação da decisão judicial no mesmo veículo informativojá serve como desagravo, pois se dará efetiva publicidade de que o artigo deresponsabilidade dos réus foi ofensivo à honra da autora. Se a publicação já servecomo um desagravo, certo é que repercute na fixação do valor da indenização.

Feitas todas essas considerações, conclui-se que o valor da indenizaçãofixado na sentença, equivalente a duzentos salários mínimos, deve ser reduzido, poisse mostra excessivo e, levando-se em conta tudo que foi examinado, o valor daindenização deve ser reduzido para vinte mil reais (R$ 20.000,00).

3. Ante a redução do valor da indenização, fica prejudicado o exame do recursoadesivo interposto pela autora, na parte em que postula a majoração do valor fixadoa título de indenização pelo dano moral que sofreu.

No entanto, na parte em que postula a fixação dos juros moratórios, bemcomo o seu termo inicial, e a incidência da correção monetária, deve ser provido, hajavista que a sentença foi omissa, nada dispondo a respeito.

A correção monetária, em se tratando de dano moral, deve incidir a partir dafixação do valor da indenização, pois, quando é ele arbitrado, já se encontra atualizadoe, se esse não for o entendimento, estar-se-á possibilitando ao ofendido umenriquecimento sem causa. Já, quanto aos juros moratórios, cujo montante é de seispor cento (6 %) ao mês (art. 1.062 do anterior Código Civil), o termo inicial é, nosmoldes do art. 962, do então Código Civil vigente à época dos fatos, o dia do eventodanoso. Esse é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, conforme sedepreenda da leitura das seguintes ementas de julgados:

PROCESSO CIVIL. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL.INOCORRÊNCIA. RESPONSABILIDADE CIVIL. CULPA E NEXO DECAUSALIDADE CARACTERIZADOS. REEXAME DE PROVAS. ENUNCIADO N.7 DA SÚMULA/STJ. ATO ILEGAL. DEMISSÃO REFLEXA. ENGENHEIRO CIVIL.DANO MORAL. VALOR DA CONDENAÇÃO. EXAGERO. CIRCUNSTÂNCIAS.CORREÇÃO MONETÁRIA. TERMO INICIAL. DATA DA FIXAÇÃO DO VALOR.JUROS MORATÓRIOS. TERMO INICIAL. DATA DO EVENTO. RECURSOPARCIALMENTE ACOLHIDO.

(...)IV Determinada a indenização por dano moral em valor certo, o termo inicial da

correção monetária é a data em que esse valor foi fixado.V Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de

responsabilidade extracontratual (REsp nº 309725/MA, 4 ª Turma, Rel Min. Sálvio deFigueiredo Teixeira, DJU 14/10/2002).

“Dano moral. Correção monetária. Termo inicial. Precedente da Corte.1. Na forma de precedente da Corte, a “correção monetária em casos de

responsabilidade civil tem o seu termo inicial na data do evento danoso. Todavia, em setratando de dano moral o termo inicial é, logicamente, a data em que o valor foi fixado”.

2. Recurso especial conhecido e provido (REsp nº 204.677/ES, Rel. CarlosAlberto Menezes Direito, 3 ª Turma, Rel. DJ 28/02/2000).

Este também é o entendimento desta Câmara Cível:INDENIZAÇÃO. BANCO. DANO MORAL. DOCUMENTO DE CRÉDITO

(DOC). DEMORA NA TRANSFERÊNCIA DE NUMERÁRIO. TRANSGRESSÃO DENORMAS DO BANCO CENTRAL. CHEQUES DEVOLVIDOS, POR INSUFICIÊNCIADE FUNDOS. INSCRIÇÃO DO NOME DO AUTOR EM ÓRGÃO DE PROTEÇÃO AOCRÉDITO. REFLEXO NEGATIVO. FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS. JUROS DE MORA(ART. 962 DO CC). RECURSO DESPROVIDO.

(...)5. No ato ilícito o devedor encontra-se em mora desde que o perpetrou (art.

962 do Código Civil), sendo este o termo inicial para os juros moratórios (ApelaçãoCível nº 118546-8, Rel. Juiz Conv. Airvaldo Stela Alves, DJ 26/08/2002).

Impõe-se, assim, o provimento do recurso adesivo da autora para que sobreo valor da indenização incida correção monetária, a partir desta sessão de julgamento,e juros de mora, cujo termo inicial é do da data da publicação do artigo no jornal dosindicato.

Diante do exposto, ACORDAM os integrantes da Primeira Câmara Cível doTribunal de Justiça do Estado do Paraná, à unanimidade de votos, em (a) dar parcialprovimento ao recurso dos réus para reduzir o valor da indenização ao montante devinte mil reais (R$ 20.000,00), restando prejudicado o recurso de apelação interpostopela autora, na parte em que postula a majoração da verba indenizatória; e (b) e darprovimento ao recurso adesivo da autora para determinar que o valor da indenizaçãoseja monetariamente corrigido a partir desta sessão de julgamento e para fixar osjuros moratórios em meio por cento (0,5%) ao mês, tendo como termo inicial a data dapublicação do artigo ofensivo à autora.

Participaram do julgamento os Senhores Desembargadores Troiano Netto,Presidente com voto, e Sérgio Rodrigues, revisor.

Curitiba, 16 de setembro de 2003.Juiz Convocado EDUARDO SARRÃO Relator.

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Jornal 30 de Agosto Maio d e 2 0 0 7

Uma história de lutas e de conquistasA APP escreveu e conti-

nua escrevendo uma dasmais belas histórias do país.

Uma trajetória repleta desonhos, desejos, entusias-mo, ousadia e luta.

E foram muitas as lutasnestes 60 anos! Mesmo naépoca da ditadura militar oseducadores realizaram mobi-lizações e greves históricas.

Os direitos que temoshoje foram conquistados gra-ças ao esforço conjunto demuitos que nos antecede-ram. Para avançar, precisa-mos continuar unidos naluta pela valorização de nos-sa profissão e da educaçãopública.

Foi assim que conquista-mos ao longo dos 60 anos

da APP, a garantia de con-cursos públicos, os reajus-tes salariais, o Estatuto doMagistério, O Estatuto dosServidores Públicos, o direi-to a avanços, as férias, o dé-cimo terceiro, quinquênios,licença- prêmio, aposenta-doria especial, o regime es-tatutário, a eleição de dire-tores, a hora- atividade, ovale- alimentação para osfuncionários, a isonomia sa-larial, as gratificações deperíodo noturno e de dire-tor, o direito à remoção, osníveis e classes da tabela de

• Hora-atividade de 20%• Aprovação da Lei de Eleições para diretores• Retorno da matriz curricular de no mínimo 25 horas• Retorno do magistério e do ensino profissionalizante;• Fim das terceirizações de funcionários de escolas• Retorno do pagamento do 1/3 de férias em janeiro• Isenção da contribuição previdenciária do aposentado• Enquadramento de aposentados com pós-graduação feitaanteriormente à aposentadoria no Nível II• Pagamento dos avanços atrasados• Aprovação do Plano de Carreira do Professor• Reajuste salarial de 33,36% para os professores• Auxílio transporte para os professores da ativa• Vale transporte e auxílio alimentação para os funcioná-rios de escolas• Regularização da situação do professor do Fundinho,QUP e regionalistas• Garantia da aposentadoria integral para o RDT• Equiparação do valor da aula-extraordinária ao padrão• Garantia que as gratificações de período noturno, de di-retor e diretor auxiliar, ensino especial e aulas extraordiná-rias integrem a aposentadoria• Garantia do regime estatutário• Manutenção da isonomia entre aposentados e professo-res da ativa• Manutenção dos avanços na carreira (Progressão e Pro-moção)• Adicional de 5% para professoras a partir dos 25 anosde trabalho• Garantia em Lei do cargo de 40 horas• Direito a promoção retroativa a data do protocolo do re-querimento• Direito a avanços para os novos concursados com trêsou mais anos de trabalho• Licença remunera para a aposentadoria• Reajuste para os funcionários de escolas• Implantação do Pró-funcionário

vencimento, entre tantas ou-tras.

Conquistas recentesA atuação da APP-Sindi-

cato tem trazido uma série demelhorias dascondições detrabalho, salá-rio e de car-reira dos edu-cadores. Aaprovação doPlano de Car-reira do Pro-fessor em2004, além degarantir con-quistas, regu-

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Novas LeisNeste período, através da intervenção da APP, váriasleis foram aprovadas. Veja algumas delas:

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